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Resumo
Introdução
A característica mais marcante do processo reprodutivo é que este é cíclico. Tal característica
pode ser exemplificada em vacas, que apresentam comportamento estral que se repete em média
a cada 21 dias, sendo o período compreendido entre dois estros consecutivos denominado ciclo
estral. A justificativa evolutiva da atividade cíclica é prover à fêmea oportunidades sucessivas
de se tornar gestante e com isso perpetuar a espécie. A atividade cíclica depende de um complexo
mecanismo, orquestrado pelo sistema nervoso central que, em instância final, controla o
funcionamento do sistema reprodutivo. Tal controle é exercido pelas ações tecido-específicas
de hormônios protéicos e esteróides, fatores de crescimento, citocinas e prostanóides. A biologia
do ciclo estral bovino foi descrita exaustivamente em uma série de artigos científicos e livros
texto específicos (Roche et al., 1998; Wiltbank et al., 2002; Senger, 2003; Martinez et al., 2004;
Moore & Thatcher, 2006). O objetivo do presente trabalho é prover o embasamento teórico
necessário sobre o controle endócrino do funcionamento ovariano para que sua manipulação
farmacológica possa ser efetuada de forma racional.
Durante um ciclo estral, ocorrem normalmente duas ou três ondas de crescimento folicular
consecutivas, sendo apenas a última onda ovulatória. O folículo ovulado passa por mudanças
funcionais e estruturais para dar origem ao corpo lúteo (CL). O CL desenvolve-se rapidamente,
secretando quantidades crescentes de progesterona (P4). Por volta do dia 18, o processo de
luteólise causa a regressão do CL e a conseqüente queda das concentrações plasmáticas de P4.
Cada onda de crescimento folicular é caracterizada pelas fases de recrutamento, seleção e
dominância. O folículo dominante (FD) de uma onda tem dois destinos possíveis. Na presença
de P4 o FD entra em regressão ou atresia. Após a luteólise, o FD escapa à atresia e ovula. Se não
houver fertilização do ovócito ovulado, o ciclo se repetirá.
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Em uma determinada onda, cada fase de crescimento folicular é controlada por mecanismos
específicos. O início de uma onda de crescimento folicular depende do término da onda que a
precedeu. Com a atresia ou ovulação do FD anterior, diminuem as concentrações plasmáticas de
inibina e estradiol-17β (E2). Tais hormônios são inibitórios e sua diminuição resulta na liberação
de um pico de FSH pela hipófise anterior e no recrutamento de uma nova onda (Adams et al.,
1992b). O recrutamento consiste do crescimento concomitante de um grupo de folículos em
resposta ao FSH. Conforme os folículos vão crescendo, aumenta sua capacidade de produção de
E2 e inibina, que suprimem paulatinamente a liberação de FSH (Gibbons et al., 1997). As
concentrações decrescentes de FSH limitam o crescimento folicular e a maioria dos folículos
recrutados entra em atresia. A seleção folicular é o ajuste do número de folículos recrutados para
o número de folículos ovulados normalmente, em um ciclo estral, por uma determinada espécie,
ou seja, um no caso dos bovinos. Assim, dentre os folículos recrutados em cada onda, apenas
um é selecionado por conseguir continuar a crescer sob concentrações limitantes de FSH.
Ultrasonograficamente, pode-se definir a seleção pelo momento do “desvio” folicular, que é o
momento no qual o folículo selecionado passa a ter uma taxa de crescimento (i.e., aumento
diário de diâmetro) maior que os outros folículos recrutados na mesma onda (Ginther et al.,
2001). Os mecanismos de seleção são controversos, mas provavelmente o folículo selecionado
apresenta mais precocemente a capacidade de responder ao estímulo provido por uma outra
gonadotrofina hipofisária, o LH (Driancourt, 2001; Sartori et al., 2001). Em resposta ao LH o
folículo selecionado continua a crescer e sua capacidade de produzir E2 e inibina aumenta. Tal
fato leva as concentrações de FSH ao nadir e o folículo selecionado se torna dominante (Ginther,
et al., 1999). A dominância é definida como a capacidade de um folículo inibir o crescimento
dos demais. A taxa de crescimento do FD é maior quanto maior for a freqüência de pulsos de
LH, sendo esta controlada diretamente pelo neurohormônio hipotalâmico GnRH (Karsh et al.,
1997). Ocorre que a freqüência de pulsos de GnRH e, conseqüentemente, de LH é inversamente
proporcional às concentrações de P4 circulante (Adams et al., 1992a). Durante a fase luteínica
do ciclo estral a freqüência de pulsos de LH é insuficiente para estimular a diferenciação final e
ovulação do FD. Ao entrar em atresia o FD perde a dominância e ocorre recrutamento de uma
nova onda, como mencionado acima. Alternativamente, na fase folicular do ciclo, com a ausência
de P4 ocorre aumento na freqüência de pulsos de LH que estimula a liberação de quantidades
crescentes de E2 pelo FD. O E2 induz mudanças de comportamento associadas ao estro e induz
a liberação de um pico pré-ovulatório de GnRH, seguido por um pico de liberação de LH que
causa a ovulação do FD.
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pré-definida, visando um ou mais efeitos específicos, como por exemplo, controlar o recrutamento,
a seleção, a ovulação ou a atresia folicular.
utilizando estratégias similares às descritas acima (Nogueira & Barros, 2003; Baruselli et al.,
2006).
Para que ocorra a ovulação é necessário que um FD (i.e., pós-seleção e pré-atresia) seja
exposto a um pico de LH. Pode-se programar a presença de um FD com capacidade ovulatória
programando-se anteriormente o recrutamento da onda de crescimento folicular pelos métodos
descritos acima. Na ausência de P4 a ovulação ocorrerá espontaneamente. Assim, formas de se
programar a ovulação incluem a indução farmacológica da luteólise utilizando-se prostaglandina-
F2α ou seus análogos sintéticos (PGF) ou a remoção de um dispositivo contendo P4 ou
progestágenos, como o norgestomet, em animais previamente tratados com PGF. Para se controlar
mais precisamente o momento da ovulação, é comum utilizar-se em protocolos de IATF e TETF
algum agente indutor da ovulação. Para esse fim, comumente utilizam-se estrógenos (Lammoglia
et al., 1998), GnRH (Pursley et al., 1995) ou LH (Brogliatti et al., 1998). Binelli e colaboradores
(2001) propuseram uma série de estratégias visando diminuir a mortalidade embrionária associada
às falhas no processo de reconhecimento materno da gestação em bovinos. Tais estratégias
incluem o aumento da progesteronemia em animais previamente inseminados. Um aumento nas
concentrações plasmáticas de P4 pode ser alcançado pela ovulação do FD da primeira onda de
crescimento folicular e conseqüente formação de um CL acessório (Schmitt et al., 1996). De
fato, maiores taxas de prenhez foram reportadas em animais com CL assessório induzido por
GnRH, LH ou hCG (Santos et al., 2001; 2004; Marques et al., 2002).
Considerações finais
Agradecimentos
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José Luiz Moraes Vasconcelos; Mauro Meneghetti; Ricarda Maria dos Santos
Em todo o mundo existem relatos que indicam baixa taxa de serviço em bovinos,
principalmente devido comprometimento na eficiência da detecção de estro. Visando otimizar o
manejo, o uso de mão-de-obra e minimizar a observação de cio, foram desenvolvidos protocolos
de sincronização da ovulação, que além de auxiliarem na indução da ciclicidade, permitem a IA,
de todos os animais, em horário pré-determinado (IATF), contornando os desafios da observação
de cio. Um protocolo de sincronização de ovulação deve ser de fácil aplicabilidade, ter alta
probabilidade de sucesso, ser viável economicamente (relação custo/benefício) e ser administrado
num curto período de tempo.
O objetivo desta revisão é apresentar resultados de trabalhos desenvolvidos no Brasil
utilizando IATF, em bovinos de corte e leite.
BOVINOS DE CORTE
Época de parição de novilhas no escore de condição corporal e na resposta a protocolo
de inseminação artificial em tempo fixo
O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da época de parição no escore de condição
corporal (ECC) no início de estação de monta (EM) e na resposta a protocolo de IATF em vacas
primíparas. No experimento 1 foi avaliado o efeito da época do parto na alteração do ECC pré e
pós-parto em 87 novilhas Nelore e em 68 ½ Red Angus x ½ Nelore, que foram inseminadas em
datas diferentes para parir de forma distribuída nos meses de setembro a dezembro. O ECC foi
avaliado mensalmente no pré e pós-parto, de junho a fevereiro. No experimento 2, foram utilizadas
538 primíparas de duas fazendas (60 Nelore e 123 ½ Red Angus x ½ Nelore na fazenda 1 e 355
Nelore na fazenda 2), com 33 a 104 DPP e parto entre setembro e dezembro. As vacas foram
sincronizadas com o protocolo: inserção do dispositivo intravaginal de P4 (CIDR®, Pfizer, novo
ou pré-utilizado por 9 ou 18 dias), e aplicação de estrógeno (2,0 mg de Benzoato de Estradiol,
Estrogin®, Farmavet, i.m.), após sete dias foi aplicado PGF2α (12,5 mg de Dinoprost, Lutalyse®,
Pfizer, i.m.). No dia 9 foi retirado o CIDR®, aplicado 0,5 mg de Cipionato de Estradiol (E.C.P.®,
Pfizer, i.m) e os bezerros foram removidos. Todos os animais foram inseminados 46 a 52 horas
após a retirada do CIDR®. Após a inseminação, os bezerros retornaram com suas mães. Apenas
nos animais da fazenda 2 foi avaliada a taxa de sincronização, por dois exames de ultra-som
(Aloka SSD-500, 5,0 MHz) e determinada de acordo com a presença e ausência de folículo
dominante no momento da IATF e 48 horas após. O diagnóstico de gestação foi feito por ultra-
som 28 dias após a IATF. A análise estatística do experimento 1 foi feita no PROC MIXED e do
experimento 2 no PROC LOGISTIC do SAS. No experimento 1 o mês de parição teve efeito
(p<0,001) na dinâmica do ECC ao longo dos nove meses do período experimental, os animais
com parto nos meses de setembro e outubro apresentaram redução mais acentuada no ECC do
que aqueles com parto em novembro e dezembro. No experimento 2 houve tendência de efeito
do ECC (p=0,07) na sincronização ao protocolo, os animais com melhor ECC tiveram maior
taxa de sincronização. O ECC teve efeito linear (p<0,0001) sobre a taxa de concepção, mostrando
melhora na taxa de concepção proporcional ao aumento no ECC. Não foi observado efeito de
raça ou de fazenda na taxa de concepção. A taxa de concepção das vacas efetivamente sincronizadas
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foi de 58,9% (99/168) e não foi verificado efeito de qualquer variável. Estes dados mostram a
importância dos animais apresentarem bom ECC no momento da IATF e para se conseguir isto
não se deve antecipar a parição das novilhas de corte.
Após o parto, vacas de corte apresentam quadro de balanço energético negativo. Algumas
estratégias de manejo podem ser aplicadas nestas situações, visando à indução de ciclicidade, a
redução da ocorrência de ciclos curtos e o aumento da eficiência reprodutiva. Estas estratégias
também permitem melhor controle da estação de monta, possibilitando as vacas emprenhar em
período mais adequado, permitindo desta maneira, a concentração das parições e melhor
desenvolvimento dos bezerros. O objetivo deste experimento foi comparar diferentes estratégias
de manejo reprodutivo, na porcentagem de vacas gestantes ao final da EM, porcentagem de
vacas gestantes por IA, número de dias para o nascimento dos bezerros e intervalo entre partos.
Foram utilizadas 724 vacas cruzadas (Brangus x Nelore), divididas aleatoriamente em 5
grupos:
G1 (n=143) controle: monta natural (1:25) por 107 dias;
G2 (n=143) observação de cio e inseminação artificial nos primeiros 57 dias, seguida por
repasse de touros (1:25) por mais 50 dias;
G3 (n=145) dispositivo intravaginal de P4 (CIDR®) por 6 dias, remoção de bezerros por 60
horas, observação de cio e inseminação artificial por 57 dias, seguida por repasse de touros
(1:25) por mais 50 dias;
G4 (n=144) remoção de bezerros por 48 horas, seguido de aplicação de GnRH (Fertagyl®,
100mcg, i.m.), e inserção do dispositivo intravaginal de P4 (CIDR®), sendo que após 6,5 dias,
retirou-se o dispositivo e foi aplicado PGF2α (Lutalyse®, 25mg, i.m.), realizando-se nova remoção
de bezerros por 48 horas, seguida por aplicação de GnRH e IATF. Após 7 dias os animais foram
colocados em repasse com touros por 107 dias.
G5 (n=149) recebeu o mesmo protocolo do G4, sendo que após a IATF os animais ficaram
apartados para re-observação de cio e inseminação, entre os dias 17 a 25, entrando em repasse
com touros, por mais 82 dias.
Foi realizado diagnóstico de gestação por exame de ultra-sonografia, utilizando-se o aparelho
modelo Aloka SSD – 500, com transdutor linear de 7,5 MHz, via retal, 30 dias após o início da
estação de monta (G3, G4 e G5) e 30 dias após o final da estação de monta, em todos os grupos.
As variáveis binomiais (porcentagem de vacas gestantes e porcentagem de vacas gestantes por
inseminação artificial) foram analisadas por regressão logística. As variáveis contínuas (dias
médios para nascimento dos bezerros e intervalo entre partos) foram analisadas por análise de
variância.
As estratégias de manejo reprodutivo não influenciaram a porcentagem de vacas gestantes
ao final da estação de monta, G1 = 92,3; G2 = 89,5; G3 = 82,8; G4 = 96,5 e G5 = 91,3%. As taxas
de concepção na IATF nos grupos 4 e 5 foram 47,2 e 51,7%, respectivamente. A porcentagem de
vacas gestantes por IA foi diferente (P<0,01) entre os tratamentos, G1 = 0,0; G2 = 69,5; G3 =
67,5; G4 = 48,9 e G5 = 75,0%. Houve efeito de grupo (P<0,01) no número de dias para o
nascimento dos bezerros (G1 = 38, G2 = 44; G3 = 39; G4 = 30 e G5 = 24 dias) e no intervalo
entre partos (G1 = 400; G2 = 402; G3 = 401; G4 = 382 e G5 = 375 dias). Os resultados mostram
que a IATF permite antecipar nascimento e emprenhar as vacas no início da estação de monta, o
que consequentemente reduz o número de dias para o nascimento dos bezerros e o intervalo
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entre partos. A associação da IATF e observação do cio de retorno (17 a 25 dias) permite ter mais
bezerros nascidos de IA.
Uso de protocolo de IATF associado a diagnostico precoce de gestação e re-sincronização
como estratégia para maximizar o número de vacas gestantes por IA em estação de monta
reduzida.
O objetivo deste trabalho foi avaliar se a estratégia reprodutiva (IATF no inicio da EM
associado com observação de cio no retorno, diagnóstico precoce de gestação e re-sincronização)
permite maximizar o número de animais gestantes por IA em estação de monta (EM) reduzida
(37 dias) em vacas de corte pós-parto.
Foram utilizadas 316 vacas da raça Nelore e aneloradas com 64 ± 17 dias pós-parto (de 40
a 110 dias) no momento da IATF. Os animais foram mantidos em regime de pastejo extensivo de
Brachiaria decumbens e suplementação mineral. O ECC foi avaliado no momento da IATF,
sendo de 3,06 ± 0,45 (de 2,25 a 3,75), usando a escala de 1 (muito magra) a 5 (muito gorda)
proposta por Edmonson, et al. (1989). Todas as vacas foram sincronizadas e inseminadas em
tempo fixo com o mesmo protocolo, no início da EM (dia 0): no dia -11 foi realizada a inserção
de dispositivo intravaginal de P4 (CIDR®, Pfizer Saúde Animal) previamente utilizado por nove
ou dezoito dias juntamente com a aplicação de 2,0mg de Benzoato de Estradiol (2,0mL de
Estrogin®, Farmavet). No dia -4 foi aplicado 12,5mg de dinoprost trometamina, (2,5mL de
Lutalyse®, Pfizer Saúde Animal), dose reduzida testada por Losi et al. (2005), apenas nos animais
que tinham a presença de corpo lúteo. No dia -2, pela manhã, foi removido o dispositivo CIDR®,
aplicado 0,5mg de cipionato de estradiol (0,25mL de ECP®, Pfizer Saúde Animal) e os bezerros
foram separados de suas mães. No dia 0, 48 a 54 horas após a retirada do CIDR®, todos os
animais foram inseminados. Após a inseminação de todos os animais, os bezerros retornaram
com suas mães. Na IATF foi utilizado descongelador eletrônico de sêmen (Fertilize®) para facilitar
o processo sem comprometer o padrão de descongelamento. Os exames de ultra-som foram
realizados com aparelho Aloka SSD- 500 com transdutor linear de 5,0 MHz. A taxa de ciclicidade
foi avaliada por dois exames de ultra-som, nos dias -11 e -4 (US 1 e 2), sendo considerados em
anestro as vacas que não apresentaram corpo lúteo (CL) nas duas avaliações. A taxa de
sincronização foi avaliada pelos exames ultra-som no momento da IATF e 48 horas após esta
(US 3 e 4), considerando sincronizados os animais com presença e ausência de folículo dominante
nos dois exames, respectivamente. A taxa de concepção na IATF foi avaliada por ultra-som (US
5) 28 dias após a IATF. As taxas concepção no retorno em cio e na re-sincronização foram
avaliadas por ultra-som (US 6) 28 dias após o final da EM. Foi realizada detecção de cio apenas
entre os dias 18 e 24 após a IATF, pois devido a sincronização, os animais tendem a retornar em
cio sincronizado, sendo que os animais detectados em cio foram inseminados 12horas após a
detecção. Em todos os animais, exceto os que foram inseminados entre os dias 18 e 24, foi feito
diagnóstico precoce de gestação (US 5) e as vacas vazias foram re-sincronizadas. Todas as vacas
receberam dispositivo intravaginal de P4 (CIDR®) e foram classificadas de acordo com a presença
ou ausência de CL ao exame de ultra-som. Passados seis dias foi retirado o dispositivo e aplicado
2,5mL de Lutalyse® nas vacas com presença de CL ou 200UI de eCG (Folligon®, Intervet) naquelas
que não apresentaram CL. Neste dia os bezerros dessas vacas foram removidos por 72 horas e as
vacas inseminadas 12 horas após detecção de estro. As variáveis, taxa de ovulação e de concepção,
foram analisadas por regressão logística (SAS), sendo incluídas nos modelos as variáveis
ciclicidade, condição corporal, manifestação de estro e pré-utilização do CIDR. Touro e
inseminador foram incluídos no modelo para avaliar taxa de concepção.
s11
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
BE Lutalyse E.C.P.
(dia -11) (dia -4) (dia -2) dia 18 dia 24 dia 28 dia 34 dia 37 dia 65
IATF
(dia 0)
Cio
CIDR Obs. CIDR +
RB Cio IA
7 dias 2 d. 2 d. 2 d. 24 dias 6 dias. 3 d. 28 dias
US 1 US 2 US 3 US 4 US 5 Final EM US 6
US = ultra-som
RB = remoção de bezerro
No início da EM, 83,2% (263/316) dos animais estavam em anestro. O protocolo de IATF
utilizado sincronizou 89,0% (234/263) dos animais em anestro e 90,6% (48/53) dos que estavam
ciclando. A taxa de concepção foi maior (P<0,05) nas vacas ciclando (66,0%, 35/53) do que nas
vacas que estavam em anestro (47,5%, 125/263).
A taxa de sincronização ao protocolo não foi influenciada pelo ECC, sendo 88,3% (113/
128) nos animais com menor ECC (d”2,75), 87,4% (83/95) nas vacas com ECC intermediário
(3,00 e 3,25) e 90,3% (84/93) naquelas com maior ECC (e”3,50). Foi observado efeito (P<0,05)
do escore condição corporal na taxa de concepção, sendo 42,1% (53/126) para menor ECC,
55,3% (52/94) nas vacas com ECC intermediário e 59,1% (55/93) para vacas com maior ECC.
Não foi observado efeito do período de pré-utilização do CIDR nas respostas ao protocolo.
As taxas de sincronização foram 88,8% (159/179) e 88,3% (121/137) e as taxas de concepção
foram 50,8% (91/179) e 50,4% (69/137) nos animais que receberam CIDR pré-utilizado por
nove e dezoito dias, respectivamente.
Foi observada alta taxa de manifestação de estro (77,2%) nas 48 horas entre o momento da
retirada do CIDR e a IATF, os animais que mostraram estro tiveram maior (P<0,01) taxa de
sincronização (93,4%; 228/244) do que as que não mostraram estro (72,2%; 52/72). A taxa de
concepção não foi diferente entre os animais que mostraram ou não estro (52,1%; 127/244 vs.
45,8%; 33/72, respectivamente).
Os resultados de sincronização e de concepção ao protocolo de IATF foram de 89,2% e
50,6%, respectivamente. No retorno sincronizado do cio, 18 a 24 dias após a IATF, a taxa de
detecção de estro foi de apenas 36,7% (33/90), e considerou-se apenas as vacas com presença de
CL ao diagnóstico de gestação aos 28 dias, sendo que a taxa de concepção desses animais foi
69,7% (23/33). Na re-sincronização foram inseminados 58,2% (71/122) dos animais tratados e a
taxa de concepção nesses animais foi 63,4% (45/71). Nos animais com presença de CL e que
receberam meia dose de Lutalyse® (2,5ml) a taxa de serviço foi 56,1% (32/57) e a de concepção
foi 71,9% (23/32). Nos animais em anestro, que receberam eCG (200UI Folligon®) a taxa de
serviço foi de 60,0% (39/65) e a de concepção foi 56,4% (22/39). Dessa forma, a taxa de prenhez
cumulativa por IA foi de 69,3%. Verificou-se que o ECC no início da EM foi determinante na
velocidade com que as vacas ficaram gestantes ao longo da estação de monta (Figura 1). A
estratégia utilizada IATF no inicio da EM, observação de cio por 7 dias (entre os dias 18 e 24),
diagnóstico precoce de gestação aos 28 dias e re-sincronização foi eficiente, pois permitiu
emprenhar 69,3% da vacas por IA em EM de 37 dias. Melhores resultados podem ser alcançados
se os animais apresentarem ECC adequado no início da EM.
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
90
BOVINOS DE LEITE
Vacas Mestiças
Diferentes tratamentos hormonais visando IATF têm sido utilizados em vacas mestiças
mantidas a pasto. Nas primíparas tem sido indicado o Ovsynch com CIDR e nas multíparas o
HeatSynch com CIDR (Garcia, 2003). O objetivo deste estudo foi determinar se a inclusão de
eCG aos protocolos propostos por Garcia (2003), poderia melhorar a concepção em vacas de
leite mestiças, mantidas em regime de pastejo rotacionado.
Foram utilizadas 121 vacas de leite mestiças, sendo estas primíparas (n = 41), multíparas
sem presença de CL no dia do inicio do protocolo (n = 26) e multíparas com presença de CL (n
= 54), com ECC entre 2,5 e 4,0, em escala de 1 a 5. Todas as primíparas mais as multíparas sem
presença de CL receberam o seguinte protocolo: GnRH (Fertagyl®, 100ìg) mais dispositivo
intravaginal de P4 (CIDR®), após seis dias foi feita a remoção do dispositivo junto com a aplicação
de PGF2á (Lutalyse, 25mg). Após quarenta e oito horas foi realizada nova aplicação de GnRH
(Fertagyl®, 100ìg ), e IATF realizada doze horas após a segunda aplicação de GnRH. As multíparas
ciclando foram submetidas ao protocolo: GnRH (Fertagyl®,100 ìg) e dispositivo intravaginal de
P4 (CIDR®) , seis dias depois remoção do CIDR® junto com a aplicação de PGF2á (Lutalyse®,
25mg). Vinte e quatro horas depois os animais foram tratados com ECP® (1 mg, cipionato de
estradiol, via IM) e 48 horas após aplicação de ECP® as vacas que não apresentaram cio foram
submetidas à IATF. As vacas que apresentaram cio foram inseminadas 12h após a detecção do
cio. Os animais foram divididos aleatoriamente em dois grupos experimentais: G1 (n = 62) 2,0
ml de solução salina ou G2 (n=59) 200 UI de eCG (Folligon®) no momento da retirada do
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Conclusões
A técnica de IATF esta bem consolidada e existem protocolos que permitem aumentar a
porcentagem de vacas gestantes de IA no inicio da estação de monta ou após o período voluntário
de espera, sem a necessidade de observação de cio. Fatores como ECC, qualidade do sêmen e do
inseminador devem ser levados em consideração antes de se implementar um programa de IATF.
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embriões Veterinariae
bovinos. 34(Suplemento
Acta Scientiae 1):(Supl
Veterinariae. 34 20061): 17-23.
1
Instituto de Reproducción Animal Córdoba (IRAC), 2 Universidad Católica de Córdoba,
3
Universdad Nacional de Córdoba, 4Departamento de Reprodução Animal, FMVZ-USP,
Brazil, gabrielbo@iracbiogen.com.ar
Resumo
Agradecimentos
Esta pesquisa foi financiada pelo Instituto de Reproducción Animal Córdoba (IRAC),
Argentina e Estancia “El Mangrullo S.A.”. Nós também agradecemos a Syntex S.A., Argentina
pelos hormônios usados nos estudos. Agradecimentos especiais para nossos colegas do IRAC e
da Universidade de São Paulo pela assistência técnica. e-mail: gabrielbo@iracbiogen.com.ar
Introdução
s17
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Protocolos Ovsynch
Tratamentos com estradiol e P4 foram muito utilizados nos últimos anos para TETF (Bó et
al., 2002; Bó et al., 2004b). Em geral, os tratamentos são muito parecidos com aqueles usados
para a IATF, exceto pelo fato de que a PGF é aplicada mais cedo. Dessa forma, as receptoras
recebem um dispositivo liberador de P4 e uma injeção IM de 2 mg de BE no dia 0; a PGF é
aplicada no dia 5 (1 dia após a emergência da onda folicular); os dispositivos de P4 são removidos
s18
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Apesar dos estudos anteriores terem demonstrado a eficiência desse protocolo, é necessário
que os animais sejam manejados pelo menos 4 vezes durante o tratamento. Por essa razão, estudos
recentes foram idealizados para simplificar o protocolo de tratamentos, reduzindo o número de
injeções ou o número de dias necessários. O primeiro objetivo foi comparar as taxas de gestação
em receptoras tratadas com dispositivos DIB (Syntex SA, Argentina) e 400 UI de eCG (Novormon,
Syntex SA) mais PGF aplicada no dia 5 ou dia 8 (Nasser et al., 2004). Apesar da proporção de
receptoras selecionadas para a transferência (P=0,15) e as taxas de concepção (P=0,23) não
terem diferido, a taxa de gestação total tendeu (P=0,1) a ser maior nas novilhas tratadas com
eCG no dia 5 (71/151, 47,0%) do que naquelas tratadas com eCG no dia 8 (61/150, 40,7%).
Esses resultados foram confirmados em um estudo subsequente no qual o tratamento com eCG
mais PGF no dia 5 resultou em taxas de gestação significativamente maiores do que o tratamento
com eCG mais PGF no dia 8 (eCG dia 5: 132/299; 44,1% vs eCG dia 8: 108/295; 36,6%; P<0,05;
Bó et al., 2004b).
entre receptoras observadas em cio ou não (Tabela 1). A quantidade de receptoras selecionadas
para a transferência não foi diferente (P>0.5) entre os grupos. Por outro lado, as taxas totais de
gestação foram maiores (P<0.05) no grupo BE dia 8 do que no grupo BE dia 9, respectivamente
(Tabela 2). Concluiu-se que o uso do BE no momento da remoção do dispositivo poderia reduzir
o manejo das receptoras necessário ao tratamento.
6; Figura 1). Além disso, o diâmetro do CL também foi maior em vacas tratadas com BE no dia
9 (296,1 mm2, n=300) do que naquelas tratadas com BE no dia 8 (265,5 mm2, n=270, P<0,05).
Figure 1. Taxas de gestação em receptoras tratadas com dispooditivos DIB, BE e eCG e que
tiveram ovulação induzida com BE no dia 8 ou no dia 9. Os embriões foram
transferidos no dia 16 (BE dia 8) ou dia 17 (BE dia 9). ab P<0,05.
A análise de outros fatores como o momento da aplicação de PGF e eCG revelaram até
agora resultados interessantes, nos quais as taxas de gestação totais não foram diferentes entre
vacas tratadas com PGF mais eCG no dia 5 (Controle, 93/244, 38%), PGF nos dias 0 e 8 mais
eCG no dia 5 (89/234, 38,0%) e aquelas que também receberam PGF nos dias 0 e 8, mas o eCG
foi aplicado no dia 8 (100/240; 41,67%).
Nós fizemos recentemente uma análise de regressão logística para avaliar diferentes fatores
(que não o próprio tratamento) que afetam as taxas de gestação em um programa de TETF com
embriões inovulados por transferência direta. Todos os embriões transferidos (n=506) foram
congelados em etileno glicol 1,5 M pelo mesmo veterinário e foram descongelados em água a
30ºC por 30 segundos. As taxas de gestação foram determinadas por ultrasonografia 35 dias
após a TETF. As variáveis analisadas foram estágio embrionário, escore de condição corporal da
receptora, histórico reprodutivo da receptora (receptora vazia após uma TETF anterior ou utilizada
pela primeira vez, sem histórico reprodutivo), área do CL (A: d” 201,06 mm2, B: > 201,06 and
<254,5 mm2 and C: e”254,5 mm2), observação ou não do cio antes da TETF (dias 8 a 11 do
tratamento de sincronização), técnico que executou a TE, local de deposição do embrião (proximal
ao ovário, na curvatura ou na bifurcação do corno uterino) e avaliação subjetiva da técnica (boa,
média ou ruim). As variáveis escore corporal, observação ou não do cio, local de deposição do
embrião, avaliação da técnica e área de CL não afetaram as taxas de gestação. Entretanto, houveram
três variáveis significativas (P<0,05): técnico (A: 133/219, 60,7% vs. B: 148/287, 51,6%); histórico
reprodutivo (vazia numa TETF anterior: 24/66, 36,3% vs. sem histórico: 254/440, 57,7%) e
estágio embrionário (mórula: 93/142, 65,5% vs. blastocisto inicial 115/207, 55,5% vs. blastocisto:
71/157, 45,2%). O efeito do técnico nas taxas de gestação era esperado e confirmou dados
s21
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Resumo e conclusões
s22
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
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Veterinariae. 34 (Supl 34(Suplemento
1): 25-29. 1): 2006
1
Departamento de Ciências Biológicas, Faculdade de Ciências e Letras, UNESP, Av. Dom
Antonio, 2100, CEP 19806-900, Assis, SP, Brasil. marcelo@assis.unesp.br; 2Departamento de
Farmacologia, Instituto de Biociências, UNESP, Botucatu, SP, Brasil
Resumo
Introdução
equipe de funcionários que trabalha diretamente com as doadoras e receptoras, e a doadora por si
só (Stroud & Hasler, 2006; Nogueira et al., 2002, respectivamente).
Nesta sucinta revisão, a experiência de uma propriedade em particular – realizando MOTE
em animais Nelore desde 1999 – poderia servir como modelo quando houver a necessidade de
mudanças e de ajustes dos fatores citados acima. Ao menos, poderia ser um modelo alternativo
para outras propriedades que estejam iniciando a MOTE. Neste sentido, o sucesso obtido nesta
propriedade-modelo poderia ser um guia adicional dentre as possibilidades de realizar a MOTE
em bovinos.
Indução da Ovulação
trabalhando para confirmar os resultados que foram obtidos utilizando 6,2 mg de pLH, como
indutor da ovulação. Caso os resultados sejam ratificados, esta dose seria incorporada
definitivamente ao protocolo P-36 padrão, utilizado nas doadoras Nelore.
Fonte de Progesterona
Não foram observadas quaisquer diferenças, de produção embrionária, com relação à fonte
de progesterona utilizada no protocolo P-36 (CIDR ou DIB; Barros & Nogueira, 2005; Baruselli
et al., 2006). Padronizamos a utilização de um dispositivo novo (CIDR, DIB ou Cronipress) para
as doadoras e, subseqüentemente, de dispositivos reutilizados para a sincronização da ovulação
em receptoras.
Embora o esquema mais utilizado, para inseminar doadoras superestimuladas, sejam duas
IATF às 12 e 24 h após a indução da ovulação (Nogueira et al., 2002; Bó et al., 2006), há uma
tendência para a redução do custo relacionado ao sêmen utilizado para a IATF. Neste sentido,
uma idéia proposta anteriormente - a utilização de uma única palheta de sêmen, para a IATF de
doadoras superestimuladas (D’Occhio et al., 1998) – está novamente em pauta (Baruselli et al.,
2006).
A redução da quantidade de duas palhetas de sêmen (IATF às 12 e 24 h pós-pLH) para uma
única palheta, não reduziu a taxa de viabilidade quando a IATF foi realizada às 16 h após o LH
(58,3% e 52,4%, respectivamente; Baruselli et al., 2006) ou às 24 h após o LH (66,2% e 57,7%,
respectivamente; dados não publicados).
Não causaria surpresa a ocorrência de diferenças, com a IATF utilizando uma única palheta
de sêmen, devido à variabilidade nas partidas de sêmen (qualidade e concentração de sêmen;
Dumont, 2002). Estas diferenças poderiam ser cruciais, na eficácia da utilização de uma única
palheta para a IATF de doadoras superestimuladas (que irão conter vários oócitos a serem
fertilizados), uma vez que a qualidade do sêmen, a qualidade do embrião e as taxas de fertilização
são positivamente correlacionadas (Hawk & Tanabe, 1986; DeJarnette et al., 1992).
Em nossa experiência, a taxa de viabilidade pode atingir >80% com a IATF de doadoras
superestimuladas (≥2 palhetas de sêmen), no entanto, um cuidadoso controle da concentração e
da qualidade espermática deveria ser realizado, previamente à IATF com uma única palheta.
Como relatado anteriormente (Gradela et al., 1996; Nogueira et al., 2002) a própria doadora
pode ser a maior fonte de variação em um programa de MOTE, a despeito do protocolo
superestimulatório, do indutor da ovulação, da dose de FSH e da IA (convencional ou em tempo-
fixo) realizada nas doadoras. Em nossa experiência, a manutenção no programa de MOTE das
melhores produtoras de embrião – e de suas filhas e netas – pode ter melhorado a quantidade de
embriões viáveis em até 40%, em uma base anual média e durante um período de 5 anos.
Equipe de Trabalho
Considerações Finais
Agradecimentos
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Protocolos de superovulação com Actainseminação
Scientiae Veterinariae 34(Suplemento
artificial em tempo fixo em Bos1): 2006 Acta Scientiae Veterinariae. 34
indicus.
(Supl 1): 31-38.
1
Departamento de Reprodução Animal, FMVZ-USP, Rua Professor Orlando Marques de
Paiva, 87, CEP 05508-000, São Paulo-SP, Brasil. (barusell@usp.br)
2
Instituto de Reproducción Animal Córdoba, J.L. de Cabrera 106, X5000GVD Córdoba e
Facultad de Ciencias Agropecuarias, Universidad Católica de Córdoba, Argentina
Introdução
pela melhor taxa de sincronização da nova onda de crescimento folicular utilizando a progesterona
injetável associada ao BE. Não foram observadas diferenças na resposta superovulatória, bem
como no número de estruturas ou qualidade dos embriões viáveis nos animais que receberam ou
não progesterona injetável no início do protocolo de superovulação. Os dados são indicativos de
que a sincronização da emergência da onda folicular com BE associado ao dispositivo de P4 é
adequada para promover satisfatória resposta superovulatória em doadoras Bos indicus.
Dentre as diferenças fisiológicas e comportamentais entre Bos indicus e Bos taurus destaca-
se a reduzida capacidade para secreção de LH e maior sensibilidade de vacas Bos indicus a
gonadotrofinas exógenas (Randel, 1984).
Em um experimento (Baruselli et al., 2003) objetivou-se avaliar a resposta superovulatória
de vacas Nelore a diferentes doses de FSH (Folltropin-V, Bioniche, Canada). Utilizou-se 23
doadoras tratadas com 3 diferentes doses (100, 133, ou 200mg) durante o protocolo de
superovulação com inseminação artificial em tempo fixo (P24). Empregou-se o delineamento
experimental “cross-over” para se evitar o efeito individual na resposta aos tratamentos. A produção
de embriões transferíveis foi semelhante para os grupos 100, 133 e 200 mg, indicando que não
existem diferenças na resposta superovulatória, no número de embriões transferíveis e congeláveis
após o emprego de reduzidas doses de FSH em doadoras Nelore superovuladas. Um experimento
semelhante foi realizado com o objetivo de avaliar diferentes doses de FSH ovino (FSH; Ovagen®,
ICPbio, New Zeland; Martins et al., 2006). A adotou-se o delineamento experimental cross-over
e as doadoras foram divididas em três grupos: 4,5 mg; 6,0 mg e 9,0 mg de FSH. De acordo com
os resultados, a dose de 4,5 mg de FSH ovino proporcionou menor resposta superovulatória e
produção de embriões transferíveis. Apesar dos tratamentos com 6 mg e 9 mg não apresentarem
diferenças estatisticamente significativas quanto à produção embrionária, verificou-se menor
resposta superovulatória no grupo tratado com 6 mg. Não foi confirmada a hipótese inicial de
redução da dose de FSH durante o tratamento superovulatório em doadoras Nelore quando se
empregou o Ovagen®.
Em outro experimento, foi testada a hipótese de que é possível obter resultados satisfatórios
quando do emprego de eCG para superovulação, associado ao protocolo de sincronização da
onda de crescimento folicular e da ovulação em doadoras Nelore (Martins et al., 2006). Um total
de 12 vacas da raça Nelore (Bos indicus) foi dividido em três grupos de acordo com o tratamento
superestimulatório: eCG-2500UI; eCG-2000UI e FSH-100mg (cross-over). Os animais receberam
um dispositivo intravaginal de P4 (1 g P4; DIB®, Syntex, Argentina) associado a 2 mg de Benzoato
de estradiol (BE; RIC BE®, Syntex, Argentina) no Dia 0. Nos tratamentos com eCG, a
superestimulação foi realizada com a administração de 2500 ou 2000 UI de Novormon®, (Syntex,
Argentina) em dose única no Dia 4. No tratamento com FSH, administrou-se 100mg de Folltropin-
V® (Bioniche, Canadá) em 8 doses decrescentes de 12/12 horas, a partir do Dia 4. No Dia 6,
administrou-se 150 µg de PGF2α (D-cloprostenol; PROLISE® Syntex, Argentina). Os dispositivos
de P4 foram retirados 36 horas após a administração de PGF2α, e o LH (25mg de LH, Lutropin-
V®, Bioniche, Canadá) aplicado 48 horas após a PGF2α Foi realizada uma única inseminação 16
horas após o tratamento com LH utilizando mesma partida de um único touro para cada vaca/
réplica. A colheita dos embriões foi realizada no Dia 15. Não foram observadas interações, sendo
os efeitos dos tratamentos eCG-2500UI; eCG-2000UI e FSH-100mg, respectivamente:, taxa de
ovulação (33,1%)b; (58,4%)a e (65.9%)a, estruturas totais (5.9±1.0; 7.6±1.0 e 5.7±1.4), embrião
Grau 1 (3.4±0.7; 5.8±0.9 e 3.5±0.7) e embriões transferíveis (4.4±0.7; 6.9±1.0 e 4.6±0.9). O
s35
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
tratamento com 2000UI de eCG produziu número semelhante de embriões transferíveis comparado
ao grupo tratado com FSH, mostrando ser uma alternativa viável para programas de TE com
inseminação artificial em tempo fixo em zebuínos, com vantagens significativas quanto ao custo
do tratamento e ao manejo das doadoras.
Conclusão
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
e Argentina. Acta Scientiae Veterinariae. 34 (Supl 1): 39-49..
1
Facultad de Agronomía y Veterinaria. Universidad Nacional de Rio Cuarto, Rio Cuarto,
Argentina; 2Departamento de Reprodução Animal e Radiologia Veterinária – FMVZ/
UNESP, Botucatu-SP, 18618-000, Brasil. llosinno@ ayv.unrc.edu.ar
malvarenga@fmvz.unesp.br
É notório o crescimento nos últimos anos do interesse pelo uso da Transferência de Embriões
(TE) pela indústria do cavalo. Hoje quase a totalidade das associações de criadores de cavalo
reconhecem os benefícios da técnica, permitindo o uso da TE.
Na Argentina o maior interesse pela TE esta relacionado a cavalos de Pólo, sabidamente a
Argentina possui as melhores matrizes e reprodutores de pólo, sendo um grande exportador de
cavalos desta raça. Interessante para a aplicação da TE é a observação de que éguas são melhores
jogadoras de Pólo do que cavalos, além do fato destas competirem até idades avançadas.
Atualmente operam na Argentina mais que 24 Centros os quais realizam anualmente um número
estimado 3.500 prenhezes pela TE. Destes oitenta por cento são embriões de cavalos de Polo
onde 90% dos programas são desenvolvidos com o uso do sêmen fresco, estando os Garanhões
alojados também na Central.
No Brasil o sistema difere do Argentino pela variedade de raças que utilizam a técnica, as
que mais utilizam atualmente são as raças, Mangalarga Marchador, Campolina, Quarto de Milha
e Mangalarga Paulista.. Sendo estimada uma média de 6.000 prenhezes por ano de TE. Existindo
no Brasil cerca de 30 Centros de TE em eqüinos sendo parte deles prestador de Serviços para
terceiros e outra parte para uso exclusivo em animais de um único proprietário. Nas raças Quarto
de Milha e de Hipismo as TEs são realizadas em Centrais em outras raças como Mangalarga as
TEs são realizadas em sua maioria em estruturas montadas no próprio Haras do criador.
Argentina e Brasil iniciaram a utilização da TE comercial em eqüinos em 1986 e juntos
respondem por cerca de 50% dos embriões transferidos no mundo atualmente. A recente liberação
do número de embriões pela raça Quarto de Milha certamente provocará um aumento significativo
destes números no Brasil.
Este artigo tem por objetivo unir a experiência Brasileira e Argentina, apontando os principais
fatores que interferem na eficiência dos programas de TE.
A indução de múltiplas ovulações em éguas tem como principal objetivo aumentar a chances
de recuperação embrionária em um ciclo e, conseqüentemente, melhorar a eficiência e diminuir
os custos envolvidos em programas de Transferência de Embriões (TE). Hoje em função da
dificuldade em superovular éguas a eficiência de programas de TE nesta espécie é muito baixa,
sendo necessário 2 a 3 ciclos para se obter uma gestação, conseqüentemente os custos para a
produção de um potro proveniente de TE são bastante elevados. È altamente desejável a adequação
s39
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
de um protocolo superovulatório que permita pelo menos garantir uma prenhez por ciclo de
cada égua doadora.
Uma grande dificuldade em se superovular éguas está relacionada a refratariedade da égua
aos preparados hormonais á base de FSH Suíno disponíveis comercialmente. Sendo necessário o
uso de FSH homólogo para que tenhamos resposta ovariana ao tratamento. Desta forma o Extrato
de Pituitária Eqüina (EPE) e mais recentemente o FSH eqüino purificado são os preparados
indicados para induzir-se superovulação na fêmea eqüina.
A resposta de éguas cíclicas ao eFSH e ao EPE parece depender da população ovariana de
folículos no início do tratamento, sendo que o momento ideal para se iniciar um programa
superovulatório é no início da onda folicular, antes do aparecimento de um folículo dominante.
Um outro fator que afeta a resposta superovulatória é a freqüência de aplicação.Os protocolos
superovulatórios tem se mostrado eficientes em induzir múltiplas ovulações, contudo a
recuperação embrionária tem se mostrado baixa, com uma média de 30 a 40% embriões /ovulação.
Procurando entender os motivos da baixa recuperação de embriões Carmo et al. (2005)
avaliaram ovidutos quanto à presença e qualidade de ovócitos obtidos em éguas superovuladas
com EPE, 25mg, duas vezes ao dia, a partir do dia 7 pós- ovulação e um grupo controle.
Constataram superioridade no número de ovulações das éguas superovuladas (4,41±2,90) quando
comparado ao grupo controle (1,16 ±0.40), e obtiveram uma taxa de recuperação de ovócito/
ovulação próximo de 60% no grupo superovulado contra 90% de recuperação no grupo controle.
Demonstrando que durante a ovulação ocorre algum distúrbio na captação dos ovócitos para o
oviduto em éguas superovuladas. Interessante foi a observação de que no Grupo de éguas
superovuladas, que responderam com um número menor de 3 ovulações a taxa de recuperação
de ovócito no oviduto foi similar á obtida no grupo controle.
Em função destes achados estamos estudando em experimentos mais recentes a eficiência
de baixas doses de EPE bem como FSH eqüino purificado, em induzirem duplas e triplas
ovulações. Desta forma poderemos ter um protocolo de baixo custo que possa ser utilizado em
todos ciclos do ano, por ser menos agressivo e induza a um menor número de ovulações com
conseqüente melhoria na recuperação de embriões. Seguindo esta filosofia, Farinasso (2004)
comparou três doses de EPE: 2, 4 e 6 mg. As doses de 4 e 6 mg elevaram a taxa de ovulação em
relação ao grupo controle e promoveram significativo aumento de ovulações duplas e triplas em
76,9% dos ciclos tratados. Para o tratamento com 6 mg foi obtida média de 1,84 ± 0,58 ovulações/
ciclo e de 1,31 ± 0,75 embriões/ciclo. Desta forma o protocolo permitiu garantir um embrião/
lavado. Vale ressaltar que neste experimento as éguas foram selecionadas tendo como base a
população de folículos no início do tratamento. Em nossa experiência em não havendo seleção
prévia das éguas, baseada na população de folículos, o protocolo apresenta uma eficiência próxima
de 60%.
Éguas Doadoras
As éguas doadoras são o coração de qualquer programa de TE. Um dos problemas diz
respeito ao elevado percentual de éguas idosas em programas de TE, pois sabidamente éguas
idosas têm uma eficiência reprodutiva mais baixa do que éguas jovens. As falhas reprodutivas
observadas em éguas idosas estão normalmente associadas com distúrbios da ovulação e maturação
oocitária e /ou endometrite crônica.
s40
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
O que podemos fazer para aumentar a recuperação embrionária de éguas velhas e/ou
subférteis?
