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FACULDADE DE TECNOLOGIA SÃO FRANCISCO

FATESF

EDUCAÇÃO INFANTIL E SÉRIES INICIAIS

CELEDIR LACERDA DE MELO DIAS

DIFICULDADES NO ENSINO E APRENDIZAGEM NAS ESCOLAS

E PROPOSTAS DE ENSINO LÚDICO

Barra de São Francisco/ES


2015
CELEDIR LACERDA DE MELO DIAS

EDUCAÇÃO INFANTIL E SÉRIES INICIAIS

DIFICULDADES NO ENSINO E APRENDIZAGEM NAS ESCOLAS

E PROPOSTAS DE ENSINO LÚDICO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a


Faculdade de Tecnologia São Francisco-FATESF,
como parte das exigências para conclusão do
curso de Pós-Graduação Lato Sensu em
Educação Infantil e Séries Iniciais
“Orientador (a): Rosimar Gomes da Silva
Ferreira”. 
AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradeço a Deus por me conceder vida e saúde para buscar
sempre mais o saber e poder multiplicá-los. Aos nossos professores de todo período
do curso, por terem sido fontes valiosas onde contribuíram com novos
compromissos, desafios e aprendizagens de forma significativa. Aos meus
familiares: pais, irmãos, esposo, pelo incentivo, compreensão, amizade, pela
existência e afetos que cada um traz no coração. E por fim, aos meus colegas de
turma que juntos vimos este trabalho nascer como um novo desafio cheio de
barreiras, mas com objetivo de vencer e adquirir novos conhecimentos e novas
perspectivas de mudanças.
Dedico este trabalho primeiramente а Deus, por ser
essencial em minha vida, autor de meu destino,
mеυ guia socorro presente na hora da angústia, ао
mеυ pai Edson (in memóriam), minha mãe Luzia е
аоs meus irmãos.

Dedico também ао mеυ esposo, Judsmar, qυе de


maneira especial е carinhosa mе dеυ força е
coragem, mе apoiando nos momentos de
dificuldades.
Todo amanhã se cria num ontem, através de
um hoje. De modo que o nosso futuro se
baseia no passado e corporifica no presente.
Temos que saber o que fomos e o que
somos para saber o que seremos.
Paulo Freire.

RESUMO

O objetivo deste trabalho é reconhecer os processos de ensino-aprendizagem


buscando apontar possibilidades e métodos para que o ensino seja transmitido de
uma forma descontraída conciliando teoria e prática. Levando em consideração que
o ensino-aprendizagem não deve ser uma mera transmissão de conhecimentos,
mais sim uma transmissão crítica e que faça com que o aluno não seja um ser
passivo e sim um cidadão questionador e crítico. O ensino aprendizagem também
deve ser realizado de forma lúdica, para que o aluno aprenda de forma que absorva
o máximo esse aprendizado. O método utilizado recorre ao uso de referências
bibliográficas, com artigos impressos, virtuais e livros. Considerações: para que o
processo de ensino aprendizado seja significativo para ambos – professor e aluno -
o ensino deve ser conciliado entre teoria e pratica estabelecendo relação com o
cotidiano dos alunos. Cabe ressaltar também que o ensino válido não é aquele no
qual se estuda uma quantidade enorme de conteúdos, mais sim aquele no qual
mesmo sendo menor a quantidade de conteúdos o aluno aprenda realmente o que
está sendo passado. As dificuldades são constantes, e depende principalmente dos
docentes inovarem e contribuírem para um melhor ensino-aprendizagem.

Palavras–Chave: Dificuldades; Ensino-aprendizagem; Teoria-prática; Ensino lúdico.


ABSTRACT

The objective is to recognize the teaching-learning process seeking to identify


possibilities and methods for the teaching to be transmitted in a relaxed manner
combining theory and practice. Considering that the teaching-learning should not be
a mere transmission of knowledge, but rather a critical transmission and that causes
the student is not a liability but a questioning and critical citizen. The teaching and
learning must also be done in a playful manner, for the student to learn in order to
absorb the most of this learning. The method makes use of references, with printed
articles, virtual and books. Considerations for the teaching learning process is
meaningful to both - teacher and student - teaching must be reconciled between
theory and practice by establishing relationship with the daily life of students. It
should be noted also that the true teaching is not one in which one studies a huge
amount of content, but rather one in which even though lower the amount of students
really learn the content being passed. The difficulties are constant, and depend
mainly on teachers to innovate and contribute to a better teaching and learning.

Keywords: Difficulties; Teaching and learning; Theory and practice; Playful teaching.
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...................................................................................................... 10
1 A UTILIZAÇÃO DO LÚDICO PARA SUPERAR DIFICULDADES NO ENSINO
APRENDIZAGEM .................................................................................................. 13
1.2 O lúdico na aprendizagem .............................................................................. 21
2 A ATUAÇÃO DO PROFESSOR NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM –
MOTIVAÇÃO DO BRINCAR ................................................................................. 22
2.1 Brincadeira Livre ............................................................................................. 23
2.2 O brincar dirigido ............................................................................................ 24
3 A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL ......................... 26
3.1 Brincar aprendendo, o papel dos jogos como instrumento facilitador no
ensino aprendizagem............................................................................................ 27
3.2 O jogo e suas características ......................................................................... 29
3.3 O desenvolvimento humano através dos jogos .............................................. 30
3.4 Cantinhos do lúdico ........................................................................................ 31
3.5 Os benefícios do brincar ................................................................................. 32
4 LUGAR DI LÚDICO NA FORMAÇÃO DA CRIANÇA ....................................... 36
4.1 Papel do brinquedo na aprendizagem ............................................................ 39
4.2 Ação e significado do brinquedo .................................................................... 40
4.3 Brincadeira tornou-se coisa séria ................................................................... 42
CONCLUSÃO ........................................................................................................ 45
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 47
GLOSSÁRIO ......................................................................................................... 49
10

INTRODUÇÃO

As dificuldades no ensino-aprendizagem vão desde o ensino infantil e pode se


estender em toda vida acadêmica. Ela pode ser causada por vários fatores, entre
eles, ensino tradicionalista, professores desmotivados a inovarem, falta de
estruturação das escolas, entre outros, a partir disso surgiu então à necessidade de
inovar e testar novos métodos para que o ensino aprendizagem seja válido aos
alunos, e desperte interesse, surgindo à necessidade de um ensino lúdico, onde
possa ser conciliada teoria e prática, e na qual o aluno sinta prazer em aprender.

Sendo assim, neste presente artigo será discutida a relação entre professor e aluno,
a conciliação entre teoria e prática, ensino lúdico (jogos na educação, uso das TIC’s)
formação do professor em meio à era das tecnologias, análise dos em todos para
aprendizagem significativa e planejamento. Todos os tópicos abordarão de forma
clara e objetiva a importância que eles trazem para um ensino de qualidade.

Deparamo-nos cada vez mais com alunos desmotivados a estudar, sendo alarmante
o número de alunos que abandonam as escolas para trabalharem sejam por
necessidade ou falta de interesse. É dever da escola e do professor motivar esse
aluno, para que ele sinta prazer em aprender.

Sendo um dos principais responsáveis pela aprendizagem, o conhecimento do


educador não deve se restringir somente ao conteúdo de sua disciplina é necessário
que ele se sensibilize e reconheça as dificuldades de seus educandos, e busque
linguagens e métodos mais fácies de serem empregados, para uma melhor
compreensão. Esses métodos, mesmo simples motivam alunos e professores e
torna as aulas mais atraentes.

É fato que tudo que é lúdico é mais prazeroso de se aprender, e tudo o que nos foge
da realidade se torna uma barreira que impede que o conhecimento atravesse. Cabe
ao professor planejar aulas que fogem do tradicionalismo e traga ao aluno a vontade
de aprender.

A escola que se preocupa somente com um ensino aprendizagem de transmissão


de conhecimento, não se preocupa com o principal sujeito do processo, o aluno.
11

No ambiente escolar a sala deve ter brinquedos coloridos que valorizem a auto-
estima da criança e o aprendizado. Um espaço adequado para que a criança possa
ter autonomia no brincar, tendo estantes baixas, livros, fantoches e alguns
brinquedos de encaixe.

O ser humano aprende brincando e desde cedo, aprende momentos de fase adulta,
possibilitando conhecimento mais sólido e complexo.

Ao organizar as atividades é interessante notar que a idade, a brincadeira pode


inserir um baú cheio de descobertas e novidades, fazendo criar entre elas
imaginações férteis. E conquistar vários horizontes onde ira proporcionar alegria,
satisfação de aprender e descobrir novos caminhos.

A escola deve incluir na rotina do seu dia-a-dia a presença da brincadeira no meio


das crianças, dando a ela conhecimento e diversão, tendo uma construção de
sabedoria e consciência do individuo em aprendizagem. A criança tira de dentro de
si, uma imaginação fértil, capaz de buscar novos horizontes e quebrar muitas
barreiras ao longo de sua vida.

SILVA JUNIOR (2005) diz que o brincar é a forma mais fácil e real para se
estabelecer relações afetivas com a criança. É um meio para transmitir segurança e
confiança para que a sua introdução no processo de escolarização seja saudável e
prazerosa, sem sofrimentos e culpas.

A atividade lúdica é vista como um recurso no processo de ensino-aprendizagem,


pois possui valor educacional, criando condições para que a criança explore interaja
com seus companheiros e resolva situações problemas. Tornado o mais fácil,
enriquece a dinâmica das relações na sala de aula e possibilita um fortalecimento da
relação entre o ser que ensina e o ser que aprende. “A todo o momento, o professor
devera tomar consciência da timidez, liderança, criatividade, inteligência dos alunos”.
(SILVA JUNIOR, 2005, p. 17).

