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Jornada Pedagógica
EDUCAÇÃO INFANTIL
Governador
Camilo Sobreira de Santana
Vice-Governadora
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho
Secretária da Educação
Eliana Nunes Estrela
Secretário Executivo de Cooperação com os Municípios
Márcio Pereira de Brito
Coordenadora da Coordenadoria de Educação e Promoção Social
Francisca Aparecida Prado Pinto
Organizadora
Aline Matos de Amorim
Wandelcy Peres Pinto
Autores
Aline Matos de Amorim
Ellen Damares Felipe de Queiroz
Francisca Aline Teixeira da Silva Barbosa
Genivaldo Macário de Castro
Iêda Maria Maia Pires
Temis Jeanne Filizola Brandão dos Santos
Wandelcy Peres Pinto
Design Gráfico
Aline Matos de Amorim
Francisca Aline Teixeira da Silva Barbosa
Sumário
Apresentação 07
Asas da imaginação... 09
Referências 46
Apresentação
Caríssimas(os) Gestoras(es) e Professoras(es),
É com alegria que damos boas-vindas ao novo ano que se inicia e apresentamos as orientações
para a Jornada Pedagógica de 2022, a serem utilizadas pelas(os) profissionais da Educação
Infantil com o objetivo de apoiar a escola - gestoras(es) e professoras(es) - na organização, no
planejamento e na execução do plano de ação para o início do ano letivo.
Assim, desejamos que este material, construído coletivamente, possa contribuir com as
reflexões, ações e metas das Instituições de Educação Infantil, a fim de que se busque, cada
vez mais, possibilitar uma educação que promova equidade e qualidade para bebês e crianças
cearenses.
07
Asas da imaginação...
Como é bom poder imaginar um mundo melhor, mais justo e feliz para nossas crianças! Como já
disse Rubem Alves, elas são como pássaros e o nosso papel, enquanto profissionais da Educação, é
fortalecer suas asas e garantir que os voos sejam o mais seguro possível. Por isso, decidimos
começar nosso diálogo falando sobre as asas! Como podemos fortalecê-las, como podemos ajudar a
“criar asas”, se nós não compreendermos seu real sentido?
Para muitos, as asas trazem leveza e liberdade. É a possibilidade de alçar voos, de mudar, de se
transformar. Para algumas etnias indígenas, por exemplo, as penas e as plumas simbolizam a
imersão em rituais e cerimônias socioculturais. Para algumas religiões, as asas são sinônimo de
espiritualidade (por vezes associadas a anjos).
09
O ninho:
Mesmo dentro de uma gaiola, os pássaros continuam voando e cantando. Nesta perspectiva, o
Governo do Estado do Ceará vem emitindo vários decretos e outros instrumentos normativos com
orientação e intenção de manter as atividades escolares em funcionamento, apesar "da gaiola" da
pandemia, e assim assegurar o direito à educação e à aprendizagem de bebês e crianças, de forma
remota e/ou híbrida, sem perder o foco na preservação da vida.
Aqui ressaltamos três decretos: o de nº 34.324, o de nº 34.399 e o de nº 34.418, os quais orientam para o
retorno das atividades presenciais e para a permanência das medidas de isolamento social contra a
Covid-19 no Estado do Ceará. Diante desses documentos, algumas atividades foram liberadas.
10
O Decreto Governamental de nº 34.399, de 13 de novembro de 2021, trouxe a dispensa para o
cumprimento do distanciamento mínimo adequado em sala de aula.
Dessa forma, podemos observar que os decretos não obrigam o retorno, mas compreendem que
precisamos ficar em alerta e orientam para que cada sistema de ensino e sua rede escolar possam
fazer sua opção pelo retorno presencial, conforme sua estrutura de ensino e suas condições
sanitárias.
Atenção!
11
Uma revoada:
a intersetorialidade na Educação Infantil
A Rede Nacional da Primeira Infância incentivou, no ano de 2010, que todos os municípios
elaborassem o que chamaram de Plano Municipal da Primeira Infância, com base no Plano
Nacional da Primeira Infância. O plano nacional orienta o cumprimento de todos os direitos de
bebês e crianças e visa fortalecer e ampliar a intersetorialidade. Um dos objetivos principais para
conjugar essas ações mobilizadoras, de vários setores governamentais e não governamentais, são
ações de proteção absoluta e integral, nas áreas de educação, saúde, ação social, fortalecendo os
vínculos familiares e valorização da cultura e do lazer.
De acordo com o Guia Intersetorial - RNPI (2015, p.16) é importante nessa caminhada, definir
objetivos e metas para um planejamento multisetorial, além disso, ele recomenda que sejam
elaboradas perguntas que possibilitem diagnosticar ações que foram e ou que estão sendo
realizadas, em seu município, com este propósito.
