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Gerência de Marketing
Flávia Andrade
Coordenação editorial
Michelle Cândida Caetano
Revisão
Débora Costa
Maria Marinho
Queila Memoria
Capa
Hosseu Design / Josias Finamore
Coordenação de e-book
Elba Alencar
Diretora Executiva
Flávia Andrade
Gerente de Marketing
Renata Gonçalves
Fernando de Lima
Marketing
CONVERSÃO E-BOOK:
Brazil Deluxe Ltda
2016
As citações bíblicas utilizadas neste livro foram extraídas das versões Almeida Revista e Corrigida
(ARC), Almeida Revista e Atualizada (ARA), da Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH) e da
Nova Versão Internacional (NVI), e visam incentivar a leitura das Sagradas Escrituras.
É proibida a reprodução total ou parcial do texto deste livro por quaisquer meios (mecânicos,
eletrônicos, xerográficos, fotográficos etc.), a não ser em citações breves, com indicação da fonte
bibliográfica.
Este livro está de acordo com as mudanças propostas pelo novo Acordo Ortográfico, que entrou em
vigor em janeiro de 2009.
Sumário
Recomendações
Dedicatória
Agradecimentos
Prefácio
Introdução
PARTE 1
FAMÍLIA – A TRANSMISSÃO DA CULTURA
1.1. Família e Conceituação
1.2. Uma Análise sobre o Cenário da Transmissão Familiar
1.3. A Falência dos Rituais Familiares
1.4. Família e Resiliência
PARTE 2
FAMÍLIA – UMA ESPECIAL HISTÓRIA DE AMOR
2.1. Resolvendo o Passado para Edificar no Presente os
Fundamentos da Geração do Futuro
2.2. Ira – A Dor Oculta da Alma
2.3. Compulsão à Repetição
PARTE 3
FAMÍLIA – A DINÂMICA RELACIONAL E A CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO
3.1. Apegos e Vínculos Familiares
3.2. As Funções Familiares: Materna e Paterna
3.3. O Desafio da Feminilidade
3.4. O Declínio da Função Paterna
PARTE 4
FAMÍLIAS DISFUNCIONAIS
4.1. Permitindo à Criança Crescer: Deixar Pai e Mãe
PARTE 5
FAMÍLIAS PSICOSSOMÁTICAS – QUANDO A DINÂMICA FAMILIAR
ADOECE O SUJEITO
5.1. Equilíbrio e Desequilíbrio Familiar
5.2. Fenômenos Psicossomáticos
5.3. As Disfunções e o Adoecimento Familiar
PARTE 6
ALGUMAS OUTRAS FAMÍLIAS
6.1. Famílias Violentas
6.2. Famílias Incestuosas
6.3. Famílias Enlutadas
Considerações Finais
Referências Bibliográficas
Sobre a Autora
Recomendações
Alcione Emerich
Filósofo, teólogo, terapeuta familiar, escritor de vários livros na área de
Libertação Cristã e presidente do SECRAI
A ideia da família foi criada por Deus. Por isso, não é de se admirar que
Satanás sempre procure destruí-la. A Dra. Ilma Cunha é uma profissional
especializada na área da família. Sua habilidade de articular conceitos
psicológicos e espirituais profundos possibilita que você entenda além da
superfície. Leia este livro, e você será desafiado a criar uma nova herança de
bênçãos para sua família.
Devi Titus
Dedicatória
Estamos juntos!
Agradecimentos
Há muita gente a quem agradecer neste percurso de aprofundamento da
temática família. Em muitos momentos, esses clientes, amigos, irmãos,
familiares e companheiros de trajetória foram os que me permitiram fazer
laboratório das minhas pesquisas e descobertas. Ouviram-me,
compartilharam ideias, opiniões, deram sugestões, enfim, enriqueceram-me
com suas contribuições preciosas.
Muitos achavam interessantes as questões que eu abordava e a maneira
como tratava de textos bíblicos já tão conhecidos, os quais surgiam
novamente como um manancial de sabedoria para o conhecimento da alma
humana. Alguns sutilmente perceberam que não era apenas uma teorização,
mas algo profundo que emergia das minhas angústias e dores, das minhas
vivências e experiências familiares. Sônia, irmã e amiga, Danny, seu esposo,
e Sandra, nora, amiga e companheira de trabalho, perceberam as dores desse
parto anunciado.
Alguns foram de profunda inspiração para mim: meu pai, José Gomes,
que me tem inspirado por meio do seu exemplo, vitalidade, fé e expressão de
amor; e minha mãe, a qual, antes de partir, acreditou que, um dia, eu iria
aprofundar-me no conhecimento da alma humana. Ela me dizia que, um dia,
eu compreenderia além do que é visível.
Ao meu esposo, poeta inspirado e inspirador, com quem tenho
compartilhado minhas compreensões das questões humanas e que traduz em
forma de poesia e música a linguagem da alma. Sem seu apoio, parceria e
incentivo, este trabalho não seria possível.
Agradeço aos meus filhos, Érik e Bruno, que receberam a nossa
transmissão familiar e que têm sido fiéis depositários das nossas crenças e
valores, bem como profissionais competentes e éticos, defensores dos valores
familiares e dos princípios cristãos. Com eles, vivenciei a função materna
com todas as implicações discutidas neste trabalho.
À Samira Caus, uma amiga especial, psicanalista e terapeuta familiar,
parceira de estudos em diversos cursos e no percurso psicanalítico, com
quem compartilhei muitas ideias sobre a temática família e as questões da
psicossomática. Ela me ajudou em muitas pesquisas e na fundamentação
teórica de trabalhos que apresentamos em conjunto.
Aos meus mestres, e aos mais importantes mestres: meus analisandos.
Cada um chegou para ensinar-me e tratar-me um pouco mais. Aprendizado
precioso, único e singular.
À Rosa Bezerra, professora da FCU – Florida Christian University, que
me orientou em minha tese de conclusão do doutorado com paciência, lendo
e respondendo às minhas dúvidas, apontando onde eu deveria melhorar e
contribuindo com suas observações.
Um agradecimento especial ao Dr. Anthony Portigliatti, Chanceler da
FCU, Florida Christian University, que abriu para mim as portas de um
cenário rico de possibilidades de transmissão das minhas compreensões, que
acolheu minhas ideias e deu-me sugestões e orientações preciosas para
nortear minha temática. Daí, abriu-se uma dimensão ampla que resultou em
minha entrada na FCU, para Mestrado e Doutorado, e na tese que deu
origem a este livro e a novas fronteiras para este trabalho.
Prefácio
Platão
Introdução
PARTE
1
FAMÍLIA
A TRANSMISSÃO DA CULTURA
Não forneçam mais palha ao povo para fazer tijolos, como faziam
antes. Eles que tratem de ajuntar palha! Mas exijam que
continuem a fazer a mesma quantidade de tijolos; não reduzam a
cota. São preguiçosos, e por isso estão clamando: ‘Iremos oferecer
sacrifícios ao nosso Deus’. Aumentem a carga de trabalho dessa
gente para que cumpram suas tarefas e não deem atenção a
mentiras. Os feitores e os capatazes foram dizer ao povo: “Assim
diz o faraó: ‘Já não lhes darei palha. Saiam e recolham-na onde
puderem achá-la, pois o trabalho de vocês em nada será
reduzido’”. O povo então espalhou-se por todo o Egito, a fim de
ajuntar restolho em lugar da palha.
