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Unidade II
5 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA TEORIA MICROECONÔMICA
• pressupõe‑se que a economia seja composta por unidades tomadoras de decisão, também
chamadas de agentes econômicos, entendidos estes como empresas enquanto produtoras e
vendedoras de mercadorias e as famílias enquanto consumidoras das mercadorias produzidas
pelas empresas;
• O que determina a maneira pela qual um indivíduo gasta sua renda entre os mais diversos tipos
de bens e serviços?
57
Unidade II
Em sentido mais amplo, a Teoria Microeconômica, ao presumir que o sistema econômico oferece
limites para a obtenção dos objetivos a serem atingidos pelos agentes econômicos, e que esses limites
são relativamente determinados pela escassez de recursos, procura descobrir quais são os melhores
resultados alcançados em um sistema econômico, diante das restrições que este impõe aos agentes.
Para responder a esses questionamentos, construindo modelos que representem de forma simplificada
a realidade, a Teoria Microeconômica lança mão de algumas técnicas empregadas na construção dos
modelos, a exemplo da Teoria do Consumidor e da Teoria da Firma, bem como dos estudos das diferentes
estruturas de mercado em que as mais diversas empresas estão inseridas. Passemos ao conhecimento
dessas teorias e de seus desdobramentos.
A Teoria do Consumidor divide‑se em duas outras teorias: a Teoria da Utilidade e a Teoria de Escolha.
A Teoria da Utilidade pode ser entendida como uma medida de satisfação, ao explicar a diferença entre
utilidade total e utilidade marginal.
Para entendermos essas duas teorias, da utilidade e de escolha, vamos efetuar um simples raciocínio:
se as pessoas demandam mercadorias, ou seja, se consomem determinadas mercadorias, isso ocorre
porque as mercadorias são necessárias à manutenção da vida, e, portanto, o consumo deve promover
algum tipo de prazer ou satisfação.
Lembrete
Como vimos em definições anteriores, necessitamos efetuar escolhas para melhor alocação de
nossos esforços. Em se tratando do consumo de mercadorias, dado que nossa renda não é o bastante
para consumir tudo aquilo que desejamos, o agente econômico, de forma racional, procurará empregar
seus recursos limitados entre as melhores alternativas de uso possíveis.
58
ELEMENTOS DE ECONOMIA
Abstraindo essa ideia para a noção de consumo, se devemos, agindo racionalmente e pensando na
maximização de nosso bem‑estar, despender parte de nossa renda no consumo de mercadorias necessárias
à manutenção de nossa vida, fica estabelecido que as mercadorias que desejamos são úteis e raras.
Observação
Imaginando que o prazer ou a satisfação percebidos pelo consumidor ao adquirir uma mercadoria
possam ser medidos, teríamos então uma medida de satisfação traduzida em utilidade.
Como as pessoas deveriam alocar seus recursos escassos de modo que obtenham o maior valor? Para
um economista responder a tal questionamento, utilizará a análise marginal: “a análise dos benefícios e
custos da unidade marginal de um bem” (WESSELS, 2003, p.10).
Um exemplo bastante simples, o paradoxo da água e do diamante, utilizado por uma grande
quantidade de autores, ilustra o que estamos dizendo. Por que a água, mais necessária à vida humana,
é relativamente barata, e o diamante, supérfluo, tem preço tão elevado? Ocorre que a água tem grande
utilidade total, mas, como é encontrada em abundância, tem baixa utilidade marginal, enquanto o
diamante, por ser escasso, tem grande utilidade marginal. Traduzindo: o que tem de muito, valoriza‑se
pouco; o que tem de pouco, valoriza‑se muito.
Outro exemplo, agora pensando em uma barra de chocolate e em uma criança que nunca havia
experimentado tal produto. A primeira barra de chocolate apresentada a uma criança deve resultar num
elevado grau de satisfação quando consumida. Portanto, terá um elevado grau de utilidade, tanto total
quanto marginal. Se uma segunda barra for dada à mesma criança, o grau de satisfação também será
59
Unidade II
elevado, assim como serão as utilidades totais e marginais. À medida que formos aduzindo unidades
crescentes de barras de chocolate à mesma criança, chegará um momento em que o grau de satisfação
já não será tão elevado quanto o da primeira, e, portanto, sua utilidade marginal será decrescente.
Vejamos a curva de utilidade total e o que ela demonstra.
Utilidade total
Consumo
Observando a curva de utilidade total, notamos que ela mostra que, à medida que aumentamos as
quantidades consumidas de uma mesma mercadoria, há elevação no grau de satisfação, ou seja, em sua
utilidade total, até um ponto em que acréscimos no consumo resultam em utilidades constantes e, deste
ponto em diante, decrescentes. Esse fenômeno é resultado de outro conceito de satisfação: o conceito
de utilidade marginal. Vejamos a curva.
Utilidade marginal
Consumo
De acordo com a curva de utilidade marginal, percebemos que o grau de satisfação diminui à
medida que são aumentadas as quantidades de consumo de determinada mercadoria. Isso pode refletir
aquele exemplo envolvendo as barras de chocolates e a criança. Ou seja, a última unidade de chocolate
oferecida para consumo acrescenta menos satisfação, produz menor utilidade marginal, portanto
fazendo diminuir a utilidade total.
Tome como exemplo o bem H2OH: aquele bem que nem é refrigerante, nem é água. É um misto
dos dois; assim, o fabricante diz não ser refrigerante por conter menor quantidade de gases em relação
aos conhecidos. Quando o bem foi lançado, a empresa efetuou grande campanha de marketing para
60
ELEMENTOS DE ECONOMIA
fazer‑se conhecida. E o consumidor? Insatisfeito por natureza, apresenta desejo de conhecer o novo
produto. Pois bem: conhece ao comprar e beber. E depois? Se gostou, volta a comprar, e assim por
diante. Há como medir o grau de satisfação desse consumidor ao beber o primeiro gole do bem H2OH?
E o segundo gole? Há como medir?
É disso que estamos tratando ao apresentar as noções de utilidade total e utilidade marginal. Nesse
exemplo, a utilidade total surgirá quando o consumidor conseguir “matar a curiosidade”, quando
experimentar o bem. Depois, continuando a consumir o bem, já não é mais novidade, “vira costume”,
rotina, podemos dizer, e, portanto, há um decréscimo em sua utilidade marginal: a cada nova unidade
do bem que for consumido, menos satisfação terá o consumidor. Por isso as empresas devem sempre
inovar, inventar coisas novas ou novas formas de fazer o consumidor sentir utilidade total novamente:
troca de embalagem, mudança na formulação, campanhas publicitárias e promocionais são alguns
exemplos de chamada do consumidor. Outra forma é retirar momentaneamente o bem de circulação,
de forma que o consumidor “sinta falta daquele bem” e, quando este retornar, o consumidor volte a
adquiri‑lo, às vezes, a preços maiores.
Exemplo de aplicação
Se alguém está com sede, o que satisfaz à necessidade: água ou algum outro bem que possa exercer
a função da água? O que é consumo de necessidade e o que é consumo de desejo? Procure responder:
por qual deles pagamos mais?
O entendimento tanto da utilidade total quanto da utilidade marginal nos permite compreender
como a Ciência Econômica investiga o comportamento do consumidor, assumido como racional. Partindo
do princípio de que o consumidor adquira somente produtos que lhe gerem satisfação combinada com
seu nível de renda, é interessante inserir na análise o papel desempenhado pelos preços dos produtos.
Vejamos agora como se dá o comportamento do consumidor a partir da Teoria da Demanda.
Observação
61
Unidade II
• demais determinantes.
Onde:
P = preço do bem x.
PBR = preço de bens relacionados no consumo do bem x, a exemplo dos substitutos e/ou
complementares.
Veja o seguinte: quando o preço dos televisores está mais baixo nas lojas de venda especializada
nesse tipo de bem durável, o que ocorre com o comportamento do consumidor? Podemos desenhar uma
função demanda para esse caso:
Qdt = ƒ (Pt)
Onde:
Como sugerimos queda de preços, então a função pode ser representada da seguinte forma:
Qdt = ƒ (↓Pt)
O que ela demonstra? Que o consumidor apresenta uma tendência de demandar mais televisores
quando os preços desse tipo de bem estão mais baixos. Mais: que o consumidor apresenta tendência
a aumentar as quantidades demandadas de televisores. Pode ser que já exista um na residência do
consumidor e que ele deseje mais um. Portanto, o que influenciou a quantidade demandada de
televisores foi o preço do bem, e não a renda do consumidor, por exemplo. E se a renda fosse a grande
influenciadora da demanda por televisores? Como seria a função?
Qdt = ƒ (R)
Onde:
(R) = renda.
Pois bem: se a renda do consumidor aumentar, o que ocorrerá? E se diminuir? O efeito será o
mesmo? Não poderá ser.
Em caso de aumento na renda, o consumidor agora tem mais condições de adquirir mais televisores
e, portanto, a demanda por televisores aumentará.
Qdt = ƒ (↑R)
Observação
Exemplo de aplicação
Você se lembra de como surge a renda de uma sociedade? Lembra‑se dos tipos de renda existentes?
63
Unidade II
Qdi = ƒ (Pi)
Onde:
↓↓Qdi = ƒ (↑ Pi)
Reflita um pouco: parágrafos atrás, falamos existir um bem complementar à impressora. Lembra
qual é? Sim, muito bem: os cartuchos de tinta. Haverá influência no mercado de cartuchos de tinta caso
haja queda de demanda por impressoras? Resposta: sim!
Qdct = ƒ (Pi)
Onde:
Se haverá queda na demanda por impressoras, pois seu preço está mais elevado, menor quantidade
de impressoras será adquirida, de forma que menor quantidade de cartuchos de tinta também será
adquirida para colocar nas impressoras. O efeito será:
↓ Qdct = ƒ (↑ Pi)
64
ELEMENTOS DE ECONOMIA
Em contrapartida, bens substitutos são aqueles que o consumidor tem condições de escolher
entre um ou outro. Exemplo: manteiga ou margarina, pão francês ou pão de forma, maçã ou pera,
feijão‑carioca ou feijão‑preto. Os dois atendem às necessidades de consumo. Em outras palavras, o
consumo de um pode substituir o consumo do outro. Se a ida ao supermercado mostra que os preços
do feijão‑carioca estão exorbitantemente mais elevados em relação aos preços do feijão‑preto, qual
adquirir? Como são substitutos, o preço de cada um deles exercerá influência sobre o consumidor.
Lembrando que este é tratado na microeconomia como racional: comparará os preços dos dois bens e,
entendendo estar diante de bens substitutos entre si, levará aquele que estiver com preço mais baixo.
Demonstrando em função, teríamos:
Qdfp = ƒ (Pfc)
ou
Qdfc = ƒ (Pfp)
↑ Qdfp = ƒ (↑ Pfc)
A) B)
Mas e se o consumidor não gostar de forma alguma de feijão‑preto? Mesmo com o preço mais
baixo em relação ao feijão‑carioca, o consumidor não foi tocado a adquirir feijão‑preto. Não gosta
desse tipo de produto! Entra em cena mais um determinante da demanda, qual seja, G, gosto e
preferência do consumidor.
influenciar a demanda de bens. O mesmo ocorre com outros determinantes da demanda, a exemplo das
expectativas de mercado.
Os consumidores costumam tomar conhecimento dos preços dos bens que consomem, bem como
ficar atentos às informações acerca dos setores que produzem tais bens. A formação de expectativas
também influencia a demanda. Basta lembrar o período recente em que o governo federal anunciou
que, por determinado período de tempo, alguns bens de consumo durável, a exemplo de automóveis e
eletrodomésticos da linha branca, estariam isentos de determinados impostos. O que fez boa parte da
sociedade? Na expectativa de que o governo, findo o período de isenção, não mais adotasse a mesma
medida, acabou por antecipar compras, independentemente de suas formas de pagamento.
