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Amisse Mussa

Nota do Trabalho: 15,0 valores

Métodos e Técnicas de Supervisão Escolar


(Curso de Licenciatura em ensino Básico)

Universidade Rovuma
Nampula
2021
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Amisse Mussa

Métodos e Técnicas de Supervisão Escolar

Trabalho de carácter avaliativo de Supervisão e


Inspecção da Escola Básica a ser entregue ao
professor que lecciona a mesma, na Faculdade de
Ciências de comunicação e Psicologia.

Docente: Isabel José Muchope

Universidade Rovuma
Nampula
2021
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Índice

Introdução...................................................................................................................................3

Os métodos e técnicas da Supervisão Escolar............................................................................4

A supervisão na actualidade........................................................................................................5

O supervisor pedagógico.............................................................................................................5

Métodos científicos, não directivo..............................................................................................6

Método Não Directivo................................................................................................................6

Métodos de faces múltiplas, de ajuda mútua, clínico.................................................................7

Método de Faces Múltiplas ou Misto..........................................................................................7

Método clínico............................................................................................................................7

Método por osmose.....................................................................................................................8

Conclusão..................................................................................................................................10

Bibliográfica.............................................................................................................................11
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Introdução

O presente trabalho subordina-se com o tema: Métodos e Técnicas de Supervisão Escolar.


Cujo objectivo é descrever os métodos: cientifico, não directivo, de faces múltiplas, de ajuda
mútua, clínico, de osmose e técnicas directas e indirecta da supervisão. Dentre os mecanismos
encontrados pelos pensadores da educação – pessoas engajadas na busca por melhor
qualidade do ensino – está a supervisão escolar.

A palavra supervisão é seja, acção de ver sobre, visão sobre, visão abrangente. A supervisão


está relacionada à visão panorâmica de alguma coisa que, no nosso caso, são as acções
promovidas no contexto educacional. Nesse contexto, supervisor é o profissional que pratica a
supervisão. A sua função é ficar sempre atento a todos os acontecimentos da escola, seja no
âmbito pedagógico ou administrativo.

Portanto, para trazer informações pertinentes nesta pesquisa foi necessário recorrer a consulta
bibliográfica e, a estrutura do trabalho, tem introdução, desenvolvimento, conclusão e
bibliografia.
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Os métodos e técnicas da Supervisão Escolar

Nérici (1981) descreve vários métodos de supervisão os quais são aqui apresentados de forma
sucinta. A abordagem dos diferentes métodos de supervisão não pretende ser uma exposição
para selecção ou hierarquização, mas a forma de compreender cada um e facilitar a utilização
do que cada um possa ter de melhor, numa perspectiva de complementaridade.

O método científico consiste na observação da prática docente, para a posteriori, num


contacto individualizado, orientar o professor com vista à superação de deficiências
identificadas pela observação do supervisor. O objectivo deste método é conduzir ao
aperfeiçoamento do processo de ensino e aprendizagem, partindo da observação da prática
docente.

Os métodos de supervisão escolar são aqueles procedimentos mais amplos e que dão um


sentido de unidade à acção supervisora, sendo que os mesmos, na sua aplicação, podem valer-
se, em casos particulares da cooperação de todas as técnicas.

O supervisor escolar é aquele que zela pelo bem-estar da sua escola: alunos, pais, professores,
comunidade escolar.  É ele quem toma iniciativas sobre as mudanças que devem ocorrer
na escola, buscando melhorar o desempenho educacional dela.

A supervisão escolar passa a incorporar tanto em sua concepção como na prática os


pressupostos e a linguagem das teorias de administração de empresas, configurando-se como
um serviço técnico independente de qualquer opção política e ideológica, ou seja, um serviço
neutro.

Em análise do contexto acima, o que se conclui é que “a aparente neutralidade escondia as


forças que buscavam enfraquecer a participação social. O papel do supervisor concentrava-
se nos aspectos tecnoburocráticos educacionais”. (Lagar et al., 2013, p. 45)

O supervisor, de acordo com essa visão tecnicista, desempenhava o papel de controlar a


execução das tarefas, respectivamente ligadas aos devidos profissionais competentes. Havia a
separação entre aqueles que criavam e os que executavam e, apesar de ser pregada uma
formação de supervisores voltados às práticas pedagógicas, eles na verdade voltavam-se
exclusivamente às questões burocráticas, deixando de lado o que se referia ao processo de
ensino - aprendizagem.
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De acordo com Rangel (apud Lagar et al., 2013 p. 45), o supervisor era “considerado o
instrumento de execução das políticas centralmente decididas e, simultaneamente, o
verificador de que essas mesmas políticas eram seguidas”.