Aqui no Ceará temos um exemplo muito profícuo de ações intersetoriais com o Programa Mais
Infância Ceará¹. O Governo do estado adotou políticas de intervenções que fortalecem e valorizam
a garantia de todos os direitos de bebês e crianças, desde a Educação Infantil. São políticas que
fortalecem o vínculo familiar, a valorização de ações formativas para profissionais que atuam junto
as famílias, por meio de visitas domiciliares. Outro aspecto que faz parte da política é a proteção
absoluta de maus-tratos, essas ações orientam, também, para a importância das interações e do
livre brincar como elemento fundamental para o desenvolvimento integral das crianças.
É papel da escola pensar em ações intersetoriais, contínuas, que garantam a qualidade e equidade
da Educação Infantil e que assegurem os direitos e benefícios dos bebês, das crianças e das famílias
cearenses.
12
Para saber mais sobre o Programa Mais Infância, acesse o e-book: https://www.ceara.gov.br/wp-content/uploads/2019/07/EBook-MaisInfanciaCeara-
2019.pdf
Asas de Águia:
conversando com a gestão
Estamos iniciando um novo ano e com ele grandes desafios e boas perspectivas para a primeira etapa da
Educação Básica! Sabemos da importância da Educação Infantil para o desenvolvimento social, emocional,
cultural e cognitivo de bebês e de crianças.
Consideramos aqui dois elementos fundamentais para construção de uma Educação Infantil de qualidade:
uma delas é uma boa relação entre escola e família e a outra é a necessidade de que a Instituição de Educação
Infantil seja um espaço onde as crianças possam interagir, brincar, conversar, construir algo junto com
outras crianças e com adultos de referência, aprendendo e se desenvolvendo por meio de vivências lúdicas
que assegurem seus direitos.
A Educação Infantil é entendida como um espaço que promove educação e cuidado, por meio de interações,
de brincadeiras que fortalecem vínculos emocionais, sociais, e que promovem o desenvolvimento integral de
bebês e de crianças, além de assegurar seus direitos de aprendizagem.
Lembramos que você, gestora(or) escolar, é uma peça fundamental nesta caminhada e contamos com seu
apoio para gerenciar esse recomeço das crianças da Educação Infantil.
13
Fortalecendo as asas: o olhar para os cuidados
socioemocionais na unidade escolar
A comunidade escolar está voltando ao exercício de suas atividades presenciais. Após um longo
período de distanciamento social, com esse retorno, surge a necessidade da gestão escolar pensar
em como lidar com a reconfiguração da continuidade das práticas pedagógicas na Educação
Infantil.
Todos estão voltando ao “modo presencial” na instituição escolar, ou seja, todos e, aqui focando
as(os) professoras(es), voltam a frequentar a escola, usufruindo da estrutura física escolar (salas de
referência, pátios, brinquedotecas, parquinhos, bibliotecas, brinquedos) e do convívio com as
crianças. Elas, nos exercícios de suas interações e brincadeiras, voltam a vivenciar suas
experiências lúdicas e psicomotoras compartilhadas com seus pares, intensificando o corpo a
corpo, presencialmente, acompanhadas de seus professores.
Este é um momento que convida as(os) gestoras(es) escolares a lançar um olhar especial no retorno
da aprendizagem presencial, firmando sua atenção em si e nas(os) professoras(es), observando
como as(os) docentes estão retornando às suas atividades presenciais, afinal foi um longo período
marcado por muitos desafios, medos, isolamento social, perdas etc. Este tempo de agora requer,
sim, como sempre e com mais intensidade, um grande cuidado e zelo, afinal é preciso fazer uma
nova transição do trabalho docente remoto para o trabalho com práticas pedagógicas presenciais.
É importante que as(os) gestoras(es) compreendam que o papel da(o) professora(or) na educação
integral da criança tem um compromisso com a aprendizagem, com o desenvolvimento cognitivo,
afetivo e psicomotor articulado pela educação socioemocional, propiciando o desenvolvimento de
aprendizagens para que professoras(es) e crianças sejam capazes de serem autônomas(os), capazes
de lidar com os desafios sociais, que saibam enfrentar seus problemas, que saibam dar soluções
por si mesmos, lidando com suas questões emocionais de forma saudável, ampliando a
sensibilidade das crianças, desde a infância, seres humanos mais sensíveis, que sabem se
relacionar de forma eficaz e ética, consigo e com os outros em sua vida diária.
Neste quesito o papel da(o) professora(or) é de grande relevância na educação da infância, visto que
as crianças aprendem muito mais pela experiência das interações vividas com os outros e com o
meio do que pelo que lhes é dito e imposto como regras. E assim surge a questão:
14
Como as(os) gestoras(es) podem contribuir com
seus(suas) professoras (es) para o desenvolvimento
dos cuidados socioemocionais das crianças?
