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ASSUNTOS DIVERSOS

Boletim Imposto de Renda n° 01 - 1ª Quinzena. Publicado em: 07/01/2022

 Matéria elaborada conforme a legislação vigente à época de sua publicação, sujeita a mudanças em decorrência das alterações legais.

DCTFWEB E ESOCIAL
Aspectos do Imposto de Renda

Roteiro 

1. Introdução
2. Conceitos
2.1. DCTFWeb
2.2. eSocial
3. Imposto de Renda na DCTFWeb
4. Imposto de Renda no eSocial
4.1. Empregador Pessoa Jurídica
4.1.1 Informe de Rendimento no eSocial
4.2. Empregador Doméstico
4.2.1. Informe de Rendimento no eSocial
4.3. Tabela de Rubricas eSocial
4.4. Processo Judicial do Trabalhador

1. Introdução
A presente matéria visa esclarecer os aspectos do imposto de renda retido na fonte, nas obrigações acessórias DCTFWeb e eSocial com base nas
orientações contidas na Instrução Normativa RFB n° 2.005/2021, Ato Declaratório Executivo Sufis n° 5/2013, Portaria Conjunta SEPRT/RFB/ME n° 71/2021,
Perguntas e Respostas da DCTFWeb e Perguntas e Respostas do eSocial e demais legislações citadas.

2. Conceitos
Abaixo será explanado o conceito e a criação da DCTFWeb e eSocial.

2.1. DCTFWeb
A DCTFWeb (Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais Previdenciários e de Outras Entidades e Fundos) tem como objetivo confessar débitos
previdenciários e de contribuições destinadas a terceiros.

A DCTFWeb estava disciplinada na Instrução Normativa RFB n° 1.787/2018, todavia, com a revogação, passou para a Instrução Normativa RFB n°
2.005/2021 que trata da DCTF e a DCTFWeb.

Em virtude do nome semelhante, a DCTF e a DCTFWeb geram bastante confusão no que diz a respeito de seu envio, todavia, cabe esclarecer que são
obrigações acessórias distintas com objetivos distintos, assim, o envio da DCTF não dispensa o envio da DCTFWeb ou vice-versa. (Instrução Normativa RFB
n° 2.005/2021, artigos 3° e 4°)

A partir do envio das declarações eSocial e EFD-Reinf, a DCTFWeb substitui o envio da GFIP. (Instrução Normativa RFB n° 2.005/2021, artigo 19)

O envio da DCTFWeb foi dividido em quatro grupos, sendo o início de obrigatoriedade em agosto de 2018. (Instrução Normativa RFB n° 2.005/2021, artigo
19, § 1°)

Para consulta do cronograma de início de entrega sugere-se a ferramenta da área Trabalhista > DCTFWeb: Prazos.

2.2. eSocial
A escrituração do eSocial é composta pelos eventos decorrentes das obrigações previdenciárias, trabalhistas e fiscais, sendo o responsável pelo envio a
empresa ou por outros obrigados a eles equiparados. (Ato Declaratório Executivo Sufis n° 05/2013, artigo 2°)

O Ato Declaratório Executivo Sufis n° 5/2013 aprovou o leiaute dos arquivos do e-Social.

Todavia, o Decreto n° 8.373/2014, artigo 1°, que instituiu o eSocial, com o objetivo de unificar e padronizar as informações trabalhistas, fiscais e
previdenciárias.
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Com a inserção do eSocial foram eliminados os sistemas CAGED, RAIS, CTPS impressa e Livro de Registro físico, ou seja, todas as informações antes
apresentadas nessas obrigações acessórias estão sendo agrupadas em um único sistema. (Portaria MTP n° 671/2021;
Decreto n° 8.373/2014, artigo 2°, §
1°)

O eSocial foi implantado de forma progressiva e está dividido por grupos de entrega e em fases de entrega.

Os grupos são definidos conforme o faturamento da empresa e/ou regime tributário, havendo quatro grupos para entrega conforme está definido no artigo 2°
da
Portaria Conjunta SEPRT/RFB/ME n° 71/2021.

Já as fases, são os eventos obrigatórios em cada período do tempo. As fases também estão divididas em quatro e estão previstas no artigo 3° da
Portaria
Conjunta SEPRT/RFB/ME n° 71/2021.

O início da obrigatoriedade do primeiro grupo e a primeira fase foi em janeiro de 2018, sendo a primeira fase o cadastramento inicial com o envio dos
eventos de tabelas S-1000 ao S-1080.

O calendário de entrega está previsto na Portaria Conjunta SEPRT/RFB/ME n° 71/2021


artigo 4°.

Para visualização da obrigatoriedade e envio do e-Social sugere-se a ferramenta da área Trabalhista > eSocial.

