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DIREÇÃO ESPIRITUAL: A JORNADA

I. É HORA DE ARREGAÇAR AS MANGAS

- Recordar alguns princípios:


 O que é a santidade?
 Nós somos chamados a participar da vida divina de Deus lá no céu.
 Não é uma “terra sem males”, ou seja, vivendo aqui na terra.
 Deus quer que vivamos a vida Dele, a vida eterna. O plano de Deus é que
vivamos a vida da Trindade. Nós que somos criados à imagem e semelhança
de Deus, comecemos a agir divinamente.
 Santidade é transformação interior, onde a pessoa, já aqui na terra, se deixa
a transformar pela Graça / princípio de vida que não é humano.
 Andar sobre as águas e ressuscitar pessoas não é santidade, mas situações
extraordinárias.
 Santidade é amar; começar a enxergar com luzes sobrenaturais as verdades
de Deus que, antes, não éramos capazes de enxergar. Essa luz sobrenatural
vai transformando a pessoa e levando-a a ter atitudes divinas.
 Os santos, diante das dificuldades, não reclamaram, mas realizaram atos
heroicos e sublimes / amor sobrenatural, de paciência e perdão.

- Como tirarmos as barreiras para vivermos a santidade que somos convidados por Deus?

- LG – santidade é para todos.

- São Francisco de Sales – nos guiará neste caminho – “Filoteia”.

- São João Bosco teve a inspiração do nome de sua congregação por São Francisco de
Sales.

- São Francisco de Sales foi um grande pedagogo.

II. UM FOGUETE PARA A SANTIDADE

- Como é que São Francisco de Sales começa sua direção espiritual?

- A santidade é como a relação do ferro e do fogo: o fogo aquece o ferro e este se torna
fogo. Nós, que temos natureza humana, começamos a agir com a natureza de Deus.

- Se não colocamos uma finalidade mais próxima, as pessoas se perdem no caminho. Para
chegar à luz, necessito construir um foguete.

- O foguete que precisamos construir é a devoção, uma virtude da alma. Se realmente


quero ser santo, devo ter uma vida devota. Ainda que não seja santo, a vida devota é um
motor que ajuda a pessoa a dispor os atos necessários para que Deus haja.

- O que é devoção?
 A devoção não são atos externos, mas interiores, que alimentam os atos externos;
 Uma pessoa recém convertida decide deixar a vida de pecados, fazendo atos de
amor à Deus pela oração e jejum. Essa pessoa é como uma pessoa que estava
doente, que sai da UTI e vai para o ambulatório, sem muita vontade de comer e se
mexer: a pessoa já está caminhando, mas ainda é pesada;
 A pessoa que inicia a vida espiritual faz atos de amor, mas ainda não é um amor
devoto. A pessoa devota está pronta e disposta para amar a Deus;
 Exemplo: uma mãe que acabou de dar à luz a seu filho. Seu filho, à noite, acorda e
dá trabalho. A mãe está muito voltada à criança. Seu cérebro é modificado para
estar atenta ao filho. A mãe, diante do choro, se coloca de pé e vai ver o motivo do
choro;
 A pessoa que ama a Deus faz as coisas com peso. A pessoa devota faz com
prontidão.

- Precisamos mais do que amar à Deus. Precisamos de devoção: dentro do coração há


uma disposição para fazer tudo por Deus.

- A devoção pode ser comparada à pessoa que prontamente vai à academia e não troca
esse compromisso por nada e ninguém.

- Devoção: prontidão para realizar os atos que me farão santos.

- A devoção está na vontade.

- Muitas pessoas confundem a vontade devota com os sentimentos passionais.


Passionalmente os devotos também têm dificuldades. Porém, os devotos tiveram uma
modificação na alma, fazendo-os prontos.

- A devoção é como a pérola encontrada pelo vendedor, que, ao descobri-la, vende tudo
para comprar aquele terreno.

- A realidade da devoção é linda, mas o mundo a desmerece, caricaturizando-a.

- Teresa de Ávila, sobre a vida de santidade: é necessário ter grandes desejos.

- Magnanimidade é temperada pela humildade – sabemos de nossa pequenez, mas


desejamos as coisas grandes.

- Deus é quem nos dará a santidade, mas devemos desejá-la.

- Santa Teresinha do Menino Jesus – nos mostra onde está o equilíbrio entre o grande
desejo e a humildade: “sou chamada a ser uma grande santa... e sei de minhas
fraquezas... e que Deus me fará santa, se for de Sua Vontade”.

III. AQUI COMEÇA O PROBLEMA

- Ser devoto não é ser santo, mas é estar caminhando à caminho da santidade.

- Prontidão para amar e servir à Deus.

- É preciso pedir a Deus a graça de que haja a alteração em nossa vontade, aquela
disposição e prontidão para o serviço de Deus.