O brincar é o fazer em si, um fazer que requer tempo e espaço próprio, um fazer que
se constitui de experiência culturais, brincar é um ato tão espontâneo e natural para
a criança quanto comer, dormir, andar ou falar. Basta observar um bebê nas
12

diferentes fases de seu crescimento para confirmar tal fato: logo que descobre as
próprias mãos, brinca com elas; a descoberta dos pés é outro brinquedo fascinante.
13

1 A UTILIZAÇÃO DO LÚDICO PARA SUPERAR DIFICULDADES NO ENSINO


APRENDIZAGEM

Envolver os alunos em atividades lúdicas contribui não só para despertar o


interesse, mas, também amplia as possibilidades de aprendizagem. Outro método
interessante seria a utilização de uma linguagem mais simples, coloquial, visto que a
linguagem utilizada pelos livros é complicada para a criança ou o adolescente, ou
ainda a utilização de materiais áudio visual, uma vez que a utilização de vídeos e
animações pode fazer com que o aluno perceba com mais simplicidade o conteúdo
estudado.

“Brincar desenvolve as habilidades da criança de forma natural, pois


brincando aprende a socializar-se com outras crianças, desenvolve a
motricidade, a mente, a criatividade, sem cobrança ou medo, massim com
prazer” (Cunha 2001, p.14).

A execução das inovações necessárias para melhoria do ensino depende que


professores e escolas busquem alternativas curriculares que facilitem o
entendimento do aluno, promovendo uma melhor interação entre professores e
alunos e assim possa contribuir para uma melhor no rendimento escolar. Ensinar é
muito mais que simplesmente transmitir o conhecimento, é necessário que o aluno
apreenda o que foi passado, o professor deve ter o papel de mediador nesse
processo apresentando maneiras esclarecedoras para que seus alunos aprendam, e
utilizem o que foi aprendido de forma clara e util.

Para que a aprendizagem seja útil ao aluno é preciso que ele consiga vivenciar na
prática o que aprendeu na teoria. Não basta ao aluno somente escutar as
explicações e realizar as tarefas, é necessário que ele entenda o verdadeiro sentido
daquilo no qual foi estudado, por isso o docente não deve se preocupar somente
com a quantidade de conteúdos dado naquele determinado dia, e sim na qualidade
com o qual ele foi dado, e se foi útil para o aprendizado do aluno.

Na escola, pasme! Mesmo de posse de oito anos de ensino fundamental,


todos reclamam da falta de tempo para ensinar e para aprender. Muito mais
preocupados com a quantidade de matéria a ser dada e não com a
qualidade e com a consistência de conteúdos que levariam a estruturação
do pensamento reflexivo, todos passam a viver contra o tempo, que parece
esvair-se rapidamente. Emerge, então, a pressa: pressa para alfabetizar;
pressa para dar conteúdos tantas vezes incompreensíveis para as crianças;
pressa para tentar um vestibular, este sim, uma verdadeira obsessão!
(RONCA, Terzi, 1999, p.36)
14

Muitos professores utilizam o livro didático como única ferramenta de embasamento


teórico, eles simplesmente passam aos alunos somente o que o livro os orienta,
contribuindo nesta situação para que as aulas tenham apenas dinâmicas teóricas
não conseguindo fazer com que os discentes assimilem este conteúdo a sua
vivencia prática, falta a relação direta sobre a teoria e a prática como se ambas as
situações não tivessem interdependência.

O professor deve procurar realizar aulas que facilitem o ensino-aprendizagem,


fazendo com que o interesse do aluno pela disciplina seja aguçado. É necessário
que seja criado situações nas quais o aluno se envolva e coopere para reconstruir
seus saberes, para isso se faz necessário o uso de recursos didáticos.

O professor deve planejar suas aulas pensando nas diversificadas formas de ensinar
aquele determinado conteúdo, como, aulas de campo, aulas shows com vídeos,
musicas, histórias, dinâmicas, entre outros, cabe também comentar sobre as formas
de avaliar um aluno, pois muitas vezes as dificuldades encontradas pelos alunos são
justamente entender e interpretar os conteúdos. E o discente leva com ele essas
dificuldades na hora de ser avaliado.

De acordo com as observações de Cerqueira (2008) no que tange o processo de


promoção dos alunos, existem diversos mecanismos avaliativos nos quais podemos
considerar e destacar três formas de avaliação mais adotadas nas escolas:
diagnóstica, formativa e somativa. A avaliação diagnóstica tem por objetivo averiguar
as causas das dificuldades de aprendizagem, e determinar o nível de conhecimento
do aluno, normalmente se faz no início do ano letivo, durante as primeiras semanas
para observar e conhecer características relevantes do aluno; exercícios, dinâmicas
de grupo, questionários são alguns tipos de avaliações diagnosticas. A partir da
avaliação diagnóstica, professores e alunos podem reajustar seus planos de ação
fazendo uma reflexão constante, crítica e participativa.

A avaliação formativa determina o resultado da aprendizagem, durante o


desenvolvimento das atividades escolares, localizando deficiências na organização
do ensino-aprendizagem, possibilitando reformulações ao longo do processo, pode
ser feita de maneira contínua e informal, incluindo o uso de testes, provas,
apresentações de relatórios de trabalhos, competições e jogos. Através da avaliação
15

formativa é possível rever, melhorar, reformar e adequar o ensino de forma que o


aluno atinja os objetivos, estabelecendo os critérios e os níveis de eficiência para
comparar os resultados.

A avaliação somativa é uma decisão que leva em conta a soma de um ou mais


resultados, normalmente refere-se a um resultado final, para tomar decisões a
respeito da promoção ou reprovação dos alunos que não obtiveram êxito no
processo de ensino-aprendizagem sendo uma mistura das formas diagnóstica e
formativa (CERQUEIRA, 2008).

É fato que tudo que é lúdico é mais prazeroso de se aprender, e tudo o que nos foge
da realidade se torna uma barreira que impede que o conhecimento atravesse. Cabe
ao professor planejar aulas que fogem do tradicionalismo e traga ao aluno a vontade
de aprender.

Nas escolas verifica-se uma grande quantidade de conteúdos a serem


desenvolvidos, de modo que os professores se veem obrigados a correr com a
matéria, nesse corre-corre o aluno não consegue desenvolver seu aprendizado
devido ao acumulo de conteúdo num espaço curto de tempo para o processamento
dos conceitos repassado pelo professor, isso reflete diretamente na metodologia
utilizada pelo professor, que acaba por priorizar os conhecimentos descritos nos
livros com sua linguagem complicada para o aluno, como foi citado anteriormente, o
docente deve buscar métodos que incentivem seus alunos a estudar determinado
conteúdo. Com o ensino lúdico o aluno aprende se divertindo e querendo saber
sempre mais.

Pode-se observar a partir dessa experiência, que várias matérias podem se


associar, ensinando ao aluno com uma forma mais dinâmica, para assim facilitar o
aprendizado do aluno. Fazendo com que ele desperte a vontade de interagir
nasaulas, e assim aprender mais. Levando em conta o que nos diz Paulo Freire, no
livro Pedagogia da autonomia: Saberes necessários a pratica educativa (1996, p.22):
“Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para sua própria
produção ou a sua construção. ”
16

A escola que se preocupa somente com um ensino aprendizagem de transmissão


de conhecimento, não se preocupa com o principal sujeito do processo, o aluno.

Essa escola tem como foco somente o “aprender” não se importando com a
assimilação que o aluno precisar fazer para que esse conhecimento seja válido, ao
contrário disso a escola que foge a esse tradicionalismo, se preocupa em formar um
ser pensante, é uma escola estimuladora e organizadora das aprendizagens. Ela
ensina bem mais que aprender, ela ensina “aprender a aprender”, criticar velhos
paradigmas e a formar novos.

Como afirma Rodriguez e Moura (2009, p.1) “O jogo ainda é visto como passatempo
e entretenimento, porém tem cada vez mais sido reconhecido com uma ferramenta
que possibilita o ensino aprendizagem”. O jogo trás ao estudante a forma lúdica de
aprender brincando. Citado por Rodriguez e Moura (2009, p.2) “Segundo Santo
Agostinho o lúdico é eminentemente educativo no sentido em que constitui a força
impulsora de nossa curiosidade a respeito do mundo e da vida, o princípio de toda
descoberta e toda criação”.

O ensino apresentado de forma lúdica trás ao aluno bem mais que uma simples
compreensão do conhecimento, ele mostra ao aluno uma forma diferente de pensar
e entender o mundo em que ele vive. Cabe ao professor organizar suas aulas de
maneira com que o aluno se sinta interessado e seja capaz de aprender.

Além disso, o jogo auxilia no desenvolvimento do cognitivo da criança, sua


percepção, seu raciocínio lógico, sua forma de se expressar, sua capacidade de
refletir e tomar decisões.

Para Piaget (1973), os jogos e as atividades lúdicas tornaram-se


significativas à medida que a criança se desenvolve, com a livre
manipulação de materiais variados, ela passa a reconstituir, reinventar as
coisas, o que já exige uma adaptação mais completa. Essa adaptação só é
possível, a partir do momento em que em que ela própria evolui
internamente, transformando essas atividades lúdicas, que é o concreto da
vida dela, em linguagem escrita que é o abstrato.

Os jogos quando inseridos de forma correta na educação, possuem como objetivo


mediar o ensino aprendizagem, conduzindo até o conhecimento. É uma maneira na
qual o aluno se esforça para aprender, mais sentindo prazer no que está fazendo.
17

Outro auxilio no processo de ensino aprendizagem são as tecnologias presentes na


era da informação, as chamadas TIC’S (tecnologia de comunicação e informação),
pois elas trazem ao aluno uma aprendizagem mais significativa. Essas tecnologias
mudam a forma em que o ensino tradicional é visto. Pois trás para a sala de aula
uma forma inovadora de ensinar, mais estimulante, dinâmica e criativa, mostrando
ao aluno que o que por ele é considerado inútil e complicado pode ser apresentado
de forma útil e agradável de ser aprendida.