Garanhão
Podemos apontar como sendo os seguintes os principais erros cometidos com o uso de
sêmen refrigerado no Brasil:
• Não respeito ás regras básicas para processamento (Dose, Relação Diluente: Sêmen)
• Utilização de sistemas de transporte inadequados (Temperatura inadequada, não
segurança contra stress calórico ambiental)
• Não respeito a limitações do próprio garanhão (Qualidade do Sêmen, Resistência so
transporte, Regime de coletas)
• Momento e freqüência das IA inadequados
È importante também enfatizar que para a obtenção de bons índices de fertilidade o sêmen
depois de processado deve ser acondicionado em recipientes especialmente desenvolvidos para
este fim. Recipientes estes que obedeçam as curvas de refrigeração já determinadas como
adequadas. A temperatura de refrigeração ideal é a de 5 graus Celsius, contudo para determinados
garanhões temperaturas próximas de 15 graus Celsius melhor preservam a motilidade espermática
e fertilidade.
Perante o exposto indicamos como estratégias para melhorar a eficiência da IA com sêmen
resfriado para garanhões sensíveis ao processo de refrigeração:
Na Argentina o fator transporte de sêmen tem menor importância pois a maioria (85%) dos
programas utiliza a inseminação artificial com sêmen fresco, com os reprodutores residindo
(temporariamente) nos centros. Isto permite um maior controle de cada ejaculado e reflete nas
altas médias de recuperação embrionária (superiores a 70-75%). O uso de sêmen refrigerado
corresponde a 10% dos programas (90% cavalos de salto) e os problemas mais freqüentes são a
logística dos envios e a diferença de formação entre o veterinário que envia e o que recebe, que
se traduzem em diferenças no tratamento do sêmen.
Os programas que utilizam sêmen congelado são uma minoria (5%), e em geral
correspondem a cavalos de salto e árabes. Estes programas representam, em geral, maior trabalho,
maior expectativa por parte dos clientes, são operacionalmente mais caros e se obtém menores
resultados. Estes resultados são dependentes da qualidade e quantidade de sêmen descongelado,
número de doses disponíveis, técnica de inseminação utilizada, categoria da égua doadora e
habilidade do técnico.
Em alguns casos particulares se utilizam reprodutores que estão em trabalho (polo, salto,
árabes, etc.) e isto muitas vezes dificulta a disponibilidade de tempo para a obtenção de sêmen,
o que leva, a coletar quando haja disponibilidade e refrigerar o sêmen por 24-48h para que a
inseminação seja realizada no momento mais adequado.
Receptoras
Representam o gargalo de quase todos os programas e trata-se de um dos itens mais caros
do planejamento econômico. É cada vez mais, um bem escasso pelo aumento exponencial da
demanda, o que aumenta cada vez mais seu preço. Considerada, durante anos como uma égua de
“segunda”, com atenção e condições de espaço sanidade e alimentação limitada e sub-ótimas,
especialmente em relação às doadoras, hoje ocupa uma posição importante dentro das decisões
de um plantel comercial de TE.
Na Argentina, atualmente, quase todos os centros têm a política de que a receptora é
propriedade do centro e que se aluga temporariamente, até o desmame do potro, o proprietário
s43
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Idade: A principio, a faixa de idade varia entre 4 e 14 anos, sendo o ideal entre 5 e 9
anos. No nosso caso, utilizamos uma tabela de projeção teórica máxima para recomendar
as idades de compra, considerando que na melhor das hipóteses, uma receptora emprenhe
no meio da temporada. Utilizando a faixa mencionada, desde 4 a 14 anos: 6 prenhezes; 5 e
6 anos: 5 prenhezes; 7 a 8 anos: 4 prenhezes; 9 e 10 anos: 3 prenhezes; 11 e 12 anos: 2
prenhezes; 13 e 14 anos: 1 prenhez. Assim, quando maior a idade da receptora, menos
estações poderá estar em nosso sistema, tratando-se de uma égua fértil, e menos produtiva,
e assim menos amortizável. Nota: a determinação da idade deveria ser feita por alguém
treinado e experiente.
Categoria: Há alguns anos atrás se preconizava que as potrancas (2-4 anos) virgens
como as de “maior fertilidade” e assim eleitas como primeira opção. Nos últimos anos,
coincidindo com observações empíricas de criadores e veterinários, foram realizados
interessantes experimentos (Allen et al, 2004) demonstrando que as placentas de potrancas
virgens e seus potros tinham menor peso quando comparados aos controles de éguas
multíparas e de maior idade. Associado a esta evidência as potrancas apresentam ciclo
estrais erráticos mais freqüentemente que as adultas, e muitas vezes indocilidade para o
manejo intensivo de exames retais, sendo assim, em geral, nos centros comerciais se evita
o uso de potrancas virgens como receptoras na primeira instância.
sido classificadas clinicamente como aptas e compradas como receptoras (Alonso, 2005).
A minúcia do exame reprodutivo depende mais das circunstâncias particulares da compra
deste (preço, disponibilidade para amostras, autorização do proprietário, habilidade do
médico veterinário, etc), do que indicação médica. Quanto maior for a profundidade do
exame, menor erro e conseqüentemente maior preço, mas, de acordo com os nosso dados,
está absolutamente justificado considerando a alta proporção de éguas que são aceitas e
não aptas reprodutivamente. Resumindo, o ideal seria que uma égua candidata a ser
incorporada como receptora, tivesse o exame de biopsia endometrial somado ao exame
ultrassonográfico, e integridade dos genitais externos e um exame de competência cervical.
No Brasil os Veterinários usam quase que exclusivamente a Ultra-sonografia para compra
ou descarte de receptoras, é importante salientar que nem sempre uma égua sem fluido
uterino não tem um processo inflamatório instalado no útero. Em função disto aconselhamos
que pelo menos o exame citológico seja incluído na seleção de receptoras.
s45
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
égua indócil não só comprometera o manejo, colocando em perigo a integridade das pessoas
(e a ela), se não complicando o manejo do potro.
• Receptoras com potro ao pé: É mais difícil o manejo de éguas com potro ao pé, exceto
em programas com pouca quantidade de éguas. Ainda mais, se tratando de receptoras que
ficaram prenhes na temporada anterior e as crias são produtos de TE. Devemos pensar em
seu valor econômico e no perigo de levar os potros aos currais todos os dias, entrar em
mangueiras, éguas nervosas, etc. Outro fator importante a ser considerado é a alimentação
destas éguas, tendo em conta que os requerimentos para éguas lactantes até o terceiro mês
são muito altos. De qualquer forma, as éguas pós-parto são um excelente recurso, passando
pelo exame de avaliação reprodutiva, podem ser utilizadas com êxito apartir do segundo
ciclo pós-parto.
Não podemos deixar de citar que além dos fatores anteriormente citados, o fator Profissional
é e grande relevância. Existem grandes variações nos programas de acordo com o profissional
envolvido, variações estas que não estão relacionadas somente aos aspectos técnicos da habilidade
na coleta, manipulação e transferência de embriões como também por cuidados com: a
esterilização adequada dos equipamentos, o ambiente de trabalho, acondicionamento de meios,
uso de equipamentos adequados para manipular embriões, respeito as regras para refrigeração de
embriões entre outros.
Devemos ter em mente que em muitas situações o risco maior quando se trata do fator
contaminação não vai interferir nos resultados de prenhez pós TE, pois os embriões mesmo que
sejam contaminados durante a coleta, se lavados adequadamente anteriormente a transferência,
estarão livres de contaminação. Contudo a doadora corre alto risco de contaminação, com
conseqüente comprometimento futuro da fertilidade que comprometerá a sua capacidade de
produzir embriões.
Devemos procurar trabalhar dentro de condições que nos permitam obter o resultado final
esperado que é o de se produzir potros através da técnica de TE. Certamente muitos dos fatores
que interferem negativamente dependem do apoio do(s) proprietário (s), cabendo ao Médico
Veterinário conscientizá-los dos riscos do mal uso da técnica.
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
s50
Menchaca A. & Rubianes E. 2006. Dois novos protocolos para controlar a atividade ovariana em caprinos: protocolo de curta
duração para inseminação artificial emScientiae
Acta tempo fixo Veterinariae
e protocolo para transferência de1):
34(Suplemento embriões
2006 iniciado no dia 0. Acta Scientiae
Veterinariae. 34 (Supl 1): 51-58.
1
Laboratorio de FisRep-PEDECIBA, Dpto de Fisiología, Facultad de Veterinaria, UdelaR;
2
Dpto de Producción Animal y Pasturas, Facultad de Agronomía, UdelaR, Uruguay.
alejomen@adinet.com.uy
Resumo
Esta revisão resume a informação sobre o uso de dois novos protocolos para o controle da atividade
ovariana em caprinos, desenvolvidos por nosso grupo. Para a sincronização do estro, os chamados
protocolos de tempo curto, usando um dispositivo intravaginal impregnado com progesterona,
mantido por 5-7 dias e associado ao uso de Prostaglandina F2á e Gonadotrofina Coriônica Eqüina
permite uma alta taxa de prenhez (i.e. > 60%) com uma única inseminação em tempo fixo às 54
horas após a retirada do dispositivo. Para a superovulação, o chamado protocolo do dia 0, iniciando
o tratamento com FSH no dia da emergência da primeira onda folicular (i.e. na ausência do
folículo dominante), permite uma resposta ovulatória maior e uma maior produção de embriões
que os tratamentos tradicionais. Ambas as estratégias tem aumentado a eficiência dos programas
de inseminação artificial e transferência de embriões em caprinos.
Palavras-chave: Caprinos, Folículo, FSH, progesterona, sincronização, superovulação.
Introdução
O crescimento folicular em caprinos ocorre em um padrão de ondas (Ginther & Kot 1994;
de Castro et al. 1998; Gonzalez de Bulnes et al. 1999). Uma onda folicular é definida como a
emergência de um grupo de pequenos folículos antrais, com normalmente um ou dois folículos
atingindo um diâmetro de 5 ou mais milímetros. De acordo com diferentes autores, o numero de
ondas foliculares por ciclo varia entre duas e cinco ondas. O padrão mais frequentemente
encontrado em caprinos é o de quatro ondas foliculares durante um ciclo inter-ovulatório normal
(19-22 dias) (Ginther & Kot 1994; de Castro et al. 1999; Schwarz & Wierzchos 2000; Menchaca
& Rubianes 2002). O intervalo entre ondas é o período entre a emergência do maior folículo de
duas ondas consecutivas, com duração de quatro a sete dias. O dia da emergência de cada onda
s51
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
folicular é variável e depende do número de ondas em cada ciclo. A predição do dia da emergência
de cada onda folicular é, portanto, muito difícil, com exceção da primeira onda do ciclo estral.
Os estudos concordam que a emergência da primeira onda de crescimento folicular ocorre em
torno do dia da ovulação (dia 0), do ciclo anterior. As características das ondas foliculares foram
recentemente revistas (Rubianes & Menchaca 2003) e outros aspectos são descritos na revisão
sobre controle da atividade ovariana em ovinos, publicados neste encontro (ver Rubianes &
Menchaca). Na Figura 1 são apresentados os padrões de ondas foliculares encontrados em cabras
cíclicas e gestantes.
9 # 28 9 # 21
8 8
7 7
6 6
5 5
4 4
3 3
diameter (mm)
2 2
-1 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 -1 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19
9 # 26
8
7
6
5
4
3
2
-1 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31
De acordo com estas novas informações sobre dinâmica folicular em caprinos, nosso grupo
vem desenvolvendo tratamentos curtos com base na utilização de agentes progestágenos por 5-
7 dias em pequenos ruminantes, o chamado Protocolo “Curto”. O uso de protocolo de curta
duração, associado à aplicação de 200-300 UI da eCG no momento da retirada do dispositivo,
tem sido rotineiramente utilizados em fazendas de caprinos leiteiros localizadas no Uruguai,
durante os últimos 5 anos. Na estação de acasalamento, para garantir o controle luteal, este
tratamento é associado à aplicação de uma dose de PGF-2á no dia da inserção do dispositivo. No
entanto, durante a estação de anestro, faz-se necessário associar o tratamento curto com eCG. A
taxa de prenhez em protocolos que utilizam 200 ou 400 UI de eCG, administradas no momento
s52
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
da retirada do dispositivo intravaginal não difere (200 IU= 58%; 400 IU eCG= 64%), mas foi
superior à taxa de prenhez de protocolos progestágeno sem eCG (22%; A. Menchaca & A. Guarino,
dados não publicados). Outros estudos comparando o uso de protocolo de curta duração por
quatro, cinco, seis, sete ou oito dias, sugerem uma maior taxa de prenhez quando o implante de
progesterona foi mantido durante cinco dias (Tabela 1). O uso deste protocolo promoveu a
manifestação do estro em mais de 90 % dos animais e um intervalo médio do final do tratamento
ao inicio do estro foi em torno de 30 horas. A taxa de prenhez para a monta natural foi de 80 %
e, quando se utilizou a inseminação artificial com sêmen fresco, 12 horas após o início do estro,
foi maior que 70 %. Outros detalhes sobre a resposta a este tratamento foram revisados por
Rubianes & Menchaca (2003). Quando o momento de uma única inseminação em tempo fixo foi
avaliado, o tempo ótimo observado foi 54 horas após a retirada do implante, com uma taxa de
prenhez média maior que 60 % (Tabela 2).
A resposta ovariana ao tratamento com progesterona por 5 dias tem sido avaliado em
caprinos (Rubianes et al. 1998; Menchaca & Rubianes 2001, 2002). Recentemente, foi conduzido
um estudo ultra-sonográfico em cabras leiteiras cíclicas para avaliar, especificamente, o efeito
do tratamento curto sobre a dinâmica folicular (Menchaca 2006). O tratamento iniciou, não
considerando o dia do ciclo, utilizando-se um dispositivo com progesterona (CIDR-G) durante
cinco dias. Uma dose de PGF-2á foi aplicada no início do tratamento. Em 84 % dos animais
tratados, o protocolo de curta duração resultou no crescimento de um folículo jovem (~ 5 dias)
ao final do tratamento. A manifestação do estro ocorreu cerca de 30 horas após a retirada do
CIDR e a aplicação de 250 UI de eCG, o pico de LH e a ovulação do folículo dominante ocorreram
40 e 60 horas após o mesmo, respectivamente. A representação esquemática da resposta ao
tratamento encontra-se Figura 2.
Tabela 1. Taxa de Prenhez obtida utilizando diferentes períodos de tratamento com
progestágenos, em protocolos de curta duração. Uma única inseminação
artificial via transcervical foi realizada 54 horas após o término do tratamento.
(dados fornecidos por Red Capra, Faculty of Veterinary, Uruguay; Menchaca &
Rubianes 2004).
Duração do tratamento com progestágeno
4 dias 5 dias 6 dias 7 dias 8 dias
31/89 a
140/216 c
23/38 bc
74/122 bc 30/59ab
Prenhez/total de cabras (%)
(34,8) (64,8) (60,5) (60,7) (50,8)
Para diferentes superescritos P< 0,05.
Tabela 2. Taxa de prenhez obtida com a inseminação artificial em tempo fixo (IATF)
realizada 48 ou 54 horas apos o término do protocolo de curta duração, associado
com 250 IU da Ecg. Os dados de porcentagem de animais em estro na IATF,
segundo Menchaca & Rubianes 2006.
IATF 48 h IATF 54 h
Estro/total de cabras (%) 138/156a (88,5) 154/168a (91,7)
Prenhez/total de cabras (%) 77/156a (49,4) 107/168b (63,7)
Para diferentes superescritos, na mesma linha P <0,5.
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Conclusão
Dois novos tratamentos foram revisados neste artigo: Protocolos de curta duração para
sincronização de estro e o Protocolo do dia 0 para superovulação em caprinos. Estes protocolos
incorporam as informações geradas nos últimos anos sobre a fisiologia ovariana de ruminantes.
O Protocolo de curta duração consiste no tratamento com progesterona por 5-7 dias associado
com uma aplicação de PGF2á e da Ecg, no momento da inserção e da retirada dispositivo,
respectivamente. Uma única inseminação em tempo fixo, realizada 54 horas após a retirada do
dispositivo, permite uma taxa de prenhez superior a 60 %. O protocolo do dia 0 consiste no
tratamento superestimulatório com FSH iniciado na ausência do folículo dominante (i.e. logo
após a ovulação: Dia 0). Este protocolo permite uma maior resposta ovulatória e, uma produção
de embriões transferíveis 10 – 20 % superior aos tratamentos tradicionais. Estes dois protocolos
aumentam a eficiência dos programas de inseminação artificial, permitindo a adoção destas
tecnologias por nossos países.
Agradecimentos
pelo Ovagen e pelo meio Emcare; a E. Campos e S. Kmaid (Universal Lab, Uruguay) pelo
CIDR-G e o análogo da PGF2α (delprostenate, Glandinex); a I. Videla-Dorna (Syntex, Argentina)
pelas esponjas impregnadas com MAP. Suporte financeiro foi fornecido por PEDECIBA e CSIC
(Universidad de la República). AM e ER são pesquisadores do FNI (Fondo Nacional de
Investigadores).
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
s58
Santos M.H.B., Chiamenti A., Moraes E.P.B.X., Moura R.T.D., Lima P.F. & Oliveira M.A.L. 2006. Diagnóstico precoce do
Acta
sexo fetal nas espécies caprina Scientiae
e ovina atravésVeterinariae 34(Suplemento
da ultra-sonografia. 1): 2006
Acta Scientiae Veterinariae. 34 (Supl 1): 59-64.
Santos, M.H.B.; Chiamenti, A.; Moraes, E.P.B.X.; Moura, R.T.D.; Lima, P.F.; Oliveira, M.A.L.
Introdução
Sexagem Fetal
Nos últimos anos foram desenvolvidas diversas possibilidades para identificação precoce
do sexo fetal e os métodos mais pesquisados são os não invasivos, por não provocar danos à
gestante e ao concepto. Em humanos existe a possibilidade de se identificar o sexo do feto pela
análise do sangue materno, em função da placenta do tipo hemocorial permitir a passagem de um
pequeno número de células da circulação do feto para a da mãe (Rijnders et al., 2001). Entretanto,
nos ruminantes a placenta do tipo epitéliocorial não é vulnerável à passagem de células ou
anticorpos, tornando esse tipo de diagnóstico improvável nas referidas espécies (Rüsse & Grunert,
1993).
A ultra-sonografia foi inicialmente introduzida na Medicina Humana para diagnosticar a
gestação e o sexo fetal, sendo posteriormente utilizada na Medicina Veterinária no mesmo sentido.
Nos eqüinos, estabeleceu-se que o período ideal de sexar os fetos é do 55º ao 75º dia de gestação
(Merkt & Moura, 2000) e nos bovinos do 50º ao 60º dia (Curran, 1992). Em ovinos, a identificação
do sexo foi efetuada entre o 60º e o 69º dias da gestação (Coughbrough & Castell, 1998) e entre
o 65º e o 100º dias (Nan et al., 2001), mas foi posteriormente recomendada em dois períodos,
sendo o primeiro entre o 50º e o 56º dias e o segundo do 66º ao 70º dia de gestação (Bürstell,
2000).
Para definir o período mais viável de diagnosticar o sexo fetal nos caprinos e ovinos,
pesquisas têm sido desenvolvidas na tentativa de estabelecer o período de migração do tubérculo
genital (TG) de raças nativas e exóticas, visando aumentar a acurácia do diagnóstico do sexo
fetal (Santos et al., 2005b; Moraes, 2006; Santos, 2006; Santos et al., 2006ab).
A sexagem fetal, com base unicamente no posicionamento do TG, requer habilidade e
experiência do operador, além de equipamento ultra-sonográfico apropriado, que permita qualidade
s59
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Figura da pagina 60
M
A
Figura 1. Fetos do sexo masculino (A, B, C) evidenciando imagem hiperecóica do TG (tg) situado
caudalmente ao cordão umbilical (cu), do prepúcio (p) e da bolsa escrotal (be). Fetos do sexo
feminino (D, E, F) mostrando imagem hiperecóica do TG (tg) situado próximo à cauda (cd),
da vulva (v) e das tetas (t). Fonte: Santos et al. (2005a)
A migração do TG ocorre entre os dias 37º e 46º (41,4±2,1), 38º e 48º (46,1±4,7), 38º
e 51º (42,2±2,0) e entre o 38º e o 48º (39,5±2,9) de gestação, respectivamente, nos fetos das
raças Santa Inês, Dorper, Damara e Morada Nova (Santos, 2006; Santos et al., 2006b);
sendo recomendado que a sexagem de fetos ovinos originados de monta natural seja realizada
a partir do 50º dia de gestação. Por outro lado, nos fetos provenientes da transferência de
embriões congelados a migração do TG ocorre mais tardiamente, sendo do 36º ao 58º
(46,1±4,7) dia na raça Dorper e do 42º ao 52º (48,5±3,3) dia na Morada Nova, devendo o
diagnóstico do sexo fetal ser efetuado pelo menos a partir do 55º dia de gestação (Santos,
2006). Em princípio pode parecer equivocado recomendar a sexagem dos fetos da raça
s60
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Damara, provenientes de monta natural, a partir do 50º dia e os da raça Morada Nova, oriundos
de transferência de embriões, a partir do 55º dia de gestação. Todavia, é necessário esclarecer
que este período é sugerido levando-se em consideração os valores médios e o fato de que a
migração tardia do TG ocorreu somente em um feto de cada raça.
Nos fetos da espécie caprina, o período de migração do TG varia do 44º ao 49º (46,2±1,3)
dia na raça Anglo-nubiana (Santos et al., 2005). Entre 43º e 54º (47,4±2,5) dias na raça Boer
(Santos, 2006), do 45º ao 55º (48,9±1,8) e do 41º ao 51º (46,4±2,1) dias, respectivamente, nas
raças Saanen e Alpina Americana (Santos, 2006), além de 48º a 53º (50,4±2,3) dias nos fetos
sem raça definida (Santos et al., 2006a). Como anteriormente justificado para fetos ovinos, a
decisão de recomendar a sexagem dos fetos caprinos a partir 55º dia de gestação foi em função
dos valores médios e do irrelevante número de fetos em que o TG migrou mais tardiamente.
Mesmo assim, é importante alertar que nada impede que o TG de algum feto, de ambas as
espécies, migre após o dia sugerido para os exames. Outra observação que deve ser ressaltada é
no que concerne à migração do TG de fetos do mesmo sexo nas gestações múltiplas, que pode
ocorrer com diferença de 96 horas, pelo menos, e induzir o operador a cometer equívocos,
diagnosticando fetos machos como sendo fêmeas (Santos, 2006).
Outro importante desafio da sexagem fetal é com relação à acurácia do exame ultra-
sonográfico, uma vez que nos pequenos ruminantes a influência de fatores que podem dificultar
o exame é maior do que nas espécies de grande porte. Na dependência do período e do tipo de
gestação, nem sempre é possível quantificar todos os fetos de forma precisa, como por exemplo,
nas gestações múltiplas e, muito menos, identificar o sexo de todos num mesmo exame. As
maiores dificuldades na sexagem ocorrem nas gestações múltiplas (White et al., 1984; Gearhart
et al., 1988; Haibel, 1990) e, em algumas delas, apesar de serem executados mais de um exame,
é muito pouco provável que se diagnostique todos os fetos (Santos, 2006).
Nas gestações simples, independentemente do número de exames, a acurácia do diagnóstico
por via transretal, segundo Santos (2006), é próxima de 100% quando os exames são realizados
no período adequado, entre o 50º e o 70º dia de gestação, o que não é verdadeiro para as gestações
múltiplas (Tabela 1). É oportuno comentar que, na quase totalidade dos casos, a diminuição da
precisão diagnóstica foi reduzida pela impossibilidade de quantificar todos os conceptos de uma
mesma fêmea gestante e não em decorrência de diagnósticos equivocados.
Tabela 1. Acurácia da identificação do sexo de fetos caprinos e ovinos pela ultra-sonografia transretal
de fêmeas entre o 50º e o 70º dia de gestação.
Gestação Simples Gestação Dupla Gestação tríplice
Exame Exame Exame Exame Exame Exame
Único Repetido Único Repetido Único Repetido
Espécie n/n n/n n/n n/n n/n n/n
Ovinos 16/16 44/45 24/28 63/70 - 35/49
(100%) (97,8%) (85,7%) (90,0%) (71,4%)
Caprinos 95/100 50/50 86/108 111/124 22/23 39/48
(95,0%) (100%) (79,6%) (89,5%) (95,6%) (81,2%)
Total 106/116 94/95 110/136 174/194 22/23 506/564
(91,3%) (98,9%) (80,9%) (89,7%) (95,6%) (89,7%)
Fonte: Santos (2006)
Nas gestações a partir do 100º dia, os exames, quando realizados, devem ser por via
transabdominal, em decorrência da localização dos fetos dificultar a utilização do transdutor por
via transretal (Santos et al., 2006a). Nesse período, a acurácia é inferior ao do anteriormente
abordado, tanto nas gestações simples quanto nas múltiplas (Tabela 2). Essa ocorrência é atribuída
ao maior crescimento dos fetos, nos últimos dois meses de gestação, reduzir o espaço uterino e
s61
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
favorecer que os placentomas, em conjunto com os demais anexos fetais e partes do próprio feto,
sejam incorretamente interpretados como estruturas hiperecóicas relacionadas com a diferenciação
sexual. Adicionalmente, a sexagem nesta fase é mais difícil de ser efetuada do que nos dois
meses iniciais de gestação, em virtude da impossibilidade de mapear e até mesmo quantificar os
fetos localizados no abdome. Neste período, o exame ultra-sonográfico, além de requerer uma
extensa área do ventre do animal para realização da tricotomia, como recomendado por Aiumlamai
et al. (1992) e Chavez Moreno et al. (1996), necessita de um maior número de pessoal para
manejar e conter adequadamente os animais.
Conclusões
A ultra-sonografia é um método eficiente para sexar fetos das espécies caprina e ovina,
desde que os exames sejam realizados em período de gestação adequado. A identificação do
sexo fetal, considerando-se somente a localização do TG, é uma possibilidade concreta que
determina precocidade ao exame, mas necessita ser efetuada sob rigoroso controle da idade do
feto.
Exames repetidos nem sempre contribuem para aumentar a acurácia do diagnóstico do
sexo fetal e devem ser evitados, porque oneram o custo/benefício da sexagem e limitam a adoção
dessa prática na rotina de exame.
As gestações múltiplas, principalmente aquelas com mais de dois fetos, comprometem a
acurácia da sexagem fetal, mas o sexo do feto não interfere na acurácia do diagnóstico.
O equipamento de ultra-som é uma peça fundamental para o sucesso da identificação do
sexo fetal, e a utilização de um transdutor linear com dupla freqüência é uma ferramenta que
pode auxiliar o operador a definir o diagnóstico.
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ActadaScientiae
transferência de embriões
Veterinariae em caprinos. Acta
34(Suplemento 1):Scientiae
2006 Veterinariae. 34 (Supl 1): 65-70.
Introdução
O rebanho caprino mundial aumentou 55% de 1980 a 1999. Durante este período, a produção
de leite de cabra cresceu 58% (FAO, 2001). O Brasil tem a expectativa de seguir este cenário
mundial e projeta um rebanho da ordem de 50 milhões de cabeças nas próximas duas décadas.
Atualmente e para suportar este crescimento serão necessários programas acessórios para
identificar e/ou multiplicar com alto mérito genético.Assim, biotecnologias da reprodução tendem
a aumentar em número de animais assistidos, serem mais adaptadas às condições de campo bem
como simplificadas para darem suporte adequado à rápida multiplicação demandada por estes
animais. O estudo de biotecnologias do sêmen é importante para a preservação e multiplicação
de machos. Todavia, a multiplicação de fêmeas é igualmente demanda em alta escala. Neste
contexto, a superovulação e transferência de embriões podem ser muito vantajosas.
A primeira transferência de embriões caprinos com sucesso foi reportada no início dos
anos 1930 (Warwick et al., 1934). Entretanto, estudos sobre a biotecnologia de embriões caprinos
foram intensificados apenas a partir de 1970 (Gordon, 1997). Hoje, a transferência de embriões
caprinos é uma realidade mundial e o comércio de embriões aumenta anualmente. Thibier (2005)
reportou um movimento inferior a 3.000 embriões em 2004 (fresco e congelado). Certamente, o
aumento no número de comunicações oficiais contribuirá para elevar o número de transferências
de embriões no mundo, uma vez que dados estatísticos do setor são imprecisos.
No Brasil, os primeiros animais (raça Toggenburg) produzidos por transferência de embriões
foram reportados por Jaume & Bruschi (1985). Nos últimos dez anos, o número de embriões
transferidos aumentou de forma significativa, principalmente em função da importação de animais
e embriões de caprinos de corte. Isto popularizou a transferência de embriões, tornando-a acessível
ao setor produtivo. A simplificação desta tecnologia, bem como, o aumento no número de técnicos
capacitados podem potencializar ainda mais este expansão.
O objetivo deste artigo foi descrever de forma sucinta as etapas envolvidas na transferência
de embriões em caprinos.
A técnica
O ciclo estral
exemplo, desde que haja aporte nutricional em quantidade e qualidade suficientes, a cabra ciclará
durante todo o ano. O ciclo estral caprino tem uma duração média de 21 dias. Apresenta uma
fase luteínica (17 dias) e uma fase folicular (4 dias). Durante este período, duas a quatro ondas
foliculares podem estar presentes. A dominância folicular parece ocorrer apenas na primeira e
última ondas foliculares (Ginther & Kot, 1994). A ovulação pode ser única ou múltipla e ocorre
predominantemente no final do estro ou logo após o seu final (Fonseca, 2002). Há relativamente
poucos estudos envolvendo a dinâmica folicular ovariana na cabra. O aumento do conhecimento
neste campo tem implicado em elevação na qualidade e quantidade das estruturas recuperadas
(Menchaca et al., 2005).
Superovulação
Colheita de embriões
A colheita de embriões em caprinos pode ser efetuada por laparotomia, laparoscopia e pela
via transcervical (Andrioli et al., 1999). A laparotomia, apesar de ser uma técnica segura e precisa,
apresenta todos os riscos e seqüelas inerentes aos processos cirúrgicos que envolvem exploração
de órgãos abdominais, principalmente aderências. A laparoscopia é uma técnica precisa e segura,
com menor índice de seqüelas que a anterior, mas envolve a necessidade de procedimentos mais
laboriosos (i.e. uso de laparoscópio). No início da década passada, o procedimento de colheita
não-cirúrgica trans-cervical foi desenvolvido (Pereira et al., 1991), sendo atualmente o mais
utilizado no Brasil. A técnica trans-cervical combina fácil execução, baixo índice de aderências
e boa taxa de recuperação (Andrioli et al., 1999). O procedimento pode ser executado com o
animal em estação. Para tanto, há necessidade de administração de prostaglandina 12 horas antes
da colheita ou de oxitocina no momento na colheita. Este procedimento tem o objetivo de promover
a dilatação do canal cervical, o que facilita a passagem do cateter (Pereira et al., 1998).
Anestesia epidural e local (cérvix), bem como leve sedação, minimizam o desconforto
animal, facilitando o processo (Fonseca et al., 2005a). A colheita deve ser efetuada seis a sete
dias após o início do estro. Em média, cinco embriões viáveis são recuperados por colheita. A
avaliação embrionária segue os princípios utilizados para bovinos (IETS, 1998; Strinfellow &
Seidel, 1999).
Receptoras
Inovulação
A inovulação embrionária em cabras e ovelhas pode ser feita pelo método cirúrgico,
laparoscópico, semilaparoscópico ou transcervical, sendo a última pouco relatada. Normalmente,
observam-se taxas de gestação que variam de 40 a 80 %. Os mesmos fatores que interferem na
taxa de gestação em bovinos também atuam em caprinos e ovinos. Todavia, métodos que
possibilitam a observação e caracterização precisa do corpo lúteo (localização e aparência
macroscópica) têm expectativas de taxas de gestação superiores, uma vez que receptoras com
regressão luteal ou corpos lúteos de baixa qualidade morfológica podem ser eliminadas. Os
embriões são transferidos ipsilaterais ao (s) corpo (s) lúteo (s), normalmente aos pares. A
transferência de um embrião para cada corno uterino também é reportada com sucesso. A
inovulação transcervical não-cirúrgica, executada de forma semelhante à colheita é talvez uma
tendência futura, a exemplo do que ocorreu em bovinos. Neste caso, o corpo lúteo deve ser
localizado por ultra-sonografia para determinação de qual corno receberá o embrião. Todavia, o
diâmetro do inovulador, a idade e a ordem de parição poderão conferir maior ou menor facilidade
à técnica (Fonseca, 20051), o que permanece como objeto de estudo.
Criopreservação
1
Dados não-publicados
s68
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Conclusões e perspectivas
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34 (Supl 2006
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José Ricardo de Figueiredo; Ana Paula Ribeiro Rodrigues; Regiane Rodrigues dos Santos;
Cláudio Lopes; José Roberto Viana Silva
UECE-FAVET-PPGCV-LAMOFOPA - jrfig@webcabo.com.br
Introdução
Conceito
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Importância
s72
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Isolamento de FOPA
s73
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Além disso, vários estudos mostraram que o FSH estimula a formação de antro, a esteroidogênese
e a produção de lactato (suínos: Wu et al., 2001; ovinos: Kreeger et al., 2005).Gutierrez et al.
(2000) mostraram que 19% de folículos bovinos cultivados em um sistema desenvolvido para
células da granulosa, sem FSH ou fatores de crescimento, atingiram o estádio antral. Por outro
lado, a adição de EGF ou FSH aumentou para 55% a taxa de desenvolvimento até o antro (Gutierrez
et al., 2000). Outro experimento revelou que o FSH sozinho e o EGF adicionado de FSH podem
ser recomendados para o cultivo in vitro de folículos bovinos com diâmetro entre 40 e 80 μm –
Saha et al., 2000).
Os efeitos do VIP (pepitídeo intestinal vasoativo) e ativina A na presença ou ausência de
hFSH (Hulshof et al., 1995) sobre o desenvolvimento de FOPA bovinos isolados mecanicamente
também foram investigados. Os resultados desses estudos revelaram que o VIP estimula o
desenvolvimento de FOPA bovinos. O papel da ativina no desenvolvimento de FOPA é confirmado
pelo seu efeito estimulatório no crescimento folicular e proliferação das células da granulosa,
efeito dependente de sua concentração. A ativina também tem uma ação sinérgica com o FSH no
desenvolvimento folicular. Recentemente, em ovinos, também foi demonstrado que a ativina
promove o crescimento de FOPA até a formação de antro (Thomas et al., 2003).
Durante os últimos anos a função do fator de diferenciação do crescimento-9 (GDF-9)
sobre o desenvolvimento folicular tem sido parcialmente elucidada. O GDF-9 é uma substância
pertencente à família de fatores de crescimento transformantes e é secretado pelo oócito (Chang
et al., 2002). Este fator atua promovendo o crescimento de folículos primários e a proliferação
de células da teca de ratas (Nilson & Skinner, 2002), estimulando a manutenção da viabilidade
folicular e a proliferação de células da granulosa de humanos (Hreisson et al., 2002). Além
disso, exerce efeito sinérgico com o FSH sobre o crescimento e diferenciação de folículos pré-
antrais murinos (Hayashi et al., 1999). Dong et al. (1996) mostraram que na ausência do GDF-
9, não ocorre a formação de folículos secundários, levando conseqüentemente à degeneração
dos oócitos inclusos em folículos primários.
No tocante à viabilidade folicular, Katska & Rynska (1998) relataram que FOPA bovinos
cultivados em TCM 199 suplementado com FSH, 17β-estradiol, insulina, trasferrina e selênio,
piruvato de sódio, glutamina e hipoxantina apresentaram viabilidade e crescimento folicular
superior quando comparado ao meio sem suplementação. Contrariamente aos efeitos benéficos
do FSH sobre o desenvolvimento in vitro de FOPA bovinos descritos anteriormente, Nuttinck et
al. (1996) mostraram que o pFSH (FSH-porcino) induz a degeneração em pequenos FOPA bovinos
e que essa degeneração parece ser atenuada pelo FGF-2. Esse trabalho também demonstrou que
o FGF-2 leva ao aumento da síntese de DNA folicular, a qual não é observada na presença do
pFSH. A discordância entre os resultados obtidos por Nuttinck et al. (1996) e o dos autores
mencionados acima, no tocante ao efeito do FSH sobre o desenvolvimento de FOPA bovino in
vitro é, provavelmente, devido às diferenças nos procedimentos de isolamento folicular, bem
como, aos diferentes sistemas de cultivos empregados.
Em animais de laboratórios, diversos fatores influenciam positivamente o crescimento de
FOPA, como por exemplo: FSH, Fator de Diferenciação do Crescimento-9 (GDF-9), EGF, TGFβ,
ativina, Fator de Crescimento de Keratinócitos (KGF), Hormônio Luteinizante (LH) e Hormônio
do Crescimento (GH). Outras substâncias, como hormônio anti-Mülleriano inibem o
desenvolvimento de FOPA de camundongos (Fortune, 2003). Provavelmente, a interação de
vários fatores inibidores e estimuladores é responsável pelo controle do desenvolvimento de
FOPA.
A influência de diferentes hormônios, fatores de crescimento e outros peptídeos sobre a
ativação e crescimento in vitro de FOPA é ilustrado na Tabela 1.
s75
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
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Scientiae
Paulo Bayard Dias Gonçalves; Rogério Ferreira; Valério Valdetar Marques Portela;
Bernardo Garziera Gasperin
A angiotensina II (Ang II) tem uma importante função na regulação da pressão sangüínea
sistêmica e homeostase dos fluidos. Além dessa conhecida função, há evidências da presença do
sistema renina-angiotensina (RAS) ovariano, incluindo a presença de componentes do RAS no
ovário e mRNA de angiotensinogênio e pró-renina [1;2]. O precursor do RAS angiotensinogênio
é clivado pela renina na ligação leucina-leucina para formar o decapeptídeo angiotensina I (Ang
I) [3]. A enzima conversora de angiotensina (ECA) cliva a Ang I formando a Ang II. A Ang II, um
octapepitideo ativo do RAS, está presente em altas concentrações nos ovários de mamíferos [4-
7], o que sugere uma função ovariana.
A ativação da renina necessita da clivagem de um segmento da pró-renina [8] e parece
ocorrer somente nos rins, uma vez que não é detectada em animais nefrectomizados bilateralmente
[9]. A pró-renina é produzida e secretada principalmente pelos rins, entretanto, há outras fontes
de pró-renina, pois é detectada em machos e fêmeas que sofreram nefrectomia bilateral [9]. As
concentrações de pró-renina no fluido folicular são 100 vezes maiores que as concentrações
plasmáticas [10;11], e estão relacionadas com o número de folículos pré-ovulatórios [12]. Em
mulheres, a concentração plasmática de pró-renina aumenta durante os três dias de aumento de
LH, permanecendo elevada durante a fase luteal e diminuindo concomitante à redução dos níveis
de progesterona [13]. A secreção ovariana de pró-renina é regulada por gonadotrofinas, ocorrendo
um pico nas concentrações de pró-renina 8 horas após o pico ovulatório de LH [14].
Há divergências consideráveis entre estudos no que diz respeito à produção ovariana de
renina. Níveis plasmáticos de renina não aumentam após o pico de LH, nem após administração
de hCG, momento em que as concentrações de pró-renina atingem os níveis mais altos [12]. Em
um estudo com mulher nefrectomizada bilateralmente, a renina não foi detectada no plasma;
entretanto, níveis de pró-renina aumentaram antes do aumento de progesterona, concomitante ao
aumento de LH e estradiol [15]. A renina está aumentada na fase luteal de mulheres com ciclo
menstrual normal. Estes achados sugerem que a pró-renina é secretada em resposta ao LH ou
hCG, enquanto a renina é secretada pelos rins em resposta a progesterona luteal [16]. Formas
incompletas de pró-renina produzidas pela ação de peptidases têm demonstrado uma atividade
“semelhante à renina” [17]. Mulheres com ciclo menstrual normal apresentam atividade
semelhante à renina mais elevada no fluido folicular do que no plasma, sugerindo uma produção
local desta proteína. Em um modelo in vitro usando ovários perfundidos de coelhas, a atividade
semelhante à renina aumenta 2 a 4 horas após exposição ao hCG [18], sugerindo que as
gonadotrofinas desempenham uma função importante na regulação da atividade de renina.
O angiotensinogênio é expresso no fígado e em alguns outros tecidos incluindo os ovários.
Durante a exposição à dexametasona ou 17-etinilestradiol ocorre um aumento nos níveis hepáticos
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
de mRNA de angiotensinogênio, sugerindo uma possível regulação ovariana [2]. A ECA apresenta
diferentes níveis de atividade em diferentes tecidos [19]. Em ovários de ratas, a ECA foi
identificada em veias do epitélio germinativo ao redor do corpo lúteo e nas células da granulosa
de alguns folículos [20]. A regulação da ECA nas células endoteliais é controlada pelo acúmulo
de AMPc [21], sugerindo que esta enzima pode ser controlada por gonadotrofinas. Entretanto, a
ECA não apresenta uma variação cíclica durante o ciclo estral [22].
Há muitos fatores que evidenciam uma produção ovariana de Ang II. Animais tratados
com hCG demonstram concentrações mais altas de Ang II no fluido folicular em comparação ao
plasma, sugerindo produção local desse peptídeo [18]. Husain et al. [4] detectaram altos níveis
ovarianos de Ang II em animais nefrectomizados bilateralmente. Alguns trabalhos demonstram
um aumento de Ang II no fluido folicular após o pico ovulatório de gonadotrofinas. Yoshimura
et al. [18] verificaram um aumento na secreção folicular de Ang II após administração de hCG
em ovários de coelhas perfundidos in vitro. Este aumento parece estar relacionado com o aumento
da atividade intrafolicular da renina. Em bovinos, foi demonstrado in vivo, através de um sistema
de microdiálise, um aumento nas concentrações de Ang II no fluido folicular após o pico de LH
[23].
Os receptores da Ang II foram descritos nas células da teca e granulosa de ratas e coelhas
[24] e nas células da teca em vacas e macacas [25;26]. Com base nas diferentes propriedades
farmacológicas e bioquímicas, os receptores Ang II foram classificados em dois subtipos [27;28].
O receptor AT1 tem sido demonstrado mediando um número de funções bem conhecidas da Ang
II como contração de musculatura lisa, síntese e secreção de aldosterona e angiogênese. Já o
receptor AT2 é responsável por efeitos opostos ao receptor AT1 e por mediar funções reprodutivas
como esteroidogênese, maturação de oócitos e ovulação em algumas espécies.
s86
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Diversas evidências sugerem que o RAS tem um importante papel no processo de ovulação
em bovinos. Estudos in vitro têm demonstrado que a Ang II atua como mediador na ovulação
induzida por gonadotrofinas em coelhas [36;37] e ratas [38]. Em bovinos, a presença de receptores
de Ang II nas células foliculares [26;31;32] e o aumento nas concentrações de Ang II após o pico
de LH [23] sugerem uma atividade biológica desse peptídeo nesta espécie. Recentemente, nosso
grupo demonstrou que a Ang II atua como mediador na ovulação induzida por gonadotrofinas
em bovinos [39]. Foi adaptado um modelo in vivo o qual permite estudar o papel da Ang II na
ovulação, injetando antagonistas dos receptores de Ang II em folículos pré-ovulatórios. Esse
modelo in vivo possibilita estudos em diversas áreas da reprodução sem alterar o crescimento
follicular e a fisiologia da ovulação. Nestes estudos, as vacas receberam injeções intrafoliculares
de acordo com cada tratamento quando os folículos atingiram um diâmetro mínimo de 12 mm, e
foram desafiadas com uma aplicação IM de análogo do GnRH. A aplicação intrafolicular de 100
ì M de saralasina (inibidor dos receptores de Ang II) bloqueou a ovulação somente antes do
estro, portanto, antes do pico de LH (14.3% e 83.3% das vacas ovularam nos grupos saralasina e
controle, respectivamente). O pico ovulatório de LH ocorre cerca de uma hora após o início do
estro e a Ang II aumenta no fluido folicular após este acontecimento. Uma vez que a Ang II se
liga aos seus receptores e inicia o mecanismo de ovulação, não há efeito da saralasina na taxa de
ovulação o que explica porque a inibição da Ang II não bloqueia a ovulação após o início do
estro. Baseado nesses resultados, outro experimento foi conduzido para determinar o momento
em que a Ang II desempenha seu papel na ovulação. A saralasina bloqueou a ovulação somente
quando aplicada no momento e 6 horas após o tratamento com análogo do GnRH, mas não
quando este inibidor foi administrado 12 horas após o GnRH. As concentrações de Ang II
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
permanecem elevadas durante todo o processo de ovulação [23]; entretanto, nossos resultados
demonstraram que a Ang II desempenha uma função fundamental somente no início do mecanismo
de ovulação em bovinos.
Yoshimura et al. [37] induziram a ovulação com Ang II na ausência de gonadotrofinas em
um modelo utilizando ovários de coelhas perfundidos in vitro. Estes dados mostram que a Ang II
participa como iniciador do processo de ovulação induzido por gonadotrofinas. Em ovários de
coelhas perfundidos, as concentrações de Ang II no fluido folicular aumentam quatro horas após
exposição à gonadotrofinas, isto provavelmente ocorre devido a um aumento na atividade
intrafolicular de renina [18]. Essas descobertas estão de acordo com nossos resultados, nos quais
foi observado um bloqueio parcial da ovulação quando a Ang II foi inibida 6 horas após a injeção
de análogo do GnRH.
Para determinar qual subtipo de receptor de Ang II está envolvido na ovulação induzida
por LH, uma injeção intrafolicular de losartan (antagonista dos receptores AT1), PD123,319
(antagonista AT2), losartan+PD123,319 ou solução salina foi realizada no momento em que as
vacas foram desafiadas com análogo de GnRH. A ovulação foi inibida pela aplicação de PD123,319
e losartan+PD123,319, mas não pela aplicação de losartan ou solução salina. Portanto, a injeção
intraflicular do antagonista AT2 PD123,319 bloqueou a ovulação independente da presença do
antagonista do receptor AT1 losartan, mostrando que somente o receptor AT2 desempenha uma
função indispensável no processo de ovulação. Schauser et al. [32] observaram um aumento na
expressão de receptor AT2 em folículos pré-ovulatórios, sugerindo uma participação deste receptor
nos estádios finais de crescimento e ovulação destes folículos.
