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DIREITO CIVIL: RESUMO, DEFINIÇÕES, EXEMPLOS E LIVROS

O Direito Civil pode ser entendido como o “direito do cidadão”. Dessa


forma, é um ramo do direito privado, que tem como objetivo implicar
quais serão as regras e condutas que pessoas físicas e jurídicas devem
ter em sociedade.

Presente no cotidiano de todas as pessoas, o Direito Civil é provavelmente a


área mais complexa e extensa do direito do Brasil, abordando todas as
questões jurídicas de pessoas naturais e físicas na esfera privada.

Podendo ser apresentado como sinônimo de direito privado, o Direito Civil pode
ser descrito como o “direito do cidadão”, que rege as condutas das pessoas na
vida em sociedade.

Entretanto, o ordenamento jurídico brasileiro não o traz de forma tão


abrangente, fazendo as divisões necessárias para abordar assuntos da vida
privada de forma mais específica.

Este artigo tem como objetivo fazer um resumo do que é o Direito Civil e de
como ele é aplicado na área jurídica brasileira, além de apresentar o Código
Civil e as suas particularidades e indicar alguns livros sobre o assunto.
Continue o artigo abaixo!

Navegue por este conteúdo


 O que é Direito Civil?
o Qual é a importância do Direito Civil?
 O que se estuda no Direito Civil?
 O Código Civil
o Kit modelos de petições
o Princípios do Código Civil de 2002
 Socialidade
 Eticidade
 Operabilidade (ou concretude)
o Parte geral do Código Civil de 2002
 1. Das Pessoas
 2. Dos Bens
 3. Dos Fatos Jurídicos
o Parte especial do Código Civil de 2002
 1. Direito das Obrigações
o Kit de 11 Modelos de Contratos
 2. Direito de Empresa
 3. Direito das Coisas
 4. Direito de Família
 5. Direito das Sucessões
o Disposições finais e transitórias
 Dica: livros sobre Direito Civil
 Perguntas frequentes sobre Direito Civil
o O que é Direito Civil?
o Qual é a importância do Direito Civil?
o O que se estuda no Direito Civil?
 Conclusão
 Autor: Tiago Fachini
 Siga o Tiago Fachini:

O que é Direito Civil?


O Direito Civil, dentro do ordenamento jurídico brasileiro, é o ramo do direito
que lida com as relações jurídicas, como os direitos e as obrigações, de
pessoas físicas e jurídicas dentro da esfera civil.

Se a descrição parece abrangente, é porque de fato ela é. O Direito Civil é


provavelmente o ramo mais amplo do estudo e aplicação do direito dentro do
território nacional, ditando os regramentos das relações de pessoas nas
questões patrimoniais, obrigacionais e familiares, por exemplo.

O Direito Civil, portanto, pode ser traduzido e entendido com o “direito do


cidadão”. Dessa forma, é um ramo do direito privado, que tem como objetivo
implicar quais serão as regras e condutas que pessoas físicas e jurídicas
devem ter em sociedade.

Numa definição clássica, o Direito Civil poderia ser entendido como toda
matéria do direito que lida com questões dos direitos privados dos cidadãos e
das pessoas, elas sendo físicas ou jurídicas.

O professor de Direito e escritor Marco Evangelista define o Direito Civil como


todo o direito privado.

Entretanto, aponta que o Direito Civil engloba tudo aquilo da esfera de direito
privado que não possui ordenamento jurídico e legislativo específico, como é o
caso do direito empresarial, do direito trabalhista e do direito consumerista, por
exemplo.

Embora o Direito Civil englobe, de forma geral, questões relacionadas


ao Direito do Trabalho e Direito do Comércio, por exemplo, este artigo lidará
apenas com a abrangência dada ao Direito Civil pelo Código Civil (lei nº
10.406/2002).

Qual é a importância do Direito Civil?


Como já vimos, o Direito Civil lida com as relações jurídicas das pessoas
físicas e jurídicas dentro da sociedade. O Código Civil, especificamente, lida
com as questões da família, da vida e da morte da pessoa física, com a relação
de propriedade, do casamento, entre outras.

Dessa forma, o Direito Civil está presente na vida das pessoas


constantemente. Ele está presente quando duas pessoas se casam, quando
alguém adquire um imóvel e até quando uma pessoa morre, deixando bens
para seus herdeiros.
O Direito Civil, então, é responsável por regular a vida em sociedade no geral,
criando as regras necessárias para que a vida social das pessoas possa ser
mantida com ordem, respeitando os direitos individuais e estipulando os
deveres dessas mesmas pessoas.