As TIC’s (tecnologia de comunicação e informação) como são chamadas


essas tecnologias, servem de auxílio ao estudo e facilitam a aprendizagem
trazendo o conhecimento de forma mais estruturada. Estudar e usar as
tecnológicas de informação, transformando o que é complicado em útil,
pratica em dinâmica além de ser mais criativo, é estimulante. (SOUZA,
SOUZA, 2010, p.128).

Com a globalização em que estamos vivenciando e o surgimento de novas


tecnologias, a educação apresenta mudanças, podendo usar essas tecnologias em
prol de uma forma mais estruturada de ensino-aprendizagem e o professor
consegue assim interagir mais com os seus alunos, deixando o papel de simples
transmissor do conhecimento.

O aluno por sua vez interagindo com as aulas, se torna um ser mais reflexivo,
participando ativamente, dando opiniões, novas formulações e até mesmo
conduzindo o caminho de sua aprendizagem, isso é a globalização trouxe uma
forma nova de pensar e criticar o mundo a nossa volta. As TIC’s trouxeram maneiras
de se comunicar, pesquisar, e obter novas informações com rapidez, com isso se
tornou um material contribuinte par o ensino aprendizagem, quando utilizado de
maneira apropriada.

O docente sabendo se apropriar dessas tecnologias pode induzir seus alunos a


buscarem novas fontes de conhecimento, a indagarem, perguntando, criticando e
discutindo tudo os que o cercam, odiscente que aceita tudo que vem pronto é um ser
incapaz de impor suas ideias e lutar por seus objetivos.

O professor é um formador de opiniões, ele deve colocar no planejamento o que ele


quer passar ao aluno. Deve também usar ao seu favor esse material tão precioso
que é a tecnologia, para que ela não se vire contra ele, é comum alunos quererem
usar as tecnologias como fontes facilitadoras dos trabalhos, para “colarem” em
18

provas, ou algo assim. Por isso o professor deve mostrar aos alunos as
possibilidades, e os ensinar a trilhar os caminhos certos, usando assim para uma
melhor aprendizagem e fixação dos conteúdos propostos.

O professor deve nessa nova era digital deve saber usar as novas tecnologias para
efetuar um melhor ensino aprendizagem. Ele deve enquanto docente se apropriar do
fácil acesso do aluno, por exemplo, a internet, para fazer com que o aluno use esse
meio para fazer pesquisas, aula show, fórum, ou seja, algo que o incentive a
estudar.

A formação do professor frente às tecnologias deve ser bastante estudada. É


necessário que ele saiba usar esses recursos em prol do ensino aprendizagem. É
válido também se discutir que muito é passado na teoria ao professor nas
universidades e não é muito utilizado na prática. Ainda mais se tratarmos de
algumas escolas nas quais as tecnologias estão longe. Escolas estas, mal
estruturadas e apropriadas para a era digital. Nesses casos o professor não tem
muito que fazer, a não ser usar outros métodos de ensino menos tecnológicos.

Porém também presenciasse escolas que são equipadas, e organizadas para


atender aos alunos e encontra-se com docentes que não utilizam de forma correta
esses recursos. O professor deve ser atualizado, capaz de receber criticas e usa-las
para aprimorar seu fazer e ser docente.

Cabe também discutir que ao contrário do que muitos pensam o professor não é o
único responsável pelo fracasso ou a vitória escolar. Ele é um dos principais
sujeitos, mas não o único. Sendo assim, a instituições de ensino sem adequada
gestão, mal estruturadas, com ausência de materiais necessários são coisas que
inviabilizam uma aprendizagem de qualidade. Entra também nesse assunto a falta
de participação dos pais ou responsáveis, a falta de politicas públicas, que também
influem na má qualidade do ensino.

O professor necessita ter uma formação continua na qual ele possa aperfeiçoar suas
habilidades e contribuir para a aquisição de novos conhecimentos para melhorara
assim a qualidade do ensino.
19

A formação do docente se inicia desde o inicio de sua vida se aperfeiçoando na


faculdade, é lá que ele prende suas primeiras habilidades para construção do “ser
professor”. Mas antes disso, ele já trás de casa suas primeiras experiências de
ensinar, trazendo também experiências da escola quando ele era aluno, para mais
trade torna-se professor.

Como o mundo se atualizar sempre, o professor deve seguir o ritmo se


aperfeiçoando, e se atualizando junto. Cabe ressaltar, que a experiência de sala de
aula trás uma bagagem enorme de conhecimento e não deve ser desmerecido, o
professor sendo um sujeito atualizado antes de tudo ele despertar o interesse e o
desejo de aprender em seu aluno, pois um sujeito fechado a vontade de aprender,
não aprenderá, não adianta esforço nenhum do professor e da escola para ensinar
porque ele se manterá fechado ao conhecimento.

O ensino com mera transmissão de conhecimentos não trás ao aluno uma


aprendizagem, e sim uma simples memorização. O aluno não aprende,
simplesmente grava, ou decora o que vai ter que escrever na prova, esquecendo
tudo após realizar o teste. E é assim que encontramos parte da educação de hoje, e
muitos acham que estão aprendendo. Como afirma Ronca e Terzi, no livro A aula
operatória e a construção do conhecimento (1995, p.38): “Incita-se á memorização!
Desde cedo, os alunos vão sendo acostumados e passam a gostar, porque
memorizar é fácil de efetivar. ”

O ensino do tradicionalismo não trás uma aprendizagem significativa para os alunos,


pois a educação deixou de ser uma mera transmissão de conhecimentos para se
tornar algo além. É necessária interação entre professores e alunos, e também
utilização de métodos lúdicos para que ocorra uma aprendizagem significativa,
memorizar é parte de uma função do cérebro, mas cabe a nos seres humanos algo
além, cabe a nós, pensarmos, refletirmos, e sermos pessoas capazes de tomarmos
decisões.

Ainda com Ronca e Terzi (1995, p.102): “É impossível divorciar o lúdico do processo
de construção do conhecimento” O lúdico e o processo de construção do
conhecimento devem caminhar lado a lado, o professor deve valorizar o lado
inquieto e curioso do seu aluno, levando o despertar do interesse, e da imaginação.
20

Esses métodos lúdicos podem ser tantos jogos, como aulas práticas, ou aulas
passeio, sendo que o discente precisa ver e sentir para assim a aprendizagem se
tornar significativa para ele.

É dever da educação, formar cidadãos conscientes de seus direitos e deveres,


sendo assim a escola deve ser capaz de formar cidadãos conscientes e que
possuam o poder de tomada de decisões. E isso só será possível, com a formação
de alunos pensantes e críticos, que saibam pensar para agir, não memorizar para
realizar.

Uma das coisas que deve ser pensada ao planejar é pensar no que você quer dizer
e ensinar ao seu aluno. É necessário observar, averiguar e criar métodos corretos
para se ensinaré a partir dessa intencionalidade que o professor deve observar e
analisar. Será que o meu plano de aula atende ao que os meus alunos precisam
para que o aprendizado seja significativo? Se não, é hora de replanejar.

O professor deve estar aberto a novos conhecimentos e métodos de ensino. Ele


deve aceitar que não existem receitas prontas e um planejamento criado pensando
em uma determinada turma poderá não funcionar em outra turma, mesmo que os
alunos possuam a mesma faixa etária. Cabendo assim ao professor replanejar,
repensar e criar novas possibilidades de passar o mesmo conteúdo.

O replanejamento nasce da reflexão gerada durante a avaliação e acontece


através de um fazer pedagógico impulsionado pela busca do que queremos
e ainda não temos. A reelaboração e o replanejamento do que foi proposto
estarão presentes em todos os momentos da prática pedagógica e partem
sempre da reflexão das ações cotidianas vividas pelo educador (LIMA,
Patrícia de Moraes, 2013, p.66).

Cada sala de aula possui sujeitos diferentes, com bagagens de conhecimentos


diferentes, sonhos, desejos, expectativas diferenciadas. São todos sujeitos capazes
de aprender, mas há diferentes formas de ensinar, e talvez não seja da mesma
forma, o docente deve considerar que o aluno não é uma caixa em branco, onde ele
deposita o conhecimento, muito menos um local onde só o aprendizado
disponibilizado pela escola interage. Ele deve levar em conta que o aluno é um
sujeito que interage socialmente e que se apropria de conhecimentos experiências,
conceitos e praticas.
21

É de extrema importância também ressaltar que a aprendizagem ocorre na troca de


interações, nas quais um valoriza o saber do outro, construindo assim possibilidades
de ensino e aprendizagem. Não só o aluno aprende mais ambos, aluno e professor,
constroem juntos espaços de conhecimento e aprendizagem, sendo o aluno um ser
ativo, ele não recebe passivamente qualquer ensinamento, mais com a intervenção
do professor e as trocas de experiências eles constroem juntos esses saberes.

1.2 O LÚDICO NA APRENDIZAGEM

É muito importante aprender com entusiasmo e felicidade. Explica Sneyders (1996,


p.36) que “Educar é ir em direção à alegria. ” As metodologias lúdicas contribuem
para que a criança aprenda com satisfação, contentamento e diversão, sendo
interessante observar que a educação lúdica não se limita apenas à diversão,
passatempo ou diversão superficial. Ela vai, além disso.

Para se trabalhar com jogos e brincadeiras no contexto educativo, torna-se


necessário conhecer os fundamentos e as contribuições que esses elementos
trazem para o desenvolvimento e para a aprendizagem das crianças.
22

2 A ATUAÇÃO DO PROFESSOR NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM -


MOTIVAÇÃO DO BRINCAR

Na Educação Infantil o Brincar e considerado uma atividade social e cultural, esse


espaço deve ser para a criança no cotidiano escolar.

É de extrema importância que o brincar esteja inserido de um amplo projeto


pedagógico da escola.

Quando a escola valoriza o brincar na maneira correta de ensinar e como um


"passatempo", com isso os orientadores ganham o verdadeiro sentido de ensinar e
ganham a confiança da família.