Êxodo 5.7-12 NVI
Sabemos que a palha era necessária para a produção dos tijolos, mas o
texto diz que o povo andava por todo o Egito, pegando restolho em lugar de
palha. E a pressão dos capatazes continuou ainda mais, com o objetivo de
ocupá-los de tal forma, para que o sonho de liberdade se perdesse em meio
ao extenuante trabalho. Da mesma forma, sabemos que o trabalho é
necessário para a luta pela sobrevivência. O mundo corporativo exige
qualidade, comprometimento e dedicação ao trabalho, portanto, as pressões
não irão diminuir.
O tempo dedicado ao trabalho ocupa a maior parte do nosso tempo, e o
que sobra é o mínimo para o desempenho de todos os outros papéis:
conjugal, filhos, familiares (pais, irmãos, parentes), educacional, social,
espiritual, religioso, recreacional (lazer), etc. É grande a demanda, pois todos
estes papéis têm importância em nossa vida, e cada um que for negligenciado
terá o seu custo.
Mas, o que seria restolho no nosso tempo? Qual o significado? Penso
que é todo o tempo que gastamos com coisas que não agregam valor à nossa
vida. A internet está aí, com todas as demandas das redes sociais, utilizando
um tempo que, para nós, já é tão escasso, e o subtrai, quando poderia
destiná-lo a papéis tão importantes e significativos da nossa vida.
É evidente que, quando bem utilizada, a internet é um recurso
importante, que traz benefícios em muitos sentidos. Mas o que temos visto
são pessoas reféns e, algumas, totalmente dependentes, que utilizam o
restante do tempo, que não é destinado ao trabalho, para mergulhar na
alienação da rede. Estão totalmente enredadas e escravizadas pela sedução
virtual. Isto é restolho, que não tem valor algum, é escravidão. A família sofre
os profundos efeitos desta inversão de prioridades, além de todas as
consequências que vêm sobre a vida espiritual e sobre a saúde física, mental
e emocional.
Este é o desafio da igreja cristã neste tempo: compreender que as
mudanças ocorreram e que a igreja é composta por muitas dessas
configurações familiares que possuem os efeitos da nossa era globalizada.
Portanto, não é possível a igreja se eximir de sua responsabilidade de cuidar
dessas famílias com suas necessidades e conflitos. É necessário acolhê-las
com amor e orientá-las nos princípios da Palavra de Deus.
Cada vez mais a palavra de Lucas 1.17 (ARA) torna-se atual e necessária
para a realidade da igreja da pós-modernidade, em sua missão de preparar o
caminho do Senhor: Para converter o coração dos pais aos filhos, converter
os desobedientes à prudência dos justos e habilitar para o Senhor um
povo preparado (ênfase da autora). É tempo de preparo e de sairmos do
movimento da informação, apenas para a busca de conhecimentos que
transformam-se em prática de vida: Respondeu-lhes Jesus: Errais, não
conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus (Mt 22.29 ARA).
A família é, pois, o lugar de transmissão da cultura e o primeiro abrigo
para o homem, onde formam-se crenças e valores, construção de identidade
e de preparação para a vida. Mas, como fica esta transmissão em meio a
variedade de configurações familiares?
Com as famílias reconstruídas, vêm os filhos – os meus, os seus e os
nossos – e um mosaico de herança cultural. Essas crianças, muitas vezes,
colecionam padrastos, madrastas, meios-irmãos e outros parentes adotivos.
Nesse contexto, os conflitos evidenciam-se por questões mal resolvidas dos
cônjuges e ex-cônjuges, que são depositadas no novo relacionamento.
Há mães que não falam com o ex-marido devido a uma série de
situações conflituosas da conjugalidade, as quais deixaram restos de
rancores no relacionamento partido. Mas, por necessidades vinculadas à
criança, o contato precisa ser mantido de alguma maneira. A criança é eleita,
simbolicamente, como a mediadora destas questões conflituosas e como
porta-voz dos pais; porém, não é impunemente a sustentadora de um
relacionamento partido. Nesse ambiente, carrega em si mesma as marcas da
dor, da ansiedade e da angústia, por não dar conta de toda a demanda dos
pais.
O apóstolo Paulo, em sua carta dirigida aos Gálatas, diz no versículo 15
do capítulo 5 um texto apropriado a esta contradição familiar: Mas se vocês
se mordem e se devoram uns aos outros, cuidado para não se destruírem
mutuamente (NVI).
Muitas vezes, essas questões mal resolvidas nas separações lançam os
filhos em um cenário de guerra, onde todos saem perdendo. O
relacionamento com ex-marido, ex-mulher, padrasto, madrasta, namorada
do pai, namorado da mãe, avós, avós de irmãos, irmãos de sangue e meios-
irmãos acarreta interferências na educação, limites divergentes da semana e
do final de semana, mensagens contraditórias recebidas dos pais,
autoridades questionadas, vínculos de afetos que se fazem e se desfazem
bruscamente, mais de uma casa, mais de um quarto e o distanciamento dos
filhos como cruel forma punitiva ao ex-cônjuge, etc.
Como fica a formação da criança neste emaranhado de questões? E a
construção da identidade? O que se transmite para a próxima geração? São
questões angustiantes que tomam as nossas discussões e reflexões sobre a
família no cenário atual.
Ao longo dos anos, muitos estudiosos já apontavam para tais questões
que afetariam a família: Freud (apud VOLNOVICH, 1993) foi, talvez, um dos
primeiros estudiosos a chamar a atenção sobre as mudanças que estavam
acontecendo nas famílias, e apontou de que forma isso provocaria o
desmoronamento da figura paterna como ideal. Ele demonstra esta
preocupação quando diz “que o avanço da modernidade no homem e a
constituição de uma subjetividade onde a liderança do pai desaparece,
retratam a família de hoje”. Ele temia a fragilização do significante pai e a
sua substituição por um conjunto de saberes advindos da modernidade, o
que acabou acontecendo e fragmentando a vida familiar.
As discussões sociais e judiciais sobre as disputas que envolvem
paternidade questionam: O que é um pai? Como objetivar a questão paterna
diante dessas demandas? Quem deve ser considerado pai de fato, o homem
que, junto com a mãe, concebeu a criança como pai biológico ou aquele que
exerceu a função ao assumir a responsabilidade de criar a criança,
constituindo-se como pai afetivo? São questões que levam a uma nova
definição do que é um pai no âmbito jurídico com as demandas judiciais que
envolvem a paternidade: pai biológico ou pai afetivo?
Nota de rodapé
1 FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. 1ª. Ed. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 1996.
Se pensarmos que a maioria das histórias repetidas já tem um final
conhecido na geração anterior, parece estranho que uma pessoa não se dê
conta da repetição. Mas, é bem mais cômodo o lugar de vítima da história, de
responsabilizar a geração passada e deitar-se comodamente na cama da
vitimização, da queixa, da amargura, da revolta e da culpa aos pais, do que
olhar para a própria responsabilidade pela escolha da condição em que quer
viver e da condução que quer dar a própria vida.
Assumir essa responsabilidade é conhecer a história, identificar os
males, elaborar as perdas, fazer o luto da família ideal, abrir o coração para
transformar a dor em palavras, para permitir que as questões passadas
fiquem na única dimensão de tempo que elas devem ficar: no passado.
Quando tomamos consciência de nossa responsabilidade, aprendemos a
lidar com as adversidades da vida, utilizando o tempo que temos – o
presente – como fonte de oportunidade para reescrevermos a história,
ressignificando-a, para que seus efeitos não impossibilitem os sonhos que
queremos realizar no futuro. Passamos a ser agentes da nossa história e
saímos da posição passiva de sofrer a história sem uma ação compatível de
mudança.