3. Imposto de Renda na DCTFWeb


O IRRF não entra na DCTFWeb, e a emissão para guia do pagamento continua sendo em Darf comum emitido pelo SicalWeb. (Perguntas e Respostas
DCTFWeb, n° 09)

Assim, na DCTFWeb não irá constar informações sobre o IRRF, devendo o contribuinte continuar a informar a retenção na DCTF (quando obrigada) e DIRF.
(Instrução Normativa RFB n° 2.005/2021, artigo 12, inciso II; Instrução Normativa RFB n° 1.990/2020, artigo 2°, inciso I)

4. Imposto de Renda no eSocial


Abaixo será explanado as orientações quanto ao IRRF no empregador pessoa jurídica e empregador pessoa física.

4.1. Empregador Pessoa Jurídica


No eSocial o IRRF é informado no evento S-5002 - Imposto de Renda Retido na Fonte. (Manual de Orientação do eSocial,_versão S10, Consolidado até
08.2021, página 250)

Para compor a base de cálculo de cada colaborador o e-Social se utiliza das informações prestadas nos eventos de pagamento (S-1210) e também
informações dos eventos remuneratórios (S-1200, S-1202, S-1207, S2299 e S-2399) desde que tenham sido mencionados no evento de pagamento. (página
250, item 1.1 do manual)

Todavia, cabe esclarecer que o eSocial, diferentemente do que faz em relação à contribuição previdenciária, não efetua cálculo do valor devido de IRRF ele
apenas consolida o valor informado pelo declarante como efetivamente retido a título de IRRF. (página 251, item 1.4 do manual)

Assim, o cálculo é de responsabilidade do contribuinte e a emissão do Darf deverá ocorrer através do SicalcWeb.

O evento total por trabalhador relativo ao IRRF (S-5002) são devolvidos na medida em que o declarante envia os eventos de remuneração e pagamento dos
trabalhadores.

No retorno do evento S-5002 o totalizador do IRRF será zero, visto que o registro S-1210 (pagamento) é incompatível com os cálculos retornados de IRRF,
todavia, o retorno zerado não compromete a apuração do IRRF, visto que o cálculo ainda não é efetuado no e-Social. (página 53 do manual)

4.1.1. Informe de Rendimento no eSocial


No caso de empregador pessoa jurídica não há previsão e orientação para a emissão do informe de rendimento através do eSocial, assim, o informe de
rendimento poderá ser gerado através do programa da DIRF ou pelo próprio sistema do contribuinte desde que observado o modelo da Instrução Normativa
RFB n° 2.060/2021
Anexo I.

4.2. Empregador Doméstico


Diferente do que acontece com o empregador pessoa jurídica, o empregador doméstico tem guia única de recolhimento, sendo o DAE (Documento de
Arrecadação do eSocial), que compreende o recolhimento do FGTS, IRRF e Contribuição Social. (Portaria Interministerial MF/MPS/MTE n° 822/2015
artigo
1°)

O prazo de recolhimento do DAE é até o dia sete (ou dia útil que antecede) do mês subsequente ao de competência. (Portaria Interministerial MF/MPS/MTE
n° 822/2015
artigo 3°)
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No caso do décimo terceiro salário (gratificação natalina) o pagamento deverá ocorrer até o dia 7 (ou dia útil que antecede) do mês de janeiro do período
seguinte ao de apuração. (Portaria Interministerial MF/MPS/MTE n° 822/2015
artigo 4°)

4.2.1. Informe de Rendimento no eSocial


No caso do empregador doméstico o informe de rendimento poderá ser emitido no próprio eSocial.

O Comprovante deverá ser impresso, assinado e entregue ao trabalhador. (Instrução Normativa RFB n° 1.215/2011
Anexo I; Manual de Orientação para o
Empregador Doméstico - versão de 03.09.2021, página 96)

Todavia, cabe ressaltar que o fato do contribuinte emitir o informe pelo eSocial não dispensa o envio da DIRF, assim, se o funcionário sofreu retenção de IRRF
o empregador deverá entregar a DIRF. (Instrução Normativa RFB n° 1.990/2020, artigo 2°, inciso I)

4.3. Tabela de Rubricas eSocial


Quando se fala em eSocial é importante observar a Tabela de Rubricas.

A tabela de rubricas do eSocial é aplicada para inclusão das verbas, exclusão de registros e alteração, sendo que essas informações são necessárias para
validade dos eventos de remuneração dos trabalhadores.

