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UNIVERSIDADE FUMEC
FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA – FEA

Mestrado em Processos Construtivos

Diêgo Coelho de Queiroz

LEGISLAÇÃO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL E FERRAMENTAS DE GESTÃO


AMBIENTAL

Professor: Dr. Eduardo Vieira Carneiro

Belo Horizonte
Dezembro/2018
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Diêgo Coelho de Queioz

LEGISLAÇÃO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL E FERRAMENTAS DE GESTÃO


AMBIENTAL

Trabalho apresentado à Faculdade de


Engenharia e Arquitetura da Universidade
Fumec, como requisito parcial para a conclusão
do Mestrado em Processos Construtivos.

Professor: Dr. Eduardo Vieira Carneiro

Belo Horizonte
Dezembro/2018
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RESUMO

O presente trabalho é um requisito parcial para a conclusão do Mestrado em Processos


Construtivos da Universidade Fumec e apresenta uma síntese de três temas: Legislação
Ambiental com os principais tópicos, órgãos, objetivos e finalidades que compõem e
contemplam a Política Nacional do Meio Ambiente; Licenciamento Ambiental
demonstrando as etapas e os documentos necessários para aprovação e levantamento
de cada fase do processo; ferramentas de gestão Ambiental citando exemplos bem
sucedidos e difundidos para criar sistemas que consigam prover a produção sustentável
e a melhoria contínua para cada vez impactar menos o meio ambiente.

Palavras - chave: Legislação. Licenciamento. Gestão Ambiental.


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SUMÁRIO

1. NTRODUÇÃO.....................................................................................................5
2. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL...............................................................................6
2.1 CONSELHO DE GOVERNO..............................................................................8
2.2 CONSELHO DE GOVERNO CONAMA – CONSELHO NACIONAL DO MEIO
AMBIENTE............................................................................................................... 8
2.3 SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE...............................................................10
2.4 IBAMA – INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS
NATURAIS RENOVÁVEIS.....................................................................................11
2.5 ÓRGÃOS SECCIONAIS E LOCAIS.................................................................11
3. LICENCIAMENTO AMBIENTAL......................................................................12
4. FERRAMENTAS DE GESTÃO AMBIENTAL..................................................14
4.1 SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL...............................................................14
4.2 CICLO PDCA....................................................................................................14
4.2 5W+2H............................................................................................................. 16
4.3 PRODUÇÃO LIMPA.........................................................................................17
4.4 ECODESIGN....................................................................................................18
4.5 ABNT NBR ISO 14001.....................................................................................19
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................21
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1. NTRODUÇÃO

A legislação ambiental do país segue pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1988,


que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de
formulação e aplicação, e dá outras providências. Toda e qualquer correlação das
ações humanas impactantes no meio ambiente são listadas e estudadas dentro dos
conceitos prescritos na constituição e existe uma estrutura criada para atender às
demandas ambientais e conforme cada atribuição dada pela lei.
Dentre as disposições da Política Nacional do Meio Ambiente está o
Licenciamento Ambiental que estabelece na lei nº 6.938, no seu Art. 10,  “A
construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e
atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores
ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental dependerão de
prévio licenciamento ambiental.” O licenciamento Ambiental é contudo, o meio
possível que os impactos ambientais atuais e futuros possam ser monitorados,
controlados e corrigidos, para tanto, o mesmo precisa das melhores ferramentas e
métodos para que o gerenciamento do meio ambiente possa ocorrer de forma
sustentável, sempre pensando nas gerações futuras.
A partir do CONAMA na resolução de nº 237 onde se considera “a necessidade
de se incorporar ao sistema de licenciamento ambiental os instrumentos de gestão
ambiental, visando o desenvolvimento sustentável e a melhoria contínua”, observa-
se a importância da gestão ambiental e das ferramentas de gestão ambiental para
que o controle do meio ambiente dentro de uma proposta de retroalimentação do
sistema de melhoria continua com o uso de métodos como PDCA, Produção Limpa,
Ecodesign e etc.
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2. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