No ambiente escolar a sala deve ter brinquedos coloridos que valorizem a auto-
estima da criança e o aprendizado. Um espaço adequado para que a criança possa
ter autonomia no brincar, tendo estantes baixas, livros, fantoches e alguns
brinquedos de encaixe.

O educador deve considerar em sala de aula diversas possibilidades de ensinar o


aluno. É importante que o professor saiba de forma e sensata ao coordenar o local
de ensino.

O Educador tem a responsabilidade de proporcionar o desenvolvimento da criança


em momentos e condições necessárias. Precisam conscientizar que o brincar e a
criança e fundamental no processo de ensino. Quando o professor tem em suas
mãos um suporte teórico, a brincadeira se constitui em ferramentas indispensáveis
ao longo da vida do ser humano.

A brincadeira surgiu em uma determinada etapa do desenvolvimento da


sociedade, no curso da mudança histórica do lugar que a criança ocupa
nela. A brincadeira é uma atividade social por sua origem, e por isso seu
conteúdo é social e é uma forma de vida e atividade da criança para
orientar-se no mundo das ações e relações humanas, dos problemas e
motivos das ações dos indivíduos (LAZARETTI, 2011, p. 1).

Sabemos que desde quando éramos crianças nossas mães brincavam de várias
maneiras, aprendendo a regra da vida brincando e despertando varias curiosidades.
Quando vemos outras mães brincarem com seus filhos ao dar comidinha para as
23

crianças, vemos como a brincadeira desperta desde cedo nos berços familiares. Há
varias experiências que as crianças levam de casa alguns conhecimentos.

O ser humano aprende brincando e desde cedo, aprende momentos de fase adulta,
possibilitando conhecimento mais sólido e complexo.

Ao organizar as atividades é interessante notar que a idade, a brincadeira pode


inserir um baú cheio de descobertas e novidades, fazendo criar entre elas
imaginações férteis. E conquistar vários horizontes onde ira proporcionar alegria,
satisfação de aprender e descobrir novos caminhos.

Ao pensarmos num ensino e uma aprendizagem cheios de encantos e diversão, as


crianças vivem e aprendem de um modo prazeroso, podendo alcançar novos
horizontes. Devemos sempre ter uma estratégia pedagógica satisfatória em sala de
aula, onde já sabemos que a brincadeira desenvolve vários aspectos nas crianças, e
no ser humano em modo geral.

2.1 Brincadeira livre

Como podemos caracterizar a brincadeira livre no ambiente escolar? Sabemos que


na educação infantil o brincar tem como, o papel principal a aprendizagem a
brincadeira o lúdico, a fantasia. Em alguns momentos as brincadeiras são livres e
dentro do ambiente escolar pode se observar que, o professor não dita uma regra ou
objetivos a serem seguidos. Pois é através do brincar livre que é possível saber
algumas preferências das crianças e si dá propositalmente, se ela comanda um
grupo, se gosta de liderar, ou se é mais tímida do que as outras crianças.

De acordo com a maturidade de cada uma, a brincadeira livre estimula a capacidade


individual da criança, onde faz com que ela busque o porquê de cada coisa
presenciada em seu meio no dia-a-dia. A criança leva se desenvolver socialmente
por meio da interação onde leva a brincadeira de um ser para o outro.

As diversas atividades do dia-a-dia de uma criança, seguindo a rotina da instituição,


deve-se ter como ordem de chegada, recreio, hora da higiene, hora da saída, e
seguir a semana com atividades descontraídas, e cada dia o professor fornecer ao
24

aluno uma atividade, diferente para seguir uma semana de maneira agradável e útil
a cada ser presente em sala de aula.

Os momentos livres são importantes para o desenvolvimento cultural e social, com


isso através da brincadeira a criança se expressa a desenvolver habilidade e
capacidade. São observadas nas instituições de ensino como o brincar livre vem
desaparecendo, onde a sociedade esta ficando conturbada, em que a mídia vem
tirando o espaço do lúdico e da fantasia no cotidiano escolar.

A escola deve incluir na rotina do seu dia-a-dia a presença da brincadeira no meio


das crianças, dando a ela conhecimento e diversão, tendo uma construção de
sabedoria e consciência do individuo em aprendizagem. A criança tira de dentro de
si, uma imaginação fértil, capaz de buscar novos horizontes e quebrar muitas
barreiras ao longo de sua vida.

2.2 O brincar dirigido

A brincadeira dirigida sempre o professor deverá estimular uma regra, de um ponto


de partida a serem seguidos. Sempre será uma ferramenta pedagógica que
fornecerá uma troca de conhecimentos entre os professores e os alunos.

Podendo observar e detectar através de uma atividade dirigida, se a criança tem a


capacidade de se organizar, concentrar, e observar, dentro das atividades propostas
ao nível deles. Só assim os orientadores perderam perceber a capacidade de cada
individuo de memorização e de raciocínio lógico.

Por meio do brincar dirigido às crianças têm outra dimensão e uma nova
variedade de possibilidades estendendo-se a um relativo domínio dentro
daquela área ou atividade. (MOYLES, 2002, 33).

Quando não houver interesse, não haverá aprendizado. Há varias alternativas para
que o professor busque estratégias necessárias, para dar uma boa atividade em
sala de aula e tendo em sua bagagem, muitas alternativas que estimulem o
conhecimento e o interesse do individuo.
25

Em sala de aula, às vezes, a brincadeira precisa da participação do orientador para


ouvir, interagir, perguntar, observar, facilitando o aprendizado. "É o prazer estudar,
de investigar, de perguntar que faz da educação uma coisa bonita, gostosa,
brinquedo, feito empinar pipa". (ALVES, 1984, p.191).

A educação infantil proporciona o brincar dirigido, como uma das maneiras de


avaliar, o discente e ao orientador, dando um suporte para o aprendizado no
processo de vida escolar.

“Brincar é muito importante, pois enquanto estimula o desenvolvimento


intelectual da criança, também ensina, sem que ela perceba, os hábitos
necessários ao seu crescimento” (BETTELHEIM apud MALUF, 2003, p. 19).

Sabemos que o brincar livre e tão importante quanto o brincar dirigido. Dando a
criança habilidades, percepção, atenção identificação de voz e persistência, etc.
Cada brincadeira existe um conteúdo a ser alcançado, colocar condições de regras
a serem cumpridas isso é dirigir uma boa atividade. Toda vez que damos ênfase a
imaginação de uma criança, a força criativa de um adulto se transformar na vontade
de desabrochar novas atividades novas no lúdico ao todo. Em uma atividade dirigida
a criança se da à importância de criar, buscar, compreender e demonstrar o que foi
produzido, vivenciando um mundo cheio de descobertas e novos horizontes a serem
percorridos.

Contudo a importância do brincar dirigido pode dar satisfação a manusear um objeto


e pode descobrir inúmeras possibilidades de se brincar, transformando o mundo de
crianças felizes, transformadoras de novos saberes.
26

3 A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Sabe-se que a brincadeira não é desenvolver o lado motor do indivíduo, mas é criar,
interagir, imaginar com outro ser. Onde criança fazer num todo irá se socializar e de
si mesmo, um ser criativo capaz de descobrir, um mundo cheio de tesouros que a
cerca.

Na escola professor deve criar atividades criativas para que o indivíduo, em cima de
pequenos projetos, como: com vários materiais recicláveis montar uma árvore
ensinando a criança desde sedo começar a preservar o meio ambiente em que
vivemos.

Há vários tipos de atividades lúdicas que podem ser adaptados no seu dia-a-dia,
onde ensinam cada criança a explorarem o mundo, de maneira criativa e alguns
aspectos onde imita a vida adulta.

Como já vimos no capítulo anterior a brincadeira pode ser livre ou dirigida, mas cabe
ao educador que o importante é que consiga equilibrar o aprendizado de maneira
pratica. Exemplo: as crianças brincam com varias cores para estimular sua
criatividade, formando vários desenhos e conhecendo novos horizontes.

Quando rimos, outras vezes, vibramos, choramos, sentimos medo de algo,


reclamamos esse é um processo de aprendizagem onde fazemos parte dela.
Permitindo assim um desenvolvimento social, físico, mental e emocional.

Segundo Kishimoto (2001,p.52 apud SILVA,2010):

O brincar infantil não é apenas uma brincadeira superficial desprezível, pois


no verdadeiro e profundo brincar, acordam e avivam forças da fantasia, que,
por sua vez, chegam a ter uma ação plasmadora sobre o cérebro.

Através de execução de movimentos que as pessoas interagem com o meio


ambiente, aprendendo sobre si, seus limites, suas capacidades e solucionando
problemas, relacionando com os outros. E é de grande importância psicológica,
social e cultural que o sentido do brincar é o ato de movimentar-se é de grande
importância biológica.

Segundo o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil (BRASIL, 1998, p.


21 apud CEBALOS; MAZARO, 2011):
27

Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da


identidade e da autonomia. O fato de a criança, desde muito cedo, poder se
comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde representar determinado
papel na brincadeira faz com que ela desenvolva sua imaginação. Nas
brincadeiras, as crianças podem desenvolver algumas capacidades
importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação.
Amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da
interação e da utilização e experimentação de regras e papéis sociais.

Nas Instituições de ensino não são valorizados os aprendizados através da


brincadeira e lúdico. As práticas pedagógicas nas salas de aula têm que envolver
brincadeiras e jogos, para que as crianças sintam prazer em aprender desenvolver, o
raciocínio lógico, cognitivo e social, amadurecem também a capacidade de
socialização.

A criança pode desenvolver e aprender entre varias matérias, como a criança


reconhecendo as formas geométricas brincando com blocos lógicos, com varias
crianças se tornando assim uma brincadeira coletiva em sala de aula.

Ensinar por meio de jogos é um caminho para o educador desenvolver


aulas mais interessantes, descontraídas e dinâmicas, podendo competir em
igualdade de condições com os inúmeros recursos a que o aluno tem
acesso fora da escola, despertando ou estimulando sua vontade de
freqüentar com assiduidade a sala de aula e incentivando seu envolvimento
no processo ensino e aprendizagem, já que aprende e se diverte,
simultaneamente. (SILVA, 2004, p. 26 apud PASQUALI ET al., 2011).