É importante lembrar que as(os) professoras(es) são espelhos para suas crianças, afetando-as com
seus atos, atitudes e posturas, fato que nos convoca a pensar:
Este momento solicita que as(os) gestoras(es) priorizem algumas formas de escuta, acolhimento e
cuidados endereçados às(aos) docentes, fortalecendo uma rede de cuidados que se estendem e
afetam toda a comunidade escolar.
Dialogar fazendo uma escuta ativa, a fim de potencializar o fortalecimento dos laços nas
relações pessoais e de trabalho.
Oferecer apoio diante dos possíveis desafios, mostrando que estão todas(os) juntas(os) e
de mãos dadas.
Afinal, a condição necessária para que as(os) gestoras(es) possam acolher docentes, bebês,
crianças e famílias é que estejam bem. É assim que podemos pensar numa rede de apoio e
cuidados socioemocionais dentro de uma comunidade escolar.
15
Temporada de migração: procedimentos legais para
ajustar a rota
Como ficou o encerramento do ano escolar, quanto à carga horária e à promoção das
crianças da Educação Infantil em 2021/2022?
16
O trecho acima nos mostra, no parágrafo I, que na Educação Infantil não há a obrigatoriedade do
cumprimento mínimo de dias letivos (200 dias) e do cumprimento da carga horária (800 h/a),
enquanto durar o tempo pandêmico. É importante frisar que o Parecer do CEE 299/2020 concedeu,
“durante o estado de calamidade, reconhecido pelo Decreto no 6, de 20 de março de 2020, [...]”, o
abono de 60% de frequência às crianças da Educação Infantil.
Atenção!
17
Atenção!
De acordo com a Lei no 12.796/2013, uma atualização da LDB 9394/1996 no seu Art. 31, determina
que a Educação Infantil seja organizada de acordo com regras comuns, no que se refere ao registro
das crianças. Diante a escola precisa observar o seguintes direcionamento:
Diante disso, o registro do acompanhamento das aprendizagens das crianças da Educação Infantil
passou a ter um novo procedimento orientado pelo Parecer do CEE, nº 299 de novembro de 2020 (e
ratificada pelo Parecer 0386/2021), que apontava para o abono da exigência da frequência mínima
de 60% na Educação Infantil.
Observe:
18
EIXO II - Orientações para o Registro Escolar
A orientação para o registro escolar será dada
para cada uma das situações propostas no Eixo
I.
Situação 1
Atenção!
Em 2020 e 2021, com o avanço da Covid-19, bebês e crianças tiveram perdas que deixaram marcas em
seu desenvolvimento integral e que, com certeza, serão evidenciadas em seu retorno presencial em
2022. Diante desse cenário, precisamos continuar fortalecendo todos os laços afetivos e nos
comprometer com um trabalho competente e de qualidade, para minimizar os efeitos nefastos
oriundos das consequências da pandemia. Sabemos que esse é um novo tempo e a escola, a cada dia,
se reinventa e precisa continuar planejando, com base em seu PPP, novas estratégias para trazer de
volta à escola seus bebês, crianças e família, acolhendo-os com amorosidade, respeito e humanidade.
Temos ciência de que professoras(es) e gestoras(es) estão fazendo de tudo para que haja motivação,
ambiente e espaços acolhedores, preparados com todas as orientações sanitárias para que todas(os)
se sintam motivadas(os) a permanecerem convivendo, brincando, aprendendo e interagindo
harmoniosamente dentro das instituições e em seu entorno.
Sabemos também que, com a pandemia, a Educação Infantil sofreu altas taxas de evasão escolar,
apesar das buscas ativas que gestoras(es) e professoras(es) realizaram nesse período. Muitas escolas
não conseguiram contato com algumas famílias e consequentemente diversas crianças, que estavam
matriculadas, não realizaram suas atividades - mesmo em casa orientadas pela escola. Esse contexto
se deu por diversos motivos, tais como a inacessibilidade às ferramentas digitais e ausência de
suporte dos familiares. Fatores esses que influenciaram negativamente na aprendizagem e no
desenvolvimento das crianças.
Vejam o que estabelece o Artigo 5º, da legislação que orienta sobre o corte etário, definido pela
Resolução do CNE/ CEB no 5/2009:
O Parecer do MEC, via CNE/CEB nº 20/2009, indica que as escolas de Educação Infantil devem
organizar suas turmas com a quantidade de crianças estabelecidas na seguinte orientação:
Atenção!