Todo o processo com leis, normas, decretos, resoluções e instruções; e


secretarias, autarquias, instituições, órgãos e afins; tanto estadual quanto municipal
relacionado ao meio ambiente, recebem as diretrizes do governo nacional. Podendo
essas serem apenas mais restritivas do que determinado nas leis e normas nacionais.
O que norteia a União, os Estados e os Municípios a criarem as legislações
específicas ambientais, é a Lei nº 6938/81 - Política Nacional do Meio Ambiente,
instituindo a partir desta, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), órgão
consultivo e deliberativo do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), que libera
toda essa organização.
O Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SISEMA) é formado
pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD),
pelos conselhos estaduais de Política Ambiental (COPAM) e de Recursos Hídricos
(CERH) e pelos órgãos vinculados: Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM),
responsável pela qualidade ambiental no Estado, no que corresponde à Agenda
Marrom, Instituto Estadual de Florestas (IEF) responsável pela Agenda Verde e Instituto
Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) que responde pela Agenda Azul.
A Política Nacional do Meio Ambiente institucionaliza todos os conceitos voltados
ao meio ambiente, mas para concluir essas ações ela decorre as leis atendendo os
seguintes princípios listados no Art.2 da constituição:

I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o


meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e
protegido, tendo em vista o uso coletivo;

II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;

Ill - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;

IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;

V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;

VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso


racional e a proteção dos recursos ambientais;

VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental;


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VIII - recuperação de áreas degradadas;

IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação;

X - educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da


comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio
ambiente.

Os princípios listados acima obedecem uma linha de diretriz para que possa se
fazer um desenvolvimento sustentável de forma que o resultado final seja a listagem do
Art.4 de Política Nacional do Meio Ambiente da mesma lei que visa:

I - à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação


da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico;

II - à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade


e ao equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do
Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;

III - ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de


normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais;

IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas


para o uso racional de recursos ambientais;

V - à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de


dados e informações ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a
necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico;

VI - à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua


utilização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do
equilíbrio ecológico propício à vida;

VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou


indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de
recursos ambientais com fins econômicos.

A lei no seu Art.6 da Política Nacional do Meio Ambiente estrutura os órgãos que
fazem por fazer realizar e cumprir as diretrizes da lei nº 6938/8, o modelo é assim
estruturado:
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• Órgão superior: o Conselho de Governo;

• Órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente


(CONAMA);

• Órgão central: a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República

• Órgãos executores: IBAMA e Instituto Chico Mendes

• Órgãos seccionas

• Órgão locais

2.1 CONSELHO DE GOVERNO

A função desse órgão é de auxiliar e assessorar o Presidente da República  “na


formulação da política nacional e nas diretrizes governamentais para o meio
ambiente e os recursos ambientais.”(Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990).

2.2 CONSELHO DE GOVERNO CONAMA – CONSELHO NACIONAL DO MEIO


AMBIENTE

O CONAMA é o órgão consultivo e deliberativo, ou seja, é o órgão responsável por


estabelecer as diretrizes à serem cumpridas pelos órgãos executivos. À base de
resoluções ele delibera todas as normas e critérios à serem respeitados e cumpridos
dentro dos processos correlacionados ao meio ambiente.
Segundo o ministério do meio ambiente e o regimento interno do CONAMA, Portaria
MMA nº452/2011 é de competência do CONAMA :
 estabelecer, mediante proposta do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, dos demais órgãos integrantes do
SISNAMA e de Conselheiros do CONAMA, normas e critérios para o
licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, a ser
concedido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e Municípios e
supervisionado pelo referido Instituto;
 determinar, quando julgar necessário, a realização de estudos das
alternativas e das possíveis conseqüências ambientais de projetos públicos
ou privados, requisitando aos órgãos federais, estaduais e municipais, bem
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como às entidades privadas, informações, notadamente as indispensáveis à


