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Na década do oceano, Professor Polvo explora confiança e afeto no mar

Explorando uma floresta de algas em Cabo da Boa Esperança, na África do Sul,


o cineasta Craig Foster passa a mergulhar diariamente, buscando se reconectar
com a natureza. Em meio a corais, moluscos e outros animais marinhos, Foster
cria uma improvável relação de confiança com um polvo fêmea, em quem
observa muitas semelhanças conforme se aproxima.

Lançado este ano pela Netflix, Professor Polvo levou dez anos para ser feito e
recebeu a estatueta de melhor documentário de longa-metragem no Oscar 2021.
Este ano também marca o início da Década do Oceano, declarada pela
Organização das Nações Unidas para fortalecer a interface entre ciência e
política no desenvolvimento sustentável dos oceanos.

Donos de personalidade individual e consistente, alguns polvos podem se


colocar em situações de maior risco com mais frequência que outros.
Característica observada também em caranguejos-ermitões, em São Sebastião,
no litoral paulista, pelo grupo de pesquisa de Turra. “Quem é tímido, tende
sempre a ser tímido”, conta.

Para o professor, a ideia de uma relação afetiva explorada no filme Professor


Polvo é interessante para se pensar a empatia entre as espécies. Ele defende que
as imagens de interação entre o polvo e o mergulhador refletem a confiança que
se estabeleceu entre ambos. “Na verdade, ele não se sente ameaçado e a gente
traduz isso no afeto. Mas não podemos encarar de forma muito fria: ‘olha, na
verdade esse é um animal que se acostumou com outras espécies em seu
entorno e se permitiu ter uma interação que, a princípio, pela forma maleável
do corpo, deu a entender que era afetuosa’. Não necessariamente é isso.”

Junto de outros organismos marinhos, o polvo é um invertebrado e sua forma


atual é resultado de um longo processo evolutivo, que levou milhões de anos.
Nessa corrida, o animal perdeu a concha típica entre os moluscos, tornando-o
versátil e flexível. “Um animal que se camufla, imitando a cor e a textura do
fundo. Ele se esconde muito bem em pequenos buracos ao longo dos costões
rochosos; buracos em que ele não conseguiria se esconder se tivesse uma
concha”, explica Turra.

[...]
Desenvolva aqui as explicações teóricas sobre o tema do tópico. Lembre-se de
trazer exemplos (textos autênticos ou produzidos ad hoc) para ilustrar a teoria.
Todos os conceitos devem ser contextualizados. Quando houver um conceito
central no tópico, destaque-o em uma caixa de texto. Não se esqueça de trazer
os boxes (ver nas orientações iniciais) nessa seção.
Aqui, pode haver organização em subtópicos ou subsubtópicos, caso indicado
na topicalização. Devem ser apresentados no padrão 1.1 TÍTULO DO
SUBTÓPICO / 1.1.1 TÍTULO DO SUBSUBTÓPICO

1.1 Predicação e estrutura da sentença:

Você sabia que a Língua Portuguesa é o 5º idioma mais utilizado no


mundo? Com mais de 250 milhões de falantes é natural que existam diferentes
formas de expressar a mesma ideia. Uma pessoa em Portugal não vai se
comunicar da mesma forma que uma pessoa na Bahia, que não vai se
comunicar da mesma forma que uma pessoa em Moçambique, embora todos
esses lugares tenham a Língua Portuguesa como idioma oficial. Pode-se dizer a
mesma coisa das situações de fala: a língua não vai ser utilizada da mesma
forma durante uma conversa informal entre amigos e uma entrevista de
emprego, por exemplo. Ela é um organismo vivo em constante transformação, e
seu uso varia ainda de acordo com uma série de fatores: classe social, idade,
sexo, etc. Portanto, para minimizar as confusões na hora de tanta gente se
comunicar, é necessário manter um padrão mínimo. Imagine se o título do texto
que você leu anteriormente, fosse escrito da seguinte maneira:

“explora confiança e no mar afeto Professor Polvo”

Você provavelmente acharia estranho, por que ao contrário desse


exemplo, em que o verbo foi apresentado antes do sujeito, e os complementos
foram colocados entre um e o outro, na Língua Portuguesa, normalmente, a
grande maioria das sentenças segue uma estrutura simples: sujeito + verbo e
complementos (predicado), nessa ordem. Essa estrutura possibilita que ao se
comunicar, a informação sempre gire em torno de uma ação ou acontecimento
(verbo), mas indicando quem praticou essa ação ou com quem ocorreu esse
acontecimento (sujeito). Agora veja o verdadeiro título do texto jornalístico em
questão:

“[...] Professor Polvo explora confiança e afeto no mar [...]”

