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Exame

Físico na Avaliação Sistemática de Enfermagem

Andressa Tavares Parente

“Criança- Alguém que fica conosco por um tempo e desaparece para sempre no mundo dos
adultos...”(Jayme Murahovschi)

 Dados fundamentais do crescimento e desenvolvimento da criança:

 Idade  Fases

 0-28 dias  Recém-Nascido (RN)

 29d – 2 anos  Lactente

 2 anos-7anos  Pré-escolar

 07 anos- 10anos  Escolar

Murahovschi, 2006

 O que deve ser mensurado (medidas importantes):

1- Fundamentais: Peso (P) e estatura (E);

2- Importantes: perímetro cefálico (PC), perímetro torácico (PT) e perímetro abdominal (PA).

 Coleta de dados :

1- Identificação do RN (nome da mãe, cor, sexo, procedência, queixa de internação, avaliação


geral do quadro);

2- Antecedentes familiares (doenças hereditárias e infecto-contagiosas);

3- mãe: condições de saúde(diabetes, infecções, HAS, nefropatias, cardiopatias, distúrbios


metabólicos, neurológicos, glandulares ou uso de droga);

4- história gestacional: número de gravidez, aborto, tipo de parto, natimortos, nascidos vivos
(ver peso > 2.500g<), óbitos após nascimento (perguntar causa);

5- gestação atual: DUM, duração da gestação (semanas), núm. De consultas pré-natal, vacina
antitetânica, grupo sanguíneo (ABO;RH), exames, infecções, hemorragias ( perguntar
trimestre);

6- Parto: cesário, normal, eliminação de mecônio, data de nascimento e intercorrências;


7- Avaliação do RN ao nascimento: Apgar, reanimação, malformações.

 O exame físico ambulatorial (que busca anormalidade ou alterações ) diferencia-se do


hospitalar, onde a criança encontra-se com alguma alteração no seu padrão de
normalidade;

 O sucesso do EF está em saber distinguir sinais normais e anormais no organismo


avaliado;

 Material necessário para EF:

- Balança

- Estetoscópio

- Termômetro

- Fita métrica

- Lanterna

ESTRUTURAL:

1- berço ou isolet aquecida;

2- balança;

3- fonte de oxigênio + fluxômetro;

4- aspirador;

5- monitor cardíaco;

6- aparelho de pressão adequado;

7- respirador, CPAP nasal ou oxihood

 MATERIAL:

1- material para punção venosa;


2- ambú com máscara adaptada;

3- glicosímetro + fita;

4- pulseiras para identificação do paciente e mãe;

5- laringoscópio com lâmina 0, 1 e 2.

6- TOT´s (tubo orotraqueal) e sondas de aspiração num.6, 8 e 10.

Berço de Calor Irradiante ou Aquecido Fluxômetro de ar comprimido e oxigênio

Isolet Aquecida Incubadora “baiana”

 Exame físico (EF):

1- O exame físico tem como objetivo identificar presença de anormalidades, trauma e


estresse;

2-Deve ser realizado com a criança despida, mas em condições térmicas satisfatórias;
3- Estatura e peso variam de acordo com a idade gestacional e o tamanho da criança;

4- O estado de consciência é dado pelo conjunto de atividade⁄hipoatividade e reatividade +


achados de fácies, postura e reflexos;

5- É necessário que o paciente encontre-se estabilizado, antes de iniciar o EF;

6- Observar o paciente em repouso (avaliação geral) para depois EF minuciosamente, no


sentido céfalocaudal;

7- Interromper o exame caso paciente desestabilize.

8- observar aspecto geral de face (sugestivo de anomalia cromossômica) ou lesão traumática;

9- A pele apresenta-se, normalmente, levemente rosada ou avermelhada. Observar palidez,


cianose, petéquias, hematomas, aspecto marmóreo (hipotermia), epidermólise bolhosa e
ictiose;

10- observar vérnix caseoso (material cremoso esbranquiçado);

11- observar edema mmss, mmii;

12- observar milium em face (pontos brancos);

13- Hemangiomas capilares.

Ictiose Hemangioma
Vérnix caseoso Vérnix caseoso

 Exame físico Especial

1- cabeça e pescoço:

 PC é maior que o PT em 1 a 2 cm, podendo variar em relação a prematuridade. Em


média entre 32 a 34 cm;

 Fontanelas (deprimidas, abauladas);

 Observar hidrocefalia ou microcefalia;

 Observar ocorrência de bossa serossanguínea;

 Rosto: alinhamento entre olhos e implantação da orelha; cavidade oral (lábios⁄lábio


leporino ; palato⁄fenda palatina); língua (tamanho e posição na cavidade oral); cor e
integridade de mucosa, salivação, reflexo de sucção,

 Olhos: edemas, pupilas reagentes e simétricas, observar secreção;

 Nariz: tamanho, permeabilidade, batimento de asas do nariz, atresia cloanal;

 Orelhas: posição em relação aos olhos, resposta aos sons.