A supervisão na actualidade

Actualmente, a concepção de supervisor e de supervisão escolar é revestida por profundas


mudanças. Se antes o supervisor tinha uma função completamente técnica e burocrática, hoje
ele é ligado fundamentalmente ao trabalho docente, orientando, coordenando, sendo parceiro
no processo de ensino -aprendizagem. Porém, mesmo essa sendo a actual concepção de
supervisão, ainda se ver frequentemente, na prática, actuações impregnadas de influências
pretéritas.

Na óptica de Rangel (apud Lagar et al., 2013, p. 45):

O supervisor não é um técnico encarregado da eficiência do trabalho e, muito menos, um


controlador de produção; sua função e seu papel assumem uma posição social e
politicamente maior, de líder, de coordenador, que estimula o grupo à compreensão –
contextualizada e crítica – de suas acções e, também, de seus direitos.

Nesse sentido, o supervisor transcende a função meramente de inspecção e passa a coordenar


o trabalho pedagógico. Nesse novo cenário ele torna-se um parceiro do docente, com vistas na
conclusão de uma aprendizagem real, significativa.

Em relação ao actual papel de líder que o profissional da supervisão assume, é bom que se
compreenda essa liderança como sendo a capacidade de ouvir e ser ouvido, de conduzir os
trabalhos de acordo com o diálogo, com as competências necessárias. Essa é uma liderança
que se confunde com a parceria. Em dias actuais, não devemos relacionar a postura do líder
com acções ou imposições meramente autoritárias escondidas na definição de hierarquia. A
educação não funciona por imposições, mas sim por parceiras e compartilhamentos.

O supervisor pedagógico

O supervisor enquanto responsável pela orientação de um processo humano, relacional e


pedagógico complexo deve, em primeiro lugar, ser um profissional “responsavelmente
autónomo e conhecedor de si” (Alarcão, 2001, p. 21), um agente perspicaz, comprometido,
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detentor de valores e características peculiares e de um modo de agir fundamentado e


indubitável.

“A supervisão e a atitude supervisiva pressupõem um atento e abrangente olhar que


contemple e atente ao perto e ao longe, ao dito e ao não dito, ao passado e às hipóteses de
futuro, aos factos e às suas interpretações possíveis, aos sentidos sociais e culturais, à
manifestação do desejo e à possibilidade/impossibilidade da sua concretização, ao ser e à
circunstância, à pessoa e ao seu próprio devir.” (SáChaves, 2000, p.127)

Neste sentido, ser supervisor é ser capaz de: ver e compreender a complexidade e
especificidade de cada situação; descortinar as dimensões ocultas em cada contexto; modelar
atitudes e comportamentos; sugerir ferramentas potenciadoras de melhores práticas; edificar
profissionais de excelência investidos de responsabilidade, confiança e destreza. O supervisor
deve ter a capacidade de “apreciar as importantes subtilezas que ocorrem na sala de aula”
porque a ele compete diagnosticar necessidades, apresentar sugestões, requalificar os
problemas sentidos pelos professores, transformando-os em desafios capazes de alavancar o
desenvolvimento profissional. O supervisor “deve acompanhar, ajudar, desenvolver aptidões e
capacidades, enfim, criar condições de sucesso”.

Métodos científicos, não directivo

Método científico é um conjunto de regras básicas para desenvolver uma experiência a fim de
produzir novos conceitos, também corrigir e integrar conhecimentos já existentes.

O método científico refere-se a um aglomerado de regras básicas dos procedimentos que


produzem o conhecimento científico, quer um novo conhecimento, quer uma correcção ou um
aumento na área de incidência de conhecimentos anteriormente existentes.

As etapas que caracterizam o método científico são elas: observação do método, formulação


de hipóteses, realização do experimento e aceitação ou rejeição da hipótese formulada.

