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iii

Cândido Absilito Fenias Sonto

Riscos hidrológicos da bacia hidrográfica do Limpopo em Moçambique.


Estudo de caso em Xai-Xai (2000-2020)

Licenciatura em Ensino de Geografia com habilitações em Turismo

Universidade Licungo
Extensão da Beira
2020
iv

Cândido Absilito Fenias Santo

Riscos hidrológicos da bacia hidrográfica do Limpopo em Moçambique.


Estudo de caso em Xai-Xai (2000-2020)

Monografia apresentada no Curso de


Geografia no âmbito da culminação do
curso de Licenciatura em Ensino de
Geografia com Habilitações em Turismo.

Supervisor: Prof. Doutor Mário Silva Uacane

Universidade Licungo
Extensão da Beira
2020

Índice
v

Lista de figuras e quadros................................................................................................vii


Quadros...........................................................................................................................vii
Anexos.............................................................................................................................vii
Lista de abreviaturas e símbolos....................................................................................viii
Dedicatória.......................................................................................................................ix
Agradecimentos.................................................................................................................x
Resumo.............................................................................................................................xi
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO......................................................................................12
1.1. Contextualização......................................................................................................12
1.1.1.Problematização.....................................................................................................13
1.1.3. Hipótese.................................................................................................................15
1.2. Objectivos geral e específicos..................................................................................15
1.3. Delimitação do tema.................................................................................................16
1.4. Metodologias de Pesquisa........................................................................................16
1.4.1. Análise bibliográfica.............................................................................................16
1.4.2. Observação............................................................................................................17
1.4.3. Comparativo geográfico........................................................................................17
1.5.Procedimentos técnicos para a recolha de dados.......................................................18
1.5.3. População amostra.................................................................................................18
1.6. Modelo científico de abordagem..............................................................................19
CAPÍTULO 2: REVISÃO DE LITERACTURA............................................................21
2. Fundamentação teórica................................................................................................21
2.1. Contextualização das cheias.....................................................................................22
2.1.1.Características físicas da bacia hidrográfica do Limpopo......................................22
2.2. Bacia Hidrográfica....................................................................................................24
2.2.2. Vulnerabilidade dos locais de riscos hidrológicos na bacia hidrográfica do
Limpopo..........................................................................................................................25
2.3.Modelos de gestão de ricos hidrológicos...................................................................26
2.3.1.Modelos universais de gestão de riscos hidrológicos.............................................26
2.3.2. Modelo de Gestão de riscos hidrológicos em Moçambique..................................27
2.4.1.Importância da bacia hidrográfica do Limpopo.....................................................28
2.5. Modelos Universais de gestão de recursos hídricos.................................................29
2.5.1. Modelo de gestão de recursos hídricos no Japão...................................................29
2.5.2. Modelo de gestão de recursos hídricos no Portugal..............................................29
vi

2.5.3. Modelo de gestão de recursos hídricos no Brasil..................................................30


2.5.4. Gestão de recursos hídricos em Moçambique.......................................................31
2.5.5. Estratégia nacional de gestão de recursos hídricos................................................31
2.5.5.1 Estratégia de Assistência do Banco Mundial para Recursos Hídricos do País.. .32
2.2.5.2 Decreto72/98 de Dezembro (Politica nacional de aguas)....................................33
2.2.5.3 Lei das águas.......................................................................................................34
2.2.5.4. Distribuição e disponibilidade de recursos hídricos em Moçambique...............35
2.2.6. Principais bacias hidrográficas de Moçambique...................................................36
2.2.6.1. As Principais bacias hidrográficas de Moçambique...........................................36
2.2.6.2. Características gerais dos rios de Moçambique..................................................37
CAPÍTULO 3: ANÁLISE E DISCUSSÃO DE DADOS...............................................38
3.1. Enquadramento geográfico da área de estudo..........................................................38
3.2. Áreas de riscos hidrológicos em Xai-Xai.................................................................39
3.3 Percepções sobre os Riscos Hidrológicos.................................................................40
3.3.1. Principais riscos hidrológicos no rio Limpopo e a sua caracterização..................40
3.3.1.1Vulnerabilidade da população face aos ricos hidrológicos cidade de Xai-Xai....40
3.3.1.2Vulnerabilidade sobre as infra-estruturas de Xai-Xai aos riscos hidrológicos.....42
3.3.1.3. Vulnerabilidade dos espaços agrícolas em Xai-Xai...........................................43
3.3.1.4 Vulnerabilidade socioeconómicos da cidade de Xai-Xai fase aos riscos
hidrológicos.....................................................................................................................44
3.3.1.5 Sistemas de drenagem.........................................................................................45
3.3.2 Processo de adaptação durante aos riscos hidrológicos na bacia hidrográfica do rio
Limpopo cidade Xai-Xai.................................................................................................46
3.3.3. Forma de gestão de risos hidrológicos na bacia hidrográfica do baixo Limpopo
cidade de Xai-Xai............................................................................................................47
CAPÍTULO 4: CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................49
4.1. Conclusão.................................................................................................................49
4.2. Recomendações........................................................................................................51
Referência Bibliográfica..................................................................................................53
Apêndices........................................................................................................................59
Cronograma.....................................................................................................................62
Anexo..............................................................................................................................65
vii

Lista de figuras e quadros

Figura 1: Enquadramento da área de estudo …………………………………………….

Figura 2:Área de riscos hidrológicos, Bairro “A” e “B” ………………………………..

Figura:3 Perfil físico da bacia hidrográfica do Limpopo……………………………...…

Figura 4: impactos das cheias de 2000 nas infra-estruturas na baixa da cidade de Xai-
Xai.

Figura 5: cheias de ano 2013, na bacia hidrográfica do Limpopo cidade de Xai-Xai

Quadros
Quadro 1: Consequências económicas para a Bacia do Rio Limpopo (impactos
primários e secundários)

Anexos

Anexo 1: principais bacias hidrográficas de Moçambique.

Anexo 2:Cronograma de Elaboração e Disseminação do Boletim Hidrológico diário do


baixo do Limpopo cidade de xai-xai
viii

Lista de abreviaturas e símbolos


1. % - Percentagem
2. °C – Grau celso
3. CNA – Conselho Nacional de Águas
4. DNA – Direção Nacional de Águas
5. FAO – Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação
6. INGC – Instituto Nacional de Gestão de Calamidades
7. MADER – Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural
8. MICOA – Ministério para a Coordenação de Acção Ambiental
9. UGBL – Unidade de Gestão da Bacia do Limpopo
10. INAM – Instituto nacional de meteorologia
11. INE -- Instituto Nacional de Estatística
12. SAC – Sistema de aviso prévio de cheias
13. PNDA -- Projecto Nacional de Desenvolvimento de Água
14. ENGRH -- Estratégia Nacional de Gestão dos Recursos Hídricos
15. P₃LP — Pontes e Parcerias nos Países de Língua Portuguesa
16. GdeM--Governo de Moçambique

17. ONU – Organizações Das Nações Unidas


18. ERSAR -- Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos
19. Km – Quilómetro
20. m – Metro
21. mm – milímetros
22. NW – Noroeste
23. ONG – Organização Não Governamental
24. SE – Sudeste
25. PNA-- Politica Nacional De Águas
26. BH – Bacia Hidrográfica
27. MOPH-- Ministério das Obras Públicas e Habitação
28. PEUCXX – Plano de estrutura urbana da cidade de Xai-Xai
29. UGBL – Unidade de gestão da bacia do Limpopo
ix

Dedicatória

Dedico este trabalho aos meus pais. Fenias, A, Sonto e Zerita Joaquim. Que serviram de
base fundamental em todos os momentos da minha vida dando suporte mesmo quando
eu não acreditasse e é para eles que eu endereço a minha vénia em reconhecimento
imensurável.
x

Agradecimentos
A Deus em primeiro lugar, agradeço pela graça da vida, por me guiar em todos os
momentos da minha vida mesmo quando eu não merecesse.
Agradeço a minha família e familiares por todo amor, atenção e carinho, que não
deixaram faltar os momentos da minha vida.
Agradeço ao meu, docente supervisor: Mário Silva Uacane pela orientação,
acompanhamento do inicio a te ao fim do trabalho.
Agradecer a todo corpo docente da actual universidade Licungo, em especial aos
docentes do departamento de ciências de terra e ambiente.
A minha irmã B-luxa, pelo amor e força incondicional, por fazer parte da minha historia
desde que veio ao mundo o meu muito obrigado.
A todos os colegas de turma de geografia com habitações em turismo, e em especial a
Faruk Manuel Alberto, Olinda Boaventura Jaime, Nelson José Estéfane, Pita Gundana
Maifreng, Augusto andrade, Sine João Simbe, Chinhandza António, Gouveia Lucas
Chaves. Agradeço pelo logo percurso de aprendizado, pelo apoio fundamental e por
fazem parte da minha história obrigado.
A todos que directa mente ou indiretamente contribuíram para que esse sonho se
tornasse real ……………………

…………o meu muitíssimo obrigado.


xi

Resumo
Riscos hidrológicos na bacia do Limpopo é uma questão que merece atenção,
geograficamente Moçambique se encontra ligada a 9 bacias da jusante, o que torna a
bacia mais vulnerável a cheias cíclicas com as de 2000 e de 2013, que tiveram um
impacto muito a além do previsto. O objectivo do tema em estudo é de analisar
possíveis impactos que tem ocorrido na bacia concretamente na área de estudo, neste
caso na baixa da cidade de Xai-Xai, província de Gaza.

Palavra-chaveː Cheias, Riscos Hidrológicos e população.


xii
12

CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO

1.1. Contextualização
Na realidade, o que motivou para a escolha deste tema, foi a questão de o autor estar a
residir na região sul de Moçambique concretamente na Província de Gaza e cidade de
Xai-Xai, bem próximo as margens da bacia do rio Limpopo, e serem frequentes as
experiências que este tem passado devido ao transborde da bacia do rio Limpopo na
respectiva cidade.

No entanto, não foram poucas as vezes em que o autor deste estudo, junto a outras
famílias que residem próximo a bacia, vivenciou atritos envolvendo o homem e a
natureza, muito mais quando chega a época chuvosa, e estes factos trouxeram vários
impactos na vida social, económica e ambiental daquelas populações.

A actualidade do tema para o estudo desta temática se restringe basicamente no que tem
vindo a se observar ao longo dos tempos, concretamente na bacia do Limpopo onde os
eventos naturais têm vindo assolar as condições sócia ambientais da área do estudo.

Portanto, constitui o motivo principal de desenvolver esta pesquisa científica em curso


os eventos extremos que se fizeram sentir no ano 2000, que acabaram por alagar quase
toda as áreas baixas da área em estudo. Como se não bastasse os mesmos fenómenos de
inundação ao longo do canal do Limpopo são momentos consideráveis marcantes de tal
forma que há necessidade de se aprofundar as principais causas deste fenómeno, visto
que, durante épocas chuvosas cria desequilíbrio a comunidade ali residente.

Tendo em conta a dinâmica das mudanças climáticas que se tem verificado nos últimos
anos é importante o estudo do tema em curso, primeiro devido a origem do rio
Limpopo, tanto como por onde este passa.