As brincadeiras e os jogos facilitam a aprendizagem da criança, na educação infantil,


fazendo que o conhecimento seja de forma prazerosa entre o individuo. Utilizando
as regras ou não, o brincar pode ter diversos tipos de estruturações.

Com a capacidade de resolver problemas, a brincadeira estimula a criança a


desenvolver a atenção, a memória, a autonomia, a capacidade.

Contudo na educação infantil, é fundamental o ato de brincar, a criança interage no


mundo, assim dá prazer e a criança aprende a conviver melhor.

3.1 Brincar aprendendo, o papel dos jogos como instrumento facilitador no


ensino aprendizagem.
28

O comportamento das crianças muda quando a criança brinca se interage, ela passa
a conhecer a si própria e aos outros, aprendendo as diferenças sociais. Os hábitos
determinados pela a cultura, para conhecer e identificar os objetos e seus contextos,
ou seja, o uso cultural dos objetivos para desenvolver a linguagem e a narrativa,
para trabalhar com o imaginário, para conhecer os eventos e fenômenos que
ocorrem a sua volta. "A criança precisa brincar, inventar, jogar, para crescer e
manter o seu equilíbrio com o mundo." (RALLO, 1993, p.11.)

As brincadeiras têm como intuito promover uma educação diferenciada, uma


educação capaz de encarar a ludicidade como um fator motivador, facilitador da
aprendizagem cognitiva, afetiva e psicomotora dos educandos, tornando-se seres
pensantes, dotados de emoções e sentimentos interagindo todo o tempo com o
social. A importância das brincadeiras e permitir a criança o momento d relacionar
um com o outro.

SILVA JUNIOR (2005) diz que o brincar é a forma mais fácil e real para se
estabelecer relações afetivas com a criança. É um meio para transmitir segurança e
confiança para que a sua introdução no processo de escolarização seja saudável e
prazerosa, sem sofrimentos e culpas.

A atividade lúdica é vista como um recurso no processo de ensino-aprendizagem,


pois possui valor educacional, criando condições para que a criança explore interaja
com seus companheiros e resolva situações problemas. Tornado o mais fácil,
enriquece a dinâmica das relações na sala de aula e possibilita um fortalecimento da
relação entre o ser que ensina e o ser que aprende. “A todo o momento, o professor
devera tomar consciência da timidez, liderança, criatividade, inteligência dos alunos”.
(SILVA JUNIOR, 2005, p. 17).

Assim convivendo com situações concretas com jogos diversos e múltiplas


atividades que favoreçam a construção de um ambiente alfabetizado.

O lúdico permite que a criança tenha mais liberdade de pensar e de criar para
desenvolver-se plenamente. A verdadeira aprendizagem não se faz apenas
copiando do quadro ou prestando atenção ao professor, mas sim no brincar, muitas
vezes, acrescenta ao currículo escolar uma maior vivacidade de situações que
ampliam as possibilidades de a criança aprender e construir o conhecimento.
29

Aléxis Leontiev (1988) afirma que é na atividade lúdica que o educando desenvolve
sua habilidade de subordinar-se a uma regra, mesmo quando um estímulo direto o
impede a fazer algo diferente. "Dominar as regras significa dominar seu próprio
comportamento, aprendendo a controlá-lo, aprendendo a subordiná-lo a um
propósito definitivo". (LEONTIEV apud QUEIROS; MARTINS, 2006, p.7)

O lúdico é visto como uma proposta criativa e recreativa de caráter físico ou mental,
permitindo assim que a criança a imagina, criar, ao educando criar, imaginar, fazer
de conta, funcionar como laboratório de aprendizagem.

3.2 O jogo e suas características

Socialmente o jogo impõe o controle dos impulsos, a aceitação das regras, mas sem
que se aliene a elas, posto que sejam as mesmas estabelecidas pelos jogos e não
impostas por qualquer estrutura alienante. O espaço do jogo permite que a criança
(e até mesmo o adulto) realize tudo quanto deseja. Quando entretido em um jogo, o
individuo é quem quer ser, ordena o que quer ordenar, decide sem restrições.
Graças a ele, pode obter a satisfação simbólica do desejo de ser grande, do anseio
em ser livre. O jogo, em seu sentido integral, é o mais eficiente meio estimulador das
inteligências.

Brincando a criança entra no mundo da fantasia e constrói um atalho entre o mundo


inconsciente, onde desejava viver, e o mundo real, onde precisa conviver. "É o
brinquedo, como, todo material didático da escola, que proporciona condições
favoráveis ao desenvolvimento sócio emocional, cognitivo e afetivo das crianças."
(PEREIRA, 2002, p.108).

Os jogos ainda que separado por faixa etária, existem expressivas diferenças entre
os jogos para crianças não alfabetizadas e crianças que se alfabetizam.

As crianças que não são alfabetizadas ainda, os jogos devem ser vistos como
leituras da realidade e como ferramenta de compreensão de relações entre
elementos significativos (palavras, fotos, desenhos, cores, etc.) e seus significados
(objetos). Nessas relações, Piaget destaca quatro etapas que, em todos os jogos,
podem ser claramente delineados: os índices, relações significantes estreitamente
30

ligados aos significados (é o caso de um animal indicando sua passagem pelo local);
os sinais, relações indicadoras de etapas e marcações dos jogos (como é o caso do
apito ou dos sinais de inicio, termino ou etapas), os símbolos, relações já mais
distantes entre o significante e o significado (fotos, desenhos, esquemas) e,
finalmente, os signos, elementos significantes inteiramente independentes dos
objetos (como as palavras e os números).

A seleção dos jogos que eventualmente se empregará deverá evoluir de jogos


estimuladores de índices aos estimuladores de signos, e, desta forma, jogos que
estimulam o tato, a audição, o paladar (índices) devem proceder aos que estimulam
ou se apóiam em sinalizações e após estes se tornam inteiramente válidos os que
levam á descoberta de símbolos (pesquisar revistas, recortar, colar, desenhar,
dramatizar) e após símbolos e que já pressupõem a compreensão de letras e
desenhos de objetos correspondentes ás palavras.

Basicamente a inteligência da criança se desenvolvem por meio da sua própria


experiência e interação com as pessoas e com os objetos. É necessário, então,
entender o significado que tem nesta idade a experimentação, a curiosidade e a
brincadeira infantil: as experiências são o alimento para desenvolvimento do seu
pensamento e da sua capacidade de raciocínio. (HAEUSSLER, RODRIGUEZ,
2OO5, p.177).

3.3 O desenvolvimento humano através dos jogos

Oliveira (2002) historicamente diz, diferentes concepções acerca do


desenvolvimento humano têm sido traçadas na psicologia. Elas buscam responder
como cada um chegou a ser aquilo que é e mostra quais os caminhos abertos para
mudanças nessas maneiras de ser, quais as possibilidades de cada indivíduo para
aprender. Ainda hoje de acordo com está corrente é particularmente forte na
educação infantil, subsidiando concepções de que a educação da infância envolveria
apenas regar as pequenas sementes para que estas desabrochem suas aptidões.

Ao contrario outras correntes explicativas, têm assegurado que o ambiente é o


principal elemento de determinação do desenvolvimento humano. Na educação
infantil tal concepção promoveu a criação de muitos programas de intervenção sobre
o cotidiano e a aprendizagem da criança, em idades cada vez mais precoces.
31

Segundo elas, o homem tem plastidade para adaptarem-se a diferentes situações de


existências, aprendendo novos comportamentos, desde que lhe sejam dadas
condições favoráveis. Essa visão minimiza a iniciativa do próprio sujeito e também o
fato de as reações dos diversos sujeitos submetidos à pressões de um mesmo meio
social não serem semelhantes.

Segundo (OLIVEIRA, 2002, p.126) o humano inscreve-se em uma linha de


desenvolvimento condicionada tanto pelo equipamento bi comportamental da
espécie quanto pela operação de mecanismos gerais de interação com o meio. O
desenvolvimento humano não decorre da ação isolada de fatores genéticos que
buscam condições para o seu amadurecimento nem de fatores ambientais que
agem sobre o organismo vivo.

Ao mesmo tempo em que a criança modifica seu meio, é modificado por ele. Em
outras palavras, ao construir seu meio, atribuindo-lhe a cada momento determinado
significado, a criança é por ele constituída; adota formas culturais de ação que
transformam sua maneira de expressar-se, pensar, agir e sentir, isto é, seu
desempenho, através do corpo, com suas representações.

3.4 Cantinhos do lúdico

Baseado em experiência de professores que atuam em séries iniciais (creche, e


mesmo as primeiras séries do ensino fundamental) que já passaram pela
experiência de observar os seus alunos em atitudes, no mínimo, curiosas:
conversam com brinquedos e objetos como se tivessem vida, transformam terra,
pedras, papéis em comidinha e servem para os amigos, assumem personalidades
de outras pessoas tratando de doentes como se fossem médicos, ensinados aos
seus alunos como os professores, cuidando dos filhos iguais aos pais, conversando
como adultos. O professor deve procurar entender a natureza infantil, antes de tudo,
para melhor lidar com estas questões.

O brincar é o fazer em si, um fazer que requer tempo e espaço próprio, um fazer que
se constitui de experiência culturais, brincar é um ato tão espontâneo e natural para
a criança quanto comer, dormir, andar ou falar. Basta observar um bebê nas
32

diferentes fases de seu crescimento para confirmar tal fato: logo que descobre as
próprias mãos, brinca com elas; a descoberta dos pés é outro brinquedo fascinante.