Método Não Directivo

Scheeffer (1976) afirma que a finalidade da orientação não directiva é o de auxiliar o sujeito


a alcançar a independência, amadurecimento e integração, para que assim, consiga resolver
os problemas que possam aparecer no decorrer de sua vida.
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Numa atmosfera emocional altamente propícia, o orientando relaxa as suas defesas e elabora
os seus próprios planos de acção. O papel do orientador consiste na clarificação e aceitação
dos conteúdos emocionais do orientando. Não há preocupação de um diagnóstico (como na
orientação directiva).
O método não directivo estimula o professor na auto consciência sobre a sua prática docente,
numa dinâmica de análise, avaliação e interpretação de si e dos resultados da sua actuação.
Neste método é o professor que relata ao supervisor as suas dificuldades e traça ele mesmo o
seu plano de auto aperfeiçoamento. O supervisor toma esse plano como base de trabalho,
orientando o professor na delineação do mesmo e/ou observando as aulas do professor.
Métodos de faces múltiplas, de ajuda mútua, clínico

Método de Faces Múltiplas ou Misto

O método de faces múltiplas ou misto “consiste na planificação das mais variadas técnicas de
supervisão” (Nérici, 1981, p. 93), seleccionando-as de entre as que caracteristicamente se
apropriem melhor a cada professor ou situação. Este método dá maior liberdade ao supervisor
mas exige deste maior segurança e preparação para aplicação e combinação adequada das
mais variadas técnicas. “O método de ajuda mútua ou interpessoal consiste em trabalho
integrado entre supervisor e professor, visando ao aperfeiçoamento do processo ensino-
aprendizagem e, ao mesmo tempo, aperfeiçoamento, por cooperação mútua, do supervisor e
professor”

A aplicação deste método requer, por parte do supervisor: - segurança no uso das


variadas técnicas de supervisão; - bastante prática na utilização das mesmas, a fim de aplicá-
las com oportunidade e em situações adequadas às mesmas.

Método clínico

O método clínico “consiste fundamentalmente em tornar o supervisor amigo do professor,


para que a confiança mútua seja a mola propulsora do trabalho de seu aperfeiçoamento
pedagógico” (Nérici, 1981, p. 113).

Este método persegue 5 etapas: “reunião de pré-observação, observação, análise e estratégia,


reunião de supervisão e análise de pós-reunião”
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Método por osmose

O método por osmose consiste em promover experiências pedagógicas com a colaboração de


professores voluntários, na esperança de provocar contágio nos demais professores” (Nérici,
1981, p. 96).

O papel do supervisor passa por conquistar voluntários para a aplicação de novos


procedimentos didácticos. Uma vez encontrados professores dispostos a abraçar este desafio o
supervisor acompanha-os e ajuda-os na aplicação do projecto. No seguimento da aplicação de
cada nova experiência, o supervisor e o professor reúnem-se para uma avaliação. Se as
experiências conquistarem novos adeptos, o supervisor predispõe-se a ajudá-los na prática
dessas novas experiências.

O método de pesquisa em acção é um método cujos intervenientes devem ser voluntários


interessados na solução de um problema ou dificuldade, podendo ser operacionalizado
individualmente ou em grupo. Este consiste no estudo “de um ou vários problemas mais ou
menos complexos, por pessoas interessadas nos mesmos e através de uma série de sessões”.

O microensino é um método que “consiste em informar o professor a respeito de um


específico procedimento didáctico, levando-o, a seguir, a executá-lo junto a poucos
especialistas, em presença ou não de alunos, seguido de apreciação crítica pelos especialistas
convidados” (Nérici, 1981, p. 102).

O microensino obedece a quatro etapas na sua implementação: instrução, ensino, avaliação


crítica e reensino. Na primeira etapa, “instrução”, o professor é preparado para executar uma
determinada técnica ou procedimento.

O método do jogo operacional consiste na dramatização de uma situação educativa sob a


coordenação do supervisor escolar “em que são procuradas caracterizações de situações
reais a fim de melhor estudá-las, buscando, depois, a melhoria das mesmas” (Nérici, 1981, p.
110).

Este método permite a análise de práticas educativas com vista à sugestão de modelos mais
coerentes, adequados e eficientes, assim como a experimentação de novas estratégias de
interacção professor-aluno de forma a decidir pela sua adopção ou não.

