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I.

Tema

A EXISTÊNCIA DE DEUS COMO UM PROBLEMA FILOSÓFICO

Delimitação do tema

A EXISTÊNCIA DE DEUS COMO UM PROBLEMA FILOSÓFICO: Darwinismo,


Ateísmo (Reflexão Crítica a partir de Joaquim Américo Marcelino).

II. Justificativa

Depois da reforma protestante, surge a modernidade com novas perspectivas e


mudanças tecnológicas e científicas, pretendendo explicar a origem de tudo a partir
de um acaso, o Darwinismo é mais empenhado neste aspecto, ele defende o
começo do Universo a partir de um acaso por meio de uma Seleção Natural,
fazendo surgir assim um ateísmo teimoso e dogmático na modernidade.

Hoje, a grande luta na maior parte dos estudantes do curso de Filosofia e dos
demais outros que tiveram decepções na vida é de negar a existência e afirmar a
inexistência de Deus.

Portanto, primeiramente irei destruir a base com que sustentam as suas negações
da existência de Deus, isto é, refutar as teorias ateístas, explicar a causa do
surgimento de tais teorias ateístas, fazer análise-crítica-racional às teorias de Darwin
que sustentam a origem do universo a partir do big bang, porque também é tudo
fruto do ateísmo.

III. Problematização

O debate sobre a existência de Deus suscita sempre uma confusão entre os ateus e
os cristãos, surge daí a necessidade de inclusão desse problema no campo
filosófico para que melhor seja analisado. Este problema é mais discutido entre a
corrente cristã e a ateísta (Cristianismo e ateísmo), a primeira corrente defende a
existência de Deus e para ela Deus é o criador de todo universo e de tudo o que
nele contém e que todas as coisas subsistem nele; ao passo que a segunda
corrente nega a existência de Deus tanto como as qualidades divinas que o
constituem. Aliás, a questão da existência de Deus vem sendo debatida desde a
antiguidade clássica na busca da origem de todas as coisas pelos filósofos pré-
socráticos até a época pôs-contemporânea na busca do porquê de todas as coisas
ou dos fenómenos pelos filósofos pôs-contemporâneos. Alguns estudantes do curso
de Filosofia tendem a considerar equivocadamente a filosofia como um carácter
restritamente do ateu, afirmando assim que o exercício racional do filosofar pertence
aos ateus. Ou melhor, só um ateu pode ser filósofo. Esquecem assim, que a filosofia
é uma atitude, é a busca de respostas, é tida como a ciência dos porquês, sem
querer basear-se na etimologia da palavra “Filosofia” que é “Philosophy” que
significa amor à sabedoria, gosto pelo saber. Portanto, eu perguntaria: Quem não
gosta de saber? Quem nunca perguntou “porquê”? Quem nunca procurou respostas
insistentemente? Esta, de certa forma, é uma atitude geral, universal.

IV. Tese

Deus é uma entidade divina incorpórea ou espiritual, portanto, invisível. É um Ser


que manifesta a sua existência através do corpo físico do ser humano para
desempenhar a sua função como Deus que é a de controlar, ajudar e punir os seres
humanos quando necessário. Devido essas características invisíveis de Deus, o
homem depara com dificuldades em denotar a sua existência concrecta e alguns
filósofos acabaram considerando o próprio homem como Deus, é o caso de
Feuerbach.

Daí que surge o problema do irreconhecimento do homem, o homem não reconhece


o poder de Deus, nem a sua existência, visto que não o vê, não conhece a causa de
todas as coisas, a causa da sua existência, a causa da existência da ciência, não
conhece os porquês dos fenómenos naturais, artísticos e acidentais, não conhece a
finalidade de todas as coisas, não conhece a essência da existência de todas as
coisas. Sendo assim, pode-se afirmar que o homem ainda não conhece a si mesmo,
nem os seus Pais, nem o lugar em que vive, nem para onde caminha e nem o
porquê de ele estar onde está. O irreconhecimento e não-conhecimento é o
problema do homem que causa-lhe o intuito de negação da existência de Deus.