A linha da pesquisa deste tema se relaciona com a área de gestão ambiental, visto que, o
seu conteúdo está aliado com a cadeira de Hidrogeografia que foi ministrada ao longo
do curso automaticamente estabelece-se uma grande relação com o tema em estudo.
E nisto, uma das cadeiras para além do próprio curso em si, preocupou-se em abordar
frequentemente questões hidrológicas no mosaico ambiental e hidrológico nacional, e
13

por este motivo, catapultou em mim, o surgimento da ideia para o estudo deste tema, na
medida de querer compreender na íntegra o que estaria a acontecer do lado social e
ambiental na bacia hidrológica de Xai-Xai, ou seja, de Limpopo em Gaza, no sul de
Moçambique.

Nesta ordem de ideias, no âmbito do estudo deste tema, o autor foi descobrir que, os
riscos hidrológicos na bacia do rio Limpopo, procuram traduzir as consequências da
ocorrência de uma inundação induzidas pelos danos e prejuízos causados à população
local.

Sendo que, a quantificação dos danos implica num estudo paralelo onde se faria o
cálculo dos mesmos, pelo que neste trabalho ficaremos pela classificação do risco
segundo um determinado gradiente qualitativo, determinado pelo n.º de edifícios
envolvidos (industriais, residenciais e sociais).

E na cidade de Xai-Xai, na bacia do Limpopo, a vulnerabilidade aos processos de


dinâmica fluvial (alagamento/inundações e erosão marginal) é mais frequente nas
proximidades daquele rio, bem como na área de expansão urbana assentada sobre os
cordões litorâneos e áreas abaixas.

1.1.1.Problematização
Segundo Richardson (1989) existe condições para as exigências de um determinado
problema de pesquisa. O problema deve ser concreto e estar formulado de forma clara e
precisa, deve referir-se a fenómenos observáveis, referir a casos únicos ou isolados e
apresentar originalidade.

Para se discutir o problema dos riscos hidrológicos na região sul de Moçambique, na


Província de Gaza, cidade de Xai-Xai, assim como das inundações urbanas naquele
local, é necessário entender que as ocorrências de cheias e transbordamento dos canais
fluviais é um fenómeno natural, e característicos das áreas de baixos cursos dos rios e
responsáveis pela formação das planícies e terraços fluviais.
14

No entanto, os sistemas de bacias hidrográficas nessas áreasurbanizadas, como a bacia


do rio Limpopo, apresentam sua dinâmica alterada e proporciona a população que ocupa
suaárea de influência a estarem sujeitas aos riscos hidrológicos.
Sendo assim em Xai-Xai, no ano de 2013 ocorreu inundações na baixa da cidade de
Xai-Xai, onde maior parte da população circunvizinha teve que ser reassentada a uma
zona alta, como marco desse reassentamento das populações que antes vivia na zona
baixa da cidade de Xai-Xai, onde ela foi reassentada a população denominou de bairro
2013. Hoje em dia verifica se a expansão do mesmo bairro apelidado o nome de 2013,
nome este derivado das inundações que ocorreram em 2013 na baixa da cidade de Xai-
Xai.

Importa frisar se que quanto ao povoamento local da população ao longo do canal do


Limpopo, a população esta distribuída de forma desigual ao longo das margens do canal
de Limpopo. Desta forma existem também algumas populações que mediante aos riscos
hidrológicos que tem ocorrido ao logo da bacia do Limpopo na cidade baixa de Xai-Xai
não se intimidam, problema este que cria grande preocupação.

Que por vezes tem resultado em mortes drásticas. Além de perdas humanas também
devido ao nível das águas que transbordam de dentro para fora do canal de Limpopo,
tem notado se a perda também de grandes cultuas das populações que vivem ao logo das
margens da bacia do Limpopo.

Já no que concerne à parte drenante da bacia do rio Limpopo, verifica-se que apresenta
maior tendência para a ocorrência de grandes cheias devidas as suas características
baixas.
Esta tendência agrava-se pelo facto de haver maior impermeabilização dos solos
naquele espaço, e não haver maior intervenção ao nível da regularização do canal do rio,
cujas características fazem antever maior disponibilidade para a ocorrência de cheias.
Entre tanto, a parte da bacia deste rio lado norte da cidade de Xai-Xai, é
indubitavelmente a mais preocupante porque corresponde a um dos troços que mais
sofre risos neste sistema.

Mas também corre junto a problemática deste texto, a questão a parte que representa
risco hidrológico na bacia do Limpopo do lado norte da bacia de Xai-Xai, ter nas suas
15

proximidades do leito características de nascimento dum parque industrial e celeiros,


assim como das áreas residenciais construído sobre ele.

Nisto, a ocupação residencial nas proximidades daquele braço fluvial de Limpopo, pode
gerar instabilidade ambiental e colocar em risco a população que se instala. Nesse
contexto é que a ocupação em ambientes frágeis à dinâmica urbana como a que e
observada naquele meio, pode favorecer a formação da erosão acelerada, dos desastres
ambientais nas áreas de encostas de gradiente acentuado, e alagamento e enchentes nos
espaços flúvio – lagunares.

Não só, o uso indevido dos sistemas ambientais físicos na bacia do rio Limpopo na
cidade de Xai-Xai, como já adiantamos, tem causado impactos e riscos hidrológicos e
ambientais. E os impactos por sua vez, acompanham todo o processo de construção do
ambiente urbano local.

1.1.2. Pergunta de partida


Face as inquietações acima arroladas naquela bacia, tanto que, a construção da
drenagem, por exemplo, até hoje não se faz presente nas áreas periféricas para permitir a
sua funcionalidade. Neste contexto, é urgente que surja a seguinte questão de partida.
Que riscos hidrológicos se observam na bacia hidrográfica do Limpopo em Xai-
Xai?

1.1.3. Hipótese
1.1.4. Hipótese Básica
 Um dos maiores riscos que podem advir na componente social e ambiental como
risco hidrológico na bacia do rio Limpopo em Xai-Xai, pode ser a aceleração da
vulnerabilidade das populações que ali residem, para além da marginalização
das suas respectivas infra-estruturas e há défice dos meios de comunicação.

1.2. Objectivos geral e específicos


1.2.1. Objectivo Geral
 Analisar os riscos hidrológicos da bacia hidrográfica do Limpopo em Xai-Xai

1.2.2. Objectivos específicos


16

 Identificar os riscos hidrológicos da bacia do rio Limpopo em Xai-Xai;


 Caracterizar os riscos hidrológicos da bacia do rio Limpopo em Xai-Xai;
 Sugerir formas de mitigação de riscos hidrológicos da bacia do rio Limpopo em
Xai-Xai.

1.3. Delimitação do tema


1.3.1. Delimitação do objecto de estudo
Mediante o tema riscos hidrológicos na bacia hidrográfica do Limpopo, tem se como
objecto de estudo, a bacia hidrográfica do Limpopo na baixa da cidade de Xai-Xai, onde
ir se fazer o estudo sobre os riscos hidrológicos que envolvem o homem e o a natureza.

1.4. Metodologias de Pesquisa


Na óptica de GALLIANO, (1979:6), o método constitui um conjunto de etapas,
ordenadamente dispostas, a serem vencidas na investigação da verdade, no estudo de
uma ciência ou para alcançar um determinado fim.

E segundo FERRARI, (1982;19), “o método é um procedimento racional arbitrário de


como atingir determinados resultados”. Na ciência, os métodos constituem os
instrumentos básicos que ordenam de início o pensamento em sistemas, traçam de modo
ordenado a forma de proceder do cientista ao longo de um percurso para alcançar um
objectivo pré-estabelecido. Sendo que para este estudo, usar-se-á as seguintes
metodologias de pesquisa.

1.4.1. Análise bibliográfica


Que é um dos principais procedimentos metodológicos para uma investigação científica
sobre tudo quando se trata das ciências sociais e humanas. Nisto, a relevância deste
método é sustentada apara além MARCONI e LAKATOS, (2010:49), quando afirma
que “trata-se de um levantamento de todas as bibliografias já publicadas em forma de
livros, revistas publicadas ou avulsas e imprensa escrita”.

Este método permitiu a análise e recolha de informações em diferentes obras que


abordam a respeito dos riscos hidrológicos na bacia hidrográfica no baixo Limpopo
17

cidade de xai-xai. As obras constituíram base teórica que sustenta as hipóteses


colocadas na pesquisa. As informações obtidas em diversas fontes físicas e em
electrónicas que tratam do tema já mencionado foram usadas como guia durante o
estudo de campo. Podendo se aprofundar nas obras a baixo mencionado que serviram de
base para o aprofundamento na análise e desenvolvimento do tema em estudo.

1.4.2. Observação
De acordo com MARCONI E LAKATOS, (2010:63), o método de observação, ou
observação directa, consiste “na obtenção de certos aspectos da realidade social com
base nos órgãos dos sentidos do homem”.

No entanto a técnica de observação, neste trabalho será feita de forma directa, com o
auxílio de outros instrumentos para a colecta de dados, vestígios que marcam o nível de
ocorrência de inundações a nível da bacia hidrográfica do baixo Limpopo cidade Xai-
Xai.
A observação foi directa efectuada desde os bairros (a) e (b) por onde o rio flui ate a sua
foz, com o objectivo de conhecer melhor vários aspectos ao longo do canal. Foi
acompanhado de registo das imagens, em vários pontos ao longo da bacia hodográfica
do Limpopo, com vista a ilustrar as condições que o canal apresenta.

Durante a efetuacção das observações ao longo do canal foram tomadas devidas


atenções nos aspectos mencionados nas literaturas, como sendo os factores que
influenciam no processo de riscos hidrológicos na bacia do Limpopo cidade de xai-xai e
características físicas do rio, tanto de origem natural e antrópica.

1.4.3. Comparativo geográfico


Foram comparadas vários aspectos geográficos ao longo da bacia hidrográfica do baixo
Limpopo cidade de Xai-Xai, isto é, residências instaladas, a vegetação, resíduos sólidos
e orgânicos e actividades agro-pecuárias entre outros aspectos que ditam a realidade do
local em estudo. E por sua vez, analisou-se os riscos hidrológicos que afectam o baixo
Limpopo, cidade de Xai-xai e características físicas do canal, diante de cada aspecto,
buscando os impactos negativos e positivos causados pelas cheias que tem vindo a se
verificar no canal nos diversos pontos de colecta e amostra dos dados. A comparação foi
efectuada a pós a colecta de todos dados no campo, ou seja, local de estudo.
18

1.5.Procedimentos técnicos para a recolha de dados

1.5.1. Entrevista
Para MARCONI & LAKATOS, (2005:198), a entrevista “trata-se de uma conversação
que se efectua face a face, de maneira metódica; proporciona ao entrevistado,
verbalmente, a informação necessária”.
No âmbito da entrevista, foram entrevistados indivíduos que tenham 18 anos de idade
ou acima disso, isto devido o seu grau de raciocínio que já possui naturalmente. Foram
entrevistados os funcionários do INGC cuja área de trabalho tem relação com a temática
em estudo. Foram entrevistados também os moradores mais próximos da bacia
hidrográfica do Limpopo cidade de Xai-Xai.

Em número e especialidades dos entrevistados:


 Três (3), técnicos ambientais do INGC;
 Quatro (6), cidadãos residentes nas bermas da bacia hidrográfica do rio Limpopo
cidade de Xai-xai.
No universo total de 9 indivíduos entrevistados.