Resiliência é o termo utilizado atualmente, para falar desta disposição
de lidar com as adversidades do passado, como aprendizado para o presente.
1.4. Família e Resiliência
1 FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. 1ª. Ed. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 1996.
A história do apóstolo Paulo apresenta a vivência desse conceito. Foi
numa prisão romana que ele escreveu a carta aos Filipenses. Uma carta com
um texto singular, marcado de expressões fortalecedoras, afirmando com
convicção e o diferencial que constituiu o conceito de resiliência para ele:
aprendizagem nas adversidades e contentamento como motivação e energia
interna para lutar: Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer
situação (Fp 4.12 NVI).
A aprendizagem faz parte do contexto educacional, como também ser
provado, aprovado ou reprovado. A prova constitui um desafio, mas também
confirma a aprendizagem. Quando queremos ser aprovados, encaramos cada
dificuldade e cada circunstância difícil como um desafio a ser enfrentado
com coragem e determinação. Isto requer disposição interna para lutar e
para enxergar as lições que podem ser aprendidas.
Não estamos isentos de passarmos por lutas e adversidades, mas se
ficarmos mergulhados nelas, será nossa escolha e responsabilidade. O
apóstolo Paulo nos fala dos efeitos das provas em nossa vida, na carta que
escreveu aos Romanos: Porque sabemos que a tribulação produz
perseverança; a perseverança, um caráter aprovado; e o caráter
aprovado, esperança (Rm 5.3,4 NVI). Isso significa que desenvolvemos
músculos emocionais quando passamos pelas provas e aprendemos com ela.
Ganhamos consistência para enfrentarmos outras dificuldades e desafios, e
nos tornamos mais ousados, mais corajosos e mais dispostos a cumprir os
propósitos de Deus em nossa vida.
Nota de rodapé
1 FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. 1ª. Ed. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 1996.
PARTE
2
FAMÍLIA
UMA ESPECIAL HISTÓRIA DE AMOR
O QUE É O AMOR?
Você estava no Éden, no jardim de Deus; […] Você foi ungido como
um querubim guardião, pois para isso eu o designei. Você estava
no monte santo de Deus e caminhava entre as pedras fulgurantes.
Você era inculpável em seus caminhos desde o dia em que foi
criado até que se achou maldade em você.
Ezequiel 28.13-15 NVI
Então o Senhor Deus declarou: “Não é bom que o homem esteja só;
farei para ele alguém que o auxilie e lhe corresponda”. […] Então o
Senhor Deus fez o homem cair em profundo sono e, enquanto este
dormia, tirou-lhe uma das costelas fechando o lugar com carne.
Então o SENHOR Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este
adormeceu; e tomou uma das suas costelas, e cerrou a carne em
seu lugar. […] Com a costela que havia tirado do homem, o Senhor
Deus fez uma mulher e a levou até ele.
AUTORIZAR-SE A SER
AUTORIZAR-SE A SER
Os ídolos deles, de prata e ouro, são feitos por mãos humanas. Têm
boca, mas não podem falar, olhos, mas não podem ver; têm
ouvidos, mas não podem ouvir, nariz, mas não podem sentir
cheiro; têm mãos, mas nada podem apalpar, pés, mas não podem
andar; e não emitem som algum com a garganta. Tornem-se como
eles aqueles que os fazem e todos os que neles confiam.
Salmo 115.4-8 NVI
Têm boca, mas não podem falar: A linguagem da dor fica calada na
alma, produzindo sintomas. É um silêncio raivoso, irritado, agressivo,
mal-humorado ou mesmo uma apatia e depressão. Não conseguem
transformar a dor em palavras, fazer a elaboração, porque se deitam na
cama da vitimização e da acomodação.
Têm ouvidos, mas não podem ouvir: Por mais que as palavras circulem
à sua volta, que ouçam mensagens contundentes, não permitem que elas
entrem em seu coração e promovam mudanças comportamentais. Não
há uma escuta eficaz, interna; não conseguem ouvir com o terceiro
ouvido: o ouvido da alma. Não foi por força de expressão que Jesus
disse: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.
Têm nariz, mas não podem sentir cheiro. Não percebem que a
amargura que toma o seu interior exala um cheiro que afasta as pessoas.
Têm pés, mas não podem andar. Andam em círculos, repetindo, vezes
sem conta, os mesmos comportamentos, os mesmos discursos, as
mesmas ações. Entram no círculo vicioso de ganhar e perder. A vida fica
paralisada.
Têm boca, mas não podem falar: A linguagem da dor fica calada na
alma, produzindo sintomas. É um silêncio raivoso, irritado, agressivo,
mal-humorado ou mesmo uma apatia e depressão. Não conseguem
transformar a dor em palavras, fazer a elaboração, porque se deitam na
cama da vitimização e da acomodação.
Têm ouvidos, mas não podem ouvir: Por mais que as palavras circulem
à sua volta, que ouçam mensagens contundentes, não permitem que elas
entrem em seu coração e promovam mudanças comportamentais. Não
há uma escuta eficaz, interna; não conseguem ouvir com o terceiro
ouvido: o ouvido da alma. Não foi por
força de expressão que Jesus disse: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.
Têm nariz, mas não podem sentir cheiro. Não percebem que a
amargura que toma o seu interior exala um cheiro que afasta as pessoas.
Têm pés, mas não podem andar. Andam em círculos, repetindo, vezes
sem conta, os mesmos comportamentos, os mesmos discursos, as
mesmas ações. Entram no círculo vicioso de ganhar e perder. A vida fica
paralisada.
PARTE
3
FAMÍLIA
A DINÂMICA RELACIONAL E A
CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO
Mulheres, dirijam seu OLHAR para seu marido, para que seus
filhos o vejam em sua função paterna, em sua autoridade, porque
ele tem a missão, a difícil e importante missão de amar sua mulher
como Cristo amou a igreja, para proteger seus filhos na fundação da
geração seguinte. (Paráfrase minha)
Quando os filhos vão embora, o ninho fica vazio, sem amor, carinho e
afeto. Um ninho frio… muito frio. O casal está junto, mas como dois
porcos espinhos, que se espetam o tempo todo. Duas pessoas
amarguradas e distantes, que não têm mais interesses em comum e que
vivem isoladas, embora estejam no mesmo espaço geográfico. O lar
deixa de ser uma lareira (grifo da autora): lugar onde se aquece do frio.
O marido torna-se uma figura decorativa no lar, indiferente às
necessidades da esposa e da família. A reação feminina é o
ressentimento por não receber o reconhecimento desejado.
Quando os filhos vão embora, o ninho fica vazio, sem amor, carinho e
afeto. Um ninho frio… muito frio. O casal está junto, mas como dois
porcos espinhos, que se espetam o tempo todo. Duas pessoas
amarguradas e distantes, que não têm mais interesses em comum e que
vivem isoladas, embora estejam no mesmo espaço geográfico. O lar
deixa de ser uma lareira (grifo da autora): lugar onde se aquece do frio.
Creio que essas razões são suficientes para a reflexão sobre as funções
familiares e para a compreensão do texto bíblico referente à carta que o
Apóstolo Paulo escreveu aos efésios. No capítulo destinado à família, ele se
dirige, em primeiro lugar, às mulheres em suas orientações, e esta ordem não
foi por acaso.
Ele tomou meu lugar de filha mais velha; hoje, ele é o primogênito,
que conquistou tudo o que eles queriam. Tudo que ele faz é
elogiado. Até os valores familiares mudaram para atender às
necessidades dele. Ele é o objeto de admiração presente na fala da
minha mãe, e meu pai só tem olhos para as conquistas dele.