Tem sido demonstrado que a Ang II aumenta as concentrações de prostaglandina em folículos
pré-ovulatórios [23], e que a ovulação é inibida quando receptores de Ang II são bloqueados [39-
41]. A Ang II pode atuar diminuindo a secreção de inibidores do ativador do plasminogênio (PA)
[42;43], portanto melhorando o remodelamento da matriz extracelular. Há evidência de que o PA
pode desempenhar funções no desenvolvimento de pequenos folículos antrais. A expressão do
PA se altera durante o crescimento folicular de bovinos, assim como ocorre com a expressão de
um inibidor específico do PA das células da granulosa, a protease nexin-1 (PN-1).
Não houvve diferença na expressão de receptor AT1 nas células da teca e da granulosa entre
folículos estrogênicos e não-estrogênicos. Da mesma forma, não houve alterações na expressão
de receptor AT2 nas células da teca de acordo com a viabilidade do folículo. Entretanto, os níveis
de mRNA do receptor AT2 foram significativamente mais elevados nas células da granulosa de
folículos estrogênicos em comparação aos não-estrogênicos e a quantidade de mRNA de receptor
AT2 apresentou uma correlação positiva com as concentrações de E2 no fluido folicular [44].
Esses dados demonstram uma possível função da Ang II no controle do crescimento folicular via
receptor AT2. A adição de Ang II em células da granulosa tratadas com FSH ou IGF não teve
efeito na secreção de E2. A Ang II inibiu significativamente os níveis de mRNA de PN-1 e
secreção de proteína de células tratadas com FSH mas não teve efeito sobre células tratadas com
IGF [44].
Conclusão
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CONFERÊNCIAS
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s94
Webb R., Dugan K., Quinn R.L., Fouladi-Nashta A.A. & Hunter M.G. 2006. Desenvolvimento folicular em espécies mono e
Acta Scientiae
poli-ovulatórias: do feto à fertilização. Veterinariae
Acta Scientiae 34(Suplemento
Veterinariae. 1): 2006
34 (Supl 1): 95-114.
Resumo
Introdução
s95
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
com o estágio de desenvolvimento e com o número de fatores ambientais, assim como a nutrição,
também influenciando no desenvolvimento folicular (Webb et al., 2003, 2004; Hunter et al.,
2004b).
A taxa de ovulação é o fator determinante na eficiência reprodutiva e é seguramente
controlada de ambas as maneiras dentre e entre as espécies. Os mecanismos que controlam a
taxa de ovulação também envolvem a relação fatores de crescimento produzidos localmente e
fatores extra- foliculares incluindo as gonadotrofinas e os hormônios metabólicos (GH, insulina,
IGF-1).
Esta revisão focará as interações entre gonadotrofinas e fatores intra-foliculares no
desenvolvimento folicular e na taxa de ovulação. Uma vez que o folículo é o veículo para o
oócito, fatores que influenciam a qualidade do oócito e a sobrevivência embrionária também
serão discutidos. Para uma abordagem mais profunda dentro dos mecanismos envolvidos serão
feitas comparações entre espécies mono-ovulatórias, como as vacas, e espécies poli-ovulatórias,
como as porcas.
além da inibição dos pulsos de LH (Gong et al., 1996). Os achados de que o FSH sozinho pode
induzir o crescimento folicular até o tamanho de folículo pre-ovulatório em ambos suínos e
vacas (Picton et al., 1999b; Garverick et al., 2002) indicam que a troca em relação à dependência
ao LH pode ser superada, se a concentração de FSH permanecer alta o suficiente, embora a
funcionalidade do corpo lúteo possa ser comprometida (Webb et al., 2003, 2004).
Diferenças genéticas marcantes quanto às taxas de ovulação têm sido encontradas em
diferentes raças de ovelhas e estas raças proporcionam um forte instrumento para a elucidação
dos mecanismos que controlam a taxa de ovulação. Nas ovelhas FecB, que carregam um simples
ponto de mutação no domínio quinase intracelular do gene da BMPR-1B, os folículos tornam-se
maduros ao atingirem diâmetros menores em relação àqueles que não carregam esta mutação
(Juengel et al. 2004). Eles também passam por uma diferenciação precoce das células da granulosa
com a expressão de receptores para LH, com respostas aumentadas ao cAMP e com aumento na
expressão da aromatase e dos genes Ba da inibina (McNatty et al., 1986; Campbell et al., 1998,
Webb et al., 1999). Similarmente, nas células da teca há uma diferenciação precoce dos receptores
de LH e da 17alfa-hidroxilase. No entanto, os folículos de ovelhas que possuem o FecB,
secretam coletivamente quantidades similares de estradiol, androstenediona e de inibina A,
assim como os não carreadores, resultando em concentrações similares de FSH. Campbell et al.
(2003) em um estudo recente in vivo, confirmou que a mutação Booroola age primeiramente no
ovário, de maneira que as ovelhas que possuem a mutação do gene FecB são capazes de ovular
mais folículos do que as não carreadoras do gene, independente de receberem infusões com
concentrações idênticas e padrões de FSH e LH.
Uma interessante inferência sobre a prolificidade das raças de ovelhas é o porco Chinês
Meishan, o qual é caracterizado por uma ninhada maior quando comparado às raças do Oeste
(Haley and Lee, 1993), devido a uma maior taxa de ovulação combinada a um aumento nos
níveis de sobrevivência embrionária (Wilmut et al., 1992). A secreção de gonadotrofinas na
Meishan mostrou-se menos sensitiva à retro-alimentação negativa da inibina e do estradiol
(Tilton et al., 1994; Hunter et al., 1996) com folículos ovulando ao atingerem tamanhos menores
e exibindo outras características de diferenciação precoce, como o aumento da atividade da
aromatase e da resposta do AMPcíclico à estimulação de gonadotrofinas (Tilton et al., 1994;
Miller et al., 1998; Hunter and Picton, 1999). O paralelo sobre a precocidade dos folículos entre
ovelhas e porcas prolíferas sugere que mecanismos desconhecidos podem ser similares entre as
espécies. Quando raças suínas do Oeste foram selecionadas para altas taxas de ovulação, elas
freqüentemente mostraram elevadas concentrações de FSH (Kelly et al., 1988; Knox and
Zimmerman, 1993; Knox et al., 2003). O aumento nas taxas de ovulação destes animais, como
para as ovelhas, também podem ter ocorrido devido à seleção de um maior número de folículos
durante um período de tempo prolongado para a fase folicular. Outros fatores extra-foliculares
que afetam a função reprodutiva incluem os hormônios metabólicos clássicos (ex: insulina) e
uma gama de hormônios de crescimento.
Durante as duas últimas décadas toda uma gama de fatores de crescimento tem sido
identificada, incluindo EGF, TGFα, TGFβ e FGFs. No entanto, os dois fatores de crescimento
mais intensivamente estudados (da família dos fatores de crescimento) são os fatores de
crescimento ligados a insulina (IGFs) e os fatores ósseos morfogenéticos (BMPs). Com isto,
esta revisão tem se centrado nos possíveis papéis destas duas famílias de fatores de crescimento
nas espécies mono e poli-ovulatórias, bem como nas interações de uma com outra e com os
fatores extra- ovarianos com as gonadotrofinas.
s97
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Estas mudanças reguladas na expressão dos padrões de IGFs estão provavelmente associadas
à ação das gonadotrofinas. Utilizando-se um sistema de cultivo fisiologicamente relevante
(Gutierrez et al., 1997a), demonstrou-se que o FSH pode induzir a produção de estradiol pelas
células da granulosa em bovinos e que esta indução está relacionada a um aumento na expressão
do RNAm da aromatase P450 (Silva and Price, 2001). Além disso, tem sido demonstrado que a
IGF-1 assim como a insulina, interagem com o FSH no estímulo da produção de estradiol pelas
células da granulosa (Gutierrez et al., 1997a). Da mesma maneira, utilizando um sistema de
cultivo fisiologicamente relevante para células da granulosa de suínos, Picton et al. (1999a)
mostraram que o complexo da enzima aromatase, e conseqüentemente a produção do estradiol,
foi mantida na presença da insulina, IGF-I e FSH. A luteinização das células de suínos através
do cultivo com soro ou com altas concentrações de FSH inibiram a expressão da aromatase e
aumentaram a expressão da enzima que cliva a cadeia lateral do colesterol (scc).
Concluindo, em ambas espécies mono e poli-ovulatórias, o desenvolvimento dos folículos
no estágio de antro até a ovulação é controlado por interações entre gonadotrofinas e IGFs. Até o
presente momento, as evidências sugerem que IGFs produzidas localmente dentro dos folículos,
como as IGF-II em vacas, IGF-I e IGF-II em porcas, além da IGF-1 que pode se originar de
fontes extra-ovarianas, como o fígado, são reguladas em parte por influências nutricionais. É
também bem conhecido que esses fatores podem influenciar a taxa de ovulação. No entanto,além
das IGFs uma série de outros fatores localmente produzidos como as BMPs também possuem
um papel no controle do desenvolvimento folicular e da taxa de ovulação.
foi localizado através de hibridização in situ exclusivamente para oócito(Quinn et al., 2002),
sendo consistente com os dados para as espécies mono- ovulatórias.
Pela primeria vez, a BMP-6 e os receptores IA, IB e II para BMP, têm se mostrado presentes
em ovários de fetos bovinos a partir do segundo ao nono mês de gestação (Dugan et al., 2004;
Fouladi-Nashta et al., 2005), com um padrão similar de expressão do RNAm em ovelhas (Juengle
et al., 2006). Padrões similares de expressão foram observados para BMPR-IB e BMPR-II em
ovários fetais. Uma fraca expressão foi observada para BMPR-IA no primeiro trimestre, tornando-
se mais intensa no segundo e no terceiro trimestre. Esses achados estão em concordância com os
achados de Souza et al. (2002), os quais demonstraram uma forte expressão de BMPR-IA, BMPR-
IB e BMPR-II no oócito e na camada de células da granulosa do folículo de ovinos a partir do
estágio primordial até os estágios pré- ovulatórios, com uma imunocoloração mais fraca observada
nas células da teca. Oócitos bovinos em todos os estágios de desenvolvimento também mostraram
uma coloração intensa de BMPR-IB e BMPR-II, mas uma coloração fraca de BMPR-IA (Fouladi-
Nashta et al., 2005). Durante o desenvolvimento ovariano fetal, um grau de coloração de moderado
a intenso nas células da granulosa e de maneira geral uma intensa expressão de BMPR-IB e –II
foi detectada. Assim como em suínos, a presença do ligante (BMP-6) e receptores em estágios
mais iniciais, ilustram a presença de todos os componentes de um sistema completamente funcional
nos estágios iniciais de desenvolvimento. A expressão da BMP-6 parece estar localizada no
oócito, com observações visuais indicando que a intensidade da coloração aumenta com a idade
do feto, e também nas células da granulosa a partir dos 6 meses de gestação.
Estudos de localização também têm sido realizados em ovários de ovelhas adultas (Souza
et al., 2002) e de vacas (Glister et al., 2004), e os resultados destes estudos mostram que parece
haver um sistema funcional para BMP dentro dos ovários assim como nos suínos. Essas BMPs
incluem BMP-4 a qual tem sido localizada nas células da teca no ovário de bovinos (Glister et
al., 2004), embora Juengal et al., (2006) não conseguiram demonstrar a expressão de RNAm de
BMP-2, -4 e –7 em folículos de ovinos em concordância com estudos de imuno-localização em
folículos de fetos bovinos (Dugan et al., 2004). BMP-6 tem se mostrado abundante em ambos os
oócitos e células da granulosa em folículos de fetos bovinos (Glister et al., 2004, Dugan et al.,
2004).
Interações entre BMPs e outros fatores
Os efeitos das BMP- 2, -6 e –15 na função das células da granulosa em suínos e suas
potenciais interações com FSH e IGF-I também têm sido investigados (Brankin et al., 2005a;
s100
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
2.0
1.0
0 3 30 100
b) 1.5
BM P P=0.244
sed
log oestra diol production
BM P*IGF-1 P<0.001
(pg/1000cells/48h)
1.0
0.5
0 3 30 100
c) 300 BM P P<0.001
se d
me an via ble gra nulosa ce ll
BMP*IGF-1 P<0.05
numbe r (x 1000)
200
100
0
0 3 30 100
BM P-6 dose (ng/ml)
Figure 2. The effect of BMP-6 on (a) mean (± sed) log10 progesterone production by porcine
granulosa cells, (b) mean (± sed) log10 oestradiol production by porcine granulosa cells
and (c) mean viable porcine granulosa cell number after 144 hours in serum free culture
in the absence (F) and presence (J) of 100ng/ml LR3 IGF-1. Values are from 3
independent cultures.
s101
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Ambas as BMP-2 e BMP-6 também aumentam o número de células viáveis. Esses resultados
demonstram que as BMPs interagem com outros fatores intra e extra- ovarianos como o IGF-I
and FSH na regulação da função e proliferação das células da granulosa em suínos.
Nós também temos mostrado que a BMP-2 e a BMP-6 diminui a expressão da proteína
(3β-HSD) 3β-hidroxiesteróide desidrogenase e da proteína esteroidogênica aguda reguladora
(StAR; apenas BMP-6 ; Brankin et al., 2005a) em cultivo de células da granulosa de suínos. A
produção de AMPc, monofosfato de adenosina cíclica foi significativamente suprimida em ambas
as células da teca e da granulosa, e mais adiante a ativa fosforilada BMPR- reguladora de
sinalização da mólecula Smad-1 (p-Smad-1) foi regulada em células tratadas com BMP (R.L.
Quinn & M. G. Hunter, observações não publicadas, Figura 3). Esses achados proporcionam
evidência da presença de um mecanismo de sinalização complexo em ovários de suínos, assim
como para espécies mono- ovulatórias (Knight and Glister, 2006) e suporta a hipótese de que,
BMP-2 e BMP-6 agem de maneira parácrina no controle da função de células da granulosa, no
qual um dos aspectos seria a inibição da luteinização.
As células da teca de suínos têm sido também investigadas na medida que elas expressam
receptores para BMP (Quinn et al. 2004). Todas as BMPs investigadas (2, 6 e 15) estimularam a
proliferação de células in vitro (Brankin et al., 2005). A síntese de progesterona e estradiol foi
suprimida pela BMP-2 e –6, após 48 horas em cultivo, embora interessantemente foi estimulada
pela BMP-15. A produção de androstenediona é aumentada pela BMP-15 e pela BMP-2 na
presença de IGF-I, mas suprimida pela BMP-6 na presença de LH. Em geral, uma gama de
BMPs parecem suprimir a produção de esteróides e interações têm sido observadas entre BMPs
e ambos IGF-I e LH (Brankin et al., 2005b).
Experimentos têm sido também conduzidos para determinar se as respostas da BMP nas
células da teca são afetadas pela adição de células da granulosa ao sistema de cultivo, mimetizando
de maneira mais próxima a situação fisiológica. A síntese de progesterona e de androstenediona
por co-cultivo de células da teca e de células da granulosa, foram suprimidas enquanto que a
proliferação foi estimulada (Brankin et al. 2005b). Adicionalmente, uma modificação significativa
na resposta de ambas as células da granulosa e células da teca às BMPs ocorre quando as células
são co- cultivadas com 5 oócitos/gota comparado à BMPs ou oócitos sozinhos; indicando um
complexo círculo de retroalimentação envolvendo BMPs, oócitos e células somáticas. Todos
estes resultados proporcionam uma forte evidência sobre a funcionalidade do sistema BMP no
ovário de suínos, o qual interage com outros fatores de crescimento produzidos localmente e
gonadotrofinas, mostrando que as BMPs modulam a função das células somáticas e
conseqüentemente o desenvolvimento folicular.
Funcionalmente, em espécies mono-ovulatórias, a BMP-4 tem mostrado aumentar a
produção de FSH estimulado por estradiol em ovelhas (Campbell et al., 2004) e a BMP-2 tem
um efeito similar a BMP-4 no ovário de ovinos(Souza et al., 2002; Campbell et al., 2004).
Estudos funcionais têm mostrado que a BMP-6 age nas células da granulosa de bovinos
aumentando a secreção de estradiol enquanto suprimindo a produção de progesterona (Glister et
al., 2004), o que sugere um papel no atraso da atresia de folículos antrais grandes. Este trabalho
também demonstrou uma interação entre BMPs e outros fatores locais sinalizando que BMP-4,
-6 e –7 aumentam a secreção basal e as secreções induzida por IGF de estradiol, inibina-A,
ativina-A e folistatina. Mais recentemente foi publicado trabalho envolvendo a ação das BMP-
2, -4 e –6 em ovelhas com mutação FecB (Booroola, Campbell et al., 2006), a qual leva a um
aumento nas taxas de ovulação e nascimentos múltiplos em ovelhas. Assim como a confirmação
da expressão da BMP-6 em ambos os carreadores e não carreadores, os resultados demonstram
um papel fundamental das BMPs nas espécies mono- ovulatórias em modular as respostas
proliferativas e de diferenciação nas células da teca e da granulosa às gonadotrofinas. Estes
resultados também demonstraram uma interação significativa entre BMPs e IGFs (Campbell et
al., 2006), como também demonstraram os resultados da mutação FecB no aumento das respostas
de diferenciação de ambas as células da granulosa e da teca às BMPs, IGFs and gonadotrofinas.
Além do gene FecB em ovelhas, estudos genéticos em ovelhas Inverdale (FecXI) têm
identificado um ponto de mutação no gene da BMP-15 (Galloway et al., 2000), o qual afeta o
desenvolvimento folicular e a taxa de ovulação. Ovelhas heterozigóticas aumentaram a taxa de
ovulação enquanto ovelhas homozigóticas apresentaram ovários pequenos e não funcionais, sendo
inférteis (Hanrahan, 2003). Mais recentemente, pontos de mutações da BMP-15 foram
identificados em Belclare (FecXB) e em Cambridge (FecXC), novamente, apesar do ponto no
qual a mutação ocorre, ser dependente da raça, eles todos exibem o mesmo fenótipo ligado ao X
(Hanrahan et al., 2004). De maneira completamente contrária a ovelha com a mutação BMP-15,
camundongos homozogóticos e BMP-15 knockout permanecem capazes de produzir ninhadas,
apesar da fertilidade diminuída. Esta subfertilidade parece ser causada por uma falha na liberação
s103
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
de oócitos dos folículos e reduzidas taxas de fertilização e não pela diminuição no número de
folículos pré- ovulatórios (Yan et al., 2001). Baseando-se nestes estudos que investigam o
fenótipo de camundongos transgênicos super- expressando folistatina (Guo et al., 1998; Otsuka
et al., 2001), tem sido sugerido que a perda da função da BMP-15 em camundongos mutantes,
assim como em ovelhas monozigóticas, poderia ser atribuída à super- expressão de folistatina.
Conseqüentemente, a neutralização de BMP-15 pelo excesso de folistatina, pode contribuir em
parte para a parada no desenvolvimento folicular durante o estágio de desenvolvimento pré-
antral. Achados mais recentes descritos por Glister et al.,(2004), colocam a folistatina como
uma potencial moduladora da ação da BMP no ovário. Estes estudos, de maneira conjunta,
demonstram que a folistatina pode ser um fator extremamente importante na regulação das BMPs
dentro do ovário.
Maiores evidências quanto a importância da BMP-15 no desenvolvimento folicular foram
levantadas por Juengel et al. (2002), os quais imunizaram ovelhas contra a BMP-15. Este
estudo concluiu que a imunização contra BMP-15 afetou a taxa de ovulação e ou a função luteal.
Além disso, os achados destes autores suportam a idéia de que BMP-15 tem papéis biológicos
diferentes em mamíferos com baixas taxas versus altas taxas de ovulação e que em mamíferos
com fenótipo de baixa taxa de ovulação, a BMP-15 é essencial para o desenvolvimento folicular
ovariano normal. Hanrahan et al. (2004), em um estudo mais recente, descobriu novas mutações
para BMP-15. Carreadores heterozigóticos dessas mutações (FecXG and FecXB) mostram um
aumento na taxa de ovulação similar ao encontrado nas ovelhas de raças, Inverdale (FecXI) e
Hanna (FecXH)).
De maneira geral, esses estudos demonstram um papel para BMP-15 em ambas as espécies
mono- e poli- ovulatórias. No entanto, estudos envolvendo o papel preciso da BMP-15 no
desenvolvimento folicular ovariano em bovino e suíno são escassos. Utilizando hibridização in
situ o RNAm da BMP-15 foi recentemente localizado em pequenos folículos pré-antrais de
bovino e suíno (K Dugan, D G Armstrong; R Webb, observação não publicada; Quinn et al.,
2002). No entanto, mais trabalhos são necessários para confirmação da localização da proteína
BMP-15 nesses tecidos, para identificar mutações específicas nessas espécies, e também para
determinar os padrões temporais de expressão durante o desenvolvimento folicular.
90
80
70
60 r = 0.57
Caspase-3 p<0.0001
50
activity
(DF/min/mg) 40
30
20
10
0
0 5 10 15
[IGFBP-4/5] (mmOD)
Figure 4. Scatter plots showing the relationship between caspase-3 activity in granulosa cell
homogenates and IGFBP-4/5 levels in follicular fluid. Caspase-3 activities (DF/min/
mg) and IGFBP-4/5 (29-31 kDa) quantities (mmOD) were determined from isolated
follicles from synchronised heifers. The results were compared by scatter plot, showing
a regression line of best fit, and found to be highly significant (p<0.001). After Nicholas
et al. 2005.
s106
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Conclusões
Tem se tornado cada vez mais óbvio, que em ambas as espécies mono ovulatórias e poli-
ovulatórias, para que um folículo se desenvolva, do estágio primordial tornando-se dominante e
então ovulando um oócito de boa qualidade para a fertilização é necessário o envolvimento de
uma gama de fatores locais (Figura 5). É uma relação entre estes fatores foliculares extra-ovarianos
e fatores produzidos localmente, tendo ações autócrinas, parácrinas e endócrinas, que determinam
o contínuo desenvolvimento do folículo, o número de folículos que vão ovular e a competência
no desenvolvimento do oócito ovulado. Uma comparação dos sistemas que controlam o
crescimento folicular e o desenvolvimento entre as espécies mono e poli-ovulatórias revelam
muitas similaridades (Figura 5), mas com algumas diferenças espécie específicas. Apenas
aumentando o entendimento de ambas as diferenças e o preciso papel desses fatores, é que uma
melhoria será atingida na eficiência reprodutiva em ambas as espécies mono e poli-ovulatórias.
No entanto, recentes progressos em nosso entendimento sobre alguns destes mecanismos têm
resultado no desenvolvimento de regimes nutricionais com melhora na qualidade de oócito,
tamanho da ninhada e taxa de gestação. É muito provável que este progresso continuará, na
medida em que fatores específicos adicionais forem identificados e os mecanismos precisos
através dos quais esses fatores controlam o desenvolvimento folicular e taxa de ovulação forem
elucidados.
s107
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Figure 5. Diagrammatic representation of the regulation of follicle function and oocyte secreted
factors in mono-ovulatory and poly-ovulatory species. They all secrete a range of factors
from the oocyte, including GDF-9, BMP-15 and BMP-6 which can inhibit
androstenedione (A4) and progesterone (P4) production. A large blue arrow represents
the interaction between the oocyte secreted factors and granulosa cells. A second blue
arrow represents the interaction between theca and granulosa cell. A growth factor
having such an effect will include IGF-II. In addition steroids, including oestradiol,
also have positive effects on follicle development. After Webb et al., 2003; Brankin et
al., 2003, 2005a.
Acknowledgements
Muitos dos trabalhos de autores citados foram gentilmente financiados pela BBSRC e
Defra.
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Resumo
Introdução
posterior (Krisher, 2004). A maioria dos ovócitos proveniente de folículos antrais é capaz de
completar a maturação nuclear, mas somente os competentes têm a capacidade de ter
desenvolvimento embrionário normal (Sirard et al., 2006). Os mecanismos que controlam a
aquisição dessa competência têm sido extensivamente estudados, e as pesquisas nessa área estão
sendo progressivamente direcionadas para uma abordagem mais molecular, na tentativa de elucidar
esses mecanismos.
Essa revisão aborda alguns aspectos celulares e moleculares da maturação ovocitária e
aquisição da competência, que afetam a capacidade do ovócito de sustentar o desenvolvimento
embrionário.
Maturação Ovocitária
precisa acumular, durante a foliculogênese, todos os fatores maternos necessário para sustentar a
maturação e o desenvolvimento até a ativação do genoma embrionário. Em bovinos a retomada
da meiose induz a perda da capacidade de transcrição, e apesar de haver uma pequena atividade
transcricional no estágio de 1-2 células (Viuff et al., 1996), o aumento substancial nessa atividade
só ocorre no estágio de 8-16 células (Memili & First, 2000). A formação desse estoque de RNAm
e proteínas de origem materna, que confere ao ovócito o programa molecular necessário para a
MZT, se refere à maturação molecular.
Tendo em vista que ovócitos maturados in vitro apresentam menores taxas de blastocisto
após a fecundação e o cultivo in vitro quando comparados aos in vivo (Takagi et al., 2001; Rizos
et al., 2002), pode-se presumir que o baixo desenvolvimento embrionário se deve a deficiência
do ovócito seja na maturação nuclear, citoplasmática ou na molecular. Vários fatores podem
afetar o sucesso da maturação ovocitária, entre eles pode-se destacar a morfologia do complexo
cumulus-ovócito (CCO), as condições de maturação e a competência do ovócito.
células do cumulus e ovócitos durante a maturação é essencial para expressão da total competência
ovocitária (Vozzi et al., 2001; Ali et al., 2005). Visto que, a presença de um inibidor das junções
gap, durante o período inicial da maturação, causa uma diminuição drástica na taxa de blastocisto
em bovinos (Ali et al., 2005). Além disso, as células do cumulus, que permanecem em contato
com os ovócitos, são fundamentais para a regulação da repressão transcricional necessária em
ovócitos pré-ovulatórios (De La Fuente, 2006).
somente nas primeiras horas da maturação in vitro (Ali & Sirard, 2005). Portanto, in vitro, o
FSH e não o LH é o hormônio chave para a maturação ovocitária.
Além das gonadotrofinas outros hormônios têm sido utilizados durante a maturação de
ovócitos bovinos com resultados similares aos obtidos com a presença de FSH. O EGF é utilizado
rotineiramente em alguns laboratórios em substituição às gonadotrofinas, e seu efeito na expansão
da células do cumulus (Lonergan et al., 1996), na maturação (Lonergan et al. 1996; Oyamada et
al., 2004) e no desenvolvimento embrionário (Watson et al., 2000, Oyamada et al., 2004), tem
sido relatado. Entretanto, o envolvimento do EGF, e de outros fatores que fazem parte da grande
família do EGF, na maturação não está bem claro (Dekel, 2005).
Da mesma forma, o GH adicionado no meio de maturação, acelera a GVBD, induz a
expansão das células (Izardyar et al., 1996), melhora a maturação citoplasmática (Izadyar et al.,
1998b) e aumenta as taxas de blastocisto (Izadyar et al., 1996). A adição de GH no meio de
maturação provoca uma diminuição significativa nas junções gap e uma menor expressão da
Cx43 (Kolle et al., 2003), sugerindo que o efeito do GH em acelerar a meiose se deve a mudanças
na comunicação intercelular, agindo nas células do cumulus (Kolle et al., 2003). Apesar de ação
do GH e do FSH depender do AMPc, o efeito parece ser diferente no que se refere a acelerar a
retomada da meiose, e ao grau de expansão das células do cumulus (Bevers & Izadyar 2002).
Mesmo assim, ambos melhoraram as taxas de blastocisto in vitro (Izadyar et al., 1998a).
A presença de RNAm para receptor de GH, assim como a presença do próprio hormônio
tem sido demonstrado nas células da granulosa, do cumulus e em ovócitos de folículos antrais
médios (Izardyar et al., 1997; Kolle et al., 1998). Entretanto, o RNAm para GH está presente
somente nas células murais da granulosa (Izadyar et al., 1999) e em ovócitos imaturos e maturos
(Joudrey et al., 2003). Além disso, transcritos para Pit-1, que é o regular da transcrição do GH,
foram detectados em ovócitos (Joudrey et al., 2003), sugerindo que esse é sintetizado pelo ovócito.
Considerando que a presença de GH e de seu RNAm só foi observada em folículos maiores
do que 2 mm de diâmetro e não em folículos pré-antrais ou antrais pequenos (Joudrey et al.,
2003), pode-se supor que a capacidade do ovócito de sintetizar GH é adquirida concomitantemente
com a capacidade de completar a meiose. Portanto, apesar da ação do GH e sua importância na
maturação in vivo e in vitro não estar clara, é possível que esse tenha um papel fisiológico nesse
processo e que possa estar relacionado com a competência ovocitária.
Competência Ovocitária
confirmada em um estudo envolvendo três laboratórios distintos, que mostrou que o tamanho do
folículo foi altamente relacionado com a capacidade dos ovócitos maturados in vitro de se
desenvolverem até o estágio de blastocisto (Lequarre et al., 2005).
Durante a foliculogênese o ovócito cresce até atingir um diâmetro de cerca de 110 ìm, o
que corresponde a um tamanho folicular de 3 mm. Nesse estágio é que os ovócitos atingem o seu
crescimento, cessam a atividade do nucléolo e adquirem a competência meiótica (Fair et al.,
1995, Hyttell et al., 1997; Dieleman et al., 2002; Merton et al., 2003). Apesar da drástica
diminuição transcricional que ocorre quando o ovócito completa seu crescimento, a transcrição
não é totalmente inativada (Baran et al., 2004) e o diâmetro do ovócito pode ter um pequeno
aumento na período final do desenvolvimento folicular (Dode at al., 2000; Bevers & Izadyar,
2002; Gandolfi et al., 2005). Portanto, em folículos entre 3 e 8 mm, o diâmetro do ovócito não
muda, a transcrição é praticamente inativada e seu crescimento está completo (Hyttell et al.,
1997; Dieleman et al., 2002; Merton et al., 2003).
Em folículos entre 8 e 15 mm de diâmetro, período que corresponde à dominância folicular,
o ovócito de mamífero sofre mudanças significativas que se completam antes do pico pré-
ovulatório de LH, essas mudanças são chamadas de capacitação ou pré-maturação, e tem papel
fundamental na aquisição da competência (Fair et al., 1995; Hyttell et al., 1997; Dieleman et al.,
2002; Merton et al., 2003). Entretanto, muitos dos eventos citoplasmáticos e moleculares que
ocorrem durante esse período, ainda não são conhecidos (Humblot et al., 2005). Tentativas para
elucidar esses mecanismos têm sido realizadas avaliando ovócitos obtidos em diferentes momentos
próximos ao pico de LH (Hendriksen et al., 2000; Knijn et al., 2002; Humblot et al., 2005).
Entretanto, os resultados são variáveis e não conclusivos, no que se refere à alteração no padrão
de expressão de genes durante o período próximo a ovulação. Isso se deve, principalmente, a
diferenças nos protocolos de superovulação, momento da aspiração transvaginal (OPU) (Merton
et al., 2003), manipulação dos ovócitos (Watson et al., 2000; Merton et al., 2003) e ao pequeno
número de genes avaliados. Desta forma, ainda não se conhece a mudança no padrão geral da
expressão gênica durante esse período, o que auxiliaria na elucidação dos eventos que ocorrem
durante a aquisição da competência.
Diferente do que ocorre in vivo, ovócitos utilizados para OPU e FIV são normalmente
obtidos de folículos de 3-8 mm, que não são expostos às mudanças pré-ovulatórias do ambiente
folicular, e são menos competentes do que os de folículos acima de 8 mm (Hendriksen et al.,
2000). A população de folículos de 3-8 mm de diâmetro é muito heterogênea no que se refere aos
estágios de desenvolvimento e grau de atresia (Hendriksen et al., 2000). É possível que a
competência, de uma porção desses ovócitos, seja induzida por uma atresia inicial e/ou moderada.
Essa hipótese pode ser embasada em estudos ultra estruturais que mostraram que ovócitos de
folículos em atresia inicial, sofrem uma remodelação citoplasmática semelhante ao que ocorre
no período de pré-maturação (Hyttell et al.,1997), proporcionando a esses ovócitos uma alta
capacidade de desenvolvimento. Efeito benéfico da atresia inicial na aquisição da competência,
tem sido demonstrado também, quando ovários são mantidos por algumas horas após o abate,
antes da obtenção dos ovócitos, resultando em uma aumento da taxa de blastocisto, por simular
o início de atresia (Sirard & Blondin, 1996). Além disso, a análise bi-dimensional das proteínas
produzidas nas células do cumulus de folículos pré-ovulatórios e folículos subordinados, em
diferentes graus de atresia, mostrou haver uma semelhança marcante entre folículos pré-ovulatório
e folículos de 3-8 mm levemente atrético (Dieleman et al., 2002). Esses resultados confirmam
que o início de atresia aumenta a competência dos ovócitos, por causar mudanças semelhantes às
que ocorrem no período de capacitação. Essa idéia também explicaria o fato de que, alguns
ovócitos coletados de folículos grandes continuam incapazes de se desenvolver até blastocisto,
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
ovários transportados a 35°C do que os de ovários transportados em gelo. Apesar dos autores
terem sugerido que o padrão de poliadenilização possa ser utilizado como marcador para
competência, cuidados devem ser tomados, visto que mesmo que o ovócito possua RNAm,
esses podem não ser efetivamente traduzidos. A falha na tradução pode ser devido a presença de
repressores específicos ou mesmo, a uma insuficiência na ativação do próprio maquinário de
tradução (Tomek et al., 2002).
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
ainda não se tem um consenso sobre que gene ou genes podem ser usados como marcadores.
Entretanto, a identificação desses genes que são mais expressos nos ovócitos competentes, sugere
que esses, provavelmente, têm um papel importante na competência ovocitária. Estudos posteriores
de avaliação funcional desses genes contribuirão para a elucidação dos mecanismos responsáveis
pela aquisição dessa competência.
É importante ressaltar, que quando da utilização dessas técnicas, os níveis de RNAm
fornecem uma medida de quantidade e que essa pode ser afetada não só pelos níveis de transcrição,
mas também pelo processamento e degradação dos transcritos. Além disso, a quantidade de
RNAm pode não corresponder aos níveis da proteína, e nem fornece qualquer informação quanto
a sua modificação, atividade ou localização. Desta forma, uma análise mais criteriosa deve ser
realiza antes de se tirar conclusões sobre o significado funcional dos níveis de RNAm de um
gene específico. Somente após a avaliação do conteúdo da proteína correspondente, é que se
pode relacionar a quantidade de RNAm ao seu papel funcional no desenvolvimento embrionário.
Considerações Finais
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131-144.
Resumo
A demanda por oócitos bovinos tem sido crescente para produção de embriões por
fecundação in vitro (FIV), clonagem ou transgênese. A FIV vem sendo cada vez mais utilizada
comercialmente, inclusive no Brasil. A produção de blastocistos, porém, tem se mantido em 30-
40%. In vivo, o oócito termina sua fase de crescimento bloqueado em prófase da meiose I contido
em um folículo de 2-3 mm, que continua crescendo até atingir um diâmetro ≥ 15mm. Após a
onda pré-ovulatória de LH, o oócito retoma a meiose até metáfase II (maturação) quando é
ovulado. Entre o final do crescimento do oócito e o início da maturação (capacitação ou pré-
maturação), ocorrem modificações ultra-estruturais e moleculares relacionadas com a competência
para o desenvolvimento após a fecundação. Na maturação in vitro (MIV) são normalmente
selecionados oócitos de folículos de 3-6mm. O oócito removido do folículo retoma
espontaneamente a meiose sem ter passado pela capacitação, o que poderia estar relacionado
com a menor competência do oócito. Um cultivo pré-maturação, mantendo-se o oócito em
bloqueio meiótico in vitro, permitiria ao mesmo um período adicional para passar pela capacitação
e melhorar sua competência. Inibidores de quinases dependentes de ciclinas, como a butirolactona
I, têm sido utilizados para este fim. Embora esse procedimento ainda não tenha resultado, de
forma geral, num aumento das taxas de desenvolvimento embrionário, tem se prestado como
ferramenta importante para obter informações acerca do gameta feminino. Estas informações
são de grande valia para melhorar os sistemas de MIV, e conseqüentemente, a produção in vitro
(PIV) de embriões.
Palavras-chave: meiose, butirolactona I, inibidores de CDK, MPF, capacitação, pré-maturação
Introdução
A demanda por oócitos bovinos para produção de embriões por fecundação in vitro (FIV),
ou ainda, para utilização em clonagem por transferência de núcleos (TN) ou transgênese (TG)
tem sido cada vez mais intensa. Embora estas técnicas tenham ainda uma maior aplicação para
pesquisa, elas já vêm tendo alguma aplicação comercial nos países desenvolvidos, no caso da
TN e TG, e no caso da FIV, já vem sendo mais amplamente utilizada comercialmente, inclusive
no Brasil (Dayan et al., 2000; Rodrigues e Garcia, 2000). No entanto, apesar dos muitos estudos
e grandes avanços nessas áreas, a obtenção de oócitos competentes para o desenvolvimento
embrionário tem se mantido nos últimos anos relativamente estável na faixa dos 30-40% de
blastocistos após a FIV (Hyttel et al., 2001; Lonergan et al., 2001; Rizos et al., 2002).
Estas técnicas envolvem uma série de etapas, mas certamente a maturação in vitro, é uma
das etapas cruciais. O desenvolvimento de embriões obtidos por métodos de manipulação in
vitro depende largamente da qualidade e competência dos oócitos para a maturação, fecundação
e subseqüente desenvolvimento.
Já foi demonstrado que oócitos in vivo, ao final de seu período de crescimento, mas antes
de seu período de maturação propriamente dito, passam por um período denominado de
capacitação ou pré-maturação, importante para o desenvolvimento pleno de sua competência.
s131
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Nos mamíferos, a oogênese tem início durante o desenvolvimento fetal. Por volta dos 80
dias de gestação (bovinos) inicia-se a meiose (Rüsse, 1983). O ciclo celular, no entanto, é
bloqueado na prófase da meiose I, conhecido também como estádio de vesícula germinativa
(VG), e assim permanece por meses ou anos até a puberdade. Pouco antes da ovulação, os oócitos
são estimulados a retomar a meiose em resposta à onda pré-ovulatória de hormônio luteinzante
(LH) e o ciclo celular progride até o estádio de metáfase II (MII), quando bloqueia novamente.
Este ciclo só será reiniciado e completado, após a ovulação, quando houver a fecundação pelo
espermatozóide que provoca a sua ativação. Uma vez ativado o oócito completa a meiose e
inicia os ciclos mitóticos do desenvolvimento embrionário.
O processo que ocorre quando o oócito reinicia a meiose a partir de prófase I e a conclui até
a fase de metáfase II é chamado de maturação oocitária. A maturação é caracterizada por três
componentes: 1) a maturação nuclear que consiste na modificação da configuração da cromatina,
característica da progressão do ciclo celular: prófase I (PI), metáfase I (MI), anáfase I (AI),
telófase I (TI), metáfase II (MII) com emissão do 1º corpúsculo polar; 2) a maturação citoplasmática
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Está bem estabelecido que o oócito, enquanto mantido dentro do ambiente folicular,
permanece bloqueado em VG. O AMPc presente em altos níveis dentro do oócito tem sido
apontado como o principal responsável pela manutenção do bloqueio da meiose do oócito até o
momento da maturação, visto que sua redução é um sinal necessário para a maturação ovocitária
(Conti et al., 1998; Eyers et al., 2005). O AMPc é uma molécula sinalizadora intracelular que
exerce um importante controle na meiose em mamíferos, anfíbios e em alguns invertebrados
(Bilodeau-Goeseels, 2003). As células da granulosa seriam responsáveis pela síntese do AMPc
que passaria ao oócito pelas junções comunicantes (gap junctions; Edry et al., 2006). Por outro
lado, observou-se que o oócito também possui a enzima necessária para a síntese desse nucelotídeo
(adenilato ciclase), sendo, portanto, capaz de sua produção (Mehlman et al., 2005). Ainda não
foi provado se uma ou ambas as vias são utilizadas para manter o oócito em VG, porém está claro
que altos níveis de AMPc são necessários para tal bloqueio e que o mesmo ocorre pela ação do
AMPc em manter o MPF inativado (Duckworth et al., 2002).
Blondin et al. (1997) estudando o efeito do intervalo entre o abate e a recuperação dos
oócitos dos ovários, observaram que melhores resultados poderiam ser obtidos mantendo os
oócitos dentro dos folículos ovarianos por até 4 horas após o abate, comparativamente aos
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quando os oócitos são bloqueados por 24h tanto com alta (100μM) ou baixa (10μM) de BLI
antes da MIV (Leal et al., 2006, dados não publicados).
O bloqueio da meiose deve ser induzido de forma reversível e também não deve produzir
danos estruturais ao oócito. E efeito do uso da BLI sobre o citoesqueleto (microtúbulos e
microfilamentos) e alguns aspectos da maturação citoplasmática como a migração de mitocôndrias
e grânulos corticais (GC) também foram analisados. O bloqueio da meiose não provocou alterações
observáveis ao citoesqueleto (Adona, 2006), observação importante, pois a reorganização da
distribuição das organelas e dos cromossomos durante a maturação é dependente do citoesqueleto
e importante para a maturação do oócito (Connors et al., 1998; Kim et al., 2000; Sun et al.,
2001abc). A migração dos GC foi bloqueada, indicando que tal migração é de alguma forma
também controlada pelo MPF. As mitocôndrias por outro lado, migraram em parte dos oócitos,
indicando que o MPF pode não ser o responsável ou único responsável pelo controle da migração
de mitocôndrias nos oócitos. Após a remoção da BLI, a migração das organelas durante a maturação
ocorreu de forma similar aos oócitos apenas maturados in vitro, indicando que ao menos esses
parâmetros não são negativamente afetados pelo bloqueio meiótico induzido in vitro com BLI.
De forma geral, os trabalhos indicam que o bloqueio da meiose per se, não é capaz de
mimetizar todas as condições a que se submete um oócito dentro do um folículo antes da
maturação. A maioria dos estudos utiliza condições de cultivo com meios relativamente pobres,
sendo TCM-199 sem aditivos (Ponderato et al., 2001; Lagutina et al., 2002; Adona, 2006) ou
acrescidos apenas de BSA (Kubelka et al., 2000; Imai et al., 2003; Adona e Leal, 2004), SFB
(Hashimoto et al, 2002; Ponderato et al., 2002; Coy et al., 2005a), hormônios (Beker van
Woundenberg et al., 2006). Mais estudos são necessários para determinar melhores condições
de cultivo durante o bloqueio (pré-maturação) e a maturação, que poderão resultar em protocolos
mais eficazes para a PIV.
De toda forma, o bloqueio da meiose pode ser usado como ferramenta de pesquisa como
modelo para compreensão dos mecanismos envolvidos no envelhecimento do oócito (Tatone et
al., 2006), em estudos sobre o controle da identificação de marcadores de competência (Sanfins
et al., 2004), o efeito de diferentes fatores durante o período de bloqueio da meiose como
hormônios (Sirard e Coenen, 1994; Beker van Woundenberg et al., 2006) ou fontes energéticas
(Bilodeau-Goeseels, 2006), controle dos vários processos envolvidos na maturação do oócito
como condensação de cromossomos (Kubelka et al., 2002; Jeliková e Kubelka, 2006), expansão
das células do cumulus (Vigneron et al., 2003), vias de sinalização (Vigneron et al., 2004b),
tradução, transcrição (Vigneron et al., 2004a) e poliadenilação de RNAm (Lequarre et al., 2004).
Além disso, o bloqueio pode ser utilizado para flexibilização de horários de maturação mais
convenientes para procedimentos de FIV ou clonagem (Imai et al., 2002; Lagutina et al., 2002),
transporte de oócitos aspirados em locais distantes dos laboratórios de PIV (Hashimoto et al.,
2003). Mais conhecimentos acerca do oócito e do ambiente folicular a que é exposto in vivo,
aliado aos dados obtidos de estudo in vitro, permitirão o desenvolvimento de condições mais
eficientes para a produção de embriões in vitro.
Conclusões
Agradecimentos
À Faperj e Fapesp pela concessão de auxílios à pesquisa. À Capes, CNPq, Faperj e Fapesp pela
concessão de bolsas. À UENF e FZEA-USP pelo apoio institucional. Aos estudantes de graduação
e pós-graduação, técnicos e colaboradores dos trabalhos realizados.
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Peter J. Hansen
Resumo
A transferência de embriões pode ser uma estratégia eficaz para melhorar a fertilidade em
vacas sob stress térmico porque a maioria dos efeitos do stress térmico na redução da fertilidade
ocorrem antes do estágio de blastocisto, quando os embriões são normalmente transferidos. Além
disso, os efeitos do stress térmico na detecção de cio, que limitam a capacidade de transferir os
embriões, podem ser contornados através do uso de protocolos de sincronização da ovulação e
da transferência de embriões em tempo fixo. Pode-se melhorar o resultado de transferências de
embriões sob condições de stress térmico através da exposição dos embriões ao IGF-I (insulin-
like growth factor-I), que provavelmente age como uma molécula termoprotetora. Embriões
produzidos por fertilização in vitro a partir de oócitos coletados em abatedouros são fonte barata
e prontamente disponível para programas de transferência de embriões em larga escala durante
períodos de stress térmico. Atualmente, embriões produzidos in vitro têm uma reduzida capacidade
de sobrevivência após a criopreservação e subsequente transferência para receptoras. Há também
a preocupação com a proporção entre sexos e a incidência de anormalidades fetais. Para a
otimização de programas de transferência utilizando embriões produzidos in vitro, será necessário
o desenvolvimento de condições de cultivo que produzam embriões com propriedades mais
próximas daqueles produzidos in vivo. O aperfeiçoamento dos processos de produção, seleção e
transferência de embriões, assim como o manejo de receptoras, deve propiciar condições para
que a transferência de embriões possa ser um método econômico para melhorar a fertilidade.