- Cultura japonesa: a pessoa é criada para seguir a um mestre e aprender a entender os


pequenos gestos que seu mestre fizer / prontidão em responder ao menor gesto do
mestre.

- A prontidão em servir ao Senhor deve entrar em nosso coração para responder aos seus
apelos.

- Necessidade de um diretor espiritual – orientação de São Francisco de Sales.


- Dificuldade de encontrar um diretor espiritual.
- O diretor espiritual deve saber qual a direção que deve dirigir a pessoa. Trazer o dirigido
ao caminho correto.

- Direção espiritual não é terapia para resolver problemas afetivos.

- Direção espiritual é, verdadeiramente conduzir a pessoa à santidade.

- Muitos diretores espirituais não sabem o que é santidade. Não sabem conduzir as
pessoas para dentro de si mesmas.

- Um diretor espiritual deve ter ciência, saber o que está fazendo.

- Um bom diretor espiritual deve conhecer basicamente as questões da alma e ler os


manuais mais básicos (Royo Marin, Tanquerey).

- Deve ter conhecimentos básicos em psicologia, psiquiatria e de mística.

- Diretor espiritual deve ter prudência: existem momentos de decisão, em que o diretor
espiritual deve decidir e discernir as coisas.

- Diretor espiritual deve ter o Dom do Conselho e experiência.

- Diretor espiritual deve conhecer a vida do dirigido para saber aplicar a teoria.

- Buscar aperfeiçoar-se a cada dia.

IV. JAMAIS DEIXAREMOS DE EXISTIR

- Ser santo é crescer no amor, na caridade. Que amemos com amor divino.

- No início, esse amor, embora exista em seu coração, não é um amor devoto. É um amor
“pesado”.

- Surgir na alma a “determinada determinación” de Santa Teresa de Ávila.

- O grande problema dos diretores espirituais hoje é que se faz psicologismo, e não
orientação espiritual.

- Temos uma alma imortal, e o temos pois somo humanos. E isso já era observado e dito
pelos próprios filósofos.

- Porque nós, seremos humanos, temos síndrome do pânico ou ansiedade? Temos, pois
somos humanos. Animais não tem nada disso.

- Com nossa imaginação, conseguimos imaginar e programar o futuro.

- Todas as patologias que temos estão ocorrendo pela falta de cuidado com a alma.

- O próprio do humano é ter uma alma e fazer tudo aquilo que o animal não é capaz de
fazer: olhar para trás e ver as coisas erradas que fazemos.

- O macaco não reflete sobre seu passado, sobre seu futuro e não se sente ansioso.
- Com a Revolução Francesa, começou a negar-se a existência da alma, vendo o homem
como uma máquina ou um animal.

- Começamos a existir no ventre de nossas mães e nunca mais deixaremos de existir.

- Meditação: meditamos o que já sabemos. Meditamos para ver interiormente.

- Eu tenho alma! Existe uma realidade dentro de mim que os animais não dão conta.

- A quantidade de gramas de massa cinza não explica o abismo que existe entre nós e os
macacos. Agora, todo o sistema cultural que vivemos, nos educa como macaquinhos. Não
podemos falar de alma, pois temos que respeitar a cultura e a religião das pessoas.

- Se formos ao pasto e perguntarmos ao bezerro o que ele quer ser, ele não responderá
nada, pois ele já está pronto para ser aquilo que ele é: bezerro.

- Nós estamos em processo de “feitura”.

- Um computador não reflete sobre si mesmo. Não fica angustiado sobre o futuro. Ele é
material, não tem espírito.

- Sinais funerários do homem: o corpo apodrecido não é tudo. A forma de discernir entre
um ser humano e um animal é a forma como foi enterrado.

- Se formos honestos, chegaremos à conclusão de que somos eternos e que a morte não é
o fim.

V. UM VÍRUS PROTESTANTE

- Primeira coisa a construirmos é a convicção de que temos uma alma imortal, que somos
eternos.

- Nós existimos e vamos morrer... memento mori... Recordar a morte é importante. Não
somos acostumados a pensar que vamos morrer e que seremos julgados.

- São Francisco de Sales, na Filotéia, propõe várias reflexões sobre a morte.

- A alma, antes de ser um dogma católico, é uma questão filosófica e naturalmente


perceptível. Basta olharmos para dentro de nós mesmos com sinceridade: não somos um
macaco.

- Mas existem pessoas que possuem uma vida espiritual tão pobre que realmente parecem
um animal.

- O ser humano, feito por Deus, imortal, está descompensado (desordenado). No Édem,
existia uma ordem, que foi perdida pelo pecado.

- A ordem é: Deus chama o ser humano e quer se dar a conhecer ao homem na


inteligência, e convida ao amor, na vontade. Ilumina o amor e convida à vontade. A
vontade, bem ordenada, domina com tranquilidade, pedagogicamente, as partes inferiores
do ser humano: as paixões, os sentimentos. Finalmente o corpo está à serviço disso tudo.
Deus envia seu Espírito que ordena a alma, e tudo se torna ordenado.
- Nós constatamos o fato de que as coisas não estão assim ordenadas. Vemos isso
empiricamente.