Este é o enigma do desejo dos pais. O que minha mãe quer de mim? O
que meu pai quer de mim? A filha não dá conta de lidar com o padrão de
perfeição desejado pela mãe e pelo pai. Como superar o irmão perfeito,
admirado, que assumiu ser o depositário do desejo da mãe? Nesta
indefinição, alguns vão buscar a atenção por outras vias, como marcações
que os diferenciem, como piercing e tatuagens, que também os incluirá em
grupos distintos, ou como comportamentos agressivos, isolamento,
distanciamento, fugas etc.
Quantos filhos têm exatamente esta fome de paternidade, não porque
lhes falta uma nomeação familiar, mas porque lhes falta o reconhecimento
que dá ao ser humano o sentido de pertencimento, e por isso, vivem
buscando afirmação e reconhecimento em coisas e pessoas. Na realidade,
vivem simbolicamente tentando transformar pedra em pão. Quanto esforço
em busca de afirmação! A profissão proporciona esta possibilidade para
muitos que estão nesta condição, e por isso pagam um alto custo, muitas
vezes a qualquer preço, para receberem um olhar de reconhecimento que os
tire do desamparo. Talvez, façam assim como Davi em sua caverna física e
existencial: Olha à minha direita e vê, pois não há quem me reconheça,
nenhum lugar de refúgio, ninguém que por mim se interesse (Sl 142.4 ARA).
E no versículo 7, ele suplica ao Senhor: Tira a minha alma do cárcere.
Uma moça angustiada pelo sentimento de culpa, que não conseguia
estabelecer os limites físicos em sua relação com o namorado, revela, por
meio da sua linguagem, a marca paterna em sua vida:
Ele tomou meu lugar de filha mais velha; hoje, ele é o primogênito,
que conquistou tudo o que eles queriam. Tudo que ele faz é
elogiado. Até os valores familiares mudaram para atender às
necessidades dele. Ele é o objeto de admiração presente na fala da
minha mãe, e meu pai só tem olhos para as conquistas dele.
Este é o enigma do desejo dos pais. O que minha mãe quer de mim? O
que meu pai quer de mim? A filha não dá conta de lidar com o padrão de
perfeição desejado pela mãe e pelo pai. Como superar o irmão perfeito,
admirado, que assumiu ser o depositário do desejo da mãe? Nesta
indefinição, alguns vão buscar a atenção por outras vias, como marcações
que os diferenciem, como piercing e tatuagens, que também os incluirá em
grupos distintos, ou como comportamentos agressivos, isolamento,
distanciamento, fugas etc.
Os filhos necessitam do governo paterno, de suas leis e diretrizes, da
aprovação e do reconhecimento, da palavra que motiva e do olhar de
admiração. Sem estes investimentos e limites bem demarcados, eles não
constroem seu quadro interno de valores para escolhas morais, intelectuais e
espirituais adequadas à preservação da vida.
Os limites protegem e dão significado à vida. Nossos conceitos de lei e
autoridade têm como referencial principal o modelo paterno. Um pai instável
emocionalmente gera ansiedade nos filhos. O desejo do pai vira um enigma
para o filho: “O que meu pai quer de mim? O que o agrada?”
Um pai instável, indisciplinado, mal-humorado e agressivo também gera
um ambiente inseguro no lar, que deixará suas marcas na estrutura psíquica
dos filhos. Não há descanso mental, e uma ansiedade compulsiva manifesta-
se como resposta à insegurança recorrente. “Como ele vai estar? Quando vai
chegar?” Por mais que o filho esforce-se, a sinalização de satisfação não se
manifesta e, às vezes, a atenção só comparece quando o comportamento é
negativo. Há um sentimento de impotência e incapacidade e, geralmente,
desistência e passividade diante da busca do valor pessoal, indo, muitas
vezes, para o reverso do desejo.
Como lidar com a Lei, com o declínio da imagem paterna? Qual resposta
os filhos sem Lei dão à sociedade da pós-modernidade?
O que podemos apreender dessas questões é que as sobras angustiantes
desses laços familiares desfeitos serão depositadas no social, abrindo
caminho para a violência e a barbárie. Estamos vendo no público o efeito do
caos dos valores e das referências éticas decorrente das alterações que
ocorreram e que foram provocadas pelo capitalismo ultraliberal, o qual vem
destruindo a força simbólica das nossas instituições. O culto ao
individualismo impõe uma nova ordem social que se direciona para a busca
de um gozo sem limites, uma liberdade consumista sem reservas e interditos.
Este cenário denuncia o declínio da função do pai como representante da Lei,
e a triste constatação é que a Lei do pai enfraquece a cada dia.
Sem direção e sem Lei, os filhos desta geração estão buscando no
público a barra que não encontram no privado. E toda história de
transgressão no público traz a marca da família. A violência vista cada vez
mais em jovens, adolescentes e até mesmo em crianças fala deste grito que
ecoa em direção ao pai. A triste consequência é a inversão do curso natural
da vida: os filhos deveriam enterrar seus pais, e não os pais enterrarem seus
filhos, cada vez mais jovens, vitimados pela violência, pelos acidentes, pelas
drogas, pela bebida, pela depressão, pelo suicídio e por outros processos
destruidores.
Como muitos pais têm desistido da paternidade e saído de casa
exatamente no momento da construção da identidade dos filhos, um alto
nível de ansiedade e agitação tem tomado conta desta geração vazia de
afetos, constituindo, assim, uma perda irreparável, a qual deixa marcas na
alma que se transferem às próximas gerações.
Com tantas dificuldades no exercício das funções familiares, os pais têm
renunciado a responsabilidade de preparar seus filhos para a vida, e o lugar
de formação e transmissão de valores tem seu papel esvaziado. O efeito será
percebido mais claramente na geração seguinte, nos pais que não fazem a
transição de filho dependente para adulto independente. Nesta condição,
deixam seus filhos à deriva e comprometem a demarcação dos limites e a
transmissão da identidade familiar, as quais são necessárias ao advento da
subjetividade. Um lugar paterno vazio produz funções anuladas, mulheres
sem proteção e segurança e filhos desamparados. As consequências são
vistas nas queixas dos que procuram ajuda: desamparo, solidão, medo,
pânico. Uma geração ferida, filhos marcados a ferro e fogo, como animais
pertencentes a um fazendeiro, a um dono possessivo e cruel.
Mais do que nunca, é preciso ir à eterna Escritura para refletir,
compreender a importância do lugar do pai e resgatar sua função na
estrutura familiar. A transmissão da cultura e a construção da identidade e
do caráter são feitas pela efetiva convivência e participação dos pais na vida
dos filhos, e isto exige esforço, coragem, determinação e um real
comprometimento com a fundação da próxima geração. Amor, limites e
disciplinas são expressões de cuidado paterno, como expressos nos textos
bíblicos:
PARTE
4
FAMÍLIAS DISFUNCIONAIS
Alguns pais criam uma relação de dependência dos filhos e fazem tudo
para segurá-los, mesmo quando adultos, provocando, inclusive, conflitos
com os cônjuges dos filhos. É o “filhinho da mamãe” ou a “filhinha do papai”,
ou seja, uma tentativa de mantê-los reféns de um amor dependente e
doentio. A consequência vem no relacionamento conjugal, em que o filho
sente-se culpado por não dar a devida atenção que os pais dependentes
solicitam.
