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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

Bacharelado em Engenharia Química

Ana Maria Costa Nogueira


Camila Donato
Isabel Carolina Hutter Gomes
Isabella Emiliany Coelho Castanheira
Leonardo Lopes Petrone

UMIDIFICAÇÃO / DESUMIDIFICAÇÃO

Diamantina
2021
Ana Maria Costa Nogueira
Camila Donato
Isabel Carolina Hutter Gomes
Isabella Emiliany Coelho Castanheira
Leonardo Lopes Petrone

DESUMIDIFICAÇÃO

Relatório apresentado como requisito parcial


para obtenção de aprovação na disciplina
ENQ301 - Laboratório de Engenharia
Química I, no Curso de Engenharia Química,
na Universidade Federal dos Vales do
Jequitinhonha e Mucuri.

Professor: João Vinícios Wirbitzki da Silveira

Diamantina
2021
RESUMO

As operações unitárias de umidificação e desumidificação envolvem transferência de massa e


calor simultaneamente entre dois componentes em duas fases, com a finalidade de aumentar ou
reduzir a umidade de uma corrente gasosa em contato com uma corrente líquida. São empregas
quando se tem por objetivo realizar processos que demandam transferências de calor e massa.
Diversas aplicações em processos industriais envolvem essa técnica, entretanto, a
desumidificação é mais comumente empregada na recuperação de solventes e em etapas do
condicionamento de ar. Assim, a umidificação é frequentemente utilizada para controlar a
umidade do ar e na recuperação de água. O experimento objetivou a determinação das
condições da base e do topo de uma coluna de umidificação, além de estabelecer três linhas de
operação provenientes de três diferentes vazões de água. Dessa forma, foram medidas
temperaturas de bulbo seco e úmido nas correntes de entrada e de saída e, para a bomba
trabalhando em três potências distintas (20%, 30% e 40%). Através dos dados obtidos,
calculou-se os valores para os calores específicos da água em cada uma das potências estudadas.
Os resultados foram de Cp,𝐿20%= 0,198 kJ/kg.º𝐶, Cp,𝐿30% = 0,343 kJ/kg.º𝐶 e Cp,𝐿40% =
0,4651 kJ/kg.º𝐶 sendo inferiores ao consultado na literatura (4,18 kJ/kg.º𝐶). Apesar disso,
verificou-se que à medida que se diminuía a potência de trabalho da bomba, o valor para tal
propriedade tendia a crescer.

Palavras-chave: Linha de operação. Linha de Equilíbrio. Bombas. Operações Unitárias.


6

ABSTRACT

The unit operations of humidification and dehumidification involve simultaneous heat and
mass transfer between two components in two phases, with the purpose of increasing or
reducing the humidity of a gaseous stream in contact with a liquid stream. They are employed
when the objective is to carry out processes that demand heat and mass transfer. Several
applications in industrial processes involve this technique, however, dehumidification is most
commonly employed in solvent recovery and in air conditioning steps. Thus, humidification is
often used for air humidity control and water recovery. The experiment aimed to determine the
conditions at the bottom and top of a humidification column, and to establish three operating
lines from three different water flows. Thus, dry and wet bulb temperatures were measured in
the inlet and outlet streams, and for the pump working at three different powers (20%, 30% and
40%). Using the data obtained, the values for the specific heats of the water in each of the
powers studied were calculated. The results were Cp,𝐿20%= 0,198 kJ/kg.º𝐶, Cp,𝐿30% = 0,343
kJ/kg.º𝐶 e Cp,𝐿40% = 0,4651 kJ/kg.º𝐶 being lower than that consulted in the literature (4.18
kJ/kg.º𝐶). Despite this, it was found that as the working power of the pump was decreased, the
value for such property tended to increase.

Keywords: Operating Line. Equilibrium line. Pumps. Unit Operations.


SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 10
2 OBJETIVOS ..................................................................................................................... 11
2.1 Objetivos Específicos ................................................................................................... 11
3 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................... 12
3.1 Psicrometria................................................................................................................ 13
4 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................... 15
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................................... 19
6 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 24
7 REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 25
1 INTRODUÇÃO
Os processos de umidificação e desumidificação são operações unitárias que
envolvem transferência simultânea de massa e calor. Nessas operações unitárias estão
envolvidos dois componentes e duas fases. Geralmente, a fase líquida é a água e a fase gasosa,
o ar que contém uma fração de vapor da fase líquida.
A umidificação consiste no aumento da umidade absoluta de um gás, muitas vezes,
aumentar o teor de vapor no ar. A transferência de massa e calor ocorre do líquido para o gás.
A umidificação é aplicada para controlar a umidade de um ambiente como também resfriar e
recuperar água mediante contato com ar de baixa umidade.
O processo de desumidificação constitui-se na remoção de parte da umidade de um
gás, diversas vezes, retirar parte do vapor de água do ar úmido. A transferência de calor ocorre
na direção do gás para o líquido. A desumidificação é aplicada na recuperação de solventes e
em etapas do condicionamento de ar.
A temperatura de bulbo seco e bulbo úmido são parâmetros importantes para o
controle do processo. Através desses parâmetros é possível definir a entalpia, umidade relativa
e absoluta usando, densidade, e taxa de transferência de calor e massa, para isso usa-se as cartas
psicrométricas.
O experimento foi realizado utilizado o Módulo Didático de Absorção líquido-
gasoso o qual é composto por uma coluna de adsorção contendo cinco estágios recheados por
Anéis de Raschig. A vazão de entrada do líquido foi variada a fim de analisar a sua influência
na taxa de transferência de calor e massa, consequentemente a eficiência do processo. As
temperaturas de entrada e saída do liquido e do gás, bem como temperatura de bulbo úmido e
bulbo seco foram obtidas usadas para fazer as análises.
2 OBJETIVOS

Estudar a operação e eficiência de uma torre de umidificação ou desumidificação


com diferentes vazões de líquido.
2.1 Objetivos Específicos
• Determinar as condições da base e do topo para traçar a linha de equilíbrio para
as duas operações da torre de desumidificação com três diferentes vazões de água.
• Construir o perfil de temperaturas e da variação de umidade do ar nos diferentes
estágios da torre.
• Determinar o calor especifico da água através da inclinação da linha de
operação.
3 REVISÃO DE LITERATURA

A umidificação e a desumidificação são as operações unitárias mais simples que


envolvem, simultaneamente, transferências de calor e de massa. Nesses processos estão
envolvidos dois componentes e duas fases: a fase líquida, onde na maioria dos casos o
componente é a água, e fase gasosa, que geralmente tem o ar, com uma fração do vapor da fase
líquida, como componente. Esses processos são utilizados em operações de pequena escala,
como controlar a umidade de salas e oficinas, como em sistemas de grande porte como no
resfriamento da água de arrefecimento de usinas termelétricas. (FOUST et al, 1982).
O processo de umidificação consiste em aumentar o teor de vapor no ar e pode ser
usado para controlar a umidade de um ambiente ou para resfriar e recuperar água mediante
contato com ar de baixa umidade. Já o processo de desumidificação consiste em retirar parte
do vapor de água do ar úmido e é, geralmente, utilizado como uma etapa nos sistemas de
condicionamento de ar. (FOUST et al, 1982; VIANA, 2010).
A desumidificação pode acontecer por resfriamento, absorção e adsorção onde uma
mistura quente de vapor e gás entra em contato com líquido frio. Nesse processo, o vapor
condensa da fase gasosa, a fase gasosa esfria e o líquido frio é aquecido. Essa fase líquida
recebe calor sensível e latente por transferência. A Figura 1 mostra essas condições de forma
esquemática. (FOUST et al, 1982; VIANA, 2010).
Figura 1 - Condições em um desumidificador

Fonte: FOUST et al, 1982.


