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INTRODUTÓRIAS
EM
ECONOMIA
Apostila destinada exclusivamente para o uso dos alunos da disciplina Economia para Engenharia
Curso de Engenharia de Computação e Telecomunicações - IESB
Notas Introdutórias em Economia__________________________________________________________________
UNIDADE I
CONCEITOS GERAIS
INTRODUÇÃO À CIÊNCIA ECONÔMICA
Termo de origem grega, deriva da palavra OIKOS (Eco), que significa casa,
fortuna, riqueza e da palavra NOMOS (nomia), cujo significado é lei, regra ou
administração1. Significaria, portanto, “administração da casa” ou “administração da
coisa pública”2. Assim, temos a:
Primeira Definição de Economia: Ciência que se dedica ao estudo das leis que
determinam a riqueza ou da administração da riqueza.
Uma vez que a riqueza é gerada pelos homens e por eles administrada, é
preciso considerar suas ações sobre a natureza para produzi-la, e suas ações entre si
para reproduzi-la e administrá-la.
A riqueza não tem sentido em si mesma. Ela somente será completa se puder
ser utilizada em benefício do homem (satisfação de necessidades). Para satisfazer as
necessidades o homem necessita consumir algo (coisas). O homem transforma essas
coisas através do seu trabalho, com o auxílio de instrumentos. O ato de transformar é
denominado produção e por meio dele criam-se bens (e serviços)
1
Adelphino T. Silva. Economia e Mercados, São Paulo, Atlas, 20 ª ed. , 1989, p.16
2
Marco A. S. Vasconcelos, & Roberto L. Troste, , Economia Básica, São Paulo, Atlas, 4ª ed., 1998, p. 20
3
Adelphino T. Silva, idem, p. 19
_____________________________________________ 1 __________________________________________
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Segunda Definição de Economia: ciência que procura a melhor opção para, utilizando
plenamente recursos escassos disponíveis, combiná-los para satisfazer as
necessidades humanas.
O quê produzir;
Como produzir;
4
José P Rossetti, Introdução à Economia, São Paulo, Atlas, 1985, p.153
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Notas Introdutórias em Economia__________________________________________________________________
da tecnologia para tanto. É possível que chegue o dia em que o avanço das pesquisas
nacionais nos possibilite o domínio da tecnologia espacial, e tal necessidade de faça
sentir.
que, trabalhado por alguém com alguma ferramenta, resultará nesse bem. Aí estão
colocados então os três fatores de produção, a saber:
Trabalho (mão-de-obra)
5
Adelphino T. Silva. Idem, p. 48, entre outros.
6
Fabio G. Siva & Fauzi T. Jorge, Economia Aplicada à Administração. São Paulo: Futura, 1999,. p. 28 a 31, entre
outros.
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VASCONCELOS & GARCIA7, por sua vez, definem os fatores de produção como
“recursos de produção da economia, constituindo-se os mesmos de:
Terra;
Capital
Tecnologia.
Tanto uma, quanto outra classificação não podem ser desconsideradas, mesmo
porque se consagraram na literatura. Entretanto, parece-nos que a classificação
clássica é a que melhor se adapta aos propósitos de um curso introdutório. Ela é mais
didática ao distinguir inequivocamente os recursos utilizados na produção.
Estas duas últimas distinções são feitas por VASCONCELOS & TROSTE8 que
consideram o lucro como a “remuneração da capacidade gerencial, ou seja, a
rentabilidade dos empresários pela organização produtiva da empresa” . Estes autores
também consideram que os juros “são a renda do capital monetário aplicado na
produção, pagos pela empresa aos capitalistas privados. Os juros pagos pelas
empresas aos bancos NÃO são considerados remuneração de fator de produção, mas
sim pagamentos de um serviço intermediário” (grifo nosso).
7
Marco A Vasconcelos & Manuel E. Garcia, Fundamentos de Economia, São Paulo, Saraiva, 2000, p. 8.
8
Marco A. S.Vasconcelos & Roberto Luis Troste, Economia Básica, São Paulo, Atlas, 1998 p. 199, nota de rodapé
2.