2- tronco-tórax:

 Tipo de respiração (profunda, superficial, elaborada, espontânea, assistida);

 presença de retrações, gemidos, ruídos, dreno torácico;

 Coração: perfusão periférica e ausculta cardíaca (4 espaço intercostal);

 Pulso: femorais, pediais, radiais, checar força.

3- Abdomen:

 Protuso, plano, distendido, ruídos hidroaéreos, presença de massa;

 Resíduo gástrico: claro, amarelado, borráceo, bilioso, sanguinolento;

 Presença de hérnia (umbilical ou inguinal);

 Fígado palpável .

Local de ausculta cardíaca


4- Geniturinário⁄reto

 Diurese:espontânea ou por sonda (observar cor e aspecto);

 Genitália masculina : abertura uretral, prepúcio, posição dos testículos (criptorquidia)

 Genitália feminina: anatomia de grandes e pequenos lábios, clitóris, secreção;

 Reto: verificar permeabilidade anal, fístulas, anomalias anorretais, fezes.

5- Extremidades

 Observar comprimento, movimento e descartar fraturas;

 Número de dedos em mãos e pés, pulso e perfusão.

Neurológico:

 Atividade (alerta, chorando, sonolento);

 Irritadiço, choroso.

Pesquisa de reflexo:

Conceito: são reações automáticas desencadeadas por estímulos, favorecendo a adequação da


criança ao ambiente;

 Reflexo de busca e sucção: estímulo na região perioral com o dedo;

Resultado: espera-se que a criança responda virando a cabeça em direção ao estímulo,


abrindo a boca e movimento de sucção;

OBS:A sucção é um reflexo primitivo, inato, observado antes mesmo do nascimento,


na 29ª semana de vida intra-uterina.
A sucção fisiológica é muito importante para a criança, tanto para fins alimentares e
nutricionais quanto para seu desenvolvimento craniofacial e psicológico.
 Reflexo de Moro: a estimulação se faz com a mudança de equilíbrio e/ou barulho
estridente;

Resultado: estende os braços, pernas e joga a cabeça para trás. Cessa por volta dos 6 meses.

 Reflexo da preensão palmar: a estimulação se faz com cócegas na palma da mão.

Resultado: agarra fortemente o dedo. Cessa por volta dos 4 meses.

 Reflexo da preensão plantar: a estimulação se faz tocando a planta do pé abaixo dos


artelhos

Resultado: os artelhos agarram-se fortemente. Cessa por volta dos 4 meses.

 Reflexo de babinski: a estimulação se faz com cócegas na planta do pé.

Resultado: os artelhos abrem-se em leque. Cessa por volta dos 9 meses.

 Reflexo de marcha: a estimulação se faz segurando o bebê sob o braço, com os pés
descalços, tocando uma superfície plana.

Resultado: apresenta um caminhar coordenado. Cessa por volta dos 3meses

Outros: reflexo tônico-cervical, reflexo de galamt,

Pontos de ausculta
Ruídos Adventícios ou Estertores

Classificação Subclassificação característica

1- Estertores secos: Estertores secos Possuem baixa tonalidade, na sua maioria


sonoros (roncos) expiratório, podem ser diminuídos pela
Produzidos pela passagem
tosse
do ar pelos brônquios
comprometidos
Estertores secos Na sua maioria expiratórios, alta
sibilantes tonalidade, não diminuem com a tosse.
Característica de processo inflamatório
pulmonar. Pode ocorrer junto com roncos

2- Estertores úmidos: Estertores úmidos Finas bolhas, são sons criptantes na porção
produzidos pela passagem criptantes distal da árvore brônquica, no final da
de ar pela coleção de inspiração
fluidos

Estertores úmidos médias bolhas, são sons criptantes na


subcriptantes porção distal da árvore brônquica, no final
da inspiração, ocorrendo devido edema
pulmonar, pneumonia e tuberculose

Estertores úmidos Grossas bolhas, são inspiratórios e


da traquéia expiratórios, podendo ter outras
subclassificações

Bibliografias consultadas:

1- MARCONDES, E. Pediatria Básica:pediatria geral e neonatal. 9 ed. São Paulo: Sarvier, 2003.
v. I

2-TAMEZ, R.N.;SILVA, M.J.Enfermagem na UTI Neonatal: assistência ao recém-nascido de alto


risco.3 ed . Rio de Janeiro: Guanabara KOOGAN, 2006.

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