Palavras-chave: transferência de embriões, fertilização in vitro, transferência de embriões em
tempo fixo, stress térmico, gado leiteiro, fertilidade
produção, seleção e transferência de embriões, assim como o manejo de receptoras, deve propiciar
condições para que a transferência de embriões possa ser um método eficaz e econômico para
melhorar a fertilidade.
Existe, contudo, uma situação onde a transferência de embriões pode ser usada para melhorar
a fertilidade com a tecnologia existente, que é com vacas em lactação submetidas a stress térmico.
A transferência de embriões pode ser uma estratégia eficaz para melhorar a fertilidade em vacas
sob stress térmico porque a maioria dos efeitos do stress térmico na redução da fertilidade ocorrem
antes do estágio de blastocisto, quando os embriões são normalmente transferidos (Ealy et al.,
1994). Os benefícios da transferência de embriões durante períodos de stress térmico foram
primeiro descritos em dois experimentos em rebanhos comerciais na Flórida, nos quais vacas
em lactação foram inseminadas ou receberam embriões produzidos por superovulação, durante
o verão (Putney et al., 1989a; Drost et al., 1999). Em ambos experimentos, as taxas de gestação
foram maiores para as vacas que receberam embriões do que para as que foram inseminadas.
Posteriormente, os benefícios da transferência de embriões durante o verão na Flórida foram
demonstrados usando embriões produzidos in vitro transferidos a fresco (não criopreservados)
(Ambrose et al., 1999; Al-Katanani et al., 2002a). Um resumo dos resultados dos trabalhos na
Flórida é mostrado na Tabela 1.
A transferência de embriões em larga escala pode ser desenvolvida como um método prático
para alcançar um alto grau de fertilidade durante períodos de stress térmico. Para alcançar este
objetivo, será necessário um maior refinamento na tecnologia de embriões para que a TE possa
ser feita em larga escala e de modo econômico. Esta revisão irá discutir as mudanças fisiológicas
induzidas pelo stress térmico que fazem com a TE seja útil para melhorar a fertilidade, identificar
alguns dos fatores que determinam a eficácia da TE e resumidamente destacar áreas de pesquisa
futura.
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II. Bases fisiológicas para a utilização da TE para melhorar a fertilidade durante períodos
de stress térmico
A idéia que a TE pode melhorar a fertilidade durante períodos de stress térmico é baseada
em duas características dos efeitos do stress térmico na reprodução. Primeiro, o stress térmico
tem efeitos significativos na oogênese, no desenvolvimento folicular, na maturação do oócito,
na fertilização e no desenvolvimento embrionário inicial. Segundo, os efeitos do stress térmico
diminuem no estágio de blastocisto. Dessa forma, um embrião transferido para uma receptora
sob stress térmico tem uma boa probabilidade de desenvolvimento subsequente.
Oogênese . Uma das causas da infertilidade durante períodos de stress térmico é o dano
causado ao oócito durante a oogênese. Por isso, a competência do oócito para a fertilização e a
manutenção do desenvolvimento embrionário subsequente é reduzida durante o stress térmico.
Em vacas holandesas, a taxa de fertilização de oócitos foi reduzida no verão quando avaliada in
vivo (Sartori et al., 2002) ou in vitro (Rocha et al., 1998; Zeron et al., 2001). Também existem
relatos de redução na capacidade dos oócitos em formarem embriões e se desenvolverem até o
estágio de blastocisto durante o verão (Rutledge et al., 1999; Al-Katanani et al., 2002b). Oócitos
coletados no verão também diferiram daqueles coletados durante o inverno com relação à
composição de ácidos graxos, tendo os primeiros uma percentagem maior de ácidos graxos
saturados (Zeron et al., 2001).
Os efeitos na competência dos oócitos podem persistir por várias semanas após o término
do stress térmico (Roth et al., 2001a), sugerindo que o oócito se torna comprometido ainda na
oogênese. De fato, a produção de esteróides por folículos de tamanho médio e pré-ovulatórios
foi reduzida pelo stress térmico ocorrido 20 e 26 dias antes para folículos médios e pré-ovulatórios,
respectivamente (Roth et al., 2001b). Estes autores estimaram que os danos aos folículos
observados neste estudo ocorreram em pequenos folículos em início de fase antral de 0,5 a 1 mm
de diâmetro.
O mecanismo pelo qual o stress térmico compromete a oogênese não é conhecido. Poderiam
haver efeitos diretos da hipertermia no oócito em desenvolvimento, mas estes efeitos não foram
estudados. Além disso, o stress térmico pode alterar a dinâmica folicular, a expressão gênica e a
esteroidogênese [vide Wolfenson et al. (2000) e trabalhos mais recentes de Roth et al. (2000),
Roth et al. (2001b), Argov et al. (2005), e Bridges et al. (2005)].
Maturação do oócito. O oócito permanece susceptível ao stress térmico durante o período
pré-ovulatório. A exposição de vacas superovuladas a stress térmico por 10 h a partir do início do
cio reduziu a proporção de embriões classificados como normais coletados no dia 7 após o cio
(Putney et al., 1989b). Alguns dos efeitos do stress térmico durante este período poderiam
refletir alterações na função folicular assim como na maturação do oócito. Os efeitos de
temperaturas elevadas na maturação de oócitos não foram esclarecidos. Em vários estudos, o
choque térmico durante a maturação reduziu a proporção de oócitos que se tornaram blastocistos
após a fertilização. Entretanto, os resultados entram em conflito sobre a possibilidade desta
redução ocorrer tanto na taxa de fertilização quanto na capacidade um embrião clivado se tornar
blastocisto (Roth & Hansen, 2004a, 2004b) ou somente no potencial de desenvolvimento em
blastocisto (Edwards & Hansen, 1996; Ju et al., 1999; Lawrence et al., 2004; Payton et al., 2004;
Edwards et al., 2005; Ju et al., 2005). Alguns trabalhos indicam que a exposição de oócitos em
maturação a 41oC reduziu a proporção de oócitos que completou a maturação nuclear (Payton et
al., 2004; Roth & Hansen, 2005), aumentou a proporção dos que tiveram formação anormal do
fuso meiótico (Tseng et al., 2004; Ju et al., 2005; Roth & Hansen, 2005), e induziu a formação de
pró-núcleos apoptóticos (Roth & Hansen, 2004a, 2004b, 2005). Além disso, os efeitos do
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Figura 1. A transferência de embriões evita a variação sazonal nas taxas de gestação (número de
animais gestantes/ número de animais inseminados ou que receberam embriões) no
Brasil. Vacas Holandesas em lactação foram inseminadas ou receberam um embrião,
produzido por superovulação, a fresco ou descongelado. Os meses nos quais a
temperatura média do ar ambiente foi menor do que 22,5ºC são mostrados com a barra
cinza. Os dados foram adaptados de Rodrigues et al. (2004).
Outros problemas associados a embriões produzidos in vitro, incluindo a redução nas taxas de
gestação mesmo com embriões a fresco, a alteração da proporção entre os sexos e a ocorrência
da síndrome do bezerro grande [vide revisões de Hansen & Block (2004) e Farin et al. (2006)]
também devem ser equacionados através da mudança nas condições de cultivo ou através de
uma melhor seleção de oócitos ou embriões.
TE em tempo fixo. Programas de TE que dependem da detecção de cio para alcançar a
sincronização entre a receptora e o embrião são ineficientes durante períodos de stress térmico
porque muitas vacas em cio não são detectadas. Uma análise de dados de fazendas leiteiras da
Flórida indicou que 76-82% dos cios não foram detectados no verão (Thatcher & Collier, 1986).
A baixa detecção de cios durante o verão é o resultado dos efeitos do stress térmico sobre a
intensidade e duração do cio (vide Hansen & Aréchiga, 1999 para revisão).
Pode-se contornar as consequências da baixa detecção de cio através da TE em tempo fixo
após a utilizaçãode um dos protocolos de sincronização da ovulação desenvolvidos para
inseminação em tempo fixo. Um protocolo típico de TE em tempo fixo usado em nosso laboratório,
que é baseado no protocolo OvSynch (Pursley et al., 1995), está detalhado na Tabela 2. As taxas
de gestação em vacas secas foram semelhantes entre aquelas submetidas a TE em tempo fixo e
inseminação em tempo fixo (Block et al., 2005). Além disso, como mostrado na Tabela 1, as
taxas de gestação para vacas em lactação no verão foram superiores para receptoras submetidas
a TE em tempo fixo do que para vacas submetidas a inseminação em tempo fixo, apenas quando
os embriões não eram criopreservados (Ambrose et al., 1999; Al-Katanani et al., 2002). Apesar
das taxas de gestação terem sido maiores para as receptoras submetidas a TE em tempo fixo, elas
não foram ótimas e variaram de 14-19%. Entre 22-32% das vacas que receberam embriões nesses
estudos foram classificadas como não tendo sido sincronizadas de modo bem sucedido, porque
a concentração de progesterona no plasma no dia suposto da ovulação estava elevada ou porque
a concentração de progesterona no dia da transferência estava baixa. Entre as receptoras
sincronizadas, as taxas de gestação após a TETF foram de 17,5-27%. A melhora na eficiência
dos protocolos de sincronização da ovulação irá melhorar os resultados dos procedimentos de
transferência de embriões em tempo fixo.
Stress térmico na doadora. Quando os embriões são transferidos a fresco durante o verão,
os oócitos usados para a fertilização in vitro e os embriões produzidos por superovulação são
obtidos de uma fêmea que é potencialmente sujeita ao stress térmico. Nós habitualmente tentamos
contornar esses efeitos comprando oócitos usados para a fertilização in vitro de fornecedores
localizados em áreas ao norte dos Estados Unidos. Esta estratégia provavelmente não é totalmente
eficaz em eliminar os efeitos do stress térmico na doadora de oócitos porque os efeitos sazonais
na taxa de fertilidade (Sartori et al., 2002) e nos resultados da fertilização in vitro (Rutledge et
al., 1999) têm sido notados em Wisconsin, um estado com clima temperado.
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de gestação para receptoras em lactação no verão foram de 18% e 42% para vacas que receberam
embriões controle e embriões tratados com IGF-I, respectivamente. As taxas de gestação no
inverno, entretanto, foram de 28% e 22% para vacas que receberam embriões controle e embriões
tratados com IGF-I.
Fatores relacionados à receptora. A análise de vários conjuntos de dados nos as taxas de
gestação após transferências duplas foram avaliadas indica que a receptora é um fator determinante
no resultado da gestação após a TE (McMillan, 1998). Para vacas em lactação, um fator
determinante na sobrevivência embrionária após a transferências é a produção de leite - a taxa de
gestação em receptoras foi inversamente relacionada à produção de leite (Al-Katanani et al.,
2002; Vasconcelos et al., 2006).
Existem no momento algumas estratégias para modificar a fisiologia da receptora com
objetivo de melhorar a taxa de gestação. Foi relatado que o tratamento com somatrotopina bovina
no momento do cio ou próximo a ele melhora a taxa de gestação após a TE em vacas em lactação
(Moreira et al., 2002) mas não em vacas secas (Block et al., 2005). A eficácia desse tratamento
não foi avaliada para receptoras sob stress térmico. Também tem havido esforços para melhorar
a taxa de gestação em receptoras sob stress térmico através da administração de GnRH no dia 11
após a ovulação presumida, mas os resultados tem sido inconsistentes (Block et al., 2003; Franco
et al., 2006).
VII. Viabilidade da TE para melhorar a fertilidade durante o stress térmico - estado atual
e futuras linhas de pesquisa
Agradecimentos
The author’s research has been supported by Grant No. US-3551-04 from the Binational
Agricultural Research and Development Fund, Grant No. 2004-34135-14715 from the USDA-
Tropical Subtropical Agricultural Research Program, and USDA Initiative for Future Agricultural
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Acta Scientiae Veterinariae. 34 (Supl 1): 159-170.
José Luiz Moraes Vasconcelos*1; Daniela G. B. Demétrio1; Ricarda Maria dos Santos1; Débora
T. G. Jardina1, Carlos Alberto Rodrigues2; José Renato Chiari3
Resumo: A produção de leite e o estresse térmico são importantes fatores que reduzem a eficiência
reprodutiva. O uso da transferência de embriões deve ser estimulado como ferramenta para
aumentar a concepção em vacas de leite, pois pode restaurar pelo menos parte da fertilidade, já
que se evitam os efeitos negativos ocorridos no desenvolvimento folicular, na ovulação, na
fecundação e no desenvolvimento embrionário inicial (até o sétimo dia). Para diminuir as perdas
com falhas de observação de cio e aumentar a sincronia doadora-receptora, sugere-se a
sincronização da ovulação das receptoras. Os embriões a serem transferidos podem ser
provenientes de vacas em lactação, produzidos no inverno, para transferência em receptoras
sincronizadas, no verão. A seleção da doadora é importante para reduzir custos, pois é uma das
variáveis que mais afeta a produção de embriões.
Palavras chave: transferência de embriões, concepção, estresse térmico, sincronização; vacas
de leite
Introdução
A eficiência reprodutiva de vacas de leite de alta produção vem reduzindo nas últimas
décadas e está associada com o aumento da produção de leite (Nebel & McGilliard, 1993; Lucy,
2001; Washburn et al., 2002). Em vacas leiteiras, a correlação entre produção de leite e ingestão
de matéria seca (IMS) é alta e positiva (Harrison et al., 1990). A relação inversa entre a IMS e a
concentração plasmática de progesterona (P4) foi verificada em estudos realizados por Parr et al.
(1993) em ovelhas e Vasconcelos et al. (2003) em vacas. A P4 controla a pulsatilidade do LH
(Bergfeld et al., 1996), a dinâmica folicular (Stock & Fortune, 1993), o ambiente uterino (Thatcher
et al., 2001; Green et al., 2005) e influencia o desenvolvimento embrionário (Mann & Lamming,
2001).
O desempenho reprodutivo também é afetado por efeitos deletérios do estresse térmico no
oócito, na fecundação e no desenvolvimento embrionário inicial (Hansen & Arechiga, 1999).
Vacas em lactação têm o metabolismo aumentado decorrente da produção de leite, o que aumenta
a produção de calor, que quando associado às altas temperaturas ambientais causam problemas
na manutenção dos processos biológicos (Kadzere et al., 2002). Temperaturas elevadas reduzem
a proporção de embriões que continuam o desenvolvimento (Hansen & Arechiga, 1999). Sartori
et al. (2002) e Leroy et al. (2005) demonstraram que os embriões produzidos nas vacas em
lactação possuem qualidade inferior aos produzidos em vacas não lactantes, novilhas ou vacas
de corte.
A transferência de embriões é uma ferramenta importante para aumentar a probabilidade
de concepção de vacas em lactação, pois evita diversos fatores deletérios que prejudicam antes
da fertilização e no desenvolvimento embrionário nos primeiros sete dias.
s159
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
A produção de leite está altamente relacionada com a IMS (Harrison et al., 1990). O estresse
térmico leva a redução da IMS (West, 1994), e este efeito é mais exacerbado em multíparas do
que em primíparas (Holter et al., 1996, 1997). Para reduzir os impactos negativos da redução de
IMS na produção de leite, a densidade da dieta oferecida às vacas é aumentada (Morrison, 1983;
Cummins, 1989) garantindo o suplemento dos nutrientes necessários para a produção de leite.
Vacas de alta produção de leite apresentam menores concentrações plasmáticas de P4
(Vasconcelos et al., 1999), provavelmente devido aos picos de ingestão de dieta com alta densidade
nutricional, levando ao incremento do fluxo sangüíneo para o fígado, que resulta em maior
metabolização da P4 (Vasconcelos et al., 2003). Como o fígado é o local de maior metabolização
de P4 (Parr et al., 1993), estima-se que o aumento da ingestão aumente a taxa de metabolização,
devido ao aumento do fluxo sangüíneo para o fígado.
Santos (2005), trabalhando com vacas Holandesas não-lactantes com P4 exógena
(dispositivo intravaginal de P4) ou endógena (presença de corpo lúteo), mantidas em pastagem e
recebendo quantidades diferentes de concentrado, em dois fornecimentos diários, observou que,
as vacas que recebiam oito quilogramas de concentrado por dia, apresentaram menor concentração
plasmática de P4 quatro e doze horas após a ingestão do mesmo, do que aquelas que receberam
dois kg.
A P4 controla as mudanças do ambiente uterino e influencia o desenvolvimento embrionário
(Mann & Lamming, 2001; Green et al., 2005; Mann et al., 2006). A comunicação entre as células
do trofoblasto embrionário e as células epiteliais do endométrio é crítico para a manutenção do
CL e para a sobrevivência do embrião (Thatcher et al., 2001), e essa sincronia entre ambiente
uterino e embrião é essencial para o estabelecimento da gestação. Stronge et al. (2005) concluíram
que a baixa P4 cinco a sete dias após a IA está associada à baixa taxa de fertilidade em vacas em
lactação. Mann et al. (2006) observaram que a suplementação de progesterona cinco dias após a
IA resultou em um maior desenvolvimento do embrião. Esses achados sugerem que a concentração
sérica de P4 é importante principalmente nos primeiros dias após a inseminação e talvez seja uns
dos fatores que determinam o sucesso ou a falha da gestação de vacas em lactação.
O desempenho reprodutivo também é afetado por efeitos deletérios do estresse térmico no
oócito, na fecundação e no desenvolvimento embrionário inicial (Hansen & Arechiga, 1999).
Vacas em lactação têm o metabolismo aumentado decorrente da alta IMS, o que aumenta a
produção de calor, que quando associado às altas temperaturas ambientais causam problemas na
manutenção dos processos biológicos (Kadzere et al., 2002). As vacas de maior produção têm
maiores problemas, devido a maior dificuldade na dissipação do calor produzido (Kadzere et al.,
2002). O aumento da temperatura corporal tem efeitos negativos diretos na função celular (Kadzere
et al., 2002). A elevada produção leiteira exerce efeito negativo na qualidade do oócito e no
desenvolvimento embrionário inicial que pode ser potencializado pelo estresse térmico (Hansen
& Arechiga, 1999).
O estresse térmico e a alta produção de leite levam à redução da taxa de observação de cio
(Washburn et al., 2002), provavelmente devido à diminuição do tempo de manifestação de estro
(Lopez et al., 2004). Diferentes tipos de estresse podem levar à falha da ovulação (Lopez-Gatius
et al., 2005), que é uma das causas de infertilidade em rebanhos leiteiros (Wiltbank et al., 2002).
Lopez-Gatius et al. (2005) observaram falha de ovulação de 3,4% em estações com temperaturas
ambientais até 25°C e de 12,4% quando as temperaturas foram superiores a isto. Sartori et al.
(2002) observaram que com o aumento da temperatura ambiente, a temperatura corporal de
novilhas (38,7 ± 0,01°C) elevou menos (p<0,05) que a de vacas em lactação (39,3 ± 0,03°C), e
s160
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
que em novilhas, por serem menos susceptíveis a essas variações climatológicas, não houveram
alterações nos índices reprodutivos no verão.
Os períodos próximos à ovulação até o terceiro dia do desenvolvimento embrionário são
mais susceptíveis ao estresse térmico, e temperaturas elevadas reduzem a proporção de embriões
que continuam em desenvolvimento (Ealy et al., 1993). Os efeitos do estresse térmico reduzem
conforme os embriões se tornam mais desenvolvidos, ou seja, o embrião adquire resistência aos
efeitos negativos com o passar do tempo (Ealy et al., 1993; Hansen & Arechiga, 1999). Ju et al.
(2005) verificaram que oócitos expostos a 42°C durante quatro horas apresentaram alterações
nos componentes responsáveis pela meiose. Apesar de não haver diferença na taxa de clivagem,
houve redução da porcentagem de blastocistos produzidos. Os embriões produzidos apresentaram
menor número de células, principalmente as trofoblásticas. Efeitos de altas temperaturas no
desenvolvimento embrionário após o sétimo dia também foram relatados por Ryan et al. (1993).
Sartori et al. (2002) recuperaram embriões e oócitos de vacas e novilhas Holandesas no
verão, seis dias após a observação de cio natural e verificaram que a taxa de fecundação foi
maior (p<0,05) em novilhas (100%) do que em vacas em lactação (55%), e a qualidade dos
embriões foi superior (p<0,05) em novilhas (72%) do que em vacas em lactação (33%). Esse
fato pode ser confirmado com dados de campo coletados por Santos (1999) na Companhia Agrícola
Nova América, em Assis, SP, durante os anos de 1996 a 1998, que mostram que as taxas de
concepção de novilhas caem pouco durante o verão, quando comparados com vacas em lactação
(Figura A). Quando Sartori et al. (2002) compararam vacas lactantes e não lactantes no inverno,
a taxa de fecundação não diferiu, porém a qualidade embrionária foi superior (p=0,06) em vacas
não lactantes (82%) do que em vacas em lactação (53%). Leroy et al. (2005) observaram que a
porcentagem de embriões grau 1 coletados de vacas em lactação superovuladas (13,1%) foi
inferior a de novilhas Holandesas (62,5%) ou vacas de corte (55,0%). Esses dados mostram que
a fecundação pode estar comprometida no verão, e que vacas em lactação possuem embriões de
menor qualidade.
Figura A: Taxa de concepção de vacas e novilhas durante o ano (1996 a 1998), Cia. Agrícola
Nova América, Assis, SP (dados de campo coletados por Santos, R.M. 1999).
No trabalho de Demétrio (2006), que comparou vacas inseminadas e que receberam embrião,
verificou-se efeito positivo (p=0,03) da P4 do dia 7 na concepção no grupo IA enquanto que no
grupo TE não (Figura B). A produção de leite afetou negativamente a taxa de concepção do
grupo IA (p=0,04) mas não do grupo TE (Figura C). A temperatura corporal aferida no dia 7 (T7)
afetou negativamente a taxa de concepção do grupo IA (p=0,09) e do grupo TE (p=0,08; Figura
D). Quanto maior a concentração sérica de P4 no dia 7, maior a probabilidade de concepção no
grupo IA, enquanto que no grupo TE, não há efeito da concentração de P4 no dia 7 na probabilidade
de concepção. A P4 é importante no desenvolvimento embrionário antes do sétimo dia, já que as
vacas do grupo TE não foram influenciadas pela concentração sérica de P4, pois receberam
embrião desenvolvido em condições melhores. Maiores temperaturas corporais avaliadas no dia
7 afetaram negativamente da mesma maneira a IA e a TE, reduzindo a probabilidade de concepção
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Figura B: Representação gráfica da probabilidade de concepção aos 25 dias das vacas ovuladas
com sincronismo 0 do grupo IA e TE em relação à concentração de P4 do dia 7, em
que “___” representa a probabilidade esperada para IA em relação a P4 do dia 7, e
“___” representa a probabilidade esperada para TE, “x” representam os dados
observados para IA e “o” para TE.
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Figura D: Representação gráfica da probabilidade de concepção aos 25 dias das vacas ovuladas
com sincronismo 0 do grupo IA e TE em relação à temperatura corporal do dia 7, em
que “____” representa a probabilidade esperada de concepção para IA em relação a T7,
“_____” representa a probabilidade esperada para TE, “x” representam os dados
observados para IA e “o” para TE.
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Taxas de observação de cio menores do que 50% são comumente observadas em rebanhos
leiteiros e estão associadas à alta produção de leite (Washburn et al 2002). Lopez et al. (2004)
observaram uma diminuição no tempo de manifestação do estro nas vacas que produziam mais
de 39,5 kg de leite por dia e associaram à redução da concentração de estradiol circulante. A
sincronização da ovulação das receptoras para a realização de TE em tempo fixo (TETF) pode
minimizar os efeitos negativos do estresse térmico na observação cio, aumentando a utilização
das receptoras e maximizando o sincronismo doadora-receptora.
Jardina et al. (2006b) compararam a taxa de concepção de receptoras detectadas em cio
(n=43) após aplicação de PGF2a (Ciosin®, Coopers, 2 mL) com receptoras sincronizadas (n=49)
com o protocolo HEATSYNCH [dispositivo intravaginal de progesterona (CIDR® 1,9 mg Pfizer
Saúde Animal, Brasil) + aplicação de GnRH (1 mL Fertagyl® Intervet) - 7 dias - remoção do
CIDR + aplicação de PGF2a (5 mL Lutalyse® Pfizer Saúde Animal, Brasil) - 1 dia - aplicação de
Cipionato de estradiol (0,5 mL ECP® Pfizer Saúde Animal, Brasil) – 24 a 48 horas – estro]. No
grupo que recebeu PGF2a, 41,8% (18/43) foram observadas em cio e inovuladas 6 a 8 dias após,
com avaliação da presença do corpo lúteo (66,7%; 12/18). O estro também foi detectado no
grupo sincronizado (57,1%, 28/49) e todas as vacas foram examinadas para detecção da presença
do corpo lúteo no dia da inovulação, e as vacas com CL foram inovuladas (79,6%, 39/49). A taxa
de concepção foi de 50,0% (6/12) e 53,9% (21/39) e a taxa de prenhez de 14,0% (6/43) e 42,9%
(21/49) para o grupo com observação de cio e para o grupo sincronizado, respectivamente. Animais
do grupo sincronizado (Protocolo HEATSYNCH) apresentaram a mesma taxa de concepção,
mas maior taxa de prenhez (p<0,01) que animais do grupo observação de cio (PGF2a + detecção
de cio). Vacas detectadas em cio após o protocolo HEATSYNCH tiveram a mesma concepção
das vacas não detectadas em cio (56,3 vs. 52,2%, respectivamente).
A transferência de embriões pode ser realizada com sucesso após o protocolo HEATSYNCH,
pois a taxa de concepção é mantida e a taxa de prenhez aumenta.
Jardina et al. (2006a) avaliaram os resultados de 195 coletas de embriões (94 coletas em
vacas lactantes e 101 coletas em vacas não-lactantes) realizadas no ano de 2005, com o objetivo
de avaliar o efeito da fase da doadora (lactantes ou não-lactantes) e da estação do ano na produção
de embriões (número total de estruturas obtidas, de embriões viáveis e de não viáveis) em vacas
Holandesas. As estações do ano foram divididas em: 1 (janeiro, fevereiro e março, n=56); 2
(abril, maio e junho n=37); 3 (julho, agosto e setembro n=50) e 4 (outubro, novembro e dezembro
n=52). Foi detectado efeito de doadora em todas as variáveis (p<0,01), mostrando a importância
da seleção das doadoras. Foi detectado efeito de estação do ano no número de estruturas coletadas
(1: 10,2 ± 1,2; 2: 6,6 ± 1,0; 3: 10,0 ± 1,1; 4: 11,2 ± 1,2; p=0,016), e no número de embriões
viáveis (1: 3,7 ± 0,5; 2: 2,4 ± 0,5; 3: 5,9 ± 0,9; 4: 4,4 ± 0,7; p=0,001). Fase da doadora influenciou
o número de estruturas coletadas (lactantes: 10,9 ± 0,9 e não-lactantes: 8,7 ± 0,7; P<0,001), e de
embriões não viáveis (lactantes: 6,7 ± 0,8 e não-lactantes: 4,4 ± 0,5; P<0,01), porém não foi
detectado efeito da fase da doadora no número de estruturas viáveis (lactantes: 4,14 ± 0,5 e não-
lactantes: 4,29 ± 0,5). Estes dados mostram que o número de embriões viáveis é influenciado por
estação do ano e doadora, não sendo influenciado por fase da doadora (lactante ou não-lactante).
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Mortalidade embrionária
Conclusão
O uso da transferência de embriões deve ser estimulado como ferramenta para aumentar a
concepção em vacas de leite de alta produção, pois pode restaurar pelo menos parte da fertilidade,
já que se evitam os efeitos ocorridos no desenvolvimento folicular, na ovulação, na fecundação
e no desenvolvimento embrionário inicial (até o sétimo dia).
s166
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
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1): 171-190.
1
Agricultural Biotechnology Center, Godollo, Hungary; 2Research Group on Applied Animal
Genetics and Biotechnology, Hungarian Academy of Sciences and Szent Istvan University,
Godollo, Hungary; 3Department of Biology, Faculty of Science, Srinakharinwirot University,
Bangkok, Thailand; 4Genetic Diversity Department, National Institute of Agrobiological
Sciences, Tsukuba, Ibaraki, Japan; 5Autor correspondente, endereço: Agricultural
Biotechnology Center, Szent Gyorgyi A. u. 4., Godollo, H-2100, Hungary, Email:
dinnyes@abc.hu, Fax: +36-28 526 151, Phone:+36-20 510 9632;
Palavras-chave: congelamento, vitrificação, bovinos, ovinos, suínos, roedores
Introdução
Apesar das intensivas pesquisas que têm sido conduzidas em escala mundial, a
criopreservação de embriões de várias espécies ainda não tem sido possível com resultados
satisfatórios. A criopreservação em animais pecuários é uma ferramenta valiosa para manter a
diversidade genética e para fins de reprodução. Em espécies ameaçadas, a conservação de embriões
criopreservados poderia ajudar nos esforços de preservação. A criopreservação de embriões
humanos, em combinação com métodos de reprodução assistida, é de extrema importância no
tratamento da infertilidade. Esta revisão está focada nos avanços e problemas da criopreservação
de embriões nas espécies mais importantes de animais pecuários e de laboratório.
s171
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Particularidades Espécie-específicas
Camundongo
núcleo, o SSV e a vitrificação em paetes. O método SSV resultou em maior eficiência em gerar
produtos transgênicos de zigotos que foram vitrificados e descongelados do que de zigotos obtidos
por microinjeção. Várias linhagens de camundongo têm diferenças na taxa de sobrevivência ao
congelamento, podendo a composição genética exercer um efeito sobre a habilidade de embriões
congelados/ descongelados se desenvolverem in vivo (Dinnyes et al. 1995).
Rato
O rato é um importante modelo animal para pesquisas médicas. Embriões de ratos são
menos comumente criopreservados, e poucos dados estão disponíveis sobre métodos eficazes
para a sua criopreservação (Reinhold et al. 2000). Vários protocolos para o congelamento de
ratos têm sido publicados (Whittingham 1975; Miyamoto & Ishibashi 1977, 1978; Rajotte et al.
1983; Utsumi et al., 1992; Stein et al. 1993), e mais recentemente métodos de vitrificação também
foram eficazes para embriões de ratos nos estágios de 1 célula (Anzai et al. 1994), 2 células
(Sato et al. 1996, Jiang et al. 1999), 8 células (Isachenko et al. 1997), mórula e blastocisto
(Nakamichi et al. 1993), ou comparando vários estágios com altas taxas de desenvolvimento a
termo a partir de embriões no estágio de 4 células, 8 células e mórula (Han et al., 2003). A maior
parte desses experimentos foi conduzida utilizando como base genética ratos Wistar. A dificuldade
na criopreservação em ratos está relacionada à geralmente pobre resposta superovulatória e à
dificuldade de se obter embriões de boa qualidade. Ratas pós-púberes, não superovuladas, cobertas
por monta natural, são comumente usadas como doadoras de embrião. Isachenko et al. (1997)
obteve uma média de aproximadamente 5,4 embriões (7–12 blastômeros por embrião no dia 4)
utilizando ratas Wistar adultas ciclando naturalmente.
Coelho
Bovinos
embriões bovinos utilizando o congelamento lento (Wilmut & Rowson, 1973) e a vitrificação
(Massip et al., 1986), a transferência de embriões bovinos se tornou uma tecnologia industrial
eficiente que não era mais dependente da disponibilidade imediata de receptoras adequadas.
Embriões criopreservados são amplamente usados na reprodução assistida de bovinos: dados
mostram que aproximadamente 500.000 embriões são produzidos de vacas superovuladas por
ano em todo o mundo, e milhares de embriões congelados são rotineiramente vendidos e
transportados entre países (Hasler, 2003).
O armazenamento e transporte em nitrogênio líquido de embriões produzidos in vivo e in
vitro é essencial para seu uso em larga escala. A transferência direta, ou seja, a transferência de
embriões criopreservados/ descongelados diretamente do recipiente em que foram armazenados
para o animal receptor, sem as etapas de recuperação e exame, reduz o tempo, o equipamento e
o treinamento necessários nas etapas finais do manuseio do embrião. No caso de embriões bovinos
produzidos in vivo, as técnicas de transferência direta têm sido empregadas usando o congelamento
lento convencional (Renard et al., 1982; Leibo 1984; Massip et al., 1987; Voelkel & Hu 1992).
Um teste em larga escala de um método usando soluções de glicerol-sacarose obteve uma taxa
de gestação de 60,5% e uma taxa de nascimentos de 59% (Touati et al., 1992). Um método de
vitrificação para a transferência direta de embriões após o descongelamento (VS3a) adaptado
para bovinos (Dinnyes et al., 1994) resultou em taxas de gestação de 44,5% em experimentos a
campo (Van Wagtendonk-de Leeuw et al., 1997).
Vários grupos têm relatado que a sobrevivência de embriões após a criopreservação é
fortemente influenciada pela idade, estágio de desenvolvimento e qualidade dos embriões, sendo
esta última normalmente avaliada pelas características morfológicas dos mesmos (para revisão
veja Palasz & Mapletoft, 1996). O tempo da inseminação até a primeira clivagem tem efeitos
expressivos e duradouros no desenvolvimento subsequente dos embriões, incluindo a taxa de
desenvolvimento em blastocistos, o número de células dos embriões resultantes e seu potencial
de sobrevivência à criopreservação (Dinnyes et al, 1999). A sobrevivência à criopreservação foi
significativamente afetada pelo estágio embrionário, com maior sobrevivência de blastocistos
eclodidos do que de blastocistos ou de mórulas compactas (Pugh et al., 1998). Alguns
pesquisadores relataram que embriões no dia 7 toleraram os tratamentos de criopreservação
melhor do que embriões nos dias 6 ou 8 (Hasler et al., 1997; Markkula et al., 2001), enquanto
outros relataram que a idade do embrião à vitrificação não teve efeito na sobrevivência (Martinez
et al., 1998).
O sistema de cultivo afeta a qualidade dos embriões resultantes e consequentemente o seu
potencial para a criopreservação. Tem sido demonstrado que embriões bovinos produzidos in
vitro são mais sensíveis aos procedimentos de congelamento do que aqueles produzidos in vivo.
Apesar da notável sensibilidade ao resfriamento de mórulas produzidas in vitro (Leibo & Loskutoff
1993) não estar presente em estágios mais avançados, de blastocisto (Dinnyes et al, 1994, 1996;
Mahmoudzadeh et al, 1994), as taxas de gestação após a transferência de embriões in vitro são
geralmente inferiores àquelas de embriões in vivo (Kuwayama et al, 1992; Reichenbach et al,
1992; Hasler et al., 1995; Agca et al., 1996; Donnay et al.,1998). Embriões produzidos in vitro
são diferentes na sua morfologia quando comparados com embriões in vivo; por exemplo, eles
tendem a conter mais vacúolos e tem complexos juncionais mais curtos e em menor quantidade
(Shamsuddin et al, 1992), a compactação é menos pronunciada em embriões in vitro (Van Soom
et al, 1992), e o disco embrionário é geralmente menor (Iwasaki et al, 1990). Embriões gerados
por um certo sistema de cultivo podem responder de modos diversos a diferentes métodos de
criopreservação (Mahmoudzadeh et al, 1994). No caso de embriões fertilizados in vitro, um
período de cultivo in vivo (em oviduto de ovelha) comparado com cultivo in vitro (em células
epiteliais de oviduto bovino, BOEC) melhorou consideravelmente não somente a morfologia,
s175
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
mas também a resistência ao congelamento (Greve et al. 1993). Blastocistos produzidos sob
condições semi-definidas em TCM 199 suplementado com BSA, insulina, transferrina e selênio
sobreviveram ao congelamento significativamente melhor do que aqueles produzidos em TCM
199 apenas com soro de vaca em cio (ECS) ou com soro e BOEC (Shamsuddin et al, 1994).
Vários autores têm relatado que a suplementação com soro aumentou o número de células nos
embriões (Van Langendonckt et al.,1997). Entretanto, outros autores observaram que a
suplementação com soro não traz benefícios (Gomez & Diez, 2000) ou pode ser até prejudicial
para o número total de células (Byrne et al.,1999). Um estudo recente sugere que a presença de
soro foi prejudicial para a eclosão de embriões bovinos após o descongelamento (Mucci et al.,
2006). Este resultado contradiz um relato de que blastocistos bovinos vitrificados pelo método
OPS necessitam suplementação de soro no meio para a eclosão (Vajta et al.,1999). Comparada à
suplementação com BSA, a suplementação com FCS durante o co-cultivo reduziu a viabilidade
de embriões bovinos que sofreram biópsia e subsequente vitrificação (Yotsushima et al., 2004).
A presença de soro no meio pode afetar a velocidade de desenvolvimento do embrião e reduzir a
tolerância ao congelamento de blastocistos (Dinnyes et al., 1996; Rizos et al., 2003) e pode
aumentar o número e o tamanho de gotículas de lipídios no embrião (Abe et al., 2002). Estudos
demonstraram que o ácido hialurônico melhora a capacidade de desenvolvimento de embriões
bovinos sob condições in vitro (Stojkovic et al., 2002), a suplementação com â-mercaptoetanol
no meio de cultivo após a vitrificação e o descongelamento aumentou significativamente a
sobrevivência de blastocistos, a taxa de eclosão e o número total de células (Nedambale et al.,
2006); e a adição de ácido linoléico no meio de cultivo dos embriões aumentou a sobrevivência
de mórulas após congelamento lento (Hochi et al.,1999). Esta melhora ocorreu provavelmente
em função de modificações na membrana celular ou nos lipídios citoplasmáticos. O efeito positivo
da suplementação com ácido linoléico pode ser explicado pelo aumento na fluidez (grau de
insaturação). A análise do metabolismo oxidativo de embriões bovinos indicou que embriões
produzidos in vitro ou pré-expostos a condições de cultivo in vitro são mais sensíveis a danos
durante o congelamento do que embriões produzidos in vivo (Khurana & Niemann, 2000).
O etileno glicol (EG) é um dos CPAs mais frequentemente usados para a criopreservação
de embriões bovinos. Estudos sobre toxicidade indicaram que o EG é um composto de baixa
toxicidade para embriões bovinos (Mahmoudzadeh et al., 1993; Dochi et al., 1998), e seu uso
pode resultar em melhores taxas de sobrevivência de embriões bovinos congelados/ descongelados
(Saha et al.,1996). A alta taxa de penetração e a baixa toxicidade deste crioprotetor permite a
transferência direta após o descongelamento sem uma etapa de diluição (Voelkel & Hu, 1992;
Dochi et al., 1995). Mas outros pesquisadores observaram que mais blastocistos sobreviveram
quando congelados em glicerol 1,4 M do que em etileno glicol 1,5 M, e a adição de sacarose 0,25
M a etileno glicol 1,5 M na solução de congelamento não melhorou a sobrevivência dos embriões
(Hasler et al., 1997). A vitrificação de embriões bovinos produzidos in vitro oferece várias
vantagens quando comparado ao congelamento convencional. A vitrificação, combinada à
transferência direta, seria um ótimo método para a transferência em fazendas de embriões
produzidos in vitro relativamente baratos. Soluções de vitrificação contendo polietileno-glicol
(Ohboshi et al.,1997) ou PVP (Suzuki et al.,1995) foram benéficas para a criopreservação de
blastocistos bovinos produzidos in vitro ou que sofreram biópsia. O método OPS também foi
aplicado com sucesso em embriões bovinos FIV (Vajta et al., 1999; Lazar et al., 2000). Agca et
al. (1996) não observou diferenças significativas nas taxas de gestação com blastocistos bovinos
produzidos in vitro congelados em glicerol ou vitrificados numa mistura de glicerol e etileno
glicol, entretanto, a morfologia das células embrionárias de embriões de Nelore e Holandês foi
melhor preservada após congelamento controlado do que com congelamento rápido ou vitrificação
(Visintin et al., 2002).
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Vários grupos observaram que a vitrificação pode ser mais adequada para a criopreservação
de embriões bovinos produzidos in vitro do que os métodos de congelamento lento (Dinnyes et
al., 1996; Martinez et al., 2002; Nedambale et al., 2004; Mucci et al., 2006). Kaidi et al. (2001)
observou que tanto o congelamento quanto a vitrificação diminuíam as taxas de sobrevivência e
eclosão e induziam alterações celulares semelhantes, mas o congelamento foi mais prejudicial
para as células do trofoblasto do que a vitrificação, levando à uma diminuição da captação de
nutrientes pelo embrião. Além disso, também foi observado um aumento da atividade glicolítica
em embriões congelados.
Uma abordagem alternativa para lidar com os baixos resultados na criopreservação é
modificar as próprias células ao invés de modificar os procedimentos de criopreservação, para
torná-las mais passíveis de ser criopreservadas (Seidel, 2006). O conteúdo lipídico do citoplasma
pode ser reduzido com a adição ao meio de cultivo de etosulfato de fenazina, um potente receptor
de elétrons que oxida prontamente o NADPH, o que faz com que blastocistos bovinos sobrevivam
à criopreservação convencional melhor do que os controles (Seidel, 2006). A remoção ou
polarização de gotículas lipídicas por centrifugação aumentou a tolerância de embriões bovinos
ao congelamento (Murakami et al., 1998; Ushijima et al., 1999; Tominaga et al.,2000).
Embriões originados de diferentes raças de bovinos demonstraram diferentes resultados
na criopreservação, particularmente em Bos taurus vs. Bos indicus. Têm sido encontradas
diferenças nos componentes celulares de embriões Bos taurus e Bos indicus (Visintin et al.,
2002), tais como as gotículas de lipídios, maiores e em maior número em embriões de Holandês
do que em embriões de Nelore. Durante os processos de congelamento rápido ou vitrificação,
embriões de Holandês exibiram melhor morfologia do que embriões de Nelore. Apesar de após
o descongelamento os embriões aparentemente manterem sua forma e estrutura semelhante quando
comparados a embriões a fresco, uma análise detalhada demonstrou que as células embrionárias
no Nelore sofreram danos significativos (Visintin et al., 2002). Após o descongelamento e
transferência dos embriões, taxas de gestação mais baixas têm sido obtidas com Bos taurus
(Zanenga, 1993) e com Jersey do que com embriões de Holandês (Steel & Hasler, 2004).
Ovinos e caprinos
vitrificação, e taxas de nascimento semelhantes foram obtidas com embriões produzidos in vitro
e in vivo (Martinez et al., 2006). Naitana et al. (1997) observou que a substituição do soro por
PVA nas soluções de vitrificação e descongelamento não reduziu a viabilidade; enquanto outros
observaram o contrário sobre o PVA, com uma diminuição da viabilidade e uma redução na
síntese de proteínas após o descongelamento (Leoni et al., 2002). As taxas de gestação ou
nascimento de embriões ovinos produzidos in vitro foram menores do que de embriões produzidos
in vivo (Dattena et al., 2000, 2004) e a vitrificação resultou em uma redução significativa na taxa
de gestação no caso dos embriões produzidos in vitro (Papadopoulos et al., 2002). A correlação
entre estágio embrionário e a tolerância ao congelamento foi estudada em ovinos, tendo sido
demonstrado que estágios avançados toleram a vitrificação melhor do que os estágios de mórula
ou de pré-compactação (Naitana et al., 1995); e este resultado estava de acordo com um relato
sobre a melhora na sobrevivência após o descongelamento de embriões ovinos jovens produzidos
in vivo, cultivados até o estágio de blastocisto antes do congelamento (Garcia-Garcia et al.,
2005). Entretanto, outros autores não observaram diferenças significativas no número de cordeiros
nascidos após a criopreservação de mórulas e blastocistos (Cocero et al.,1996).
Suínos
Intolerância ao resfriamento relacionada aos lipídios Sabe-se que embriões de suínos contém
um alto teor de lipídios intracelulares. Em embriões, gotículas de lipídios intracitoplasmáticas
normalmente formam complexos com elementos do citoesqueleto, membranas e organelas
citoplasmáticas (Sathananthan et al., 1992) e têm um importante papel no metabolismo, como
fonte de energia durante a maturação, fertilização e no início do desenvolvimento embrionário
(Brown 2001). Foi relatado que oócitos de suínos contém 156 ng de lipídios (McEvoy et al.,
2000), o que é extremamente alto, mesmo comparado com o bovino (89 ng/oócito) (Ferguson &
Leese, 1999). Quando embriões de suínos são resfriados abaixo da temperatura crítica de 15 oC,
ocorre uma separação de fases na membrana lipídica, causando danos irreversíveis na estrutura
da membrana (Edidin & Petit, 1977). Isso faz com que os embriões suínos sejam muito difíceis
de ser criopreservados, especialmente pelos métodos tradicionais de congelamento lento. Para
superar o problema dos danos causados pelo resfriamento foram desenvolvidas diferentes
estratégias, tais como a técnica de remoção de lipídeos, aplicação de métodos de vitrificação e
estabilização do citoesqueleto. Além da sensibilidade causada pelos lipídios, outros fatores, como
o estágio e a origem dos embriões, também afetam o resultado da criopreservação.
s178
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Considerações finais
Agradecimentos:
Este trabalho foi apoiado por fundos bilaterais de colaboração científica e tecnológica
entre a Hungria e a Alemanha (TET, No. D6/01), Japão (TET, No. JAP-11/02) e China (TET No.
CHN-28/04).