Imagine a primeira situação que colocamos anteriormente: que o preço dos televisores tenha
diminuído e, ao mesmo tempo, tenha aumentado a renda da sociedade e diminuído o preço dos
DVD players e aumentado o custo da energia elétrica consumida pelos lares. Quatro ocorrências
acontecendo ao mesmo tempo. Como estimar a demanda de televisores diante desse quadro?
Caso desejemos saber o que ocorre no mercado de televisores, primeiro verificamos a influência
que os preços exercem sobre a demanda desse tipo de bem. Depois, verificamos a influência da
renda do consumidor na demanda desse produto, desconsiderando a influência do preço. Pela
expressão economicamente correta, a pergunta seria: o que ocorre com o mercado de DVD player
diante da elevação da renda do consumidor, coeteris paribus? Como se deve ler tal pergunta: o que
ocorre com o mercado de DVD player diante elevação da renda do consumidor, permanecendo tudo
o mais constante?
A mesma pergunta pode ser feita desta forma: o que ocorre com o mercado de DVD player,
coeteris paribus, diante da elevação na renda do consumidor? Como ler? O que ocorre com o mercado
de DVD player, permanecendo tudo o mais constante, diante elevação na renda do consumidor?
Vejamos outro exemplo. Considerando apenas a diminuição no preço da manteiga, qual o impacto na
demanda por margarina? Utilizando a expressão: coeteris paribus, qual o comportamento do mercado
de margarina diante diminuição no preço da manteiga?
66
ELEMENTOS DE ECONOMIA
Exemplo de aplicação
Sobre o exemplo anterior complete a frase. Esquecendo, ou não considerando, demais fatores,...
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
A condição coeteris paribus permite simplificar a realidade e, dessa forma, consegue dar respostas
de comportamento de mercados a curto prazo. A condição coeteris paribus significa “iguais às demais
coisas”, isto é, sem que haja modificação de outras características ou circunstâncias além daquelas
supostas na análise. Consiste, essencialmente, em compartilhar a economia de modo que os principais
efeitos de uma mudança de parâmetro num determinado minimercado possam ser ressaltados sem
considerar os efeitos colaterais em outros mercados, inclusive as reações, ou o feedback destes.
Saiba mais
67
Unidade II
A Lei Geral da Demanda diz que as quantidades demandadas de um bem qualquer caminham em
sentido contrário aos preços deste. De forma análoga, a curva de demanda mostra a relação inversa
entre preços e quantidades demandadas. Quando o preço de uma mercadoria é elevado, as quantidades
demandadas dessa mercadoria são baixas, e quando os preços de uma mercadoria são baixos, as
quantidades demandadas dessa mercadoria são elevadas.
10 A
8 B
6 C
4 D
20 25 30 35 Q
68
ELEMENTOS DE ECONOMIA
Observação
Analisando as informações da tabela, bem como da curva de demanda, percebe‑se que, à medida que
o preço apresenta queda, as quantidades demandadas são maiores. Quando o preço dessa mercadoria
qualquer é R$ 10,00, a quantidade demandada é de 20 unidades. Quando o preço é de R$ 8,00, a
quantidade demandada é de 25 unidades. Quando o preço é de R$ 6,00, há aumento de cinco unidades
na quantidade demandada, que passa a ser de 30 unidades. Por fim, quando o preço é de R$ 4,00, a
quantidade demandada é de 35 unidades.
Observação
Lembrete
69
Unidade II
A escala apresentada relaciona, para cada nível de preço, quantidades demandadas diferentes para
cada um dos consumidores, demonstrando, dessa forma, a demanda total de mercado por um produto
qualquer. Podemos proceder ao conhecimento da curva de demanda de mercado, que nada mais será
do que demonstrar a relação entre os níveis de preços dessa mercadoria e suas respectivas quantidades
demandadas por todos os consumidores.
Exemplo de aplicação
Você pode construir a curva de demanda individual para cada um dos consumidores. Construa a
curva de demanda para o consumidor 1, relacionando o preço do bem como as quantidades que ele
demanda. Construa a curva de demanda para o consumidor 2 relacionando, agora, o preço do bem com
as quantidades que esse consumidor demanda. Faça o mesmo com o consumidor 3.
10 A
8 B
7 C
6 D
4 E
30 36 38 42 54 Q
Observe que a curva de demanda para vários consumidores reflete a mesma Lei Geral de Demanda,
e a análise pode ser feita por meio da queda de preços ou de sua elevação. Quando o preço do bem
é de R$ 10,00, preço comum para todos os consumidores, o consumidor 1 adquire 10 unidades, o
consumidor 2 adquire 7 unidades e o consumidor 3 adquire 13 unidades. Assim, cada consumidor
contribui um uma parcela do consumo total, que é de 30 unidades nesse nível de preços.
Quando o preço cai para R$ 8,00, o que ocorre? O consumo total de mercado sobe para 36
unidades. Vejamos o comportamento de cada consumidor: o consumidor 1 adquire mais duas
unidades, o Consumidor 2 adquire somente mais uma unidade e o consumidor 3 adquire mais três
unidades. Mesmo que o preço seja idêntico para todos os consumidores, o comportamento de cada
um deles é diferente. E quando o preço passa a ser de R$ 7,00? O consumidor 1 adquire mais uma
70
ELEMENTOS DE ECONOMIA
unidade; agora, seu consumo individual passa a ser de 13 unidades, e o consumidor 2 não adquire
unidades adicionais, permanecendo no mesmo nível de consumo de quando o preço era de R$ 8,00.
Ele continua consumindo apenas 8 unidades, enquanto o consumidor 3 aumenta em mais uma
unidade seu consumo, adquirindo agora 17 unidades. Você pode continuar o raciocínio quando os
preços são R$ 6,00 e R$ 4,00.
• pode ser um produto sazonal, a exemplo daquele consumo que acontece nos períodos de Páscoa,
Natal e em outras datas comemorativas;
Exemplo de aplicação
Da mesma forma que quantidades demandadas são influenciadas pelo preço do bem, a curva de
demanda também sofre influência. Nesse caso, dependendo do determinante da demanda (renda do
consumidor, preço de bens relacionados, gosto ou preferência do consumidor), a curva de demanda
sofre deslocamentos positivos ou negativos. Aqui, necessitamos efetuar uma distinção entre o que
sejam movimentos da curva, também chamado de deslocamentos da curva, e movimentos ao longo
da curva.
Suponha que o preço da carne de frango esteja em R$ 9,00 o kg e que, nesse nível de preços, os
consumidores, em conjunto, adquiram 1.200 kg. O preço cai para R$ 7,20 o kg, e o consumo de mercado
passa a ser de 2.200 kg. Temos aqui uma escala de demanda.
71
Unidade II
Vejamos a representação da curva de demanda por carne de frango e o efeito das quantidades
demandadas diante da diminuição de preço.
9,00 A
7,20 B
Como houve diminuição no preço (P) da carne de frango e os consumidores passaram a adquirir
maior quantidade do bem (Qdcf), há um deslocamento de pontos ao longo da curva. O ponto inicial
está em A, correspondendo ao preço de R$ 9,00 e à quantidade de 1.200 kg. A queda de preços para
R$ 7,20 faz a quantidade demandada do bem ser de 2.200 kg, o que é representado pelo ponto B. Assim,
a modificação no preço provocou movimento de pontos ao longo da curva de demanda (D). Se o preço
aumentar, o efeito será o contrário: deslocamento de ponto ao longo da curva de B para A.
Lembrete
72
ELEMENTOS DE ECONOMIA
Observação
Qdt = ƒ (R)
Onde:
(R) = renda.
Admita, coeteris paribus, crescimento da renda: o que ocorre? Você deve ter respondido que se
elevará a demanda por televisores. Mais: deve ter imaginado rapidamente a função demanda para o
caso proposto:
↑ Qdt = ƒ (↑ R)
P A B
D’
D
Q1 Q2 Qdt
73
Unidade II
Com a elevação na renda do consumidor, será maior a demanda por televisores, coeteris paribus.
Dessa forma, a curva de demanda original (D) combina o preço dos televisores com determinada
quantidade (Q1) antes da alteração da renda (ponto A). Com a alteração da renda, a curva de demanda
por televisores sofre deslocamento positivo e agora é chamada de D´. O ponto B demonstra novas, e
maiores, quantidades demandadas de televisores (Q2) tendo o preço permanecido constante.
Observação
Outro exemplo. Estamos agora preocupados em investigar o que acontecerá com o mercado de
margarina se houver uma diminuição do preço da manteiga. Em se tratando de bens substitutos, o
consumidor racional tomará qual atitude? Se você está pensando que nosso agente racional demandará
mais manteiga e menos margarina, acertou! Parabéns. Representação gráfica:
(a) (b)
Demanda por manteiga Demanda por margarina
A C
P1
P2 B
Q1 Q2 Q1
Em (a), temos a representação da demanda por manteiga, Dmant. Em (b), a representação da demanda
por margarina, Dmarg. No início, a demanda por manteiga, Dmant, está no ponto A, em que P1 corresponde
a Q1. A demanda por margarina está no ponto C. Com a queda de preço da manteiga, a nova quantidade
demandada passa a ser B: P2, Q2. A diminuição no preço força a queda de demanda por margarina, e a
curva de demanda desse produto sofre deslocamento negativo ou para a esquerda e agora é representada
por Dmarg`. No gráfico (b), a quantidade demandada de margarina permanece constante em Q1, mas, na
prática, diminuirá. Por quê? Porque no momento estamos trabalhando somente com a demanda.
74
ELEMENTOS DE ECONOMIA
Para que o consumidor possa exercer sua demanda por bens, alguém tem de ofertá‑los. Nesse
sentido, passamos a considerar a Teoria da Oferta.
De forma análoga à da demanda, a oferta será diferente da venda, porque representa uma intenção de
venda, conforme, principalmente, alguns determinantes da oferta. Vejamos alguns desses determinantes.
• tecnologia;
• clima;
• demais determinantes.
Onde:
P = preço do bem x.
T = tecnologia de produção.
PBR = preço de bens relacionados na produção do bem x, a exemplo dos substitutos e/ou
complementares.
Na oferta, o preço do bem impacta positivamente o crescimento de quantidades. Por qual motivo?
Se um empresário qualquer percebe que o mercado está pagando um preço elevado pelo produto que
vende, terá maior incentivo em aumentar a produção. Suponha um agricultor do setor de soja. Ao
perceber que o consumo de soja mostra elevação, terá maior incentivo em continuar em tal produção,
pois há demanda. Diante disso, pode praticar uma política de crescimento de preços, uma vez que os
consumidores mostram‑se favoráveis a tal produto. Se eles continuarem consumindo após o crescimento
do preço, mais incentivado estará nosso agricultor a continuar com sua produção.
↑ Qo = ƒ (↑ P)
↓ Qo = ƒ (↓ P)
Onde:
Qo = quantidade ofertada.
P = preço do bem.
Acompanhe outro exemplo: suponha que em determinado momento o preço dos tecidos tenha
sofrido elevação em virtude de uma queda de produção. O que deve ocorrer com a oferta de calças?
Observação
Se tiver ocorrido diminuição na oferta de tecidos, as indústrias produtoras de calças terão menos
fator de produção à sua disposição e, portanto, deverão produzir menor quantidade de calças. Dessa
forma, haverá diminuição na oferta de calças. Vejamos a função que representa tal situação.
Qo = ƒ (PFP)
Essa função seleciona apenas um determinante da oferta, qual seja, o preço dos fatores de produção.
Aplicada ao exemplo, a função será:
76
ELEMENTOS DE ECONOMIA
↓ Qoc = ƒ (↑ Pt),
Onde:
Pt = preço do tecido.