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Por “raridade” entende-se o quão escasso é o bem. Existem dois tipos de bens
quanto à raridade.
I.5.1.1 Bens livres (ou abundantes) - também são chamados de não econômicos,
pois não têm valor nem preço. Estão à disposição na natureza. O único
verdadeiramente livre é o ar. Até hoje ninguém produziu ar ou o comercializou. Há
outros bens, entretanto, que, dependendo das circunstâncias em que são obtidos,
podem ser considerados livres ou não. A areia do deserto, por exemplo, é um bem
livre. Entretanto, se for explorada comercialmente (para construções, por exemplo),
então deixará de ser um bem livre, pois será submetida a um processo produtivo
(extração, refinamento, transporte, etc).
I.5.2.2 Bens Imateriais - são os serviços, que não têm forma material, mas
satisfazem necessidades humanas. Ex: serviços médicos, serviços de educação.
9
Marco A Vasconcelos & Manuel E. Garcia, idem.
10
Adelphino T. Silva. Idem, p. 48
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Por destino entende-se o uso que se vai fazer do bem. São assim classificados.
I.5.3.1 Bens Finais – são aqueles vendidos para consumo final11, ou seja, têm
um fim em si mesmos. Subdividem-se em:
I.5.3.1.2 Bens de Consumo – são aqueles que têm um fim, isto é, finalidade
em si mesmos, e satisfazem diretamente as necessidades humanas. São aqueles
feitos para o consumo final, isto é, que não produzem nem entram na produção
de outro bem. Conforme a sua durabilidade subdividem-se em13:
11
Marco A Vasconcelos & Manuel E. Garcia, idem, p. 8
12
Idem, ibidem.
13
Adelphino T. Silva, idem.
14
Marco A Vasconcelos & Manuel E. Garcia, idem.
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Por fim, a vida moderna exige do homem um cuidado todo especial quanto ao
seu estado de saúde e à conservação da própria vida. Para tanto, ele recorre aos
inúmeros preceitos de higiene, bem como se serve das mais variadas utilidades
destinadas a mantê-lo em condições de saúde e bem-estar. Nota-se, então, na
sociedade moderna, a existência de outra necessidade primária, que é a higiene
15
Marco A Vasconcelos & Manuel E. Garcia, Idem, e Adelphino T. Silva, idem.
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Assim, as coisas que o mundo nos oferece são transformadas pelo homem.
Nesse ato de transformação, o homem emprega o seu trabalho com o auxílio de
instrumentos. Este ato é denominado produção e, por meio dele, o homem cria bens
econômicos e presta serviços.
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Assim como os bens são classificados para melhor compreender sua origem,
natureza e destino, as necessidades também o devem ser para que se possa
compreender: a) a sua emergência (se básicas ou não); b) a sua abrangência
(individual ou coletiva). Desta forma elas se classificam da seguinte maneira16:
16
Adelphino T. Silva, Idem
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Uma economia produz uma quantidade finita de bens. Como vimos acima, um
dos problemas que ela terá que resolver é definir quanto irá produzir de cada um
desses bens. Ou, em outras palavras, ela define quais são as combinações das
diversas quantidades de bens que ela produzir.
17
Fabio G. Siva & Fauzi T. Jorge, idem, p. 34
18
Idem, ibidem.
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Bem Y 12 •A
11 • • B •P
8• • C
Q •
4• •D
• • • • • E Bem X
0 20 37 48 50
Para uma economia que opera sobre a Curva de Possibilidades de Produção admite-
se que:
Associada a esta escolha sobre quantos e quais bens produzir, há uma questão
mais ampla de eficiência alocativa. Ou seja, definidas as quantidades e a qualidade dos
fatores de produção, é preciso aloca-los, isto é, distribuí-los entre os setores produtivos
de forma a obter a máxima eficiência na quantidade e qualidade dos bens produzidos.