Por regular questões particulares de pessoas físicas e jurídicas, o Direito Civil é


considerado um ramo do direito privado, mesmo que o Estado tenha influência
em decisões e no ordenamento de como questões civis funcionam (como a
regularização de posse de propriedade, por exemplo).

O que se estuda no Direito Civil?


Embora existam outros ramos do direito que também podem ser inclusos no
Direito Civil (como foi abordado anteriormente), o Código Civil, documento
criado pelo legislador com o objetivo de regulamentar os direitos e obrigações
das pessoas no âmbito civil, aborda questões específicas.

Dessa forma, este artigo irá se ater exclusivamente aos limites de atuação e de
regramentos que o Código Civil impõe na matéria.

O Direito Civil, portanto, lida com questões relacionadas à interação entre


pessoas físicas e jurídicas em questões particulares, além de lidar com as
relações de posse de bens, do direito das empresas, da família e das
sucessões.

Parecem ser pontos pequenos e específicos no nosso ordenamento jurídico,


mas esses direitos são importantíssimos na manutenção da vida em
sociedade. Não é à toa que o Código Civil possui mais de 2 mil artigos!

O Código Civil
Dentro do ordenamento jurídico brasileiro, o Direito Civil, entendido então como
as áreas do direito privado que não são regidas por entendimento jurídico
específico, é regido pelo Código Civil, atualmente o de 2002, estabelecido
através da lei nº 10.406.

Dessa forma, o Código Civil é o resultado do agrupamento de regras e normas


que lidam com assuntos e negócios vinculados às relações jurídicas privadas,
das pessoas que compõem a esfera civil.

O Código Civil anterior ao atual era o de 1916, conhecido como Código de


Bevilacqua, em homenagem ao seu idealizador, Clóvis Bevilacqua. O Código
de Bevilacqua ordenou as relações civis brasileiras durante 86 anos, até que o
código atual, de 2002, passasse a ser a regra, o que aconteceu em janeiro de
2003.

O Código Civil de 2002 é composto por 2.046 artigos e é norteado por três
princípios: socialidade, eticidade e operabilidade (ou concretude). Além disso, é
dividido em duas partes: a Parte Geral e a Parte Especial.
Os princípios e as partes do Código Civil de 2002 são abordadas de forma
mais minuciosa abaixo. Continue lendo!

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Princípios do Código Civil de 2002


A crítica majoritária da doutrina sobre o Código Civil de 1916 é que o mesmo
tinha um viés muito individualista, focado no indivíduo e na sua relação com a
sua propriedade.

O Código Civil de 2002, portanto, se baseou em três princípios para o


ordenamento das suas regras e a para a sua aplicação jurídica: a socialidade,
a eticidade e a operabilidade.

Não se deve confundir os princípios norteadores do código civil com os


princípios gerais do Direito Civil, porque enquanto os primeiros tratam de como
o código civil deve ser visto, os segundos são técnicas interpretativas para a
própria aplicação do direito.

Veremos, abaixo, cada um dos princípios norteadores do Código Civil de 2002.

Socialidade
O princípio da socialidade é provavelmente o princípio fundamental do código
civil atual que mais antagoniza o de 1916.

Ele se baseia no princípio de que os valores coletivos devem ser sempre


favorecidos em detrimento dos valores individuais, fazendo com que o Direito
Civil, um ramo notoriamente privado, leve em consideração a sociedade em
que o indivíduo se encontra.

O princípio da socialidade que guia o código civil atual coloca o coletivo sobre o
individual, diferente da proposta do Código Civil de 1916, que era altamente
individualista.

O princípio da socialidade pode ser visto em vários regramentos do Código


Civil de 2002, como no artigo 421, que aponta a função social do contrato, tal
quais os regramentos da usucapião, que se baseia na prerrogativa
constitucional da função social da propriedade.

“Art. 421. A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do
contrato”.
Eticidade
O princípio da eticidade rege não somente o Direito Civil, mas como todo o
ordenamento jurídico brasileiro.

A eticidade traz a ideia de que a aplicação da lei deve ser realizada levando em
consideração a boa-fé objetiva e subjetiva, além da justiça, da ética, da moral e
com valores de equidade e probidade.

Isso quer dizer que é um princípio guia do Direito Civil a busca pelo combate à
injustiça e a qualquer atitude que seja de má-fé, realizada de forma antiética e
imoral.

O princípio da boa-fé, incluso em diversos artigos do Código Civil, estabelece


um padrão ético para como as pessoas naturais e jurídicas devem agir,
pressupondo sempre a justeza de seus atos, afirmando que a pessoa sempre
deve ter a intenção de agir em conformidade com o direito, mesmo quando não
o faz.

