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Nome: Adriele Pereira da Penha

DRE: 118178305
Disciplina: Psicopedagogia

Colóquio Internacional Subjetividades patologizadas, como resistir?

Mesa escolhida: Experimentações com a Estratégia da Gestão Autônoma da medicação


(GAM) na saúde mental infantojuvenil: resistir a quê e como?
Palestrante: Luciana Vieira Caliman
Programa de pós graduação em psicologia institucional - PPGPSI/UFES

O evento inicia com uma mesa de abertura onde a professora Luciana Carneiro apresenta a
ideia central do evento, discutir a patologização em diferentes contextos, enaltecendo as
políticas públicas desmedicalizantes na saúde e educação e os debates que envolvem a
infância e a adolescência. Os professores Marcelo Macedo (Decania CFCH), Luciana
Gageiro (LAPSE) e Vera Lopes (CLINP) também fazem parte da mesa de abertura,
contribuindo com as suas falas sobre a discussão a respeito do tema do evento e os
núcleos que representam.

A palestrante Luciana Vieira começa o debate do tema da mesa trazendo as teorias da


medicalização, resumindo o que é medicalização com a seguinte citação: “O processo no
qual um problema “não médico” passa a ser visto e tratado como tal. Algo irregular e
passível de se expandir fora do território médico (Conrad, 1975, 2007)”. Outra área citada
foi a da psicofarmacologização, um processo histórico da cerebralização que combina
neurobiologia, genética e farmacologia na compreensão das doenças mentais, trazendo a
tona a expansão e cronificação do uso, centralidade nas estratégias de cuidados, efeitos
indesejados cada vez mais destacados, desafios em torno do processo withdrawal e a difícil
distinção entre os efeitos adversos e sintomas do transtorno mental.
Ao mesmo tempo que o uso de psicofármaco é criticado por ser muitas vezes demasiado,
em contraponto vemos pessoas que não têm acesso aos medicamentos necessários para
tratar a sua doença, gerando o questionamento, até que ponto é remédio ou veneno, tendo
em vista os efeitos que podem causar. A palestrante explica a pergunta feita no título da
mesa, onde a resistência está voltada para o “cuidado” medicamentoso, uma linha tênue
entre cuidado e controle. Havendo a necessidade de resistir a diversos pontos trazidos com
o uso de psicofármaco, como quando ele é hierárquico, não participativo, coercitivo, punitivo
normativo e quando há a centralidade no medicamento com a ausência de outros suportes.

No último momento a palestrante traz a GAM, uma estratégia que começou no Canadá em
1990 e foi trazida para o Brasil em 2010, adaptada pelas universidades brasileiras incluindo
as particularidades, sendo uma estratégia coletiva para aumentar o poder de negociação
dos usuários de saúde mental nas decisões sobre seu tratamento medicamentoso,
apresentando princípios da cogestão e autonomia, possibilitando a participação dos
usuários nas decisões em torno do medicamento, constituindo um fortalecimento das redes
de apoio com um acompanhamento atencioso. Em uma tentativa de produzir um espaço de
cogestão e autonomia, onde o movimento está sempre voltado para a experiência do
usuário. Na perspetiva infantojuvenil, a GAM apresenta o exercício de uma postura aberta,
não impedida ou rígida, uma criação e pactuação conjunta das regras e contornos da
oficina, a valorização do saber e experiência da criança, respeitando a sua sensibilidade, o
cultivo atencional e o exercício da conversa.

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