20
Levando em consideração as características do espaço físico da unidade escolar e das crianças, no
caso de agrupamentos com criança de mesma faixa de idade, recomenda-se:
Gestoras(es), é importante lembrar que essa organização precisa ser explicitada às famílias e
amplamente dialogada com os demais segmentos da comunidade escolar.
21
Ajustando as penas e traçando a rota: o Projeto
Político-Pedgógico (PPP) na prática
Sabemos que o PPP para a Educação Infantil também se configura como uma importante
ferramenta para o planejamento e a realização de todas as atividades, portanto, é fundamental que
ele seja conhecido, discutido e revisado de acordo com as políticas públicas educacionais vigentes.
O documento de Parâmetros para Promoção da Qualidade e Equidade da Educação Infantil
Cearense, publicado pela Secretaria da Educação do Estado do Ceará, apresenta, na dimensão 3,
parâmetro I, os indicadores pertinentes à elaboração, à revisão e ao acompanhamento do PPP,
cujas ações devem ser realizadas de maneira democrática e participativa, para o fomento ao direito
de aprendizagem e desenvolvimento integral de bebês e das crianças.
22
Outra publicação que pode orientar a construção e/ou atualização do PPP é o Caderno de Gestão
Pedagógica da Educação Infantil – fascículo 1, lançado em 2021, cujo texto traz elementos
indispensáveis para subsidiar nosso entendimento acerca da relevância desse projeto para as
creches, pré-escolas e escolas que ofertam Educação Infantil, além de toda comunidade escolar.
No referido caderno, são apresentados os marcos situacional, doutrinal ou filosófico e operacional
que caracterizam o PPP, bem como sugestões de como alinhar a Gestão Participativa às
necessárias discussões sobre o projeto, e alinhar a Formação profissional com a elaboração do
documento.
23
Área de preservação: para além de receber com
segurança...acolher!
Nos últimos meses de 2020 e em 2021, o Governo estadual propôs o retorno seguro das atividades
presenciais nas escolas, portanto os cuidados com nossas crianças, com as(os) professoras(es) e com
todas(os) que fazem a escola devem seguir os protocolos sanitários e os decretos publicados, com o
intuito de reduzir os riscos de transmissão e tornar o ambiente seguro para todos que participam da
instituição.
Atenção!
Gestora(or),
Consulte o “Guia Estratégico para implementação do Contexto Híbrido e
retorno ao presencial na Educação Infantil: vínculo escola-família” para
rever orientações sobre a temática de organização de espaços.
24
Fonte: https://www.saude.ce.gov.br/2021/09/08/afericao-de-temperatura-deixa-de-ser-obrigatoria-nos-estabelecimentos-cearenses/
Atenção!
O álcool em gel não deve ser utilizado por crianças menores de 5 anos. A
Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomenda o uso obrigatório de
máscaras em crianças menores de 5 anos.
25
Um ambiente acolhedor
O acolhimento e a escuta deve ser uma ação integrada de toda a equipe da instituição de Educação
Infantil, desde a gestão escolar, as(os) professoras(es) e as(os) demais profissionais. Ao iniciar esse
novo ano letivo, faz-se necessário ter um olhar cuidadoso para esse momento tão importante.
Para tanto, é necessário que a instituição de Educação Infantil faça um planejamento que
contemple atividades receptivas envolvendo os pais e responsáveis, para que possam se sentir
parte do processo de aprendizagem e do cotidiano escolar de seus filhos, tomando conhecimento
da proposta pedagógica da unidade escolar, através do Projeto Político-Pedagógico, conhecendo a
gestão, os docentes e os funcionários, visitando os espaços e, numa perspectiva democrática,
participando não somente das reuniões, mas também dos projetos pedagógicos durante o ano
letivo, fortalecendo o vínculo família-escola, para que juntas possam dialogar e sugerir ações e
estratégias que possibilitem a promoção e qualidade da educação de bebês e crianças.
Desde o primeiro dia até o encerramento do ano letivo, o acolhimento deve estar presente na
rotina escolar das crianças, através de atividades lúdicas e estratégias pedagógicas que despertem
seu protagonismo e desenvolvam diversas aprendizagens.
Atenção!
O álcool em gel não deve ser utilizado por crianças menores de 5 anos. A
Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomenda o uso obrigatório de
máscaras em crianças menores de 5 anos.
26
Para o alto e avante: Construindo a jornada
pedagógica de 2022
Gestoras(es),
Após empreendermos os pontos-chaves para encerrar o ano letivo de 2021 e começarmos 2022,
vamos construir juntas(os) nossa jornada pedagógica? Compreendendo a autonomia que as
unidades escolares possuem para, a partir de seus diversos contextos, estabelecer uma rotina de
jornada, neste caderno vamos partir do que é essencial para o primeiro dia e o que não deve ser
deixado de lado nos demais.