Observação
Lembrete
Suponha uma indústria de bebidas que produza refrigerantes. Seu processo de produção é por
esteira rolante, por onde os recipientes são transportados até o local em que receberão o líquido. Depois,
o processo continua, até o recebimento da tampa de metal. Estamos pensando numa indústria que
produza refrigerantes acondicionados em garrafas do tipo PET.
77
Unidade II
Há um mecanismo específico que fecha a garrafa após esta ser completada com o líquido
correspondente. Trata‑se de uma máquina que coloca a tampa e fecha a garrafa. A empresa pensa em
modernizar tal mecanismo, inserindo nova tecnologia que fará tal processo em menos tempo, o que
resultará em maior rapidez no fechamento de cada garrafa, de forma que maior quantidade de garrafas
estará pronta em menos tempo.
Qor = ƒ (↑T),
Em que:
T = tecnologia.
Saiba mais
Como todos os determinantes da oferta variam simultaneamente, de produtor para produtor, e como
pode haver modificação no comportamento dos influenciadores da oferta para um mesmo produtor, a
Teoria microeconômica, assim como a Teoria da Demanda, lança mão da condição coeteris paribus. Esta
permite à Microeconomia analisar o que ocorre em um determinado mercado diante da modificação
de alguma condição isolada, mantendo os demais influenciadores constantes. Exemplificando: se nosso
interesse é saber o que ocorre com o mercado de alfaces diante de um clima frio extremamente rigoroso,
a Teoria Microeconômica analisa os impactos nesse mercado somente diante da condição do clima,
para, num segundo momento, analisar o que ocorrerá com esse mercado quando houver modificação
em algum outro determinante da oferta.
Observação
78
ELEMENTOS DE ECONOMIA
Exemplo de aplicação
Você pode investigar como os bens relacionados na oferta, os chamados substitutos ou complementares,
são tratados na teoria. Basta olhar livros de Microeconomia para encontrar situações interessantes.
P
O
A Lei Geral da Oferta diz que as quantidades ofertadas de uma mercadoria qualquer caminham no
mesmo sentido dos preços dessa mercadoria. De forma análoga, a curva de oferta mostra a relação direta
entre preços e quantidades ofertadas. Quando o preço de uma mercadoria é elevado, as quantidades
ofertadas dessa mercadoria são também elevadas, e quando os preços de uma mercadoria são baixos, as
quantidades ofertadas dessa mercadoria são baixas.
79
Unidade II
P
O
10
20 25 30 35 Q
Observação
Analisando as informações da tabela, bem como as da curva de oferta, percebemos que, à medida
que o preço apresenta queda, as quantidades ofertadas são menores. Quando o preço dessa mercadoria
qualquer é de R$ 10,00, a quantidade ofertada é de 35 unidades. Quando o preço é de R$ 8,00, a
quantidade ofertada é de 30 unidades. Quando o preço é de R$ 6,00, há diminuição de cinco unidades
na quantidade ofertada, que passa a ser de 25 unidades. Por fim, quando o preço é de R$ 4,00, a
quantidade ofertada é de 20 unidades.
Observação
Lembrete
Chamamos de curva de oferta individual as combinações das quantidades de uma mesma mercadoria
que um produtor está apto a ofertar por unidade de tempo, em relação aos comportamentos dos
preços dessa mercadoria. Chamaremos de curva de oferta de mercado quando, em uma escala de oferta,
estiverem demonstradas as informações de mais de um produtor em relação a um mesmo produto.
Vejamos uma nova escala de oferta, desta vez, para vários produtores.
A escala apresentada relaciona, para cada nível de preço, quantidades ofertadas diferentes para
cada um dos produtores, demonstrando, dessa forma, a oferta total de mercado referente a um produto
qualquer. Podemos proceder ao conhecimento da curva de oferta de mercado, que nada mais será
do que demonstrar a relação entre os níveis de preços dessa mercadoria e as respectivas quantidades
ofertadas por todos os produtores.
Exemplo de aplicação
Você pode construir a curva de oferta individual para cada um dos produtores. Construa a curva de
oferta para o produtor 1 relacionando o preço do bem como as quantidades que ele oferta. Construa
a curva de oferta para o produtor 2 relacionando, agora, o preço do bem com as quantidades que esse
produtor oferece. Faça o mesmo com o produtor 3.
P
O
10 E
8 D
7 C
6 B
4 A
30 36 38 42 54 Q
81
Unidade II
Observe que a curva de oferta para vários produtores reflete a mesma Lei Geral da Oferta, e a análise
pode ser feita por meio da queda de preços ou de sua elevação. Quando o preço do bem é de R$ 10,00,
preço comum para todos os produtores, o produtor 1 está disposto a oferecer 16 unidades, o produtor 2
oferece 10 unidades e o produtor 3 está apto a ofertar 28 unidades. Assim, cada produtor contribui com
uma parcela da oferta total, que é de 54 unidades, nesse nível de preços.
Quando o preço cai para R$ 8,00, o que ocorre? A produção total de mercado cai para 42 unidades.
Vejamos o comportamento de cada produtor: o produtor 1 oferece duas unidades a menos, o produtor 2
diminui a oferta em uma unidade e o produtor 3 diminui em nove unidades sua oferta. Mesmo que o
preço seja idêntico para todos os produtores, o comportamento de cada um deles é diferente. E quando
o preço passa a ser de R$ 7,00? O produtor 1 oferta uma unidade a menos (agora sua oferta individual
passa a ser de 13 unidades), e o produtor 2 não altera seu padrão de oferta, permanecendo no mesmo
nível de oferta de quando o preço era de R$ 8,00. Ele continua ofertando apenas 9 unidades, enquanto o
produtor 3 diminui em mais três unidades sua oferta, oferecendo agora 16 unidades, apenas. Você pode
continuar o raciocínio quando os preços são de R$ 6,00 e de R$ 4,00.
Exemplo de aplicação
Para a indagação apresentada, oferecemos apenas uma provável resposta. Você poderia sugerir
algumas outras?
Saiba mais
Da mesma forma que quantidades ofertadas são influenciadas pelo preço do bem, a curva de
oferta também sofre influência. Nesse caso, dependendo do determinante da oferta (preço dos
fatores de produção, preço dos bens relacionados, tecnologia, condições climáticas), a curva de oferta
sofrerá deslocamentos positivos ou negativos. Aqui vale a mesma distinção apresentada quando do
tratamento da Teoria da Demanda: entre o que sejam movimentos da curva, também chamados de
deslocamentos da curva, e movimentos ao longo da curva.
82
ELEMENTOS DE ECONOMIA
A) B)
Suponha que o preço do leite esteja em R$ 3,00 o litro e que, nesse nível de preços, os vendedores,
em conjunto, ofertem 12 mil litros. O preço cai para R$ 2,80 o litro, e a oferta de mercado passa a ser de
10.700 litros. Temos aqui uma escala de oferta.
Vejamos a representação da curva de oferta de leite e o efeito das quantidades ofertadas diante da
diminuição de preço.
P O
3,00 A
2,80 B
83
Unidade II
Como houve diminuição no preço do leite (P) e os produtores passaram a ofertar menor quantidade do
bem (Qol), há um deslocamento de pontos ao longo da curva. O ponto inicial está em A, correspondendo
ao preço de R$ 3,00 e à quantidade de 12 mil litros. A queda de preços para R$ 2,80 faz a quantidade
ofertada do bem ser de 10.700 litros, o que é representado pelo ponto B. Assim, a modificação no preço
provocou movimento de pontos ao longo da curva de oferta (O). Se o preço aumentar, o efeito será o
contrário: deslocamento de ponto ao longo da curva de B para A.
De forma diferente, deslocamentos da curva de oferta ocorrem quando o preço dos fatores de
produção, o preço dos bens relacionados, a tecnologia ou as condições climáticas apresentam alteração,
individual ou conjunta.
Observação
Qoc = ƒ (PFP)
Onde:
84
ELEMENTOS DE ECONOMIA
Admita, coeteris paribus, diminuição da oferta de tecido e, portanto, crescimento no preço desse
material: o que ocorre? Você deve ter respondido que diminuirá a oferta de calças. E mais: deve ter
imaginado rapidamente a função oferta para o caso proposto:
↓ Qoc = ƒ (↑ Pt)
P B A
Q2 Q1 Qoc
Com a queda na oferta de tecidos, será menor a oferta de calças, coeteris paribus. Dessa
forma, a curva de oferta original (O) combina o preço das calças com determinada quantidade
(Q1) antes da alteração do preço e da queda de oferta de tecidos (ponto A). Com a alteração no
mercado de tecidos, a curva de oferta de calças sofre deslocamento negativo e agora é chamada
de O´. O ponto B demonstra novas, e menores, quantidades ofertadas de calças (Q2), tendo o preço
permanecido constante.
Observação
Outro exemplo. Analisando um agricultor, estamos agora preocupados em investigar o que acontecerá
com o mercado de soja se houver uma diminuição do preço do milho.
85
Unidade II
Figura 29 – Milho
Em se tratando de bens substitutos na produção, o produtor racional tomará qual atitude? Se você
está pensando que nosso agente racional mudará a produção para o cultivo de soja, acertou! Parabéns.
Por qual motivo? Simplesmente pelo fato de a queda do preço do milho desencorajar a continuidade na
produção, estimulando a mudança para o cultivo de soja. Representação gráfica:
(a) (b)
P Oferta de milho Oferta de soja Os
Om Os’
P1 A C D
P2 B
Q2 Q1 QOm Q1 Q2 QOs
Em (a), temos a representação da oferta de milho, Om. Em (b), a representação da oferta de soja, Os.
No início, a oferta de milho, Om, está no ponto A, em que P1 corresponde a Q1. A oferta de soja está no
ponto C. Com a queda do preço do milho, a nova quantidade ofertada passa a ser B: P2, Q2. A diminuição
no preço força o aumento da oferta de soja, e a curva de oferta desse produto sofre deslocamento
positivo ou para a direita e agora é representada por Os`. No gráfico (b), a quantidade ofertada de soja
passa a ser Q2.
86
ELEMENTOS DE ECONOMIA
Figura 31 – Soja
Pois bem, até o momento, olhamos as duas teorias em separado: a da demanda, com seus
determinantes e deslocamentos, e a da oferta, também com seus determinantes e deslocamentos.
Passamos agora a examinar como se comportam juntas.
Efetuadas as apresentações, tanto da demanda quanto da oferta, devemos passar a outro ponto,
que é o local em que as relações da demanda se defrontam com as da oferta. Nesse ponto, quem
quer comprar uma mercadoria relaciona‑se com quem quer vendê‑la, e vice‑versa. Chamamos esse
local de mercado.
D
Q
87
Unidade II
Lembrete
Parece haver desencontro de interesses entre os que ofertam e os que demandam mercadorias.
Esse desencontro é resolvido a partir do momento em que os demandantes passam a aceitar pagar
os preços que os ofertantes desejam receber, e, de forma análoga, o desencontro também passa a ser
resolvido a partir do momento em que os produtores ofertam mercadorias na real quantidade em que
os consumidores desejam adquirir. Estamos aqui nos referindo a um ponto de equilíbrio.
No ponto de equilíbrio, que no próximo gráfico está representado pela letra E, serão harmonizados
os interesses conflitantes de demandantes e ofertantes de mercadorias. Se os ofertantes desejarem
cobrar preços mais elevados do que aqueles que os demandantes aceitam pagar, haverá quantidades
ofertadas a mais do que aquelas que serão consumidas. Existirá, portanto, um excesso de oferta. De
outra forma, se os consumidores desejarem adquirir maiores quantidades do que aquelas ofertadas
pelos produtores, haverá escassez. Representando o ponto de equilíbrio:
P O
D
Q
88
ELEMENTOS DE ECONOMIA
Lembrete
A partir das duas escalas separadas é possível construir uma escala que represente, para um
mesmo nível de preços, as quantidades demandadas e as quantidades ofertadas de determinada
mercadoria. É o que apresenta a próxima tabela.
