Neste texto, faço um breve comentário a respeito do texto intitulado acima,
que faz parte do livro Abordagens e concepções sobre o território, de Marcos Aurélio Saquet. O autor chama a atenção para o cuidado em se utilizar métodos de análise territorial europeus no Brasil. Sem desmerecer a importância de tais estudos, deve- se observar a realidade do Brasil, que se contrasta com a encontrada na Itália ou França, por exemplo. As descontinuidades, multitemporalidades, multiescalaridades e especificidades brasileiras devem ter atenção especial. Segundo o autor, a territorialização é (i)material qualquer que seja o local em que ela aconteça. Há uma (i)materialidade nas formas e relações sociais. Enfatiza a simultaneidade que as coisas acontecem. Redes em territórios e territórios em redes, nas redes. Multiplicidade de conexões entre os lugares e de relações sociais entre os grupos. Tudo concomitante. Todos vivemos territorialidades múltiplas. Há um destaque para as forças econômicas, políticas e culturais, como defendidas por Haesbaert, onde essa concomitância se revela nos processos de territorialidades, desterritorialidades, reterritorialidades, sendo importante contextualizar o processo no tempo e espaço. A compreensão que fica do texto é que a abordagem territorial deve prezar por atender aos anseios dos indivíduos. Menos voltado para o político e econômico e mais centrado na autonomia de cada lugar para que a justiça social seja contemplada como objetivo.
SAQUET, Marcos Aurélio. Abordagens e concepções sobre território. São Paulo:
Outras Expressões, 3ª ed. 2013. p. 157-177.
¹Mestrando em Geografia – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.