Quando a criança esta ainda conhecendo o mundo primeiramente ela conhece a si e


ao mundo quando mexe com as mãos e os pés, segura a chupeta ou um brinquedo,
seja levando-os à boca, sacudindo ou atirando-os longe, vai descobrindo suas
próprias possibilidades e conhecendo os elementos do mundo exterior através da
comparação de suas características, tais como, macio, duro, leve, pesado, grande,
pequeno, áspero, liso.

Enquanto ela brinca, aprende quando corre atrás de uma bola, empina uma pipa,
rola pelo chão, pula corda, está explorando o espaço à sua volta e vivenciando a
passagem do tempo.

3.5 Os benefícios do brincar

O lúdico não deve ser visto meramente como um passatempo.

A brincadeira é tão importante na vida da criança e ela não apenas enriquece o


desenvolvimento social durante as brincadeiras, mas também o pensar, o levantar
hipóteses, solucionar problemas além de construir conhecimento e enriquecer o
desenvolvimento intelectual.

A criança não depende necessariamente de uns objetos para brincar, pode criar
situações de faz-de-conta assim sendo, a criança pode manifestar sua
independência, pois cabe a ela escolher a brincadeira, seu parceiro e de que forma
ela irá desenvolver.

Muitos consideram que "brincar" é o verbo da criança. Mas o brincar é a maneira


como ela conhece, experimenta, aprende vivência, expõe emoções, coloca conflitos,
elabora-os ou não interage consigo e com o mundo. Muitos adultos quando se
referem à criança e ao que lhe é pertinente, referem-se de uma maneira pejorativa,
desqualificada ou desconsiderada.

Felizmente Froebel (2009) Para ele, as brincadeiras são o primeiro recurso no


caminho da aprendizagem. Não devendo ser consideradas como apenas diversão,
33

mas um modo de criar representações do mundo concreto com a finalidade de


entendê-lo, ele ousou olhar de forma diferenciada para as crianças e foi um dos
primeiros educadores a considerar o início da infância como uma fase de
importância decisiva na formação das pessoas. Onde suas técnicas são utilizadas
até hoje na Educação Infantil.

É muito importante que a criança brinque sozinha e em grupo, preferencialmente


com crianças de idade próximas. Desse modo ela tem possibilidade, também, de
ampliar sua consciência de si mesma, pois pode saber como ela é num grupo que é
mais receptivo, num outro que é mais agressivo, num que ela é líder, num outro em
que é liderada, etc. Lidando com as diferenças.

As crianças de hoje em dia infelizmente entendem por brincadeira os jogos


eletrônicos. Ficando as mesmas sem se movimentarem, onde se tornam sedentárias
e obesas. Esqueceram-se do prazer que proporciona as brincadeiras tradicionais
como, por exemplo, pular corda, elástico, pique alto, esconde-esconde, passar anel,
mar vermelho, etc., que fazem com que as crianças se movimentem a todo tempo,
gastando energia e dando liberdade para criar proporcionando alegria e prazer. O
brincar favorece a descoberta, a curiosidade, uma vez que auxilia na concentração,
na percepção, na observação, e, além disso, as crianças desenvolvem os músculos,
absorvem oxigênio, crescem, movimentam-se no espaço, descobrindo o seu próprio
corpo. As razões para brincar são inúmeras, pois sabemos que a brincadeira só faz
bem. Tanto faz bem que o direito de brincar é amparado por lei.

O brincar tem um papel fundamental neste processo, nas etapas de


desenvolvimento da criança. Na brincadeira, a criança representa o mundo em que
está inserida, transformando-o de acordo com as suas fantasias e vontades e com
isso solucionando problemas. Mas alguns cuidados devem ser tomados com esta
relação da criança com o brinquedo, como por exemplo: brincar deve ser divertido,
prazeroso e não tarefa e o brinquedo devem estar de acordo com o interesse da
criança.

Algumas sugestões de brinquedos de acordo com a faixa etária, que tiveram como
fonte o livro: O direito de brincar, Ed. Fund. Abrinq apud OLIVEIRA, 2006:
34

Três meses: Chocalhos, mordedores, figuras enfiadas em cordão para instalar no


berço ou carrinho.

Seis meses: Quadros com peças coloridas, de formas diversificadas, peças que
correm em trilhos.

Oito meses: Bolas, cubos em tecidos, caixas de música com alça para puxar.

Dez meses: Bonecos em tecido com roupas fixas, animais em tecido (não pelúcia),
sem detalhes que possam ser arrancados.

Um ano: Cavalinhos de pau, carrinhos de puxar e empurrar, blocos de construção


simples, cadeiras de balanço.

Dois anos: Veículos sem pedais, que se movem pelo impulso dos pés.

Três anos: Veículos com pedais, triciclos, bonecas com pés e mãos articulados,
jogos de memória.

Quatro anos: Roupas de fantasia, super-heróis, máscaras.

Cinco anos: Miniaturas de figuras simples, soldados de chumbo, maquiagem,


bolsas, bijuterias, móveis do tamanho da criança.

Seis anos: Aviões, barcos e autoramas.

Oito anos: Jogos de xadrez, damas, simulação e mistério.

O brinquedo pode conter uma série de significados para a criança, mesmo que ela
não o use, não ligue para ele, ou ele já esteja surrado e quebrado. Ele pode ser um
amigo, um conforto, uma segurança e desse modo ela pode não ter condições ou
vontade de se desfazer do brinquedo num determinado momento. O que nada tem a
ver com ser ou não ser egoísta.

Quando se fala desta relação do brincar algumas questões polêmicas surgem,


algumas delas são elas:

Menino pode brincar de boneca e menina de bola? Alguns pais ficam aflitos com
esta questão, pois acreditam que a sexualidade será definida a partir desta escolha.
Neste caso, é bom informar que a criança irá definir sua sexualidade a partir do
35

contexto que vivenciam. Da forma como pai e mãe se relacionam, de como o papel
masculino e feminino lhe são apresentados no cotidiano, como estes pais se
relacionam com a criança, de como esta criança vai sendo criada.

Normalmente dizem que a arma de brinquedo produz agressividade nas crianças.


Agressividade é um sentimento que todos nós temos e culturalmente lidamos mal.
Normalmente a associamos com violência, ou a vemos apenas pelo seu aspecto
destrutivo. Não nos damos conta de que precisamos dela para procurar um
emprego, para comermos, para criarmos, para fazermos um artigo para o jornal, etc.

O uso constante de vídeo-game e computador em excesso ajuda e atrapalha no


desenvolvimento da criança. Uma criança que passa várias horas na frente do
computador acaba não se relacionando com outras coisas e pessoas que são
importantes para um desenvolvimento melhor. O bom é que ela possa ter condições
de fazer várias experiências para ter uma visão de mundo mais ampla.

Também é preciso que o adulto esteja atento ao uso dessa criança na internet, por
exemplo, onde ela tem acesso a todo tipo de informação e de pessoas. O cuidado e
avaliação constantes do adulto devem caminhar no sentido de auxiliar a criança a
desenvolver senso crítico.
36

4 LUGAR DO LÚDICO NA FORMAÇÃO DA CRIANÇA

Desde muito pequena a criança busca o conhecimento que vai passando por
diferentes fases. A conquista do ser humano e dos símbolos, tendo assim origem
nos processos mais primitivos da infância. Como já dito anteriormente, a criança
aprende pelo corpo, é através dele que se relaciona.

É observando, olhando, conhecendo, tocando, manipulando e experimentando que


se vai construindo conhecimento. Neste jogo o da busca do conhecimento, onde se
pode brincar, jogar e estabelecer um espaço e tempo mágico, onde tudo é possível,
um espaço confiável, onde a imaginação pode desenvolver-se de forma sadia, onde
se pode viver entre o real e o imaginário, este é o lugar e tempo propício para
crescer e produzir conhecimento. "O saber se constrói fazendo próprio o
conhecimento do outro, e a operação de fazer próprio o conhecimento do outro só
se pode fazer jogando." (FERNANDEZ, 1990, p. 165).

No começo, a brincadeira é bastante corporal e mais tarde tende a ser mais objeto
passando à subjetividade no final.

A mão na boca para a criança é ponto central para novas descobertas, pois é por
este movimento que se começa a delimitar a noção de objeto. Brinca com seu
polegar, com lençol com fralda e assim vai descobrindo a realidade que a cerca. O
objeto, no início deste processo, não pode ser definido como objeto interno ou
externo, ele não está dentro nem fora, não é sonho, mas também não é alucinação,
é apenas a primeira descoberta do outro, do mundo externo." Estes objetos
chamados de transicionais, representam um novo estado de evolução no processo
de construção do sujeito cognoscente, é a primeira relação estabelecida fora do
campo simbiótico da criança com sua mãe." ( WINNICOTT 1971, p. 9).

Cabe ressaltar que a brincadeira não traz apenas prazer, também pode trazer dor ou
desconforto. Brincar é um espaço privilegiado, proporciona à criança, como sujeito, a
oportunidade de viver entre o princípio do prazer e o princípio da realidade.

O brincar proporciona ao sujeito liberar o medo do novo, do desconhecido. A criança


brinca com o desconhecido para torná-lo conhecido, brinca com o medo para que
possa dominá-lo. Brincando a criança vai lentamente estabelecendo vínculos, brinca
37

com os objetos externos e internos num processo de trocas intensas com a


realidade e com a fantasia.

Quando a criança com uma peça de sucata e imagina que é um caminhão está
estabelecendo uma relação de imaginação e criação está recriando a realidade. A
ação de brinca que ocorre no campo da imaginação, assim, ao brincar estar-se-á
fazendo uso de uma linguagem simbólica, o que se faz retirando da realidade coisas
para serem significadas em outro espaço.

É na exploração do mundo, do meio ambiente, na manipulação dos objetos, nas


trocas com seus pares etc., que a criança vai aprendendo, vai buscando fora si o
conhecimento, para mais tarde poder internalizá-lo.

É nesta busca, nesta movimentação que novos esquemas podem ser assimilados,
generalizados.