89
Unidade II
Observação
Lembrete
P O
E
7,00
D
38 Q
90
ELEMENTOS DE ECONOMIA
Exemplo de aplicação
Procure retomar as informações da Tabela 11 – Escala de mercado. Estabeleça, para cada nível de
preços, se há excesso de demanda ou excesso de oferta, e quais as quantidades de tais excessos.
Para não ocorrer excesso nem de oferta, nem de demanda, o comportamento dos consumidores e dos
vendedores deverá ser adaptativo às condições do próprio mercado, em que um exercerá pressão sobre
o comportamento do outro. Da mesma forma que o comportamento dos consumidores em relação aos
preços praticados pelos vendedores modifica as relações de mercado destes, qualquer modificação em
cada um daqueles influenciadores da demanda ou influenciadores da oferta também afeta o equilíbrio
de mercado. Por exemplo, dada a ocorrência de elevação na renda dos consumidores, a tendência é a de
que maiores quantidades de mercadorias sejam consumidas. Da mesma forma, se existir, por exemplo,
uma melhoria no clima, tornando mais propícia a produção de bens agrícolas, a tendência será de existir
maior oferta desses bens.
Exemplificando: vamos supor que variações na renda dos consumidores influenciem a demanda
por automóveis. Se a renda dos consumidores aumentar, a procura por automóveis também deverá
aumentar, e, se a renda dos consumidores diminuir, a procura por automóveis deverá caminhar na
mesma direção.
Observação
91
Unidade II
P O
E’
E
D’
D
Q
Nesse caso, o preço do bem sofre elevação, pois, já que os consumidores aumentaram a demanda na
proporção de suas rendas, os ofertantes deverão aumentar as quantidades de automóveis produzidos,
cobrando mais por isso. Vejamos outro exemplo.
Sabemos que, para uma máquina fotográfica exercer sua função, deve ser utilizada conjuntamente
a seus componentes, a exemplo de baterias ou cartões de memória. Vamos supor, por simplificação,
que o uso desde tipo de aparelho – máquinas fotográficas – requeira a utilização de baterias e que os
fornecedores de máquinas fotográficas tenham provocado uma elevação nos preços de venda desse
tipo de produto. O que deve ocorrer com a quantidade demandada de baterias?
Como já sabemos pelo estudo da Teoria da Demanda, sempre que o preço de um bem aumenta,
a quantidade demandada desse bem tende a diminuir. Portanto, a resposta à nossa pergunta deverá
ser que a quantidade demandada de máquinas fotográficas deverá diminuir, mas qual a relação disso
com o mercado de baterias? Se menos máquinas fotográficas forem vendidas, menores quantidades de
baterias serão utilizadas, diminuindo a demanda por baterias. Representando o que ocorre no mercado
de baterias, teremos um deslocamento para a esquerda na curva de demanda, agora chamada de D`.
O deslocamento da curva de demanda para a esquerda exercerá pressão para a queda de preços das
baterias. O novo ponto de equilíbrio nesse mercado estará em E`.
P O
E
E’
D
D’
92
ELEMENTOS DE ECONOMIA
De outra forma, os influenciadores da oferta também alteram o equilíbrio dos diversos mercados.
Vamos verificar como operam alguns desses influenciadores.
Vamos supor que para a produção de pneus seja necessária a utilização da borracha enquanto
fator de produção, que os vendedores de borracha estejam com uma produção muito elevada e que
isso tenha diminuído o preço desse material no seu mercado. Logo, os demandantes de borracha,
que nesse caso serão os produtores de pneus, desejarão consumir mais borracha para poderem
produzir mais pneus e, assim, ofertar maiores quantidades de sua produção. Dessa forma, como se
comporta o mercado de pneus? Vejamos graficamente antes da explicação.
O
P O’
E
E’
Como a produção de pneus foi beneficiada pela grande quantidade de borracha, melhoraram as
condições de oferta e, dessa forma, maiores quantidades de pneus serão ofertadas, o que é demonstrado
pelo deslocamento positivo da curva de oferta, agora representada por O`. Como nada ocorreu com
relação à demanda, esta permanece constante, e um novo ponto de equilíbrio será estabelecido
nesse mercado, representado agora por E`, demonstrando que maiores quantidades de pneus serão
transacionadas a preços menores.
Pensemos agora no mercado de beterrabas. Sabemos que as beterrabas são produtos da agricultura,
que depende, dentre outros fatores, de um clima propício para a produção. Vamos supor que uma geada
tenha provocado dificuldade muito grande no cultivo desse tipo de produto, ocasionando perda de
produção. Dessa forma, os produtores de beterrabas ofertarão menores quantidades. Como demonstrar
esse evento? Vejamos.
93
Unidade II
O’
P O
E’
E
Verificamos que, nesse caso, houve deslocamento negativo (para a esquerda) da curva de oferta,
representada agora por O`, demonstrando que menores quantidades de beterrabas estão sendo
oferecidas. Como em nosso exemplo não houve modificação nas relações de demanda desse produto, o
deslocamento para a esquerda da curva de oferta original, de O para O`, estabelece um novo equilíbrio
para esse mercado demonstrado pelo ponto E`, no qual menores quantidades de beterrabas são
transacionadas a preços maiores.
94
ELEMENTOS DE ECONOMIA
Saiba mais
Até agora mostramos que as quantidades demandadas e ofertadas das mercadorias aumentam ou
diminuem de acordo com o comportamento de cada um dos influenciadores da demanda ou da oferta.
Da mesma forma, não podemos dizer em quais porcentagens serão aumentadas as quantidades
de pneus ofertadas, bem como qual será o percentual de queda na oferta de beterrabas.
Necessitamos de uma medida dessas variações, e a essa medida damos o nome de elasticidade.
5.5 Elasticidades
Elasticidade é um termo técnico utilizado pelos economistas para avaliar o quanto as mudanças
numa variável provocam mudanças noutra variável. Para tanto, utilizamos quatro conceitos de
elasticidade: elasticidade‑preço da demanda, elasticidade‑preço da oferta, elasticidade‑renda da
demanda e elasticidade preço‑cruzada da demanda.
Trata‑se de um termo técnico utilizado para saber qual o impacto na variável quantidade diante
de uma modificação na variável preço. A elasticidade‑preço da demanda (Epd) mede a sensibilidade das
quantidades demandadas de uma mercadoria em função da variação de seus preços.
Pode ser utilizada, por exemplo, para avaliar qual será a variação das quantidades demandadas
de leite, diante de uma variação de seu preço, ou seja, serve para medir o impacto da variação das
quantidades demandadas de qualquer mercadoria diante de variações em seus preços.
95
Unidade II
Exemplificando: suponha que a companhia de transporte Viaje Bem tenha alterado o preço
de suas tarifas de R$ 1,45 para R$ 1,28 e que com essa alteração o número de passageiros passou
de 30.500 para 43.700. Como podemos medir a elasticidade‑preço da demanda nesse intervalo
de preços?
Lembrete
Quantidade
Preço demandada
R$ 1,45 30.500
R$ 1,28 43.700
Variação % das quantidades demandadas
Epd = ________________________________________
Variação % no preço
(43.700 – 30.500)/30.500
Epd = ________________________________________
(1,28 – 1,45)/1,45
96
ELEMENTOS DE ECONOMIA
13.200/30.500
Epd = ________________________________________
‑0,17/1,45
Epd = –3,6919
Sempre que calcularmos elasticidade‑preço da demanda, o valor do coeficiente de Epd será negativo,
indicando a relação inversa entre as duas variáveis relacionadas, ou seja, indicará a relação inversa entre
o preço da mercadoria e suas quantidades demandadas.
Dessa forma, como sempre o sinal de Epd será negativo, por convenção, quando demonstrarmos o
coeficiente de elasticidade‑preço da demanda, será desconsiderado o sinal negativo, e apresentaremos
o coeficiente da seguinte forma:
|Epd| = 3,6919
O uso do módulo apenas anula a importância do sinal, pois, no caso do coeficiente de elasticidade‑preço
da demanda, sempre será negativo.
operação matemática e que, pela interpretação econômica, representa relação inversa entre preço e
quantidade. Assim, não se levará em consideração o sinal quando classificar o bem como de demanda
elástica ou inelástica. Em contrapartida, o uso do módulo auxilia na classificação do bem.
Vejamos mais um exemplo. Suponha que uma indústria de móveis para escritório tenha alterado o
preço de algumas mesas de R$ 650,00 para R$ 800,00 e que, com essa alteração, o número de mesas
vendidas tenha passado de 54 unidades para 50 unidades. Como medir a elasticidade‑preço da demanda
nesse intervalo de preços?
Quantidade
Preço demandada
R$ 650,00 54
R$ 800,00 50
Variação % das quantidades demandadas
Epd = ________________________________________
Variação % no preço
(50 – 54)/54
Epd = ________________________________________
(800,00 – 650,00)/650,00
Epd = – 0,3207
|Epd| = 0,3207
Observação
Se |Epd| for maior do que 1, trata‑se de um bem com demanda elástica. Um bem de demanda
elástica é aquele cujas quantidades demandadas sofrem variação mais que proporcional que variações
de preços, ou seja, a demanda pelo bem é muito sensível às variações de seus preços. É o caso de
produtos eletroeletrônicos, automóveis, CDs e DVDs, por exemplo, que são considerados bens normais.
98
ELEMENTOS DE ECONOMIA
Se |Epd| for menor do que 1, trata‑se de um bem com demanda inelástica. Um bem com demanda inelástica
é aquele cujas quantidades demandadas sofrem variação menos proporcional que variações de preços, ou
seja, a demanda pelo bem é insensível às variações de seus preços. É o caso, por exemplo, de produtos de
higiene, limpeza e também de alguns produtos alimentícios, como o sal.
Por fim, se |Epd| for igual a 1, trata‑se de um bem com demanda unitária. Um bem de demanda
unitária é aquele cujas quantidades demandadas sofrem variação igual à variação de preços.
• o tempo.
Exemplo de aplicação
Pesquise em livros de Economia de que forma cada um dos fatores citados afeta a elasticidade‑preço.
99
Unidade II
Categorias amplas
Transporte 0,56 Demanda inelástica
Alimentação 0,67 Demanda inelástica
Vestuário 0,89 Demanda inelástica
Recreação 1,09 Demanda elástica
Pois bem: o que significa, então, tal coeficiente? Vejamos na tabela o exemplo do bem específico
Coca‑Cola. A tabela mostra que o coeficiente de elasticidade‑preço da demanda desse bem é de 1,71.
Esse é um bem de demanda elástica ou inelástica? Pela classificação, como é maior do que 1, trata‑se de
um bem de demanda elástica. Variações nas quantidades são maiores que variações no preço. Significa
que as quantidades variam 1,71 vezes o preço. Se o preço subir, as quantidades demandadas diminuirão,
e, se o preço baixar, as quantidades aumentarão 1,71 vezes o preço.
Vejamos um exemplo: suponha que o preço da Coca‑Cola sofra elevação de 15% num determinado
período. Qual será a variação das quantidades demandadas nessas condições? Lembrando o cálculo de |Epd|.
∆ % Qd
Epd = _____________________
∆%P
Onde:
∆ % Qd
‑1,71 = __________________
+ 15%
∆ % Qd = – 1,71 x 15%
∆ % Qd = – 25,65%
100
ELEMENTOS DE ECONOMIA
Exemplo de aplicação
Volte aos exemplos da demanda por passagens, bem como ao da indústria de móveis, e classifique o
serviço e o bem, respectivamente, conforme o coeficiente de elasticidade‑preço da demanda calculado.