3.1 Psicrometria
A psicrometria é a ciência que estuda propriedades termodinâmicas de misturas de
ar seco e de vapor de água e sua utilização em processos que envolvem ar úmido. Ela é
importante para estudo e projeto de climatização de ambientes, em torres de resfriamento, no
controle ambiental, em meteorologia e para operações de umidificação e desumidificação.
(LUIZ, 2007; TADINI et al, 2016). Segundo Tadini et al (2016), algumas definições como de
ar seco, umidade absoluta, umidade relativa, temperatura de bulbo seco, temperatura de bulbo
úmido e temperatura de orvalho são importantes no estudo dessa ciência.
Considera-se ar seco a mistura de gases que compõem o ar atmosférico, excluindo-
se todo o vapor de água e possíveis contaminantes como partículas suspensas ou outros gases.
Já a umidade absoluta é a razão entre as massas de água e o ar seco presentes na mistura (ar
úmido), enquanto a umidade relativa é a razão entre as frações molares do vapor de água no ar
e no ar saturado à mesma temperatura e pressão. A temperatura de bulbo seco é temperatura de
mistura do ar medida com um termômetro, enquanto a temperatura de bulbo úmido (Tbu) é a
temperatura de mistura do ar, porém nesse caso bulbo do termômetro está envolvido por algum
material absorvente, como algodão ou gaze, completamente umedecido com água. Já a
temperatura de orvalho é a temperatura na qual é atingida a condição de saturação do ar úmido
durante seu resfriamento. (LUIZ, 2007; TADINI et al, 2016; VIANA, 2010).
A carta psicrométrica representa, de forma gráfica, esses conceitos e definições. Os
gráficos foram construídos para um valor fixo de pressão total e com apenas duas propriedades
do ar, todas as demais propriedades podem ser obtidas por essa carta. Uma carta psicométrica
para altas temperaturas e pressão atmosférica pode ser vista na Figura 2, enquanto na Figura 3
é possível observar a disposição das linhas que indicam as propriedades do ar incluídas nas
cartas.
Figura 2 - Carta psicrométrica

Fonte: TADINI et al, 2016

Figura 3 - Esquema de uma carta psicrométrica.

Fonte: TADINI et al, 2016.


3.3 Torre de Resfriamento
Para o processo de desumidificação é comum o uso de torres de resfriamento. Esse
equipamento é composto por uma coluna de transferência de massa e calor, projetada afim de
produzir uma grande área de contato entre as correntes responsáveis pela troca de calor. Há a
aspersão da água líquida fria na parte superior, e do recheio da torre, que aumenta o tempo de
permanência da água no seu interior e a superfície de contato água/ar (OLIVEIRA, 2013).
Vazões altas de ar e água provocam uma convecção mais intensa, elevando os
coeficientes globais de transferência de calor e massa. O aumento das vazões de ar e água
provoca uma maior turbulência no sistema, o que favorece a transferência de calor e massa. As
vazões de água e ar da torre são limitadas pelo tipo de recheio empregado (MIRANDA, 2006;
OLIVEIRA, 2012).
Pode-se calcular a altura da torre de resfriamento pela Equação 1:
𝑉′ 𝑑𝐻𝑣
𝑧= ∫ = 𝐻𝑂𝐺 − 𝑁𝑂𝐺
𝑆𝐾𝑦 𝑎 𝐻𝑙 − 𝐻𝑣

No qual,
• z: altura da torre;
• V’: vazão do solvente;
• S: seção reta da torre;
• 𝐾𝑦: fator de transferência de massa vinculada ao sistema;
• 𝐻𝑣: entalpia da fase líquida;
• a: área interfacial de volume da coluna;
• 𝐻𝑂𝐺: altura da unidade de transferência;
• 𝑁𝑂𝐺: número de unidades de transferência
Com os valores encontrados, através da carta psicométrica, é possível utilizar
métodos gráficos para os cálculos de projeto uma torre de umidificação/desumidificação. A
Figura 4 representa um diagrama para operação de umidificação, que relaciona a entalpia do
vapor Hv e a temperatura do líquido TL. A linha de operação, na desumidificação, deve
encontrar-se acima da linha de equilíbrio. A curva de equilíbrio é aquela que contém os valores
de Hi e Ti na interface, uma vez que na temperatura da interface tem-se a saturação da fase
vapor, existindo um equilíbrio na fronteira das fases.
Figura 4 – Representação gráfica de contato gás-líquido.

Fonte: Foust et al., (1982).