No registro S-1010 - Tabela de Rubricas é que irá constar a tabela. (Manual de Orientação do eSocial,_versão S10, Consolidado até 08.2021, página 77)

A pessoa jurídica poderá ter sua própria tabela de rubricas, não sendo obrigatório a modificação da nomenclatura, todavia, será necessário que o contribuinte
realize a correlação entre a tabela da empresa com a “Tabela 3 - Tabela de Natureza das Rubricas da Folha de Pagamento”. (página 78 item 1.1 do manual)

A consulta Tabela 3 poderá ser realizada através do acesso à SpedTABELAS e na sequencia deverá selecionar Pacote: Geral e Tabela: Tabela 3 - Tabela de
Natureza das Rubricas da Folha de Pagamento - eSocial.

Nota que a tabela 3 é composta por Código, Nome da Natureza, Data de Início de Validade, Data de Fim de Validade e Descrição detalhada da natureza.

Já para observar a incidência do imposto de renda o contribuinte poderá observar a Tabela 54 - Tabela de Rubricas do eSocial.

Nesta tabela consta Código, Nome da Rubrica, Data de Início de Validade, Data de Fim de Validade, Natureza da Rubrica, Tipo de Rubrica, Incidência
Tributária - Previdência Social, Incidência Tributária-IRRF, Incidência Tributária-FGTS, Incidência Tributária-Contrib. Sindical Laboral, Repercussão no DSR
(S/N), Repercussão no 13° Salário (S/N), Repercussão nas Férias (S/N), Repercussão na Rescisão (S/N), Repercussão no Afastamento.
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Ainda na tabela de rubricas na coluna Incidência Tributária - IRRF nota-se que há códigos que variam conforme a natureza do rendimento.

Assim, temos: (Tabela 21 - Códigos de Incidência Tributária da Rubrica para o IRRF)

Códigos Descrição Natureza

Verba transitada pela folha de pagamento de natureza diversa de


rendimento ou retenção/isenção/dedução de IR (exemplo: desconto de
Desconto de benefícios concedidos. (Artigos
09 convênio farmácia,
3° e 7° da
Lei n° 7.713/88)
desconto de consignações, etc.)

Remuneração mensal
11
13° salário
Rendimento tributável (base de cálculo do IR).
12

Férias (Artigo 3° da
Lei n° 10.101/2000;
artigos 3° e

13

da Lei n° 7.713/88)
14
PLR

Remuneração mensal
31
13° salário
32

Férias Retenção do IRRF


33

34
PLR
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Previdência Social Oficial - PSO - Remuneração mensal PSO - 13° salário


PSO - 13° salário

PSO - Férias

Previdência privada - Salário mensal


41

42
Previdência privada - 13° salário
43

Previdência privada - Férias


46

47

Pensão alimentícia - Remuneração mensal


48

51
Pensão alimentícia - 13° salário Dedução do rendimento tributável do IRRF.
52
(Artigo 4°, da
Lei n° 9.250/95)
53
Pensão alimentícia - Férias
54

Pensão alimentícia - PLR


61

62

Fundo de Aposentadoria Programada Individual - FAPI - Remuneração


66

mensal
67
Fundo de Aposentadoria Programada Individual - FAPI - 13° salário

Fundo de Aposentadoria Programada Individual - FAPI - Férias

Plano privado coletivo de assistência à saúde

Parcela isenta 65 anos - Remuneração mensal


Parcela isenta 65 anos - 13° salário

Diárias

Ajuda de custo

70
Indenização e rescisão de contrato, inclusive a título de PDV e acidentes de
71
trabalho
72

73
Abono pecuniário
74

Rendimento de beneficiário com moléstia grave ou acidente em serviço - Rendimento não tributável ou isento do IRRF.
75

Remuneração mensal (Artigo 6°, da


Lei n° 7.713/88)
76

77
Rendimento de beneficiário com moléstia grave ou acidente em serviço - 13°
700
salário
701

79 Auxílio moradia

Parte não tributável do valor de serviço de transporte de passageiros ou


cargas

Outras isenções (o nome da rubrica deve ser claro para identificação da


natureza dos valores)

Compensação judicial do ano-calendário


9082

Compensação judicial de anos anteriores Compensação judicial


9083

4.4. Processo Judicial do Trabalhador


Quando a empresa tiver informações referente a existência de processos judiciais do trabalhados com decisão favorável quanto a não incidência do imposto
de renda, o contribuinte deverá prestar informações desse processo no cadastro do evento S1070 (Tabela de Processos Administrativos/Judiciais) no
campo {procJudTrab}. (Manual de Orientação do eSocial,_versão S10, Consolidado até 08.2021, página 230, item 3.1)
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 Matéria elaborada conforme a legislação vigente à época de sua publicação, sujeita a mudanças em decorrência das alterações legais.

Autor: Equipe Técnica Econet Editora

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