- O pecado original descompensou o ser humano: a alma, submetida à Deus, se torna


submetida aos sentimentos.

- Graça santificante – transformação de Deus na alma humana.

- Cultura em que a maioria dos católicos vivem é protestante.

- São Francisco de Sales escreve para católicos não influenciados pelo protestantismo.

- Um “católico médio” pensa coisas protestantes, como, por exemplo: para entrar no céu
basta que Deus, por um decreto, diga “entre”, sem levar em consideração os pecados. O
homem, nessa visão, é capaz de Deus por um ato extrínseco de Sua misericórdia.

- Confissão: nos concede uma Graça santificante, ou seja, uma transformação na alma,
uma modificação verdadeira, onde o ser humano agora tem uma vida sobrenatural.

- Vida natural: o cachorro, apesar de tudo, continua sendo cachorro, com sua natureza
canina. Jamais estará sentado no sofá assistindo tv ou falando com o ser humano (se ele
fizesse isso, ele passaria a viver sobrenaturalmente).
 Quando somos perdoados, Deus introduz uma semente que nos faz capazes de nos
comportamos sobrenaturalmente, divinamente: “não é mais ele, e Cristo que vive
nele”.

- Necessidade da confissão geral.

- Pecado é muito mais que dívida.

- Misericórdia não é ser bonzinho, mas chamar à conversão.

VI. É HORA DE MUDAR DE VIDA

- Para sermos santos necessitamos de um “foguete”, a devoção, que é a prontidão.

- Quando somos redimidos de nossos pecados, acontece uma modificação em nossa


alma, extrínseca, mas intrínseca.

- Adão e Eva foram criados com a Graça. Eles tinham a Graça de Deus, que mantinha
ordenado todo o ser deles.

- Com o pecado original, não temos uma tendência para o mal. Tendemos sempre para o
bem. O que acontece é que, há uma hierarquia nos bens (sexo, comida, bens materiais), e
o pecado original inverte essa hierarquia.

- Devemos entender que não somos uma natureza perdida que queremos o mal, mas
queremos bens inferiores como se parecessem supremos.

- A Graça quer trazer de volta esta ordem dos bens.

- Confissão geral (cap. VI da Filoteia) – purificação de todos os pecados mortais.

- Me preparei bem para todas as confissões que fiz?


- Uma confissão mal preparada, desleixada, sem colocar os pecados mortais e sem a
contrição é uma confissão inválida.

- Confissão geral: vou confessar todos os pecados graves / mortais da minha vida inteira.
Logo, isso requer tempo para preparação.

- Depois da preparação são necessários o arrependimento e a determinação e não mais


pecar.

VII. ARREPENDIMENTO NÃO É CHORO

- O Sacramento da Reconciliação é diferente dos demais. Quando o padre vai rezar a


Missa, temos pão, vinho, água... todo sacramento deve ter uma matéria (não se batiza sem
água). Na confissão, a matéria é o penitente quem leva, que é o pecado arrependido.

- A confissão só é válida se eu tenho arrependimento, e por não terem noção, as pessoas


ficam com dúvidas e escrúpulos.

- O que é o arrependimento?
 É uma detestação ao pecado mortal

- 5 qualidades do arrependimento (Santo Afonso Maria de Ligório):


 Verdadeiro;
 Detestar como ato de vontade
 Inclinação não é a vontade... com a confissão, a pessoa recebe a Graça de
ter forças para não cair no pecado (ato de vontade)
 ´Por motivos sobrenaturais
 Não devo me arrepender por haver sido punido (roubar e ser preso)
 O arrependimento é por haver perdido o céu
 Supremo
 Não necessito ter lágrimas e dor sensível
 Preferir morrer a não fazer aquilo (é mais difícil com os pecados veniais)
 Universal
 Não posso me arrepender 99% e não me arrepender de 1% (aquele de
estimação)
 Se eu não tiver a detestação de todos os pecados, minha confissão será
válida
 Confiante
 Judas, quando traiu Jesus, sentiu uma dor pelo pecado que cometeu, mas
não confiou na misericórdia de Jesus, por isso se desesperou. Por isso se
matou.

- Pedir o auxílio de Nossa Senhor para esse arrependimento verdadeiro.

- Maria não teve pecado pessoal, mas na cruz sentiu o peso dos pecados.

- Ninguém será salvo sem arrependimento. Se um avião estiver caindo e não tiver um
padre para confessar, somente o arrependimento verdadeiro (contrição perfeita) livrará a
pessoa da condenação.

- Devo pensar que a confissão geral será minha última confissão. Devo ter comigo que
esta será minha última confissão. Quem sabe se amanhã estarei vivo?
VIII. O ARREPENDIMENTO CONFIANTE

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