apreciação de Estudos Prévios de Impacto Ambiental e respectivos
Relatórios, no caso de obras ou atividades de significativa degradação
ambiental, em especial nas áreas consideradas patrimônio nacional;
 decidir, por meio da Câmara Especial Recursal - CER, em última instância
administrativa, em grau de recurso, sobre as multas e outras penalidades
impostas pelo IBAMA;
 determinar, mediante representação do IBAMA, a perda ou restrição de
benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público, em caráter geral ou
condicional, e a perda ou suspensão de participação em linhas de
financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito;
 estabelecer, privativamente, normas e padrões nacionais de controle da
poluição causada por veículos automotores, aeronaves e embarcações,
mediante audiência dos Ministérios competentes;
 estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção
da qualidade do meio ambiente, com vistas ao uso racional dos recursos
ambientais, principalmente os hídricos;
 estabelecer os critérios técnicos para a declaração de áreas críticas,
saturadas ou em vias de saturação;
 acompanhar a implementação do Sistema Nacional de Unidades de
Conservação da Natureza-SNUC conforme disposto no inciso I do art. 6 o
da Lei 9.985, de 18 de julho de 2000;
 estabelecer sistemática de monitoramento, avaliação e cumprimento das
normas ambientais;
 incentivar a criação, a estruturação e o fortalecimento institucional dos
Conselhos Estaduais e Municipais de Meio Ambiente e gestão de recursos
ambientais e dos Comitês de Bacia Hidrográfica;
 avaliar regularmente a implementação e a execução da política e normas
ambientais do País, estabelecendo sistemas de indicadores;
 recomendar ao órgão ambiental competente a elaboração do Relatório de
Qualidade Ambiental, previsto no inciso X do art. 9 o da Lei 6.938, de 1981;
 estabelecer sistema de divulgação de seus trabalhos;
 promover a integração dos órgãos colegiados de meio ambiente;
 elaborar, aprovar e acompanhar a implementação da Agenda Nacional do
Meio Ambiente, a ser proposta aos órgãos e às entidades do SISNAMA, sob
a forma de recomendação;
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 deliberar, sob a forma de resoluções, proposições, recomendações e moções,


visando o cumprimento dos objetivos da Política Nacional de Meio Ambiente;
 elaborar o seu regimento interno.
São atos do CONAMA:
 Resoluções, quando se tratar de deliberação vinculada a diretrizes e normas
técnicas, critérios e padrões relativos à proteção ambiental e ao uso
sustentável dos recursos ambientais;
 Moções, quando se tratar de manifestação, de qualquer natureza, relacionada
com a temática ambiental;
 Recomendações, quando se tratar de manifestação acerca da implementação
de políticas, programas públicos e normas com repercussão na área
ambiental, inclusive sobre os termos de parceria de que trata a Lei no 9.790,
de 23 de março de 1999;
 Proposições, quando se tratar de matéria ambiental a ser encaminhada ao
Conselho de Governo ou às Comissões do Senado Federal e da Câmara dos
Deputados;
 Decisões, quando se tratar de multas e outras penalidades impostas pelo
IBAMA, em última instância administrativa e grau de recurso, por meio de
deliberação da Câmara Especial Recursal - CER.

2.3 SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE

A Secretaria do meio Ambiente é um órgão central, é, em outras palavras, o


gestor na divisão da Política nacional do meio ambiente e ele tem como objetivo
planejar,coordenar, supervisionar e controlar o regime político nas questões voltadas ao
meio ambiente. O Art. 12 da lei nº8.028, de abril de 1990, demonstra a estrutura básica
do órgão:
I - Conselho Nacional do Meio Ambiente;

II - Departamento de Planejamento e Coordenação da Política Ambiental;

III - Departamento Técnico-Científico e de Cooperação;

IV - Comitê do Fundo Nacional do Meio Ambiente.