A escolha de indivíduos a partir dos 18 anos de idade por entrevistar, fundamenta se na


teoria de Estágios cognitivos (Piaget), afirma que um indivíduo que tenha os 18 anos de
idade, “pode raciocinar dedutivamente, fazer hipóteses a respeito de soluções para o
problema, pensar simultaneamente em várias hipóteses. É capaz de raciocínio científico
e de lógica formal e pode aceitar a forma de um argumento, embora deixe de lado seu
conteúdo concreto, de onde se origina o termo "operações formais".

1.5.3. População amostra


Segundo INE (2017) o distrito de xai-xai tem 124,216 que corresponde (52% suburbana
e 48% urbana), com uma densidade populacional que varia entre 1 e 10 pessoas por
km2 dentro da cidade de Xai-Xai, incluindo a população local de referida bacia de
Limpopo.
19

Far-se-á o uso desta técnica com o objectivo recolher informações direccionada aos
técnicos da UGBL e INGC e ao numero ínfimo da população local que tenha um
conhecimento relativamente profundo sobre os riscos hidrológicos da área em estudo.

Constitui grupo-alvo desta pesquisa, 9 habitantes dos bairros (a) e (b), dos quais (4)
homens (5) mulheres residentes nos bairros (a) e (b), áreas estas que constituem o
núcleo das cheias da baixa da cidade de Xai-Xai.
De modo a apurarmos um número aproximado de opiniões e contribuições dos
residentes locais, olhando se para a relevância da informação a ser prestada por esses na
compreensão e testagem das hipóteses adiantadas por nosso estudo.

1.6. Modelo científico de abordagem

Para abordagem do estudo baseou-se na teoria do COLLISSCHONNDOS que refere a


desastres naturais, que se debruça sobe a relação de interdependência que se estabelece
entre um evento físico destrutivo (dimensão natural) e um contexto social vulnerável
(dimensão social), discute os vários componentes da vulnerabilidade, destacando a
vulnerabilidade de Moçambique face aos desastres naturais.

Os estudos das características e da bacia hidrográfica do Limpopo, possuem grande


importância sócio-ambiental e económico. As informações geradas por estes trabalhos
fornecem subsídios para elucidar questões relacionadas aos problemas ambientais
existentes na bacia hidrográfica do Limpopo.

Os resultados obtidos podem também ser utilizados como importantes instrumentos de


planeamento e gestão de desastres hidrológicos das bacias hidrográficas. Portanto, o
monitoramento das características físicos naturais e fornece informações capazes de
indicar as alterações ocorridas na área da bacia hidrográfica do Limpopo. (KUERTEN,
et al. 2009: 1).

No caso da baixa da cidade de Xai-Xai é considerada a cidade que vem crescendo


gradualmente em termo da densidade populacional e concentração industrial. Factor
esse que influencia para que as populações imigrantes passam adquirir terrenos ao longo
das margens do baixo Limpopo cidade de Xai-Xai fazendo se a pressão sobre o mesmo
20

espaço e colocando se em situação vulneráveis como é o caso das cheias do ano 2000 e
2013.

O objectivo do uso do perfil e características físicas naturais da bacia hidrográfica do


Limpopo cidade de Xai-Xai, permite acompanhar a possível alteração dos sistemas das
bacias hidrográficas ao longo do tempo, bem como a minimização de impactos sócios-
ambientais que possam ocorrem através cheias na bacia hidrográfica do baixo limpo
cidade de Xai-Xai.
21

CAPÍTULO 2: REVISÃO DE LITERACTURA

2. Fundamentação teórica
SEVERINO (2002), fala do quadro teórico que constitui categorias e conceitos,
formando sistematicamente um conjunto logicamente coerente, dentro do qual o
trabalho do pesquisador se fundamenta e se desenvolve.

Já RICHARDSON (1989), fala do marco teórico, onde o pesquisador deverá realizar


interpretação de tema, historicamente ou apenas na fase actual, analisando criticamente
as diversas concepções e perspectivas.

GIL (2008), fala que essa é a parte da pesquisa que é dedicada a contextualização
teórica do problema e seu relacionamento com o que tem sido investigado a seu
respeito.

Riscos hidrológicos
GUERRA et al, (2019). Sustenta que o risco é uma relação dualista entre a
susceptibilidade e a vulnerabilidade, sendo assim, no momento em que há exposição à
manifestação de um fenómeno natural perigoso, é preciso que a sociedade consiga se
recuperar, ou seja, que tenha resiliência.

GUNE (2015). Afirma que as tipologias de desastres e riscos estão directamente


relacionadas com o tipo de ameaça, de forma que os desastres e riscos hidrológicos são
caracterizados pela presença de ameaças de natureza hidrológica. A Classificação e
Codificação Brasileira de Desastres (COBRADE) define que os desastres hidrológicos
estão relacionados aos danos causados por fluxos de água superiores à capacidade da
infra-estrutura de drenagem (alagamentos) ou de corpos hídricos naturais (inundações),
podendo ser agravados quando ocorrem com alta velocidade de escoamento
(enxurradas).

Segundo COLLISSCHONN (2018), Risco Hidrológico refere-se ao produto da


probabilidade de falha de uma estrutura Hidráulica face à ocorrência de chuva, vazão ou
nível da água superior àquela para a qual foi dimensionada e do prejuízo decorrente da
falha.
22

Portanto, diante deste exposto e as afirmações dos entrevistados conseguimos perceber


que se trata de uma falha na estrutura hidráulica que resulta das chuvas acima do normal
provocando assim a submersão das áreas vizinhas.

Vulnerabilidade
SIATO (2015), afirma que vulnerabilidade é grau de perda para um dado elemento,
grupo ou comunidade dentro de uma determinada área passível de ser afectada por um
fenómeno ou processo.

(DIAS, et al., 2011). Considera vulnerabilidade aos riscos hidrológicos o grau de


susceptibilidade ou incapacidade de resposta de um sistema face aos efeitos adversos
das mudanças climáticas, que inclui a variabilidade climática e os eventos extremos.

2.1. Contextualização das cheias


ARAÚJO, (2010:12), sustenta que as cheias são a principal causa das inundações, as
características das cheias, nos seus aspectos hidrológicos e hidráulicos, e o controlo
estrutural das ondas de cheia, foram estudados durante as últimas décadas nos seus
pontos de vista científico e técnico. Poder-se-á atingir facilmente um acordo europeu
sobre a tecnologia a utilizar nas situações de risco.

No que diz respeito à implementação de medidas não estruturais, e às escolhas


para a quantificação dos riscos aceitáveis para a sociedade e para o ambiente,
será mais difícil atingir uma posição única. Isto é consequência, das diferentes
intensidades das cheias em cada região, das diferentes organizações para a
gestão do território, das diferentes “culturas” do risco, e das diferentes
experiências nacionais. (ibidem).

No rápido crescimento das cidades, houve a expansão tanto da sua área periférica
quanto da sua zona de expansão sobre os municípios vizinhos, resultando num processo
de metropolização. Essa nova dinâmica urbana, segundo INGC (2003), gerou os
assentamentos precários e alto grau de degradação ambiental.

2.1.1.Características físicas da bacia hidrográfica do Limpopo


GUNE (2015:74). O rio Limpopo é o segundo maior rio da África austral, com cerca de
1600 km de extensão e serve de fronteira entre a África do Sul, o Botswana e o
Zimbabwe, antes de entrar em Moçambique no norte da província de Gaza para
desaguar no Oceano Índico, perto da cidade de Xai-Xai. O Limpopo tem um
23

comprimento de cerca de 1 600 km (certas fontes referem 1 770 km) e a sua bacia
hidrográfica cobre cerca de 415 000 km².
Podemos dividir o seu percurso em três secções:
 Alto Limpopo - trecho na África do Sul e Botswana, até à confluência com o
Sashe, na fronteira entre África do Sul – Botswana – Zimbabwé
 Médio Limpopo – desde a confluência do rio Sashe e do Luvuvhu até à fronteira
com Moçambique (Pafúri);
 Baixo Limpopo – desde Pafúri até à foz, no Oceano Índico

Em Moçambique, a bacia do Limpopo tem como limites a bacia do rio Save a Norte, a
Sul com rio Incomáti, a Este com uma faixa costeira onde se encontram várias bacias
internas (lagoas) e a Oeste com a África do Sul. DNA (1996).
A bacia do Limpopo é partilhada por quatro países nomeadamente a África do Sul,
Moçambique, Botswana e o Zimbabwe. Estende-se por uma área de cerca de 2 Km. Há
três grandes grupos de vegetação que ocorrem na bacia: a savana seca de caducifólias
arbóreas dominada por; a savana seca de caducifólias arbustivas dominada por Boscia. e
Acacia. e, vegetações ribeirinhas ou florestas de galaria entre outras Vendem na figura
1.
Figura:1 Perfil físico da bacia hidrográfica do Limpopo.

Fonte: SINATE (2002).


A bacia do rio Limpopo apresenta uma forma quase circular, encontrando-se a uma
altitude média de 840 metros acima do nível do mar.

SINATE (2002), no território nacional, o rio Limpopo corre em terrenos planos, sendo a
sua direcção dominante NW-SE, desaguando no Oceano Índico em Inhampura, a cerca
24

de 50 Km de Xai-Xai. Conforme as diferentes regiões que atravessa, o rio vai sendo


conhecido por Inhampura, Miti, Bembe, dos Reis, dos Crocodilos ou do Ouro.

A base teórica para uma análise é a consideração das “inundações como um


acontecimento natural que fez parte da história geológica”. Mas a caracterização das
cheias e das inundações deverá ainda incluir as três componentes principais. (ibidem).
 Características físicas do meio aquático;
 Características da planície de inundação e dos habitats associados;
 Características socio-económicas da ocupação da planície de inundação.

Para analisar a tipologia das cheias e das inundações pode-se partir destes dois casos
dominantes e de quatro características fundamentais:
 Dimensão ou área da bacia hidrográfica;
 Tipo de ocorrência meteorológica;
 Tipo de vale que é inundável;
 Factores sócio-económico.
O conjunto destas características dão os elementos necessários para a gestão das
inundações.

2.2. Bacia Hidrográfica


GRANELL-PÉREZ et al (2004), citado por GUNE (2015), a bacia hidrográfica ou
bacia de drenagem é constituída pelo conjunto de superfícies que, através de canais e
tributários, drenam água da chuva, sedimentos e substâncias dissolvidas para um canal
principal.

VAZ (2002:8), define a Bacia Hidrográfica como sendo é um conjunto de terras que
fazem drenagem da água das precipitações para esse curso de água e rios menores que
desaguam em rios maiores (afluentes).

Segundo ZAAG (2007) citado por MASSIGUE (2014) conscientiza que bacia
hidrográfica é uma área definida topograficamente, drenada por um curso de água ou
por um sistema interligado de cursos de água, tal que, todos os caudais efluentes sejam
descarregados através de uma única secção de referência da bacia. Por outro lado, o
sistema de drenagem de uma bacia é constituído pelo rio principal e seus tributários.
25

2.2.2. Vulnerabilidade dos locais de riscos hidrológicos na bacia hidrográfica do


Limpopo
A vulnerabilidade às cheias no Baixo Limpopo está ligada ao relevo da bacia, uma
análise do perfil do rio Limpopo e dos Elefantes revela a grande descida do rio no
território nacional. O rio Limpopo corre os últimos 175 km entre Chókwè e a foz abaixo
dos 7 m do nível do mar. As cheias são mais frequentes entre dezembro e março no
baixo Limpopo DNA. (1996) citado por Brito, (2009).