A linha de operação é dada pela Equação 2:


𝐻𝑉2 − 𝐻𝑉1 𝐿𝑚𝑒𝑑 𝐶𝑉
=
𝑇𝐿2 − 𝑇𝐿1 𝑉′
No qual,
• 𝐻𝑉2: valor de entalpia do gás no topo;
• 𝐻𝑉1:valor de entalpia do gás na base;
• 𝑇𝐿2:valor de temperatura do líquido no topo;
• 𝑇𝐿1:valor de temperatura do líquido na base;
• 𝐿𝑚𝑒𝑑: vazão média do líquido;
• 𝐶L : capacidade calorífica;
• V’: vazão do gás seco 2
4 MATERIAIS E MÉTODOS

Os materiais utilizados no experimento de sedimentação em batelada foram


disponibilizados pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri para
realização das práticas propostas pela disciplina Laboratório de Engenharia Química I,
supervisionada pelo Professor Doutor João Vinícios Wirbitzki da Silveira.
4.1 Materiais
Módulo de absorção líquido-gás composto por:
• Torre de absorção com sete módulos de vidro, sendo cinco estágios com recheio
de anéis de Rasching, um topo e um fundo;
• Bomba peristáltica;
• Painel de controle;
• Sensores de temperatura;
• Psicrômetro;
• Válvulas;
• Controlador de nível;
• Controlador de vazão de ar;
• Mangueiras; o Proveta; o Ar ambiente; o Cronômetro; o Compressor de ar.

4.2 Métodos
Inicialmente, verificou-se que a água do reservatório estava em aproximadamente
na temperatura de 5ºC. Em seguida ligou-se a bomba peristáltica com uma potência de 40 % e,
com o auxílio de uma proveta e um cronômetro, mediu-se a vazão de água fria por minuto.
Sendo essa etapa realizada em triplicata. Após a coleta dos dados da vazão, ligou-se a bomba
peristáltica e o compressor de ar, ambos acoplados a torre através de mangueiras. O compressor
transferir o ar do ambiente para o sistema. A vazão de ar foi regulada em aproximadamente 20
L/min.
Na desumidificação, o ar entra pela parte inferior da torre e a água fria entra pela
parte superior. Inicialmente, o psicrômetro deve ser acoplado na parte inferior da coluna para
medir as temperaturas de bulbo seco e úmido do ar de entrada. Posteriormente, o psicrômetro
é acoplado na parte superior da coluna para medir as temperaturas de bulbo seco, bulbo úmido
do ar e as temperaturas de entrada e saída do líquido. Em ambas posições do psicrômetro,
aguardou-se a estabilização das temperaturas.
Os procedimentos equivalentes foram realizados para as potências de 30 % e 20 %,
mantendo a vazão de ar constante em todos os experimentos.
Para encontrar os valores de vazão do ar em kg de ar seco por segundo,
multiplicou-se a vazão do ar, V (m³/s), pela massa específica do ar, (kg ar seco/m³), conforme
a Equação 3:
𝑉 ′ = 𝑉 ∗ ρ𝑎𝑟 (3)
Já para encontrar os valores de vazão de saída da água em kg de água por segundo,
multiplicou-se a vazão da água, L (m³/s), pela massa específica da água, ρ á𝑔𝑢𝑎 = 998 (kg
H2O/m³), conforme a Equação 4.
𝐿𝑚𝑒𝑑 = 𝐿 ∗ 998 (4)
Para o cálculo da eficiência da torre, utiliza-se a Equação 5 a seguir:
𝑇𝑏𝑠𝑒𝑛𝑡 − 𝑇𝑏𝑠𝑠𝑎𝑖
𝑛=
𝑇𝑏𝑠𝑒𝑛𝑡 − 𝑇𝑏𝑢𝑒𝑛𝑡
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A partir da realização do experimento, foi possível obter dados para o estado


estacionário do sistema, bem como as vazões de água para cada potência da bomba. Foram
obtidos os valores para as temperaturas da corrente líquida e gasosa para cada cenário de bomba
específico analisando o painel elétrico da torre de umidificação. As Tabelas 1 e 2 abaixo
demonstram os dados obtidos para a temperatura da corrente líquida e da corrente gasosa,
respectivamente:

Tabela 1 – Dados da temperatura da corrente líquida em 3 cenários

Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3

Potência da bomba (%) 40 30 20

Vazão de líquido (L/min) 0,32 0,20 0,12

Temperatura de entrada da água (ºC) 8,50 9,70 12,9

Temperatura de saída da água (ºC) 11,70 12,30 14,60


Fonte: Autores, 2021.