Ao brincar com o objeto a criança o vai percebendo em suas diferentes dimensões,


descobre seus atributos, sua utilidade, classifica-o, podendo mais tarde modificar
suas estruturas. É através do brincar que a criança vai descobrindo o que pode e o
que não pode, "a criança à qual tudo é permitido e à qual todos os obstáculos são
removidos não se dá condições de se estruturar logicamente a realidade,
conseqüentemente, de representá-lo." (OLIVEIRA, 1998, p. 47).

A realidade impõe limites, são estes limites que cria condições para as estruturas
mentais. O processo de construção de conhecimento passa necessariamente pela
afirmação e pela negação. É através desta relação dialética sujeito/objeto que se
pode criar conhecimento. Por esta razão também acreditamos que "sempre se
aprende mais do que se pensa, do que se pode demonstrar verbalmente ou declarar
conscientemente." (BLEGER, 1991, p. 75).

Ao brincar, por exemplo, de casinha a criança precisa conhecer como é uma casa,
quem são seus personagens, interioriza modelos, desempenha certa função social,
condutas, estabelece vínculos, exercita a sua autonomia, troca com seus pares,
experimenta emoções, cria e recria, assume papéis, seu corpo expressa a realidade
externa, assume gestos e palavras da pessoa que representa. Vive intensamente a
sua realidade interna. A brincadeira contribui de forma espetacular para a
construção da autoimagem positiva. Pode-se superar e ressignificar diferentes
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objetos internalizados assumindo novos papéis ou mesmo brincando com o já


caracterizado.

TAILLE 1992, p. 49 citando PIAGET, nos diz que o desenvolvimento moral da


criança se constitui de três fases. São elas: anomia, heteronomia e autonomia. Para
brincar, para exercer a capacidade de criar é preciso um espaço rico e diversificado.

As crianças brincam com um grupo de amigos, porém individualmente, isto se diz


anomia se caracteriza por brincadeiras individuais. Apesar de estarem no mesmo
espaço físico não significa que estejam brincando juntas, cada uma dessas crianças
brinca consigo mesma. A brincadeira é com seus objetos internos e sua visão de
mundo é bastante egocêntrica: somente o seu ponto de vista é percebido.

Heteronomia na fase conhecida como heteronomia crianças aceitam as regras do


jogo, aqui já se brinca em grupo, porém, as regras do jogo não podem sofrer
modificações propostas pelos participantes do próprio grupo, as regras são vistas
como imutáveis, a criança ainda não se concebe com um criador de regras,
percebe-se mais como um executor, aquele que segue a regra. A regra, neste caso
é percebida como algo sagrado. No decorrer desta fase, a criança vai mudando sua
posição no que diz respeito às regras. É muito comum criar regras próprias e não
comunicar ao parceiro a sua decisão, ela é uma regra pessoal, unilateral.

Na fase egocêntrica, a criança ainda percebe o mundo apenas do seu ponto de vista
ela situa-se no estágio pré-operatório que Piaget descreveu. Para estas crianças
ainda é muito difícil abandonar o seu ponto de vista para entender o outro, aqui,
quando se está jogando é muito interessante observar que todos querem ganhar, e
por isso as regras são abandonadas para que se atinja o seu objetivo: Ganhar.

No final desta fase as crianças procuram seguir as regras com exatidão, elas são
cobradas uns dos outros e em situação de conflito se faz necessário a presença de
um adulto para servir de juiz.

Com o amadurecimento o sujeito já se vê como um legislador aceitando e acatando


decisões coletivas. Assim, antes do jogo começar, as regras são discutidas e aceitas
e o jogo inicia-se tendo por base as regras combinadas anteriormente. O jogo,
segundo (HUIZINGA 1996, p. 13), "... cria-se a ordem e é ordem."
39

O jogo proporciona ao sujeito ritmo, harmonia, ordem, estética, tempo, espaço,


tensão contraste, variação, solução equilíbrio e união.

As brincadeiras folclóricas de trava língua nos permitem constatar o ritmo, a


harmonia e ordem existente: Trás pratos de trigo para três tigres tristes.

A dançarina brinca com o corpo e o embala com o ritmo da música, explora as


possibilidades do espaço e do tempo, tem ritmo, alegria e harmonia.

A criança brinca com seu corpo descobrindo suas possibilidades e descobre assim o
tempo e o espaço, o bebê com os seus primeiros sons.

O jogo faz parte da cultura de um povo, em achados arqueológicos, brinquedos


como pião foram encontrados. Brincar é inerente ao ser humano.

O ser humano joga durante toda a sua vida. Brinca-se com jogos de cartas, com
dados, com dominó, jogo da memória, com jogos de tabuleiros, com jogos de
imagem, brinca-se com jogos de palavras de adivinhações, brinca-se com a
destreza física, a rapidez do raciocínio, joga-se com estratégias, com sorte, com
organização.

É importante observar que nos jogos e na vida, no dia a dia, as mesmas operações
são requisitadas, assim ao jogar o sujeito exercita-se cognitivamente, socialmente e
afetivamente, pois o seu desejo de jogar é determinante para que o possa fazer.

O jogar, não implica apenas a questão de regra, da competição, da brincadeira em


si, mas envolve muito mais a forma como se vê e entende o olhar psicopedagógico
sobre o sujeito que brinca se liga ás modalidades de sua atuação, levando em conta
a forma de utilização de sua inteligência.

4.1 Papel do brinquedo na aprendizagem

As necessidades não realizáveis imediatamente não se desenvolvem durante os


anos escolares também não existiriam os brinquedos, uma vez que eles parecem
ser inventados justamente quando as crianças começam a experimentar tendências
irrealizáveis. Para (WINNICOTT 1971, p. 9) a tendência de uma criança muito
pequena é satisfazer seus desejos imediatamente, o intervalo entre um desejo e a
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sua satisfação é extremamente curto. Na idade pré-escolar surge uma grande


quantidade de tendências e desejos não possíveis de serem realizadas de imediato.

Na educação infantil, quando surgem os desejos que não podem ser imediatamente
satisfeitos ou esquecidos, e permanece ainda a característica do estágio precedente
de uma tendência para satisfação imediata desses desejos, o comportamento da
criança muda. Para resolver essa tensão, a criança em idade pré-escolar envolve-se
num mundo ilusório e imaginário onde os desejos não realizáveis podem ser
realizados, e esse mundo é o que chamamos de brinquedo. A imaginação, nos
adolescentes e nas crianças em idade pré-escolar, é o brinquedo sem ação.

A presença de tais emoções generalizadas no brinquedo significa que a própria


criança entende as motivações que dão origem ao jogo. A partir dessa perspectiva,
torna-se claro que o prazer derivado do brinquedo na idade pré-escolar é controlado
por motivações diferentes daquelas do simples chupar chupeta.

No brinquedo a criança cria uma situação imaginária. Esta situação não era
considerada como uma característica definidora do brinquedo em geral, mas será
tratada como um atributo de subcategorias específicas do brinquedo. "A situação
imaginária de qualquer forma de brinquedo já contém regras de comportamento,
embora possa não ser um jogo com regras formais estabelecidas a priori. A criança
imagina-se como mãe e a boneca como criança e, dessa forma, deve obedecer às
regras do comportamento maternal." (WINNICOTT,1971,p.23).

O desenvolvimento a partir de jogos em que há uma situação imaginária às claras e


regras ocultas para jogos com regras às claras e uma situação imaginaria oculta
delineia a evolução do brinquedo das crianças. Toda situação imaginária contém
regras de uma forma oculta; também demonstramos o contrário, que todo jogo com
regras contém, de forma oculta, uma situação imaginária.

4.2 Ação e significado do brinquedo

O comportamento de uma criança muito pequena é determinado, de maneira


considerável. E o de um bebê, de maneira absoluta. Na minha experiência com
criança, no meu ponto de vista, percebo que é enorme a influência do brinquedo no
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desenvolvimento da mesma. Para uma criança com menos de três anos de idade é
essencialmente impossível envolver-se numa situação imaginária, uma vez que isso
seria uma forma nova de comportamento que liberaria a criança das restrições
impostas pelo ambiente imediato.

É no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva ao invés de


numa esfera visual externa, dependendo das motivações e tendências internas, e
não dos incentivos fornecidos pelos objetos externos.

Ainda, segundo Vygotsky (1988), a criança vê um objeto, mas age de maneira


diferente em relação aquilo que vê. Assim, é alcançada uma condição em que a
criança começa a agir independentemente daquilo que ela vê.

No brinquedo, o pensamento está separado dos objetos e a ação surge das idéias e
não das coisas. Na idade pré-escolar ocorre, pela primeira vez, uma divergência
entre os campos do significado e da visão. A ação regida por regras começa a ser
determinada pelas idéias e não pelos objetos. Os objetos têm tal força motivadora
inerente, no que diz respeito às ações de uma criança muito pequena, e determinam
o comportamento da criança.

Para a criança, o objeto é dominante na razão objeto/significado e o significado


subordina-se a ele. No momento crucial em que, por exemplo, um cabo de vassoura
torna-se pivô da separação do significado cavalo do cavalo real, essa razão se
inverte e o significado passa a predominar, resultando na razão significado/objeto.

No brinquedo, o significado torna-se o ponto central e os objetos são deslocados de


uma posição dominante para uma posição subordinada.

O brinquedo cria na criança uma nova forma de desejos. Ensina desejar,


relacionando seus desejos a um eu fictício, ao seu papel no jogo e suas regras.
Dessa maneira, as maiores aquisições de uma criança são conseguidas no
brinquedo, aquisições que no futuro tornar-se-ão seu nível básico da ação-real e
moralidade (VYGOTSKY, 1988).

A criação de uma situação imaginária é a primeira manifestação da emancipação da


criança em relação às restrições situacionais. No brinquedo, a criança opera com
significados desligados dos objetos e ações observadas quais estão habitualmente
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vinculados; entretanto, uma contradição muito interessante surge, uma vez que no
brinquedo, ela inclui, também, ações reais e objetos reais. Isto caracteriza a
natureza de transição da atividade do brinquedo, é um estágio entre as restrições
puramente situacionais da primeira infância e o pensamento adulto, que pode ser
totalmente desvinculado de situações reais.