Assim, cada creche, pré-escola e escola que oferta Educação infantil pode se organizar de acordo
com suas necessidades, utilizando quantos dias achar melhor e mapeando as trajetórias que mais
refletem suas práticas.
27
Plano de Ação
A todo mundo eu dou psiu, perguntando por meu bem
tendo o coração vazio, vivo assim a dar psiu
sabiá vem cá também [...]
* Gestoras(es), convidem previamente as famílias das crianças matriculadas para este momento. Mães,
pais, avós e/ou cuidadores podem ser convidados por WhatsApp, SMS, ligações.
* Sugerimos uma dinâmica de apresentação e de escuta, na qual as famílias possam falar sobre suas
dificuldades, seus receios, seus desejos e as expectativas para o ano letivo.
O momento precisa ser curto, considerando as atividades das famílias. É preciso compreender também
que o foco, neste momento, são os adultos de referência e não as crianças, embora elas sejam o centro do
processo.
* Esta oferta precisa ser bem planejada, com adaptação da linguagem, a fim de atender o público-alvo e
dinamicidade.
MOMENTO GESTÃO - DOCÊNCIA
Palestra sobre o arranjo Curricular da Educação Infantil (jogando luz sobre a BNCC, o
DCRC e as OCPC).
28
Diversos voos para uma jornada
Após as ações do primeiro dia de jornada pedagógica, o que colocaremos aqui são diversos
caminhos que podem ser seguidos de formas diferentes em cada unidade escolar. O importante é
que os pontos sejam abordados, respeitando a autonomia da escola e os vários contextos
socioculturais.
Pareceres e decretos
PPP
Documentação pedagógica
Calendário escolar
Ambientes de aprendizagem
1º P IL A R 2º PILAR IL A R
3 º P
Destacamos os momentos de Ressaltamos a construção coletiva
leitura crítica e estudos dos do calendário letivo, atentando-se
Evidenciamos o caráter documentos normativos, pois ao plano de ações traçado pelo
interativo e dialógico do são pontos fundamentais e serão município e aos momentos de
processo, uma vez que os base para a construção de celebrações coletivas de cada
papéis desempenhados por propostas didáticas. comunidade escolar. Além do
gestoras(es), professoras(es)
calendário, é necessário conversar
Nesse sentido, sugerimos que sua sobre a documentação
e famílias são
instituição realize esse momento pedagógica, a qual envolve “a
complementares e, portanto,
alternando entre trabalhos conjugação de três ações
essenciais. individuais, trabalhos em pequenos inseparáveis: observação, registro
grupos e ações com o coletivo de e reflexão.” (CEARÁ, 2019, p. 174,
profissionais da Instituição. grifos do documento).
CEARÁ, 2021, p. 07
29
Batendo as asas:
Conversando com as(os) professoras(es)
As andorinhas voltaram
E eu também voltei
Pousar num velho ninho
Que um dia aqui deixei.
(As andorinhas, Tonico & Tinoco)
Professoras(es), crianças e alunas(os) são convidadas(os) a pensar sobre os possíveis desafios neste
retorno. Este é um momento em que as(os) docentes são convocados a lançar mão de uma máxima
capacidade de observação para compreender como todas as crianças (e como cada uma) estão
chegando à escola. O foco do momento deverá se pautar numa escuta ativa, assim como identificar
como estão suas estruturas socioemocionais. Às(os) professoras(es), também cabe lançar mão de
seus saberes e práticas dos cuidados socioemocionais como estratégias fundamentais para
colaborar com as famílias e crianças a enfrentarem os possíveis desafios referentes ao retorno
presencial.
A tônica deste momento é acolher e cuidar com o intuito de criar um vínculo afetivo de confiança
através do diálogo e de outras práticas possíveis de cunho lúdico e artístico, como jogos
psicomotores. Esses laços de confiança se estabelecem numa cadeia de cuidados socioemocionais.
Professoras(es) bem acolhidas(os) e confiantes afetam emocionalmente as crianças com mais
confiança e assim se fortalecem proliferando essa potente rede de acolhimentos e cuidados. 30
Para Wallon, não há aprendizagem sem afetividade e, quando ele afirma isso, está dizendo que,
para aprender, é fundamental que a criança esteja segura e imbuída de bons afetos, pois são estes
que lhes provocam expansão para o desejo de aprender.
É importante lembrar que estamos vivendo os efeitos causados pela pandemia e, por esta razão, o
ponto de partida é pensar num programa interventivo, criando ações restauradoras e
fortalecedoras nas relações pessoais na instituição escolar. A finalidade deste momento é observar
que cada uma das crianças solicita um tipo específico de cuidado e, dentre elas, algumas irão lidar
bem e outras podem enfrentar grandes dificuldades neste retorno ao presencial.