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Resumo
Introdução
em função de seu alto teor de lipídios. Como as lesões são tempo dependentes, buscou-se
metodologias alternativas que empregam altas velocidades de resfriamento a fim de reduzir o
tempo de exposição dos embriões as temperaturas críticas. Neste cenário, a vitrificação foi eleita
como o método mais promissor (Para revisão consulte Vajta, 2000a,b; Vajta & Kuwayama,
2006). A metodologia de vitrificação passou por diferentes adequações para tornar-se simplificada
o bastante para permitir o uso rotineiro. Inicialmente, os trabalhos foram orientados no sentido
de reduzir os efeitos tóxicos e osmóticos da elevada concentração de crioprotetores. Neste período,
constatou-se que a redução destes efeitos seria obtida mediante adaptação osmótica, uso de
associações de crioprotetores e redução da temperatura da solução concentrada. Apesar de efetivos,
estes procedimentos tornavam a técnica lenta e laboriosa, com o agravante de empregar volumes
elevados de crioprotetores, que limitavam a velocidade de resfriamento. Num segundo momento,
as pesquisas foram orientadas para aumentar a velocidade de resfriamento, com a redução no
volume das amostras, associada ao contato direto com o líquido refrigerante (N2 -196°C), nas
chamadas metodologias abertas. A partir da tecnologia das microgotas (Landa e Tepla, 1990) e
das grades de microscopia eletrônica (Martino et al., 1996), foram desenvolvidas diferentes
alternativas com intuito de facilitar a manipulação, a identificação e o armazenamento das
amostras. Neste aspecto, as metodologias baseadas no já estabelecido método de armazenamento
em palhetas tiveram maior difusão. Um dos mais importantes avanços nesta área foi obtido por
Vajta et al. (1997), que usando palhetas plásticas estiradas pelo calor (OPS), associaram a redução
no volume da amostra com o contato direto com o LN2, proporcionando praticidade de manuseio,
possibilidade de identificação e armazenamento da amostra. A partir desta técnica, diversas
variações foram propostas para aumentar a troca de calor entre a amostra e o líquido refrigerante,
buscando a aceleração na velocidade de resfriamento. O benefício potencial desta aceleração
está na possibilidade de obter o estado vítreo com menores concentrações de crioprotetores,
reduzindo assim os efeitos tóxicos. Buscando aumentar a velocidade de resfriamento, foram
testados materiais com maior capacidade de condução térmica, como as micropipetas de vidro
(Mezzalira et al., 1999) e tubos de metal (Bunn et al., 2006), em substituição às palhetas de
plástico. Entretanto, o principal fator limitante da taxa de resfriamento é a formação de vapor
entre a amostra e o N2, no momento da imersão. Duas estratégias foram desenvolvidas com
intuito de minimizar este efeito: 1) o método “solid surface vitrification” (Dinnyés et al., 2000),
que prevê a vitrificação de embriões em microgotas depositadas sobre um bloco metálico,
parcialmente submerso no N2, com uma temperatura de aproximadamente -150°C, e 2) o método
de vitrificação que usa N2 super-resfriado, com o ponto de ebulição deprimido pela ação de
pressão negativa (vácuo) e temperatura inferior a -210°C. O uso do N2 super-resfriado permite o
aumento na velocidade de resfriamento com diferentes tipos de materiais usados no envase das
estruturas, sendo assim mais versátil. Entretanto, seu uso não resultou em efeito positivo na
vitrificação de embriões de camundongos (Nowshari & Brem, 2001), nem melhorou as taxas de
eclosão in vitro de embriões bovinos vitrificados em OPS (Werlich et al., 2006). Isto provavelmente
deve-se ao fato dos blastocistos serem multicelulares, portanto com distinta relação superfície/
volume e assim, distinto coeficiente de permeabilidade. Desta forma, embora com alguns
resultados expressivos, os diferentes métodos não foram consistentes na criopreservação de
embriões produzidos in vitro.
Criopreservação de oócitos
existam receptoras disponíveis, bem como, pode permitir aos pesquisadores eliminar obstáculos
relacionados a flutuações na disponibilidade de oócitos, redução na qualidade, motivada por
efeitos sazonais ou problemas sanitários. Adicionalmente, o armazenamento de oócitos tem um
enorme impacto conservacionista, facilitando a preservação de raças ou linhagens ameaçadas de
extinção. Entretanto, a criopreservação de oócitos ainda não possui uma metodologia definida,
em função da alta sensibilidade ao resfriamento. Apesar de haver melhores resultados com oócitos
maturados (metáfase 2: MII), a criopreservação de oócitos imaturos (vesícula germinativa: VG),
apresenta uma grande vantagem ao permitir a criopreservação logo após sua obtenção, por
aspiração folicular guiada por ultra-som (OPU). O congelamento convencional também não se
mostrou adequado para oócitos, sendo os resultados mais promissores obtidos pela vitrificação.
Empregando a tecnologia OPS, Vieira et al., (2002) obtiveram o nascimento de três bezerros,
dois dos quais, produtos de embriões vitrificados derivados de ovócitos VG, também vitrificados,
comprovando a efetividade da técnica. Isachenko et al. (2001) reportaram que o emprego de
nitrogênio super-resfriado na vitrificação de oócitos VG ovinos permite a obtenção de melhores
resultados. O uso de nitrogênio super-resfriado a -200°C, com um equipamento artesanal aumentou
as taxas de blastocistos obtidas após vitrificação de oócitos bovinos, tanto maturados quanto
imaturos (Santos et al., 2006). Utilizando palhetas metálicas, associadas ao emprego de nitrogênio
super-resfriado na vitrificação, Bunn et al., (2006a) obtiveram aumento da taxa de embriões a
partir de oócitos bovinos imaturos. Entretanto, quando reduziram a concentração dos crioprotetores
em 25-50%, houve queda da taxa de embriões (Bunn et al., 2006b). Embora resultados positivos
tenham sido relatados, a taxa de desenvolvimento embrionário após vitrificação de oócitos é
usualmente muito baixa, demonstrando que são ainda necessários ajustes na técnica, para que
sejam obtidos resultados compatíveis com sua aplicação comercial.
Perspectivas futuras
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Resumo
Introdução
s197
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Como exemplo desses investimentos pode-se tomar o caso dos bovinos. No cenário atual,
os bovinos representam atividade pecuária de destaque no Brasil onde diversas raças das sub-
espécies zebuínas e taurinas são prevalentes. Os animais zebuínos são possuidores de diversas
vantagens em relação à produção nos trópicos quando comparados aos taurinos. É relatada maior
resistência ao calor, aos ectoparasitas, aos hematozoários e maior adaptabilidade a alimentos
com menor qualidade nutricional. Entretanto, como desvantagens são citadas a menor capacidade
produtiva, qualidade inferior da carcaça e desenvolvimento tardio, comparativamente aos taurinos
avaliados em seu ambiente natural (Koger, 1980; Pringle et al., 1997; Lobo, 1998; Associação
de Criadores de Nelore do Brasil; Associação Brasileira de Criadores de Zebu).
Animais taurinos apresentam muitas características desejáveis, destacando-se entre elas a
produção e qualidade do leite, a precocidade sexual e de qualidade e terminação de carcaça.
Entretanto como desvantagens demonstram maior susceptibilidade a infestação por ecto e
endoparasitas e menor tolerância ao calor. Buscando contornar os problemas apresentados pelos
grupos raciais individualmente, muitos sistemas produtivos utilizam o cruzamento entre animais
taurinos e zebuínos para aumentar a produção e produtividade dos animais.
Em menor número populacional, mas não em menor importância, a bubalinocultura,
ovinocultura e caprinocultura apresentam cada vez maior destaque no cenário das raças animais
exploradas no Brasil, consolidando-se como contribuintes efetivos para o aumento do PIB
nacional, através da seleção e melhoramento de raças nacionais bem como com a introdução de
germoplasma importado. A mesma situação não pode ser observada setor de suínos e aves onde
a padronização fenotípica de animais chegou a ponto de estabilizar o “tipo” animal requerido
que, via de regra, é comercializado por grandes empresas internacionais de melhoramento genético,
sendo o aprimoramento de sistemas de manejo, nutrição e sanidade de maior importância nessas
espécies, em detrimento de programas de melhoramento genético locais.
Neste contexto, as biotecnologias acopladas ao melhoramento genético ganharam crescente
posição de destaque nos sistemas de produção de ruminantes. A criopreservação de
espermatozóídes e a inseminação artificial, associadas à transferência de embriões e à produção
de embriões in vitro, marcaram fase importante e decisiva para o melhoramento genético dos
animais de produção. Mais recentemente, graças ao acelerado desenvolvimento tecnológico, a
seleção genética entrou em nova fase na qual a avaliação fenotípica passou a contar com o
auxílio da avaliação genômica dos animais, pelo uso de ferramentas da genética molecular. A
sexagem de embriões, os estudos de expressão gênica diferencial, a identificação de QTL
(Quantitative Trait Loci) e de marcadores genéticos específicos, são partes integrantes da atual
tecnologia que está a disposição da seleção animal (Garcia, 1995; Garcia, 2001).
Contexto Histórico
regiões não codificantes podem também alterar significativamente a expressão genética por
diversos fatores tais como: promover processamentos alternativos do RNA, geração ou supressão
de códons de terminação/iniciação para a tradução ou alterar seqüências promotoras (Curi, 2004).
O elevado grau de polimorfismo, a inexistência de influência ambiental e a praticidade na
análise (devido à variedade de materiais biológicos passíveis de serem utilizados e à simplicidade
das técnicas envolvidas na análise) são algumas das vantagens da utilização desse tipo de
informação para análise genética individual ou populacional de animais (Ferreira e Grattapalia,
1998).
Dentre os marcadores baseados em seqüências repetitivas estão os marcadores
microssatélites, normalmente localizados em regiões não codificantes, com elemento repetitivo
entre 1 e 6 pares de bases posicionados em estrutura concatenada (em tandem) e com número
menor do que 100 repetições (Ferreira e Grattapalia, 1998). O polimorfismo de marcadores
microssatélites pode ser determinado pela amplificação por PCR da região desejada, seguida de
separação eletroforética, revelando padrões de banda variáveis de acordo com o número de
elementos repetitivos (Neuenschwander, 2001).
Os marcadores microssatélites estão amplamente distribuídos em todo o genoma de
eucariotos, apresentam elevado grau de polimorfismo, padrão de herança Mendeliana,
codominância e facilidade em detecção por PCR e conseqüente determinação dos alelos e
genótipos, sendo atualmente a ferramenta de eleição para execução de testes de paternidade
(Page e Holmes, 1998).
A caracterização fenotípica dos animais, de forma simplificada, é determinada pela interação
entre genótipo e o meio ambiente. Para estudar essa relação e suas conseqüências fisiológicas, é
preciso fixar uma das variáveis para melhor analisar a outra. Mantendo os animais nas mesmas
condições ambientais, é possível de forma segura, determinar a influência do genótipo no
desenvolvimento animal (Lewontin, 2002).
Como exemplo clássico, desde a domesticação dos bovinos há aproximadamente 10.000
anos (Bruford et al., 2003) e exploração destes animais como fonte de alimento e matéria prima,
o ser humano vem selecionando os melhores indivíduos para características de seu interesse,
concomitantemente à seleção natural. Com o conhecimento de que características fenotípicas
podem ser herdadas pelos descendentes, mesmo muito antes da descoberta do papel do DNA
como código genético, intensificou-se a seleção, primeiramente na área vegetal e posteriormente
na área animal, buscando-se plantas e animais de maior interesse pela seleção daqueles
considerados “superiores”.
Os sistemas de seleção clássica dependem da avaliação e mensuração das características
fenotípicas, havendo necessidade de esperar o desenvolvimento natural do animal avaliado para
a realização das mensurações nos momentos em que os fenótipos se manifestam natualmente.
Essa abordagem possui um forte componente de subjetividade uma vez que está sujeita a erros
humanos e estatísticos, mas foi a única base técnica disponível para o melhoramento genético
até o presente.
Uma das vantagens do uso de marcadores moleculares em programas de seleção é a de
apresentar o potencial de complementar a seleção clássica. As principais vantagens na sua
utilização estão relacionadas à precocidade de avaliação dos animais para características
específicas, uma vez que esta tecnologia emprega amostras de DNA, permitindo análises desde
momentos imediatamente após o nascimento, ou até mesmo durante a fase embrionária pré-
implatação, podendo ser inclusive incorporada em programas de produção in vitro e transferência
de embriões, agilizando e otimizando os sistemas de seleção genética/produção animal (Garcia,
2001). Além da objetividade envolvida na análise do DNA, outro importante benefício refere-se
à possibilidade de seleção de características não observadas tradicionalmente tais como aquelas
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s200
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Perspectivas e Conclusões
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Dell’Aqua Jr. J.A., Papa F.O., Araújo Jr. J.P., Freitas C.P., Ponchirolli C.B., Figueiredo A.S., Melo C.M., Alberti K., Crespilho A.M., Siqueira
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Filho, E.R. & Orlandi, C. 2006. Aplicação do sêmen sexado na produção de embriões. Acta Scientiae Veterinariae. 34 (Supl 1): 205-212.
Dell’Aqua Jr, J.A.1; Papa, F.O.1; Araújo Jr., J.P.2; Freitas, C.P.1; Ponchirolli, C.B.1; Figueiredo,
A.S.2; Melo, C.M.1; Alberti, K.1; Crespilho, A.M.1; Siqueira Filho, E. R.1; Orlandi,C.1
1
Dept. Reprodução Animal – FMVZ – Unesp – Botucatu; 2Dept. Microbiologia e Imunologia
– IBB – Unesp – Botucatu
Resumo
A utilização do sêmen sexado nos diferentes sistemas de produção de bovinos tem aumentado
nos últimos anos, com sua implantação na produção comercial, e isto o que levou vários produtores
começar a utilizar deste recurso em seus plantéis. O uso desta biotécnica contribui para uma
maior pressão de seleção junto a programas de melhoramento genético. Dentre as possibilidades
de sua aplicação, as relacionadas com a produção de embriões são as que apresentam maior
potencial. A seleção do sexo da progênie em rebanhos de leite e carne, pode contribuir com
grande incremento no sistema de produção, direcionando o nascimento de animais para o sexo
desejado. A técnica de separação espermática por citometria de fluxo, é atualmente a única que
apresenta resultados satisfatórios para produção comercial de doses sexadas. Sua eficácia na
seleção para o sexo proposto é em torno de 90%, resultando em nascimentos acima dos 85%
para o sexo selecionado. Porém, os índices de prenhez ainda apresentam grandes variações,
sendo necessário mais estudos em relação a metodologia, de forma que sua utilização apresente
taxas de fertilidade mais regulares. Esta revisão tem como objetivo explorar as possibilidades de
melhoramento da técnica de seleção espermática, e suas aplicações na produção de embriões in
vivo e in vitro.
Palavras chaves: sêmen sexado, produção de embrião in vitro, transferência de embriões,
congelação.
Introdução
Uma das principais áreas de utilização do sêmen sexado é no rebanho destinado a produção
de leite, onde, dependendo do sistema e do tipo de animais empregados, os machos não tem
valor agregado. Nos casos, em que as vacas são de alta produção leiteira como na raça Holandesa,
os bezerros machos são descartados acarretando em perdas econômicas ao sistema de produção.
Desta forma, a utilização do sêmen sexado para nascimentos de fêmeas, contribuiria positivamente
para este sistema de produção.
Dentre as vantagens relacionadas, a seleção genética de animais com características que
promovam uma melhor relação custo-benefício ao sistema de produção, se apresenta como
interessante opção de emprego desta biotécnica. Desta forma, as vacas mais adequadas e adaptadas
ao sistema de produção seriam as doadoras de embriões para as demais fêmeas do plantel,
direcionando a seleção das características desejáveis desses indivíduos para os futuros animais
de reposição, encurtando em várias gerações a seleção genética objetivada.
Outra vantagem, seria que a produção de embriões direcionada em épocas mais favoráveis
do ano, reduzir-se-ia a necessidade de inseminações artificiais nos meses de temperatura e umidade
elevadas, responsáveis pelo “Heat Stress”, resultando com isso melhoria nas taxas de prenhez.
Desta forma, um planejamento estratégico para produção de embriões pelas vacas que
apresentam maior retorno econômico, realizado nas épocas do ano mais favoráveis e transferidos
aos demais animais do plantel, maximizaria tanto os índices reprodutivos como diminuiria o
intervalo de tempo para seleção das características produtivas desejadas para todo rebanho.
Já nos sistemas menos intensivos de produção de leite onde o bezerro macho é
comercializado como animal de corte e os proprietários apresentam um menor poder aquisitivo,
a melhor estratégia seria adotar a implantação de um sistema misto, onde os animais mais rentáveis
doariam embriões aos menos produtivos e os restantes seriam inseminados com sêmen não
sexado ou até cobertos por monta natural com reprodutores provenientes do próprio criatório.
Desta forma, possibilitando a esse tipo de produtor de leite uma adequação do seu plantel a
geração de animais mais produtivos, dentro de sua realidade financeira.
Em rebanhos destinados a produção de carne, Ruvuna et al., 1992, relatam que ao abate de
animais exclusivamente do sexo masculino, com 24 meses de idade, gera um retorno econômico
27% maior do que um lote com 50% para cada sexo. Entretanto, neste tipo de sistema de produção,
os animais são produzidos através de IA e posteriormente os que não emprenharem, destinados
a repasse com touros por monta natural, desta forma o emprego do sêmen sexado deve ser baseado
em cálculos relacionados com os índices de fertilidade obtidos, custo da dose sexada e expectativa
do valor da arroba da carne na época de venda.
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Com base nos resultados obtidos, pode-se sugerir que os padrões espermáticos do sêmen
sexado pós-descongelação possuem características que indicam uma hiperativação. A
hiperativação espermática ocorre em mamíferos dentro do oviduto da fêmea, caracterizando-se
por apresentar um movimento vigoroso, não progressivo e não linear, relacionado com a
capacitação e a fertilização. Durante a hiperatividade observa-se um aumento da amplitude lateral
de cabeça (AHL) e da velocidade real dos espermatozóides (VCL). Verstegen et al., 2002, indicam
que amplitudes laterais de cabeça superiores a 7,0µm e altos valores de VCL em relação ao VSL
caracterizam um movimento vigoroso e desordenado condizentes com a hiperatividade
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Tabela 3: ValoresConclusões
do número de estruturas recuperadas e embriões transferidos de vacas
superovuladas inseminadas com 3 doses de 5x106 de espermatozóides sexados.
O sêmen sexado
Doadora Touro No Estruturas Óvulosé uma biotecnologia
Degenerados que recentemente
Mórulas Blastocistos esta disponível comercialmente.
Transferidos
1 1 Sua aplicabilidade
6 nos
3 diferentes
2 sistemas de
1 produção0bovina, proporcionarão
1 tanto o aumento
2 1 9
da pressão 7 genética,
de seleção 0 como incremento
1 na 1produção de 2carne e leite. Entretanto,
3 1 avanços8 científicos4sobre a viabilidade
2 0
espermática 2
pós-sexagem, 2
aumento da velocidade de
4 1 9 3 3 1 2 3
sexagem e principalmente regularidade nos índices de fertilidade, são fatores importantes que
Total touro 1 32 17 7 3 5 8
5 2 contribuirão
7 para consolidar
6 seu
1 emprego no0 mercado de0 doses congeladas
0 em bovinos.
6 2 8 7 0 1 0 1
7 2 Referências
15 12 3 0 0 0
8 2 9 6 0 2 1 3
Total touro 2 39 E.C.C. Efeitos
Celeghini, 31 4
da criopreservação 3 do sêmen1bovino sobre 4as membranas plasmática,
9 3 15 10 0 3 2 5
acrossomal e mitocondrial e estrutura da cromatina dos espermatozóides utilizando sondas
10 3 14 8 0 0 6 6
11 3 fluorescentes.
7 Tese 2Doutorado,1Universidade 1 de São Paulo,
3 São Paulo-SP,
4 2005.
12 3 8
Faber, D.C., Molina,4 J.A., Ohlrichs,
0 0
C.L., Vander Zwaag, 4 D.F., Ferre, L.B.
4 Commercialization of
Total touro 3 44 24 1 4 15 19
animal biotechnology. Theriogenology, 59: 125-138, 2003.
13 4 13 2 1 3 7 10
14 4 11
Hohenboken, W. D. Applications of sexed semen in cattle production. 7Theriogenology, 52: 1421-
4 0 1 6
15 4 12
1433, 1999. 3 0 6 3 9
16 4 8 1 2 4 1 5
Total touro 4 Lu, K.H.,
44 Gram, D.G.,
10 Seidel Jr.,3 G.E. in vitro
14fertilization
17with flow-cytometrically-sorted
31 bovine
Total 159 82 15
sperm. Theriogenology 52: 1393-1405, 1999. 24 38 62
* Dados de campo gentilmente fornecidos pelo M.V. Osvaldo Teobaldo Filho
Lu, K.H., Seidel Jr., G.E. Effects of heparin concentration on cleavage and blastocyst development
rates of bovine oocytes inseminated with flow cytometrically-sorted sperm. Theriogenology, 62:
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Hossepian de Lima V.F.M. 2006. Espermatozóide sexado bovino: quando utilizá-lo? Acta Scientiae Veterinariae. 34 (Supl
1): 213-224. Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
RESUMO
INTRODUÇÃO
Produção de leite
Um exemplo são as raças especializadas para a produção de leite, nas quais a manutenção
de gestações e o nascimento de animais do sexo masculino é um dos fatores de diminuição da
produtividade e aumento dos custos de produção. O progresso genético será maximizado em
programas de criação para a produção de leite em que a proporção sexual é controlada por ocasião
da inseminação artificial, obtendo-se machos ou fêmeas, quando desejado (VAN VLECK et al.,
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1976). Van Vleck (1981) e Dematawewa & Berger (1998) estimaram um custo aproximado de
US$19-US$35.00 por unidade de sêmen. Atualmente, cerca de 150-200 doses de sêmen
enriquecidas com espermatozóides X podem ser produzidas por citômetro por dia e isso
compreende menos que 0,5% das necessidades diárias de doses de sêmen do mercado dos Estados
Unidos. Além disso, a taxa de prenhez de novilhas a campo está em torno de 35-40% e 55-60%
utilizando sêmen sexado e convencional, respectivamente. Está baixa taxa (35-40%) é o fator
limitante para a utilização do sêmen sexado naquele país. (WEIGEL, 2004).
Nos rebanhos de elite, as últimas estimativas um progresso genético mais modesto do que
aquele predito anteriormente. Baker et al. (1990 citado por WEIGEL, 2004) sugeriram que a
habilidade de alterar a proporção sexual da progênie de touros e vacas de elite tem menor impacto
no ganho genético anual, que é aumentado em torno de 0,4 a 1,4%, mesmo quando associado a
múltiplas ovulações e transferência de embriões Montaldo et al. (1998 citado por WEIGEL,
2004). Entretanto, Baker et al., (1990) estimou que a seleção do sexo teria um efeito maior nos
rebanhos comerciais de produção de leite, particularmente naquelas situações onde o macho tem
valor econômico mínimo ou negativo. Além disso, o uso de seleção do sexo na produção in vitro
de embriões (PIV) minimizaria o custo do teste de progênie em cerca de 33% já que permitiria
apenas a transferência dos embriões do sexo desejado (NICHOLAS, 1996).
Produção de carne
machos e nenhum benefício líquido com a seleção do sexo. Assim, como predito por Foote &
Miller (1971 citado por HOHENBOKEN, 1999), em uma população fechada, o controle da
proporção sexual na progênie tem pouco efeito nas taxas de resposta seleção devido à manipulação
das intensidades de seleção de machos ou fêmeas.
s217
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Apesar dos tratamentos utilizados no método de citometria de fluxo (coloração com Hoechst
33342 e exposição à luz ultravioleta) aparentemente não impedirem o desenvolvimento in vitro
do zigoto, LIBBUS et al. (1987) observaram aberrações cromossômicas em 50 % dos
espermatozóides de Microtus oregoni, após a sexagem por esse método. A freqüência das quebras,
por exemplo, foi de 0,6 e 2,9 no grupo controle e naquele que recebeu o tratamento,
respectivamente. O número total de aberrações por célula chegou a 7,5.
Além disso, em bovinos a motilidade de espermatozóides sexados por essa técnica foi de
apenas 51 % para as frações X ou Y (JOHNSON et al., 1997). Após o processo de congelação/
descongelação a motilidade diminuiu para 45% (laser regulado para 100 mW; 351, 364 nm) e
apenas 65 % dos espermatozóides sexados mantiveram a integridade do acrossoma (SCHENK
et al., 1999).
Esses espermatozóides descongelados (1 a 3 milhões/dose) quando depositados no corpo e
nos cornos do útero de novilhas produziram um índice de prenhez médio de 48,5 % e 50,5%,
respectivamente. Neste trabalho, foram obtidas 108 prenhezes utilizando espermatozóides
congelados portadores do cromossomo X em IA no corpo ou cornos uterinos, das quais 88 (81,5%)
eram de fetos do sexo feminino, conforme diagnóstico por ultra-sonografia (SEIDEL et al., 1999).
Esses fatores, associados ao pequeno número de células separadas/hora, dificultam a aplicação
comercial desta técnica e incentivam a investigação de outra diferença fenotípica entre os
espermatozóides X e Y que possa ser discriminada por citometria de fluxo. Um exemplo é o
trabalho de VAN MUNSTER et al. (1999a,b) que confirmaram a existência de diferença no
volume da cabeça entre os espermatozóides X ou Y e a propuseram como um parâmetro alternativo
para sexagem por citometria de fluxo. Entretanto, os autores ainda não descreveram as
modificações que serão necessárias no citômetro de fluxo, para viabilizar a sexagem utilizando
esse parâmetro. Além disso, não há garantia de que este novo sistema mantenha a viabilidade
espermática durante o processo, já que outros fatores ainda não quantificados podem prejudicar
essa viabilidade, tais como: a) a velocidade em que o fluxo de espermatozóides passa pelo
citômetro; b) a temperatura na qual os espermatozóides são mantidos durante o processo; c) o
tempo gasto durante o processo para separação dos espermatozóides.
Apesar da necessidade de uso de doses de sêmen com baixíssima quantidade de
espermatozóides (compatível com a produção do citômetro) e da baixa viabilidade espermática
pós sexagem, a citometria de fluxo tem sido o método mais estudado por vários grupos nos
últimos vinte anos devido, principalmente, a acuidade de sexagem que pode atingir até 95 %
(GARNER, 2000). Entretanto, a revisão da literatura denota que os resultados de fertilidade a
campo utilizando os espermatozóides sexados por este método demonstram índices favoráveis
em condições experimentais e estritamente controladas. Espermatozóides descongelados (1 a 3
milhões/dose) quando depositados no corpo do útero de novilhas produziram um índice de prenhez
médio de 48,5 % e 50,5 % quando depositados nos cornos uterinos (SEIDEL et al., 1999). Neste
trabalho foram obtidas 108 prenhezes utilizando espermatozóides congelados portadores do
cromossomo X em IA no corpo ou cornos uterinos, das quais 88 (81,5 %) eram de fetos do sexo
feminino, conforme diagnóstico por ultra-sonografia (SEIDEL & JOHNSON, 1999).
Nos Estados Unidos, resultados de um teste de campo compararam as taxas de prenhez,
conseguidas com espermatozóides sexados por citometria de fluxo, em rebanhos com baixa,
media e alta eficiência reprodutiva. A taxa média de prenhez utilizando doses de sêmen
convencional foi de 58%, enquanto que utilizando sêmen com espermatozóides sexados nesses
rebanhos as taxas de gestação foram 21, 37, e 35%, respectivamente. Considerando esses
resultados, torna-se evidente que os espermatozóides sexados por citometria de fluxo
comprometem a taxa de gestação, pelo menos atualmente, e estratégias para a aplicação comercial
s218
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
in vivo desse sêmen deveriam ter como foco caminhos para se obter um benefício efetivo, incluindo
idade a primeira parição, frente ao custo de utilização (WEIGEL, 2004).
A citometria de fluxo é considerada por alguns autores a técnica mais promissora, devido
à acuidade de separação estar em torno de 90 %. Entretanto, ela tem se demonstrado altamente
dispendiosa, e a capacidade de fecundação dos espermatozóides é significativamente reduzida
(CRAN et al., 1995).
Para exemplificar, há dados da literatura (JOHNSON e WELCH, 1999) que demonstram
que, por citometria de fluxo, é necessária uma hora para se produzir 18 milhões de espermatozóides
sexados com pureza de 75% e com viabilidade comprometida após descongelação na maioria
das vezes. Utilizando a centrifugação em gradiente de densidade conseguiu-se produzir no mesmo
período de tempo pelo menos 450 milhões de espermatozóides sexados com pureza de até 81%
e mantendo-se a viabilidade espermática em índices comparáveis ao sêmen não sexado (FAPESP/
UNESP/USP BR PI 0300604-2, 17 Jun. 2003).
Os procedimentos envolvendo, sedimentação ou centrifugação de espermatozóides baseiam-
se na diferença de densidade existente entre os portadores do cromossomo X ou Y. SUMNER &
ROBINSON (1976) analisaram por microinterferometria a cabeça dos espermatozóides e
verificaram que os portadores do cromossomo X contêm mais DNA e proteína nuclear que os
espermatozóides Y e que esta diferença é proporcional à diferença de massa entre os dois tipos
de células. A análise de espermatozóides X ou Y de várias espécies por mensuração das cromátides
(MORUZZI, 1979) ou por citometria de fluxo (GARNER et al., 1983) revelaram que a diferença
no conteúdo de DNA varia de 2,8 % na espécie humana a 12,5 % no Microtus oregoni (PINKEL
et al., 1982a; JOHNSON & CLARKE, 1990). Nos animais domésticos, as diferenças de DNA
entre os espermatozóides X ou Y variam de 3,5 % a 4,2 %, sendo que nos bovinos ela é de cerca
de 4,0 % (GARNER et al., 1983; JOHNSON et al.,1987a; JOHNSON,1992, 1994). Nesta espécie,
observou-se uma diferença média significativa do conteúdo de DNA dos espermatozóides X ou
Y entre as raças, mas não entre os indivíduos da mesma raça. Entre os espermatozóides X ou Y
de touros Jersey observou-se a maior diferença (4,24 %) quando comparada com as raças Angus
(4,05 %), Hereford (4,03 %), Holstein (3,98 %) e Brahman (3,73 %) que apresenta a menor
diferença. A grande quantidade de água e de lipídeos contida na cabeça dos espermatozóides, já
que o DNA corresponde a apenas 18% da massa fazem com que a diferença do conteúdo de
DNA produza uma pequena diferença no peso e, conseqüentemente, na densidade. Em 1982,
Meistrich (citado por WINDSOR et al., 1993) estimou que a diferença no conteúdo de DNA dos
espermatozóides X ou Y de bovinos resulta em uma diferença de densidade de 7X10-4 g/cm3 , ou
0,06 % da densidade em relação a um espermatozóide X. O autor salientou que esta diferença faz
com que a separação dos dois tipos de espermatozóides seja possível desde que se utilizem
gradientes com alta resolução de densidade.
Em bovinos, BLOTTNER et al. (1993) utilizaram centrifugação em gradiente de Percoll
para a separação dos espermatozóides bovinos portadores do cromossomo X ou Y. O gradiente
consistiu de 10 camadas de 0,6 ml de soluções de Percoll com concentrações variando entre 22%
e 48%. Este método propiciou um enriquecimento de mais de 75 % de espermatozóides X ou Y
nas frações inferior e superior, respectivamente, como verificado por hibridização in situ. Após
as duas centrifugações, os espermatozóides de ambas frações não demonstraram nenhuma
diferença significativa quanto à morfologia. A indução da reação acrossômica demonstrou
capacitação normal. Os espermatozóides de ambas frações foram utilizados para produção in
vitro de embriões que foram sexados por PCR, o que demonstrou que a utilização de
espermatozóides da fração superior e inferior resultaram em 75 % e 92 % de embriões do sexo
masculino e feminino, respectivamente.
Recentemente, HOSSEPIAN DE LIMA et al. descreveram em patente (FAPESP/UNESP/
s219
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
USP BR PI 0300604-2, 17 Jun. 2003) gradientes compostos de soluções isotônicas feitas a partir
de substâncias compostas de partículas coloidais ou gradientes feitos com soluções isotônicas a
partir de componentes iodinatados que permitem em uma única centrifugação, separar as
impurezas (partículas leves, espermatozóides imaturos, células, bactérias, etc) dos espermatozóides
viáveis e, dentre estes, separar os espermatozóides X dos Y. A diminuição do número de
centrifugações permite, sem alterar a acuidade de separação dos espermatozóides X e Y, diminuir
as injúrias causadas nos espermatozóides pelas sucessivas centrifugações e manipulações e assim
preservar a resistência dos mesmos ao processo de congelação.
A introdução de componentes iodinatados (desenvolvidos para uso como contraste em
procedimentos utilizando raios-X) como meio para gradientes de densidade ofereceu novas
oportunidades para melhorar os métodos de separação de material biológico, especialmente células
e organelas subcelulares.
O iodixanol é um componente iodinatado não iônico desenvolvido para estudos envolvendo
raios-X (NOSSEN et al., 1990; BOLSTAD et al., 1991) e caracteriza-se por ser uma forma
dimérica do Nycodenz e ter o dobro do seu peso molecular. Na separação de organelas subcelulares,
o iodixanol apresenta vantagens sobre o Percoll e o Nycodenz, já que é denso o suficiente para
produzir gradientes com densidades superiores a 1,32 g/ml e com osmolaridade inferior a 300
mOsm (GRAHAM et al., 1994).
A venda de sêmen previamente sexado é um evento tão esperado no mercado que vem
sendo anunciado há alguns anos pelas indústrias do setor, conforme se pode constatar em artigo
da revista DBO RURAL, de fevereiro de 2000, no qual a GENUS-GENSEL previa o início da
comercialização de sêmen sexado dentro de dois anos pela ABS. A técnica anunciada pela GENUS
baseia-se em métodos imunológicos (patente US 5,840,504) e prevê que o sêmen sexado por
este método custará mais que o dobro do sêmen convencional e acredita que devido ao custo a
demanda do mercado (nacional e internacional) será dividida entre os dois tipos, sexado e não-
sexado. Em outubro de 2001 a GENUS-GENSEL encerrou suas atividades anunciando que a
tecnologia desenvolvida por eles, apesar de competitiva, é capaz de processar pequenas
quantidades de sêmen, permanecendo ainda no estágio de pesquisa. Outra previsão de venda de
sêmen sexado foi feita pela XY Inc.(ARBL Building, CSU Foothills Campus, Fort Collins, CO
80523 USA) em parceria com GEORGE SEIDEL (patente US 6,149,867) e está publicada no
“Proceedings, The range beef cow Symposium XVI”, Dezembro de 1999, intitulado: “Imminent
commercialization of sexed bovine sperm”. Neste artigo, os autores previam a comercialização
em larga escala de sêmen sexado por citometria de fluxo em dois anos. A XY Inc. licenciou a
técnica para empresa COGENT que lançou comercialmente em Julho de 2000 o sêmen sexado
na Inglaterra. Entretanto, apesar de contar com 10 aparelhos de citometria de fluxo MoFlo tem
capacidade de produzir um pequeno número de doses (apenas atendendo o mercado local).
Nenhuma dessas previsões foi concretizada já que a comercialização está restrita ao mercado
local, com um pequeno número de doses produzidas por ano, muito aquém da demanda mundial.
Além disso, as empresas afirmam que essas doses terão um baixo número de espermatozóides
(nos testes foram utilizados 1-3x106 espermatozóides por dose) o que poderá inviabilizar a
utilização deste método para produção de doses de sêmen destinadas a IA convencional.
Provavelmente, a comercialização do sêmen sexado nesta concentração encontrará barreiras na
legislação brasileira e de outros países que têm como número mínimo para comercialização 10
X 106 espermatozóides vivos viáveis por dose (TELFORD et al., 2003).
Estimativas da literatura científica demonstram que os métodos de sexagem de
espermatozóides poderiam ter as seguintes vantagens para aumentar o progresso genético e
produção animal:
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Agradecimentos: FAPESP, São Paulo, Brasil pelo suporte financeiro para o depósito da Patente
BR PI 0300604-2, 17 Jun. 2003.
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Daniel F Salamone
Resumen
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Introducción
mas prolongados que las adultas, lo que permite introducir e incluso eliminar genes y además
obtener un mayor número de clones a término y una mayor supervivencia después del nacimiento
que las obtenidas a partir de células adultas (Heyman et al. 2002).
Los telómeros (la parte extrema de los cromosomas) de la primera oveja clonada (Dolly)
eran mas cortos y no correspondían su edad real, sino con la edad de la célula donante (Ashworth
et al., 1998). En otras palabras, sus telómeros eran los de una oveja varios años más vieja que la
que correspondía a la edad de Dolly. Los telómeros se van acortando cada vez que las células se
dividen llegando hasta un determinado tamaño, a partir del cual las células no se dividen más.
Normalmente este mecanismo protege al organismo de que se multipliquen en exceso células
potencialmente peligrosas. Sin embargo investigadores de la compañía ACT con base en
Massachusetts han demostrado exactamente lo contrario (Lanza et al., 2000), y por clonación
podrían elongarse los telómeros y en términos celulares rejuvenecer las células.
Algunos de los grandes problemas de la clonación, inicialmente descriptos en los trabajos
de neozelandeses y japoneses (Wells et al., 1999; Kato et al., 1999), siguen siendo actuales,
como son las numerosas perdidas durante la preñez y la alta mortandad perinatal, obligando ésta
ultima a realizar cuidados intensivos en los recién nacidos. La causa aparente de este problema,
al menos en parte, se debe a anomalías placentarias. Una de las hipótesis es que la expresión de
los genes de los animales clonados es incorrecta y que la célula donante fue reprogramada
ineficientemente por el ovocito enucleado.
A continuación describimos algunos experimentos que si bien los realizamos en bovinos,
nos describen algunas de las variables a considerar para la producción de animales clonados y
transgénicos en otras especies. A continuacion se describen una serie de experimentos desarrolladas
un equipo de trabajo integrada por personas convocadas y financidas por la empresa Biosidus en
las referencias se citan partes de los los integrantes de dicho grupo de trabajos.
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Tabla 2. Experimento 2: Clonación utilizando como células donantes fibroblasto (F.) fetales
transgénicas y recipientes tratados con roscovina.
Tratamiento n Clivaje Blastocisto Implantes Preñez Nacidos
(%) (%)
F. no transfectado 197 122(62) 33(16.7) 16 5(31) 1
F. transfectado 646 476(74) 128(19.8) 56 25(44.6) 7
F. transfectado roscovitina 228 191(84) 51(22.3) 30 16(53.3) 6
Utilizando células donantes adultas se observo que un solo feto prospero hasta la fecha de
parto a pesar de haber producido numerosas preñeces (ver Tabla 1). Esto coincide con otros
autores (Wells et al., 1999; Kato et al., 1999). Estos autores describen alta mortandad perinatal
de los terneros producidos por clonado, en nuestra experiencia el único animal producido muere
en el parto demostrando la necesidad de incrementar los cuidados intensivos del recién nacidos.
A diferencia de otros autores la transgénesis no indujo una reducción en la capacidad de
desarrollo de los embriones clonados (Forsberg et al., 2002). En tanto que el tratamiento con
roscovitina no solo no redujo la viabilidad sino que permitió observar un tendencia positivo en el
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Agradecimientos
A la empresa Biosidus por la financiación total del proyecto, facilidades y a los profecionales
que participaron en los experimentos mencionados.
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1
Departamento de Ciências Básicas, Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos
(FZEA) Universidade de São Paulo (USP), Rua Duque de Caxias Norte 225, Pirassununga SP,
Brasil, Cep 13635-900 - Fone: (19) 35654112, meirellf@usp.br; 2Faculdade de Medicina
Veterinária e Zootecnia (FMVZ) Universidade de São Paulo (USP) Pirassununga, SP Brasil;
3
Vitrogem, Pesquisa e Desenvolvimento, Cravinhos SP, Brasil
Resumo:
Introdução
Ultimamente tem-se discutido muito sobre a evolução da transferência de núcleo nas últimas
décadas. A maioria destas discussões teve início com o nascimento da Dolly o primeiro mamífero
derivado de transferência de núcleo de célula somática (TNCS; Wilmut, 1997) e outros animais
à posteriori foram produzidos por diversos outros laboratórios (Latham, 2004). A possibilidade
de produzir indivíduos idênticos foi tão interessante a ponto de trazer muitos pesquisadores e
técnicos para a bancada dos laboratórios. Apesar dos interessas na ciência básica, onde a clonagem
levou a conhecimentos importantes como regulação do ciclo celular e mecanismos epigenéticos
de controle da expressão gênica, a técnica também semeou interesse tecnológico no campo da
produção animal. Este esforço levou a uma melhoria na técnica e ao início da aplicação comercial.
Na agricultura, clones são freqüentemente observados, e não raramente nos deparamos em
rodovias atravessando florestas imensas de clones (eucaliptus, por exemplo). Então porque não
usar a clonagem na produção animal?
De fato, desde o final da década de 90 muitos laboratórios vem aplicando a TNCS para
produzir clones de diferentes espécies, e mais uma vez a aplicação da técnica –desta vez
comercialmente – tem favorecido o avanço da ciência. Células diferentes são capazes de sofrer
reprogramação quando exposta ao citoplasma do oócito produzindo animais com variável taxa
de gestação e viabilidade (Cibelli et al., 1998a; Kato et al., 1998, 2000; Baguisi et al., 1999; Hill
et al., 2000; Kubota et al., 2000; Ogura et al., 2000; Polejaeva et al., 2000; Kasinathan et al.,
2001; Park et al., 2002; Keefer et al., 2002; Galli et al., 2003; Woods et al., 2003). As gestações
destes animais são freqüentemente problemáticas e o parto e os cuidados iniciais também não
raramente frustrantes (Bertolini e Anderson 2002; Wakayama et al., 2000; Ogura et al., 2002).
s235
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Dada a importância que teve a TN para a ciência, a evolução nos anos recentes e o potencial
da técnica, nos discutiremos aqui as perspectivas da técnica em uma escala atual e em larga
escala (CLE) possivelmente viável no futuro.
Clonagem de indivíduos com alto mérito genético, alto valor afetivo ou comercial.
A TNCS pode vir a contribuir muito com a produção animal se a CLE se tornar possível.
Clones produzidos diretamente para produção poderiam mudar o paradigma da produção
animal, especialmente nas criações de baixo número de descendentes e intervalo de geração
longo com o caso dos bovinos, por exemplo. A transferência de núcleo em larga escala permitiria
nestas espécies o desenvolvimento de linhagens, que a semelhança com aves e suínos poderiam
s236
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
trazer homogeneidade genética para o rebanho multiplicando o melhor animal para um dado
manejo. Como mencionado anteriormente a clonagem permite a multiplicação de indivíduos
híbridos o que levaria não só a um ganho genético aditivo, mas também a utilização da genética
não aditiva (a clonagem permite a utilização de efeitos de dominância e epistasia, intra e
interespecífica).
A figura 1 mostra um estudo teórico produzido por simulação Monte Carlo de um rebanho
Nelore com seleção genética apurada em comparação com um rebanho de clones. Animais que
se reproduziram mediante concepção foram produzidos mediante utilização do melhor animal
disponível no programa para peso aos 550 dias. Os pesos dos animais clonados foram simulados
aplicando o mérito genético do touro (portanto os animais clones e controles são meio irmãos) e
a curva de crescimento desenvolvida previamente (Meirelles et al., 2004). Animais clonados
mostraram vantagem de aproximadamente 50 Kg em média por animal, com uma distribuição
mais homogênea (ausência de variação genética). Esta diferença poderia justificar um investimento
de 3,4 US$/ animal no processo de clonagem. Obviamente este é um estudo preliminar, que leva
em consideração somente os efeitos aditivos (efeitos não aditivos e outras vantagens dos clones
como homogeneidade de sexo, resistência à doença e tolerância ao meio ambiente não foram
avaliados). Sendo assim, a CLE tem potencial para melhorar a produção animal, no entanto,
tendo em vista que os custo é sempre muito próximo da receita na agropecuária, o custo-benefício
de uma tecnologia desta deve ser avaliado antes da aplicação.
s237
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
2500
1500
1000
500
0
200 250 300 350 400 450 500 550
Peso (Kg)
Figura 1. Simulação monte Carlo de pesos de bovinos da raça nelore aos 550 dias. Barras
brancas representam a distribuição individual do peso de uma população derivada de
IA filhos de um touro com DEP para ganho de peso aos 405 dias. As barras hachuradas
em cinza representam a distribuição de peso nos clones. Notar a superioridade de
aproximadamente 50Kg na média da população clonada em relação aos animais de
IA. A seta abaixo do gráfico mostra a variabilidade do rebanho. Observar a distribuição
mais homogênea dos clones com um descio equivalene à 82% da população de IA
devido à alta herdabilidade da característica e a ausência de variação genética na
população (van Vleck, 1998).
Embora a TN produza indivíduos normais com uma certa freqüência, por vezes ela leva a
problemas. Parte destas alterações são observadas imediatamente, mas alguns estudos têm
demonstrado anormalidades que se manifestam somente na idade adulta e que, portanto estudos
longitudinais de clones são necessários. Padrões aberrantes de metilação no DNA e expressão de
genes marcados (imprinted) são descritos nos embriões e animais clonados de diferentes espécies
(Humpherys et al., 2001; Cezar et al., 2003; Han et al., 2003; Mann et al., 2003). Um exemplo de
modificações observada em adultos é a composição corporal dos camundongos clonados, que
mostra um aumento no peso, associado ao aumento do tecido adiposo, hiperinsulinemia e
hiperleptinemia (Tamashiro et al., 2002)
s238
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
2000
1500
Número de animais
1000
500
0
20 40 60 80
peso ao nascer (kg)
Figura 2. Simulação Monte Carlo do peso de bezerros ao nascer. As barras brancas representam
a distribuição do peso inividual de animais de uma população produzida por IA de um
touro com DEP média para peso ao nascer. As barras hachuradas em cinza representam
a distribuição do peso dos clones conforme observado na nossa experiência (Meirelles
et al., dados não publicados). As setas abaixo do gráfico indica a variabilidade da
característica. Notar uma variação 3 vezes maior nos bezerros clonados comparados
aos bezerros de IA.
s239
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
falha epigenética eventual nos clones e que os gametas dos clones são geneticamente e
epigeneticamente semelhantes aos indivíduos originais (Tamashiro et al., 2002).
Conclusões e perspectivas
Agradecimentos
À FAPESP pelo auxílio financeiro e Capes e CNPq pelo auxílio recebido para manutenção
dos bolsistas.
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1
Halitus Biotecnología, Halitus Instituto Medico, Buenos Aires, Argentina; 2Area de
Teriogenologia, Facultad de Ciencias Veterinarias, Universidad de Buenos Aires, Argentina
and 3Laboratorio de Reproducción Equina, Facultad de Agronomía y Veterinaria, Universidad
Nacional de Río Cuarto, Córdoba, Argentina. llosinno@ayv.unrc.edu.ar
RESUMO
INTRODUÇÃO
A fertilização in vitro (FIV) não tem se mostrado uma técnica eficiente para a produção in
vitro (PIV) de embriões eqüinos.Somente dois potros nasceram a partir da FIV e os oócitos
utilizados nestes experimentos foram maturados in vivo (1,2). A partir do momento no qual se
introduziu a técnica de ICSI para a PIV de embriões eqüinos, vários potros tem nascido. Em
cavalos, a técnica de ICSI é capaz de transpassar determinados problemas encontrados na FIV
como capacitação espermática e falhas na fusão espermática.
