Schwarcz, discute sobre o racismo de forma a indagar sobre os fundamentos da ciência
positivista. A autora aborda o positivismo como ciência que baseou-se no determinismo para neutralizar a historicidade e contextos sociais. Assim, fatores estruturalmentes comprometidos com as desigualdades raciais sofreram um processo disfarçado de liberalismo, após uma falsa libertação que se mantém por baixo dos panos como escravismo moderno. Em sua obra, Schwarcz reconstitui o paradoxo da teoria Darwinista para dar fim as concepções racistas tão em voga na época. Lilia analisa a estrutura e o funcionamento das instituições produtoras de conhecimento no Brasil da época: os museus, os institutos históricos e geográficos e as faculdades de direito e de medicina. Assim, podemos observar como a autora demonstra que os intelectuais brasileiros mais bem remunerados e de maior prestígio à época tentaram “transformar diferenças sociais em barreiras biológicas fundamentais” (p. 316). A autora da enfâse no que se permanece concreto na sociedade: “raça permanece, porém, como tema central no pensamento social brasileiro” (p. 325), porém é de grande dificuldade romper estigmas produzidos por uma grande rede de intelectuais que ignoram o verdadeiro contexto histórico-social da escravidão.