Portanto, quando as(os) professoras(es) optam por uma postura de acolhimento, estão declarando
o cuidado da instituição escolar endereçado às crianças e às famílias. Assim, assume um papel de
fundamental importância diante dos possíveis desafios nesta situação de transição. É desta forma
que as famílias, a escola e as crianças estreitam seus laços e constroem um senso de comunidade.
Estas são condições essenciais para enfrentar e superar os problemas e desafios nesta fase de
transição, e esta é uma condição para o fortalecimento de toda comunidade escolar, estimulando
os cuidados socioemocionais, tendo como foco basilar os cuidados, a resiliência, a abertura ao
novo, a amabilidade, o engajamento com os outros e a autogestão, assinalando que, apesar das
dificuldades, temos sim a grande capacidade de aprender e superar desafios de modo saudável.
O acolhimento e os cuidados socioemocionais das crianças neste retorno ao presencial, devem ser
de toda a instituição escolar, com o apoio máximo das(os) gestoras(es), afinal, as(os)
professoras(es) não conseguem fazer isso sozinhas(os). Faz-se necessário acolher, criando espaços
para escuta e saber como as crianças estão se sentindo. É importante identificar os sentimentos
que elas estão expressando, propiciar espaços para elas entrarem em contato com estes
sentimentos, falar sobre eles e desdobrá-los em desenhos, pinturas, jogos e/ou brincadeiras.
Quanto mais a criança entra em contato com os seus sentimentos, mais ela se conscientiza de
como está vivenciando cada momento e assim ela organiza-os. Afinal, quanto mais ela conhece e
sabe o que está vivenciando, mais há possibilidade de ela ter um maior controle de si mesma. 31
Voa voar… subir subir: o planejamento de práticas
pedagógicas de professoras(es) para acolhida de
bebês e crianças
Este ano, com o avanço da retomada das atividades presenciais, é importante refletirmos sobre as
ações relacionadas à acolhida calorosa, humana, lúdica e potencializadora da socialização, da
interação e da construção de vínculos afetivos entre bebês, crianças e adultos de referência (na
família e na escola).
Para início de conversa, precisamos de um grupo de pessoas que possam entender que bebês e
crianças vivem vários tipos de transição, sejam elas relacionadas às mudanças de espaços, isto é, à
saída de casa para a escola, ou mesmo à saída do convívio familiar para o convívio com colegas e
demais profissionais; mas também relacionadas às mudanças dentro das etapas da creche, da
creche para a pré-escola e da pré-escola para o Ensino Fundamental. Se o acolhimento for bem
planejado em todas essas fases, levando em consideração todas essas mudanças, certamente bebês
e crianças serão beneficiados(as).
32
A organização dos ambientes de aprendizagens
A organização dos espaços pode ser realizada de acordo com a faixa etária e com os objetivos de
aprendizagem e de desenvolvimento mobilizados. As salas de referências de bebês de 0 a 2 anos e
de crianças de 2 a 5 anos são estruturadas de maneira diferente, a fim de acolhermos contextos
diferentes. Junto com a equipe gestora, vocês podem olhar o que dizem os Parâmetros para a
Promoção da Qualidade e Equidade da Educação Infantil Cearense e efetivar as mudanças
necessárias.
Professoras(es),
Vocês encontrarão o detalhamento dos espaços e
ambientes da Educação Infantil na dimensão 04
Atenção! (Espaços, materiais e organização dos ambientes), do
documento de Parâmetros para a Promoção da
Qualidade e Equidade da Educação Infantil
Cearense.
33
Voar em V: estratégias para um voo de longas
distâncias
Como sabemos, em bando as aves voam no formato de “V”. Essa estratégia é utilizada para
percorrer longas distâncias e não fragilizar os pássaros, que se revezam em suas posições ao longo
do percurso.
Assim como as aves, professoras(es) também podem utilizar-se de subsídios pedagógicos para
fortalecer suas práticas, de acordo com as diversas realidades em que estão imersos e,
principalmente, considerando as várias infâncias. Uma das estratégias pedagógicas é a utilização
do material educacional Nova Escola Ceará, que foi pensado e escrito em parceria com um grupo
de consultores convidados e profissionais da Educação Infantil do estado do Ceará.
Como sabemos, em bando as aves voam no formato de “V”. Essa estratégia é utilizada para
percorrer longas distâncias e não fragilizar os pássaros, que se revezam em suas posições ao longo
do percurso.
Assim como as aves, professoras(es) também podem utilizar-se de subsídios pedagógicos para
fortalecer suas práticas, de acordo com as diversas realidades em que estão imersos e,
principalmente, considerando as várias infâncias. Uma das estratégias pedagógicas é a utilização
do material educacional Nova Escola Ceará, que foi pensado e escrito em parceria com um grupo
de consultores convidados e profissionais da Educação Infantil do estado do Ceará.