Pelo menos duas revisões bastante extensas forma recentemente publicadas realizadas por
especialistas em ICSI em eqüinos.(3,4). Nosso foco nesta publicação estará voltado a alguns
aspectos técnicos do procedimento e também em resultados recentes obtidos em nossos
laboratórios.
A TÉCNICA DE ICSI
Esta técnica foi primeiramente descrita em 1992 (5) e desde então milhares de crianças
saudáveis nasceram em todo o mundo. A técnica envolve a injeção de um espermatozóide no
interior de um ovócito em metafase ll (Mll) por meio de sistemas de micromanipulação. Em
eqüinos a técnica foi primeiramente utilizada em 1996 (6) e desde então a ICSI tem sido utilizada
para a PIV de embriões por diferentes grupos de pesquisadores que trabalham com eqüinos para
fins de pesquisa bem como comerciais.
A FONTE DE OVÓCITOS
s245
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Os ovócito utilizados para ICSI podem ser obtidos por aspiração folicular de éguas vivas
ou por aspiração de ovócitos provenientes de matadouro. Os ovócitos podem também ser obtidos
por fatiamento ou dessecação dos ovários. A disponibilidade de éguas para fins de pesquisa não
é tão comum como para pesquisa em bovinos e suínos, e isto tem sido um dos grandes obstáculos
para o progresso da produção in vitro de embriões eqüinos. Uma vez que os ovócitos são
recuperados dos folículos, eles são maturados in vitro por 24 a 30 hs ou submetidos a ICSI no
mesmo dia se eles forem obtidos de doadoras vivas estimuladas por gonadotrofinas.
AMOSTRA DE SÊMEN
Duas a quatro horas antes da maturação in vitro haver se completado, os ovócitos são
denudados das células do cumulus através de uma rápida incubação com hialuronidase ou desta
associada com tripsina.Somente ovócitos com citoplasma intacto e corpúsculo polar visível são
selecionados e mantidos incubados até o momento da injeção. Os espermatozóides são lavados
para eliminação do diluente e crioprotetores sendo então colocados em uma micro gota de meio
contendo polivinilpirrolidona (PVP) a qual esta na placa de micromamipulação.
INJEÇÃO
Se possível somente um espermatozóide móvel deve ser selecionado para ICSI. Antes da
injeção, a célula espermática é imobilizada pela ruptura da membrana plasmática com a pipeta
de injeção. A ruptura da membrana plasmática e a penetração da zona pelúcida podem ser
realizadas com a ajuda do Piezzo drill. Este acessório produz pulsos mecanicos que atravessam
longitudinalmente a pipeta de injeção vibrando a extremidade desta. A utilização do Piezzo Drill
demonstrou melhorar os resultados de ativação e clivagem (8,11). A ativação dos ovócitos injetados
pode ser induzida por diferentes métodos. Ionomicina, 6-DMAP e cycloheximidinatem sido
utilizados em diferentes combinações e diferentes tempos de exposição.
s246
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
CULTURA DO EMBRIÃO
Os ovócitos injetados são cultivados in vitro. Diferentes meios tem sido utilizados para
este fim, entre estes estão: Menezo B2 (12), fluido de oviduto sintético (SOF) (11), G1.2 (13),
fluido tubárico sintético humano (Q-HTF) (14), DMEM/F12 (10,12;15). Apesar de terem sido
reportados vários sistemas de cultura, não existe ainda disponível um meio definido para embriões
equinos.Os melhores índices de clivagem e desenvolvimento embrionário tem sido obtidos através
da ICSI com o uso do Piezzo Drill.(8,11).Esta tecnologia não está disponível para todos os
grupos de pesquisa e consequentemente os resultados obtidos com ICSI convencional em cavalos
são baixos (9,10,12,14).
RESULTADOS
APLICAÇÕES CLÍNICAS
Atualmente a ICSI tem uma aplicação clínica limitda em cavalos. Alguns fatores críticos
como sistemas de cultura de embriões necessitam ser adequados para que se transfira por via não
cirúrgica mórulas ou blastocistos, visando a otimização do processo (21).
O procedimento atual onde se transfere ovócitos injetados ou embriões jovens aumento
significativamente nos últimos anos mas a aplicação mais importante aplicação clínica da técnica
está relacionada a casos de garanhões subférteis,êmen congelado com baixa motilidade pós
descongelamento, espermatozóides de epidídimo de garanhões que faleceram, em resumo o fator
macho. Recentes publicações reportando produção de embriões depois de ICSI com
espermatozóide recongelado ou espermatozóides de epidídimo são aplicações adicionais (8-10).
Uma das aplicações em éguas poderia ser em éguas velhas com limitado número de ovócitos
ou com falhas na ovulação.
Raramente proprietários de éguas valiosas solicitam que Veterinários utilizem sêmen de
baixa qualidade de garanhões valiosos.
A transferência de ovócitos, é uma ferramenta clínica mais efetiva de se obter gestações do
que a ICSI, mas em éguas idosas os resultados são significativamente mais baixos.
CONCLUSÕES
s247
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
quando eles são injetados nos ovócitos (20). Apesar da ICSI em eqüinos Ter se mostrado mais
eficiente que a FIV convencional, os resultados demonstram que a técnica necessita ser aprimorada.
Existem ainda algumas questões á serem respondidas a respeito da produção in vitro de embriões
eqüinos, tendo sido lentos os progressos nesta área devido a dificuldade de obter ovócitos de
éguas. Inicialmente os grupos de pesquisa que trabalharam com ICSI convencional eram incapazes
de obter ativação dos ovócitos e desenvolvimento de embriões in vitro. O uso do Piezo Drill tem
ajudado a melhorar estes resultados e esperamos que resultados á serem obtidos em estudos
futuro próximos irão melhorar a eficiência da técnica de produção in vitro de embriões eqüinos.
REFERENCES
s249
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
s250
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
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1
Departmento de Producción Animal y Pasturas, Facultad de Agronomía, Garzón780;
2
Laboratorio de Fisiología de la Reproducción, Facultad de Veterinaria, Lasplaces 1550;
Montevideo; Uruguay; rubianes@adinet.com.uy
Resumo
Os recentes avanços na fisiologia ovariana ovina (e.g. existência de ondas foliculares, sensibilidade
precoce do corpo lúteo a prostaglandina F2α) permitiram o desenvolvimento de novos tratamentos
que visam melhorar a predição e sincronização da ovulação, e a resposta ovariana a
superestimulação hormonal. Esta revisão tem por objetivo resumir as novas informações e
conceitos sobre a dinâmica folicular e sensibilidade do corpo lúteo, e suas aplicações na
manipulação da resposta ovariana de pequenos ruminantes.
Palavras-chave: Folículo, ovino, progesterona, sincronização, superovulação.
negativa com o estradiol produzido pelo maior folículo da onda (Viñoles et al, 2002) (Figura 1).
No entanto, durante a fase intermediaria do ciclo estral, a emergência de algumas ondas não é
precedida por um aumento detectável nas concentrações de FSH (Viñoles et al, 2002), e algumas
flutuações na concentração de FSH não são seguidas pelo surgimento de uma onda folicular.
(Gibbons et al, 1999).
8 14
P ro g e s te ro n e(pmol/L)
D ia m et e r o f fo llic le (m
Diameter of follicle (mm)
(p m o
7 12
10
6
Progesterone
8
5
6
4
4
3 2
2 0
ac 12
E s tr a d io (pmol/L)
l (p m o l
10
a 8
Estradiol
6
4
ab
b b 2
d
3
ad
ac
F S H μ(µg/L)
ac
(g /L )
2 c
FSH
1
1 3 5 7 9 11 13 15 17
D a ys a fter o vu la tio n
Figura 1. Padrão de três ondas de crescimento folicular durante o ciclo inter-ovulatório (folículo
dominante durante a onda 1 , maior folículo durante a onda 2 e folículo ovulatório
), progesterona (linha preta) e, concentrações de FSH (%) e de estradiol ( ), em
ovelhas, apresentando bom estado de condição corporal (adaptado de Viñoles et al.,
2002).
Os efeitos da progesterona sobre a dinâmica folicular em ovinos tem sido estudados (Johnson
et al, 1996; Rubianes et al, 1996; Leyva et al, 1998, Viñoles et al, 1999), focando-se principalmente
os efeitos de concentrações subluteais de progesterona sobre a saúde folicular. Estudos demonstram
que concentrações subluteais de progesterona promovem um excessivo crescimento folicular e
persistência do maior folículo (Viñoles et al, 1999), aumentando a idade do folículo ovulatório
(Johnson et al, 1996). Tratamentos com progestágenos por 12 dias induzem a ovulação de
s252
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
“folículos velhos” nesta espécie (Flynn et al, 2000; Viñoles et al, 2001). Em bovinos, a ovulação
de folículos velhos é seguida por baixa fertilidade (Savio et al, 1993, Stock & Fortune, 1993;
Mihm et al, 1994; Austin et al, 1999), aparentemente porque os ovócitos reassumem
prematuramente a meiose (Revah & Butler, 1996). Embora efeito deletério similar de tratamentos
prolongados sobre a taxa de concepção com progestágenos (Viñoles et al, 2001) ou o uso de
dispositivos com baixa concentração de progesterona (Ungerfeld & Rubianes,1999) tenham sido
reportados em ovinos, este assunto permanece em debate (Evans, 2003).
A progesterona tem um feedback negativo sobre a secreção e os pulsos de LH (Goodman
& Karsh, 1980), regulando o crescimento final dos folículos antrais (McNeilly et al, 1991). A
redução na concentração plasmática de progesterona aumenta os pulsos de LH e,
consequentemente o diâmetro do maior folículo (dominante). Normalmente, quando as
concentrações de progesterona são muito baixas (i.e. após a luteólise), um feedback positivo é
estabelecido entre o estradiol, produzido pelo folículo dominante em crescimento, e o GnRH e
LH, produzidos a partir do eixo hipotalâmico-hipofisário. Isto culmina em um pico pré-ovulatório
de LH e na ovulação do folículo. As concentrações subluteais de progesterona aumentam a
freqüência dos pulsos de LH, mas não ocasionam a ocorrência do pico de LH. Em conseqüência,
o folículo dominante persiste e sua dominância é prolongada.
O aumento na concentração de progesterona, no entanto, causa um efeito positivo no
“turnover” folicular, aumentando o número de grandes folículos com potencial ovulatório. Níveis
supraluteais de progesterona afetam a dominância do maior folículo da onda, induzindo sua
regressão precoce e aceleram a emergência da próxima onda folicular, e um folículo novo e
saudável pode ovular.
Em geral, estes achados indicam que tratamentos com elevados níveis de progesterona por
períodos curtos podem controlar melhor a dinâmica folicular e aumentar a taxa de concepção em
programas de acasalamento em ovinos, quando comparado aos tratamentos longos períodos.
α na IATF: Synchrovine
4. Uso da Prostaglandina F2α
folículo em crescimento durante a fase luteal inicial é apresentada na figura 2. Essas observações
nos levaram e propor um novo protocolo de indução e sincronização da ovulação (SynchovineTM),
que vem sendo atualmente avaliado em ovinos.
8
Ovulação
7 60 horas
PGF2α Onda 1 (1/8)
6
Dia 1
5
2
8
diâmetro (mm) do maior folículo
PGF2α Ovulação
7 Dia 3 60 horas
6
Figura 2. Perfil de crescimento do maior
Onda folículo ovariano de ovelhas tratadas com um análogo
1 (8/8)
5 da PGF2α, no dia 1 (a, n = 8), dia 3 (b, n = 8) ou dia 5 (c; n = 8), após a ovulação. A
luteólise foi induzida em todas as ovelhas tratadas nos dias 3 e 5. Todas as ovelhas
4 tratadas no dia 3 e, seis tratadas no dia 5, tiveram folículos ovulatórios originados na
primeira onda folicular. As outras duas ovelhas tratadas no dia 5 tiveram folículos
3
ovulatórios originados na segunda onda folicular. A luteólise seguida de ovulação do
PGF2α Ovulação
2 maior
Dia 5 folículo foi observada em somente uma das ovelhas tratadas no dia 1, após a
60 horas Onda 1 (5/8)
8
ovulação (adaptado de Rubianes et al., 2003).
7 Ovulação
84 horas
6
Onda 1 (1/8) s255
5 Onda 2 (2/8)
4
3
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
folículos subordinados não podem sobreviver em um meio com reduzida concentração de FSH,
sendo destinados a atresia (Ginther et al, 2001). Por outro lado, o folículo dominante desenvolve
mecanismos intra-foliculares que ampliam o suporte desta gonadotrofina, podendo sobreviver
nesse meio (Fortune et al, 2001). Para obter um contínuo crescimento e sobrevivência de um
“pool” de pequenos e médios folículos, é necessário manter a concentração sangüínea de FSH
alta. Entretanto, a presença de um grande folículo no momento da superestimulação poderá
afetar a resposta ovariana.
Descobertas semelhantes foram observadas em ovelhas (Rubianes et al, 1997). Um
tratamento superestimulatório com FSH, dividido em seis aplicações iguais a cada 12 horas, foi
realizado em ovelhas, tendo início no momento da emergência da primeira onda de crescimento
folicular (imediatamente após a ovulação) ou três dias mais tarde (i.e. na ausência ou presença
do maior folículo, respectivamente). Todos os animais foram avaliados, por meio da ultra-
sonografia transretal duas vezes ao dia, quanto ao número total de folículos iguais ou maiores do
que 3 mm. O recrutamento folicular promovido pelo FSH foi afetado pela presença do maior
folículo em fase de crescimento no momento em que se iniciou o tratamento (i.e. ovelhas tratadas
no dia 3). Nas ovelhas tratadas no dia 0, o FSH promoveu um aumento da população de grandes
folículos nas 48, 72, e 96 horas posteriores. Em contraste, a presença de um folículo grande no
início do tratamento (ovelhas tratadas no dia 3) reduziu o número de folículos recrutados, sendo
este fato atribuído ao efeito inibitório da presença de um folículo grande (dominante).
Diferentes protocolos comerciais desenvolvidos para sincronizar a emergência da onda
folicular, antes do início da superestimulação ovariana, têm mostrado bons resultados em
programas de superovulação em bovinos (Bo et al, 1995). Apesar da presença do folículo
dominante também exercer efeito deletério sobre a resposta ovariana de ovinos (Rubianes et al,
1997) e de caprinos (Menchaca et al, 2002), os protocolos de superovulação, tradicionalmente
utilizados para pequenos ruminantes, não consideram as informações atuais sobre a dinâmica
folicular ovariana.
O chamado “Protocolo do dia 0” foi desenvolvido a partir do conhecimento atualmente
disponível sobre dinâmica folicular de ovelhas, considerando uma técnica mais eficiente e natural
para a sincronização da onda folicular. No dia 0 do intervalo inter-ovulatório (dia da ovulação),
todas as ovelhas tem um “pool” homogêneo de pequenos folículos em crescimento, e nenhuma
delas possui um folículo dominante. Folículos ovarianos responsivos ao tratamento, quando se
encontram em um status de maturação similar ao início da superestimulação, desencadeiam um
processo adequado de ovulações múltiplas. Por outro lado, se o pool de folículos apresenta uma
grande heterogeneidade, a resposta é caracterizada por um processo assincrônico no crescimento
e luteinização folicular, sendo considerada como uma resposta inadequada (i.e. função luteal
inadequada, cistos foliculares luteinizados) (Rubianes et al, 1997). O “Protocolo do Dia 0” esta
sendo usado comercialmente em programas de superovulação e transferência de embriões de
pequenos ruminantes. O tratamento com FSH é iniciado após a detecção ultra-sonográfica da
ovulação ou a partir do momento esperado para que ela ocorra (Dia 0), podendo ser 36 horas
após o início do estro ou 84 horas após a aplicação do Protocolo de curta duração (veja a Figura
3). A dose total de FSH é dividida em seis ou oito aplicações iguais, ou em forma de doses
decrescentes e são aplicadas, juntamente com as duas últimas doses, duas meias doses de PGF-
2á, administradas para assegurar a luteólise. O uso deste protocolo, inicialmente desenvolvido
para ovinos, tem sido utilizado com sucesso em caprinos. Dados do programa Chinês de
transferência de embriões, em ovinos da raça Merino, confirmam o sucesso deste protocolo,
quando comparado com os tratamentos tradicionais. Os resultados estão resumidos na Tabela 1.
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6. Comentários e conclusões
7. Agradecimentos
8. Referências
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Resumos Incritos:
Competição de Estudantes
s263
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Guardieiro, M.M.1; Welter, B.M.1; Jacomini, J.O.1; Oliveira, F.2; Goulart, L.R.3
1
FAMEV-UFU, 38400-902, Uberlândia-MG, Brasil, 2 ICBIM-UFU, 38400-902, Uberlândia-
MG, Brasil, 3LGM-UFU, 38400-902, Uberlândia-MG, Brasil.
moniqueguardieiro@yahoo.com.br
s264
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Matos, M.H.T.1; van den Hurk, R.2; Lima-Verde, I.B.3; Luque, M.C.A.4; Santos, K.D.B.1;
Martins, F.S.1; Báo, S.N.4; Lucci, C.M.5; Figueiredo, J.R.1
1
Faculdade de Medicina Veterinária, PPGCV, Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, CE,
Brasil, 2Departamento de Patobiologia, Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade de
Utrecht, P.O.Box 80157, NL-3508 TD, Yalelaan 1, Utrecht, Holanda, 3Faculdade de Medicina
Veterinária, PPGCV, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE, Brasil,
4
Laboratório de Microscopia Eletrônica, Departamento de Biologia Celular, Universidade de
Brasília, Brasília, DF, Brasil, 5Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade de Brasília,
Brasília, DF, Brasil. htmatos@yahoo.com
s265
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Matos, M.H.T.1; Lima-Verde, I.B.2; Luque, M.C.A.3; Maia Jr., J.E.1; Silva, J.R.V.1; Celestino,
J.J.H.1; Martins, F.S.1; Báo, S.N.3; Lucci, C.M.4; Figueiredo, J.R.1
1
Faculdade de Medicina Veterinária, PPGCV, Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, CE,
Brasil, 2Faculdade de Medicina Veterinária, PPGCV, Universidade Federal Rural de
Pernambuco, Recife, PE, Brasil, 3Laboratório de Microscopia Eletrônica, Departamento de
Biologia Celular, Universidade de Brasília, Brasília, DF, Brasil, 4Faculdade de Medicina
Veterinária, Universidade de Brasília, Brasília, DF, Brasil. htmatos@yahoo.com
s266
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Centro de Biotecnologia em Reprodução Animal – VRA/FMVZ/USP, 13635-900,
Pirassununga-SP, Brasil. 2Dep. Cirurgia – FMVZ – USP, 05508-900, Cidade Universitária,
São Paulo-SP, Brasil.*arrudarp@usp.br
Sabe-se que embriões eqüinos menores que 250 µm e nos estágios iniciais de desenvolvimento
sobrevivem melhor ao processo de criopreservação. Contudo, para recuperá-los com estas
características o lavado uterino deve ser realizado no 6º dia após a detecção da ovulação, momento
em que as taxas de recuperação são menores. Estas menores taxas são explicadas, principalmente,
pelo fato de que os embriões podem levar até 156 horas (6,5 dias) para sair do oviduto e entrar no
ambiente uterino (Battut et al., Eq. Vet. J., suppl. 25, p.60-62, 1998). Considerando-se que a
PGE2, secretada pelo embrião a partir do D5, parece ser a principal responsável pelo transporte
do embrião pelo oviduto e pela passagem deste para o útero (Weber et al., Biol. Reprod., v.45,
p.540-543, 1991), testamos a hipótese de que a aplicação exógena de PGE2 anteciparia a descida
de embriões para o útero de éguas superovuladas, possibilitando a recuperação de um maior
número de embriões com potencial de sobrevivência à criopreservação. Para isso, cinco éguas
de diferentes raças, de três a 10 anos, foram submetidas a tratamento com Extrato de Pituitária
Eqüina (EPE), recebendo uma dose de 6 mg, IM, uma vez ao dia, a partir do 5º ou 6º dia do
diestro. No momento em que elas apresentaram ao menos um folículo e” 35 mm, receberam
2500 UI de hCG, IV, (Vetecor ® - Calier-SP) e foram inseminadas com um bilhão de
espermatozóides móveis. A partir deste momento, o desenvolvimento folicular foi acompanhado,
a cada 12 horas, até a determinação do momento da(s) ovulação(ões) (D0). O tratamento durou
de quatro a sete dias e 40% das éguas (2/5) tiveram duplas ovulações. No 4º dia após a ovulação,
duas éguas (uma delas com duas ovulações no ovário direito e outra com uma ovulação, também
no ovário direito) foram submetidas à laparoscopia pela fossa paralombar para a deposição,
sobre o oviduto ipsilateral à ovulação, de 1 ml (0,4 mg) de PGE2 (Prostaglandin E2 – Cayman
Chemical, MI, USA) diluída em gel a base de pelemol e aerosil, conforme técnica descrita por
Robinson et al. (2000) (J. Reprod. Fert. Suppl. 56, p.587-592, 2000). As outras três éguas (uma
com duas ovulações no ovário direito e as outras duas, com apenas uma ovulação) receberam a
mesma quantidade de PGE2, no D4, mas, a deposição foi realizada sobre a junção útero-tubárica
(JUT) ipsilateral à ovulação, via transcervical, com auxílio de uma pipeta flexível para inseminação
na JUT (Minitub®-RS). Vinte e quatro horas após a deposição do gel (D5), para ambos os métodos,
foi realizada uma primeira tentativa de recuperação embrionária pelo método não-cirúrgico, sendo
que não foram recuperados embriões. Uma nova tentativa foi realizada entre o D6-6,5, sendo
que desta vez, foram recuperados dois embriões das cinco éguas (40%), sendo um obtido de uma
das éguas submetidas a laparoscopia e outro de uma égua submetida à técnica não-cirúrgica,
ambas com apenas uma ovulação. Os resultados obtidos demonstram que a PGE2, dentro das
condições apresentadas e utilizando as técnicas descritas, não foi eficiente em antecipar a descida
do embrião eqüino para o útero de éguas, sendo estas superovuladas ou não. As técnicas serão
testadas em um maior número de éguas para confirmar os resultados obtidos. Agradecimentos:
CAPES; TK Tecnologia em Congelação Ltda; Farmaco – Farmácia de Manipulação; Arte e
Fórmula – Farmácia de Manipulação.
s267
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Saraiva, N.Z.1; Perecin, F.1; Méo, S.C.2; Ferreira, C.R.1; Tetzner, T.A.D.1;
Vantini, R.1; Garcia, J.M.1
1
DMVPRA-FCAV-UNESP, Jaboticabal - SP, Brasil,2CPDGRA-IZ-APTA/SAA, Nova Odessa -
SP, Brasil. naiaravet@hotmail.com
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Saraiva, N.Z.1; Perecin, F.1; Méo, S.C.2; Ferreira, C.R.1; Tetzner, T.A.D.1;
Vantini, R.1; Garcia, J.M.1
1
DMVPRA-FCAV-UNESP, Jaboticabal - SP, Brasil,2CPDGRA-IZ-APTA/SAA, Nova Odessa -
SP. naiaravet@hotmail.com
s269
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Tetzner, T.A.D.1; Saraiva, N.Z.1; Perecin, F.1; Ferreira, C.R.1,2; Resende, M.V.1; Méo, S.C.1,3;
Vantini, R.1; Garcia, J.M.2
1
DMVPRA-FCAV-UNESP, Jaboticabal-SP, Brasil,2ZAB-FZEA - USP, Pirassununga-SP,
Brasil, 3CPDGRA-IZ-APTA/SAA, Nova Odessa-SP, Brasil. tatiane_tetzner@yahoo.com.br
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Tetzner, T.A.D.1; Resende, M.V.1; Lucio, A.C.1; Perini, A.P.1; Saraiva, N.Z.1; Perecin, F.1;
Ferreira, C.R.1,2; Méo, S.C. 1,3; Vantini, R.1; Garcia, J.M.1
1
DMVPRA-FCAV-UNESP, Jaboticabal-SP, Brasil, 2ZAB-FZEA-USP, Pirassununga-SP,
Brasil, 3CPDGRA-IZ-APTA/SAA, Nova Odessa-SP, Brasil. tatiane_tetzner@yahoo.com.br
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Bueno, L.M.1; Freire, A.F.2; Freire, S.E.2; Andrade, A.F.C.2; Arruda, R.P.2;
Celeghini, E.C.C.1,2
1
Faculdade de Jaguariúna – Curso de Medicina Veterinária; 2Departamento de Reprodução
Animal – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – Universidade de São Paulo
celeghin@usp.br
Em eqüinos, o primeiro estro pós-parto, comumente chamado de cio do potro, ocorre entre 3 e
18 dias após o parto. Apesar da completa involução uterina ocorrer somente em seis semanas,
uma recuperação considerável do útero é observada entre o 5° e o 15° dia pós-parto, o que torna
a égua apta a conceber nesse estro. Uma das vantagens na cobertura no primeiro estro pós-parto
é a redução do intervalo entre partos. Alguns estudos apresentam menor taxa de prenhez, enquanto
outros não relatam nenhum efeito da cobertura no primeiro estro pós-parto. Para que ocorra a
prenhez no primeiro estro pós-parto, o animal precisa apresentar adequadas condições uterinas.
Em programas de transferência de embriões, muitas vezes não se dispõe de número suficiente de
receptoras, o que se deve ao alto custo de manutenção destas fêmeas, sendo um dos maiores
entraves para maior utilização desta técnica. Portanto, o emprego de fêmeas logo após o primeiro
estro pós-parto é uma alternativa para aumentar a possibilidade de inovulações. Dessa forma, foi
objetivo deste trabalho avaliar a taxa de prenhez de receptoras de embriões seguido do primeiro
estro pós-parto. Este trabalho foi realizado no Haras 3 R, localizado no município de Santo
Antônio de Posse-SP, durante a estação de monta 2005/2006. Foram utilizadas 100 éguas da raça
Mangalarga como receptoras de embrião, sendo 26 no primeiro estro pós-parto e 74 no segundo
estro pós-parto. Utilizou-se receptoras que estavam entre o D3 e o D7, considerando D0 o dia da
ovulação. Os embriões foram colhidos das doadoras no D7, avaliados e transferidos
imediatamente. O diagnóstico de gestação foi realizado por ultra-sonografia transretal no D14 e
confirmado no D30. A análise estatística foi realizada pelo teste de X2 (qui-quadrado), considerando
o nível de significância de 5%. Foi observada maior (P=0,0386) taxa de prenhez para receptoras
no segundo estro pós-parto, de 68,92%, do que para as receptoras no primeiro estro pós-parto, de
46,15%. Contudo, conclui-se que a taxa de prenhez de receptoras no primeiro estro pós-parto é
reduzido, mas é uma alternativa na falta de receptoras.
s272
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
VCI-FMVZ-USP, São Paulo-SP, Brasil, 2 LMMD-ZAB-FZEA-USP, Pirassununga-SP, Brasil.
bragafc@gmail.com
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Bisinotto, R.S.1; Ibiapina, B.T.1; Pontes, E.O.1; Fedozzi, F.1; Bergamaschi, M.A.C.M.1;
Bertan, C.M.1; Binelli, M.1
1
CBRA-VRA-FMVZ-USP, 13635-900, Pirassununga, SP. rsbisinotto@yahoo.com.br
Baixas taxas de prenhez em rebanhos bovinos estão associadas às perdas da gestação, uma vez
que taxas de fertilização de 90-100% resultam em apenas 50% de partos (Ayalon et al., J. Reprod.
Fertil. 54:483). Grande parte dessas perdas ocorre no período do reconhecimento materno da
gestação (Diskin e Sreenan, J. Reprod. Fertil. 59:463), provavelmente por falhas neste mecanismo
e, conseqüentemente, no bloqueio da luteólise. Uma vez que o 17β-estradiol E2) de origem
folicular estimula a liberação de PGF2á e a luteólise (Thatcher et al., Prostaglandins 31:745), a
hipótese deste estudo foi que a remoção de folículos durante a fase peri-luteólise retarda a
ocorrência da luteólise em bovinos. Objetivou-se no presente estudo avaliar o crescimento folicular
e a duração do ciclo estral em vacas submetidas a aspirações foliculares estratégicas. Vacas
Nelore (Bos taurus indicus) ou mestiças, não-prenhes e não-lactantes tiveram as ovulações
sincronizadas com um implante de norgestomet associado a aplicações de benzoato de estradiol
e d-cloprostenol sódico. As vacas que ovularam de forma sincronizada (dia da ovulação=D1)
foram divididas em dois grupos. Do D13 ao D25, os animais do grupo aspiração (GA; n=12)
tiveram os folículos com diâmetro igual ou superior a 6mm aspirados diariamente via trans-
vaginal e os animais do grupo controle (GC; n=10) foram submetidos a aspirações “placebo”. A
partir do D13 até o estro subseqüente, todos os animais foram observados duas vezes ao dia para
a detecção do comportamento de cio e tiveram os diâmetros dos folículos ovarianos mensurados
por ultrassonografia. Concentrações plasmáticas de progesterona foram mensuradas do D13 ao
D31 ou estro. Variáveis discretas foram analisadas por ANOVA considerando o efeito de tratamento
como variável independente. Variáveis contínuas foram analisadas por split-plot ANOVA,
considerando os efeitos de tratamento, animal, tempo e interações como variáveis independentes.
Foram aspirados 15±1,2 folículos por vaca, sendo o intervalo médio entre aspirações 1,5±0,1
dias. O diâmetro diário médio do maior folículo foi menor (P<0,01) para vacas do GA
(0,68±0,02mm) comparado com as do GC (0,88±0,02mm). O dia da luteólise foi similar entre
vacas dos GC e GA (19,9±0,4 vs. 19,5±0,3; P>0,1) enquanto o intervalo entre cios (21,1±1,3 vs.
31,4±1,2 dias; P<0,01) e o intervalo entre a luteólise e o cio (1,25±1,3 vs. 11,9±1,3 dias; P<0,01)
foi maior para as vacas do GA. O diâmetro do maior folículo no dia da luteólise foi maior para
as vacas do GC (0,97±0,05 vs 0,74±0,06mm; P<0,01). O número de dias do D15 ao D19 do
ciclo estral apresentando folículos >6mm foi menor para as vacas do GA (4,6±0,5 vs. 2,3±0,4;
P<0,01). O folículo ovulatório teve crescimento mais rápido no GA (interação tratamento x
tempo; P<0,05) mas o diâmetro do folículo ovulatório foi similar para ambos os grupos (1,08±0,1
vs. 1,07±0,1mm; P>0,1). Em sumário, a aspiração folicular reduziu o diâmetro folicular no
período peri-luteólise e alongou o ciclo estral, mas não retardou a luteólise. Especula-se que as
concentrações de E2 após as aspirações foram suficientes para desencadear a luteólise e a
manutenção de diâmetros foliculares inferiores a 6mm é necessária para retardá-la.
Agradecimentos: FAPESP, CNPq, Intervet, Centro Paulista de Desenvolvimento Farmacotécnico,
Prefeitura do Campus Administrativo de Pirassununga.
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1
Laboratório de Reprodução Animal, Departamento de Medicina Veterinária, UPIS -
Faculdades Integradas, SEPS EQ 712/912, Conjunto A, Brasília - DF, 70390-125.
mondadori@upis.br
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Ferreira, C.R.1,2; Meirelles, F.V.2; Chiaratti, M.R.2; Perecin, F.1; Méo, S.C.1,3; Burgstaller, J.4;
Steinborn, R.4; Tetzner, T.A.D.1; Saraiva, N.Z.1; Landim Jr., L.P.1; Yamazaki, W.1;
Vantini, R.1; Garcia, J.M.1
1
DMVPRA-FCAV-UNESP, Jaboticabal-SP, Brasil, 2ZAB-FZEA - USP, Pirassununga-SP,
3
CPDGRA-IZ-APTA/SAA, Nova Odessa-SP, Brasil, Brasil. 4DPA, Universidade de Viena,
Áustria. christina.ferreira@posgrad.fcav.unesp.br
Feitosa, W.B.1; Mendes, C.M.1; Milazzotto, M.P.1; Martins, E.A.L.2; Rocha, A.M.1;
Avanzo, J.L.3; Visintin, J.A.1; Assumpção, M.E.O.A.1
1
Departamento de Reprodução Animal, FMVZ – USP. 2Centro de Biotecnologia – Instituto
Butantan. 3Departamento de Patologia Animal, FMVZ – USP. wfeitosa@usp.br
s277
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Orlandi, C.1; Bergfelt, D.R3; Wechsler, F.S.2; Nogueira, G.P.4; Puoli Filho, J.N.P.2; Meira, C.1
1
Depto. Reprodução Animal e Radiologia Veterinária, 2Depto. Produção Anima l- FMVZ
Unesp /Botucatu SP., 3Repro-Endo-Tox, Ashburn, VA. 4Depto. Apoio, Produção e Saúde
Animal FO Unesp/Araçatuba, SP
O presente estudo teve por objetivo determinar o melhor momento para se iniciar o tratamento com
gonadotrofina (extrato de pituitária eqüina: EPE) em éguas, em relação ao momento esperado do
desvio folicular (maior folículo aproximadamente 23 mm). A expectativa foi reduzir o número de
dias de tratamento e verificar a resposta ovariana com início dos tratamentos antes, durante ou após
o desvio folicular. No décimo dia após a ovulação, as éguas foram submetidas à aspiração de todos
os folículos ≥8mm por meio da ultra-sonografia trans-vaginal, sendo distribuídas ao acaso em quatro
grupos tratados e um controle. Em 19 éguas, os ciclos estrais de um mesmo animal foram tratados
sucessivamente com interrupção de um ciclo sem tratamento, perfazendo um total de 31 ciclos.
Quando o maior folículo da onda induzida atingiu e”13 mm (EPE-13, n=6 ciclos), e”20 mm (EPE-
20, n=5 ciclos), e”23 mm (EPE-23, n=7 ciclos) ou e”26 mm (EPE-26, n=6 ciclos), deu-se o início
ao tratamento com EPE, 12,5 mg, IM a cada 12 horas. Correspondentemente, um grupo controle
com folículos aspirados, n=7 recebeu solução salina (0,9% NaCL, IM) com intervalos de 12 horas
quando o maior folículo da onda induzida atingiu e”13 mm. Após 12 horas do início dos tratamentos
com EPE ou salina, todas as éguas receberam dose única de 7,5 mg de PGF (Dinoprost-trometamina).
Quando a maioria dos folículos alcançou e”32 mm, os tratamentos com EPE ou salina foram
interrompidos e ao atingirem diâmetro e”35 mm, a ovulação foi induzida com 2,500 UI de hCG i.v.
(Vetecor®, Barcelona, Spain). A resposta ovariana foi avaliada por meio de ultra-sonografia diária a
partir da aspiração folicular até a detecção das ovulações. Os dados foram analisados pelo SAS Proc
Mixed, sendo submetidos à ANOVA, Tukey-Kramer e teste Exato de Fisher. Os valores médios e as
proporções para as variáveis nos respectivos grupos controle, EPE-13, EPE-20, EPE-23 e EPE-26
foram, 1) Número de folículos ≥30 mm: 1,1a; 1,6 ab; 1,8 ab; 2,1b e 1,2a; 2) Número de ovulações: 1,1a;
1,6 ab; 1,8 ab; 2,1b e 1,2a; 3) Proporções de éguas com ≥2 ovulações: 14%a; 50%a; 60%a; 71%b e 16%a;
4) Número de dias em tratamento: 5,5a; 5,5a; 3,8 ab; 2,7b e 2,4b Valores médios e proporções com
letras diferentes sobrescritas para uma mesma variável diferem (Pd”0,05). Os resultados indicam
um maior número de folículos ≥30mm e ovulações por ciclo assim como um maior número de
ciclos com ≥2 ovulações, quando o diâmetro médio do maior folículo ao início do tratamento foi de
23,5 mm comparado ao controle ou EPE iniciando-se quando os maiores folículos atingiram em
média: 14,3; 13,6; 20,8 ou 26, 9 mm nos respectivos grupos. Apesar do menor tempo de tratamento
requerido por égua nos grupos EPE-23 e EPE-26 quando comparado aos demais grupos, o início do
tratamento na presença de folículos ≥26mm resultou em uma redução significativa na resposta
ovariana ao tratamento. Os resultados indicam que o melhor momento para o início do tratamento
superovulatório em uma onda induzida por aspiração folicular com menor período de tratamento é
quando o maior folículo atinge aproximadamente 23mm, antes ou durante o momento esperado do
desvio folicular, evitando desta maneira a influência negativa da dominância folicular sobre a resposta
superovulatória.
Apoio: FAPESP/ CAPES
Agradecimentos: Laboratórios Hertape Calier do Brasil e Shering-Plough
s278
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Feltrin, C.2; Forell, F.2; Arruda, N.S.2; Silva, D.S.2; Queiroz, L.M.V.1; Peixer, M.A.S.1; Malard,
P.F.1; Santana, G.M.1; Rodrigues, J.L.2
1
BIO Biotecnologia Animal, CEP 71.735-505, Brasília, DF, Brasil, 2Laboratório de
Embriologia e Biotécnicas de Reprodução, FAVET, UFRGS CP 15004, CEP 91501-970,
Porto Alegre, RS, Brasil – cristianofeltrin@terra.com.br
O objetivo deste experimento foi comparar o desenvolvimento in vitro de embriões clones bovinos
produzidos com a técnica de “Handmade Cloning”, a partir de células-tronco mesenquimais
encontradas no tecido adiposo e de células somáticas bovinas, cultivados no sistema “well of the
well” (WOW) modificado (Feltrin et al. 2006, Reprod. Fertil. Dev. 18: 126). Em oito replicações,
mil e trezentos oócitos bovinos foram selecionados após a escarificação da córtex de ovários
provenientes de abatedouro e maturados in vitro durante 19 horas, em TCM199 suplementado
com 10% de SVE, 0,5 μg/mL de FSH e 0,03UI de hCG, à 39°C, em atmosfera úmida contendo
5% CO2 em ar. Após a remoção das células do Cumulus oophorus, os oócitos em MII (969)
foram transferidos para gotas, sob óleo mineral, de SOF modificado, suplementado com hepes
(25mM) e 0,4% de BSA à 37ºC. Os oócitos tiveram a zona pelúcida digerida pela exposição a
uma solução contendo enzimas (Pronase E), sendo em seguida divididos manualmente, expostos
à luz ultra-violeta após incubação em 10 μg/mL bisbenzimide (Hoechst 33342), para identificação
e descarte da metade contendo material nuclear. As metades selecionadas e a célula doadora
eram então transferidas para uma solução contendo fitohemoaglutinina (500μg/mL) para serem
reconstruídas. Finalmente fusionou-se os complexos oócitos receptores-núcleos doadores
(CRNDs) com o auxílio de uma câmara de eletrofusão. A indução da ativação foi realizada pela
exposição à 5μM de ionomicina (5 min) e 2mM de 6-DMAP (3h e 30min). O cultivo in vitro foi
realizado em meio SOFaa com 10% de SVE, à 39ºC, em atmosfera úmida contendo 5% CO2, 5%
O2 e 90% N2. A taxa de clivagem foi avaliada 48hs após o início do cultivo e a de desenvolvimento
embrionário no 7º dia de cultivo. No cultivo in vitro os CRNDs foram divididos em três grupos:
1) Poço convencional (WOW, Vajta et al. 2000, Mol. Reprod. Dev. 55:256-264), célula somática
(controle); 2) Poço modificado, célula somática (PMCS); 3) Poço modificado, célula-tronco
(PMCT). Os dados de clivagem e desenvolvimento embrionário foram submetidos à análise
estatística pelo teste do chi-quadrado. Como controle do experimento (grupo 1) foram cultivados
98 CRNDs, dos quais 68 (69,3%) clivaram e 19 (19,3%) alcançaram o estádio de blastocisto. No
grupo PMCS, a taxa de clivagem foi de 81,4% (79/97) e a taxa de blastocisto foi de 32,9% (32/
97). No grupo PMCT, em que as células-tronco foram utilizadas na transferência nuclear, dos
108 CRNDs colocados em cultivo, 85 (78,7%) clivaram e 24 (22,2%) alcançaram o estádio de
blastocisto. A técnica de cultivo em WOW, convencional e modificada, possibilitou a observação
de taxas de clivagens semelhantes nos três grupos experimentais. Entretanto, o desenvolvimento
embrionário foi significativamente superior no grupo PMCS, quando comparado ao controle
(P<0,05). Por outro lado, o número de blastocistos observados no grupo das células-tronco não
diferiu do grupo controle nem do grupo das células somáticas mantidas em poços modificados.
Sendo assim, as modificações realizadas no poço de cultivo proporcionaram uma maior eficiência
na produção de embriões clones a partir de células somáticas.
Apoio: Cnpq
s279
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Avelar, S.R.G.1; Moura, R.R.1; Silva, J.D.A.1; Pereira, A.F.1; Almeida, A.P.1; Andrade, M.L.L.;
Cajazeiras, J.B.; Teixeira, D.I.A.1; Lopes Júnior, E.S.1; Dias, L.P.B.2; Andreeva, L.E.2; Serova,
I.A.2; Serov, O.2; Freitas, V.J.F.1
1
Laboratório de Fisiologia e Controle da Reprodução (LFCR), Universidade Estadual do
Ceará, 60.740-000, Fortaleza-CE, Brasil. 2 Laboratório de Biotecnologia Animal, Instituto de
Biofísica/UFRJ, 21.941-590, Rio de Janeiro-RJ, Brasil. vjff@uece.br
s280
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Siqueira, L.G.B.1; Viana, J.H.M.2; Diniz, E.S.2; Camargo, L.S.2; Amorim, L.S.1; Fonseca, J.F.3;
Fernandes, C.A.C.4; Torres, C.A.A.1
1
Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG 36571-000; 2Embrapa Gado de Leite, Juiz
de Fora, MG 36038-330; 3Embrapa Caprinos, Sobral, CE 62011-970; 4Biotran Ass. e
Consult. em Reprodução Animal Ltda, Alfenas, MG 37130-000; luizvet10@hotmail.com
s281
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Nascimento, V.A.2; Torres, C.A.A.3; de Oliveira, M.M.N.F.4; Logrado, M.L.5; Viana, J.H.M.6;
da Costa, E.P.7; Sousa, K.R.S.5; Carneiro, C.8; Oliveira, F.A.9
1
Parte da dissertação de Mestrado do primeiro autor, financiada pela CAPES, 2 Doutorando do
DZO/UFV, 36571-000, Viçosa–MG, Brasil, 3 Professor do DZO/UFV, 36571-000, Viçosa–
MG, Brasil, 4 Professora do DZO/UFVJM, Diamantina-MG, Brasil, 5 Mestranda do DZO/UFV,
36571-000, Viçosa–MG, Brasil, 6 Pesquisador da EMBRAPA-CNPGL, Juiz de Fora-MG,
Brasil, 7 Professor do DVT/UFV, 36571-000, Viçosa–MG, Brasil, 8 Estudante de Zootecnia/
UFVJM, Diamantina-MG, Brasil, 9 Estudante de Medicina Veterinária/UFV- 36571-000,
Viçosa–MG, Brasil, vinicioaraujo@vicosa.ufv.br
A detecção de estro é o principal fator que influencia a inseminação artificial (IA) em bovinos.
Protocolos com o uso de dispositivos intravaginais de progesterona (LAMB et al. Journal Animal
Science, v.79, p.2253-2259) e do Benzoato de Estradiol (BE), substituindo GnRH, apresentam
taxas de prenhez satisfatórias e reduz custos. A aplicação de eCG, associada à PGF2α melhora o
desenvolvimento folicular (BARUSELLI et al. Theriogenology, v.59, p.214). Objetivou-se
verificar a eficiência de protocolos hormonais para Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF)
em vacas Nelore no pós-parto, e se peso (PV) e condição corporal (CC) influenciam a fertilidade.
O estudo foi realizado com 120 vacas Nelore lactantes, distribuídas ao acaso em três tratamentos:
T1 – inserção de um dispositivo intravaginal de progesterona (DIB®, Argentina) mais aplicação
(im) de 2 mg de BE (RIC BE®, Argentina) no dia 0, retirada do DIB no dia 8 e aplicação, im, de
300 UI de eCG (Novormon®, Argentina) mais 0,15 mg de PGF2α (Prolise®, Argentina), e a IA
realizada 48 horas após a retirada do DIB, simultânea a aplicação, im, de 25 mg de Lecirelina
(Gestran Plus®, Argentina); T2 - similar ao T1, sendo administrado 1 mg de BE, im, no dia 9,
substituindo a segunda dose de GnRH, e a IA realizada 50-56 horas após a retirada do DIB; T3 –
inseminação 12 a 18 horas após a detecção de estro, induzido por PGF2α. Na inserção do
dispositivo, as vacas foram pesadas, a CC determinada (escala de um a nove) e a ciclicidade dos
animais foi checada por exames de ultra-som pela presença de corpo lúteo. Na análise estatística,
utilizou-se o programa SAEG 8.0 a 5% de probabilidade e comparação de médias pelo teste de
Duncan. As variáveis qualitativas foram submetidas ao Teste do Qui-quadrado. A taxa de
concepção (vacas prenhes/inseminadas) das vacas do T2 e T3 foi superior (P<0,05) à taxa de
concepção das vacas do T1. A taxa de prenhez (vacas prenhes/total de vacas do tratamento) foi
53,2% (T1 e T2 = 52,25%, T3 = 55,0%), com maior taxa de prenhez para T2 (P<0,05).