Todas as questões que abordamos apontam para as disfunções
familiares, e alguns sinais são perceptíveis. Devido à imaturidade, muitos
pais apoiam-se nos filhos para seus desejos frustrados, como forma
compensatória de realizações pessoais. Os filhos, cada um a seu modo, vão
tentando dar conta desses desejos, revelando no corpo e na alma seus
conflitos internos.
As disfunções familiares também podem ser percebidas em pais
depressivos ou frustrados com a vida, que criam um ambiente familiar triste
e angustiante e deixam de lado o exercício da função estabelecida com suas
responsabilidades. Vivem muito mais mergulhados em suas queixas e
lamentações, vendo a vida sempre por uma ótica pessimista e transmitindo
uma distorcida visão de mundo para seus filhos.
Isso é também visível em pais compulsivos pelo trabalho, que o usam
para tamponar suas angústias e frustrações, assumindo apenas a função de
provedores para
a família, compensando com coisas materiais a ausência de afetos e limites.
Todavia, na verdade, toda compulsão é sempre danosa à família. Pais
compulsivos com raiva sempre transformam o ambiente familiar em uma
bomba prestes a explodir, onde os gritos, as palavras ásperas ou o mau
humor deixam os filhos em uma ansiosa e angustiante espera pelo momento
da explosão.
Já a compulsão por gastar deixa a família em extrema insegurança pelas
perdas que acontecem quando o descontrole produz dívidas que o orçamento
familiar não sustenta. Logo, qualquer que seja a compulsão, este padrão
repetitivo e descontrolado em busca do amor fantasioso para satisfazer a
fome de amor não saciada, lança esses pais na dificuldade de assumirem suas
funções e papéis familiares.
Os pais de hoje, que tiveram carências ontem, querem dar aos filhos
tudo que não tiveram. Se não dão, sentem-se culpados. Com culpa, a Lei é
abalada. Os filhos percebem a culpa e manipulam os pais, exigindo respostas
imediatas para seus desejos materiais. É preciso sair da culpa para fortalecer
a Lei e não se deixar manipular pelas pressões externas. Ao afirmar a
autoridade paterna, os filhos ganham segurança. Quando os papéis são
invertidos, a insegurança e a angústia surgem na vida dos filhos. Mas quando
há segurança na autoridade exercida pelos pais, a angústia é minimizada. E
quando há proteção mútua na relação conjugal, há a presença visível do
amor e do respeito: Maridos, amai vossa mulher […] e a esposa respeite ao
marido (Ef 5.25, 33 ARA).
O grau de empobrecimento da relação e da comunicação é muito alto na
família disfuncional. Todo mundo queixa-se de tudo para não expressar a
sua verdadeira queixa. Quando falam, fazem isso com agressividade,
omitindo a verdadeira queixa. O isolamento é a resposta dos filhos, que
fazem de seus quartos uma ilha, mergulhados na tecnologia e nos
relacionamentos virtuais.
Muitos casais vivem juntos fisicamente, mas separados
emocionalmente. Um vive com o outro em um permanente grau de
distanciamento: camas separadas, quartos separados, vidas independentes –
um não dá satisfação ao outro. Neste distanciamento ativo, constroem,
muitas vezes, uma vida paralela. Em muitos casos analisados, a mulher
prefere dormir com o filho a dormir com o marido. Joga sobre o filho uma
carga de responsabilidade em dar conta da sua infelicidade e insatisfação,
produzindo nele sentimento de culpa por ocupar um lugar que não lhe
pertence, além de dificultar sua relação com o pai.
Há muito a discorrer sobre as disfunções na família, mas quis
resumidamente apontar algumas questões que contribuem para o
adoecimento das relações familiares.
PARTE
5
FAMÍLIAS PSICOSSOMÁTICAS
QUANDO A DINÂMICA FAMILIAR ADOECE O
SUJEITO
Amado, desejo que te vá bem em todas as coisas e que tenhas saúde, assim
como bem vai a tua alma.
O que estava por trás dessas dores tão avassaladoras que atingiam o
corpo, a alma e o espírito de Davi? Conhecemos a triste história de sua queda
narrada em 2 Samuel 11. Ele deveria estar na batalha com seus exércitos, mas
escolheu ficar em Jerusalém. Foi em seu tempo ocioso, que ele viu de seu
terraço a mulher de Urias. O desejo falou mais alto, e Davi cometeu adultério
com ela. O resultado foi uma gravidez indesejada, que levou o rei a arquitetar
uma estratégia para que Urias voltasse da guerra e relacionasse-se com sua
esposa. Assim, o adultério e a gravidez ficariam ocultos. Mas, a estratégia não
deu certo e, como um abismo leva a outro abismo, Davi novamente trama
uma saída para a situação, colocando Urias à frente da batalha: Ponde Urias
na frente da maior força da peleja; e deixai-o sozinho, para que seja ferido
e morra (2 Sm 11.15 ARA).
O empecilho ao seu desejo foi eliminado por vias indiretas, na trama
planejada pelo rei para a morte de Urias. Davi casaria com Bate-Seba e tudo
ficaria resolvido. Certo? Não, a culpa calada produz seus sintomas. Deus
enviou Natã para confrontar Davi, e a metáfora usada acionou as emoções do
seu coração doente, seu desespero, arrependimento, confissão e os sintomas
sobre seu corpo, alma e espírito. Como ele era um homem sincero (sem
cera), rasgou seu coração diante de Deus.
O que estava por trás dessas dores tão avassaladoras que atingiam o
corpo, a alma e o espírito de Davi? Conhecemos a triste história de sua queda
narrada em 2 Samuel 11. Ele deveria estar na batalha com seus exércitos, mas
escolheu ficar em Jerusalém. Foi em seu tempo ocioso, que ele viu de seu
terraço a mulher de Urias. O desejo falou mais alto, e Davi cometeu adultério
com ela. O resultado foi uma gravidez indesejada, que levou o rei a arquitetar
uma estratégia para que Urias voltasse da guerra e relacionasse-se com sua
esposa. Assim, o adultério e a gravidez ficariam ocultos. Mas, a estratégia não
deu certo e, como um abismo leva a outro abismo, Davi novamente trama
uma saída para a situação, colocando Urias à frente da batalha: Ponde Urias
na frente da maior força da peleja; e deixai-o sozinho, para que seja ferido
e morra (2 Sm 11.15 ARA).
O empecilho ao seu desejo foi eliminado por vias indiretas, na trama
planejada pelo rei para a morte de Urias. Davi casaria com Bate-Seba e tudo
ficaria resolvido. Certo? Não, a culpa calada produz seus sintomas. Deus
enviou Natã para confrontar Davi, e a metáfora usada acionou as emoções do
seu coração doente, seu desespero, arrependimento, confissão e os sintomas
sobre seu corpo, alma e espírito. Como ele era um homem sincero (sem
cera), rasgou seu coração diante de Deus.
Eis que amas a verdade no íntimo, e no oculto me fazes conhecer a
sabedoria. Purifica-me com hissopo, e ficarei puro; lava-me, e
ficarei mais alvo do que a neve.
Salmo 51.6,7 ARC
Ela é uma moça jovem, casada, que já havia sofrido alguns abortos.
Ela veio com a queixa de que não conseguia “segurar” um bebê.
