O documento discute as teorias cognitivas de aprendizagem de Bruner e Ausubel. Bruner descreve três estágios de desenvolvimento cognitivo: modo ativo, icônico e simbólico. Ausubel foca na aprendizagem significativa através da organização da nova informação na estrutura cognitiva existente do aluno, usando organizadores prévios. Ambos enfatizam a importância dos conhecimentos prévios do aluno e da relação entre o novo e o adquirido.
O documento discute as teorias cognitivas de aprendizagem de Bruner e Ausubel. Bruner descreve três estágios de desenvolvimento cognitivo: modo ativo, icônico e simbólico. Ausubel foca na aprendizagem significativa através da organização da nova informação na estrutura cognitiva existente do aluno, usando organizadores prévios. Ambos enfatizam a importância dos conhecimentos prévios do aluno e da relação entre o novo e o adquirido.
O documento discute as teorias cognitivas de aprendizagem de Bruner e Ausubel. Bruner descreve três estágios de desenvolvimento cognitivo: modo ativo, icônico e simbólico. Ausubel foca na aprendizagem significativa através da organização da nova informação na estrutura cognitiva existente do aluno, usando organizadores prévios. Ambos enfatizam a importância dos conhecimentos prévios do aluno e da relação entre o novo e o adquirido.
Introdução Desenvolvimento cognitivo, é o desenvolvimento da capacidade mental da pessoa para pensar, raciocinar, interpretar, compreender, adquirir conhecimento, lembrar, organizar informação, analisar e resolver problemas. O desenvolvimento cognitivo tenta explicar como é que os seres humanos adquirem conhecimento acerca de si próprios, dos outros e do mundo que os rodeia ( McCowan, Driscoll, Roop, Saklofske, Schewean, Kelly e Haines, 1999). Entre as teorias do desenvolvimento e da aprendizagem a diferença é que no primeiro caso foca as capacidades humanas enquanto que na teoria da aprendizagem foca-se na realização dessas capacidades. Cabe aos professores reconhecerem essas potencialidades e ajudarem os alunos a perceber as suas potencialidades através da aprendizagem. Este trabalho explica a teoria cognitiva na perspectiva de Bruner e de Ausebel, alguns dos representantes da teoria cognitiva da aprendizagem dentre os psicólogos cognitivistas Wertheimer, Kohler, Koffka, Lewin e Piaget. A sua teoria fundamenta-se nas bases psicológicas de “conhecimento intuitivo («insight») e estrutura de campo”; nos princípios psicopedagógicos da “ motivação, desenvolvimento de expectativas, condições de conhecimento intuitivo («insight»), compreensão, relacionação do «novo» com o «adquirido», sistematização, transferência para situações novas idênticas; nas técnicas de ensino de “ ensino pela descoberta, ensino por descoberta guiada, apresentação de objectivos, introduções, sumários, questionários orientadores, questionários de revisão, esquemas, debates, discussões, estudo de caso, etc. Teoria cognitiva de Bruner Jerome Bruner é um psicólogo do desenvolvimento ameriano que, como Piaget, tem desenvolvido uma teoria do desenvolvimento cognitivo. Na sua perspectiva, a aprendizagem pode ser sumarizada como « compreensão geral da estrutura de uma determinada matéria» (Bruner 1962:28). Depois desta compreensão, o aluno deduz o significado na relação com o todo e, consequentemente, qualquer coisa que tenha significado é relacionada com toda a estrutura. Para Bruner, as crianças são capazes de deduzir o significado das várias exposições e experiências que elas encontram nas actividades do seu dia-a-dia. De acordo com Bruner (1966), a criança passa por três estádios de desenvolvimento cognitivo, nomeadamente, por modos de pensamento activo, icónico e simbólico.
Modo activo O modo activo de pensamento constitui o primeiro estádio, comummente observado na maioria das crianças. Este é caracterizado como sendo baseado na acção ou motor, que reflecte no tocar, no saborear, no mexer e no agarrar objecto. Como resultado da experiência adquirida através da interacção física com os objectos, a criança está em posição de reproduzir cada experiência de forma psicomotora. Apesar de o modo activo seja associado a crianças mais novas, é provável que seja usado pelos adolescentes e adultos quando estes se envolvem numa nova actividade motora como nadar, tocar piano, ou encontrar um caminho através de um territorio desconhecido.
Modo icónico Durante o modo icónico de pensamento, os sistemas de representação da informação da criança estendem-se. As crianças formam imagens e desenhos das experiências que têm tido, e como resultado, elas podem interagir com os objectos que estão fisicamente ausentes mas presentes na sua mente. O professor deve encorajar os alunos a usarem a sua imaginação e criarem imagens sobre tópicos que não podem ser demonstrados fisicamente, por exemplo, personalidades históricas, informações sobre paises distantes, personagens retratadas na literatura.
Modo simbólico O modo simbólico é o terceiro e a forma mais elevada de pensamento apresentada pelo Bruner. Neste estádio, a criança representa a informação com base em símbolos, ideias, pensamentos e conceitos. Este estádio é referido como simbólico na mediada em que a pessoa tem um bom comando da linguagem, que serve como veículo para a expressão dos seus pensamentos. A realização deste modo liberta a mente dos pensamentos restritivos dos modos activos e icónico, que são menos flexíveis e limitados na sua capacidade.