A eticidade como princípio do Código Civil de 2002 pode ser vista, por
exemplo, no artigo 113, que define que os negócios jurídicos devem ser
interpretados a partir do princípio da boa-fé entre as partes:

“Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e


os usos do lugar de sua celebração”.

Operabilidade (ou concretude)


O último princípio norteador do Código Civil de 2002 é o da operabilidade,
também chamado na doutrina de princípio da concretude.

Esse princípio tem como objetivo dar mais autonomia ao julgador para que
aplique as regras e normas impostas pelo Código Civil de uma forma menos
genérica e abstrata, levando em consideração o caso concreto.

Dessa forma, a operabilidade trabalha em dois pontos: o primeiro deles é dar


mais espaço para o legislador criar regras e alterar normas que já existem para
que a lei seja mais facilmente aplicada nos casos reais, levando em
consideração a mudança da sociedade.

O segundo ponto é o poder que o julgador ganha de poder modular as regras e


adaptá-las à realidade do caso no qual trabalha, dando mais importância à
jurisprudência e dando aos juízes mais poder para chegar a uma conclusão
mais justa do caso concreto.

Continue seus estudos e leia mais sobre repristinação!


Parte geral do Código Civil de 2002
Como falamos anteriormente, o Código Civil, que ordena o Direito Civil no
Brasil, é dividido em duas partes: a geral e a especial.

A parte geral é separada em três livros, que apontam as questões gerais do


ordenamento jurídico para a resolução de conflitos, o apontamento de direitos e
de deveres das pessoas, dos bens e dos fatos jurídicos, como será visto com
mais especificidade abaixo.

1. Das Pessoas
O primeiro livro do Código Civil de 2002 trata das regras e normas, dentro do
âmbito do Direito Civil, para as pessoas (naturais e jurídicas).

Trata da personalidade, da capacidade, dos direitos e deveres das pessoas


naturais e da sucessão de bens.

Também trata das pessoas jurídicas, definindo diferentes formas de


constituição de pessoas jurídicas.

E também apresenta a definição do domicílio para questões legais.

O Livro 1 (Das Pessoas) comporta os artigos 1º ao 78 do Código Civil de 2002.

2. Dos Bens
O Livro 2 da parte geral do Código Civil de 2002 trata das classificações dos
bens.

Ou seja, define quando um bem é imóvel ou móvel, dos bens divisíveis,


consumíveis, singulares e coletivos, reciprocamente considerados ou públicos
e privados.

Estão presentes nesse livro todos os artigos entre o 79 e o 103.

3. Dos Fatos Jurídicos


O terceiro livro da parte geral do Código Civil 2002 lida com as questões e
regramentos dos fatos jurídicos.

Incluem-se nos fatos jurídicos os negócios jurídicos, atos jurídicos lícitos e


ilícitos, possibilidade de representação no negócio jurídico, como também da
parte dos defeitos, como erro, dolo, fraudes, coação, estado de perigo, além de
lidar com casos de invalidade de negócio jurídico.

Lida, também, com prescrição do negócio jurídico, decadência e com os


métodos de comprovação do fato jurídico, por meio da obtenção de provas
determinadas por lei.
Os regramentos gerais sobre os fatos jurídicos estão impressos nos
artigos 104 a 232 do Código Civil de 2002.

Parte especial do Código Civil de 2002


A parte especial, por sua vez, trata das áreas do Direito Civil que não possuem,
até o momento, legislação e ordenamento jurídico específicos, sendo os
assuntos tratados pelo Código Civil.

A parte especial é dividida em cinco livros: o direito das obrigações, direitos das
empresas, direto das coisas, direito da família e o direito das sucessões.

A parte especial é a parte mais robusta do Código Civil de 2002.

1. Direito das Obrigações


O direito das obrigações dá os regramentos das obrigações entre partes de um
contrato e entre credores e devedores.

Lida com modalidades de obrigações, quitação e extinção das mesmas,


inadimplemento das obrigações, tipos de contratos no direito
civil, responsabilidade civil, promessas de compra e venda, entre outros
assuntos relacionados com o tema.

O direito das obrigações é uma parte substancial do Direito Civil, tendo como
regramentos os artigos 233 a 965 do código civil.

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2. Direito de Empresa
O segundo livro da parte especial do Código Civil apresenta os regramentos
sobre os tipos de empresa, sobre os direitos e deveres do empresário, sobre a
constituição e dissolução de uma empresa e dos direitos e deveres dos sócios.

Os artigos 966 a 1.195 apresentam as regras dessa categoria do Direito Civil.