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2.4 IBAMA – INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS


RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS

A função do IBAMA é a de executar a política e as diretrizes criadas pelos órgão


deliberativos, tem a finalidade de se fazer cumprir as leis fixadas pelo CONAMA. No
Art.11º é estabelecido a atribuição do IBAMA em propor ao CONAMA normas e padrões
em relação ao cumprimento das mesmas para que a implantação o acompanhamento e
a fiscalização dos empreendimentos sejam feitas da melhor forma.
O Art.17 fica instituído sobre a administração do IBAMA:
I - Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa
Ambiental, para registro obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam a
consultoria técnica sobre problemas ecológicos e ambientais e à indústria e comércio de
equipamentos, aparelhos e instrumentos destinados ao controle de atividades efetiva ou
potencialmente poluidoras;                        
II - Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou
Utilizadoras de Recursos Ambientais, para registro obrigatório de pessoas físicas ou
jurídicas que se dedicam a atividades potencialmente poluidoras e/ou à extração,
produção, transporte e comercialização de produtos potencialmente perigosos ao meio
ambiente, assim como de produtos e subprodutos da fauna e flora. (Incluído pela Lei nº
7.804, de 1989).         

2.5 ÓRGÃOS SECCIONAIS E LOCAIS

De acordo com o Site do portal do meio ambiente: “o Semad é tem como missão
formular e coordenar a política estadual de proteção e conservação do meio ambiente e
de gerenciamento dos recursos hídricos e articular as políticas de gestão dos recursos
ambientais, visando ao desenvolvimento sustentável no Estado de Minas Gerais.O
Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema) é formado pela
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), pelos
conselhos estaduais de Política Ambiental (Copam) e de Recursos Hídricos (CERH) e
pelos órgãos vinculados: Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), responsável
pela qualidade ambiental no Estado, no que corresponde à Agenda Marrom, Instituto
Estadual de Florestas (IEF) responsável pela Agenda Verde e Instituto Mineiro de
Gestão das Águas (Igam) que responde pela Agenda Azul.”
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3. LICENCIAMENTO AMBIENTAL

Primeiramente é necessário a realização da classificação do empreendimento


quanto à sua classe. Considera-se essa classificação nos termos da Deliberação
Normativa COPAM nº74/04, sendo estas:
Classe 1 - pequeno porte e pequeno ou médio potencial poluidor;
Classe 2 - médio porte e pequeno potencial poluidor;
Classe 3 - pequeno porte e grande potencial poluidor ou médio porte emédio
potencial poluidor;
Classe 4 - grande porte e pequeno potencial poluidor;
Classe 5 - grande porte e médio potencial poluidor ou médio porte e grande
potencial poluidor;
Classe 6 - grande porte e grande potencial poluidor
Independente de ocorrer no âmbito da União, estados ou municípios, o processo
de licenciamento ambiental é dividido em três etapas, sendo essas necessárias apenas
para empreendimentos de classe 3 a 6. São essas:
a) Licença Prévia (LP): é concedida na fase preliminar de planejamento do
empreendimento ou atividade aprovando, mediante fiscalização prévia obrigatória ao
local, a localização e a concepção do empreendimento, bem como atestando a
viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem
atendidas nas próximas fases de sua implementação. Tem validade de até quatro anos.
b) Licença de Instalação (LI): autoriza a instalação do empreendimento ou
atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos
aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes. Tem
validade de até seis anos.
c) Licença de Operação (LO): autoriza a operação da atividade ou
empreendimento, após fiscalização prévia obrigatória para verificação do efetivo
cumprimento do que consta das licenças anteriores, tal como as medidas de controle
ambiental e as condicionantes porventura determinadas para a operação. É concedida
com prazos de validade de quatro ou de seis anos estando, portanto, sujeita à
revalidação periódica. A LO é passível de cancelamento, desde que configurada a
situação prevista na norma legal.
Para a emissão de qualquer uma dessas licenças, o primeiro passo é preencher
o FCE (Formulário de caracterização do empreendimento) fornecido pelo
Superintendências Regionais de Regularização Ambiental (SUPRAM) e, posteriormente,
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entregá-lo. O órgão ambiental emitirá o FOB (Formulário de orientação Básica), em que


