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Todo o primeiro parágrafo é irónico, pois tudo o que é dito significa o seu
contrário:
nunca teve pior auditório do que os peixes, mas considerando que está a
dirigir-se aos homens (colonos do Maranhão) o seu sentido é irónico, pois
nunca teve pior auditório do que aqueles homens;
os peixes nunca se hão-de converter, o que é verdade, mas é para dizer que a
este desgosto já ele está acostumado, ou seja, são os homens que não se
convertem.
Por analogia com as duas propriedades do sal, a pregação de Santo António, que
é o “sal da terra”, tem duas propriedades: louvar o bem e repreender o mal.
Tal como Santo António louva o bem e repreende o mal, o Sermão do Padre
António Vieira vai louvar o bem que os peixes fazem – as virtudes – e
repreender o mal que também fazem – os vícios.
Por detrás dos louvores aos peixes estão as críticas aos homens. São acusados
de:
Se deixarem levar pelas vaidades;
Serem piores do que os peixes (como exemplo, o caso de Santo António e o de
Jonas);
Sendo inteligentes, actuam irracionalmente como feras;
Corrompem quem viver perto deles.