O método do jogo operacional consiste na dramatização de uma situação educativa sob a


coordenação do supervisor escolar “em que são procuradas caracterizações de situações
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reais a fim de melhor estudá-las, buscando, depois, a melhoria das mesmas” (Nérici, 1981, p.
110).

Este método permite a análise de práticas educativas com vista à sugestão de modelos mais
coerentes, adequados e eficientes, assim como a experimentação de novas estratégias de
interacção professor-aluno de forma a decidir pela sua adopção ou não.

O método geral de supervisão consiste na orientação dos professores em exercício, com vista
à superação de procedimentos menos positivos e à prevenção de erros. O supervisor observa a
prática docente e coordena a aplicação de técnicas com vista ao aperfeiçoamento do
desempenho docente, podendo recorrer a grupos de especialistas para o auxiliar nesta tarefa.

O método da descrição de cenas consiste em descrever uma situação e propor a um grupo de


pessoas, entre professores e não professores, que escrevam o que acham sobre o mesmo,
sugerindo soluções. Este método torna as pessoas mais conscientes face à situação em análise
e potencia a criatividade dos envolvidos na procura de sugestões ou soluções e permite captar
e combinar as melhores ideias de cada qual, aproveitando sugestões de pessoas não
especialistas.
As técnicas em supervisão podem ser agrupadas em “indirectas e directas” (Nérici, 1981, p.
117). As técnicas directas são as que se caracterizam por um processo de recolha directa de
informação em observação ou do contacto com as pessoas e situações, como: observação do
professor; reuniões; entrevistas, visitas, excursões; demonstrações; trabalho em comissão,
leitura e redacção. As técnicas indirectas caracterizam-se pela recolha de dados de forma
indirecta, sem observação directa do processo ensino aprendizagem e sem contacto directo
com as pessoas nele envolvidas, baseando-se, sobretudo, em fontes documentais, como:
análise do processo individual ou currículo, conhecimento do corpo discente, estudo do
currículo, consulta de horários e material didáctico disponível, consulta de cadernetas, entre
outros.
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Conclusão

A supervisão escolar, necessário ao bom andamento das acções da educação, deve ser
praticada com cuidado e conhecimento de causa. É importante uma formação complementar
para o educador que resolver assumir o compromisso de supervisionar os trabalhos escolares.
Na actualidade, o supervisor deverá ser um profissional consciente de seu papel de mediador
do trabalho docente, de facilitador das acções pedagógicas, de orientador de práticas
condizentes com o cenário onde se foca o seu trabalho. A supervisão perpassa a função
burocrática e priorizar as acções pedagógicas.

Num cenário de incertezas e incoerências nas práticas de ensino, o papel do supervisor escolar
é de fundamental importância para a construção de um novo paradigma de educação, que
priorizar os saberes prévios dos alunos e concilie as novas teorias da aprendizagem com as
práticas necessárias para o sucesso do ensino que, como consequência, conduzirá à
aprendizagem.
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Bibliográfica

Alarcão, I. & Roldão, M. C. (2008). Supervisão: Um contexto de desenvolvimento


profissional dos professores. Edições Pedago.

Alarcão, I. & Tavares J. (2003). Supervisão da Prática Pedagógica: Uma perspectiva de


desenvolvimento e aprendizagem. Coimbra: Livraria Almedina.

Ghiglione R. & Matalon, B. (1993). O Inquérito – Teoria e Prática. Oeiras: Celta Editora.

Gonçalves, J. (2009, abril). Desenvolvimento profissional e carreira docente – Fases da


carreira, currículo e supervisão. Revista Sísifo, 8, pp. 23-35.

LAGAR, Fabiana; SANTANA, Bárbara Beatriz de; DUTRA, Rosimeire. Conhecimentos


Pedagógicos para Concursos Públicos. 3. ed. – Brasília: Gran Cursos, 2013.

Morgado, J. (2001). A Relação Pedagógica. Lisboa: Editorial Presença.

Nérici, I. G. (1981). Introdução à Supervisão Escolar. São Paulo: Editora Atlas, S. A.

Neves, E. & Graça, M. (1987). Princípios Básicos da Prática Pedagógico-Didáctica. Porto:


Porto Editora.

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