Tabela 2 – Dados da temperatura da corrente gasosa em 3 cenários

Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3

Potência da bomba (%) 40 30 20

Tbs entrada do ar (ºC) 20,3 20,3 20,3

Tbu entrada do ar (ºC) 17,7 17,7 17,7

Tbs saída do ar (ºC) 18,7 18,8 19,5

Tbu saída do ar (ºC) 14,6 15,0 16,3

Vazão de ar (L/min) 20 20 20
Fonte: Autores, 2021.

A partir da verificação dos dados da Tabela 1 acima, observa-se que houveram


trocas térmicas com o ambiente que fizeram com que a temperatura de entrada aumentasse, já
que era esperado que a água entrasse na torre com a temperatura de 5ºC (temperatura referente
ao banho-maria que havia sido previamente preparado). Também é possível observar que a
temperatura de entrada varia de acordo com a vazão de líquido, já que quanto maior a vazão,
menor é o tempo de troca térmica e consequentemente menor a temperatura.
Com o auxílio de uma carta psicrométrica e de uma calculadora psicrométrica
online, foi possível obter dados importantes sobre a corrente de gás a partir dos dados das
tabelas acima. De modo a obter um resultado mais preciso, foi utilizada a altitude do Campus
da UFVJM, de 1384 metros. Obteve-se valores para massa específica, umidade relativa e
entalpia, que podem ser observados na Tabela 3 abaixo:

Tabela 3 – Dados da obtidos através da psicrometria

Massa
Umidade
Cenário específica Entalpia (kJ/kg)
relativa (%)
(kg/m³)

0,996 78,99 55,83 Entrada


1
1,007 66,56 45,66 Saída

0,996 78,99 55,83 Entrada


2
1,006 68,91 46,90 Saída

0,996 78,99 55,83 Entrada


3
1,002 73,96 51,08 Saída
Fonte: Autores, 2021.

Para cada cenário é apresentado um gráfico que mostra a linha de equilíbrio e a


linha de operação da torre de umidificação/desumidificação. Para a construção da curva de
equilíbrio, utilizou-se valores de temperaturas do líquido em um intervalo de 0 a 16 ºC e suas
respectivas entalpias, encontradas na mesma carta psicrométrica utilizada anteriormente. Para
a construção das linhas de operação de cada cenário, utilizou-se os valores de temperatura de
entrada e saída demonstrados na Tabelas 1 e os respectivos valores de entalpia demonstrados
na Tabela 3. As linhas de operação e equilíbrio podem ser observadas na Figura 4 abaixo:
Figura 4 – Gráfico da linha de equilíbrio e das linhas de operação

60

ENTALPIA (KJ/KG AR SECO)


50
y = 3,1781x + 18,646
y 40
= 3,4346x + 13,584
y =30
2,7941x + 15,036
Linha de
20 Equilibrio
10 Cenário 1

0 Cenário 2
0 2 4 6 8 10 12 14 16
TEMPERATURA DO LÍQUIDO (ºC)

Fonte: Autores, 2021.

Analisando o gráfico da Figura 4, é possível perceber que as linhas de operação


estão acima da linha de equilíbrio, caracterizando o processo de desumidificação e indicando
que o resultado está de acordo com o esperado.
A partir das linhas de operação encontradas, é possível calcular valores
experimentais para o calor específico da água. Com auxílio do Excel, obtivemos as equações
de cada linha de operação e partindo dos coeficientes angulares de cada cenário, foi possível
realizar o cálculo do calor específico. Para isso, foi necessário realizar o cálculo de V’ e do Lmed
através das equações 2 e 3. Todos os valores obtidos são evidenciados na Tabela 4 abaixo:

Tabela 4 – Cálculo do Calor específico da água a partir dos dados da corrente líquida e
gasosa

Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3

Potência (%) 40 30 20

V’ (kg ar seco/min) 0,0199 0,0199 0,0199

Lméd (kg H2O/min) 0,3194 0,1996 0,1198

Cp (kJ/kg H2O.ºC) 0,1982 0,3428 0,4648


Fonte: Autores, 2021.