MASSINGUE (2014), sustenta que a bacia hidrográfica do Limpopo é uma das mais
vulneráveis, devido às condições geográficas e geológicas muito particulares da região,
pelo que se verifica uma grande variabilidade hídrica entre os anos, destacando-se os
baixos coeficientes de escoamento, a grande intrusão salina, a baixa capacidade de
retenção de água no solo e a elevada taxa de evaporação, aumentando o risco de
vulnerabilidade à cheias e secas associados às variadas temperaturas e às actividades
humanas.

GUNE (2015), afirma que as cheias em Moçambique são um dos maiores causadores de
desastres naturais, o exemplo disso temos como um dos registos dos marcos de maior
destruição as cheias do ano 2000, estas que custaram um enorme peso financeiro aos
cofres do Estado para a reconstrução das regiões afectadas, como é o caso da província
de Gaza concretamente nos distritos de Chókwè, Guijá, Chibuto e Xai-Xai onde a
destruição trouxe grandes prejuízos a economia nacional e a população local.

SILVA (2013), sustenta que mesmo depois destas cheias do ano 2000, a província de
Gaza ao longo da Bacia do rio Limpopo continua sendo um palco de cheias, associadas
as mudanças climáticas assim como escoamentos das descargas feitas nas barragens dos
países a montante bem como das barragens dentro do território nacional assim como dos
seus afluentes, retardando deste modo os esforços que o governo vem empenhando na
reconstrução de várias infra-estruturas destruídas pelas cheias nesta região, essa
vulnerabilidade associa-se também a fraca capacidade das estruturas de prevenção e
sistemas de mitigação de cheias.
26

De acordo com GUNE (2015:94) afirma que no período chuvoso do ano 2013 esta
região voltou a ser afectada por mais uma cheia histórica, esta que demonstrou a fraca
capacidade que a unidade de gestão da bacia tem em responder situações de risco,
destruindo desse modo residências, infra-estruturas de serviços assim como as áreas
agrícolas que são o maior potencial de rendimento na bacia do Limpopo. Trata-se de
uma área essencialmente plana de baixa altitude.

2.3.Modelos de gestão de ricos hidrológicos

2.3.1.Modelos universais de gestão de riscos hidrológicos


A definição de modelos apropriados para cada uma destas tarefas auxilia na organização
das informações e na coordenação das etapas a serem realizadas para gestão da BH. Os
sistemas de gestão de BH devem ter um suporte técnico científico baseado no
conhecimento da estrutura ambiental e na compreensão dos processos e factores que
intervêm sobre a unidade de gerenciamento.

CUMBE (2007), diz que a formulação destes modelos conceituais permite coordenar a
obtenção de informações e organizar as acções de Gestão Ambiental e Económico-
social da área sob intervenção. Neste contexto, o zoneamento da BH consiste em uma
etapa fundamental de planeamento para instrumentalizar e tornar operacionais as acções
de manejo e conservação no âmbito da mesma.

GRACIOSA MELISSA (2010:13) sustenta que a gestão do risco de desastres naturais


compreende três níveis: antes, durante e após o evento extremo, com base em ações que
visem a redução de riscos por meio de suas três componentes, ameaça vulnerabilidade e
exposição. No contexto de desenvolvimento e fortalecimento economico do brasil, os
seguros para desastres naturais têm papel importante como agente de transferência de
risco que possibilitam recuperação da área atingida.

OLIVERIA (2017), sustenta que no Brasil Mapear áreas de riscos é essencial em todas
as fases da gestão de desastres, contribuindo para: mitigação, sendo necessário para o
ordenamento do uso do solo e identificação de áreas que necessitam de infra-estruturas
para a redução dos riscos; na preparação, identificando os locais que demandam
monitoramento, implantação de sistemas de alerta e planos de emergenciais; na resposta
27

aos desastres, uma vez que são conhecidas as áreas onde potencialmente ocorreram os
maiores impactos; e também na recuperação de áreas atingidas por desastres, sendo
utilizado no planeamento das acções de recuperação, principalmente no reassentamento
da população afectada.

OLIVERA (2017), sustenta que no brasil da semuita relevância a informação


compartilhada pela população no geral através das plataformas online o que possibilita
maior flexibilidade da informação com o objectivo de chamar atenção das entidades
competentes para o caso, especificamente de onde exactamente estejam a ocorrer os
inventos extremos como se pode perceber melhor no paragrafo que se segue:
 Entretanto, o mapeamento de áreas de riscos hidrológicos envolve a colecta e
análise de variados tipos de informações espaciais, as quais nem sempre estão
disponíveis. Posto isso, a próxima seção desta revisão bibliográfica aborda como
o conceito de informações geográficas voluntárias tem contribuído para a
obtenção de dados espaciais na gestão de riscos e desastres hidrológicos.

2.3.2. Modelo de Gestão de riscos hidrológicos em Moçambique


SILVA (2011), aborda que a gestão das bacias hidrográficas em Moçambique é da
responsabilidade da Direção Nacional de Águas (DNA), que se subdivide em ARA-
SUL, CENTRO e NORTE, subordinado ao Ministério das Obras Públicas e Habitação
(MOPH). Assim, as bacias dos rios Púngué e Búzí estão sob a responsabilidade da DNA
ARA-CENTRO. Esta entidade tem entre outras, a responsabilidade de gerir os recursos
hídricos de cada bacia hidrográfica de sua jurisdição.

LANGA (2002), afirma que grandes problemas na gestão das bacias hidrográficas em
Moçambique relacionam-se com a fraca capacidade técnica dos profissionais e gestores
das bacias, bem como a insuficiência dos equipamentos necessários para a colecta e
processamento dos dados hidrológicos. Conclui ainda que as actividades humanas tais
como a agricultura e a fixação das residências junto as margens das bacias hidrográficas
provocam alterações do meio físico do rio aumentando a erosão, situação que provoca
em muitos casos um enventual agravamento e ocorrência de cheias ou secas. Afirma
ainda que os hábitos culturais como por exemplo o fecalismo a Céu aberto bem como a
28

utilização dos agro-químicos ao longo das bacias hidrográficas podem alterar


significativamente a qualidade de água.

Segundo INSTITUTO NACIONAL DE GESTÃO DE CALAMIDADES (INGC et al,


2003), citado por BRITO et al., (2009), sustenta que a devastação causada pelas grandes
cheias que afectaram o país, sobretudo as de 2000 na região Sul e as de 2001 nos rios
Zambeze e Púnguè e revela a vulnerabilidade do país a este tipo de eventos naturais.

As recorrências destas cheias, que se tornarão naturalmente mais frequentes em


consequência das alterações climáticas, exigem uma especial atenção para minimizar os
seus efeitos negativos. Por isso, o estabelecimento de sistemas de aviso prévio de cheias
e de planos de contingências assim como disponibilização de recursos adequados é de
extrema importância.

LANGA (2002), a gestão de águas nas bacias hidrográficas constitui uma unidade de
planeamento dos recursos hídricos a nível de decisões com respeito à concretização das
políticas de recursos hídricos, nomeadamente, quanto à sua afectação em termos de
qualidade e quanto ao estabelecimento de critérios de qualidade dos caudais retornados
à rede hidrográfica, onde as políticas de gestão de água devem satisfazer às
necessidades de procura.

INGC (2014), sustenta que gestão de risco de Calamidades está explicitamente


incorporada no Plano Quinquenal de Desenvolvimento do Governo desde 2005 e no
Plano de Acção para Redução da Pobreza desde 2006. Através destes documentos, o
Governo reconhece não só que a gestão eficiente do risco de desastres atenua o impacto
negativo dos eventos climáticos recorrentes, mas também que a redução do risco está
intrinsecamente ligada à redução da pobreza das populações mais expostas a este tipo de
catástrofes.

2.4.1.Importância da bacia hidrográfica do Limpopo


O rio Limpopo é o centro vital de Gaza. É ele que torna a província importante sobre
diferentes pontos de vista: agricultura, política e desenvolvimento. Em anos de grande
precipitação consegue alimentar a nação com arroz e outras colheitas, mas em anos
secos apresenta um aspecto desolador. Nas grandes secas, o Limpopo simplesmente
29

secou completamente, apresentando o aspecto duma estrada seca e poeirenta. Nos anos
húmidos é exactamente o oposto: o rio alaga as suas margens e as populações têm, por
vezes, de ser retiradas por helicóptero.

2.5. Modelos Universais de gestão de recursos hídricos

2.5.1. Modelo de gestão de recursos hídricos no Japão


O panorama da questão hídrica no Japão é muito diferente dos outros países estudados.
O país conseguiu atingir a meta de distribuir, de forma universal, água para toda sua
população: 97% da população japonesa recebe do governo, através de concessionárias
do serviço público, água potável nas torneiras residenciais, e os 3% restantes recebem
esta água através de poços existentes. Essa última parcela é mais comum nas áreas
rurais e mais isoladas da ilhaMINISTRY OF HEALTH, LABOR AND WELFARE
(2011).

WORLDOMETERS (2017). A escolha deste país asiático para o presente estudo passa
pela constatação das características geográficas do país e, também, pelos resultados
expressivos no índice de desenvolvimento humano divulgado este ano pela Organização
das Nações Unidas (ONU, 2014). O Japão detém, notavelmente, território pouco
extenso e uma enorme densidade demográfica. Em 2016, obteve-se a marcação de 346
hab/km².

2.5.2. Modelo de gestão de recursos hídricos no Portugal


CARINHAS, (2010, p.92), enfatiza que a distribuição dos recursos hídricos em Portugal
é feita por um sistema híbrido. Na verdade, a maior parte deste serviço se encontra sob o
controle do sector público, que detém 84% do controle da actividade. Os 16% restantes
subdividem-se entre o sector privado, que detém 14%, e as empresas de economia
mista, que possuem 2%.

FACO (2018), afirma que institucionalmente, Portugal confiou ao Ministério do


Ambiente e do Ordenamento do Território, a autoridade suprema e central de planejar,
licenciar e fiscalizar. A autoridade que regula os serviços de água é a Entidade
Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), criada por meio de decreto-lei,
30

que possui a função fiscalizadora voltada para o controle da qualidade da água que
chega ao consumidor final.

Anualmente, a Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos divulga o


resultado do controle quali-quantitativo dos operadores, fazendo comparações entre os
serviços prestados, e os divulgando para a sociedade que os consome. Estruturalmente,
o serviço de distribuição de água em Portugal é dividido em: sistemas multimunicipais,
municipais e intermunicipais.

De acordo com RIBEIRO (2006), sustenta que os serviços multimunicipais constituem


sistemas regionais que visam complementar os serviços municipais através de uma
parceria entre os municípios de uma determinada região. Com efeito, este sistema atua
conjuntamente com a iniciativa privada, através de concessões do serviço com o prazo
mínimo de 35 anos, e máximo de 50 anos. Já os sistemas intermunicipais consistem em
parcerias, entre dois ou mais municípios específicos.