Você pode perceber claramente que há um sujeito (Professor Polvo) que


pratica uma ação (explorar). No entanto, existem alguns outros elementos além
do sujeito e do verbo que completam o sentido desse enunciado. Isso acontece
por que para construir os significados, alguns verbos precisam do auxílio de
complementos. O verbo junto aos seus complementos forma o predicado. E a
relação estabelecida entre o verbo e seus complementos é chamada de
predicação.

1.2 Classificação dos verbos quanto à transitividade

Você já sabe que a relação entre os verbos e seus complementos é


chamada de predicação. Essa relação pode ser de dependência ou de
independência. No primeiro caso se diz que o verbo é transitivo. Veja o seguinte
exemplo:
“[...] o cineasta Craig Foster passa a mergulhar diariamente [...]”
No enunciado em questão o sujeito é “o cineasta Craig Foster” e o
predicado é “passa a mergulhar diariamente”, formado pela locução verbal
“passa a mergulhar” e pelo advérbio “diariamente”. Como se pode ver, embora
esse verbo tenha uma relação de dependência com o advérbio “diariamente”,
não existe a necessidade de uso de uma preposição. Por isso, se diz que o verbo
é transitivo direto e o complemento (diariamente) um objeto direto. Agora,
observe o exemplo a seguir:
“[...] não podemos encarar de forma muito fria [...]”
Nesse enunciado o verbo transitivo “encarar” depende da preposição
“de” para se relacionar com seus complementos, por isso se diz que esse verbo
é transitivo indireto, e seu complemento “de forma muito fria”, é o objeto
indireto. Em outros casos, o verbo depende tanto de objetos diretos quanto
objetos indiretos, veja o exemplo:
“[...] levou milhões de anos [...]”
Como se pode observar, o verbo “levou” se relaciona diretamente com o
substantivo “milhões” e indiretamente (utilizando uma preposição) com o
substantivo “anos”. Por isso, o verbo é transitivo direto e indireto, e seus
complementos são, respectivamente, um objeto direto e um objeto indireto. No
entanto, veja o exemplo a seguir:
O homem mergulhou, o polvo saiu.
Você pode verificar que nesses casos a ação está integralmente contida
nos verbos “mergulhou” e “saiu”, que não necessitam de complementos para
expressar a ação. Por isso, diz-se que o verbo é intransitivo. Contudo, a
transitividade dos verbos varia de acordo com o contexto. Veja mais esse
exemplo:
O homem mergulhou de cabeça, mas o polvo saiu da água.
Como se pode observar, os mesmos verbos que no exemplo anterior
eram considerados intransitivos, nesse exemplo são considerados transitivos
indiretos, pois dependem de complementos com auxílio de preposições para
completar a ação expressa no enunciado.

1.3 Predicação e sentido


Veja o seguinte exemplo:
“[...] Um animal que se camufla, imitando a cor e a textura do fundo.
[...]”
Agora veja esse outro exemplo:
“[...] imitando a cor e a textura do fundo. [...]”
No primeiro caso se tem uma frase, ou sentença, por quê se trata de um
enunciado com sentido completo. No segundo caso se trata de uma oração, por
que embora a informação não esteja completa, isto é, não se sabe o que está
imitando “a cor e a textura do fundo”, há um verbo no enunciado. Essa é a
diferença entre a frase e a oração: a frase tem sentido completo, a oração pode
não ter sentido completo, mas sempre terá um verbo.
No entanto, existem frases sem nenhuma oração, como:
Silêncio!
e
Atenção!

Mas também existem frases com apenas uma oração:


“Não tenho o sol escondido no meu bolso de palavras”. Thiago de Mello
Nesse verso do poeta amazonense Thiago de Mello, o único verbo é
“tenho”, embora a ideia que o autor transmite esteja completa. Assim como
nesse exemplo, a frase sempre termina por uma pausa bem definida, marcada
por ponto, ponto de exclamação, ponto de interrogação, reticências ou dois
pontos.

Agora que você já sabe a diferença entre frase e oração, e já aprendeu


sobre a transitividade dos verbos, é importante entender que a predicação diz
respeito às orações (já que existem frases sem verbo). Além disso, você deve
saber que algumas orações possuem verbos não significativos, isto é, verbos que
não possuem o principal significado expresso nas frases. Esses são os chamados
verbos de ligação. Os verbos de ligação unem duas palavras ou expressões de
caráter nominal sem trazer uma ideia nova ao sujeito, funcionando apenas
como elo entre o sujeito e o predicativo, isto é, aquilo que se diz sobre o sujeito.

Veja o exemplo a seguir:

“[...] Professor Polvo é interessante para se pensar a empatia entre as


espécies [...]”