Engravidava, mas, até o terceiro mês, o feto era expulso
“espontaneamente”. O médico pesquisou o fato no campo da
medicina, com exames, medicamentos, repousos, mas nada deu
resultado. Portanto, a questão veio para o campo da subjetividade,
fatores inconscientes que interferiam na passagem para a
maternidade. Pedi a ela que me falasse sobre sua mãe, e ela relatou
que a mãe havia morrido no parto de seu irmão. Ela era a filha do
meio, entre uma irmã dois anos mais velha e seu irmão nascido
também dois anos após seu nascimento. Com a morte da mãe, o pai
casou-se novamente, com uma mulher nova, solteira, que cuidava
bem dos filhos do marido, embora sem manifestação de carinho e
de afetividade. Quando seu irmão estava com três anos, a madrasta
engravidou, e nasceu um menino. A partir daí, ela e a irmã
passaram a ser as cuidadoras do bebê, como incumbência dada pela
madrasta, que se tornou bem mais exigente com ela e com seus
irmãos. Um dia, quando foi passear com o bebê para tomar sol, seu
irmão chamou-a para brincar no campinho logo abaixo da casa. Ela
deixou o carrinho do bebê ancorado em uma pedra e foi brincar.
Quando olhou pra cima, viu a pedra que segurava o carrinho do
bebê movendo-se e, desesperada, subiu o morro para evitar a
queda, o que não foi possível. O carrinho desceu até encontrar um
obstáculo, lançando o bebê no chão. O bebê sofreu algumas
escoriações, e ela segurou-o para entregá-lo à madrasta, que
desesperada, agrediu-a fisicamente naquele momento. O pai chegou
à noite, do trabalho, ouviu o relato da esposa, e, antes de dormir,
colocou os três filhos no carro e leva-os para uma estrada deserta,
no meio do mato, cortou cinco varas e disse: “Vou surrá-los até
quebrar as varas para que vocês possam aprender a obedecer”. O
pai foi embora com o carro, deixando-os sozinhos no escuro,
chorando, para que eles fossem para casa a pé. Eles caminharam de
mãos dadas pelo meio da mata escura, sentindo a dor das varadas,
mas, a maior dor, disse ela: “Não foram as varadas, mas a dor da
alma, a solidão dentro do peito”. Ela não sabe quanto tempo passou
até o pai voltar, mas crê que alguns minutos depois ele retornou e
disse que eles jamais esqueceriam aquela correção, para não repetir
tal atitude. Esta moça relatou essa história chorando muito. Olhou
pra mim e disse: “Eu não tive culpa, eu era apenas uma criança, eu
não consegui segurar o bebê”. Quando ela disse essa frase, eu repeti
para ela a frase e o complemento: “Você não conseguiu segurar
aquele bebê, porque era apenas uma criança; mas, pode segurar o
seu bebê, porque agora você é uma mulher”. Ela olhou assustada,
esboçou um sorriso e acalmou-se. Retornou à sua cidade, à casa do
pai, e retomou à cena infantil, dizendo para o pai que o perdoava.
Pediu-lhe também que abençoasse sua vida; pai e filha uniram-se
em reconciliação. Naquela mesma semana, ela descobriu que estava
grávida. O período gestacional completou-se naturalmente, e ela
pode segurar o seu bebê; ressignificando, assim, a cena traumática
infantil em outro contexto.
Ela é uma moça jovem, casada, que já havia sofrido alguns abortos.
Ela veio com a queixa de que não conseguia “segurar” um bebê.
Engravidava, mas, até o terceiro mês, o feto era expulso
“espontaneamente”. O médico pesquisou o fato no campo da
medicina, com exames, medicamentos, repousos, mas nada deu
resultado. Portanto, a questão veio para o campo da subjetividade,
fatores inconscientes que interferiam na passagem para a
maternidade. Pedi a ela que me falasse sobre sua mãe, e ela relatou
que a mãe havia morrido no parto de seu irmão. Ela era a filha do
meio, entre uma irmã dois anos mais velha e seu irmão nascido
também dois anos após seu nascimento. Com a morte da mãe, o pai
casou-se novamente, com uma mulher nova, solteira, que cuidava
bem dos filhos do marido, embora sem manifestação de carinho e
de afetividade. Quando seu irmão estava com três anos, a madrasta
engravidou, e nasceu um menino. A partir daí, ela e a irmã
passaram a ser as cuidadoras do bebê, como incumbência dada pela
madrasta, que se tornou bem mais exigente com ela e com seus
irmãos. Um
dia, quando foi passear com o bebê para tomar sol, seu irmão
chamou-a para brincar no campinho logo abaixo da casa. Ela deixou
o carrinho do bebê ancorado em uma pedra e foi brincar. Quando
olhou pra cima, viu a pedra que segurava o carrinho do bebê
movendo-se e, desesperada, subiu o morro para evitar a queda, o
que não foi possível. O carrinho desceu até encontrar um obstáculo,
lançando o bebê no chão. O bebê sofreu algumas escoriações, e ela
segurou-o para entregá-lo à madrasta, que desesperada, agrediu-a
fisicamente naquele momento. O pai chegou à noite, do trabalho,
ouviu o relato da esposa, e, antes de dormir, colocou os três filhos
no carro e leva-os para uma estrada deserta, no meio do mato,
cortou cinco varas e disse: “Vou surrá-los até quebrar as varas para
que vocês possam aprender a obedecer”. O pai foi embora com o
carro, deixando-os sozinhos no escuro, chorando, para que eles
fossem para casa a pé. Eles caminharam de mãos dadas pelo meio
da mata escura, sentindo a dor das varadas, mas, a maior dor, disse
ela: “Não foram as varadas, mas a dor da alma, a solidão dentro do
peito”. Ela não sabe quanto tempo passou até o pai voltar, mas crê
que alguns minutos depois ele retornou e disse que eles jamais
esqueceriam aquela correção, para não repetir tal atitude. Esta
moça relatou essa história chorando muito. Olhou pra mim e disse:
“Eu não tive culpa, eu era apenas uma criança, eu não consegui
segurar o bebê”. Quando ela disse essa frase, eu repeti para ela a
frase e o complemento: “Você não conseguiu segurar aquele bebê,
porque era apenas uma criança; mas, pode segurar o seu bebê,
porque agora você é uma mulher”. Ela olhou assustada, esboçou um
sorriso e acalmou-se. Retornou à sua cidade, à casa do pai, e
retomou à cena infantil, dizendo para o pai que o perdoava. Pediu-
lhe também que abençoasse sua vida; pai e filha uniram-se em
reconciliação. Naquela mesma semana, ela descobriu que estava
grávida. O período gestacional completou-se naturalmente, e ela
pode segurar o seu bebê; ressignificando, assim, a cena traumática
infantil em outro contexto.
É esta ambivalência que transita na família, em que amor e ódio e vida e
morte podem fazer do ambiente familiar um lugar de refúgio, abrigo e
acolhimento ou um campo de batalha, com guerras sutis ou declaradas,
abrindo feridas emocionais que aportarão na carne, no corpo e no soma.
Muitas vezes, é “preciso” adoecer para falar da linguagem que a palavra não
deu conta de traduzir, e, é neste contexto, que a psicossomatização
comparece denunciando a dor da alma.
O sintoma, como via de comunicação, traz em si um mecanismo
primitivo de proteção. Diante das ameaças do ambiente externo, o sujeito
abre mão de seus recursos conscientes e entrega-se inconscientemente aos
recursos corporais.
O quadro da enxaqueca é um bom exemplo desse mecanismo. Há um
alívio, de certa forma, na dor que isola, que permite recolher-se ao “quarto
escuro”, em uma reedição do abrigo de origem, ao útero materno, não sendo
exigida, demandada para nenhuma atribuição, mas podendo ser cuidada e
respeitada em sua dor.