Os estudantes ingressam à Universidade tendo em mente os preconceitos de que a


filosofia diz que Deus não existe, fruto das lições dos seus professores aprendidas
na escola secundária. E porque um professor na escola secundária é tido como um
ser detentor do saber, incontestável, guião dos alunos, os alunos facilmente
acreditam nessas especulações falaciosas. Os professores de Filosofia não devem
conduzir os alunos, mas sim, deixar que eles caminhem sozinhos. Se se conduzir os
alunos a ideias que o professor considera verdadeiras, válidas ao seu ponto de vista,
então não estará se fazendo nenhuma Filosofia, pois a filosofia é o processo de
criação de conceitos a partir duma visão subjetiva, como afirma Gallo:

Ensinar filosofia é um exercício de apelo à diversidade, ao perspectivismo; é


um exercício de acesso a questões fundamentais para a existência humana;
é um exercício de abertura ao risco, de busca de criatividade, de um
pensamento sempre fresco; é um exercício da pergunta e da desconfiança da
resposta fácil”. (GALLO, 2010, p. 193 – 206).

V. Objectivos

Objectivo Geral:

 Provar a existência de Deus por meio de fenómenos naturais que o homem


não reconheceu, não reconhece e, se possível for, não reconhecerá.

Objectivos Específicos:

 Identificar as causas do ateísmo


 Caracterizar o comportamento ateu dos estudantes do curso de Filosofia;
 Esclarecer o mau entendido sobre Deus e religião em autores que
demonstraram-se ateus.
 Desenvolver uma teoria crítica ao Darwinismo e às teorias ateístas
VI. Metodologia

Método Principal

Método Monográfico

Este método será o que vai me orientar até ao final da pesquisa, tem como
preocupação realizar um estudo aprofundado e exaustivo sobre o assunto que
pretendo estudar. (MARCONI; LAKATOS, 2003, p. 108).

Métodos Secundários

Método hipotético-dedutivo

Através deste método consegui perceber a lacuna nos conhecimentos dos ateus
acerca do que seja realmente Deus e, pelo processo de inferência dedutiva, formulei
a tese acima. (Ibidem, p. 95).
Método histórico

Irei utilizar este método para compreender o passado, entender o presente e


especular as possíveis características futuras do mundo caso as coisas continuem
sendo percebidas da maneira como se percebe hoje. Através do qual também irei
investigar os acontecimentos da Reforma, processos do passado para verificar sua
influência na sociedade de hoje. (Ibidem, p. 105).
VII. Fundamentação Teórica

O Darwinismo é uma teoria naturalista-mecanicista, que procura explicar a origem


de todas as coisas a partir da Seleção Natural, uma ferramenta que selecionava
automaticamente os objetos para a existência de acordo com a sua necessidade, o
Darwinismo nega a existência da alma espiritual, conflituando assim, com a religião,
reduzindo o ser humano à um simples animal. Marcelino (2010), não se convence
com a explicação do darwinismo, a tendência de basear o surgimento das coisas na
seleção natural, no evolucionismo, daí que desenvolve uma crítica ao Darwinismo e
a sua ideia de Seleção Natural como a ferramenta usada para o surgimento de todas
as coisas. Esta crítica é encontrada na sua obra “O Julgamento de Deus”, na qual
Marcelino defende que a ordem e a organização do universo revela a existência de
uma consciência que é Deus, um observador, que tenha se servido da evolução
como modus faciendi da sua criação. Este estudo vai inclinar-se na teoria crítica-
racional de Marcelino.
1.1. A Existência de Deus Reflectida nas coisas

Os estudantes ateus de filosofia, juntamente com o próprio ateísmo, são tão


carinhosos, ao ponto de dedicar um tempo extenso escrevendo livros que negam a
existência de Deus, parece estarem fazendo a vontade de um certo ser, parece
ainda que ganham alguma coisa para assim o fizer. Se realmente para eles Deus
não existe, porque gastar tempo tentando provar a inexistência de algo que não
existe? Este comportamento também me garante de certa forma a existência de
Deus e de Satanás. Marcelino questiona admiravelmente este comportamento
perguntando “o porquê? Porque esta missionação panflectária e irracional contra
uma mensagem que, ao longo dos tempos tem constituído um incentivo para o bem
e para a verdade? A quem pode prejudicar a simplicidade evangélica?”
(MARCELINO, 2010, p. 9).