Estabelecendo percentuais, suponha queda ou elevação de preços para cada um deles e veja como se
comporta a variação das quantidades demandadas. Vale a pena você mesmo desenvolver esse raciocínio.
Trata‑se de um termo técnico utilizado para saber qual o impacto na variável quantidade diante
de uma modificação na variável preço. A elasticidade‑preço da oferta (Epo) mede a sensibilidade das
quantidades ofertadas de uma mercadoria em função da variação de seus preços.
Exemplificando: suponha que o vendedor de uma mercadoria qualquer resolva alterar o preço de
venda, aumentando de R$ 9,00 para R$ 10,00 a unidade, e que, com essa alteração de preços, as
quantidades vendidas de suas mercadorias tenham aumentando de 140 para 160 unidades. Como
podemos medir a elasticidade‑preço da oferta nesse intervalo de preços?
Primeiro, iniciaremos construindo uma escala de oferta, da mesma forma que procedemos no
exemplo anterior com a escala de demanda.
Quantidade
Preço ofertada
R$ 9,00 140
R$ 10,00 160
101
Unidade II
(160 – 140)/140
Epo = ________________________________________
(10,00 – 9,00)/9,00
20/140
Epo = ________________________________________
1/9
Epo = (20/140) x (9/1) =
Epo = 1,28
Observação
O coeficiente de elasticidade‑preço da oferta é um número positivo.
Isso lhe diz alguma coisa?
Agora basta conhecermos os classificadores desse coeficiente para sabermos se um produto tem
oferta elástica em relação ao preço, se tem oferta inelástica em relação ao preço ou se é um produto de
oferta unitária.
Se Epo for maior do que 1, trata‑se de um bem de oferta elástica. Significa que a variação percentual
na quantidade ofertada será maior do que a variação nos preços.
Se Epo for menor do que 1, trata‑se de um bem de oferta inelástica, quer dizer, a variação percentual
na quantidade ofertada será menor do que a variação nos preços.
Finalmente, se Epo for igual a 1, trata‑se de um bem com elasticidade unitária, ou seja, a variação
percentual na quantidade ofertada será igual à variação nos preços.
102
ELEMENTOS DE ECONOMIA
Saiba mais
Pesquise em livros de economia de que forma cada um dos fatores
citados afeta a elasticidade‑oferta. Boa opção é a consulta ao livro:
MCGUIGAN, J. R.; MOYER, R. C.; HARRIS, F. H. B. Economia de empresas:
aplicações, estratégia e táticas. São Paulo: Thomson, 2004. 446 p.
Lembrete
Trata‑se de um termo técnico utilizado para medir qual o impacto na variável quantidade
demandada de uma mercadoria qualquer diante de uma modificação na variável renda do consumidor.
A elasticidade‑renda da demanda (Er) mede a sensibilidade das quantidades demandadas de uma
mercadoria em função da variação da renda do consumidor.
Pode ser utilizada, por exemplo, para avaliar qual será a variação das quantidades demandadas de
leite diante de uma variação na renda de um consumidor ou de uma sociedade de modo geral, ou seja,
serve para medir o impacto da variação das quantidades demandadas de qualquer mercadoria diante
de variações na renda.
Exemplificando: suponha que com renda mensal de R$ 2.100,00 você adquira 8 CDs por mês, e,
se sua renda mensal fosse de R$ 2.500,00 mensais, seu consumo de CDs seria de 13 unidades. Como
podemos medir a elasticidade‑renda da demanda por CDs nesse intervalo de preços?
Primeiro, iniciaremos construindo uma escala de demanda, mas agora relacionando renda e
quantidades demandadas.
103
Unidade II
(13 – 8)/8
Er = ________________________________________
(2.500,00 – 2.100,00)/2.100,00
5/8
Er = ________________________________________
400,00/2.100,00
Er = (5/8) x (2.100,00/400)
Er = 3,28
Se Er for maior do que 1, trata‑se de um bem elástico à renda, ou seja, será um bem normal, como o
são livros, jornais, revistas, automóveis, aparelhos eletroeletrônicos e demais bens além daqueles também
chamados de supérfluos. No caso de um bem elástico à renda, a variação percentual na quantidade
demanda será maior do que a variação percentual na renda.
Se Er for menor do que 1, porém maior do que zero, trata‑se de um bem inelástico à renda, como o
são alguns produtos considerados de baixa necessidade, por exemplo, o sal, o fósforo e alguns produtos
de higiene. No caso de um bem inelástico à renda, a variação percentual na quantidade demandada será
menor do que a variação percentual na renda.
Se Er for igual a 1, trata‑se de um bem com elasticidade‑renda unitária, como pode ser o exemplo
da procura por moradia. No caso de um bem com elasticidade‑renda unitária, a variação percentual nas
quantidades demandadas será igual à variação da renda.
Se Er for igual a zero, trata‑se de um bem de consumo saciado, representando que a quantidade
adquirida se mantém constante, independentemente de variações na renda.
Por fim, se Er for menor que zero, tratar‑se‑á de um bem inferior, como o são os alimentos de
primeira necessidade, como feijão e arroz. No caso de um bem inferior, a elevação na renda provoca
queda nas quantidades demandadas.
104
ELEMENTOS DE ECONOMIA
Trata‑se de um termo técnico utilizado para saber qual o impacto na variável quantidade demandada
de uma mercadoria qualquer diante de uma modificação na variável preço de outra mercadoria. A
elasticidade‑preço cruzada da demanda (Exy) mede a sensibilidade das quantidades demandadas de uma
mercadoria em função da variação do preço de outra mercadoria.
Pode ser utilizada, por exemplo, para avaliar qual será a variação das quantidades demandadas de
leite, diante de uma variação nos preços do café, ou seja, serve para medir o impacto da variação das
quantidades demandadas de qualquer mercadoria diante de variações nos preços de outra mercadoria,
seja substituta, complementar ou independente.
105
Unidade II
Exemplificando: suponha que quando o preço de um cafezinho for de R$ 1,00 você adquira dez
pacotes de chá por semana. Quando o preço do mesmo cafezinho cair para R$ 0,90, suponha que você
passe a adquirir oito pacotes de chá por semana. Como podemos medir a elasticidade‑preço cruzada da
demanda entre chá e café nesse intervalo de preços?
Primeiro, iniciaremos construindo uma escala de demanda, mas agora relacionando preços de uma
mercadoria e quantidades demandadas de outra mercadoria.
Pacotes de chá
Preço do café (quantidades)
R$ 1,00 10
R$ 0,90 08
Calculando a Exy:
(8 – 10)/10
Exy = ________________________________________________
(0,90 – 1,00)/1,00
— 2/10
Exy = ________________________________________________
— 0,10/1,00
Exy = 2
Se Exy for maior que zero, os bens relacionados serão classificados como substitutos.
Se Exy for menor que zero, os bens relacionados serão classificados como complementares.
106
ELEMENTOS DE ECONOMIA
Nesta unidade continuaremos com o estudo da microeconomia, porém, agora tomando contato
com a Teoria da Firma desdobrada em Teoria dos Custos e Teoria da Produção, consideradas as decisões
empresariais de produção. Outro assunto, também objeto de estudo da Teoria Microeconômica, são as
estruturas de mercado. Vamos lá, então.
A Teoria da Firma, modelo teórico de suporte aos questionamentos levantados pela Teoria
Microeconômica, analisa o comportamento dos produtores e vendedores de mercadorias diante do
processo de produção. Segundo Ferguson (1983), vários livros‑textos conceituam produção como
“a criação de utilidades”, sendo utilidade a capacidade de um bem ou serviço de satisfazer uma
necessidade humana.
Nas partes iniciais de nossa descoberta da Teoria Econômica, vimos que uma das funções básicas
a ser desempenhada pelas empresas capitalistas está em prover a sociedade daquilo que necessita,
ou seja, as empresas devem produzir mercadorias que sejam úteis e que atendam às necessidades de
consumo dos indivíduos.
107
Unidade II
Nestes termos, para que as empresas exerçam seu papel de produtoras de mercadorias, devem
decidir em primeiro lugar que tipo de mercadoria deve ser produzida e em quais quantidades. Como se
não bastasse essa decisão bastante difícil, cabe a elas ainda a decisão de como efetuar a produção das
mercadorias que foram escolhidas.
Lembrete
Responder à parte do problema econômico fundamental em nada parece uma tarefa fácil para as
empresas, principalmente em relação à forma como deve se dar a produção das mercadorias. Determinar
como as mercadorias serão produzidas implica a escolha e utilização de uma técnica de produção por
vezes muito específica, bem como a determinação de que tipo de fator de produção deve ser utilizado
e em quais quantidades. Nestes termos, provoca problemas de escolha, já que escolher uma técnica de
produção ou a utilização de algum fator de produção em um determinado período de tempo acarreta a
renúncia de outras técnicas disponíveis, assim como renúncia da utilização de outros fatores.
Lembrete
A Teoria da Produção dá suporte às análises das relações entre produzir mercadorias e a utilização
dos insumos necessários à produção e, por fim, mas não menos importante, a Teoria da Firma dá suporte
à análise da demanda das empresas com relação aos fatores de produção que utilizam. Nesse aspecto,
as empresas desempenham duplo papel: um, de consumidores de meios de produção, e outro, de
fornecedores de bens.
Dessa forma então, se a produção, como disse Ferguson (1983), é “a criação de utilidades”,
chamaremos daqui em diante de produção o ato de transformar fatores adquiridos pelas empresas
em produtos para venda ao mercado. Sendo o processo de produção representado por uma técnica de
combinação e utilização de meios de produção com o objetivo de fabricar um bem, então podemos
designar uma função de produção:
Onde:
Q = quantidade de produção.
x1, x2, x3, x4,..., xn = quantidades utilizadas de cada um dos fatores de produção envolvidos.
Sabendo‑se que a produção dos mais variados bens depende, em maior ou menor grau, da existência
de fatores de produção fixos e de fatores de produção variáveis, podemos reescrever nossa função de
produção anteriormente apresentada da seguinte forma:
Onde:
Q = quantidade de produção.
Efetuadas as simplificações, devemos definir o que é fator de produção fixo e fator de produção variável.
Por fatores de produção fixos entenderemos aqueles cujas quantidades utilizadas não sofrem
variações decorrentes das modificações nos níveis de produção. Ou seja, independentemente da
produção, eles existem. É o exemplo das máquinas e equipamentos que as empresas compram,
bem como das instalações imóveis em que estão as empresas, sejam em instalações próprias ou
de terceiros.
109
Unidade II
Por fatores de produção variáveis entendemos aqueles cujas quantidades utilizadas sofrem variações
de acordo com as modificações nos níveis de produção. Ou seja, as quantidades utilizadas modificam‑se
na medida em que há variação na produção, tanto para maior quantidade produzida quanto para menor.
Exemplos mais usuais para o caso de fatores de produção variáveis são as matérias‑primas, a mão de
obra direta empregada na produção e a energia elétrica empregada.
Realizando uma análise de produção de curto prazo, na qual na função de produção há pelo menos
um fator de produção fixo, sendo os demais variáveis, se um empresário qualquer desejar aumentar
sua produção, deverá fazê‑lo aumentando as quantidades utilizadas do fator de produção variável. De
forma análoga, se necessitar diminuir as quantidades produzidas, deverá promover uma diminuição por
meio do desemprego de fatores variáveis. Portanto, se a curto prazo as quantidades produzidas sofrem
variação através dos fatores variáveis, temos que:
∆Q = ƒ (∆x2)
Onde:
Neste caso, a quantidade produzida, para que possa variar, depende da variação da quantidade
utilizada do fator variável, já que não há variação das quantidades utilizadas do fator de produção fixo.
Mais do que essa simples noção, a variação da produção, apesar da contribuição das modificações das
110
ELEMENTOS DE ECONOMIA
quantidades dos fatores de produção variáveis, depende também da capacidade produtiva das unidades
utilizadas de fatores fixos.