4.3 Brincadeira tornou-se coisa séria

Brincar não é ficar sem fazer nada, como pensam alguns adultos, é uma atividade
pela qual a criança desenvolve potencialidades, descobrem papéis sociais, limites,
experimenta novas habilidades, forma um novo conceito de si mesma, aprende a
viver e avança para novas etapas de domínio do mundo que a cerca. A brincadeira
para a criança não representa apenas divertimento, recreação, ocupação do tempo
livre, afastamento da realidade.

Durante as suas atividades a criança se empenha a brincar da mesma maneira que


se esforça para aprender a andar, a falar, a comer etc. Brincar de faz de conta, de
amarelinha, de roda, de esconde-esconde, de dominó, de jogo de cambio são
situações que vão sendo gradativamente substituídas por outras, à medida que o
interesse é transferido para diferentes tipos de jogos, no entanto todos eles são
tratados com a seriedade respectiva, seriedade que pode ser voluntária ou
involuntária.

Essa seriedade do jogo infantil é, entretanto, diferente daquela que consideramos,


por objeção ao jogo, a vida séria. Essa seriedade do jogo implica um afastamento do
ambiente real, a criança parece esquecer o real e se torna o personagem em
questão, o médico, a polícia, o ladrão, o pai, a mãe, o filho, o professor etc., já que
se conhece como criança. O quadro real, amplo e social no qual está inserido,
desapareceu. "Tudo acontece como se o jogo operasse um corte no mundo,
destacando no ambiente o objeto lúdico para apagar todo o resto" (CHATEAU, 1987,
p21).

O jogo, pois, constitui um mundo a parte, outro mundo, distante do mundo dos
adultos, isto é o seu mundo lúdico. Nessa perspectiva a criança só tem consciência
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da cena que está em primeiro plano o restante desaparece ou se esconde


temporariamente.

Essa absorção do papel que representa, esse afastamento do ambiente real, pode
ser considerado involuntário, a criança não age com a decisão de entrar no jogo ela
se projeta no imaginário da brincadeira/brinquedo ela idealiza, simula, imagina, cria
outra realidade, só assim, depois retoma ao mundo real da construção propriamente
dita da barragem. Assim, todo projeto, com efeito, é, em primeiro lugar,
distanciamento do mundo ambiente.

O adulto também se utiliza dessa evasão quando procura no jogo de aposta, de


bilhar, o esquecimento dos seus problemas, o alívio de suas tensões. Mas essa fuga
do real nem sempre á evasão, um arquiteto que faz uma barragem, primeiro executa
o planejamento no papel, distante das pedras, do cimento etc., isto é, distancia-se
do mundo no plano real.

Mas, esse distanciamento do mundo ambiente pode ser voluntário, quando a criança
utiliza das brincadeiras de competição ou de roda, em que ela decide fazer parte, ela
cria um distanciamento a um mundo onde ela tem poder, onde pode criar, um
mundo onde as regras do jogo têm um valor que não têm no mundo dos adultos. O
distanciamento funciona como um juramento de obediência às regras tradicionais,
às regras pré-estabelecidas. Mas este é um juramento de esquecer o mundo da vida
séria, onde as regras válidas são aquelas "combinadas pelo grupo”. Por isso o
distanciamento surge voluntariamente.

O brincar é o trabalho da criança, um ato muito sério, e por meio de suas conquistas
no jogo, ela afirma seu sei, proclama seu poder e sua autonomia, explora o mundo,
faz pequenos ensaios, compreende e assimila gradativamente suas regras e
padrões, absorve esse mundo em doses pequenas e toleráveis.

Criança nenhuma brinca só para passar o tempo, sua escolha é motivada por
processos íntimos, desejos, problemas, ansiedades. O que acontece acontecendo
mente da criança determina sua atividade lúdica; brincar é sua linguagem secreta,
que se deve respeitar mesmo se não a entende, então, se faz necessário que o
professor/educador fique atento, para oferecer possibilidades e situações de
jogos/brincadeiras, é imprescindível que as suas aulas sejam "recheadas" de
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atividades lúdicas, para que a criança tenha a oportunidade de provar a sua


superioridade, de expressar-se, de evadir-se do mundo real; de ser séria no seu
diminuto mundo lúdico.

O brincar é um instrumento para o ensino de conteúdos, propiciando novas e


interessantes relações entre as crianças e destas com o conhecimento. Mas, apesar
do jogo ser uma atividade espontânea nas crianças, isso não significa que o
professor/educador não necessite ter uma atitude ativa sobre ela, inclusive uma
atitude de observação e de intervenção quando for o caso, sua atitude não passará
apenas por deixar as crianças brincarem, mas, sobretudo ajudar as crianças nesse
ato e compartilhar com elas, ou até mesmo por ensiná-las a brincar.

"Enfim, é preciso deixar que as crianças e os adolescentes brinquem, é


preciso aprender com eles a rir, a inventar a ordem, a representar, a imitar, a
sonhar e a imaginar. E no encontro com eles, incorporando a dimensão
humana do brincar, da poesia e da arte, construir o percurso da ampliação e
da afirmação de conhecimentos sobre o mundo." (BRASIL, 2006, p.44 ).

Brinca e tão importante que se tornou na vida escolar das crianças que ganhou um
lugar próprio para sua manutenção: a brinquedoteca ou cantinho dos jogos é um
espaço preparado para estimular a criança a brincar, possibilitando o acesso a uma
grande variedade de brinquedos dentro de um ambiente especialmente lúdico.

Brincadeira é coisa séria! E garantido por Lei. O Estatuto da Criança e do


Adolescente diz que é dever da sociedade garantir a todas as crianças tenham lazer,
esporte e a educação. Ou seja, para que cada criança cresça feliz e com saúde é
necessária muita diversão.
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CONCLUSÃO

A partir deste trabalho pode-se afirmar que as dificuldades de ensino aprendizagem


podem ser sanadas com um ensino de qualidade, e o professor tem em mãos um
dos instrumentos mais necessários que é o uso do ensino lúdico.

Para isso é necessário que o docente se atualize, busque se aperfeiçoar e além de


tudo planejar bem suas aulas levando em consideração as dificuldades e diferenças
de seus alunos.

Cabe dizer também que um ensino tradicionalista não trás uma aprendizagem
válida, o professor e um formador de opiniões e deve assim agir, formando cidadãos
críticos pensantes e que saibam compreender o mundo em que vivem.

Pode-se dizer também que os jogos, nas aulas práticas, com dinâmicas, são em si
uma forma lúdica de ensinar. As escolas e professores devem se atentar e tentar
diferenciar trazendo aos alunos essas novidades, pois as dificuldades de
aprendizagem podem diminuir e muito se forem ofertadas propostas de ensino mais
descontraídas, lembrando que não cabe só a escola e ao professor e preciso que o
aluno também sinta interesse em aprender.

O ensino apresentado de forma lúdica trás ao aluno bem mais que uma simples
compreensão do conhecimento, ele mostra ao aluno uma forma diferente de pensar
e entender o mundo em que ele vive. Cabe ao professor organizar suas aulas de
maneira com que o aluno se sinta interessado e seja capaz de aprender.

Além disso, o jogo auxilia no desenvolvimento do cognitivo da criança, sua


percepção, seu raciocínio lógico, sua forma de se expressar, sua capacidade de
refletir e tomar decisões.

É muito importante aprender com entusiasmo e felicidade. Explica Sneyders (1996,


p.36) que “Educar é ir em direção à alegria. ” As metodologias lúdicas contribuem
para que a criança aprenda com satisfação, contentamento e diversão, sendo
interessante observar que a educação lúdica não se limita apenas à diversão,
passatempo ou diversão superficial. Ela vai, além disso.
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Para se trabalhar com jogos e brincadeiras no contexto educativo, torna-se


necessário conhecer os fundamentos e as contribuições que esses elementos
trazem para o desenvolvimento e para a aprendizagem das crianças.
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REFERÊNCIAS

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______ Direito de Brincar: O lúdico na Legislação brasileira.

______ Constituição Federal de 1998 a Lei nº. 9.394/46.


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GLOSSÁRIO

LÚDICO- adj. Que faz referência a jogos ou brinquedos: brincadeiras lúdicas.


Que tem o divertimento acima de qualquer outro propósito. Que faz alguma coisa
simplesmente pelo prazer em fazê-la. Psicanálise. Refere-se à manifestação
artística ou erótica que aparece na idade infantil e acentua-se na adolescência
aparecendo sob a forma de jogo. (Etm. lud + ico).

AVERIGUAR-v.t.d. Realizar um exame rigoroso; investigar minuciosamente;


verificar: o policial está averiguando as razões do delito. Obter conclusões através
de pesquisa; certificar-se: averiguou que o produto estava acima do preço. v.t.d. e
v.t.i. Tentar obter informações a respeito de; inquirir: averigou do professor qual seria
o assunto do exame. (Etm. do latim: verificare)

PARADIGMA - s.m. Modelo; exemplo utilizado como padrão a ser seguido; norma.
Linguística. Conjunto de termos que podem ser substituídos, entre si, na mesma
posição da estrutura da qual fazem parte. Gramática. Tipo de conjugação ou
declinação gramatical cujas formas vocabulares podem ser usadas como padrão ou
modelo: o verbo amar segue o paradigma da primeira conjugação porque termina
em "ar".  (Etm. do grego: paradeigma)

EMBASAMENTO - Figurado. Tudo aquilo que pode ser utilizado como fundamentar
(alguma coisa); fundamento.

INTERDEPENDÊNCIA - s.f. Relação de dependência entre uma coisa e outra.


Estado ou condição dos indivíduos que estão ligados por uma relação de
dependência mútua; dependência recíproca. (Etm. inter + dependência).

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