2.5.3. Modelo de gestão de recursos hídricos no Brasil


A política dos recursos hídricos do Estado do Ceará, instituída pela Lei Nº 11.996, de 24
de julho de 1992, estabelece mecanismos para que a água de domínio estadual seja
gerenciada de forma integrada, participativa e descentralizada.

TEIXEIRA (2004), afirma que a importância da garantia da oferta de água, como factor
determinante para o desenvolvimento económico e social do Ceará, o Governo Estadual
criou, em 1993, a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos – COGERH, tendo
como missão efectuar o gerenciamento dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos
de domínio do Estado.

A COGERH, vinculada à Secretaria dos Recursos Hídricos – SRH, gerência a água no


território, exercendo funções de carácter técnico e operacional, enquanto a própria SRH,
como detentora do poder de polícia sobre a água, desempenha, através da sua
Coordenadoria de Gestão dos Recursos Hídricos – CGERH, as funções de carácter
político e institucional no gerenciamento desses mananciais.
31

2.5.4. Gestão de recursos hídricos em Moçambique


O PARPA II reconhece a necessidade de melhorar a gestão dos recursos hídricos do
país para minimizar o impacto negativo da variabilidade do clima, assegurar a
sustentabilidade dos serviços de abastecimento de água, e a disponibilidade de água
para a produção agrícola como factores importantes para atingir os objectivos de
desenvolvimento e redução de pobreza.

Na concepção de GUNE (2015:22) ressalta que os desafios de Moçambique na


gestão e desenvolvimento dos recursos hídricos para o cumprimento das metas
do PARPA e das MDM, incluem água potável e saneamento, água para
segurança alimentar e desenvolvimento rural, prevenção da poluição da água, e
conservação dos ecossistemas, mitigação dos desastres e gestão do risco,
gestão dos recursos hídricos transfronteiriços e partilha de benefício. Torna-se
necessário e urgente desenvolver planos detalhados relativos ao
desenvolvimento dos recursos hídricos para promoção dos serviços de
abastecimento de água e saneamento, desenvolvimento da agricultura, gestão
de desastres e protecção dos ecossistemas, incluindo a prevenção da intrusão
salina nos estuários dos rios, da produção industrial, e da produção de energia
hidroeléctrica (Direcção Nacional de Águas – DNA, 2004.

Segundo a POLITICA NACIONAL DE ÁGUAS, (PNA, 2007), A disponibilidade de


água bruta atreves de uma gestão integrada de recursos hídricos, optimizará os
benefícios da comunidade, tendo em conta os interesses, quer dos actuais, quer dos
futuros beneficiários. Ter-se-ão em conta os impactos ambientais e a conservação dos
recursos hídricos para o futuro. Nenhuma acção insolada permitira a melhoria adequada
dos serviços do sector da água. Muitos das acções requeridas estão relacionadas e a sua
implementação necessitará de ser coordenada e integrada com outras políticas adoptadas
para a administração local, saúde, agricultura, indústria e finanças.

2.5.5. Estratégia nacional de gestão de recursos hídricos


RIBEIRO (2000), fundamenta que o enquadramento da Estratégia Nacional de gestão
de Recursos Hídricos em Moçambique este documento foi preparado depois de um
processo extensivo de consultas e discussões em Moçambique, incluindo a realização de
um seminário público em Maputo em Setembro 2006 sobre os resultados iniciais do
estudo.
32

Segue a preparação de um documento de abrangência inicial com título “The Role of


Water in the Mozambique Economy – Identifying Vulnerability and Constraints to
Growth”, Junho 2006.A água é um requisito essencial para muitas actividades
relacionadas ao crescimento e à redução de pobreza, o que resultou na necessidade de
contribuição de uma gama de sectores diferentes na preparação deste documento.

VIERA (2016) afirma que, o Banco Mundial realizou 18 estratégias de assistência para
recursos hídricos no país até a presente data. Estas deram resposta a diversas questões e
aspectos da gestão e do desenvolvimento dos recursos hídricos, para responder aos
desafios específicos e ao contexto de desenvolvimento dos respectivos países.

2.5.5.1 Estratégia de Assistência do Banco Mundial para Recursos Hídricos do País


SHOUJI (2017), fundamenta que a Estratégia de Assistência ao País do Banco para os
anos fiscais 2004-2007 delineou um programa de apoio para dar assistência aos esforços
deste de atingir os Objectivos de redução da pobreza e crescimento económico. O
Banco tem apoiado esforços que visam melhorar o clima de investimento, expandir a
provisão de serviços, e criar estruturas de capacidade e responsabilização no sector
público.

O foco no alívio da pobreza foi mantido através de conselhos de políticas completos e


instrumentos complementares de apoio ao sector privado, junto a intervenções selectas
em desenvolvimento rural, educação, saúde, serviços agrícolas, infra-estruturas e
governança. Apoio ao sector de água foi feito através de apoio ao Projecto Nacional de
Desenvolvimento de Água II (PNDAII).

O PNDAII apoiou o abastecimento de água urbana pelo sector privado e o


desenvolvimento da Estratégia Nacional de Gestão dos Recursos Hídricos (ENGRH).
Banco Mundial tem estado envolvido no sector de água em Moçambique desde 1998.

CARINHAS, (2010). desenvolvimento da Estratégia de Assistência para Recursos


Hídricos no País é complementar ao desenvolvimento e pretende-se que seja consistente
com as prioridades de desenvolvimento do país, como definidas no PARPA II, e com as
prioridades sectoriais. Note que difere da Estratégia Nacional de Gestão dos Recursos
Hídricos numa série de maneiras chave. Identificou se um grande número de potenciais
33

e importantes necessidades de desenvolvimento e gestão, mas não aplica uma análise


económica ou uma priorização a elas, também não indica onde especificamente o Banco
deveria dar assistência.

ABRAMS (2007), sustenta que pela localização geográfica da bacia hidrográfica do


baixo Limpopo cidade da Xai-Xai, e pela alta dependência em recursos hídricos
compartilhados, Moçambique é um estado ripário a jusante em todos os nove rios
principais, excepto o Rovuma, em que é um ripário paralelo. Mais de metade dos
recursos hídricos do país tem origem fora do território nacional.

MUCHANGOS (1999), sustenta que a alta dependência de Moçambique nos recursos


hídricos compartilhados é um factor importante na vulnerabilidade hídrica nacional. No
Sul, todos os principais rios (Maputo, Umbeluzi, Incomati, Limpopo e Save) têm
origem em países vizinhos. A extracção significante de água desses rios nos países rio
acima, junto à alta variabilidade do fluxo, reduz a disponibilidade de água nessas bacias
e aumenta a vulnerabilidade hídrica na região Sul. A gestão das bacias hidrológicas e
das reservas rio acima do seu território tem impacto directo nos próprios riscos do país,
particularmente em relação a enchentes.

2.2.5.2 Decreto72/98 de Dezembro (Politica nacional de aguas)


Decreto nº 72/98, de 23 de Dezembro – aprova o Quadro de Gestão Delegada do
Abastecimento de Água. MINISTÉRIO DAS OBRAS PÚBLICAS E HABITAÇÃO
(2013).

BOLENTIM DA REPUBLICA (1991). O principal objectivo dessa assistência seria de


apoiar o GdeM no futuro desenvolvimento de um conjunto apropriado de políticas e
instrumentos para fortalecer o planeamento de desenvolvimento dos recursos hídricos
no país, e de melhorar a coordenação das agências utilizadoras de água dentro do
quadro de gestão integrada dos recursos hídricos.
Abastecimento de água: “…concepção, construção, exploração, e a gestão de um
sistema de captação, tratamento e distribuição de água para o consumo público.”
DIMENE (2017).
34

2.2.5.3 Lei das águas


A Lei de Águas, Lei 16/91 de 3 de Agosto
De acordo com a DNA (1996), fundamenta que a Lei de Águas na Política Nacional de
Águas prevê a disponibilização de água bruta, através de uma gestão integrada dos
recursos hídricos, optimização dos benefícios para as comunidades, tendo em conta os
interesses, quer actuais quer dos futuros beneficiários. Dever-se-á igualmente ter em
conta os impactos ambientais.

DEMIRE (2017). Sustenta que a Lei de Águas, elaborada e aprovada com o objectivo
de definir o domínio público dos recursos hídricos do Estado e a política no geral da sua
gestão, consagra na alínea b) do número 1 do artigo 2, definir em relação às águas
interiores, o regime jurídico geral das actividades de protecção e conservação,
inventário, uso e aproveitamento, controlo e fiscalização dos recursos hídricos.

O autor ainda salienta que a Lei no seu artigo 57 consagra ainda que “os locais onde se
instalem infra-estruturas de captação de água para fins de consumo, as margens dos
lagos artificiais, bem como as respectivas áreas adjacentes, ficarão sujeitas ao regime
das zonas de protecção definido na Lei de Terras e seu Regulamento. Ao mesmo regime
ficarão sujeitas as zonas adjacentes às nascentes de água e poços.

GUNE (2015), sustenta que a água é utilizada para diversos fins consoante as
necessidades e as quantidades que cada utente entender. Para que o uso da água pelos
múltiplos interessados não prejudique as necessidades de alguns, torna-se indispensável
criar mecanismos conducentes à sua distribuição ou fornecimento na medida das
necessidades de cada um.

BOLENTIM DA REPUBLICA (1991). A presente lei de águas estabelece os recursos


hídricos que pertencem ao domínio público, os princípios de gestão de águas, a
necessidade de inventariação de todos os recursos hídricos existentes no país, o regime
geral da sua utilização, as prioridades a se ter em conta, os direitos gerais dos utentes e
as correspondentes obrigações, entre outros.

O direito de uso das águas do domínio público será reconhecido em regime de uso livre,
em determinados casos, e por meio de autorizações de uso ou de concessões de
35

aproveitamento, em casos especialmente regulados. A lei de águas surge como


instrumento fundamental para a realização e satisfação de interesses do povo
moçambicano.

2.2.5.4. Distribuição e disponibilidade de recursos hídricos em Moçambique


CASTANHEIRA (2000), sustenta que em Moçambique, a distribuição, ocorrência e
disponibilidade dos recursos hídricos é desigual e depende da precipitação. Por outro
lado, regista-se uma grande variação da precipitação entre as zonas norte e sul de
Moçambique, bem como entre a zona costeira e o interior.

RIJO (2006), afirma que a bacia do Zambeze e a região norte registam uma maior
ocorrência de recursos hídricos, cerca de 90 por cento, enquanto as zonas centro e Sul
detêm a mais baixa disponibilidade de água, avaliada em 10 por cento.
Enquanto a região sul de Moçambique é semi-árida, com menos de 700 milímetros de
precipitação por ano, as zonas norte e centro registam precipitações abundantes,
superiores a 1.200 milímetros.

MUCHANGOS (1999), Moçambique partilha as Bacias dos Rios Maputo, Umbeluzi,


Incomati, Limpopo, Save, Búzi, Púnguè, Zambeze e Rovuma, com Africa do Sul,
Swazilândia, Zimbabwe, Zâmbia, Botswana, Malawi, Angola e Tanzânia.