Neste exemplo se tem duas orações, marcadas pelo verbo “é” e pelo
verbo “pensar”. Na primeira delas, “Professor Polvo é interessante”, se tem um
verbo de ligação, ou seja, um verbo que não carrega o principal sentido da
oração, mas serve para ligar o sujeito “Professor Polvo” ao adjetivo
“interessante”. Quando um predicado é constituído por um verbo de ligação, se
diz que se trata de um predicado nominal, isto é, em que a informação principal
é contida nos substantivos ou classes de palavras que os complementam, como
os adjetivos.

Contudo, existem orações em que o sentido depende da presença de


verbos significativos. Esses verbos, como vocês aprenderam, podem ser
intransitivos, transitivos diretos, transitivos indiretos, ou transitivos diretos e
indiretos. Veja o seguinte exemplo:

“[...] Foster cria uma improvável relação de confiança com um polvo


fêmea [...]”

Nesta oração se tem um predicado verbal, pois a principal informação é


transmitida pela ação de “criar”. Existem ainda aqueles predicados formados
tanto por um núcleo verbal quanto por um núcleo nominal. Esse tipo é
chamado predicado verbo-nominal, como no exemplo:

O maratonista chegou vitorioso na reta final.

Nesta oração o predicado é verbo-nominal, por que apresenta dois


núcleos, isto é, duas partes que comportam informações significativas sobre o
sujeito. O primeiro núcleo, verbal, está contido no verbo “chegou”, o segundo
núcleo, nominal, está contido no adjetivo “vitorioso”.
Esclarecendo: Preposição

As preposições são palavras invariáveis, isto é, não se flexionam (transformam)


de acordo com gênero, número, pessoa, tempo, ou qualquer outro parâmetro da
frase, como acontece com a grande maioria das classes de palavras. As
preposições têm como função unir dois termos, de modo que o sentido do
primeiro (antecedente), geralmente um verbo, se explica ou se completa pelo
sentido do segundo (consequente). Veja os exemplos:
ANTECEDENTE – PREPOSIÇÃO – CONSEQUENTE
Vou a Roma.
Todos saíram de casa.
Concordo com você.

As principais preposições da língua portuguesa são: a, ante, até, após, com,


contra, de, desde, em, entre, para, perante, por (per), sem, sob, sobre, trás.

Aprofundando: Locução Verbal

Leia esta frase:


Se você olhar pela janela verá que está chovendo.
A expressão “está chovendo” é uma locução verbal, por quê é formada
por dois verbos, embora pudesse ser substituída pela expressão “chove”.
Locução verbal é composta por dois ou mais verbos, ligados ou não por
preposição. Na locução verbal, o verbo principal (último verbo da locução) é
sempre um verbo no infinitivo (terminado em -r), no gerúndio (terminado em
-ndo) ou no particípio (terminado em -do). Apenas o verbo auxiliar (o primeiro
da locução) se flexiona em tempo, modo e pessoa.
Verbo auxiliar é aquele que, sozinho ou depois de outro verbo numa
locução verbal, expressa a ideia principal da frase. Verbo auxiliar é aquele que
não tem sentido próprio, mas auxilia o verbo principal em uma locução verbal,
em que somente ele, o verbo auxiliar, é conjugado. Veja o exemplo a seguir:
Ele está falando ao telefone.
Na locução verbal “está falando” o verbo “está” é o auxiliar e o verbo
“falando” é o principal. Pode-se perceber isso pela ordem com que os verbos
aparecem na frase, mas o mais importante é entender que a ideia principal da
frase está no verbo “falando”, por isso ele é o principal. Os verbos mais
frequentemente empregados como auxiliares são “ter”, “haver”, “ser” e “estar”,
embora outros também possam ser empregados.

Conhecimento complementar:
O longa-metragem Professor Polvo (Pippa Ehrlich, James Reed, 2020) é uma
obra interessante para refletirmos sobre a relação entre o ser humano e a
natureza. O documentário apresenta a história de amizade entre o cineasta
Craig Foster e uma polvo fêmea, experiência que o ajudou a se curar de uma
depressão e encontrar uma nova motivação profissional.

Em síntese:
- Os verbos significativos podem ser transitivos ou intransitivos.
- Os verbos transitivos são aqueles que necessitam de complemento.
- O verbo é transitivo indireto quando o complemento não necessita de
preposição, e transitivo indireto quando o complemento necessita de
preposição.
- Quando o verbo significativo não precisa de complemento ele é intransitivo.
- O verbo não significativo se chama verbo de ligação, sua função é unir dois
termos, em que o primeiro (antecedente) tem seu sentido explicado pelo
segundo (consequente).
- A relação entre o verbo e seus complementos se chama predicação.
- Quando é constituído por verbo de ligação, o predicado é nominal. Quando é
constituído por um verbo significativo, o predicado é verbal. Quando possui
dois núcleos, um verbal e outro nominal, o predicado é verbo-nominal.
- Frase (ou sentença) é um enunciado de sentido completo. Pode possuir verbo
ou não.
- Oração é um enunciado constituído por um verbo. Pode possuir sentido
completo ou não.