serão descritos todos os documentos que deverão ser apresentados.
Para a renovação da LO, são necessários alguns documentos a fim de
comprovar que o empreendimento está conforme as legislações vigentes:
a) requerimento da licença ambiental conforme modelo fornecido pelo órgão
competente;
b) Declaração da Prefeitura atestando que o local e o tipo de empreendimento/
atividade estão em conformidade com a legislação aplicável ao uso e ocupação do solo;
c) Declaração do corpo de bombeiros comprovando a adequação do
empreendimento quanto ao combate a incêndios;
d) Documento comprobatório da condição do responsável legal pelo
empreendimento;
e) Comprovante do pagamento de indenização dos custos administrativos de
análise da Licença Ambiental;
f) RCA – Relatório de Controle Ambiental;
g) PCA – Plano de Controle Ambiental;
h) Outorga do uso da água, quando a água utilizada pelo empreendimento não
for fornecida pela concessionária local;
i) Certidão da matrícula do imóvel, quando rural, com averbação de reserva legal
j) Certidão negativa (Resolução COPAM nº 01/1992)
Obras civis sujeitas à licenciamento ambiental:
 rodovias, ferrovias, hidrovias , metropolitanos;
 barragens e diques;
 canais para drenagem;
 retificação de curso de água;
 abertura de barras, embocaduras e canais transposição de bacias
hidrográficas;
 outras obras de arte.
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4. FERRAMENTAS DE GESTÃO AMBIENTAL

4.1 SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL

O SGA é uma ferramenta organizacional que visa o controle ambiental, aborda


todas variáveis (solo, água, ar e etc), envolve toda a estrutura da organização e todos
que são ou possam ser influenciados pela atividades da ação impactante. O processo é
baseado na estrutura de um sistema fechado que se retroalimenta com informações dos
processos anteriores para poder alcançar a melhoria contínua.
A implementação de um sistema de gestão ambiental é executada por etapas.
Este processo pode ser dividido em 10 etapas que não têm necessariamente fronteiras
estanques, ou seja, existem ou podem existir intersecções entre actividades inseridas
em diferentes etapas. (Pinto, 2005)
 Levantamento da situação inicial;
 Sensibilização da gestão;
 Definição da política ambiental;
 Definição da equipa de projeto;
 Formação da equipa de projeto em sistemas de gestão ambiental;
 Definição do projeto de implementação;
 Planeamento;
 Implementação e funcionamento;
 Verificação e ações corretivas;
 Certificação.

4.2 CICLO PDCA

Desenvolvido à base de quatro ações sequenciadas que desenvolve um prática de


gestão voltada para melhoria contínua dos processos e organizações por meio de
análises do ciclo, identificando o plano de ação e focando que as ações corretivas
possam alinhar o processo até que o mesmo almeje sempre chegar à perfeição.
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1 – PLAN (PLANEJAR) – O plano é o primeiro passo para aplicação, através do


gerente ambiental, busca-se identificar as políticas e diretrizes da empresa,
empreendimento ou ação impactante, e à partir disso estrutura-se uma estratégia
para que consiga chegar ao produto final da melhor forma. É preciso seguir três
princípios fundamentais:
 Objetivo do Ciclo
 Caminho Crítico
 Método de Alcance
Como ocorre em qualquer planejamento, a boa e cuidadosa elaboração desta etapa
evita falhas e perdas de tempo desnecessárias nas próximas fases do ciclo PDCA.