CASTANHEIRA (2000), afirma que o facto de a sociedade humana exigir grande


quantidade de água para o desenvolvimento das suas actividades, esta vai tornar-se um
recurso progressivamente escasso, sendo essa escassez intensificada pela poluição e
contaminação da água. Desta forma, o resultado será a limitação do desenvolvimento
sócio-económico, quando começarem a surgir os conflitos entre cidades e nações pelo
uso da água.

ARRAJA (1998), no presente momento, mais de 70% da população rural e cerca de


30% da população urbana não têm acesso a uma fonte de fornecimento de água
adequada. Actualmente, a capacidade de produção dos sistemas de abastecimento de
água para as 13 principais cidades, com um total de cerca de 4 milhões de habitantes, é
aproximadamente 250,000 m3/dia (ou uma produção total de uns 80 Mm3/ano).
36

ABRAMS (2017). Diz que Cerca de 75% desta produção serve a área de Maputo
(principalmente do rio Umbeluzi, regulado pela barragem dos Pequenos Libombos). A
maioria do abastecimento de água para as áreas urbanas depende da provisão de água
superficial. Somente quatro cidades principais – Pemba, Tete, Xai-Xai, e Chókwe –
dependem de fontes de água subterrânea.

2.2.6. Principais bacias hidrográficas de Moçambique

2.2.6.1. As Principais bacias hidrográficas de Moçambique


MUCHANGOS (1999:44), afirma que das cerca de 25 bacias hidrográficas principais
que drenam o país são de destacar de norte para sul as seguintes: Rovuma, Messalo,
Montepuez, Lúrio, Monapo, Ligonha, Licungo, Zambeze, Pùngué, Búzi, Save, Govuro,
Inharrime, Limpopo, Incomati, Umbeluzi, Tembe e Maputo.De abastecimento
predominantemente pluvial, os grandes cursos de água moçambicanos são de regime
periódico, ainda que grande parte dos seus efluentes sejam de regime ocasional.

CUMBE (2007), sustenta que devido a configuração do relevo a maior parte dos rios
correm de Oeste para Este, atravessando sucessivamente montanhas, planaltos e
planícies, antes de desaguarem no oceano indico.

BOLEO (1950), sustenta que factores climáticos condicionam as oscilações do caudal


dos rios ao longo do ano, registando máximas estacões dechuvas e os mínimos nas
estações secas. Registoes efectuados em vários rios, permitem concluir que grande parte
deles está sujeito a cheias cíclicas muitas vezes com efeitos catastróficos.

MUCHANGOS (1999), no que tange a Recursos Hídricos de Moçambique é de extrema


importância salientar queMoçambique tem 104 principais bacias de rios, dos quais 50
têm áreas de captação de água de menos de 1,000 km2, 40 têm áreas de entre 1,000 e
10,000km2, 12 de entre 10,000 e 100,000 km2, sendo que o Rio Zambeze e o Rio
Rovuma têm áreas de captação de água de mais de 100,000 km2. As bacias de rios mais
importantes, do sul ao norte, são: Maputo, Umbeluzi, Incomati, Limpopo, Save, Búzi,
Pungue, Zambeze, Licungo, Lúrio, Messalo e Rovuma.
37

ABRAMS (2017), sustenta que com a excepção das bacias do Licungo, Lúrio e
Messalo, todas as outras bacias são divididas com pelo menos um outro país. A bacia do
Rio Zambeze é dividida por um total de oito países.

2.2.6.2. Características gerais dos rios de Moçambique


TEMBE (2008). Sustenta que o comportamento dos rios moçambicanos é influenciado
por vários factores de natureza diversa e distinta, como por exemplo: a própria situação
geográfica do país, a disposição do relevo, a cobertura vegetal, o clima, o solo e a acção
do Homem.

Assim, poder-se-ádestacar, como suas características gerais:


1. A maioria nas regiões altas dos países vizinhos do interland (interior);
2. A maioria tem uma orientação (sentido) Oeste para Este;
3. Desaguam no Oceano Índico em forma de estuário ou delta;
4. A maioria é de regime periódico;
5. Os da região Sul são de planície, e ao longo do seu percurso meandrante
o terreno e o seu leito corre em vales abertos em caleira, o que favorece a
rápida evaporação das suas águas;
6. Na zona Sul verifica-se que eles possuem capacidade erosiva, fraco
potencial hidroeléctrico e forte hidroagrícola;
7. Os rios do Centro e Norte, por serem das zonas predominantemente de
planaltos e montanhas os seus leitos são encaixados em vales profundos
de tipo “V”? e se apresentam rápidos, em quedas/ cascatas, o que lhes
reduz a navegabilidade;
8. Nas regiões Centro e Norte do país, os rios têm maior capacidade erosiva
e um elevado potencial hidroeléctrico.
38

CAPÍTULO 3: ANÁLISE E DISCUSSÃO DE DADOS

3.1. Enquadramento geográfico da área de estudo


A área em estudo localiza se na província de Gaza concretamente na baixa cidade de
Xai-Xai. Constituindo assim o objecto de estudo os bairros (A) e (B) da baixa da cidade
de Xai-Xai, que é uma região costeira banhada pelo oceano Índico, que possui uma
corrente marítima quente, favorecendo desta forma, na predominância do clima tropical
húmido, vinde na figura (1).
Figura 1: Enquadramento da área de estudo

Fonte: autor (2020)

De acordo com o Instituto nacional de gestão de calamidades INGC, (2012, 9) salienta


que, Em Moçambique, o rio Limpopo flui da fronteira entre a África do Sul e o
Zimbabwe para o sul da cidade de Xai-Xai (a foz do rio Limpopo é a capital da
província de Gaza em Moçambique), onde drena-se para o Oceano Índico. Na sua foz, o
rio Limpopo tem aproximadamente uma largura de 300 m7.
39

A secção de Moçambique da bacia é quase plana (400 m acima do nível do mar) e a


planície fluvial consiste de terraços com 1-3 km de largura antes e 2-5 km de largura
depois da confluência com o rio dos Elefantes.

3.2. Áreas de riscos hidrológicos em Xai-Xai


Pela localização geográfica da cidade de Xai-Xai, em particular na baixa da cidade de
Xai-Xai concretamente no bairro "A" e "B”, que possuem baixa altitude, e
consequentemente sendo alvo de cheias recorrente que afectam directamente o bairro
"A" e "B", pelas condições físicas geográficas da área em estudo, como podemos
observar na figura 2.
Que por apresentar características particulares, Bairro "A" e "B" são mais vulneráveis as
cheias que tem vindo a fustigar a baixa da cidade de Xai-Xai

Figura 2: Cidade de Xai-Xai: Planta de Localização de Áreas de riscos hidrológicos,


Bairro “A” e “B”

Fonte: Adaptado Pelo Autor A partir de PEUCXX (2020)


40

3.3 Percepções sobre os Riscos Hidrológicos


Segundo Machava (cp, 2020) riscos hidrológicos ou cheias refere-se a subida do nível
das aguas do rio, que provoca a destruição das machambas, das suas habitações
residências, perda do capital físico assim como a perda de vida humanas.

Por outro lado, entrevistamos o técnico da INGC Sitoe (cp, 2020) que disse riscos
hidrológicos trata-se de tudo o que acontece quando a água do rio transborda e enche as
regiões ribeirinhas, onde pode destruir tudo que lá existe.

Portanto, olhando para as declarações deixadas pelos entrevistados, concluímos que


riscos hidrológicos se trata de tudo o que pode acontecer durante a fúria das aguas ao
longo de uma determinada bacia hidrológico, resultado do aumento das aguas do rio
devido a ocorrência das chuvas no montante e pela falta ou pela pequena capacidade de
armazenamento da agua, o que acaba enchendo as zonas baixas complicando assim a
vida da população residente nas margens do rio.
Por isso que é sempre melhor que as famílias fiquem em locais seguros e nas zonas
baixas só praticarem as actividades básicas para o seu sustento e não considerar estes
locais como moradas fixas, mas sim temporárias.

COLLISSCHONN (2018), Risco Hidrológico refere-se ao produto da probabilidade de


falha de uma estrutura Hidráulica face à ocorrência de chuva, vazão ou nível da água
superior àquela para a qual foi dimensionada e do prejuízo decorrente da falha.
Portanto, diante deste exposto e as afirmações dos entrevistados conseguimos perceber
que se trata de uma falha na estrutura hidráulica que resulta das chuvas acima do normal
provocando assim a submersão das áreas vizinhas.

3.3.1. Principais riscos hidrológicos no rio Limpopo e a sua caracterização


Todos os entrevistados concordam que os principais riscos hidrológicos são: destruição
das machambas; destruição das infra-estruturas; perdas humanas e animal.

3.3.1.1Vulnerabilidade da população face aos ricos hidrológicos cidade de Xai-Xai


As cheias na bacia hidrográfica do baixo Limpopo, cidade de Xaí-Xaí, têm impactos
negativos tais como: morte de milhares de pessoas; pessoas desabrigadas e destruição de
diversas infra-estruturas quase toda a superfície da baixa da cidade de Xai-Xai
41

Isto resulta por um lado, pela falta de informações geográficas (SIG) com relação aos
dados actualizados de onde exactamente esteja a ocorrer as cheias ou que se prevê que
ira ocorrer as cheias, faz com que a dimensão dos impactos seja ainda maior. E mesmo
que haja informações ou dados (SIG) podem se dar o caso de não estarem actualizadas
em tempo real o que impedirá a intervenção imediata das entidades competentes por
falta de informações geográficas credíveis.

Fonte: http://www.travel-images.com/photomozambique33.html; Ministério da


Administração Estatal, Perfil do distrito de Xai-Xai Província de Gaza, Moçambique,
(2005).
42

INGC (2012, Pg-124) O Rio Limpopo não tem tido cheias frequentes nos anos recentes,
mas regista-se a catástrofe: as cheias de Fevereiro do ano 2000 causaram cerca de 1000
mortos e 700.000 deslocados.

Entretanto, é notável o impacto que os riscos têm sobre o ambiente, sobre tudo quando
há coincidência na ocorrência das chuvas no montante sendo que o rio é partilhado por
vários países, que inundam os espaços agrícolas destruindo dessa forma as culturas,
processo este influenciado pela salinização dos solos assim como a da própria água.
Não obstante as infra-estruturas sofrem pressão que as águas exercem sobre os mesmos,
influenciando assim na degradação rápidas dos mesmos. Em suma a vulnerabilidade das
populações está associada à sua fraca capacidade económica e a uma economia muito
dependente dos factores climáticos.

3.3.1.2Vulnerabilidade sobre as infra-estruturas de Xai-Xai aos riscos hidrológicos


A vulnerabilidade das infra-estruturas e dos recursos naturais está associada à falta de
uma adaptação para resistir aos eventos extremos, devido as cheias ocorre sempre a
destruição das infra-estruturas, onde milhares de famílias ficam desabrigadas, pior
porque as infra-estruturas são de construção precária.
Em função da localização geográfica da bacia hidrográfica Limpopo da cidade de Xai-
Xai, todo o núcleo industrial é exposto a vulnerabilidade hidrológica sobre tudo nos
bairros "A" e "B"

Recorrendo a GUNE (2015) salienta que o distrito de Xai-Xai tem a maior área
vulnerável a cheias devido a sua localização junto a planície de inundação da bacia
hidrográfica do Limpopo, onde nas épocas chuvosas as águas chegam a inundar quase
metade do distrito deixando várias infra-estruturas submersas e destruídas, vinde na
figura 4.