Ponto P – Ponto de Expansão de Recursos – Este ponto não pode ser atingido com
o volume de fatores existentes. Para que ele possa ser atingido é preciso acrescentar
alguma quantidade de pelo menos um dos fatores. Assim a produção poderá se
expandir, possibilitando o deslocamento da Curva de Possibilidades de Produção. A
Fgura I.2 abaixo ilustra este deslocamento. A linha pontilhada mostra uma hipótese de
deslocamento da curva, caso haja o acréscimo na quantidade de ao menos um dos
fatores de produção. Nestas circunstâncias, a economia estará atingindo o ponto de
expansão de recursos (ponto P).
• O deslocamento da curva a partir da origem será tanto maior quanto maior for a
disponibilidade (e, portanto, a utilização) dos fatores de produção.
20
Idem, ibidem.
21
Juarez A B Rizzieri, idem, p. 16 e 17.
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Bem Y
• P
Bem X
Bem Y
• P
Bem X
Bem Y
Bem X
I.8.2 Lei dos Custos Sociais Crescentes e Lei dos Rendimentos Decrescentes.
Em outras palavras isto quer dizer que “se está consumindo (produzindo) pouco
de um bem, o sacrifício de se consumir ainda menos é muito grande”.22
A idéia por trás desta lei é que haverá um custo cada vez maior para se produzir
uma quantidade a mais de um determinado bem. Em outras palavras, se quisermos
obter uma quantidade maior de um determinado bem, teremos de abrir mão de
quantidades proporcionais ou cada vez maiores de outros bens. O custo (social) é a
maior ineficiência produtiva.
22
Juarez A B Rizzieri , idem, p. 17.
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Este fenômeno ocorre toda vez que se transferem recursos (fatores de produção)
eficientemente alocados numa atividade para outra onde eles encontrarão uma
dificuldade inicial maior para se adaptar. O resultado desta alocação ineficiente de
fatores é uma produção menor. O reflexo sobre a Curva de Possibilidades de Produção
é que ela é decrescente. O seu formato indica que ela decresce a taxas crescentes,
significando que “ a substituição de quantidades dos dois bens torna-se cada vez mais
difícil”23.
Percebe-se, pois, que existe um custo cada vez maior medido em unidade do
bem se que deixa de produzir para se obter quantidades adicionais, cada vez
menores, do bem que se deseja produzir mais.
23
Idem, ibidem.
24
Fabio G. Siva & Fauzi T. Jorge, idem, p. 36.
25
Juarez A B Rizzieri , idem, ibidem.
_____________________________________________ 16__________________________________________
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26
, Fabio G. Siva & Fauzi T. Jorge, p. 36.
27
Idem, p. 37.
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Bibliografia Consultada
PINHO, Diva B. & VASCONCELOS, Marco A S. (org.) Manual de Economia, São Paulo,
Saraiva, 2001, 652 p (Cap 1 – Introdução à Economia)
ROSSETTI, José P. Introdução à Economia, São Paulo, Atlas, 2002, 19ª ed., 744 p (Cap. 2 –
Os Recursos Econômicos e o Processo de Produção: Caracterização Básica)
SILVA, Adelphino Teixeira da. Economia e Mercados, São Paulo, Atlas, 20ª ed. , 1989, 223p.
(Cap 1 a 6)
SILVA, Fabio G. & JORGE, Fauzi T. Economia Aplicada à Administração. São Paulo: Futura,
1999, 242 p (Cap. 1 – Considerações Iniciais sobre Economia Política)
VASCONCELOS, Marco A & GARCIA, Manuel E., Fundamentos de Economia, São Paulo,
Saraiva, 2000, 1a ed. , 240 p (Cap. 1 – Introdução à Economia)
VASCONCELOS, Marco A. S. & TROSTE, Roberto Luis, Economia Básica, São Paulo, Atlas,
4ª ed., 1998 (Cap 1)
VICECONTI, Paulo E.V. & NEVES, Silvério das. Introdução à Economia, São Paulo, Frase
Editora, 4a ed., 2000, 520 p. (Cap. 1 – O Problema Econômico Fundamental)
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