2 – DO (FAZER) – Esta é a etapa que o planejamento será colocado em prática, a


execução do plano deve ser bem feita, para tanto é preciso que seja feito um
treinamento para haver um entendimento das etapas importantes do caminho crítico
ao mesmo tempo que os métodos preestabelecidos devam ser respeitados e
seguidos atentamente.
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3 – CHECK (VERIFICAR) – A fase de verificar é o momento de fazer o levantamento


de todos os processos do sistema, posteriormente é feito a análise dos resultados
do “Fazer” . O principal objetivo dessa fase é detectar falhas e insuficiências do
plano vigente para posteriormente criar planos de ação parar corrigir erros.

4 – ACT ou Adjust (AGIR, CORRIGIR) – É a última fase. Nela, são tomadas as


ações corretivas com base no que foi verificado. Ou seja, deve-se corrigir as falhas
encontradas no passo anterior. Então, após realizada a investigação das causas
destas falhas ou desvios no processo e após agir para solucioná-las, comece tudo
de novo. Exatamente: como um ciclo, o PDCA deve ser retomado sempre para
que, as práticas e os processos se aprimorem continuamente.

4.2 5W+2H

O 5W2H, consiste em um checklist de determinadas atividades que precisam ser


desenvolvidas de forma clara. Ele funciona como um roteiro destas atividades, onde
ficará estabelecido: o que será feito, quem fará o quê, em qual período de tempo,
em qual área e todos os motivos pelos quais esta atividade deve ser feita, e quanto
custará o processo.
Esta ferramenta é extremamente útil para qualquer sistema de gestão, uma vez que
elimina por completo qualquer dúvida que possa surgir sobre um processo ou sua
atividade. Essa ferramenta baseia-se na elaboração de um questionário formado por
sete perguntas, derivadas do inglês:
 What: O que deve ser feito? (A ação, em si);
 Why: Por que esta ação deve ser realizada? (O objetivo);
 Who: Quem deve realizar a ação? (Os responsáveis);
 Where: Onde a ação deve ser executada? (A localização);
 When: Quando a ação deve ser realizada? (Tempo ou condição);
 How: Como deve ser realizada a ação? (Modo, meios, método, etc);
 How Much: Quanto será o custo da ação a realizar? (Custo, duração,
intensidade, profundidade, nível de detalhamento, etc).

Essa Ferramenta possui 2 variáveis, o 5W1H, que exclui o How Much: Quanto será
o custo da ação a realizar. E o 5W1H que inclui o How Many: Quantidade. Cabe ao
gestor ambiental definir o qual modelo é mais adequado a situação.
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Ao definir o melhor modelo, deve-se responder as perguntas estabelecendo a ação,


o objetivo, os responsáveis, a localização, o tempo, o método e o custo. Feito isso,
deve-se disseminar entre toda equipe e expor em algum lugar visível, de modo que
todos tenham contato constante com esse plano de ação.
O 5W2H potencializa as condições favoráveis a execução da atividade, como
também fornece um ambiente propicio ao sucesso desejado. A ferramenta é um
meio simples e prático. A ausência de duvidas proporcionada pela metodologia
acelera e otimiza as atividades a serem desenvolvidas por uma determinada equipe.

4.3 PRODUÇÃO LIMPA

A ideia da produção limpa consiste na aplicação de conceitos sustentáveis e


estratégicos na linha produtiva de algum projeto, aplicando estratégia técnica,
econômica e ambiental integrada aos processos para criar um produto final com
menor geração de impacto ambiental.
Segundo Gasi e Ferreira (2006, p. 57), estas atitudes devem ser postas em prática
de acordo com o seu grau de importância obedecendo à seguinte hierarquia:
a) prioridade nº 1: Não gerar – inicialmente, deve-se buscar a não geração
de resíduos (efluentes líquidos, emissões atmosféricas e resíduos sólidos).
Os resíduos podem ser eliminados através da substituição de matérias-
primas, reformulação de produtos e inovação tecnológica, entre outros;
b) prioridade nº 2: Minimizar – não podendo eliminar integralmente o
poluente, deve-se minimizar sua geração;
c) prioridade nº 3: Reciclar dentro do processo produtivo – o
reaproveitamento dos resíduos que já foram gerados, no próprio processo
produtivo que os originou;
d) prioridade n° 4: Reciclar fora do processo produtivo – a reciclagem externa
dos resíduos deve ocorrer depois de esgotadas todas as possibilidades de
reciclagem interna.
e) prioridade nº 5: Tratar e dispor – o tratamento e a disposição só devem ser
praticados em último caso e de forma ambientalmente adequada
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Fonte: CNTL/SENAI-RS (1999)