O que falta:
-predicado nominal
- predicado verbal
- predicado verbo-nominal
- cap 1.3

A sentença, também chamada de frase, é um enunciado de sentido


completo, uma unidade mínima de comunicação. Ela termina sempre por uma
pausa bem definida, marcada por ponto, ponto de exclamação, ponto de
interrogação, reticências ou dois pontos. Veja o exemplo a seguir:

“[...] À medida que os oceanos aquecem, a água expande-se e o nível do


mar sobe. [...]”

Esse trecho apresenta a ideia de que o aquecimento dos oceanos é a causa


que tem como consequência o aumento do nível do mar. Trata-se, portanto, de
uma sentença, pois possui um sentido completo, que começa em “À medida” e
termina em “sobe.” Contudo, deve-se observar que essa sentença contém
trechos menores, que sozinhos não possuem sentido completo, mas juntos
constroem o significado.

“[...] À medida que os oceanos aquecem, / a água expande-se e / o nível


do mar sobe. [...]”

Esses trechos se dividem pela presença de diferentes verbos,


consequentemente, de diferentes ações: aquecer, expandir, subir. Cada um
desses trechos corresponde a uma oração. Assim, as orações nada mais são do
que as partes que estruturam as sentenças em torno dos verbos. Os termos
essenciais da oração, por sua vez, são o sujeito e o predicado. O sujeito é o ser
sobre o qual se faz uma declaração. Já o predicado constitui a parte da oração
que contém tudo aquilo que se diz sobre o sujeito. Veja o exemplo a seguir:

“[...] os oceanos absorvem atualmente entre 20% e 30% das emissões de


dióxido de carbono [...]”

Nesta oração, “os oceanos” é o sujeito, e “absorvem atualmente entre


20% e 30% das emissões de dióxido de carbono” é o predicado. Como se pode
ver, além do verbo “absorvem”, o predicado em questão possui diversos outros
elementos. Essa relação estabelecida entre o verbo e seus complementos é
chamada de predicação. À seguir, os diferentes tipos de predicação serão
apresentados e explicados.

1.1.2 – Predicação

O predicado pode ser nominal, verbal ou verbo-nominal. Em cada um


desses tipos de predicado é composto por uma relação diferente entre os verbos
e seus complementos. O predicado nominal é formado por um verbo de ligação
+ predicativo.

Os verbos de ligação unem duas palavras ou expressões de caráter


nominal sem trazer uma ideia nova ao sujeito, funcionando apenas como elo
entre o sujeito e o predicativo, isto é, aquilo que se diz sobre o sujeito.

Veja o exemplo a seguir:

“[...] o padrão de aquecimento dos oceanos é resultado de mudanças na


composição atmosférica [...]”

Na oração em questão, “o padrão de aquecimento dos oceanos” funciona


como sujeito e “é resultado de mudanças na composição atmosférica” funciona
como predicado. Como se pode ver, a principal informação contida nesse tipo
de predicado não está contida no verbo, mas nos elementos que vem depois
dele, o predicativo. Por isso, os verbos de ligação também são conhecidos como
verbos auxiliares e verbos não significativos.

Ao contrário dos predicados nominais, que não possuem verbos


significativos, o predicado verbal tem como núcleo, isto é, como elemento
principal daquilo que se diz do sujeito, um verbo significativo. Veja o seguinte
exemplo:

“[...] O relatório resume dois conjuntos de dados [...]”

Nesta oração, “O relatório” é o sujeito, e “resume dois conjuntos de


dados” é o predicado. Ao contrário da oração anterior a esta, em que o verbo
“é” não possui significado, nesta o verbo “resume” representa o principal
significado do que se diz sobre o sujeito.

O predicado verbo-nominal, por sua vez, possui dois núcleos, um verbo


significativo, como nos predicados verbais, e um predicativo do sujeito, isto é,
uma informação do sujeito expressa por um elemento não verbal. Compare os
exemplos a seguir:

Paulo riu despreocupado.

Paulo riu muito.

Em ambos os casos o sujeito é “Paulo”, mas na primeira oração o


predicado é verbo-nominal, enquanto na segunda oração o predicado é
nominal. Isso acontece por que no primeiro exemplo, o adjetivo
“despreocupado” e o verbo “riu” se referem ao sujeito, constituindo dois
núcleos distintos, isto é, apresentando diferentes informações principais sobre o
mesmo sujeito. No segundo exemplo, apenas o verbo “riu” se refere ao sujeito,
enquanto o advérbio “muito” se refere ao verbo.

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