Diante disto, podemos deduzir mais algumas relações importantes para o estudo da Teoria da
Produção. Tratam‑se dos conceitos de produto total, produto total do fator variável, produtividade
média do fator variável e, por fim, produtividade marginal do fator variável (PASSOS; NOGAMI, 2003).
• Produto total: quantidade do produto que se obtém diante da utilização de fatores de produção
fixos e variáveis.
• Produto total do fator variável: é a quantidade do produto que se obtém diante da utilização
do fator variável, mantendo‑se fixa a quantidade dos demais fatores de produção. Pode ser
representado por:
∆Q = ƒ (∆x2)
Como é necessário ter em mente que existe certa proporção razoável na combinação da
utilização de quantidades de fatores de produção variáveis para uma mesma quantidade de fatores
de produção fixos, devemos conhecer a medida de contribuição dos fatores de produção variáveis
para a produção total, e essa medida será dada pela produtividade média do fator variável. Portanto,
Pme = Q/x2
Onde:
Q = quantidade de produto.
111
Unidade II
Mas não basta apenas conhecer a contribuição média de cada um dos fatores de produção variáveis
que são utilizados conjuntamente com os fatores fixos, pois para cada nível de produção que cresce ou
decresce, ocorre inclusão ou exclusão de fatores variáveis durante a produção. Dessa forma, devemos
conhecer outra medida, mais importante do que a produtividade média do fator variável. Essa nova
medida é a produtividade marginal do fator variável, que será descoberta a partir de:
Pmg = ∆Q/∆x2
Onde:
∆Q = variação do produto.
Entenderemos por Pmg a relação entre as variações do produto total e as variações da quantidade
utilizada de fator variável (WESSELS, 2002). Afirmamos anteriormente que essa medida tem maior
importância do que Pme por conta de um fenômeno verificado nas relações de produção e este
fenômeno é explicado pela Lei dos Rendimentos Marginais Decrescentes. Essa lei explica que quando
aumentamos a quantidade de um fator na produção mantendo constantes os demais fatores empregados,
a produtividade marginal desse fator variável passa a diminuir a partir de certo ponto. Exemplo: imagine
uma fábrica de roupas que possa ter sua atividade produtiva assim sistematizada:
• sede: local onde estão reunidos capital e trabalho para produção de roupas.
Observação
Está claro que uma fábrica de roupas utiliza muito mais fatores do que
os anteriomente selecionados. Nossa seleção busca apenas a simplificação
da explicação.
O capital e a sede são exemplos de fator de produção fixo, constante, enquanto a mão de obra é
variável. Primeiro, vamos variar o que é mais fácil, ou seja, o trabalho, mantendo constantes o estoque
de capital e o tamanho da sede. No início, cada costureira que é admitida adiciona, por meio de seu
trabalho, uma produção marginalmente crescente. Por exemplo: cinco trabalhadores produzem em
média mais que produzem três, pois há a possibilidade de um aperfeiçoamento da divisão técnica
da produção. Mas, se procedermos uma divisão das tarefas de produção, teríamos outro resultado,
conforme segue.
112
ELEMENTOS DE ECONOMIA
Enquanto três trabalhadoras operam três máquinas, a quarta organiza a matéria‑prima a ser utilizada
pelas operadoras das máquinas e a quinta organiza a produção daquelas três trabalhadoras. Nesse
trecho, portanto, a produção total descreveria taxas crescentes pelo acréscimo de mais trabalhadoras,
uma vez que a produtividade marginal delas seria crescente.
Supondo que a velocidade de produção das máquinas, caracterizadas aqui enquanto fator fixo de
produção, seja menor que a capacidade de organização das trabalhadoras em empreender a entrada de
matéria‑prima e saída de produção total de roupas, a adição dessas duas novas trabalhadoras ajudaria,
mas essa contribuição não mais seria tão determinante quanto a contribuição das duas primeiras
trabalhadoras. Nesse momento, portanto, a produção total cresceria a taxas decrescentes em decorrência
do acréscimo de mais trabalhadoras, uma vez que a produtividade marginal delas seria decrescente. Por
fim, o acréscimo de mais uma costureira nesse ritmo decrescente de produtividade marginal levaria a
um ponto em que o ingresso de mais trabalhadoras, em vez de aumentar a produção total, a reduziria.
Ainda nesse contexto, imagine que o número de empregados na entrada e na saída da produção
comece a gerar um perigoso congestionamento (por falta de espaço, uma vez que a sede teria tamanho
constante) e/ou ociosidade (pelo fato de o número de máquinas ser constante) responsáveis por levar
à ineficácia de suas funções. Nesse contexto, portanto, a produção total decresceria a taxas crescentes
pelo acréscimo de mais trabalhadores, uma vez que a produtividade marginal deles seria negativa e
crescente nesses termos.
Mais um exemplo. Vamos variar outro fator de produção, o capital, e manteremos constante tanto o
número de costureiras, daqui em diante chamadas simplesmente de trabalhadoras, quanto o tamanho
da sede.
No início, cada nova máquina inserida no processo de produção adiciona, com seu trabalho,
uma produção marginalmente crescente. Exemplificando, cinco máquinas produzem em média mais
que duas, pois há também a possibilidade de um aperfeiçoamento da divisão técnica da produção.
Poderíamos admitir que, enquanto duas máquinas produzem uma cor de tecido, outras três produzem
sem precisar alternar a entrada de matéria‑prima. Nesse momento, portanto, a produção total cresceria
a taxas crescentes pelo acréscimo de mais máquinas, uma vez que a produtividade marginal delas
seria crescente.
A partir de certo instante, cada nova máquina que entrasse no processo de produção também
contribuiria com um aumento da produção total. Contudo, essa adição passaria a ter um acréscimo
marginalmente decrescente. Ou seja, ela aumentaria a produção total, mas um pouco menos que a
máquina inserida antes dela. Dizendo de outra forma, se uma nova máquina exigisse que um trabalhador
113
Unidade II
tivesse que se dividir entre mais de uma máquina, aumentando a chance de erros por parte desse
trabalhador, a produção total cresceria a taxas decrescentes pelo acréscimo de mais máquinas, uma vez
que a produtividade marginal delas seria decrescente.
Por fim, o acréscimo de mais uma máquina nesse ritmo decrescente de produtividade marginal levaria
a um ponto em que o ingresso de mais uma máquina, em vez de aumentar a produção total, a reduziria.
Exemplificando, poderia haver um problema de espaço na sede, diminuindo ou limitando o espaço de
circulação de matéria‑prima ou até mesmo sacrificando o espaço utilizado pelos próprios trabalhadores.
Portanto, a produção total decresceria a taxas crescentes pelo acréscimo de mais máquinas, uma vez
que a produtividade marginal delas seria negativa e crescente nesses termos.
Passemos então a um novo exemplo, agora variando outro fator de produção que não é tão fácil
quanto os demais, o tamanho da sede, e mantendo constantes o número de trabalhadoras e o estoque
de capital. Vejamos o que ocorre nessa situação.
No início, cada m² ampliado permite uma produção marginalmente crescente. Ou seja, pode
haver mais espaço para armazenamento de matéria‑prima e aumento do espaço para circulação das
trabalhadoras, contribuindo, assim, para a maior eficácia da divisão técnica da produção. Nesse trecho,
portanto, a produção total cresceria a taxas crescentes pelo acréscimo de mais m² ao tamanho da sede,
uma vez que a produtividade marginal desse espaço seria crescente.
Desse ponto em diante, cada m² ampliado também adicionaria um aumento da produção total.
Contudo, essa produção passaria a ter um acréscimo marginalmente decrescente. Ou seja, esse novo m²
auxiliaria o aumento da produção total, mas um pouco menos que o m² inserido anteriormente.
Poderíamos representar esse evento exemplificando que começaria a haver uma distância entre as
máquinas, desperdiçando então m2 disponíveis para serem utilizados. A produção total cresceria a taxas
decrescentes pelo acréscimo de mais m², uma vez que a produtividade marginal deles seria decrescente.
Por fim, o acréscimo de mais um m² nesse ritmo decrescente de produtividade marginal levaria
a um estágio em que o ingresso de mais um m², em vez de aumentar a produção total, a reduziria.
Por exemplo, haveria um problema de distância na sede entre as máquinas que tornaria o tempo de
produção mais lento pela demora da circulação dos insumos, entendidos como a matéria‑prima e as
trabalhadoras. Portanto, a produção total decresceria a taxas crescentes pelo acréscimo de mais m², uma
vez que a produtividade marginal desses m² seria negativa e crescente nesses termos.
Em suma, a Lei dos Rendimentos Marginais Decrescentes dá conta de apresentar que fica cada vez
mais difícil aumentar a produção total pelo aumento do emprego de apenas um fator de produção. Ou
seja, a atividade de produzir bens e serviços – qualquer que seja o bem ou serviço – guarda uma relação
de eficácia na proporção dos recursos produtivos empregados.
Reafirmando, a Lei dos Rendimentos Marginais Decrescentes explicita que, a cada introdução de um novo
fator de produção variável para uma mesma quantidade de fator de produção fixo, o último fator aduzido
representará contribuição menor para a produção total do que todos os outros introduzidos antes dele.
114
ELEMENTOS DE ECONOMIA
A partir dos exemplos, podemos sintetizar as características dos estágios de produção, conforme
figura seguinte.
Demonstrando graficamente:
Produção total (PT)
Estágio da
I II III produção
B
A
Quantidade do
fator variável
Prod. média (Pme)
Prod. marginal (Pmg)
I II III Estágio da
produção
A
B
Pme
Quantidade do
fator variável
Pmg
A - ponto de inflexão da produtividade marginal, ou seja aqui a produtividade marginal é máxima!
B - ponto de inflexão da produtividade média, ou seja aqui a produtividade média é máxima!
C - ponto de inflexão da produção total, ou seja aqui a produção total é máxima!
Dado que nossa firma é racional, ou seja, é maximizadora, ela vai querer produzir no ponto em que
sua produção total é máxima, ou seja, no ponto C.
115
Unidade II
Utilizando um exemplo numérico sobre a Teoria da Produção proposto por Passos e Nogami (2003,
p. 226) e com adaptação nossa, fixaremos melhor todos estes conceitos. Vamos a ele.
Suponhamos uma fazenda produtora de trigo em uma área cultivável de 10 hectares, que utilize
como fator de produção apenas a terra (fator fixo) e a mão de obra empregada (fator variável).
Observação
Qt = ƒ (x1, x2)
Onde:
x1 = 10 hectares de terra.
Como já sabemos que no curto prazo a produção somente varia se existir variação nas quantidades
utilizadas de fator de produção variável, portanto,
∆Qt = ƒ (∆L)
116
ELEMENTOS DE ECONOMIA
• situação 3: dois trabalhadores inseridos no processo de produção de trigo resulta numa produção
de 22 quilos de trigo;
117
Unidade II
Observação
Observe que: 1 está para 10; 2 está para 22; 3 está para 39; e 4 está
para 52. Isso acontece por um motivo que veremos daqui uns instantes.
Vamos continuar lendo a tabela concentrando a atenção nos números das colunas L e Qt.
Lembrete
O fato é que quando se mantém fixo um fator de produção – no caso o espaço – ao mesmo tempo
em que são acrescentadas novas quantidades de fator variável – no caso, as pessoas – a produtividade
dos últimos que foram inseridos decresce em relação aos anteriores. Como é possível verificar isso?
Olhando para a coluna Pme e relacionando‑a com a leitura das colunas L e Qt. Vejamos.
Vejamos quando é adicionada mais uma unidade de L. O que acontece com Qt e com Pme?