Marcelino sustenta que tudo o que existe reflecte a existência de Deus (o homem, a
água, a terra, o fogo, árvore, etc), o universo em si revela a existência de Deus. O
darwinismo tende a atribuir a seleção natural o surgimento e a ordem das coisas no
universo, porém, Marcelino refuta está ideia e frisa que “fazer intervir a SN como
uma espécie de Demiurgos capaz de conseguir as realizações mais incríveis agride
as leis mais elementares da lógica. (Ibidem, p. 18).

O ateu, o Darwin, não consegue perceber a existência de Deus a partir das coisas,
da ordem e organização, da combinação de uma coisa com a outra, isto porque
Deus é espírito, a sua existência nas coisas não é física, mas sim espiritual. De
acordo com o escrito de Paulo na primeira carta aos coríntios Cap. 2:14, diz: “Ora, o
homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem
loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente”.
Portanto, os cristãos possuem uma dimensão espiritual que lhes faz perceber a
espiritualidade nas coisas.

Marcelino observa a sutileza, a majestade e a intricada organização do mundo físico


que sempre causaram admiração reverente nos seres humanos. A trajetória dos
corpos celestes no céu, o ritmo das estações, a forma de um floco de neve, as
miríades de criaturas vivas tão bem adaptadas a seu meio ambiente, e afirma que
todas essas coisas parecem por demais harmoniosas para ser fruto de um acaso
irracional. Há uma tendência natural a atribuir a elaborada ordem do universo ao
trabalho intencional de uma Divindade (Deus). (Ibidem, 2010, p. 77).

A complexidade das coisas e o seu mistério que o homem é incapaz de explicar por
palavras ou com bases científicas revela a existência de um Ser, que cujo é o
planificador, por isso, mesmo que o homem ignore os sinais que ilustram este Ser
nas coisas, os sinais sempre existirão e criarão espanto no homem, que cedo ou
tarde, chegará a se render. Se até os fenómenos simples (o instinto de um animal
irracional, o soprar de um vento, a organização sequencial das estações do tempo, a
chuva em pleno sol) quando observados espantam e faz-nos perceber que
justificados pela simples seleção natural é uma questão de ignorância humana,
imaginem os fenómenos humanos mais complexos (a alma humana, a instalação
biológica do organismo, isto é, o estado de cada órgão membro no seu devido lugar
e o desempenho do seu papel, a morte e a vida, os sentimentos de prazer e de dor),
a seleção natural, uma ferramenta inconsciente seria capaz de desenhar tudo isto?
Ou é possível que isto não tenha sido desenhado, mas por um simples acaso as
coisas são assim?

Marcelino questiona “O cérebro humano, com a complexidade que qualquer médico


lhe reconhece, com seus milhões de neurônios e bilhões de sinapses que dão
sentido à estas reminiscências, aos calafrios pela lembrança de um crime, que se
quer esconder, como foi possível tudo isso, à golpes descontrolados das tentativas
casuais?” (Ibidem, 2010, p. 20).

Tudo prova, tudo indica a existência de Deus, mas os ateus, desprovidos da visão
religiosa e da espiritualidade, tendem a procurar à uma outra coisa a causa dos
fenómenos e de todas outras coisas.

1.2. A Origem do Universo

A ciência deve arranjar alguma forma de explicar a origem do universo. Na Filosofia


tem-se quatro hipóteses de onde tenha surgido o universo, a primeira diz que o
universo e tudo que nele contém foi criado por Deus; a segunda sustenta que o
universo surgiu a partir de um plano já estabelecido por Deus; a terceira defende
que o universo surgiu do nada e; a quarta diz que o universo surgiu de um acaso
espontâneo.
Mas antes mesmo da Filosofia, também houveram mitos que tentaram explicar a
origem do universo, isto porque, o universo causou sempre espanto e admiração
desde os tempos primórdios, a necessidade de se procurar uma resposta era
insistente, as crianças perguntavam aos mais velhos e eles não tinham resposta, era
vergonhoso diante dos pequeninos que continuassem dizendo que não sabem de
onde vem o universo, daí surge o mito que é a tentativa de explicar a origem do
universo e a causa de alguns fenómenos por meio de histórias que não constituíam
verdade. Isto, aconteceu por um exercício mental e humano de processar alguma
hipótese sobre a origem do universo. Foi muito antes de Deus ter revelado aos seus
filhos sobre o mistério da criação, e nem sequer a sua existência.