3. Direito das Coisas


Embora o nome desse livro do Código Civil seja “direito das coisas”, ele trata
da relação entre as pessoas e bens.
Nessa parte do Direito Civil e do Código Civil de 2002, aborda-se: posse, direito
à propriedade, habitação, uso de bens, direitos do comprador, penhora,
hipoteca e outros temas relacionados com os direitos das pessoas com as
coisas.

Os regramentos do Direito das Coisas estão entre os artigos 1.196 e 1.510.

4. Direito de Família
O direito de família, como se espera, trata das relações existentes dentro da
relação conjugal sob a ótima legal.

O livro aborda o casamento, o divórcio, relações de parentesco entre


familiares, direitos patrimoniais, direitos à pensão alimentícia e regramentos
sobre o assunto, tutela, emancipação, união estável, entre outros.

Compõem o livro do Direito de Família os artigos 1.511 a 1.783-A.

5. Direito das Sucessões


Por último, está o direito das sucessões, que aborda como deve funcionar a
sucessão de bens, direitos e deveres no caso de falecimento ou ausência de
um indivíduo.

O livro aborda temas como sucessões em geral, partilhas de bens, inventário e


suas regras, ordem hereditária, testamentos e legados.

Está presente no Código Civil entre os artigos 1.784 e 2.027.

Disposições finais e transitórias


Os últimos artigos do Código Civil de 2002 (do artigo 2.028 ao artigo 2.046) não
tratam diretamente de questões do Direito Civil, mas apresentam disposições
finais sobre os artigos apresentados anteriormente, além de questões de
transição entre o código civil atual e o de 1916.

Dica: livros sobre Direito Civil


Existe uma miríade de livros sobre o Direito Civil na doutrina brasileira, por ser
um tema muito extenso, que aborda diferentes áreas do direito.

Estudantes do direito que se preparam para concursos e profissionais que


lidam com questões do Direito Civil tendem a procurar boas leituras sobre o
tema para se prepararem e se manterem informados sobre o assunto.

Por isso, indicamos três livros sobre Direito Civil que são comumente
apresentados em cursos que preparam candidatos de concursos públicos em
áreas profissionais do direito.
Em primeiro lugar, apontamos como dica de leitura o livro “Instituições do
Direito Civil”, do ex-professor de Direito Civil da Universidade Federal do Rio de
Janeiro, Caio Mário da Silva Pereira. É um livro muito recomendado por
professores para pessoas que procuram realizar concursos públicos.

O livro “Manual de Direito Civil”, do Flávio Tartuce, por sua vez, é apontado
como um livro que aponta as aplicações do Código Civil e de outros
regramentos que tenham relação com o Direito Civil. É destinado aos
aplicadores do direito, como juízes, advogados e procuradores.

Por último, o eBook “Direito Civil sem estresse!”, do professor Marco


Evangelista, já citado neste artigo. O autor aborda questões relacionadas ao
Direito Civil de uma forma mais descontraída e informal do que o tema
geralmente é abordado, sendo indicado para pessoas que querem apenas se
manter atualizadas sobre o tema.

Perguntas frequentes sobre Direito Civil

O que é Direito Civil?


O Direito Civil, dentro do ordenamento jurídico brasileiro, é o ramo do direito
que lida com as relações jurídicas, como os direitos e as obrigações, de
pessoas físicas e jurídicas dentro da esfera civil.

Qual é a importância do Direito Civil?


O Direito Civil lida com as relações jurídicas das pessoas físicas e jurídicas
dentro da sociedade. O Código Civil, especificamente, lida com as questões da
família, da vida e da morte da pessoa física, com a relação de propriedade, do
casamento, entre outras.

O que se estuda no Direito Civil?


O Direito Civil lida com questões relacionadas à interação entre pessoas físicas
e jurídicas em questões particulares, além de lidar com as relações de posse
de bens, do direito das empresas, da família e das sucessões.

Conclusão
O Direito Civil, embora possa ser visto como toda a relação jurídica particular
do cidadão na sociedade, é formado pelos direitos privados que não possuem
regulamento específico, ficando sob o guarda-chuva do Código Civil de 2002.

Dessa forma, é notável que o Direito Civil não só é muito importante para a
manutenção da vida em sociedade e na preservação dos direitos individuais e
coletivos, como também permeia toda a atividade do profissional do direito.

Conhecê-lo bem, portanto, é obrigação de todo o advogado ou aplicador do


direito que tenha interesse em operar na área do direito privado e particular,
desde a formação de empresas ao estabelecimento legal do casamento e a
sucessão de bens.

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