T = 10
L=2
Qt = 22
Pme = 11
118
ELEMENTOS DE ECONOMIA
Rapidamente é possível perceber que mais pessoas trabalhando produzem quantidades maiores: duas
pessoas, 22 quilos de trigo. Quanto produziu, em média, cada um? A resposta é 11 quilos, o que mostra
que cada um dos trabalhadores produziu o mesmo que o outro. Em termos percentuais, a quantidade de
trabalhadores variou em 100% (passou de um para dois, portanto dobrou) e a quantidade total produzida de
trigo sofreu elevação de 120%, ou seja, mais que dobrou. E quanto à produtividade média? Com a inserção
de mais uma unidade de trabalho, ela passou de 10 para 11, o que representa variação percentual de 10%.
T = 10
L=3
Qt = 39
Pme = 13
Com relação à situação anterior, a introdução de mais uma unidade de trabalho fez variar em 17
unidades a produção total de trigo e aumentou em duas unidades o que foi produzido em média por cada
um dos trabalhadores. Isso parece interessante. Vejamos as relações percentuais, pois elas têm muito a nos
dizer: a variação de L foi de 50%, a variação de Qt foi de 77,27% e a variação de Pme foi de 18,18%.
Exemplo de aplicação
Faça aqui anotações do que compreendeu dos números que foram apresentados.
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______________________________________________________________________________
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_____________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
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______________________________________________________________________________
T = 10
L=4
Qt = 52
Pme = 13
119
Unidade II
Na situação 5, em relação à situação 4, mais uma unidade de trabalho foi inserida. Há, dessa vez,
quatro pessoas trabalhando na produção de trigo. A quantidade total de trigo produzida foi de 52 quilos
(13 quilos a mais do que na situação 4). A produtividade média (o que corresponde de produção a cada
trabalhador) foi de 13 quilos. Em termos percentuais, houve crescimento de 33,33% na quantidade de
trabalhadores e também na quantidade total de trigo produzida. Quanto à produtividade média, ela
se manteve no mesmo patamar da situação 4: não há qualquer variação percentual, o que significa
que a introdução do quarto trabalhador não influenciou nem positivamente nem negativamente o
resultado individual.
T = 10
L=5
Qt = 60
Pme = 12
Na situação 6, com relação à situação 5, mais uma unidade de trabalho foi inserida. Agora são
cinco pessoas trabalhando na produção de trigo. A quantidade total de trigo produzida foi de 60 quilos
(8 quilos a mais do que na situação 5). A produtividade média, o que corresponde de produção a cada
trabalhador, foi de 12 quilos.
Observação
T = 10
L=6
Qt = 60
Pme = 10
120
ELEMENTOS DE ECONOMIA
Exemplo de aplicação
Com as situações 8 e 9 você já é capaz de fazer o mesmo que fizemos anteriormente. Mãos à obra.
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______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Agora, vamos olhar novamente para a tabela concentrando atenção nas colunas L, Qt, Pme e Pmg.
Lembrete
Saiba mais
121
Unidade II
Relacionando Primeiro as colunas de Pme e L, vemos que conforme aumenta a quantidade utilizada
do fator de produção variável, ocorre um aumento da produtividade média de cada trabalhador. Isso
ocorre quando L varia de 0 até 3. Ao introduzir um quarto trabalhador, a produtividade média de cada
um deles permanece igual à produtividade média verificada até o terceiro. A partir da adição do quinto
trabalhador, a produtividade média de todos decresce.
Relacionando as colunas Pmg e L, percebemos mais ainda a ocorrência da citada lei. A produtividade
marginal é crescente até a introdução do terceiro trabalhador. Dali para frente, ela decresce até ser
negativa, como no caso do sétimo e do oitavo trabalhador. Estes resultados negativos sugerem que
os trabalhadores, ao serem inseridos no processo de trabalho, concorrem com a mesma quantidade
de fatores fixos, de modo que em nada contribuem para a produção total. Muito pelo contrário,
os resultados negativos indicam que os últimos trabalhadores introduzidos atrapalharam o bom
desempenho dos já existentes.
Depois da leitura da tabela, podemos representar as curvas de produto total, produtividade média e
produtividade marginal conforme se segue:
g
Pme
Pmg
Qt
Pme
Pmg
122
ELEMENTOS DE ECONOMIA
Muito bem. Visto, então, como se dá o processo de combinação de fatores de produção para a
obtenção de quantidades produzidas, torna‑se necessário observar como as empresas se comportam
diante não só do problema da combinação dos fatores, mas diante dos custos destes fatores. Para tanto,
passaremos à análise dos custos de produção.
Lembrando que o objetivo principal de uma firma está em maximizar seus resultados e que esta
maximização passa não só pela maximização da produção, conforme apresentada na Teoria da Produção,
mas também pela minimização dos custos de produção, é destes últimos que trataremos agora.
Estudar a Teoria dos Custos é descobrir como são formados os custos de produção de uma empresa
e de que forma eles se comportam em relação à produção total de mercadorias. Retomando a função
de produção apresentada quando da descrição da Teoria da Produção, temos que:
Onde:
Q = quantidade de produção.
123
Unidade II
Assim, definiremos como custo total de produção, o total de despesas realizadas pelas firmas com a
utilização dos fatores, ou seja, a despesa total com a aquisição de fatores fixos e fatores variáveis. Então:
CT = CF + CV
Onde:
CF = custo fixo.
CV = custo variável.
Da mesma forma que a Teoria da Produção, que está dividida em curto e longo prazo, a Teoria dos
Custos também apresentará custos de curto e de longo prazo. De forma análoga àquela teoria, serão
considerados custos de curto prazo aqueles que apresentarem pelo menos existência de um custo
fixo, os demais serão considerados variáveis. Serão considerados custos de longo prazo aqueles nos
quais todos os custos de produção foram variáveis. Passemos a definir os diversos custos de produção.
O primeiro deles será o custo médio (Cme), também chamado de custo total médio. Essa categoria
de custo representa o custo unitário de cada mercadoria, ou seja, o quanto custou para produzir
cada unidade do produto. Ele será calculado a partir da divisão dos custos totais de produção pela
quantidade produzida.
Uma segunda categoria de custo bastante importante é o custo variável médio (Cvme). Este custo
representa a participação dos custos variáveis de produção em cada unidade do produto. Ele é descoberto
quando dividimos os gastos totais com todos os fatores de produção variáveis pelas quantidades produzidas.
Outro custo a conhecer é o custo fixo médio (Cfme) que, por sua vez, representa o quanto de custo
fixo há em cada unidade do produto. Dividindo‑se as despesas com fatores fixos de produção pelas
quantidades totais produzidas, chegamos ao resultado deste tipo de custo.
Por fim, mas não menos importante, temos o custo marginal (Cmg). Entende‑se por custo marginal
o incremento no custo total causado pela produção de uma unidade a mais. Este tipo de custo
será conhecido a partir da divisão entre a variação dos custos totais de produção pela variação das
quantidades produzidas. Então,
Tomando como exemplo o modelo proposto por Wonnacott e Wonnacott (1994), vejamos uma
tabela de custos.
O que a tabela de custos nos mostra? Basicamente, a relação entre as quantidades produzidas, Q, e
os custos envolvidos. Inicialmente os custos envolvidos são os fixos, (CF), e os variáveis (CV). O custo total
(CT) é a soma dos fixos com os variáveis, custo médio (Cme) é a divisão do custo total pelas quantidades
produzidas. O custo variável médio (Cvme) é derivado do custo variável e obtido pela divisão do custo
variável pela quantidade produzida. O custo fixo médio (Cfme) é obtido dividindo‑se o custo fixo pela
quantidade produzida e, por último, o custo marginal (Cmg), é obtido pela divisão da variação do custo
total pela variação da quantidade. Os custos fixos representam a utilização de fatores fixos de produção
enquanto os custos variáveis revelam o quanto se gasta pelo uso de fatores variáveis. O custo total é a
soma dos dois custos tratados.
Lembrete
125
Unidade II
Observe agora a coluna de custo total: na medida em que há crescimento das quantidades produzidas
o custo total também cresce. Por qual motivo? Simplesmente pelo motivo de que maiores quantidades
de produção demandam maiores quantidades de fatores de produção variáveis e, portanto, maior
gasto com eles. A produção de uma única unidade gera um custo fixo de R$ 35,00 e custo variável de
R$ 24,00, além de custo total de R$ 59,00. Acompanhando a leitura das colunas de quantidade, custo
fixo e variável, bem como do custo total, é possível perceber que, na medida em que são elevadas as
quantidades de produção, o custo total também se eleva.
O custo médio, Cme, inicia sua aparição na tabela sem nenhum valor (o que está indicado com um
traço). O motivo disso é que se não houve produção, não há necessidade de fator de produção variável
(entendendo aqui que esse tipo de produção hipotética leva em consideração como fator variável apenas
a matéria‑prima). Assim, produção igual a zero resulta em zero na utilização de fator de produção
variável e, por conseguinte, não há como avaliar o custo médio. Você até pode pensar em termos de
custo fixo, mas se não houve produção, não há como ratear o custo fixo em zero unidades de produção.
Uma unidade de produção gera um custo médio idêntico ao seu custo total. A produção de
2 unidades gera um custo total de R$ 75,00 e um custo médio de R$ 37,50. O custo médio apresenta
trajetória decrescente até a unidade 4, mantém‑se constante em R$ 30,00 na unidade 5 e apresenta
crescimento da unidade de produção 6 em diante. Qual o motivo disto? É o crescimento dos custos
variáveis diante do crescimento do volume de produção.
A coluna de custo variável médio apresenta trajetória muito parecida à de custo médio. O custo
variável médio indica quanto de custo variável há em cada unidade de produção e como o custo
médio é bastante influenciado pelo custo variável; o custo variável médio acompanha a trajetória.
Observe que ele inicia com um valor elevado, R$ 24,00, decresce, mantêm‑se constante, volta a crescer
a taxas crescentes. Isso acontece em função da lei dos rendimentos marginais decrescentes tratada em
parágrafos anteriores.
O custo fixo médio, por seu turno, apresenta trajetória contrária à do custo variável médio. O fato é
que o custo fixo médio reflete o quanto de custo fixo há em cada unidade de produção. Portanto, quanto
maior for a quantidade de produção utilizando mesma quantidade de fatores fixos, mais haverá diluição
do uso desse tipo de fator e, portanto, seu custo será menor. Observe que o custo fixo médio inicia sua
contagem com um valor elevado, R$ 35,00 quando é produzida apenas uma unidade e decresce na
medida em que maiores quantidades são apresentadas.
A coluna de custo marginal, Cmg, apresenta informações também interessantes. O custo marginal
reflete a variação do custo total diante da variação nas quantidades produzidas. Quando não há
produção, não há o que se considerar quanto ao custo marginal. Uma unidade de produção gera valor
idêntico ao custo variável bem como ao custo variável médio. Duas unidades de produção geram um
custo marginal de R$ 16,00, ou seja, produto de uma queda. O motivo é a melhoria na performance
do custo variável. Quando a produção passa para três unidades, o custo marginal cresce e, aqui, já
ocorrem os rendimentos marginais decrescentes: menor contribuição dos fatores variáveis e de seus
valores monetários na medida em que houve nova inserção de fatores variáveis.
126
ELEMENTOS DE ECONOMIA
Exemplo de aplicação
Você pode continuar o raciocínio com as demais unidades e ver as relações com o custo marginal.
Vimos até então que o objetivo principal das empresas está centrado na maximização de seus resultados,
ou seja, na maximização de seus lucros. Para tanto, é necessário minimizar os gastos com a produção. Cada
empresa procede de forma diferente com relação à combinação de seus fatores de produção e também diante
das despesas com eles. Da mesma forma, cada empresa adota estratégias diferentes de como determinar o
preço de suas mercadorias diante de seu objetivo de maximizar resultados, ou seja, diante do objetivo de
obtenção de lucro. Mas como as empresas chegam a seu lucro? Vamos efetuar uma primeira aproximação.