Figura 4: Vulnerabilidade das infra-estruturas fase aos riscos hidrológicos na baixa da


cidade de xai-xai.
43

Fonte: http://www.travel-images.com/photomozambique33.html; Ministério da


Administração Estatal, Perfil do distrito de Xai-Xai Província de Gaza, Moçambique,
(2005)

3.3.1.3. Vulnerabilidade dos espaços agrícolas em Xai-Xai


Segundo os nossos entrevistados mostraram que as cheias colocam em causa a produção
agrícola, pois toda a baixa fica submersa, destruindo todas as culturas ali produzidas.
Ainda disseram que, devido às cheias, a mesma população entra em crise alimentar,
sendo necessário a intervenção de quem é de direito.

INGC (2012), sustenta que a maioria da população dentro da bacia consiste em


comunidades rurais pobres e de subsistência que dependem largamente da base dos
recursos naturais (particularmente agricultura alimentada pelas chuvas) para a sua
sobrevivência. Estas comunidades são também caracterizadas por um elevado índice de
analfabetismo, alto índice de crescimento da população e infra-estruturas de
comunicação inadequados.
44

Figura 5: Vulnerabilidade dos espaços agrícolas na baica hidrografia do Limpopo


cidade de Xai-xai

Fonte: Autor (2020)

Olhando para os dados recolhidos no terreno e os textos lido em várias obras é possível
concluir que as cheias têm consequências directas na vida da população sobretudo de
baixa renda que depende essencialmente da agricultura, esta actividade que em tempo
de enchente é a primeira a ficar comprometida, uma vez que as culturas ficam
submersas. Portanto, há necessidade de quem é de direito construa infra-estruturas que
possam reduzir a vulnerabilidade dos riscos hidrológicos, não só, é necessário que se
promovam campanhas de sensibilização para pelo menos as famílias fiquem em locais
seguros e assim não serão mais vulneráveis as inundações cíclicas.

3.3.1.4 Vulnerabilidade socioeconómicos da cidade de Xai-Xai fase aos riscos


hidrológicos
As declarações de vários entrevistados permitiram descrever as seguintes concepções de
que as cheias acompanham consigo a vulnerabilidades socioeconómicos há medida em
que a população depende muito da agricultura, pesca, criação de animais, actividades
estas que estão ligados a terra. Portanto com cheias, todas actividades deixam de
abastecer colocando em causa o desenvolvimento normal da economia da população
que vivem e depende destes recursos.

Recorrendo a INGC (2012), mostra-nos que mediante aos inventos extemos que
ocorreram nos anos de 2000 a 2013, o baixo Limpopo na cidade na Xai-Xai, registou
baixo rendimento económica devido as cheias. O quadro abaixo mostra a dimensão dos
impactos negativos causados pelas cheias.

Quadro 1: Consequências económicas para a Bacia do Rio Limpopo (Vulnerabilidades primários e


secundários)
45

Impactos Económicos
Vulnerabilidades primários Vulnerabilidades secundários
Negocio reduzido com retalhistas Aumento do preço dos insumos agrícolas
Subida drástica de preços; Importações
Carências de alimentos e energia
caras/substitutos
Perca de culturas para alimentos e renda Aumento na compra de alimentos, perda da renda
Venda de produtos de pecuária a um preço de
Redução da qualidade pecuária
Mercado baixo
Escassez da água Alto preço dos transportes
Perda do emprego, renda e propriedade Agravamento da pobreza; subida do desemprego
Menos renda proveniente do turismo e recreação Agravamento da falta do capital
Aumento da divida; aumento do risco de crédito
Contracção forçada de empréstimos
para instituições financeiras
Fonte: INGC (2012: 39)

As vulnerabilidades económicas primárias, reflectem se directamente quando ocorrem


as cheias no baixo Limpopo cidade Xai-Xai, onde pode se notar que praticamente todos
os serviços que giram entorno do capital e ou para sua execução, dependem
estreitamente do capital financeiro, esses serviços tornam se inacessíveis devido a sua
carência e consequentemente o agravamento de preço de venda produtos.

Portanto diante dos dados acima demonstrados no quadro podemos concluir que a
vulnerabilidade económica causada pelas cheias do ano 2000, foram as maiores até
então conhecidas historicamente no nosso país sobretudo no rio Limpopo para a
Província de Gaza, em especial distrito de Xai-Xai, uma vez que afectaram de forma
direta toda população local. Os produtos de primeira necessidade agravaram o preço,
porque já se fazia sentir a carências dos produtos. O nível de desempregados aumentou
significativamente, isto porque os centros comerciais estavam danificados, a falta de
fundos para minimizar os impactos causados pela fúria das cheias não existia.

3.3.1.5 Sistemas de drenagem


Os entrevistados mostram-se interessados que o governo construa sistemas de drenagem
para reduzir os impactos das cheias nas zonas baixas. Por outro lado, as drenagens ou
canais são importante não somente no âmbito de cheias, mas também para a prática da
actividade agrícola, uma que ira permitir o escoamento das águas fluviais, bem como
pluviais.
46

Ainda na visão do OLIVEIRA, (2017), sustenta que, riscos hidrológicos estão


relacionados aos danos causados por fluxos de águas superiores à capacidade da infra-
estrutura de drenagem (alagamentos) ou de corpos hídricos naturais (inundações),
podendo ser agravados quando ocorrem com alta velocidade de escoamento
(enxurradas).

Portanto, os sistemas de drenagem existem para resolver o défice de infiltração e,


consequentemente, para evitar as inundações, as complexas redes de drenagem
subterrâneas existentes nas áreas urbanizadas têm como objectivo retirar a água da
superfície, evitando a sua acumulação. Os sistemas de drenagem da baixa da cidade de
Xai-Xai não são estão eficazes a ponto de responder a capacidade elevada de
precipitações rápidas que consequentemente provocaram as cheias no cento urbano na
Baixa da cidade de Xai-Xai.

3.3.2 Processo de adaptação durante aos riscos hidrológicos na bacia hidrográfica


do rio Limpopo cidade Xai-Xai
Segundo Manhique (cp 2020), diz que costumam fugir para outras regiões seguras
quando recebem informação sobre enchente a tempo. Mas há pessoas que permanecem
neste local e quando as coisas começam a se complicar sobem em cima das casas ou
mesmo nas árvores.

Por outro lado, entrevistamos o técnico da INGC Sitoe (cp, 2020), que disse que a
população que ouve o alerta do INGC procura lugares seguros, abandonando assim as
zonas baixas para não sofrer de inundações, onde tiram um pouco de tudo o que é
necessário para residir noutro lugar, por isso que temos muitas zonas novas constituídas
maioritariamente por pessoas que saíram de zonas baixas exemplo o bairro 2013
apelidado assim pelos munícipes de Xai-Xai durante as cheias registadas no ano de
2013.
Mas também temos uma parte da população que não aceitam o apelo da INGC e
permanecem nas zonas perigosas. Para esta população a INGC tem socorrido com
barcos a motor, helicóptero entre outros meios de forma a salvar vidas humanas.

Figura 6: processo de adaptacao da populacao face a vulnerabiludade aos riscos


hidrologicos
47

Fonte: http//www.google.com/DW-africa
Olhando para os dados fornecidos pelos nossos entrevistados, mostram que a população
durante as cheias uma parte desloca-se logo que recebe o alerta do INGC para locais
seguros, mas também temos outra parte que acredita vendo, é esta que tem sofrido
bastante a fúria das cheias, primeiro colocam em risco a própria vida e de seus bens que
seriam facilmente movimentadas para outros sítios.

Neste contexto, é necessário aumentar a realização de palestras de sensibilização,


mostrando com exemplos que o país já passou devido a resistência de alguma parte da
população. Não só, mas também é preciso que a população que residem ao longo das
margens dos rios não considerem estes como fixos, mas temporárias, sendo necessário
que haja uma residência fixa em locais seguros que ocorre inundações para se refugiar
sempre que for necessário. Quem é de direito deve fiscalizar para a população não
retornar nesses locais perigosas quando é tempo das cheias.

3.3.3. Forma de gestão de risos hidrológicos na bacia hidrográfica do baixo


Limpopo cidade de Xai-Xai

Considerando que a bacia hidrográfica é a unidade de planeamento, é fundamental e


essencial pensar sobre sua gestão a partir de suas características naturais. Vilaça et al.
(2009) afirma que deve se considerar que o comportamento de uma bacia hidrográfica
ao longo do tempo ocorre por dois factores: a) ordem natural, responsáveis pela
predisposição do meio à degradação ambiental e b) antrópicos, onde as actividades
humanas interferem de forma directa ou indirecta no funcionamento da bacia.
48

Entre tanto a UGBL, realiza actividades de gestão de riscos hidrológico fazendo o


monitoramento quantitativo e qualitativo da água na bacia criando-se uma equipa
fiscalizadora das actividades agrícolas realizadas ao longo da bacia e em geral espera-se
ver melhorado as actuais condições de gestão da bacia dos recursos hídricos dentro e
fora da bacia hidrográfica do Limpopo cidade de Xai-Xai.

Entretanto, a bacia do Limpopo por ser uma bacia partilhada e vulnerável a inundações
assim como secas, a gestão é mais rigorosa, por isso esta unidade mantém sempre
comunicação com as estações de monitoramento de montante como forma de obter
informações diárias dos níveis de escoamentos das barragens de montante para
elaboração e a disseminação do boletim informativo é diária.

Fazendo uma ligação entre os dados recolhidos nos terrenos e os autores citados no
presente trabalho percebemos que para reduzir os riscos hidrológicos há necessidade de
uma gestão integrada de recursos hidrológicos que passa por monitorizar caudais no
montante, chuvas que se fazem no território nacional e nos países vizinhos, a
disseminação da informação bem como a construção das infra-estruturas básicas de
colecta e armazenamento de água no nosso território.

Portanto em dialogo como técnico MAGUIRE da UGBL, ressaltou que esta em projecto
a construção de redes de drenagens, canais, diques de proteção, valetas para coletar
água, bem como barragens em sítios estratégicos. Frisou ainda que há necessidade de se
realizar várias palestras e educação sócio-ambiental de forma a sensibilizar a população
em especial a população que habita em áreas de mais vulneráveis a fúria das águas das
cheias.
Em situações de riscos e desastres, as informações espaciais podem auxiliar na análise e
mapeamento de áreas de riscos, planeamento de rotas de evacuação, identificação de
áreas afectadas, locais de socorro, e em todas as demais acções praticadas na gestão de
risco, sendo imprescindíveis para a redução de impactos causados pelos desastres
(MASKREY, 1998; GOODCHILD, 2006) apud (OLIVEIRA, 2017). Assim, a
informação geográfica, por ser o insumo básico da cartografia digital ou analógica,
torna-se fundamental na análise de riscos e em trabalhos de qualquer natureza que
49

envolva análises espaciais (MAGUIRE, 2001; GATRELL, 2001) apud (OLIVEIRA,


2017).
Como os autores mostram, é fundamental o uso da cartografia para ajudar a população
em tempo real de ocorrência de um desastre relacionado com as cheias para o nosso
caso concreto. Através deste, pode-se ter os dados sobre os vários caminhos para a
retirada imediata da população em locais de risco.