O material está alinhado à BNCC (BRASIL, 2017) e o DCRC (CEARÁ, 2019) e objetiva assegurar os
direitos de aprendizagem e desenvolvimento de bebês e crianças, respeitando as especificidades do
currículo de Educação Infantil e a realidade dos municípios cearenses. Ele cumpre com a missão
de apoiar o planejamento e a execução das atividades a serem desenvolvidas por professoras(es)
que estão em sala, em contato direto com bebês e crianças.
O material é composto por dois volumes para cada faixa etária da Educação Infantil (bebês,
crianças bem pequenas e crianças pequenas), divididos em unidades. Cada unidade traz um
conjunto de Objetivos de Aprendizagem e Desenvolvimento e Campos de Experiências respeitando
as orientações do Documento Curricular Referencial do Ceará (DCRC). As atividades são
apresentadas por meio de duas organizações didáticas: atividades recorrentes e sequências
didáticas.
34
As atividades recorrentes podem ser permanentes e não trazem uma sequência progressiva de
ações. As sequências didáticas guardam progressão entre si, ou seja, a segunda atividade faz
sentido após a primeira, e assim sucessivamente.
Como o Material Educacional Nova Escola Ceará pode ser útil na prática de
atividades do dia a dia na escola de Educação Infantil com bebês e crianças?
Como esse material pode servir de reflexão e orientação para o trabalho da(o)
professora(or)?
O Material Estruturado Nova Escola Ceará propõe atividades tendo como referência as concepções
de criança protagonista, competente, participativa, potente e capaz, considerando-a como centro
do planejamento. Há sugestões que respeitam a realidade das escolas de Educação Infantil e é
fundamentado em teorias e práticas que levam em consideração o desenvolvimento integral de
bebês e de crianças bem pequenas e pequenas.
Nele, professoras(es), vocês encontrarão uma seção voltada para a relação escola - família,
buscando integração nas diferentes ações das crianças, como é o caso abaixo:
Seção “Como engajar a família”, que traz orientações para que os adultos de
referência possam acompanhar e participar do desenvolvimento das(os)
suas(seus) filhas(os).
Além desta seção, há perguntas para guiar as observações da(o) professora(or) durante a realização
das atividades, dicas de espaços onde podem ser realizadas as atividades e materiais utilizados
nelas, sugestões de filmes e livros e indicações para o momento de preparação e planejamento,
realizados antes das atividades.
No ano de 2020 e 2021, a CADIN publicou uma série de cadernos, cards e podcasts com jogos e
brincadeiras, a fim de também apoiar as práticas pedagógicas de professoras(es). O projeto,
denominado Brincando em Família, fortaleceu os vínculos afetivos entre a escola e a família num
dos períodos mais críticos da educação: a pandemia de coronavírus. Em 2021, algumas atividades
propostas foram adaptadas do material estruturado Nova Escola Ceará, somadas a um encarte
especial para bebês e contações de histórias infantis, via Youtube.
Atenção!
Professoras(es),
Lembramos que este material visa apoiar o seu trabalho em todos os
momentos (desde o planejamento e a preparação até a execução da atividade).
Os cards, podcasts e demais materiais trazem brincadeiras e jogos que
possibilitam experiências e vivências de bebês e das crianças na Educação
Infantil cearense.
36
Várias trajetórias sob o mesmo radar: a
documentação pedagógica
Outro ponto de destaque é considerar os diversos contextos de aprendizagem para que a avaliação
seja fidedigna, observando todas as especificidades das faixas etárias das crianças. Para tanto, o
registro pedagógico, coletivo e individual, é um instrumento de referência que abre diferentes
possibilidades para a(o) professora(r) registrar o processo de aprendizagem e desenvolvimento
seus(suas) bebês e crianças.
37
Em nossas discussões, destacamos a criança como o centro do planejamento pedagógico e
sugerimos atividades que possibilitem interações e brincadeiras. Quando a criança faz sua
transição para o Ensino Fundamental de forma não harmônica, ela se sente “sozinha” por
encontrar outra realidade, outra organização curricular e uma outra organização do espaço escolar
diferente das que estava imersa e para as quais ela não foi preparada.
Nossa sugestão é o constante diálogo, por meio de encontros pedagógicos permanentes, que
promovam estudos, reflexões e ações efetivas para melhorar a transição da Educação Infantil para
o Ensino Fundamental. O olhar observador e a escuta atenta das(os) professoras(es) são elementos
essenciais para o processo de desenvolvimento integral das crianças, além de chamar a atenção
para a concepção de criança cidadã, potente e capaz de desenvolver múltiplas linguagens.