Implicações educacionais Sob a teoria cognitiva, Bruner parte do conceito de que a aprendizagem é modificação do comportamento resultante da experiência. Bruner afirma que o aprendizado é um processo activo, no qual o aprendiz constrói novas idéias ou conceitos, baseado em seus conhecimentos prévios e os que estão sendo estudados, baseado em sua estrutura mental inata. O aprendiz filtra e transforma a nova informação, infere hipóteses e toma decisões, utilizando uma estrutura cognitiva. Essa estrutura cognitiva - esquemas e modelos mentais - fornece significado e organização para as novas experiências, permitindo ao aprendiz enriquecer seu conhecimento além do conceito estudado, através do relacionamento das novas informações com seus conhecimentos prévios. O papel do professor é o de incentivador dos alunos no sentido de descobrirem por si mesmos os princípios do conteúdo a ser apreendido. O professor e o aluno devem manter um diálogo activo, através do qual o instrutor traduz a informação a ser aprendida em um formato adequado à compreensão do aluno. O currículo deve ser organizado em espiral, para que o aluno construa continuamente sobre o que já aprendeu. O aluno vai descobrir aquilo que já existe em sua estrutura cognitiva. O professor não é apenas um passador de informação.
Teoria cognitiva de Ausubel Segundo (STENBERG, 2000, p.22) a psicologia cognitiva trata do modo como as pessoas percebem, aprendem, recordam e pensam sobre a informação. Para Ausubel aprendizagem significa organização e integração do material na estrutura cognitiva. Admite a existência de uma estrutura na qual a organização e a integração de idéias se processam. A experiência cognitiva é caracterizada por um processo de integração no qual os conceitos novos se interagem com os já existentes na estrutura cognitiva, integrando o novo material e, ao mesmo tempo, modificando-se. Condição importante para que haja aprendizagem, o aprendiz deve manifestar disposição para relacionar de forma substantiva o novo material à sua estrutura cognitiva. Ausubel preocupa-se com a aprendizagem que ocorre na sala de aula da escola. O factor mais importante de aprendizagem é o que o aluno já sabe. Para que ocorra a aprendizagem, conceitos relevantes e inclusivos devem estar claros e disponíveis na estrutura cognitiva do indivíduo, funcionando como ponto de ancoragem. Ausubel está interessado em saber como os indivíduos aprendem grandes quantidades de material significativo por meio de apresentações verbais/textuais em um quadro escolar. Um processo primário em aprendizado é a inclusão, na qual o conhecimento novo é relacionado com as idéias relevantes da estrutura cognitiva existente em uma base substantiva. As estruturas cognitivas representam o resíduo de todas as experiências de aprendizado. A aprendizagem ocorre quando uma nova informação ancora-se em conceitos ou proposições relevantes preexistentes na estrutura cognitiva do indivíduo. O armazenamento de informações no cérebro é altamente organizado formando uma hierarquia na qual elementos mais específicos de conhecimentos são ligados (assimilados) a conceitos mais gerais, mais inclusivos. Ausubel recomenda o uso de organizadores prévios que sirvam de âncora para a nova aprendizagem e levem ao desenvolvimento de conceitos classificadores que facilitem a aprendizagem subseqüente . Organizadores prévios são materiais introdutórios apresentados antes do material a ser aprendido em si. Sua principal função é de servir de ponte entre o que o aprendiz já sabe e o que ele deve saber a fim de que o material possa ser apreendido de forma significativa. Facilitam a aprendizagem na medida em que funcionam como "pontes cognitivas". Ausubel (1978,p.41): "As idéias mais gerais de um assunto devem ser apresentadas primeiro e, depois, progressivamente diferenciadas em termos de detalhe e especificidade. Os materiais de instrução devem tentar integrar o material novo com a informação anteriormente apresentada por meio de comparações e referências cruzadas de idéias novas e antigas." Ausubel identifica quatro tipos de aprendizagem: a) Aprendizagem por recepção significativa ou compreendida em que o professor organiza a matéria a ensinar de uma forma lógica e, ao apresentá-lo ao aluno, relaciona- a com os conhecimentos que este já possui de tal modo que ele possa perceber o que está a aprender e integrar os novos conhecimentos na sua estrutura cognitiva existente. b) Aprendizagem por recepção mecânica ou memorizada em que o professor apresenta a matéria de tal forma que o aluno apenas tem de memorizar. c) Aprendizagem pela descoberta significativa ou compreendida em que o aluno «descobre» o conhecimento por si próprio, chega à solução de problema que se lhe põe ou a qualquer outro resultado e relaciona o conhecimento que acaba de adquirir com os conhecimentos que já possuía. d) Aprendizagem pela descoberta mecânica ou memorizada em que, apesar de chegar por si próprio à descoberta da solução de um problema, o aluno depois apenas a memoriza de um modo mecânico sem a integrar na estrutura cognitiva que já possuía.
Conclusão É mais fácil aprender-se se a informação for organizada e sequenciada de uma forma lógica, isto é, de tal maneira que objectivos que pressupõem conhecimentos anteriores não sejam ensinados sem que esses estejam realmente presentes e segundo estratégias que facilitem a organização da matéria a aprender em conjuntos significativos e que visem uma melhor facilitação e retenção da aprendizagem. Na sala de aulas é importante que o professor traduza as teorias cognitivas em princípios psicopedagógicos aplicáveis, baseados na motivação do aluno para a aprendizagem, relacionando-a com as suas necessidades pessoais e os objectivos da própria aprendizagem; reconhecer que a estrutura cognitiva do educando depende da sua visão do munndo e das experiências que ele teve anteriorimente; adequar o ensino ao nível de desenvolvimento dos alunos e ajudá-los a relacionar conhecimentos e habilidades novos com conhecimentos e habilidades que tenham previamente adquirido; começar o ensino por conjuntos significativos e descer gradualmente aos pormenores, que devem ser devidamente relacionados com o conjunto.
BIBLIOGRAFIA PILETTI, Nelson. Psicologia Educacional. São Paulo. Editora Ática. 2009 TAVARES, José/ALARCÃO, Isabel. Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem. Coimbra, ALMEDINA, 2005.