4.4 ECODESIGN

O Ecodesign é o desenvolvimento de um produto sobre a percepção sustentável na


fase de concepção do mesmo, todos os respectivos detalhes e influências
ambientais internas (na empresa) e externas (clientes e fornecedores) deve ser
analisadas previamente sobra a ótica de gerar um produto que evite o impacto
ambiental e promova o produção sustentável.
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) define o ecodesign como todo o processo que
contempla os aspectos ambientais onde o objetivo principal é projetar ambientes,
desenvolver produtos e executar serviços que de alguma maneira irão reduzir o uso
dos recursos não renováveis ou ainda minimizar o impacto ambiental dos mesmos
durante seu ciclo de vida. Isto significa reduzir a geração de resíduo e economizar
custos de disposição final.
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FONTE: SLIDESHARE (2011)

4.5 ABNT NBR ISO 14001

Segundo a ISO 14001 o objetivo é especificar os requisitos relativos a um sistema


da gestão ambiental, permitindo a uma organização desenvolver e implementar uma
política e objetivos que levem em conta os requisitos legais e outros requisitos por
ela subscritos e informações referentes aos aspectos ambientais significativos.
Aplica-se aos aspectos ambientais que a organização identifica como aqueles que
possa controlar e aqueles que possa influenciar. Esta Norma se aplica a qualquer
organização que deseje:
a) estabelecer, implementar, manter e aprimorar um sistema da gestão ambiental,
b) assegurar-se da conformidade com sua política ambiental definida,
c) demonstrar conformidade com esta Norma ao fazer uma auto-avaliação ou
autodeclaração ou buscar confirmação de sua conformidade por partes que tenham
interesse na organização, tais como clientes ou buscar confirmação de sua
autodeclaração por meio de uma organização externa ou buscar certificação/registro
de seu sistema da gestão ambiental por uma organização externa.
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FONTE: NBR ISSO 14001


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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

TINOCO, João Eduardo Prudêncio Tinoco; KRAEMER, Maria Elisabeth Pereira.


Contabilidade e Gestão Ambiental. São Paulo: Atlas, 2006.

ASSOCIAÇÃO Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental. Curso de


Avaliação de Impacto Ambiental. Fortaleza: ABES, 1992. Constituição da
República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: MEC, 1989.

Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República. Conselho


Nacional do Meio Ambiente – CONAMA. Resoluções do CONAMA 001/1986
ed. Brasília

SANTOS, Jarbas Queiroz ;Licenciamento ambiental e política de


descentralização da gestão ambiental no território do Recôncavo da Bahia. /
Jarbas Queiroz dos Santos. – 2014. 96 f.

CONAMA, Resolução nº 237 de 19 de dezembro de 1997. Disponível em: <


http://www. mma .gov.br/port/conama/res/res97/res23797.html> Acesso em: 15 de
jul. de 2012.

GASI, T. M. T; FERREIRA, E. Produção mais limpa. In VILELA JR, A;


DEMAJOROVIC, J (orgs.). Modelos e ferramentas de gestão ambiental: desafios
e perspectivas para as organizações. São Paulo: Ed. Senac, 2006. p. 41-84.

BRASIL. Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional


do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação , e dá
outras providências.

BRASIL, Resolução CONAMA n°237, de 19 de dezembro de 1997. Dispõe sobre a


revisão e complementação dos procedimentos e critérios utilizados para o
licenciamento ambiental. de 19 dezembro 1997.

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