Carregando o peso da manutenção do sistema familiar, com raivas,
culpas, questões mal resolvidas com os pais, tendo de ser o equilíbrio da
família para resolver as questões de todos os membros do grupo familiar, a
dor na cabeça é, muitas vezes, a linguagem calada, oculta, não dita, que se diz
na dor.
A fala de uma moça que sofria enxaqueca representa bem a função da
dor. Ela estava vivendo sérios conflitos com o marido, devido à sua
instabilidade profissional, que a lançava no lugar de provedora da sua
família. A situação deixava-a muito irritada, por ter de carregar toda a
responsabilidade financeira da casa. A dor comparecia e produzia um
estranho alívio na alma, que ela não conseguia nomear. E disse:
São três dias terríveis que tenho todo mês, após o período
menstrual. Mas, ficar em meu quarto escuro é ser respeitada em
minha dor. Ninguém me perturba nesse período. E quando a dor
passa, sinto-me renovada, de alma lavada, para enfrentar mais um
mês.
Ele viveu em uma família com muitos conflitos desde cedo. Seu pai
era alcoólatra, e as brigas faziam parte da rotina familiar. Certo dia,
seu pai decidiu ir embora de casa e, sem dar satisfação à família,
partiu para não mais voltar. A partir desse momento, a mãe tornou-
se uma mulher muito amargurada, e sua irritação foi direcionada
aos filhos. Já adulto, ele também saiu de casa e foi para outro país.
Sem querer lidar com suas questões, ficou 20 anos sem ver a mãe.
Nesse período, sua mãe adoeceu de câncer e foi a óbito, e ele não
conseguiu revê-la. A dor da perda emergiu profundamente, e ele
entrou em depressão. Um ano depois do falecimento da mãe, ele
desenvolveu a mesma doença da mãe, do mesmo tipo, e, em uma
desistência da vida, faleceu pouco tempo depois. Identificação na
dor, tomado pela angústia da culpa, a dívida atualizou-se na morte.
Ele viveu em uma família com muitos conflitos desde cedo. Seu pai
era alcoólatra, e as brigas faziam parte da rotina familiar. Certo dia,
seu pai decidiu ir embora de casa e, sem dar satisfação à família,
partiu para não mais voltar. A partir desse momento, a mãe tornou-
se uma mulher muito amargurada, e sua irritação foi direcionada
aos filhos. Já adulto, ele também saiu de casa e foi para outro país.
Sem querer lidar com suas questões, ficou 20 anos sem ver a mãe.
Nesse período, sua mãe adoeceu de câncer e foi a óbito, e ele não
conseguiu revê-la. A dor da perda emergiu profundamente, e ele
entrou em depressão. Um ano depois do falecimento da mãe, ele
desenvolveu a mesma doença da mãe, do mesmo tipo, e, em uma
desistência da vida, faleceu pouco tempo depois. Identificação na
dor, tomado pela angústia da culpa, a dívida atualizou-se na morte.
Ela veio procurar ajuda para lidar com suas angústias e ansiedade.
A agitação interna estava prejudicando seu desempenho
profissional, e uma demissão já era sinalizada por sua chefia. Uma
moça inteligente, boa profissional, que se ligava obsessivamente a
um homem que amava. “Eu faço de tudo para que ele me ame”. Ela
já vinha de uma sequência de relacionamentos complicados,
ocultos, pois “sempre me apaixono por pessoas comprometidas”,
dizia. “Não quero que ele deixe a esposa e filhos, quero apenas que
ele me ame”. Ela vivia intensamente as suas paixões, entregando-se
de corpo e alma a alguns momentos de afetos, sempre escondido
dos pais. Seus relacionamentos, desde a adolescência, foram
escondidos dos pais. Tinha como hábito recolher cães abandonados
na rua. Levava-os para casa, cuidava deles e sofria por eles. Quando
falava sobre seus cachorrinhos (eram mais de dez), chorava por
eles. A quem se destinava realmente as lágrimas derramadas? Sua
história secreta marcava suas culpas e suas dores. O que lançava
esta moça a uma busca tão intensa de amor, contentando-se com
tão pouco? Seu pai chamava-se José, um homem inteligentíssimo,
que vivia para a sua ciência. Sua mãe era Maria, a que comandava
toda a família “com mão de ferro”. Tratava os três filhos com
severidade, e todos eles permaneciam em casa. “Todas as vezes em
que meus irmãos envolveram-se em relacionamentos afetivos,
minha mãe dava um jeito de atrapalhar”. Todos submetiam-se a
esse comando materno, e a mãe “mantinha a família unida”. Esta
moça era a filha mais velha, tinha quase 50 anos, e recebeu o
mesmo nome da mãe: também Maria. Seus dois irmãos estavam na
faixa de idade acima de 40 anos; um tinha problemas com álcool, e,
o outro, com “problemas psicológicos”, relatava ela. O do meio
chamava-se José, como o pai, e o caçula fora nomeado como
Josemar, a fusão do nome dos pais. Como separar essa família
simbiótica? Como esses filhos poderiam “deixar pai e mãe” para
empreenderem a caminhada para a vida adulta, para constituírem
suas próprias histórias familiares, fundando a próxima geração?
Uma família psicossomática!
Ela veio procurar ajuda para lidar com suas angústias e ansiedade.
A agitação interna estava prejudicando seu desempenho
profissional, e uma demissão já era sinalizada por sua chefia. Uma
moça inteligente, boa profissional, que se ligava obsessivamente a
um homem que amava. “Eu faço de tudo para que ele me ame”. Ela
já vinha de uma sequência de relacionamentos complicados,
ocultos, pois “sempre me apaixono por pessoas comprometidas”,
dizia. “Não quero que ele deixe a esposa e filhos, quero apenas que
ele me ame”. Ela vivia intensamente as suas paixões, entregando-se
de corpo e alma a alguns momentos de afetos, sempre escondido
dos pais. Seus relacionamentos, desde a adolescência, foram
escondidos dos pais. Tinha como hábito recolher cães abandonados
na rua. Levava-os para casa, cuidava deles e sofria por eles. Quando
falava sobre seus cachorrinhos (eram mais de dez), chorava por
eles. A quem se destinava realmente as lágrimas derramadas? Sua
história secreta marcava suas culpas e suas dores.
O que lançava esta moça a uma busca tão intensa de amor,
contentando-se com tão pouco? Seu pai chamava-se José, um
homem inteligentíssimo, que vivia para a sua ciência. Sua mãe era
Maria, a que comandava toda a família “com mão de ferro”. Tratava
os três filhos com severidade, e todos eles permaneciam em casa.
“Todas as vezes em que meus irmãos envolveram-se em
relacionamentos afetivos, minha mãe dava um jeito de atrapalhar”.
Todos submetiam-se a esse comando materno, e a mãe “mantinha a
família unida”. Esta moça era a filha mais velha, tinha quase 50
anos, e recebeu o mesmo nome da mãe: também Maria. Seus dois
irmãos estavam na faixa de idade acima de 40 anos; um tinha
problemas com álcool, e, o outro, com “problemas psicológicos”,
relatava ela. O do meio chamava-se José, como o pai, e o caçula fora
nomeado como Josemar, a fusão do nome dos pais. Como separar
essa família simbiótica? Como esses filhos poderiam “deixar pai e
mãe” para empreenderem a caminhada para a vida adulta, para
constituírem suas próprias histórias familiares, fundando a próxima
geração? Uma família psicossomática!
PARTE
Herbert de Souza
Ela era a caçula quando seu irmão morreu e estava com cinco anos.