O que leva os cristãos, assim como alguns filósofos a acreditarem na existência de


Deus é o facto de que nada vem do nada, tudo tem uma causa. Portanto defende-se
ainda que deve haver uma causa sem causa, a qual tenha causado as outras
causas. Iremos ver isto mais em diante.

Há que observarmos uma vergonha de um cientista simplesmente ignorante, em sua


cachimónia parece estar a concordar com a ideia de que deve haver uma causa de
tudo, mas parece ainda que foi obrigado, com uma arma apontada na cabeça, a
afirmar que o universo surgiu do nada, escreve uma obra e sustenta o seguinte:

O objetivo deste livro é simples. Quero mostrar como a ciência moderna, em


vários aspectos, pode e está abordando o porquê de existir algo em vez de
nada. As respostas que temos obtido de observações experimentais
estarrecedoramente belas, assim como de teorias que são a base de grande
parte da física moderna sugerem que algo surgir do nada não é um problema.
De fato, algo surgir do nada deve ter sido uma exigência para que o Universo
viesse a existir. Além disso, os sinais indicam que foi assim que nosso
Universo deve ter surgido.
Enfatizo a palavra deve porque talvez nunca tenhamos informação empírica
suficiente para responder corretamente a essa questão. Mas com certeza é
significativo, pelo menos para mim, o fato de que um Universo que surgiu do
nada é, no mínimo, plausível. (KRAUSS, 2016, p. 11).

A citação a cima, mostra que o ateu ou cientista (se assim querem que eu seja
pacífico), bem no fundo acredita que não é possível o universo ter surgido do nada,
mas o problema é que até aqui, com base nas experiências que fizeram, é assim
como o universo se revela, de que tenha surgido do nada. Ele não responde
convictamente a questão da existência a partir do nada, ele está preso no dogma,
justificando que é assim como o universo se revela a nós. Uma profunda análise nos
conduz à percepção de que os cientistas fora cegados, para que nas suas radicais
pesquisas não conseguissem ver Deus, pois este Deus não permite que alguém o
desvende contra a sua vontade, por isso relata a Bíblia, a destruição da torre de
babel, cujos os construtores desejavam chegar até ao céu através desta torre. Uma
possível citação bíblica pode nos fazer entender o mistério de Deus e os porquês
dos cientistas até hoje não conseguirem ver Deus. “Assim diz o Senhor, teu
Redentor, e que te formou desde o ventre: Eu sou o Senhor que faço todas as
coisas, que estendo os céus e espraio a terra por mim mesmo; desfaço os sinais dos
inventores de mentiras e enlouqueço os adivinhos; que faço tornar atrás os sábios e
transtorno a ciência deles” (Isaías Cap. 44:24-25). 
Bibliografia

GALLO, S. A. O que é a Filosofia da Educação? Anotações a partir de Deleuze e


Guattari. In: Perspectiva, Florianópolis, v. 34, n. 18, julh./dez. 2010.

KRAUSS, Lawrence M. Um universo que veio do nada: porque há criação sem


criador. tradução Alessandra Cavalli Esteche. 1. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2016.

MARCELINO, Américo Joaquim. O Julgamento de Deus: Darwinismo, fé e


ateísmo, Lisboa: Livraria Petrony Editores, 2010.

MARCONI, Marina de Andrade, LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de


metodologia científica 5ª ed. São Paulo : Atlas 2003.
Índice Provisório

 Vida e Obra de Marcelino


 A Reforma Protestante
 Crítica à Críticas
 Crítica ao Darwinismo
 Crítica ao Existencialismo ateu de Sartre
 Uma Crítica à Feuerbach
 A Origem do Homem
 As três Dimensões do Homem (o Corpo, a Alma e o Espírito).
 A formação do homem e a Seleção Natural Darwiniana
 Irreconhecimento do Homem

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