CAPÍTULO 4: CONSIDERAÇÕES FINAIS

4.1. Conclusão
O presente trabalho que fala sobre os Riscos hidrológicos da bacia hidrográfica do
Limpopo permitiu concluir o seguinte:

A população do baixo Limpopo, é vulnerável, às enxurradas e às erosões devido a


ocorrência das cheias/inundações; ainda são vulneráveis a destruição das suas infra-
estruturas, destruição dos produtos na machamba bem como a perda da sua própria vida.

A vulnerabilidade das infra-estruturas, está associada à falta de uma adaptação para


resistir aos eventos extremos, devido as cheias ocorre sempre a destruição das infra-
estruturas, onde milhares de famílias ficam desabrigadas, pior porque as infra-estruturas
são de construção precária. Por outro lado, a vulnerabilidade agrícola, resulta das cheias
que colocam em causa a produção agrícola, pois toda a baixa fica submersa, destruindo
todas as culturas ali produzidas. E, a vulnerabilidade socioeconómica explica-se pelo
facto da população depender da agricultura, pesca, criação de animais, actividades que
estão ligados a terra e com a ocorrência das cheias coloca-se estas actividades não
praticáveis. Portanto, esta vulnerabilidade resulta das condições geográficas e
geológicas muito particulares da região, a grande intrusão salina, a baixa capacidade de
retenção de água no solo e a elevada taxa de evaporação bem como às variadas
temperaturas e das actividades humanas.

Por outro lado, o estudo permitiu concluir que as formas de gestão das bacias
hidrográficas aplicáveis para a bacia hidrográfica de limpopo podem ser: O estudo das
características físicas e morfológicas das zonas de cheia, das condições
50

socioeconómicas da população desta região bem como as práticas levadas acabo


localmente e sensibilização individual e colectiva, nas preocupações e
condicionamentos políticos e a realização das palestras ambientais à comunidade com
objectivo de sensibilizar a mesma sobre os efeitos das cheias/inundações. Ainda, o
estudo mostra-nos que o planeamento das obras de controlo de cheia como: (barragens,
drenagens, valetas), podem ajudar na redução dos efeitos das inundações.

Os procedimentos metodológicos aplicados neste trabalho permitiram verificar que a


vulnerabilidade hidrológica está relacionada tanto com factores naturais (morfogênese)
bem como antrópicos (antropogênico). Destaca-se, também, que o problema das
actividades agrícolas na vulnerabilidade hidrológico está relacionado ao modelo
adoptado pela sociedade para o maneio dos solos, deixando estes mais sensíveis à
erosão.

Sobre as hipóteses foi possível a pesquisa revelar que todas levantadas antes do
desenvolvimento do trabalho foram aprovadas como pode se ver: Um dos maiores
riscos que podem advir na componente social e ambiental como risco hidrológico na
bacia do rio Limpopo em Xai-Xai, pode ser a aceleração da vulnerabilidade das
populações que ali residem, para além da marginalização das suas respectivas infra-
estruturas, pois a perda das culturas, destruição das infra-estruturas e perda humana tudo
recai no desenvolvimento socioeconómico que é desacelerada.

A segunda diz o seguinte, a falta da intervenção das entidades competentes que possam
sensibilizar a comunidade local sobre os risos hidrológicos e não só, pouco ou falta de
conhecimento sobres a dinâmica dos riscos hidrológicos na comporte social e ambiental,
esta hipótese também é valida na medida em que há falta de barragem sobre o rio
Limpopo que podia regular as aguas bem como poucas ou falta de canais de irrigação,
valetas, drenagens que sirvam de drenos ou colectores de agua para não acumular-se
provocar inundações na baixa de Xai-Xai.
51

4.2. Recomendações
Sugere-se a realização da educação sócio-ambiental de forma a consciencializar a
população sobre a sua situação de vulnerabilidade em relação as cheias que colocam em
causa a vida, infra-estruturas entre outros aspectos;

O uso do SIG pode ajuda a controlar os caudais do rio, através das fotografias, mapas
para controlar e reduzir a vulnerabilidade dos riscos hidrológicos, não só mas também
no momento da evacuação pode fornecer as rotas viáveis para os socorrista ajudar a
população a sair pelos caminhos seguros;

Ao governo recomenda-se:
 A melhoria de meios de alerta e aviso prévio de cheias assim como a evacuação
da população;
 A criação de cometeis para promover e expandir a educação da população em
matérias de redução de riscos de desastres naturais de modo a abandonar as
zonas de risco;
 Formação de técnicos em matéria de redução de risco de desastres naturais,
 Gestão de bacias partilhadas bem como a construção de infra-estruturas que
minimizem os acidentes naturais,
 A construção da barragem de Mapai a montante do rio Limpopo, o que pode
aliviar as zonas semi-árida a montante nomeadamente Chicualacualá, Mabalane
e Combomune.

Para os futuros pesquisadores recomenda-se um estudo mais aprofundado sobre riscos


hidrológicos na bacia hidrográfica do rio Limpopo cidade de Xai-Xai, nas bacias
hidrográficas partilhadas e não partilhadas bem como analise dos caudais de cheias
assim como o período de retorno dos mesmos.
52

Recomenda-se a UGBL fazer o monitoramento quantitativo e qualitativo da água na


bacia criando-se uma equipa fiscalizadora das actividades agrícolas realizadas ao longo
da bacia e em geral espera-se ver melhorado as actuais condições de gestão da bacia dos
recursos hídricos dentro e fora da bacia hidrográfica do Limpopo cidade de Xai-Xai.

Para a população residente nas zonas de risco recomenda-se que devem se mudar para
as zonas de menos risco, atendendo que a maior parte deles estão nessas zonas de risco
porque tem lá machambas e criações de animais, recomenda se ainda que eles devem
estar sempre atentos aos meios de comunicação e de aviso prévio de cheias, para
estarem em prontidão face aos eventuais efeitos calamitosos.

O comité da bacia deve cumprir e fazer cumprir o Artigo 52 (Decreto 43/2007) sobre o
aproveitamento dos Leitos e Margens dos rios, para minimizar a degradação e
contaminação dos corpos de água na bacia.
53

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Outras fontes
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http://www.travel-images.com/photomozambique33.html; Ministério da
Administração Estatal, Perfil do distrito de Xai-Xai Província de Gaza, Moçambique,
2005
59

Apêndices

Apêndices 1
60

Guião de entrevista dirigido a população. A presente entrevista enquadra-se no


desenvolvimento de uma Monografia no Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia
com Habilitação em Turismo na área de Geografia, na Universidade Licungo, Extensão
da Beira, com tema,“Riscos Hidrológicos na bacia Hidrografica do rio Limpopo
cidade de Xai-Xai”, Os objectivos desta entrevista são meramente académicos,
solicitamos a melhor colaboração, garantindo-lhe que as suas respostas serão úteis para
a pesquisa, de modo igual, agradecemos que responda todas as questões de forma
sincera e objectiva.

1. Já ouviu falar de risco hidrológico/cheias? Sim (X) Não ( )


a) O que é? _________________________________________________________
______________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
2. Achas que há riscos hidrológicos/cheias na bacia de Limpopo em Xai-Xai?
Sim (X ) Não ( ) Quais são:________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
4. Caracterize cada risco hidrológico/cheias na bacia do rio Limpopo em Xai-Xai?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
5. Durante as cheias/inundações, como é que vocês se adaptam a esta situação a espera
da intervenção das entidades competentes?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
6. Qual tem sido o vosso processo de adaptação depois das cheias?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
61

7. Quais são as formas de mitigação dosriscos hidrológicos/cheias na bacia do rio


Limpopo em Xai-Xai?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Obrigado pela atenção e colaboração


Entrevistador: Cândido Absilito Fenias Sonto. Data: _____/_____/_______.

Apêndices 2
Guião de entrevista dirigido aos técnicos do INGC. A presente entrevista enquadra-se
no desenvolvimento de uma Monografia no Curso de Licenciatura em Ensino de
Geografia com Habilitação em Turismo na área de Geografia, na Universidade Licungo,
Extensão da Beira, com tema,“Riscos Hidrológicos na bacia Hidrografica do rio
Limpopo cidade de Xai-Xai”, Os objectivos desta entrevista são meramente
académicos, solicitamos a melhor colaboração, garantindo-lhe que as suas respostas
serão úteis para a pesquisa, de modo igual, agradecemos que responda todas as questões
de forma sincera e objectiva.

1. O que entende por risco hidrológico?


______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
2. Há riscos hidrológicos na bacia de Limpopo em Xai-Xai?Sim (X) Não ( ) Quais são:
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
4. Caracterize cada risco hidrológico na bacia do rio Limpopo em Xai-Xai?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
62

5. Durante as cheias/inundações, como é que a população se adapta a esta situação?


______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
6. Qual tem sido o processo de adaptação depois das cheias?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

7. Como técnico do INGC o que tem feito durante a ocorrência das cheias/inundações?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
8. Qual tem sido o papel da INGC antes e depois da ocorrência das cheias/inundações
no processo desensibilizaçãoda população para ficar em regiões seguras?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
9. Quais são as formas de mitigação dos riscos hidrológicos na bacia do rio Limpopo
em Xai-Xai?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Obrigado pela atenção e colaboração


Entrevistador: Cândido Absilito Fenias Sonto. Data: _____/_____/_______.

Apêndices 3
Cronograma
Segundo Severino (2002) o cronograma é utilizado para elaboração do desenvolvimento
da pesquisa, onde devem ser distribuídas no tempo, as tarefas nos períodos do
calendário.
63

Já Richardson (1989) fala que o cronograma e utilizado para preparar a pauta de


trabalho mensal ou semanal incluindo os estímulos aos recursos humanos, materiais e
financeiros necessários para assegurar o êxito da pesquisa.

Gil (2008) diz que indica-se o tempo necessário para o desenvolvimento de cada uma
das etapas da pesquisa.

O cronograma é um aliado, onde podemos traçar e estipular metas que queremos e o


tempo que necessitamos para desenvolvê-las, não deixando assim lacunas que possam
ser preenchidas com assuntos posteriores.

Período de trabalho 2019-2020


Actividades
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
Pesquisa X
Dados X
Análise de dados X
Resultados e conclusões X
Montagem X
Apresentação X X

2020 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
Pesquisa X X X
Dados X X X
Analise de dados X X X
Resultados e conclusões X X X
Montagem X
Apresentação X X
2020 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
Pesquisa X
Dados X
Analise de dados X
Resultado e conclusões X
Montagem X
Apresentação X

Período Recolha de Dados Deslocamento Digitação Impressão Total


2019 5310 1837 2999 2856 14002
64

2020 2000 --------- 1500 -------- 3500


2020 3000 2500 1500 ------- 7000
Orçamento.
65

Anexo

Anexo 1: principais bacias hidrográficas de Moçambique.


66

Mapa 6. Principais Bacias


Hidrológicas de Moçambique

Fonte:ABRAMS LEN (2017)

Anexo 2: Cronograma de Elaboração e Disseminação do Boletim Hidrológico diário do


baixo do Limpopo cidade de xai-xai.

Fonte: Gune. (2015)


67

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