Recorda-se da cena da mãe chorando desesperadamente sobre o
caixão do filho morto e ela encostada em suas pernas, em uma
tentativa de dizer para a mãe que ela estava ali. Passou a ser a filha
“perfeita”, porque não gostava de desagradar à mãe, sempre
queixosa, amargurada, que não se satisfazia com nada. Como
agradá-la? Fazia todas as vontades dela, principalmente depois que
seu pai foi embora para morar com outra mulher. A saída foi
devagar. Ela não dormia enquanto seu pai não chegava; ficava
acordada à espera dos passos do pai no piso de madeira. Quando ele
chegava, era seu momento de alívio, quando podia entregar-se ao
sono. Mas, um dia ele não retornou para casa, e o barulho de seus
passos ficou gravado para sempre em sua memória. Depois que se
casou, teve filhos, e eles já adultos demoravam a chegar a casa à
noite, a angústia do desamparo produzia a crise de pânico. Somente
quando ouvia seus passos, conseguia relaxar e dormir.
É frequente constatarmos que, quando a mãe perde alguém que lhe era
querido, um filho começa a reclamar de uma dor. Há uma linguagem nessa
dor, que sugere uma concorrência com a dor do luto.
A morte de alguém na família traz sempre uma série de implicações na
vida dos seus membros diante das atitudes e comportamentos que se tomam
frente à morte. Muitas vezes, alguém entra na suplência do morto,
carregando seu nome e as expectativas que se depositavam nele. Tem de dar
conta de si e do outro que se foi, mas que se faz presente eternamente na
família enlutada. É um peso muito difícil de carregar.
Em outras situações, o morto fica presente nos objetos que não se
desfazem. Muitas famílias mantêm o quarto do morto como um oratório,
seus objetos permanecem como se ele estivesse presente e fala-se dele como
alguém vivo, que toma parte nas decisões familiares. Já em outras famílias, a
morte de alguém transforma-se em um assunto misterioso – um silêncio
sepulcral abate-se sobre os parentes. São os segredos familiares que ficam
em silêncio, embora traga suas consequências sobre as relações familiares.
Quando a morte deixa suas marcas de culpa, a família mantém suas
angústias silenciosas; e cada um vai, geralmente, pela via do adoecimento,
manifestar suas reações autopunitivas. A expressão da dor, dessa forma, é
comum quando a morte ocorre por suicídio. A questão marcada na mente
que cada um se faz é: “O que poderia ter feito e não fiz? Por que não percebi a
tempo de impedir?”. Muitas vezes, a família fica refém desses
questionamentos, e todos sofrem os efeitos na dinâmica relacional. Além da
questão do suicídio, os acidentes também são produtores da angústia da
culpa. Na verdade, o luto impõe sempre um tempo de elaborações na família,
para que não rompa o equilíbrio familiar e estenda-se eternamente.
Diante da perda, a família transita por diversos sentimentos. No
primeiro momento, vem a descrença, como se a morte não fosse real,
produzindo um entorpecimento e embotamento das emoções. Mas, logo
depois, a tristeza vem a serviço das lágrimas, e outros sentimentos também
comparecem, como o medo, a insegurança e a raiva, até mesmo de Deus, em
alguns momentos. São estados emocionais profundos que vão alternando-se
e alterando em intensidade, à medida que o tempo passa.
Dependendo da posição da pessoa que faleceu, ainda há outras questões
agravantes, principalmente se for o pai ou a mãe. Mas, há consenso de que a
dor mais angustiante é sempre a perda de um filho: “Como se tivessem me
arrancado um pedaço do peito”.
Quando o luto não é adequadamente elaborado, idealizações vão
configurando-se, produzindo distorções, adoecimento, comportamentos
compensatórios e até mesmo o rompimento familiar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros,
para serdes curados.
Tiago 5.16 ARA
Dai a palavra à dor: a dor que não fala, geme no coração até que o parte.
Shakespeare
Referências Bibliográficas
ÁVILA, Lazslo Antonio. Doenças do Corpo e da Alma: investigação psicossomática
psicanalítica. São Paulo: Escuta, 1996.
BÍBLIA. Português. Bíblia sagrada. Revista e atualizada no Brasil, João Ferreira de Almeida. 2ª. Ed.
São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993.
BENHAIM, Michele. Amor e Ódio: a ambivalência da mãe. Rio de Janeiro: Cia de Freud, 2007.
BONDER, Nilton. A Alma Imoral: traição e tradição através dos tempos. Rio de Janeiro:
Rocco, 1998.
CARR, W. & KEMMIS, S. Becoming critical: knowing through Action Research. Victoria:
Deakin University Press. Apud: NUNAN, D. Understading language classrooms: a guide for teacher
initiated action. Cambridge: prentice Hall, 1989.
COY, Larry. Conflitos da Vida. 3ª. ed. Belo Horizonte: Editora Betânia, 1985.
DRUMOND DE ANDRADE, Carlos. Nascer in: 70 historinhas. Rio de Janeiro: Record, 1994.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. 1ª. Ed. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 1996.
FREUD, Sigmund. Moisés e o monoteísmo: três ensaios (1939). In: FREUD, Sigmund. Edição
Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. 3. ed. Rio de
Janeiro: Imago, 1990.
GOMES, José Carlos Vitor. Manual de Psicoterapia Familiar. Rio de Janeiro: Vozes, 1987.
GUIR, Jean. A Psicossomática na Clínica Lacaniana. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1988.
HOSSEINI, Hhaled. O Caçador de Pipas. Tradução Maria Helena Rouanet. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 2005.
HOWARD, R.; LEWIS, Martha. Fenômenos Psicossomáticos. 2 ed. Rio de Janeiro: José Olympio,
1984.
KAPLAN, Harold I.; SADOCK, Benjamin J.; GREBB, Jack A. Compêndio de Psiquiatria: ciências
do comportamento e psiquiatria clínica. 7ª. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.
MELLO FILHO, Júlio de. Psicossomática hoje. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.
MINUCHIN, S; FISHMAN, HC. Técnicas de Terapia Familiar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990.
NASIO, J. D. O Livro da Dor e do Amor. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1997.
Sobre a Autora
Ilma.cunha
Ilmacunha
@editora_centralgospel
Central Gospel
Edcentralgospel
A dor da liderança
Chand, Samuel R.
9788576896036
248 páginas
Você deseja ser um líder melhor? Então, aumente o limite da sua dor. Você
quer que a sua igreja cresça ou que o seu negócio alcance objetivos mais
altos? A relutância para encarar a dor é a sua maior limitação. Não há
crescimento sem mudança, não há mudança sem perda, e não há perda sem
dor. Logo, se você não está sentido dor, você não está liderando! Este livro,
contudo, não é um tratado teológico sobre a dor. Em vez disso, em A dor da
liderança, Samuel Chand — autor de best-sellers reconhecido como "o líder
do líder" — oferece um entendimento concreto e prático a respeito da dor
que experimentamos, a fim de ajudar-nos a interpretar a nossa dor de forma
mais precisa e de fazer-nos aprender as lições que Deus tem para nós nessas
experiências. Esses pontos estão incluídos neste tesouro de liderança:
PODEROSAS histórias pessoais de alguns dos melhores líderes do mundo,
tais como Craig Groeschel, Benny Perez, Mike Kai, Lisa Bevere, Mark
Chironna, Dale Bronner, Philip Wagner, Michael Pitts e inúmeros outros.
INTROSPECÇÕES REVELADORAS sobre o crescimento que ocorre através
da dor em papéis de liderança. EXERCÍCIOS PRÁTICOS para ajudá-lo a
aplicar os valiosos princípios que você está aprendendo.