Considerando as variáveis PV, dias no pós-parto e CC, não houve diferença (P>0,05) entre os
tratamentos. Por não haver influência da CC na taxa de prenhez entre os animais, os resultados
contrapõem aos de MOREIRA et al. (Theriogenology, v.53, p.1305-1319). As taxas de prenhez
de vacas cíclicas dos tratamentos 2 e 3 foram maiores (P<0,05) que as do T1. As vacas em
anestro de T1 e T2 (4 e 10 vacas, respectivamente) mostraram taxa de prenhez satisfatória (50 e
70%, respectivamente), corroborando os resultados obtidos por GEARY et al. (Journal of Animal
Science, v.76, p.1523-1527). As vacas do T2 e T3 apresentaram taxa de prenhez superior às
vacas do T1 quanto à ordem de parto (P<0,05). Com a utilização dos protocolos de IATF obteve
resultados satisfatórios semelhantes aos conseguidos por IA com detecção de estro e o anestro
pós-parto foi controlado com o emprego dos protocolos de sincronização da ovulação.
* Agradecimentos à empresa Tecnopec pela colaboração.
s282
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Parte da dissertação de Mestrado do primeiro autor, financiada pela CAPES, 2 Doutorando do
DZO/UFV, 36571-000, Viçosa-MG, Brasil, 3 Professor do DZO/UFV, 36571-000, Viçosa–MG,
Brasil, 4 Professora do DZO/UFVJM, Brasil, 5 Mestranda do DZO/UFV – 36571-000 – Viçosa –
MG; 6 Médica Veterinária, mestre em Reprodução Animal pelo DVT/UFV,
vinicioaraujo@vicosa.ufv.br
s283
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Torres-Júnior, J.R.S.1; Pires, M.F.Á.2; Sá, W.F.2; Ferreira, A.M.2; Viana, J.H.M.2;
Camargo, L.S.A.2; Ramos, A.A.2; Folhadella, I.M.2; Polisseni, J.2; Freitas, C.2;
Clemente, C.A.A.2; Sá Filho, M.F.1; Souza, A.H.1; Martins, C.M.1; Baruselli, P.S.1
1
Departamento de Reprodução Animal, FMVZ/USP, São Paulo-SP; 2Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária, EMBRAPA Gado de Leite, Juiz de Fora-MG. barusell@usp.br
Dez vacas da raça Gir foram alocadas em sistema tie-stall por um período adaptativo de 28 dias
(Fase I/ pré-experimental/ dias -28 a -1), tendo sido submetidas a duas sessões de OPU (dias -14 e -
7 ). Na Fase II (fase experimental/ dias 0 a 28) os animais foram divididos em Controle (GC/n=5) e
Estresse (GE/n=5). O GC permaneceu em normotermia, enquanto que o GE foi submetido a estresse
calórico em câmara climática com temperatura e umidade controladas [38°C e 80% UR (DIA);
30°C e 80% UR (NOITE)], por 28 dias, procendendo-se, nesta fase, cinco sessões de OPU/fêmea/
grupo. Na Fase III (pós-experimental/ dias 28 a 147) todas as fêmeas retornaram à normotermia
(ambiente), sendo realizadas mais 17 sessões de OPU/fêmea/grupo. No momento de cada sessão de
OPU (1x/semana), com auxílio de um ultra-som (Scanner 200s) equipado com transdutor setorial
intravaginal de 7,5 MHz, foram aferidas a população folicular e o diâmetro (Ø) dos dois maiores
folículos. Em seguida, todos os folículos com Ø ≥ 3mm foram puncionados e os oócitos obtidos
foram avaliados morfologicamente, selecionados, maturados, fertilizados e cultivados por sete dias
para avaliação das taxas de produção embrionária in vitro. As variáveis foram analisadas quanto à
normalidade dos resíduos, sendo transformadas quando necessário e comparadas por ANOVA e
pelo teste de Qui-quadrado. Adotou-se nível de significância de 5%. Um animal foi excluído do GE
após a sexta sessão, permanecendo 125 vs. 107 sessões de OPU para os grupos GC e GE
respectivamente. Houve interação entre número de folículos visualizados, oócitos recuperados e
sessão de OPU. As médias para os grupos GC vs. GE nas Fases I, II e III foram respectivamente:
Folículos visualizados: Fase I, 25,5±2,5 vs. 28,5±2,8; Fase II, 24,2±1,1 vs. 24,0±1,9; Fase III,
15,3±0,6 vs. 15,80,8; Folículos <6mm: Fase-I,23,9±2,4 vs. 26,9±3,1; Fase-II, 22,6±1,1 vs. 22,1±2,0;
Fase-III, 13,8±0,7 vs. 13,6±0,8); Folículos de 6-9 mm: Fase-I, 0,5±0,2 vs. 0,5±0,2; Fase-II, 0,5±0,1
vs. 0,4±0,1; Fase-III, 0,5±0,1 vs. 0,6±0,1; Folículos >9mm: Fase-I, 1,1±0,2 vs. 1,0±0,4; Fase-II,
1,0±0,2 vs. 1,5±0,1; Fase-III, 1,0±0,1b vs. 1,6±0,1a; Ø maior folículo: Fase-I, 12,1±1,5 vs. 11,1±1,7;
Fase-II, 13,3±0,8 vs. 13,0±0,6; Fase-III, 11,4±0,4b vs. 14,0±0,4a; Ø 2°maior folículo: Fase-I, 6,2±1,3
vs. 6,0±1,2; Fase-II, 5,9±0,6 vs. 7,1±0,8; Fase-III, 6,3±0,3b vs. 8,70,5a; Número de oócitos
recuperados por vaca/sessão: Fase-I, 11,2±2,8 vs. 14,3±2,5; Fase-II, 9,6±1,0 vs. 11,0±1,3; Fase-
III, 8,6±0,7 vs. 7,9±0,6; Número de oócitos viáveis por vaca/sessão: Fase-I, 7,3±2,1 vs. 10,8±1,8;
Fase-II, 6,6±1,0 vs. 7,5±1,0; Fase-III, 5,2±0,6 vs. 4,6±0,4; Taxa de oócitos viáveis: Fase-I, 69/
112(61,6%)b vs. 108/143(75,5%)a; Fase-II, 164/241(68%) vs. 172/265(64,9%); Fase-III, 426/
712(59,8%) vs. 305/535(57,0%); Taxa de clivagem: Fase-I, 44/59(74,5%) vs. 87/105(82,9%); Fase-
II, 72/101(71,3%) vs. 74/121(61,2%); Fase-III, 226/317(71,3%) vs. 159/230 (69,1%)]; Número de
embriões produzidos por vaca/sessão: Fase-I, 2,1±1,1 vs. 4,1±1,0; Fase-II, 0,4±0,3 vs. 0,5±0,3;
Fase-III, 0,9±0,2a vs. 0,4±0,1b e; Taxa de blastocistos: Fase-I, 16/59(27,1%) vs. 33/105(31,5%);
Fase-II, 11/31(35,5%) vs. 13/52(25,0%); Fase-III, 76/279(27,2%)a vs. 25/ 188(13,3%)b. O estresse
calórico materno ocasionou diminuição significativa na produção de embriões em doadoras Bos
indicus, sobretudo na fase de 28 a 147 dias pós-estresse. Além disso, o efeito mecânico prolongado
de sucessivas aspirações foliculares pode interferir no número de folículos visualizados e oócitos
recuperados.
FAPESP (processo 04/06096-0)
s284
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Meneghetti, M.1; Losi, T.C.2; Vilela, E.R.2; Martins Jr., A.P.2; Vilela Neto, J.M.2;
Vasconcelos, J.L.M.1
1
DPA–FMVZ-UNESP, Botucatu-SP, 2Lageado Consultoria Agropecuaria, Mineiros-GO,
Brasil, vasconcelos@fca.unesp.br
O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da época de parição no escore de condição corporal
(ECC) no início de estação de monta (EM) e na resposta a protocolo de inseminação artificial em
tempo fixo (IATF) em vacas primíparas de corte. No experimento 1 foi avaliado o efeito da
época do parto na alteração do ECC pré e pós-parto em 87 novilhas Nelore e 68 ½ sangue Red
Angus x ½ sangue Nelore, que foram inseminadas em datas diferentes para parir de forma
distribuída nos meses de setembro a dezembro. O ECC foi avaliado mensalmente no pré e pós-
parto desses animais de junho a fevereiro. No experimento 2, foram utilizadas 538 primíparas de
duas fazendas (60 Nelore e 123 ½ sangue Red Angus na fazenda 1 e 355 Nelore na fazenda 2),
entre 33 e 104 DPP e parto entre setembro a dezembro. As vacas foram sincronizadas com o
protocolo: inserção do dispositivo intravaginal de progesterona (CIDR ®, Pfizer, 1,9 g de
progesterona) novo ou pré-utilizado por 9 ou 18 dias), junto à inserção do CIDR® foi feita aplicação
de estrógeno (2,0 mg de Benzoato de Estradiol, Estrogin®, Farmavet, i.m.), após sete dias (dia 7)
foi aplicado PGF2a (12,5 mg de Dinoprost, Lutalyse®, Pfizer, i.m.). No dia 9 foi retirado o
CIDR®, os bezerros foram removidos das mães e aplicado 0,5 mg de Cipionato de Estradiol
(E.C.P.®, Pfizer, i.m.). Todos os animais foram inseminados 46 a 52 horas após a retirada do
CIDR®. Após a inseminação dos animais, os bezerros retornaram com suas mães. Apenas nos
animais da fazenda 2 foi avaliada a taxa de sincronização, por dois exames de ultra-som (Aloka
SSD-500, 5,0 MHz) e determinada de acordo com a presença e ausência de folículo dominante
no momento da IATF e 48 horas após. O diagnóstico de gestação foi feito por ultra-som 28 dias
após a IATF. A análise estatística do experimento 1 foi feita no PROC MIXED e do experimento
2 no PROC LOGISTIC do SAS. No experimento 1 o mês de parição teve efeito (p<0,001) na
dinâmica do ECC ao longo dos nove meses do período experimental, os animais com parto nos
meses de setembro e outubro apresentaram redução mais acentuada no ECC do que aqueles com
parto em novembro e dezembro. No experimento 2 houve tendência (p=0,07) do ECC influenciar
a sincronização ao protocolo, os animais com melhor ECC tiveram maior taxa de sincronização.
O ECC teve efeito linear (p<0,0001) sobre a taxa de concepção, mostrando melhora na taxa de
concepção proporcional ao aumento no ECC. Não foi observado efeito de raça ou de fazenda na
taxa de concepção. A taxa de concepção das vacas efetivamente sincronizadas foi de 58,9% (99/
168) e não foi verificado efeito de qualquer variável. Estes dados mostram a importância dos
animais apresentarem bom ECC no momento da IATF e para se conseguir isto não se deve
antecipar a parição das novilhas de corte. Palavras-chave: primíparas, escore de condição corporal,
IATF
s285
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
O objetivo deste experimento foi avaliar o efeito do pré-tratamento com progesterona (P4) e/ou
17â-estradiol (E2) na incidência de ciclos curtos após a indução da ovulação com remoção de
bezerros (54h) e GnRH em vacas Nelore em anestro. Vacas Nelore em anestro (avaliadas por 2
exames ultrassonográficos 8 dias aparte; 43,5±11,9 DPP; n=114) foram aleatoriamente designadas
a receber um dos 4 tratamentos (delineamento 2x2 fatorial): Grupo Controle - Remoção de
bezerros (RB) por 54 horas e injeção i.m. de 1mL de óleo de caroço de algodão (placebo) 48
horas após o início da RB; Grupo E2 - RB por 54 horas e injeção i.m. de 1mg de 17â-oestradiol
(1mg/mL preparado em solução oleosa pelo Centro Paulista de Desenvolvimento Farmacotécnico)
48 horas após o início da RB; Grupo P4 - Dispositivo intravaginal de P4 (CIDR®, Pfizer Saúde
Animal, Brasil) por 6 dias seguido por RB (54 horas) e injeção de placebo 48 horas após o início
da RB; Grupo P4+E2 - Dispositivo intravaginal de P4 por 6 dias seguido por RB (54 horas) e
injeção i.m. de 1mg de 17â-oestradiol 48 horas após o início da RB. Ao final da RB, todas as
vacas receberam uma injeção i.m. de 200mcg de GnRH (Fertagyl®, Intervet, Brasil), sendo esse
momento considerado o dia 0 do experimento. A ovulação foi avaliada através de exames
ultrassonográficos nos dias 0 e 2 e somente as vacas que ovularam foram utilizadas no estudo
(Controle: n=23; E2: n=25; P4: n=19; P4+E2: n=18). Amostras de sangue foram coletadas nos
dias 0, 5, 7, 9, 12, 15 e 19 para avaliação da duração do corpo lúteo, através da dosagem de P4
sérica por radioimunoensaio. A porcentagem de vacas que apresentaram ciclo curto foi analisada
por regressão logística e as concentrações séricas de P4 foram analisadas pelo PROC MIXED.
Para todos os tratamentos, as concentrações séricas de P4 foram maiores no dias 5 em relação ao
dia 0 (P<0,01), porém não houve efeito dos tratamentos sobre as concentrações séricas de P4 nos
dias 0 e 5 (P>0,1). As concentrações séricas de P4 elevaram-se (P<0,05) entre os dias 5 e 7 nos
grupos tratados com P4 (de 2,3±0,5 para 3,7±0,5 ng/mL) e P4+E2 (de 2,4±0,5 para 3,3±0,5 ng/
mL) e reduziram-se (P<0,01) nos grupos controle (de 2,9±0,4 para 1,9±0,4 ng/mL) e E2 (de
1,9±0,4 para 0,8±0,4 ng/mL). As vacas dos grupos tratados com P4 (gruposP4 e P4+E2)
apresentaram maiores concentrações séricas de P4 em relação às vacas não tratadas com P4
(grupos Controle e E2) nos dias 7, 9, 12 e 15 (3,5±0,4 vs. 1,4±0,3; 3,8±0,4 vs. 1,2±0,3; 5,1±0,4
vs. 1,2±0,3; 4,6±0,4 vs. 1,1±0,3 respectivamente; P<0,0001). Os tratamentos com P4 foram
significativamente efetivos em prevenir ciclos curtos (86,5% vs. 20,8%; P<0,001), enquanto o
tratamento apenas com 17â-estradiol não diferiu do grupo controle (76,0% vs 82,6%; P>0,1).
Vacas não tratadas com P4 que manifestaram estro apresentaram a mesma incidência de ciclos
curtos em relação às vacas que não manifestaram estro (75,0% vs. 80,0%; P>0,1). Conclui-se
que o tratamento com P4 por 6 dias antes da indução da ovulação em vacas em anestro garantiu
duração normal do subseqüente corpo lúteo, enquanto a administração de 1mg de 17â-estradiol
não preveniu efetivamente a ocorrência de ciclos curtos.
s286
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Resumos Incritos:
Melhor Trabalho na
Área Aplicada
s287
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
s288
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Garcia, P.D.1; Lemos, F.O.2; Moreira, E.M.2; Lemos, T.N.2; Hucke, E.E.T.S.3
Neste estudo avaliou-se dois tipos de tratamentos superovulatórios (TSO) com redução de 8
para 5 aplicações de FSHp sobre a quantidade de estruturas palpáveis no ovário, embriões viáveis
ou degenerados e ovócitos em doadoras de embriões da espécie bovina e da raça Holandesa (n=
70). Foram avaliadas 178 TSO do programa de TE, já em curso, da Fazenda Colorado,
Caetanópolis/MG. Os animais foram selecionados por meio de palpação retal e ultrassonografia.
O manejo nutricional foi padronizado com acesso a água e sal mineral ad libitum. Os 2 tipos de
TSO utilizados foram: tratamento 1, 5 doses de FSHp (n= 102) e tratamento 2, 8 doses de FSHp
(n= 76). Inicialmente foi realizada (D0) a sincronização de estros com progestágeno (CIDR®)
mais benzoato de estradiol (RIC BE®). A gonadotrofina exógena utilizada (FHSp) foi o Pluset®
ou o Folltropin-V® aplicadas aleatoriamente em ambos os grupos (dose total de acordo com o
peso e idade dos animais: 350 a 450 UI Pluset®; 160 a 400 mg Folltropin-V®) a partir do D5. Para
o tratamento 1, dividiu-se a dose total em 5 doses decrescentes. A 1ª e 2ª doses foram administradas
no D5 em intervalos de 12 h. As doses seguintes foram realizadas em intervalos de 24 h. No D7,
com a 4ª dose, foi administrada PGF2á (Veteglan®). No D8, retirou-se o implante de progesterona
aplicando-se a última dose de FSHp e seis horas após, aplicou-se benzoato de estradiol. Para o
tratamento 2, dividiu-se a dose total em 8 doses decrescentes em intervalos de 12 h. No D7, junto
com a 6ª dose, foi administrado PGF2á. No D8 foi retirado o implante de progesterona e realizada
a 7ª dose, sendo que seis horas após, aplicou-se benzoato de estradiol. A primeira IA foi realizada
10 h após o cio e a segunda 12 h após, em ambos os grupos. Foi utilizado sêmen comercial de
qualidade reconhecida. Aplicou-se GnRH (Gestran®) no momento da primeira IA somente para
o tratamento 2 (8 doses). A colheita dos embriões foi efetuada sete dias após a IA através do
método não cirúrgico, circuito fechado com fluxo descontínuo e as estruturas recuperadas foram
examinadas no microscópio. Os resultados não revelam diferenças significantes entre as respostas
superovulatórias após a aplicação dos dois tipos de tratamentos. O número de estruturas palpáveis
no ovário, assim como número de embriões viáveis ou degenerados e ovócitos não foram
estatisticamente diferentes (Teste t de Student). Foi possível observar uma tendência a um aumento
de estruturas palpáveis no ovário das doadoras tratadas com o tratamento 1 (5 doses; p= 0,06;
t178= 1,86; Teste t de Student). Assim, o tratamento 1 (5 doses) parece não modificar a resposta
superovulatória, com a vantagem de facilitar o manejo, reduzir o estresse e a possibilidade de
erros nas aplicações. Porém, a redução do número de doses não foi o único fator a influenciar a
resposta superovulatória, uma vez que os tratamentos aplicados sofreram outras interferências
como o tipo de FSHp empregado, a aplicação do GnRH e do benzoato de estradiol.
s289
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Martins, A.C.1,2; Ramos, A.F.1,3; Mollo, M.R.1,4; Pivato, I.1,5; Camara, J.U.1; Carrijo, L.H.D.6;
Driessen, K.1,4; Rumpf, R.1; Sartori, R.1
1
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, 70770-900, Brasília-DF, Brasil, 2FMVZ-
UNESP, 186018-000, Botucatu-SP, Brasil, 3UFMG, 30123-970, Belo Horizonte-MG, Brasil,
4
FAV-UnB, 70910-970, Brasília-DF, Brasil, 5CIDASC, 89130-000, Indaial-SC, Brasil,
6
Integral Nutrição Animal, 74477-228, Goiânia-GO, Brasil
sartori@cenargen.embrapa.br
Estudos com fêmeas bovinas superovuladas observaram maior produção de embriões transferíveis
nos animais que receberam dietas com menores níveis energéticos e relataram efeito negativo de
dietas com alta energia na taxa de sobrevivência embrionária. O objetivo deste estudo foi avaliar
a influência da alta ou baixa ingestão alimentar na produção in vitro de embriões em vacas
azebuadas. Após 14 dias de adaptação a uma dieta de manutenção, 20 vacas não lactantes com
ECC de 2,9 (escala de 1-5) e pesando 410,5 kg foram divididas aleatoriamente em dois grupos
recebendo dietas de 180% (alta ingestão; A) ou 70% (baixa ingestão; B) em relação à manutenção
durante 56 dias além de água e sal mineral à vontade. Com 21 dias nas dietas experimentais as
vacas tiveram o estro sincronizado. Entre 7 e 10 dias após o estro, todos os folículos com diâmetro
acima de 5 mm foram aspirados através de ultra-sonografia transvaginal e as vacas receberam
150 mg de d-Cloprostenol im, além da colocação de um implante auricular de norgestomet que
era trocado a cada 14 dias até o final do experimento. Quatro dias após a colocação do implante,
as vacas foram submetidas à aspiração folicular (OPU) seriada com intervalo de 3 e 4 dias entre
as coletas perfazendo um total de 7 coletas. Os ovócitos coletados (732 e 623 nos grupos A e B,
respectivamente) foram submetidos a uma seleção quanto à sua qualidade, maturados, fecundados
in vitro e incubados por 7 dias até atingirem o estágio de mórula ou blastocisto. Durante o
experimento, foram realizadas avaliações periódicas de peso vivo dos animais. Os grupos
experimentais foram comparados usando o modelo de efeitos mistos do SAS para variáveis
contínuas e pelo teste do qui-quadrado para variáveis binomiais. Os resultados estão apresentados
sob a forma de média ± erro padrão. As vacas ganharam 0,96 kg/dia de PV no grupo A e perderam
0,93 kg/dia de PV no grupo B durante o período que receberam dieta experimental. No momento
das OPUs, o número de folículos >3 mm observados no ovário foi maior (P<0,05) no grupo A
(17,1±0,8) em relação ao grupo B (14,1±0,8), assim como o número de folículos aspirados
(14,5±0,6 vs 11,9±0,6) e o tamanho do maior folículo (9,3±0,3 vs 7,8±0,3). Além disso, houve
uma tendência (P<0,10) de aumento nas vacas de alta ingestão quanto ao número de ovócitos
não viáveis recuperados por OPU (5,9±0,6 vs 4,6±0,6) e conseqüente diminuição da porcentagem
de ovócitos viáveis coletados (44,0% vs 48,6%). Não houve diferença, entretanto, no número de
ovócitos por coleta (10,5±0,9 vs 8,9±0,9), no número de ovócitos viáveis (4,6±0,4 vs 4,3±0,4),
na taxa de clivagem dos viáveis (67,5% vs 67,6%) e na taxa de embriões (36,4% vs 41,7%) para
os grupos A e B, respectivamente. Em resumo, alta ingestão alimentar aumentou a população
folicular no momento da OPU, mas não aumentou o número de embriões produzidos por
fecundação in vitro em relação à baixa ingestão alimentar.
Apoio financeiro do Edital Universal do CNPq, Embrapa-Macroprograma II, Integral Nutrição
Animal e Capes (bolsa de estudo de A.C. Martins).
s290
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Sousa, F.C.1; Pinheiro, E.S.P.1; Rondina, D.1; Freitas, V.J.F.1; Teixeira, D.I.A.1
1
Laboratório de Fisiologia e Controle da Reprodução (LFCR), Universidade Estadual do
Ceará, 60.740-000, Fortaleza-CE, Brasil. vjff@uece.br
Este estudo teve como objetivo utilizar a ultra-sonografia em tempo real (USTR) para avaliar a
morfometria das estruturas ovarianas em cabras da raça Saanen doadoras de embriões. Vinte e
quatro cabras com idades variando de 2 a 6 anos, foram mantidas em instalações apropriadas e
alimentadas com feno de Tifton (Cynodon dactylon) e concentrado comercial (18% P.B) A
sincronização do estro foi obtida pelo uso de esponjas vaginais contendo 60 mg de acetato de
medroxiprogesterona (Progespon®, Buenos Aires, Argentina) durante 10 dias. No oitavo dia foram
aplicados 75 µg de cloprostenol (Prolise®, Buenos Aires, Argentina). A estimulação ovariana foi
obtida pelo uso de 200 mg de pFSH distribuídas em seis injeções com 12 horas de intervalo.
Após 36 horas da retirada da esponja foi aplicado 100 mg de GnRH (Fertagyl®, Boxmeer, Holanda)
e simultaneamente foi realizada a primeira cobertura pelo uso de machos da raça Saanen. A
segunda monta realizou-se 12 horas após a primeira. Aproximadamente 48 horas após o estro, as
fêmeas doadoras foram submetidas a USTR, pelo uso de um equipamento ultra-som modo B
(Falco 100®, Pie-Medical, Holanda) acoplado a um transdutor linear de 6-8 MHz, para verificação
da presença de corpos hemorrágicos (ocorrência de ovulação) para posterior comparação pela
observação por laparotomia. Também foi determinado o diâmetro de cada ovário, assim como o
dos corpos hemorrágicos. Estas mensurações foram obtidas com o uso do programa para análise
de imagens e medições: Scion Image for Windows 2000 (Scion Corporation, Frederick, EUA),
após calibração prévia. A comparação entre as médias foi realizada pelo teste χ2. Os exames
foram bem tolerados pelos animais em estudo, não ocasionando dano físico após a avaliação
ultra-sonográfica. Foi possível a visualização de todos os ovários, sendo que a média (± d.p.) de
diâmetro maior foi de 2,350 ± 0,426 e 2,207 ± 0,536 cm para o ovário direito e esquerdo,
respectivamente. A média (± d.p.) do número de corpos hemorrágicos por ovário foi de 7,18 ±
0,96, por USTR, e de 9,60 ± 1,70, por laparotomia (P>0,05). A correlação entre o número de
corpos hemorrágicos verificados por USTR e aqueles identificados na laparotomia foi de 0,86.
O diâmetro médio (± d.p.) dos corpos hemorrágicos observados por ultra-sonografia foi de 0,32
± 0,12 cm. Os resultados obtidos indicam que a USTR é um método eficaz e não-invasivo,
podendo ser uma ferramenta útil na seleção de fêmeas doadoras para programas de transferência
de embriões. No entanto, o mesmo não permite determinar o número exato de ovulações.
s291
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
FMVZ-UNESP, Botucatu, SP, Brasil, 2Fazenda São João, Inhaúma, MG, Brasil
Taxa de ovulação após o estro foi de 84,8% em vacas Holandesas em lactação (Vasconcelos et al.
2006. Theriogenology 65:192-200). O objetivo deste estudo foi avaliar se a detecção de falha de
ovulação (presença de CL entre os dias 7 e 13 após a IA) associado à ressincronização rápida
aumenta o número de vacas gestantes em 28 dias. Este experimento foi realizado em uma fazenda
localizada em Inhaúma, MG, Brasil em 2005. Foram utilizadas vacas Holandesas em lactação
(n=3876) com produção de 26,7±8,3 kg leite/dia com 213,7±130,6 DEL que foram inseminadas
após detecção do estro ou IATF. O protocolo utilizado para IATF consistiu de um dispositivo
intravaginal de P4 (CIDR® 1,9mg Pfizer Animal Health, Brasil), associado com injeção de GnRH
(1mL Fertagyl® Intervet) no dia zero. Após sete dias, o CIDR® era removido e animais recebiam
uma injeção de PGF2α (5mL Lutalyse® Pfizer Animal Health, Brasil), e uma injeção de Cipionato
de Estradiol (0,5mL ECP® Pfizer Animal Health, Brasil), 24 horas após. As vacas foram
inseminadas 48h após o ECP. As vacas foram divididas aleatoriamente em dois grupos: G1
(n=2989) não foram avaliadas para presença de CL e G2 (n=887) foram avaliadas para presença
de CL por US. No G2, 597 vacas estavam no dia 7 apos a IATF e 290 vacas estavam entre os dias
7 a 13 após a IA. Vacas do G2 detectadas sem CL foram ressincronizadas com o protocolo citado
acima O Diagnóstico de gestação foi realizado por US entre os dias 28 a 34 pós IA. Vacas que
apresentaram cio entre a IA e o diagnostico de gestação foram inseminadas novamente. Estes
dados foram analisados pelo teste de Qui-quadrado Avaliação de presença de CL por US não
influenciou a taxa de concepção: G1: 23% (687/2989) e G2: 23,8% (211/887). Nas vacas avaliadas
para presença de CL, a taxa de falha de ovulação nas inseminadas pós detecção de estro foi de
24,5% (71/290) e nas que receberam IATF foi de 24,1% (144/597). Vacas com presença de CL
tiveram taxa de concepção de 28,3% (62/219) após IA convencional e de 32,9% (149/453) após
a IATF. Vacas sem presença de CL foram ressincronizadas e a taxa de concepção foi de 25,6%
(55/215). A taxa de detecção de cio nestes 28 dias e a taxa de concepção foram, respectivamente,
49,9% (1148/2302) e 23,6% (271/1148) para G1 e 70,1 (323/461) e 20,7% (67/323) para G2. A
taxa de detecção do estro foi maior (P<0,01) no G2, provavelmente devido as vacas com falhas
de ovulação terem sido ressincronizadas. A porcentagem de vacas gestantes em 28 dias foi maior
(P<0,01) no G2: 37,5% (211+55+67/887) do que no G1: 32,2% (687+271/2989). Estes dados
mostram que falha de ovulação é um fator negativo importante no decréscimo da concepção de
vacas Holandesas em lactação. O diagnóstico precoce de vacas vazias (ausência de CL por US)
não influenciou a concepção e associado à ressincronização rápida aumenta a prenhez.
s292
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Demétrio, D.G.B.1; Rodrigues, C.A.2; Santos, R.M.1; Demétrio, C.G.B.3; Chiari, J.R.4;
Vasconcelos, J.L.M.1
1
FMVZ-UNESP, Botucatu, SP; 2 Clínica Veterinária Samvet, São Carlos, SP, 3ESALQ-USP,
Piracicaba, SP, 4Samvet Embriões, Morrinhos, GO, vasconcelos@fca.unesp.br
O objetivo deste trabalho foi avaliar fatores que afetam a taxa de concepção (TC) de vacas
Holandesas em lactação que receberam IA ou TE. O experimento foi conduzido em uma fazenda
localizada em Descalvado, SP, Brasil, durante os meses de outubro de 2003 a setembro de 2004.
Vacas ciclando (n=1025) produzindo 33,3±7,2kg de leite/dia com 162±103,7 de DEL receberam
PGF2α e foram divididas em dois grupos: IA ou TE. As vacas que apresentaram estro 48 a 96h
após aplicação de PGF2α receberam IA (n=227) 12h após detecção ou TE (n=160) 6 a 8 dias
após. Todas as vacas da TE receberam embriões frescos (grau I ou II) de vacas Holandesas não-
lactantes produzidos in vivo. Analisou-se a produção de leite média de -7 a 14d após o cio (LM).
A temperatura corporal (T7 e T14) foi aferida e amostras de sangue foram coletadas para análise
da concentração sérica de P4 por radioimunoensaio, nos dias 7 e 14. O diagnóstico de gestação
foi realizado nos dias 25 e 39 por ultra-sonografia. Morte embrionária (ME) foi considerada
quando as vacas gestantes no dia 25 estavam vazias no dia 39. As variáveis taxa de ovulação, TC
e ME foram analisadas pelo modelo logístico (GLM). Os modelos foram ajustados no software
R. A taxa de ovulação foi de 84,8% (328/387) e foi afetada negativamente pelo DEL (p=0,05).
Não houve diferença na TC do grupo TE em relação a assincronia entre doadora e receptora e
qualidade e estágio do embrião. TC no dia 25, das vacas ovuladas foi 37,9% (74/195) para IA e
59,4% (79/133) para TE (p<0,01). Temperatura corporal no dia 7 influenciou negativamente
(p=0,02) a TC nos dois tratamentos. Para avaliação da P4, foram consideradas somente as vacas
com sincronismo zero (estro 72 h após PGF2α) em ambos os grupos, e a TC no dia 25 foi 37,5%
(39/104) no grupo IA e 63,2% (55/87; p<0,01) no grupo da TE. No grupo IA houve evidência do
efeito da P4 do dia 7 (p=0,03), T7 (p=0,09) e LM (p=0,04). No grupo TE não houve evidência do
efeito da P4, nem da LM, mas sim da T7 (p=0,08). A ME foi 10,8% (8/74) para IA e 21,5% (17/
79) para TE (p=0,06). Houve uma tendência de aumento da ME quando as temperaturas corporais
do dia 7 (p=0,10) foram maiores A TC no dia 39 das vacas ovuladas foi 39,0% (66/195) para IA
e 46,6% (62/133) para TE (p=0,02), superior, mesmo após a perda embrionária. Altas temperaturas
afetaram TC e ME, independente do tratamento. A produção de leite afetou a probabilidade de
concepção na IA, mas não na TE, ou seja, está influenciando negativamente antes do dia 7. Os
resultados obtidos confirmam a importância da P4 no desenvolvimento embrionário antes do dia
7, já que as vacas do grupo TE não foram influenciadas pela P4, provavelmente porque receberam
embrião desenvolvido em condições melhores. A transferência de embriões frescos deve ser
utilizada para evitar os efeitos negativos no desenvolvimento embrionário inicial, aumentando a
TC de vacas em lactação.
Palavras chave: transferência de embriões, inseminação artificial, concepção
s293
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
s294
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Resumos Incritos:
Melhor Trabalho na
Área Básica
s295
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
s296
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Melo, L.M.1; Teixeira, D.I.A.2; Havt, A.1; Cunha, R.M.S.3; Rádis-Baptista, G.1;
Freitas, V.J.F.2; Cavada, B.S.1
1
Laboratório de Moléculas Biologicamente Ativas (BiomolLab), Universidade Federal do
Ceará, 60.455-970, Fortaleza-CE, Brasil, 2 Laboratório de Fisiologia e Controle da
Reprodução (LFCR), Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza-CE, Brasil, 3 Núcleo de
Biotecnologia de Sobral (NUBIS), Universidade Vale do Acaraú, 62.041-040, Sobral-CE,
Brasil. vjff@uece.br
s297
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Saraiva, N.Z.1; Bueno da Silva, R.1; Oliveira Júnior, E.G.1; Perecin, F.1; Vantini, R.1;
Garcia, J.M.1
1
DMVPRA-FCAV-UNESP, Jaboticabal - SP, Brasil. naiaravet@hotmail.com
A produção in vitro (PIV) de embriões bovinos é um processo que envolve essencialmente três
etapas: maturação, fecundação e cultivo embrionário in vitro. A maturação nuclear do oócito não
é suficiente para resultar em subsequente desenvolvimento embrionário. Recentemente, tem-se
empregado agentes químicos que inibem a retomada da meiose, permitindo mais tempo de
maturação citoplasmática. O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos da demecolcina, agente
anti-mitótico desestruturador de microtúbulos, sobre o retardo na maturação nuclear e maturação
citoplasmática (avaliada pelo comportamento dos grânulos corticais - GC). Oócitos bovinos
foram maturados in vitro por até 24 horas em meio TCM 199 suplementado com 10% SFB,
1,0ìg/mL de FSH, 50ìg/mL de hCG, 1,0ìg/mL de estradiol, 0,20mM de piruvato, 83,4ìg/mL
de amicacina e demecolcina nas seguintes concentrações: 0 (controle, Grupo C); 0,0125 (Grupo
1); 0,025 (Grupo 2) e 0,05ìg/mL (Grupo 3). Amostras foram obtidas com 0, 8, 16 e 24 horas de
maturação e exposição à droga, sendo os oócitos desnudados em hialuronidase (2mg/mL), corados
com 10ìg/mL de Hoechst 33342 durante 10 minutos e FITC-LCA por 15 a 20 minutos e avaliados
quanto à progressão nuclear e migração de GC para a periferia. Foram avaliados 50-70 oócitos
por tratamento em cada momento, em três repetições, sendo os resultados submetidos à ANOVA
e teste de Tukey, no programa SAS v.8.2 (P=0,05). Enquanto o Grupo 1 seguiu o mesmo padrão
de progressão nuclear do Grupo C, com um aumento significativo (P<0,05) de oócitos em metáfase
II (MII) a partir de 16h (29%) e novo aumento com 24h (69,2%), o Grupo 2 sofreu influência da
demecolcina sobre o núcleo após 16h de exposição à droga, quando ainda 80,0% dos oócitos
apresentaram-se imaturos. Porém, com 24h ocorreu diminuição significativa, com 54,1% dos
oócitos bloqueados meioticamente. No Grupo 3, observamos que não houve progressão nuclear
no decorrer do tempo, não verificando-se diferença estatística quanto ao número de oócitos em
MII em todos os momentos avaliados, com médias de 98,9; 97,9; 88,7 e 55,6% de oócitos imaturos
após 0, 8, 16 e 24h de tratamento, respectivamente. Ao contrário do efeito inibitório sobre o
núcleo, a demecolcina não prejudicou a migração de GC para a periferia do oócito, observando-
se em todos os grupos expostos à demecolcina padrão de comportamento semelhante ao grupo
controle, sendo que obtivemos médias de 60,3; 66,8; 68,9 e 62,6% de oócitos com GC na periferia,
após 24h de exposição à droga, nos grupos C, 1, 2 e 3, respectivamente. Assim, concluímos que
os resultados obtidos neste trabalho estão de acordo com objetivos buscados quanto à sincronização
entre maturação nuclear e citoplasmática, sendo a concentração 0,05ìg/mL considerada a mais
efetiva no bloqueio meiótico de oócitos expostos à demecolcina. Mais estudos devem ser
concentrados nessa área, para se verificar a reversibilidade da ação desse agente e o
desenvolvimento embrionário após a sincronização entre maturação nuclear e citoplasmática.
Apoio financeiro: FAPESP
s298
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Silva, J.R.V.1; Santo, R.R.1; Rodrigues, A.P.R.1; Figueiredo, J.R.1; van den Hurk, R.2
1
Faculdade de Medicina Veterinária, PPGCV, Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, CE,
Brasil roberto_viana@yahoo.com; 2 Departamento de Saúde de Animais de Produção,
Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade de Utrecht, Utrecht, Holanda.
s299
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Biase, F.H.12; Merighe, G.K.F.1; Biase, W.K.F.S.1; Martelli, L.2; Meirelles, F.V.1
1
- Departamento de Ciências Básicas, FZEA – USP. 2- Departamento de Genética, FMRP –
USP. biase@genbov.fmrp.usp.br
RNAs mensageiros em oócitos são responsáveis pelo desenvolvimento embrionário até a ativação
do genoma. Neste trabalho testou-se hipótese de que a quantidade de mRNA no oócito está
associada ao potencial de desenvolvimento a blastocisto. Os objetivos foram: (i) estimar diferenças
quantitativas de mRNA polyA entre oócitos colhidos de COCs classificados morfologicamente
(grau A e B); (ii) estimar a diferença quantitativa de mRNA polyA entre oócitos de grau A antes
e após a MIV, (iii) estimar a variação quantitativa de mRNA polyA entre estágios de
desenvolvimento de embriões bovinos produzidos in vitro. Foi desenvolvido um procedimento
para estimar a diferença de mRNA polyA entre amostras, aplicado posteriormente a oócitos e
embriões individualmente. A técnica consistiu da amplificação de cDNA (acDNA) por PCR em
tempo real. Oócitos ou embriões foram congelados individualmente sem a zona pelucida em
solução PBS-PBP(0.1%)-inibidor de RNase(1U). O mRNA polyA foi transcrito reversamente
(RT) em protocolo padrão com a adição do oligo dGTP(12). A amplificação de cDNA (acDNA)
foi realizada por PCR contendo dGTP(12) e dTTP(12) como primers e SYBR Green I. O cDNA
equivalente a 0,5 oócito ou embrião foi utilizado para as reações de acDNA. O gene glyceraldehyde
3-phosphate dehydrogenase (GAPDH) foi amplificado a partir das amostras como controle da
integridade de RNA e qualidade da RT (equivalente a 0,1 oócito ou embrião). A quantificação
das diferenças de transcritos entre as amostras foi estimada pelo método delta Ct e para as análises
estatísticas foi aplicado o teste de rearranjo aleatório entre amostras, programa REST. Os oócitos
obtidos de COCs grau B apresentaram menor quantidade de mRNA polyA (0,214; P<0,01) e
GAPDH (0,156; P<0,01) quando comparados aos oócitos obtidos de COCs grau A (1 unidade
arbitrária de razão de expressão). Em contraste com os oócitos não maturados (1 unidade arbitrária
de razão de expressão), a quantidade de mRNA polyA foi menor após a MIV (0,693; P>0,05) e
variou após a FIV e o cultivo embrionário (24hpi, 0,107, P<0,05; 36hpi, 0,437, P<0,05; 48hpi,
0,110, P<0,05; 90hpi, 0,077, P<0,05; 160hpi, 0,084, P<0,05; 210hpi, 0,7, P<0,05). Em comparação
com os oócitos imaturos (1 unidade arbitrária de razão de expressão), os transcritos de GAPDH
reduziram a 0,01 (P<0,01) em oócitos após as MIV e tiveram pequena variação após a FIV e
cultivo embrionário (24hpi, 0,019, P<0,05; 36hpi, 0,019, P<0,05; 48hpi, 0,016, P<0,05; 90hpi,
0,010, P<0,05; 160hpi, 0,004, P<0,05; 210hpi, 0,095, P<0,05). Os resultados obtidos mostram
que a amplificação de cDNA em PCR em tempo real foi eficiente para estimar diferenças
quantitativas de mRNA polyA entre oócitos e embriões. Além disso, sugerem que existe uma
associação entre a quantidade de mRNA polyA em oócitos e a qualidade morfológica dos COCs.
Os valores de quantificação do mRNA polyA em embriões bovinos durante o cultivo embrionário
são consistentes com a hipótese de que a ativação do genoma inicia após o estádio de 2 células.
Apoio financeiro: CAPES,FAPESP
s300
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Ibiapina, B.T.1; Bisinotto, R.S.1; Pontes, E.O.1; Fedozzi, F.1; Bertan, C.M.1;
Bergamaschi, M.A.C.M.1; Binelli, M.1
1
CBRA-VRA-FMVZ-USP, 13635-900, Pirassununga,SP. ibiapinavra@yahoo.com.br
Apenas 50% das fêmeas bovinas fertilizadas levam a gestação a termo (Maurer e Chenault, J.
Anim. Sci. 56:1186). Durante o período correspondente à luteólise, a vaca deve ajustar sua
fisiologia impedindo a regressão do corpo lúteo (CL). O 17β-estradiol (E2) folicular modula a
produção de PGF2α e estimula a luteólise. A hipótese deste estudo foi que a remoção de folículos
durante a fase peri-luteólise retarda a ocorrência da luteólise em bovinos. Vacas Nelore (Bos
taurus indicus) ou mestiças, não-prenhes e não-lactantes tiveram as ovulações sincronizadas
com um implante de norgestomet associado a aplicações de benzoato de estradiol e d-cloprostenol
sódico. As vacas que ovularam de forma sincronizada (dia da ovulação=D1) foram divididas em
dois grupos. Do D13 ao D25, os animais do grupo aspiração (GA; n=12) tiveram os folículos
com diâmetro igual ou superior a 6mm aspirados diariamente via trans-vaginal e os animais do
grupo controle (GC; n=10) foram submetidos a aspirações “placebo”. A partir do D13 até o estro
subseqüente, todos os animais foram observados duas vezes ao dia para a detecção do
comportamento de cio e tiveram os diâmetros dos folículos ovarianos mensurados por
ultrassonografia. Concentrações plasmáticas de progesterona (P4) foram mensuradas do D13 ao
D31 ou estro. Variáveis discretas foram analisadas por ANOVA considerando o efeito de tratamento
como variável independente. O diâmetro diário médio do maior folículo foi menor (P<0,01)
para vacas do GA (0,68±0,02mm) comparado com as do GC (0,88±0,02mm). A duração da fase
luteínica foi similar entre vacas do GC e GA (19,9±0,4 vs. 19,5±0,3; P>0,1) enquanto a duração
do ciclo estral experimental foi maior para as vacas aspiradas (21,1±1,3 vs. 31,4±1,2 dias; P<0,01).
O dia em que ocorreu a concentração máxima (14,5±0,7 vs. 15±0,7) e a concentração máxima de
P4 (8,6±0,8 vs. 7,1±0,8ng/ml) foi similar entre os grupos (P>0,1). A somatória das concentrações
plasmáticas de P4 entre o dia 13 e o dia da luteólise foi similar para vacas dos GC e GA (41,4±5,1
vs. 29,7±4,8 ng/ml; P>0,1), mas foi maior para o grupo de vacas aspiradas entre o dia da luteólise
e o dia do cio (0,2±0,9 vs. 4,2±0,8ng/ml; P<0,01). Associadas aos locais de aspiração, observaram-
se em média 0,49±0,2 estruturas hiperecóicas nos ovários por vaca aspirada/dia entre a luteólise
e o cio. Em sumário, aspirações foliculares não alteraram as características da fase luteínica,
porém aumentaram a produção de P4 entre a luteólise e o cio. Especula-se que é necessária a
manutenção de diâmetros foliculares menores que 6mm (diâmetro do desvio em zebuínos) a fim
de que as concentrações de E2 sejam suficientemente baixas para não estimularem a luteólise.
Ainda, a presença de estruturas hiperecóicas pode estar associada à produção de P4 pós-luteólise
e à maior duração do ciclo estral para vacas aspiradas.
Agradecimentos: FAPESP, PCAPS, CNPq, Intervet, Centro Paulista de Desenvolvimento
Farmacotécnico.
s301
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Paula-Lopes, F.F.1; Boelhauve, M.2; Habermann, F.3; Sinowatz, F.3; Wolf, E.2
1
Departamento de Medicina Veterinária, UFRPE, Recife-PE, CEP 52171-900, Brasil.