Os valores encontrados para o calor específico da água foram muito baixos


comparados aos da literatura, já que o Cp médio da água é de 4,2 kJ/kgºC. As divergências nos
valores podem estar relacionadas, por exemplo, a erros na medição das temperaturas pelos
sensores, fator que influencia diretamente nos pontos das linhas de operação utilizadas.
A partir da equação 5, é possível calcular a eficiência da desumidificação. Na
Tabela 5 estão apresentados os resultados obtidos para cada bomba, assim como a relação das
vazões de líquido (L) e do ar (V’).

Tabela 5 – Eficiência da desumidificação e relação das vazões

Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3

Potência (%) 40 30 20

Eficiência (%) 62 58 31

Lméd / V’ (kg água/kg ar seco) 16,03 10,02 6,01


Fonte: Autores, 2021.

Utilizando os valores obtidos para a eficiência e para a relação das vazões, plotou-
se um gráfico que relaciona os dois parâmetros. De acordo com a literatura, essa relação está
relacionada com a transferência de massa entre as fases, logo quanto maior a transferência de
massa, maior a eficiência do processo. A Figura 5 abaixo evidencia essa relação:

Figura 5 – Relação entre a eficiência da torre e a relação L/V’

18
16
14
EFICIÊNCIA (%)

12
10
8
6
4
2
0
0 10 20 30 40 50 60 70
LMED/V' (KG ÁGUA/KG AR SECO)

Fonte: Autores, 2021.

Analisando o gráfico da Figura 5, foi possível observar que ao aumentar a potência


da bomba, há também um aumento na eficiência da torre. Isso ocorre pelo fato de que quanto
maior a potência da bomba, maior será a vazão obtida; sendo assim a relação L/V’ aumenta, já
que a vazão de ar é constante durante o processo.
Nesse experimento os mesmos dados de entrada foram utilizados para os 3 cenários
analisados, então um fator determinante na eficiência do processo, pela equação 5, foi a
temperatura de bulbo seco. Temperaturas de bulbo seco de saída menores resultam em um valor
de eficiência maior.
6 CONCLUSÃO

Através do experimento realizado, conclui-se que o processo de desumidificação


foi comprovado para os três cenários, pois observou-se que as umidades relativas da corrente
de ar de saída foram menores que as de entrada. Percebeu-se que as curvas de operação
referentes às diferentes potências das bombas ficaram sobrepostas à linha de equilíbrio no
gráfico, o que caracteriza então, a operação unitária de desumidificação.
Por meio dos dados obtidos através das medições de temperatura e do diagrama
psicométrico online e das temperaturas de bulbo úmido e bulbo seco, obteve-se a linha de
operação, para cada sistema, e assim, foi possível o cálculo do calor específico da água
(kJ/kgH2O.°C) para as potências da bomba que foram entre 0,198 e 0,465. Dessa forma,
observou-se que os resultados obtidos estão abaixo do valor teórico esperado disponível na
literatura (4,18 kJ/kgH2O.°C). Pode-se pressupor que houve alguma falha nos sensores
analíticos de temperatura do equipamento ou na operação do processo. Além disso, observou-
se que quanto menor o valor das vazões, maiores valores de Cp.
Por fim, calculou-se a eficiência para cada cenário e relacionou-se com Lmed/V’,
uma vez que, para maiores valores dessa relação maior a eficiência do processo. Assim, o
cenário que apresentou melhor eficiência foi o que teve uma maior vazão do líquido.
7 REFERÊNCIAS

FOUST, A. S. et al. Princípios das Operações Unitárias. 2ª edição. Rio de Janeiro: LTC,
1982.

LUIZ, M. R. Bomba de calor para desumidificação e aquecimento do ar. Dissertação


(Mestrado em Engenharia Mecânica) – Universidade Federal da Paraíba. João Pessoa, 2007.

OLIVEIRA, E. G. Umidificação. Unipampa. [S.l.], 2013.

TADINI, C. C. et al. Operações Unitárias na Indústria de Alimentos. Vol 2. 1. ed. Rio de


Janeiro: LTC, 2016.

VIANA, S. T. Análise de viabilidade técnica para a recuperação de água em torres de


resfriamento. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica) – Universidade Federal de
Santa Catarina. Florianópolis, 2010.

VIANA, S. T. Análise de viabilidade técnica para a recuperação de água em torres de


resfriamento. 2010, 96 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica). Universidade
Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2012.

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