Entenderemos por lucros a diferença entre o que a empresa recebe por suas vendas e suas despesas
de produção. O que a empresa recebe por suas vendas será estabelecido pela multiplicação das
quantidades de mercadorias vendidas pelos seus respectivos preços. Suas despesas de produção serão
conhecidas pela soma de tudo que as empresas empregaram de fatores de produção fixos e variáveis.
Por simplificação, incluiremos nestes custos fixos e variáveis alguns impostos com os quais as empresas
arcam diretamente com a produção, mas não o detalharemos neste momento. Então,
RT = P x Q
Onde:
LT = RT – CT
Onde:
LT = lucro total.
Se o lucro total for maior do que zero, a empresa apresentará lucro. Isso mostrará que suas receitas
totais de vendas foram maiores do que seus custos totais de produção. De outra forma, se o lucro total
for menor do que zero, a empresa apresentará prejuízo, pois seus custos totais de produção excedem as
receitas totais de vendas.
127
Unidade II
A magnitude desse lucro, ou do prejuízo, não depende somente de fatores internos às empresas,
como, por exemplo, decidir que tipo de fator de produção empregar, quanto gastar com fatores de
produção e quanto cobrar por seus produtos. A maximização de seus lucros depende também de em qual
ambiente econômico as empresas estão estabelecidas e o quanto sua atividade produtiva é influenciada
por outras empresas de um mesmo setor ou de outros setores.
De outra forma, alcançar e manter lucros depende das relações internas às empresas quanto à sua
produção, mas depende fundamentalmente de em qual ramo de atividade a empresa está inserida,
do tipo de produto que faz e do comportamento da concorrência. Estamos, portanto, tratando das
estruturas de mercado.
6 ESTRUTURAS DE MERCADO
O tema “estruturas de mercado” aborda a forma como as empresas estão divididas nos diversos
ramos de atividade econômica. Ele envolve analisar o tipo de produto que produzem, bem como o
comportamento de seus concorrentes. Por fim, neste tópico conheceremos qual a estratégia que as
empresas utilizam para determinar seus lucros.
• tipo de produto;
• produto homogêneo;
• mercado transparente;
128
ELEMENTOS DE ECONOMIA
• mercado atomizado;
A feira livre é um exemplo de mercado em que se encontram aqueles que oferecem produtos e
aqueles que têm a intenção de comprar produtos. É do encontro entre essas diferentes expectativas que
se formam os preços. Nesse tipo de mercado, a longo prazo, não existem lucros extraordinários (receitas
superando os custos), mas apenas os chamados lucros normais, que representam a remuneração implícita
do empresário.
Observação
Construção teórica ou não, o fato é que uma empresa atuando como concorrente perfeita também
terá o objetivo de lucro. Melhor ainda: terá como objetivo a maximização de seu lucro e, desta forma,
precisará decidir quais quantidades produzidas serão necessárias para atingir o objetivo. Como se trata
de um mercado em que há muitos vendedores de um mesmo produto, a margem de manobra quanto ao
preço de venda da mercadoria fica bastante prejudicada, sendo desta forma o preço estabelecido pelo
mercado. Vejamos:
129
Unidade II
Neste tipo de mercado, a curva de demanda tem a configuração de uma reta, mostrando o preço
estabelecido pelo mercado, e todas as firmas componentes desse mercado tornam‑se tomadoras de
preços. Nenhuma firma isoladamente tem condições de alterar o preço ou praticar preço superior ao
estabelecido pelo mercado. Contudo, a esse preço dado pelo mercado, ela poderá vender quanto puder,
limitada apenas por sua estrutura de produção e custos.
(a) (b)
P P Cmg
O
E E
P’ D
Q’ Q Q’ Q
Observação
130
ELEMENTOS DE ECONOMIA
Figura 47 – O mercado produtor de laranjas funciona praticamente em uma estrutura de concorrência perfeita
6.2 Monopólio
Para existirem monopólios, devem haver barreiras que impeçam a entrada de novas firmas no
mercado. Essas barreiras podem advir de diversas situações, sendo o monopólio puro ou natural uma
delas. Esse caso ocorre quando o mercado, por suas próprias características, exige a instalação de grandes
plantas industriais que operam normalmente com economias de escala e custos unitários bastante
baixos, possibilitando à empresa cobrar preços baixos por bem ou serviço, o que acaba praticamente
inviabilizando a entrada de novos concorrentes.
• as marcas e patentes;
• as instituições.
131
Unidade II
A legislação brasileira proíbe a existência de monopólio, permitido‑a apenas para aqueles segmentos
de mercado nos quais, para o perfeito funcionamento, deveria haver apenas uma empresa. São os
chamados monopólios institucionais ou estatais considerados estratégicos ou de segurança nacional,
como a energia elétrica e o petróleo.
P = preço.
Q = quantidade.
D = demanda.
132
ELEMENTOS DE ECONOMIA
P Cmg
Pm OM
E
Pmáx
D = Rme
Qmáx Qm Q
Rmg
Precisamos interpretar a leitura do gráfico para bem podermos entendê‑lo. A curva de demanda do
monopolista representada por D reflete o quanto o monolista necessita atender à demanda de mercado,
vez que se trata da única empresa a oferecer o bem ou a prestar o serviço. Assim, a curva de demanda
também reflete a receita média do monopolista, Rme, representando a receita por unidade de produto
vendido. Ela é calculada pelo emprego da seguinte expressão:
Rme = RT / Q
Onde:
133
Unidade II
A curva de custo marginal reflete as mesmas relações daquelas apresentadas para o caso da
concorrência perfeita. Agora aparece mais uma curva, a receita marginal, Rmg. Ela apresenta o acréscimo
de receita na medida em que são aumentadas as quantidades comercializadas e pode ser obtida pelo
emprego da expressão:
Rmg = ∆RT/∆Q
Onde:
∆Q = variação da quantidade.
Conforme o gráfico anterior, o monopolista não utiliza a igualdade entre a oferta e a demanda para
determinar os preços e a quantidade de equilíbrio. A maximização dos lucros é obtida igualando‑se o
custo marginal (Cmg) à receita marginal (Rmg). Essa quantidade representada por Qmáx. combina com o
Pmáx. Os dois significam, respectivamente, quantidade maximizadora de lucros e preço maximizador de
lucros. Nesse ponto, o lucro econômico é normal devido à igualdade entre Rmg e Cmg. O que se gasta a
mais para produzir é exatamente o volume de receita auferida pela venda de unidades adicionais. Bem
sabemos que uma situação como essa não deve perdurar em situação de monopólio puro, haja vista a
existência de apenas uma unidade empresarial de oferta.
Assim, a empresa em monopólio exercerá seu poder de influência de mercado e adotará uma política
de preços mais elevados do que aquele que gera o lucro normal. Ela procurará algum ponto em que o
lucro extraordinário esteja presente. Esse ponto é representado no gráfico em OM, oferta de monopólio,
em que Pm, preço cobrado pelo monopolista, combina com Qmáx. O que isso significa? Significa que a
empresa em monopólio oferece menores quantidades do que aquelas requeridas pela demanda cobrando
um preço mais elevado do que o real necessário. Assim, a empresa em monopólio é conhecida como
ditadora ou estabelecedora de preços.
Saiba mais
6.3 Oligopólio
O oligopólio é um tipo de estrutura caracterizada por um pequeno número de empresas que dominam
a oferta de mercado. Pode caracterizar‑se como um mercado em que há pequeno número de empresas,
como a indústria automobilística, ou, então, em que há grande número de empresas, mas é dominado
por poucas, a exemplo da indústria de bebidas. A aviação aérea é outro exemplo de oligopólio.
135
Unidade II
No oligopólio, tanto as quantidades ofertadas quanto os preços podem ser fixados entre as empresas
por meio de conluios ou cartéis. Normalmente, as empresas discutem suas estruturas de custos, embora
o mesmo não ocorra com relação a sua estratégia de produção e de marketing. Há uma empresa líder
que, via de regra, fixa o preço, respeitando as estruturas de custos das demais e há empresas satélites
que seguem as regras ditadas pelas líderes. Esse é um modelo chamado de liderança de preços.
LT = RT – CT
Onde:
LT = lucro total.
RT = receita total.
CT = custo total.
136
ELEMENTOS DE ECONOMIA
Observação
A abordagem da organização industrial não enfatiza a maximização de lucros pura e simples, mas,
sim, a maximização de mark‑up. A Teoria do Mark‑up repousa na constatação empírica de que as
empresas não conseguem prever adequadamente a demanda por seu produto e, portanto, suas receitas,
mas conhecem seus custos. Como têm poder oligopolista, podem então fixar os preços com base nos
custos. É importante notar que ela é diferente da Teoria Marginalista, que afirma que a empresa, para
fixar seu preço no lucro máximo, precisa prever também as receitas, o que envolve conhecer a demanda
por seu produto para igualar suas receitas marginais aos custos marginais.
Para que a empresa chegue a seu preço de venda, deverá tem em mente seus custos de produção e
qual será sua taxa de mark‑up. Dessa forma, o preço será composto por:
p = (1 + m)c
Onde:
p = preço do produto.
Portanto, o mark‑up será dado pela diferença entre a receita de vendas e os custos diretos.
Observação
A taxa de mark‑up deve cobrir, além dos custos diretos, os custos fixos,
e atender a certa taxa de rentabilidade desejada pela empresa oligopolista.
137
Unidade II
Essa é uma estrutura intermediária entre a concorrência perfeita e o monopólio, mas que não deve ser
confundida com o oligopólio. Nessa situação, há número relativamente grande de empresas com poder
concorrencial, porém com segmentos de mercados e produtos diferenciados, seja por características
físicas, embalagens ou prestação de serviços.
As empresas em concorrência monopolista detêm alguma margem de manobra para fixação dos
preços, que, contudo, não é muito ampla, uma vez que existem produtos substitutos no mercado. Essas
características acabam dando um pequeno poder monopolista sobre o preço de seu produto, embora o
mercado seja competitivo.
138
ELEMENTOS DE ECONOMIA
Resumo
Por sua vez, a Teoria dos Custos apresentou a função custo total, além de
outras categorias de custos. Na Teoria da Firma, trabalhamos a ideia de que
para uma empresa produzir qualquer tipo de bem ela incorre em despesas de
produção. Essas despesas são provenientes da aquisição de fatores de produção
de que a empresa necessita. Como a empresa também é um agente econômico
racional, seu intento é utilizar a menor quantidade possível de fatores de
produção para que se obtenha a produção desejada. Dessa forma, ela age como
maximizadora de resultados, o que requer gastos menores com as despesas de
produção. Daí a importância do entendimento dos custos de produção.
141
Unidade II
Exercícios
I − Cada produto possui sua própria sensibilidade com relação às variações dos preços e da renda.
II − A elasticidade reflete o grau de reação ou sensibilidade de uma variável quando ocorrem variações
em outra variável, coeteris paribus.
III − O conceito de elasticidade representa uma informação bastante útil para uma empresa, que
consegue dimensionar sua política de preços a partir das características de seu público-alvo.
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ELEMENTOS DE ECONOMIA
I – Afirmativa correta.
II – Afirmativa correta.
III − Os preços dos bens, em geral, são estabelecidos mediante acordos e associações entre os
seus fabricantes.
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Unidade II
A) I.
B) II.
C) III.
D) I e II.
E) II e III.
I – Afirmativa incorreta.
II – Afirmativa incorreta.
Justificativa: como os ofertantes são poucos, os consumidores têm pouca margem de ação no que
diz respeito à formação do preço.
Justificativa: em geral, para que a concorrência não seja predatória, os poucos ofertantes do bem
entram em acordo sobre uma política de preços e de divisão de mercado que não beneficie ou prejudique
nenhum dos parceiros.
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