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XXXXXXX, brasileira, do lar, casada, inscrito no CPF/MF sob o n°. XXXXXXXXX, portador da
Cédula de Identidade RG n°. xxxxxxxxx, residente e domiciliado na Rua: XXXXXXX, n°. 480,
Bairro XXXXXXXX, na cidade de Lins/SP, CEP – XXXXXXXX, vem respeitosamente, à
presença de Vossa Excelência, por seu advogado e procurador que esta subscreve (conforme
procuração anexa), com escritório na Rua Gastão Vidigal, n°. 349 - Jardim Americano -
Lins/SP - CEP 16.400-655, onde recebe notificações, vem, respeitosamente, à presença de
Vossa Excelência, propor a presente
PRELIMINARMENTE
I - DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA
Por primeiro, como se colhe da inclusa declaração, o requerente é pessoa pobre
na acepção jurídica do termo, não tendo condições de arcar com a custa e despesas
processuais sem prejuízo de seu próprio sustento e de sua família, razão pela qual requer
seja concedido os benefícios da Assistência Judiciária Gratuita, nos termos do artigo 4º da Lei
n.º 1.060/50 c.c artigo 5º, inciso LXXIV, da Constituição Federal;
DOS FATOS
O requerente é consumidor de energia elétrica da conta de consumo
número XXXXXXXX conforme cópia da conta de consumo em anexo fornecida pela CEEE
Companhia Estadual de Energia Elétrica. Ocorre que, analisando suas faturas, percebe-se
que um dos impostos cobrados é o ICMS, vindo discriminada sua base de cálculo bem como
o valor total do referido imposto.
A cobrança do ICMS na fatura de energia elétrica, por si só, não é ilegal, porém,
a base de cálculo que se está utilizando para computar o valor do referido imposto está em
desconformidade com a legislação e com a própria jurisprudência, portando a referida base
de cálculo se encontra ILEGAL.
Observando a base de cálculo utilizada, é possível notar que o ICMS está
incidindo sobre o valor total da fatura, como se vê da fatura exemplificativas em anexo.
Sem adentrar no mérito, o REQUERENTE, segundo Jurisprudência e legislação
tributária, deve pagar o ICMS em suas faturas de energia elétrica, porem sua base de cálculo
deveria ser somente o valor da correspondente à demanda de potência efetivamente utilizada,
ou rubrica denominada nas faturas de ENERGIA.
A tarifa de energia elétrica é composta das seguintes rubricas:
· Energia;
· Distribuição – TUSD;
· Distribuição – TUST;
· Tributos;
· Encargos Setoriais.
O ICMS, calculado por dentro, à alíquota de 25%, incide sobre todas as rubricas
acima, e ainda sobre o PIS e a COFINS, ao passo que deveria incidir somente sobre ele
mesmo, bem como sobre a parcela da tarifa que se presta efetivamente a remunerar o
fornecimento de energia.
Os Encargos Setoriais, a TUSD, a TUST, o PIS e a COFINS pagos pelo
requerido e distribuição de energia elétrica, não poderiam compor a base de cálculo do
ICMS, todavia, as faturas de energia elétrica, certificam que o ICMS os tem agregado à
sua base de cálculo.
É sabido que o fornecimento de energia elétrica pela concessionária é
remunerado mediante Tarifa/Preço Público, fixada em consonância com a legislação
regulatória, bem como por disposições da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL.
DO DIREITO
ICMS INCIDE SOBRE O FORNECIMENTO/CONSUMO DE ENERGIA –
MONTANTES DE USO NÃO REFLETEM O CONSUMO, E SIM A DISPONIBILIZAÇÃO DO
USO DA REDE.
Como relatado anteriormente, as cobranças ora questionadas se referem
à conjeturada responsabilidade do Autor pelo recolhimento do ICMS sobre as tarifas
(TUST/TUSD) pagas em razão do uso do sistema de distribuição e do sistema de transmissão
na entrada de energia elétrica em seus estabelecimentos localizados neste Estado.
Ao definir as hipóteses de incidência do ICMS, a lei complementar 87/96
cuidou de abranger, conforme o previsto no artigo 155, inciso II da CF, tão somente as
operações relativas à circulação de mercadorias. Esta é a expressa determinação do artigo
2º da referida Lei Complementar, conforme abaixo:
DA BANDEIRA TARIFARIA
Dentro das faturas de energia elétrica, foi instituído pela Agência Nacional
de Energia Elétrica (Aneel) o Sistema de Bandeiras Tarifárias, na resolução nº. 547, de maio
de 2013, e posteriores alterações. As bandeiras tarifárias são uma forma diferente de
apresentar um custo que hoje já está na conta de energia, mas geralmente passa
despercebido. Atualmente, os custos com compra de energia pelas distribuidoras são
incluídos no cálculo de reajuste das tarifas dessas distribuidoras e são repassados aos
consumidores um ano depois de ocorridos, quando a tarifa reajustada passa a valer. Com as
bandeiras, haverá a sinalização mensal do custo de geração da energia elétrica que será
cobrada do consumidor, com acréscimo das bandeiras amarela e vermelha. Essa sinalização
dá, ao consumidor, a oportunidade de adaptar seu consumo, se assim desejar.
Como se vê, da mesma forma que o TUSD, o Sistema de Bandeiras
Tarifárias é mera transferência de custo, de atividade-meio, não se revelando em circulação
de mercadoria, que geraria a incidência do ICMS.
Segundo informações do site da ANEEL, as bandeiras refletem os custos
atinentes à fonte geradora de energia. Grosso modo, se a energia provém de hidrelétricas, o
custo é menor; se o acionamento das termoelétricas se faz necessário, o custo é maior. Tudo
isto indica que os acréscimos resultantes da aplicação da bandeira tarifária relacionam se
apenas ao preço de saída da energia produzida, não constituindo etapa anterior autônoma
em relação ao fornecimento de energia.
Em outras palavras, os precedentes que afastam a incidência do ICMS
sobre as tarifas de distribuição e transmissão assim o fazem por entender que tais processos
não constituem operações mercantis sujeitas à incidência deste tributo. Por isso, embora os
custos correspondentes possam ser repassados ao consumidor, sobre estes não pode incidir
ICMS. Esta autonomia não se enxerga. na tarifa extraordinária, em que o acréscimo diz
respeito ao custo de produção da energia que chega ao consumidor final.
Assim, requer-se seja afastada da incidência do ICMS sobre as tarifas
referentes ao Sistema de Bandeira Tarifária.
DOS PEDIDOS