Professoras(es),
Para ajudá-las(os) a construir a primeira semana letiva, com foco no acolhimento de bebês e
crianças, sugerimos aqui duas atividades que refletem o que acreditamos e defendemos nas seções
anteriores: a criança no centro do processo e a intencionalidade educativa.
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Propostas de atividades para acolhimento
Transforme as fotos das famílias das crianças em quadros e fixe na sala de referência. Nos
primeiros dias, leve as crianças, em grupo, para ver as fotos, perguntando se ela conhece
as pessoas e quem são elas.
Se possível, convide a família para esse momento, no início do turno. Assim, elas podem
vivenciar essa experiência juntas.
Convide as crianças a formarem grupos e pergunte a elas o que elas gostariam de ver nas
paredes da sala de referência (desenhos, fotos, calendário, nomes das crianças…).
Escute-as atentamente e organize os materiais de modo que elas possam construir o que
pensaram e fixar na parede.
Ao final do turno, convide as famílias a verem as paredes da sala, organizando uma
exposição de suas criações.
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Atenção!
Percebam que, nas duas atividades, as crianças estão livres para realizar suas escolhas e as
atividades são desenvolvidas com todo o suporte pedagógico necessário, direcionada pela(o)
professora(or). Mais atividades como essas podem ser encontradas no material estruturado Nova
Escola Ceará e nos materiais de apoio pedagógico disponibilizados pela Célula de Apoio e
Desenvolvimento da Educação Infantil - CADIN.
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Abra suas asas:
dicas de leitura e aprofundamento
Professoras(es) e gestoras(es),
Nesta seção, vocês encontrarão sugestões de leituras diversas (desde documentos norteadores a
vídeos que tratam sobre Educação Infantil). Para acessá-los, clique nas imagens, abram as asas e
mergulhem nesse lago do conhecimento junto com a gente.
Aproveitem!
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Base Nacional Comum Curricular - BNCC
42
A intersetorialidade nas políticas para a primeira infância
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Como fazer o PPP funcionar
COMO FAZER O PPP FUNCIONAR, You Tube, 2014. 1 vídeo (15 min).
Publicado pelo canal Gestão Escolar. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=s_tnaiuAksM. Acesso em: 23 de
novembro de 2021.
44
Para (não) concluir...
Professoras(es) e gestoras(es),
Durante todo o período de pandemia, unimos esforços e mobilizamos estratégias, com as escolas e
as famílias, para garantir os direitos de aprendizagem das crianças. Nesse sentido, acreditamos
que foi possível, dentro das condições e contextos impostos, desenvolver ações que possibilitassem
o desenvolvimento de bebês e crianças cearenses.
Acreditamos e desejamos que, juntas(os), podemos avançar ainda mais e potencializar o que já foi
realizado, em busca de minimizar os efeitos causados neste ano, para que nossas crianças tenham
oportunidade, de forma equânime, de ter suas próprias experiências e construírem seus saberes de
forma significativa.
Como trouxemos ao longo do caderno, é chegada de voar e (re) fazer mais uma longa jornada e,
inspirados por Branquinho da Fonseca, estamos de asas abertas para, sobre montes, rios e mares,
dar a volta ao mundo e continuar!
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Referências
AMORIM, A.M.(org.) [et al.]. Parâmetros para Promoção da Qualidade e Equidade da Educação
Infantil Cearense. Fortaleza: SEDUC, 2021. Disponível em
https://www.seduc.ce.gov.br/parametros-para-promocao-da-qualidade-da-educacao-infantil-
cearense/ Acesso em: 22 dez. 2021.
BRASIL. Ministério da Educação. Lei nº12.796, de 4 de abril de 2013. Altera a Lei no 9.394, de 20 de
dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para dispor sobre a
formação dos profissionais da educação e dar outras providências. Brasília, DF, 04 de abril de
2013. Disponível em
https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/3003735 6/do1-2013-
04-05-lei-n-12-796-de-4-de-abril-de-2013-30037348 / Acesso em 22/12/2020. Acesso em: 22 dez.
2021.
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BOLSI, C.F. A ACOLHIDA INICIAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL. Rio de Janeiro: [s. n.], 2011. 32 p.
Disponível em:
https://grupoinfoc.com.br/publicacoes/monografias/BOLSI_Carolina_A_acolhida_inicial_na_educ
acao_infantil_Pre_Textuais.pdf. Acesso em: 22 dez. 2021.
FARIAS, F. C. Pode entrar a casa é sua! O Acolhimento na Educação Infantil e a Relação Família -
Escola. In: Pesquisa apresentada no XII Congresso Nacional de Educação, PUC/PR, 2015.
Disponível em: https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2015/20180_10104.pdf Acesso em: 22 dez.
2021.
47