2
Department of Molecular Animal Breeding and Biotechnology, LMU, D-85764
Oberschleißheim, Germany. 3Department of Veterinary Anatomy, Histology and Embryology,
LMU, D-80539 Munich, Germany. ffpaulalopes@yahoo.com
s302
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Biase, F.H.1,2; Biase, W.K.F.S.1; Merighe, G.K.F.1; Puga, R.2; Giuliatti, S.2; Martelli, L.2;
Meirelles, F.V.1
1
- Departamento de Ciências Básicas, FZEA – USP 2- Departamento de Genética, FMRP –
USP. biase@genbov.fmrp.usp.br
s303
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
DPA-FMVZ-UNESP, Botucatu-SP, 18.610-000, Brasil. vasconcelos@fca.unesp.br
Em estudo realizado com vacas Nelore em anestro, Sá Filho et al. (2006; Acta Scientiae
Veterinariae, in press) observaram freqüência de 79,2% de luteólise precoce (entre os dias 5 e 7
do ciclo estral) após a primeira ovulação pós-parto. No mesmo estudo, os autores verificaram
que tratamento com progesterona (P4) exógena por 6 dias prévios à ovulação mantém a duração
normal do corpo lúteo (CL). O objetivo deste experimento foi avaliar se o pré-tratamento com
P4 exógena por 3 dias apresenta a mesma efetividade que o pré-tratamento por 6 dias na prevenção
de ciclos curtos. Vacas Nelore em anestro (avaliadas por 2 exames ultra-sonográficos com intervalo
de 8 dias; n=109) foram aleatoriamente designadas a receber um dos 2 tratamentos: Grupo 3d
(n=54) - Dispositivo intravaginal de P4 (CIDR®, Pfizer Saúde Animal, Brasil) por 3 dias seguido
por remoção de bezerros (RB; 48 horas); Grupo 6d (n=55) - Dispositivo intravaginal de P4 por
6 dias seguido por RB. Ao final da RB (dia 0), todas as vacas receberam uma injeção i.m. de
100mcg de GnRH (Fertagyl®, Intervet, Brasil). A ovulação foi avaliada através de exames ultra-
sonográficos nos dias 0 e 2 e somente as vacas que ovularam foram utilizadas no estudo. Amostras
de sangue foram coletadas nos dias 0, 5, 7 e 9 para avaliação da duração do corpo lúteo, através
da dosagem de P4 sérica por radioimunoensaio. A porcentagem de vacas que ovularam e a
porcentagem de vacas que apresentaram ciclo curto foram analisadas por regressão logística e as
concentrações séricas de P4 foram analisadas pelo PROC MIXED. A taxa de ovulação foi menor
(P<0,001) no Grupo 3d (33,3%, 18/54) em relação ao Grupo 6d (65,5%; 36/55). A incidência de
ciclos curtos não diferiu (P>0,10) entre os grupos: 5,5% (1/18) para o Grupo 3d e 5,5% (2/36)
para o Grupo 6d. As concentrações séricas de P4 nos dias 0, 5, 7 e 9 não diferiram entre o Grupo
3d e o Grupo 6d (0,3±0,5 vs. 0,3±0,4; 1,8±0,5 vs. 2,1±0,4; 2,8±0,5 vs. 2,9±0,4; 3,4±0,5 vs.
3,6±0,4 ng/ml respectivamente; P>0,10). Em ambos os tratamentos, a P4 sérica elevou-se entre
os dias 0, 5, 7 e 9 (P<0,001), indicando desenvolvimento normal do CL neste período. Conclui-
se que o tratamento com P4 por 3 dias antes da indução da ovulação em vacas em anestro mantém
a duração normal do subseqüente corpo lúteo.
s304
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Resumos
Criopreservação
s305
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
s306
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Abreu, C.O.1; Martinez, A.C.1; Moraes, W.2; Carvalho, A.2; Juvenal, J.C.2; Corteze, A.A.3
1
DZO, UEM, campus avançado de Umuarama, estrada da Paca, s/n, Umuarama-PR, 87507-
190; 2CASIB, Foz do Iguaçu-PR; 3 UFPR, campus Palotina, Palotina-PR.
cassianabreu@ig.com.br
_______________________
1
Zoletil® 50 - Virbac Saúde Animal
2
Rompum® - Pfizer
3
Trolox ® - Sigma
4
TK 3000, Tetakon Ltda, Uberaba, MG
s307
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Almeida, J.L.1; Andrade, A. Jr.2; Zimmermann, M.F.1; Dode, M.A N.3; Neves, J.P.1
1
FAV, UnB, Brasília, DF, Brasil; 2 Oxyradical Research Group, Departamento de Biologia
Celular, UNB, Brasília, DF 70910-900, Brasil; 3 Cenargen – Embrapa, Brasília – DF;
jlalmeida@unb.br.
A baixa fertilidade é um dos fatores que restringe o uso da criopreservação de sêmen na espécie
eqüina. Durante o congelamento, os espermatozóides sofrem vários danos. Os espermatozóides
são suscetíveis ao estresse oxidativo. A reduzida fertilidade, muitas vezes, tem sido correlacionada
com a baixa capacidade antioxidante do sêmen e tal fato pode se dar devido à retirada do plasma
seminal durante o processo de criopreservação. O objetivo do presente estudo foi avaliar os
efeitos de diferentes concentrações de plasma seminal na proteção contra o estresse oxidativo e
danos na viabilidade da célula espermática. Foram utilizados 4 garanhões, sendo congeladas 4
partidas de cada animal. Após a colheita o plasma seminal foi retirado e os espermatozóides
ressuspendidos em diluente contendo diferentes concentrações de plasma 0% (T1), 5% (T2),
25% (T3) e 50% (T4). As análises realizadas pós-descongelação foram motilidade, vigor,
morfologia, integridade de membrana, integridade de acrossoma, integridade de DNA, peroxidação
lipídica e proteína carbonilada. A adição de plasma seminal não afetou (p>0,05) a morfologia e
a integridade de DNA. Espermatozóides congelados com 5% de plasma seminal (T2) foram
semelhantes ao controle (T1) em todas as variáveis estudadas (p>0,05), com exceção da
peroxidação lipídica, que foi maior (p<0,05) no tratamento sem plasma (T1). O T4 apresentou
menor (p<0,05) motilidade, vigor, percentagem de células com membrana íntegra e acrossoma
intacto. Efeitos do plasma seminal na proteção contra oxidação de proteínas não foram observados
(p>0,05). Em conclusão, o plasma seminal possui efeito antioxidante durante criopreservação,
entretanto esse efeito não protege a viabilidade das células espermáticas de outros danos
decorrentes da criopreservação, podendo, inclusive acentuar esses danos quando utilizado em
concentrações acima de 25%. Palavras chaves: criopreservação, eqüino, estresse oxidativo,
plasma seminal, viabilidade espermática.
s308
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Bunn, S.; Bertolini, M.; Cruz, F.B.; Martins, L.T.; Gaudêncio Neto, S.; Wentz, K.C.;
Paulini, F.; Munhoz, J.J.; Mezzalira, A.
s309
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Crespilho, A.M.1; Papa, F.O.2; Alberti, K.3; Siqueira Filho, E.R.4; Martins Jr., A.5;
Novaes, J.L.C.6
1,2,3,4
DRARV-FMVZ, Unesp Botucatu/SP; 5DCCRA –FMVA, Unesp Araçatuba/SP; 6 DM-IB,
Unesp Botucatu/SP. andremacc@yahoo.com.br
s310
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Departamento de Clínica, Cirurgia e Reprodução Animal, UNESP, 16050-680, Araçatuba-SP,
Brasil; 2Departamento de Reprodução Animal e Radiologia Veterinária, UNESP, 18618-000,
Botucatu-SP, Brasil. amartins@fmva.unesp.br
Esforços para produzir doses inseminantes com menor número de espermatozóides são de grande
interesse, principalmente em se tratando de touros de alto mérito genético. Este estudo foi delineado
para avaliar a influência de dois diluentes, contendo diferentes concentrações espermáticas, sobre
a qualidade do sêmen criopreservado. Todas as amostras seminais foram colhidas na Central
VR, a partir de seis touros da raça Nelore, em regime regular de coleta. Cinco ejaculados de cada
touro foram obtidos através de vagina artificial. O sêmen foi diluído com Tris-gema (constituído
de 2,42 g de Tris, 1,38 g de ácido cítrico, 1,0 g de frutose, 7 mL de glicerol, 20% de gema e
antibióticos, para 100 mL de solução) ou Botu-bov (Biotech Ltda, Botucatu, Brasil), designados
como TG e BT, respectivamente. Os ejaculados foram pesados e examinados antes de serem
divididos em três alíquotas, iguais, de acordo com os seguintes grupos de tratamento: TG-30
(controle), TG-20 e BT-20, correspondendo às concentrações espermáticas de 30 e 20 milhões
de espermatozóides, por palheta. A seguir, as amostras foram resfriadas a 4oC por 5 horas e,
então, congeladas em palhetas de 0,5 mL. Cinco amostras de cada touro, de cada colheita, foram
descongeladas em água a 40oC, por 20 s, e examinadas. Os parâmetros de motilidade espermática
pós-descongelação foram avaliados através de sistema de análise computadorizado (Hamilton
Thorne Research, Beverly, USA). Oito características espermáticas consideradas de interesse,
tais como: motilidade (M: %), motilidade progressiva (MP: %), velocidade curvilínea (VCL:
µm/s), velocidade em linha reta (VLR: µm/s), velocidade média de trajeto (VMT: µm/s),
retilinearidade (RET: %), linearidade (LIN: %) e amplitude de deslocamento lateral da cabeça
(ADLC: µm) foram determinadas. Sondas fluorescentes (6-diacetato de carboxifluoresceína e o
iodeto de propídeo) foram usadas para verificar a integridade de membrana. Espermatozóides
com fluorescência em vermelho foram considerados como tendo membranas danificadas, e os
em verde, como membranas intactas. Os dados foram analisados através de ANOVA e teste de
Tukey, com probabilidade de 5%. Maiores percentagens (P<0,05) de MP (60,3±10,7) e LIN
(69,8±6,7), bem como melhor ALDC (4,9±0,9 µm) foram obtidas para o diluente BT-20 do que
TG-30 (53,3±8,0, 61,9±5,5 e 5,9±0,8) e TG-20 (51,3±9,3, 60,1±5,9 e 6,3±1,2). Resultados
similares (%) foram encontrados entre os diluentes para M, RET e integridade de membrana,
com valores variando de 67,1±10,6 a 71,0±12,6, 82,4±4,7 a 88,0±5,4 e 46,1±10,2 a 51,7±11,5,
respectivamente. Contudo, VMT e VCL foram, significativamente, maiores (P<0,05) para os
diluentes TG-20 (122,3±12,8 e 177,8±26,4 µm/s, respectivamente) e TG-30 (114,7±13,6 e
166,3±19,5 µm/s) quando comparados ao BT-20 (105,4±11,9 e 142,5±19,1 µm/s), com VLR
sendo melhor para TG-20 (100,0±7,2 µm/s) do que TG-30 (97,0±8,1 µm/s) e BT-20 (93,0±10,5
µm/s), sem diferenças entre TG-30 e TG-20 ou TG-30 e BT-20. Com base nos resultados, outras
investigações são necessárias para elucidar esses achados. Assim, a capacidade fertilizante dos
espermatozóides, de amostras de TG-20 e BT-20, deve ser comparada em teste de fertilidade de
campo. (Autores agradecem à Central VR, Araçatuba-SP).
s311
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Laboratório de Biotecnologia da Reprodução, Centro de Ciências da Saúde, Universidade do
Vale do Itajaí, UNIVALI, Itajaí, SC, Brasil. frajblat@univali.br
s312
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Laboratório de Biotecnologia da Reprodução, Centro de Ciências da Saúde, Universidade do
Vale do Itajaí, UNIVALI, Itajaí, SC, Brasil. 2Laboratório de Reprodução Animal,
Universidade do Estado de Santa Catarina, UDESC, Lages, SC, Brasil. frajblat@univali.br
s313
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinária - UFMG/Belo Horizonte - MG, 2Cenatte
Embriões - Pedro Leopoldo – MG. fafavarago@terra.com.br
s314
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Franco, R.V.R.1; Oliveira, K.M.1,2; Reis, F.A.C.1; Nishikawa, M.F.A.1; Braga, M.Q.1;
Rodrigues, L.F.1; Galeli, G.1; Moura, E.P.1; Tavares, M.3
1
Goyaike Brasil Agropecuária Ltda – Laboratório de Sêmen Sexado – Uberaba-MG- Brasil; 2
Pós-Graduanda –Pós Graduação Ciências Veterinárias – FAMEV/ UFU; 3 Faculdade de
Matemética – FAMAT/ UFU; rfranco@goyaike.com ; kmello@goyaike.com
s315
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Rovay, H.1; Torres, C.A.A.1; Furst, R.1; Palhão, M.P.1; Araújo, R.R.1; Bispo, C.A.S.1;
Rodrigues, A.L.2; Zambrini, F.N.2
1
DZO- UFV, Av. P.H. Rolfs s/n, Cep 36570000, Viçosa-MG, Brasil; 2 DVT- UFV, Av. P.H.
Rolfs s/n, Cep 36570000, Viçosa-MG, Brasil. hrovay@yahoo.com.br
Baixas temperaturas afetam a estrutura física e os processos biofísicos dos organismos vivos de
uma maneira ampla e complexa. Durante o resfriamento alguns lipídios da membrana plasmática
dos espermatozóides sofrem alterações estruturais devido à redução da temperatura. Uma taxa
de resfriamento adequada é necessária para prevenir danos estruturais, bioquímicos e biofísicos
da membrana, devido ao choque térmico. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito de diferentes
taxas de resfriamento (de 24 a 5°C) sobre as características de motilidade de espermatozóides
caprinos criopreservados. Um total de 20 ejaculados, de animais da raça Saanen (n=2) e Alpina
(n=2) foram congelados utilizando-se um meio a base de Leite Desnatado (LD), acrescido de 5%
de glicerol. Alíquotas do sêmen diluído foram então resfriadas a uma taxa linear (-0,5°C/minuto)
ou não linear (queda média = -0,5°C/minuto (FURST, R., Dissertação de Mestrado, Universidade
Federal de Viçosa, 2002)), antes de serem congeladas em nitrogênio liquido. O sêmen foi avaliado
quanto a sua motilidade total, vigor, resposta ao teste hiposmótico (HOST), a coloração supra-
vital e ao teste de termo-resistência (TTR), antes e após o congelamento. Não houve diferença
(P>0,05) entre os animais e as raças na avaliação das características físicas (volume, concentração,
vigor, motilidade total e progressiva) e morfológicas do sêmen fresco. A taxa de resfriamento
não linear resultou em uma maior (P<0,05) motilidade total (46 x 38%) e porcentagem de células
vivas (42 x 31%) após o descongelamento. Não houve diferença (P>0,05) no vigor e HOST
entre os tratamentos. A motilidade total avaliada pelo TTR no tempo 0 e 30 minutos após o
descongelamento foi maior (P<0,05) para a curva não linear, mas não apresentou diferença
(P>0,05) entre as curvas nos tempo de 1 e 2 horas após o descongelamento. As características
morfológicas não diferiram (P>0,05) entre as taxas de resfriamento do sêmen descongelado. Em
conclusão, o uso de uma curva de resfriamento não linear, durante a zona de temperatura do
choque térmico (entre 18 a 6°C) melhora a criopreservação do sêmen caprino.
s316
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Curcio, B.R.1; Boff, A.L.N.1; Lins, L.2; Leite, D.S.P.2; Barros, S.S.3;
Nogueira, C.E.W.2; Deschamps, J.C.1
1
Centro de Biotecnologia/UFPel; 2 Dep. Clínicas Veterinárias/FV/UFPel, 3Dep. Patologia
Veterinária/FV/UFPel - Campus Universitário s/n°-Caixa Postal 354 CEP 96010-900, Pelotas/
RS. enderlebr@terra.com.br
O objetivo do presente estudo foi identificar lesões ultra-estruturais, em oócitos eqüinos imaturos,
após vitrificação em solução contendo copolímero PVA (SuperCool X-1000TM; 21st Century
Medicine). Oócitos provenientes de abatedouro (n=10) foram expostos durante 3 min a VS1
(1,4M DMSO +1,8M EG+1% Copolímero PVA), 1 min a VS2 (2,8M DMSO+3,6M EG+0,6M
Sacarose+1% Copolímero PVA) e vitrificados pelo método open-pulled-straws(OPS). O
reaquecimento foi realizado pela passagem dos oócitos em soluções com concentração decrescente
de sacarose. Um grupo de oócitos foi fixado imediatamente após a coleta, sendo utilizado como
controle (n=10). Após o reaquecimento, os oócitos foram mantidos durante 1 a 2 h em estufa à
38,5°C, sob atmosfera com 5% CO2, para estabilização das estruturas. Subseqüente, os oócitos
foram fixados em glutaraldeido e paraformaldeído a 2%. Sofreram fixação ósmica, foram
desidratados em concentrações crescentes de etanol e incluídos em blocos de resina. Os blocos
foram cortados com espessura de 50-70 nm, coletados em grades de cobre de 200 mesh e
contrastados por acetato de uranila e citrato de chumbo. Esses cortes foram observados e
fotografados em microscópio eletrônico de transmissão (Zeiss-EM109). Os oócitos foram
classificados, de acordo com o grau de lesões encontradas após vitrificação, em três grupos: I)
Ótimo estado de conservação (n=3) ; II) Lesões intermediárias (n=2) e III) Lesões evidentes,
incompatíveis com a sobrevivência do oócito (n=5). Dois oócitos do grupo controle foram
classificados no grupo III, demonstrando sinais de degeneração. O restante não apresentou lesões
(n=8). Os oócitos classificados no grupo II apresentaram organelas íntegras. Porém, demonstraram
redução das microvilosidades na membrana plasmática e descontinuidade nas junções tipo
desmossomo, quando comparados aos oócitos do grupo I. No grupo III observou-se vesículas
coalescentes, que em alguns oócitos predominavam no ooplasma. A membrana plasmática
apresentou-se irregular e com ausência de microvilosidades. As organelas estavam degeneradas,
com exceção das gotas lipídicas e grânulos corticais. Em alguns oócitos observou-se extrusão
dos grânulos corticais para o espaço perivitelínico. As mitocôndrias não foram identificadas em
algumas células, e quando encontradas, apresentaram dilatação acentuada e perda da densidade
da matriz. As lesões encontradas de dilatação de mitocôndrias, presença de grandes vesículas
coalescentes e perda da continuidade das junções de comunicação são compatíveis com alterações
osmóticas. Essas são provocadas pela alta concentração de crioprotetores utilizada nas soluções
de vitrificação. Lesões ultra-estruturais similares foram descritas por Hochi (Cryobiology, 33,
300-310), porém esse autor encontrou lesões em 90% dos oócitos submetidos ao processo de
vitrificação. Conclui-se que oócitos eqüinos imaturos podem ser vitrificados com adição de
copolímero PVA. Contudo 70% das células apresentaram lesões de origem osmótica e citotóxicas,
proveniente da exposição às soluções crioprotetoras
s317
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Villaverde, A.I.S.B.1; Melo, C.M.1; Taconeli, C.A.2; Papa, F.O.1; Lopes, M.D.1
1
Depto de Reprodução Animal e Radiologia Veterinária-FMVZ-UNESP, 18618-000,
Botucatu-SP, Brasil, 2 Depto de Bioestatística-IB-UNESP, Botucatu-SP, Brasil.
anavillaverde@fmvz.unesp.br
s318
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Sete amostras de sêmen, colhidas com a utilização de vagina artificial, foram submetidas a
criopreservação, com o objetivo de verificar a influência do período de estabilização (PE) sobre
a congelabilidade do sêmen caprino. O PE foi considerado o tempo total em que os
espermatozóides foram mantidos em contato com o glicerol e com os demais componentes do
diluidor, previamente a congelação. Logo depois da colheita e avaliação, o sêmen foi diluído e
envasado em palhetas de 0,25mL, com dose inseminante de 100 x 106 espermatozóides. Essas
foram encaminhadas para o resfriamento, com uma curva média de resfriamento de - 1,07oC/
min, até atingirem a temperatura de 5oC (30min de período de resfriamento). Depois desse período
as amostras foram mantidas a temperatura de 5oC até completarem 1, 2, 3 e 4h de tempo de
estabilização total, respectivamente G1, G2, G3 e G4. Posteriormente, congeladas em vapor de
nitrogênio líquido. A descongelação foi realizada em banho-maria à 37oC por 30s. As amostras
de sêmen também foram submetidas ao teste de termoresistência pós-descongelação, para a
espécie caprina. Para a análise estatística das características avaliadas, foi empregado o pacote
estatístico Statistical Analysis System (SAS), versão 5.0 (1996) (Procedimentos MEANS e GLM
com P<0,05). As médias obtidas para motilidade total e progressiva (%) à descongelação, para o
sêmen a fresco e para os grupos G1, G2, G3, G4 foram respectivamente, 62,8 e 57,8; 34,2 e 30,0;
43,5 e 38,5; 41,4 e 37,1; 45,0 e 40,7. Em relação a motilidade total os grupos G2, G3 e G4 foram
semelhantes entre si (P>0,05). O grupo G1 obteve o menor percentual de espermatozóides com
motilidade progressiva após a descongelação. Entretanto, esse valor não diferiu estatisticamente
em relação ao grupo G3. Após o teste de termoresistência, não foi verificada diferença significativa,
entre os diferentes grupos, para os parâmetros de motilidade total, progressiva e vigor espermático.
Os grupos G1 e G2 apresentaram menores índices (P<0,05) de defeitos maiores (14,1 x 11,4)
quando comparados aos grupos G3 e G4 (25,5 x 27,8). Para o grupo G2 (8,42), também foi
observado um menor percentual de espermatozóides com lesão de acrossoma, em relação aos
grupos G3 (20,4) e G4 (24,7). Os resultados obtidos permitem concluir que, através dos parâmetros
espermáticos estudados, o período de estabilização de 2h (G2) foi o protocolo que obteve os
melhores índices de viabilidade espermática após o processo de congelação-descongelação, quando
comparado com os demais protocolos estudados.
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Dez amostras de sêmen de dois caprinos adultos, colhidas com a utilização de vagina artificial,
foram submetidas a criopreservação com o objetivo de verificar a influência da taxa de resfriamento
e do período de equilíbrio, sobre a congelabilidade do sêmen caprino. Para tanto, o sêmen colhido
foi avaliado, diluído em meio à base de Tris-gema-Equex STM e envasado em palhetas de 0,25mL,
com dose inseminante de 100 x 106 espermatozóides. Posteriormente, as amostras de sêmen
foram distribuídas nos diferentes protocolos de resfriamento. Os grupos CL1 e CL2 foram
resfriados a uma taxa de -0,46oC/min e os grupos CR1 e CR2 foram submetidos a uma curva
mais rápida de resfriamento de -1,07°C/min, até atingirem a temperatura de 5°C. Depois desse
período, as amostras foram mantidas a temperatura de 5oC até completarem 1h de tempo de
equilíbrio total (grupos CL1 e CR1) ou 2h de tempo de equilíbrio (CL2 e CR2). Com o fim dos
respectivos protocolos, foi efetuado o processo de congelação em vapor de nitrogênio líquido. A
descongelação foi realizada em banho-maria à 37oC por 30s. As amostras de sêmen também
foram submetidas ao teste de termoresistência pós-descongelação, para a espécie caprina. Para a
análise estatística das características avaliadas, foi empregado o pacote estatístico Statistical
Analysis System (SAS), versão 5.0 (1996) (Procedimento MEANS e GLM com P<0,05). As
médias obtidas para motilidade total e progressiva (%) à descongelação foram 72,0 e 66,5 (sêmen
a fresco); 47,0 e 42,0 (CL1); 51,5 e 46,5 (CL2); 41,5 e 36,5 (CR1); 52,5 e 47,5 (CR2). Não foi
verificada diferença (P>0,05) nos parâmetros espermáticos de motilidade total e progressiva, vigor,
defeitos espermáticos e lesão de acrossoma, entre os diferentes grupos experimentais (CL1, CL2,
CR1 e CR2), tanto após a descongelação como depois do teste de termoresistência. Os resultados
obtidos permitem concluir que, não foi possível verificar a influência da taxa de resfriamento
nem do período de equilíbrio, sobre a viabilidade do sêmen congelado da espécie caprina.
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Nove amostras de sêmen de dois caprinos adultos, colhidas com a utilização de vagina artificial,
foram submetidas a criopreservação, com o objetivo de verificar a eficácia do Equex STM Paste
(0,5%) (Nova Chemical Sales, Scituate Inc., MA, USA) e do EDTA (0,1%) (Vetec Ltda, RJ,
Brasil), adicionados a um diluidor a base de Tris-gema de ovo-glicerol, sobre a viabilidade
espermática pós-descongelação. Também foi objetivo desse trabalho, avaliar a utilização de um
diluidor comercial, a base de lecitina de soja (Bioexcell® - IMV, L’Aigle, França), para a congelação
do sêmen caprino. Assim, foram formados cinco grupos experimentais: TRIS; TRIS+EDTA;
TRIS+EQUEX; TRIS+EQUEX+EDTA e Bioexcell®. Logo depois da avaliação, o sêmen foi
diluído nos diferentes meios e envasado em palhetas de 0,25mL, com dose inseminante de 100 x
106 espermatozóides. Então, as amostras foram submetidas ao resfriamento, com uma curva
média de -0,46°C/min, até atingirem a temperatura de 5°C, mantidas por mais 75min em tempo
de equilíbrio e, posteriormente, congeladas em nitrogênio líquido. A descongelação foi realizada
em banho-maria à 37oC por 30s. As amostras de sêmen também foram submetidas ao teste de
termoresistência pós-descongelação (TTR), para a espécie caprina. Para a análise estatística das
características avaliadas, foi empregado o pacote estatístico Statistical Analysis System (SAS),
versão 5.0 (1996) (Procedimento MEANS e GLM com P<0,05). As médias obtidas para motilidade
total e progressiva (%) à descongelação, para o sêmen fresco e para os grupos TRIS; TRIS+EDTA;
TRIS+EQUEX; TRIS+EQUEX+EDTA e Bioexcell® foram respectivamente, 61,0 e 55,5; 38,7 e
34,3; 35,7 e 30,7; 44,3 e 39,3; 43,7 e 39,3 e 27,14 e 21,42 Não houve diferença (P>0,05) entre as
médias de motilidade total e progressiva, em relação aos grupos TRIS, TRIS+EQUEX e
TRIS+EQUEX+EDTA. O grupo Bioexcell ® obteve o menor (P<0,05) percentual de
espermatozóides com motilidade total e progressiva após a descongelação. Após o TTR, as
melhores (P<0,05) taxas de motilidade total e progressiva foram observadas para os grupos com
Equex STM (TRIS+EQUEX e TRIS+EQUEX+EDTA). E novamente, os piores (P<0,05) índices
de motilidade espermática foram verificados com o diluidor Bioexcell®. A adição do Equex
STM Paste promoveu um aumento nas taxas de viabilidade espermática após a descongelação,
quando comparado com os diluidores que não o continham.
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Bunn, S.; Bertolini, M.; Cruz, F.B.; Vieira, A.D.; Pedrazzi, C.; Cesaro, M.P.;
Ortigari, I.; Ribeiro, E.S.; Mezzalira, J.C.; Mezzalira, A.
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
DRARV-FMVZ-UNESP, 18618-000, Botucatu-SP, Brasil. karinaalberti04@yahoo.com.br
2
DCCRA-FOA-UNESP, 16015-050, Araçatuba-SP, Brasil.
s323
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
MPVCV- FV - UFF, 24230-340, Niterói – RJ, Brasil. marcorocha@vm.uff.br
O presente estudo teve como objetivo determinar os efeitos de dois diferentes meios diluidores,
Meio Mínima Contaminação (MMC) (KENNEY et al.,1975) e meio Lactose - gema de ovo
modificado (SILVA FILHO, 1987), e de dois sistemas de refrigeração Equitainer® II e caixa
isotérmica após 24 horas de refrigeração, sobre as características seminais de cães. Foram utilizados
15 ejaculados de cinco cães (três de cada) obtidos através de manipulação digital, que foram
avaliados quanto ao volume, cor, concentração, motilidade progressiva, vigor espermático,
patologia espermática, porcentagem de espermatozóides vivos e com membrana plasmática íntegra
(Teste hiposmótico). As amostras foram diluídas na proporção de 1:3 (sêmen:diluidor) e a seguir
foram armazenadas nos dois sistemas de transporte sendo então analisadas após 12 e 24 horas de
refrigeração. Os resultados obtidos mostram que não houve diferença significativa da motilidade
progressiva, vigor espermático, porcentagem de espermatozóides vivos e patologia espermática
entre o sêmen fresco e o refrigerado em lactose gema após 12 horas de armazenamento em
ambos sistemas de refrigeração, já as amostras refrigeradas com o diluidor (MMC) apresentaram
valores significativamente inferiores ao sêmen fresco para todos parâmetros avaliados (p<0,05).
Após 24 horas de armazenamento, houve um declínio significativo (p<0,05) de todas as
características seminais estudadas em ambos os sitemas. As porcentagens de espermatozóides
com membrana plasmática íntegra foram significativamente inferiores (p<0,05) em relação aos
meios e momentos estudados em ambos sistemas de refrigeração. Não houve diferença
significativa de nenhuma das características seminais entre os dois sistemas de refrigeração.
Conclui-se, que o meio Lactose gema é superior ao MMC na manutenção da maioria dos
parâmetros do sêmen após 12 horas de refrigeração e que tanto o transporte refrigerado a 15oC
como a 5oC demonstraram-se similares na viabilidade do sêmen de cães por 24 horas.
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Resumos
Fisiologia/Endocrinologia
da Fêmea
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Maziero, R.R.D.1; Martin, I.1; Mattos, M.C.C.1; Teixeira, L.B.C.2; Oba, E.1; Ferreira, J.C.P.1
1
Departamento de Reprodução Animal e Radiologia Veterinária – 2 Departamento de Clínica
Veterinária – FMVZ – UNESP/Botucatu – Distrito de Rubião Jr.– CEP 18618-000 – Brazil.
jcferreira@fmvz.unesp.br
1
Departamento de Reprodução Animal e Radiologia Veterinária – 2 Departamento de Clínica
Veterinária – 3 Departamento de Produção Animal – FMVZ – UNESP/Botucatu – Distrito de
Rubião Jr.– CEP 18618-000 – Brazil. jcferreira@fmvz.unesp.br
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Martin, I.1; Costa, I.B. 1; Machado, M.F.1; Castilho, A.C.S.2; Vetoratto, L.F.1;
Buratini Jr., J.2; Oba, E.1; Ferreira, J.C.P.1
1
Departamento de Reprodução Animal e Radiologia Veterinária – FMVZ. 2 Departamento de
Fisiologia – IB– Unesp/Botucatu –Distrito de Rubião Jr. s/n – Cep 18618-000 – Brazil.
jcferreira@fmvz.unesp.br
No útero bovino, o número de receptores para ocitocina aumenta entre os dias 17 e 18 do ciclo
estral e encontra níveis máximos ao redor do estro (MEYER et al., Acta Endocrinology, v.118,
p.96-104, 1988). Outros autores (ROBINSON et al., Reproduction, v.122, p.965-79, 2001)
demonstraram que o RNAm para receptor de ocitocina diminui após o estro, voltando-se a se
elevar entre os dias 16 e 17 alcançando as condições observadas durante o estro ao redor do dia
21 do ciclo estral. Portanto, o objetivo do presente estudo foi investigar o padrão de expressão
gênica do receptor de ocitocina pela técnica de RT-PCR no endométrio de vacas Nelore (Bos
taurus indicus) durante o ciclo estral. Foram colhidos fragmentos endometriais do corno uterino
contralateral ao corpo lúteo de 16 fêmeas nos dias zero (ovulação), cinco, nove, treze e dezenove
do ciclo estral. Os fragmentos foram lavados em solução fisiológica, acondicionados em criotubos,
congelados em nitrogênio líquido e, posteriormente, mantidos em freezer a -80oC até o momento
da extração de RNA. Fragmentos endometriais de aproximadamente 50 mg foram imersos em 1
mL de Trizol (Invitrogen®- USA), triturados em homogeinizador de tecidos (Polytron UltraTurrax
T-25 - USA) e submetidos à extração de RNA total de acordo com o protocolo Trizol (Invitrogen®-
USA). A expressão do receptor de ocitocina foi examinada por RT-PCR semiquantitativo com
oligonucleotídeos iniciadores espécie-específicos. O RT-PCR semiquantitativo foi validado pela
escolha de números de ciclos de PCR e quantidade de RNA dentro da fase linear da curva de
amplificação. A intensidade das bandas foi analisada por densitometria computadorizada. A
amplificação do RNAm da enzima GAPDH foi usada como controle interno no PCR e os dados
foram submetidos à ANOVA seguido pela comparação das médias pelo teste de Tukey-Kramer
HSD. A expressão do receptor de ocitocina foi detectada em todos os momentos do ciclo estral
avaliados, e se modificou ao longo deste (p < 0,01). A expressão foi maior no dia zero em
comparação aos demais dias avaliados (p d” 0,01), e semelhante entre os dias cinco, nove, treze
e dezenove do ciclo estral (p > 0,05). Os valores médios e erro padrão (Receptor de ocitocina/
GAPDH ± EPM) para a expressão gênica do receptor de ocitocina foram 598,12 ± 99,00 (n=7),
181,96 ± 87,43 (n=6), 172,56 ± 42,57 (n=7), 73,50 ± 20,01 (n=7), 145,98 ± 31,04 (n=5) para os
dias 0, 5, 9, 13 e 19, respectivamente. Em conclusão, os dados sugerem que a expressão gênica
dos receptores de ocitocina é regulada durante o ciclo estral em Nelore atingindo valores máximos
no estro.
Apoio Financeiro: FAPESP e FUNDUNESP
s329
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
APTA – Pólo Regional de Votuporanga, CxP: 61,15100-000, Votuporanga-SP, Brasil,
2
DAPSA, UNESP, Araçatuba-SP, Brasil. danieljco@aptaregional.sp.gov.br
Melhorias genéticas visando uma redução da idade à puberdade contribuem para um aumento na
vida reprodutiva do animal e conseqüentemente um maior número de bezerros produzidos, com
benefícios para toda a cadeia produtiva. Na fase que antecede a puberdade o aumento na secreção
de GnRH desencadeia um novo aumento na liberação de LH e FSH, restabelecendo a atividade
gonadal e dando início ao período de maturação sexual. Este aumento na secreção de GnRH
pode estar relacionado a liberação de neurotransmissores, regulando a secreção de gonadotrofinas.
Em nossa hipótese avaliamos a participação do clonidine (estimulador alfa adrenérgico, 10μg/
kg/PV/iv) na secreção de LH, na presença ou não de esteróides gonadais. O experimento utilizou
novilhas da raça Nelore dividida em dois grupos com cinco animais cada: novilhas intactas e
novilhas ovariectomizadas. Amostras de sangue foram colhidas a cada 15 minutos por 4 horas
aos 8, 12 e 15 meses de idade. A concentração plasmática de LH foi quantificada por RIA, com
sensibilidade de 0,05 ng/ml e CV de 19% . As médias dentro de cada tratamento foram submetidas
à análise de variância, sendo comparadas através do teste de Duncan para medidas repetidas ao
nível de 5% de significância, empregando-se o programa SAS (Statistical Analysis System). A
concentração de LH do período pré-tratamento foi comparada ao pós utilizando o teste t de
Student para amostras pareadas (GraphPad Instat 3.00 for Windows 95, GraphPad Software, San
Diego, Califórnia, USA). Nas novilhas inteiras, embora a média da concentração plasmática de
LH tenha aumentado com a idade não houve diferença (p≥0,05) quando o período pré (0,36±0,05;
0,68±0,14; 0,62±0,24 ng/ml) foi comparado ao pós (0,40±0,10; 0,38±0,04; 0,34±0,04 ng/ml)
administração do clonidine, respectivamente, aos 8, 12 e 15 meses de idade. Nas novilhas
ovariectomizadas a concentração de LH foi menor (p≤0,05) no período pós (0,94±0,10; 1,02±0,08
ng/ml) quando comparado ao pré (1,68±0,12; 2,40±0,17 ng/ml) tratamento com clonidine,
respectivamente aos 12 e 15 meses de idade. O estímulo em receptores alfa adrenérgicos diminuiu
a secreção de LH nas novilhas ovariectomizadas aos 12 e 15 meses de idade. A administração do
clonidine nas novilhas inteiras não diminuiu a concentração de LH. O presente experimento
comprova a capacidade das vias adrenérgicas modularem a neurotransmissão envolvida na
secreção de GnRH.
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Salmazo, R.1; Santos, G.M.G.1; Mizubuti, I.Y.2; Moreira, F.B.2; Ribeiro, E.L.A.2;
Rocha, M.A.2; Costa, M.C.1; Silva, K.C.F.1; Schroeder, R.V.1; Rigo, A.G.1; Seneda, M.M.1
1
DCV-CCA-UEL, Londrina-PR, Brasil, 86051-890, gugamgs@hotmail.com; 2 DZ-CCA-UEL,
Caixa Postal 6001, 86051-890, Londrina-PR, Brasil.
Este experimento teve como objetivo avaliar o efeito de diferentes níveis de suplementação nos
períodos pré e pós-parto, sobre o desempenho reprodutivo em 27 vacas leiteiras mestiças. Foram
utilizados diferentes níveis de suplementação de concentrado (em base seca) compreendendo os
seguintes tratamentos nos períodos pré-parto (PRE) e pós-parto (POS): PRE1= 0% do PV; PRE2=
0,5% do PV; PRE3= 1,0% do PV; POS1= 1kg para cada 2,5 kg de leite produzido; POS2= 1kg
para cada 2,0kg de leite produzido e POS3= 1kg para cada 1,5kg de leite produzido. Os animais
submeteram-se à avaliação ultra-sonográfica e de escore corporal a cada 7 dias. Dos animais
avaliados, quatro apresentaram cisto ovariano, dois morte embrionária precoce e seis apresentaram
infecção uterina. A média de intervalo entre parto - primeiro cio foi de 53,13 dias, variando de 19
a 105 dias. No período avaliado, 20 animais apresentaram cio e 13 animais conceberam. Com o
aumento do nível de suplementação pós-parto, aumentou-se a quantidade de animais que entraram
no cio nos 120 dias de avaliação, sendo de 2, 4 e 7 animais para os tratamentos 1, 2 e 3,
respectivamente. Com relação à concepção, o único tratamento em que todos os animais
conceberam, foi o tratamento PRE3 e POS3. Observou-se também maior número de concepções
entre os animais que receberam tratamento 2 e 3, tanto no pré (3 e 7 concepções, respectivamente)
quanto no pós-parto (4 e 7 concepções, respectivamente), em relação aos que receberam o
tratamento 1 (3 e 2 concepções, respectivamente no pré e pós-parto). A dispersão dos dados na
análise de regressão para início de atividade folicular (IAF) e início de crescimento folicular
(ICF) demonstrou que a melhora nos tratamentos pré e pós-parto provocou diminuição linear do
número de semanas para essas variáveis. Houve correlação negativa entre os parâmetros de
início de atividade folicular (-0,34) e crescimento folicular (-0,31) e escore corporal ao parto.
Pode-se observar, portanto, que um maior escore corporal ao parto está correlacionado a um
menor tempo para início do desenvolvimento ovariano. Pode-se concluir que a melhora no nível
de suplementação, tanto no pré quanto no pós-parto, aumenta a quantidade de animais que
manifestam cio e concebem nos primeiros 120 dias pós-parto, assim como na manutenção da
gestação. Ocorre diminuição linear no tempo para início de atividade folicular (IAF) e início de
crescimento folicular (ICF) à medida que se aumenta o nível de suplementação no pré e pós-
parto, sendo que esses parâmetros estão correlacionados também com o escore corporal ao parto.
Palavras-chave: concentrado, pré-parto, pós-parto.
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Veiga, G.A.L.1; Milazzotto, M.P.1; Gonçalves, J.S.A.1; Lúcio, C.F.1; Silva, L.C.G.1;
Visintin, J.A.1; Vannucchi, C.I.1
Departamento de Reprodução Animal - FMVZ / USP, São Paulo – SP, 05508-000, Brasil.
gigveiga@usp.br
s332
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, UFMS, Campo Grande-MS.; 2Departamento
de Reprodução Animal, FMVZ/USP, São Paulo-SP; 3FIRMASA Tecnologia para Pecuária,
Campo Grande, MS. lfcrezende@yahoo.com.br
s333
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, UFMS, Campo Grande-MS; 2Departamento de
Reprodução Animal, FMVZ/USP, São Paulo-SP; 3FIRMASA Tecnologia para Pecuária,
Campo Grande, MS. lfcrezende@yahoo.com.br
Já foi demonstrado que o tratamento para indução de parto com a combinação de Dexametazona
e Prostaglandina embora eficiente, apresenta elevado índice de retenção de placenta (RP). Estudos
relatam que o Acetonido de Triancinolona (TRI) administrado sete dias antes da indução pode
diminuir a ocorrência de RP. O objetivo do presente trabalho foi avaliar o efeito de diferentes
dosagens de TRI como pré-tratamento para a indução, bem como o momento da administração
da TRI com relação à idade da gestação, sobre a incidência de retenção de placenta.em receptoras
de embrião bovino induzidos a parir com a combinação de Dexametasona e Prostaglandina.
Foram utilizadas 193 novilhas Bos taurus x Bos indicus, gestantes de embrião Nelore obtidos
por Produção in vitro. Em esquema fatorial 2x2 (doses TRI vs momentos pré-indução) os animais
foram divididos nos seguintes tratamentos T1 – 1 mg / 60 kg PV de TRI aos 280 dias; T2 – 1 mg
/ 100 kg PV de TRI aos 280 dias; T3 – 1 mg / 60 kg PV de TRI aos 285 dias; T4 – 1 mg / 100 kg
PV de TRI aos 285 dias, homogeneizados de acordo com acasalamento e sexo fetal. Os animais
receberam, sete dias após o pré-tratamento com TRI, a administração de 30 mg de Dexametasona
(Azium®, Schering-Plough) e 150 μg de D-Cloprostenol sódico (Preloban®, Intervet), para a
indução do parto. Os tratamentos de indução de parto foram considerados eficientes quando os
nascimentos ocorreram entre 24 e 72 horas após a indução. Foi considerada retenção de placenta
quando esta foi eliminada com intervalo >24 horas pós-parto. Os dados foram analisados pelo
teste de Qui-quadrado, em nível de significância de 5%. Não houve interação entre tratamentos.
Os resultados de retenção de placenta foram 8,16% (4/49), 11,76% (6/51), 11,11% (5/45) e
10,42% (5/48) para T1, T2, T3 e T4, respectivamente. Os resultados indicam que os pré-
tratamentos com TRI nas diferentes doses e momentos não diferiram entre si. Observou-se taxas
de retenção de placenta inferiores aos descritos na literatura, logo o Pré-tratamento com TRI
mostrou ser eficiente para este efeito colateral.
s334
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Lima, M.C.1; Freire, A.F.2; Fedozzi, F.2; Pimentel, J.R.V.2; Hucke, E.E.T.S.3; Arruda, R.P.2;
Assumpção, M.E.O.A.2; Miglino, M.A.1; Binelli, M.2
1
Setor de Anatomia-VCI-FMVZ-USP, 05508-900, São Paulo,SP; 2CBRA-VRA-FMVZ-USP,
13635-900, Pirassununga, SP; 3Laboratório de Fisiologia e Farmacologia – FMV-UNIFEOB,
13874-148, São João da Boa Vista, SP. binelli@usp.br
s335
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Freire, A.F.1; Lima, M.C.2; Fedozzi, F.1; Pimentel, J.R.V.1; Hucke, E.E.T.S.3; Arruda, R.P.1;
Assumpção, M.E.O.A.1; Miglino, M.A.2; Binelli, M.1
1
CBRA-VRA-FMVZ-USP, 13635-900, Pirassununga, SP; 2Setor de Anatomia-VCI-FMVZ-
USP, 05508-900, São Paulo,SP; 3Laboratório de Fisiologia e Farmacologia – FMV-UNIFEOB,
13874-148, São João da Boa Vista, SP. binelli@usp.br
s336
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Marques V.B.1; Bertan C.M.2; Pontes E.O.2; Miguez P.H.P.2; da Cunha P.M.2; Lima M.C.1;
Bressan, F.F.3; Miranda, M.S.3; Meirelles, F.V.3; Papa, P.C.1; Miglino M.A.1; Binelli M.2
1
Setor de Anatomia-VCI-FMVZ-USP, 05508-000, São Paulo-SP; 2CBRA-VRA-FMVZ-USP, 13635-
900, Pirassununga, SP; 3ZAB-FZEA-USP; 13635-900, Pirassununga, SP binelli@usp.br
s337
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Alves, A.E.1; Perini, A.P.1; Covizzi, G.J.1; Apparício, M.F.1; Ribeiro, A.P.C.1; Pires, E. A.1;
Vicente, W.R.R.1
1
.DMVPRA-FCAV-UNESP, 14884-900, Jaboticabal-SP, Brasil. cellealves@yahoo.com.br
s338
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Departmento de Reprodução Animal e Radiologia Veterinária; 2Departmento de Clinica
Médica Veterinária da FMVZ/UNESP, Botucatu-SP, 18618-000 - Brasil.
carlafredrichsen@yahoo.com.br
s339
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Gonçalves, J.S.A.; Milazzotto, M.P.; Marques, M.G.; Nascimento, A.B.; Martins, L.F.;
Vannucchi, C.I.; Assumpção, M.E.O.A.; Visintin, J.A.
s340
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Gonçalves, J.S.A; Milazzotto, M.P.; Marques, M.G.; Simões, R.; Feitosa, W.B.;
Goissis, M.D.; Nascimento, A.B.; Vannucchi, C.I.; Assumpção, M.E.O.A.; Visintin, J.A.
Nos últimos anos diversos estudos têm sido conduzidos para o desenvolvimento de biotécnicas
na reprodução de cães. Para técnicas como a maturação in vitro (MIV) são necessários ovários
obtidos por ovário-histerectomia. A quantidade de oócitos recuperados nas diferentes fases do
ciclo estral, com peso e idade diferentes pode alterar o número de animais necessários para um
determinado experimento. O conhecimento da influência dessas variáveis nos índices de
recuperação oocitária será de grande valia para o desenvolvimento de um melhor delineamento
experimental. Assim, objetivou-se avaliar os índices de recuperação de oócitos de cadelas nas
diferentes fases do ciclo estral, com diferentes faixas etárias e de peso. Foram colhidos ovários
de 24 cadelas púberes entre 1 e 10 anos e divididos segundo os critérios descritos acima. Os
complexos cumulus-oócitos (COCs) foram recuperados pelo fatiamento dos ovários oriundos
de ovário-histerectomia com lâmina de bisturi, a espaços de aproximadamente 1mm, em placa
de Petri contendo solução salina fosfatada (PBS) e 10% de soro fetal bovino (SFB). Para classificar
o ciclo estral (fase folicular, fase luteínica (diestro) ou anestro), foram utilizadas a colpocitologia,
a colposcopia e a dosagem sérica de progesterona. Os animais foram divididos em 3 faixas
etárias (1-3 anos; 4-6 anos ou 7-9 anos) e 3 faixas de peso (1-10Kg; 10,1-20Kg; >20,1Kg). Os
resultados foram submetidos ao teste de análise de variância (ANOVA). Entre as diferentes
faixas etárias também não se observou diferença significativa (p>0,1), 1-3 anos (47,6%/n=10),
4-6 anos (28,6%/n=6) e 7-9 anos (23,8%/n=5). As médias de oócitos recuperados nas 3 faixas
etárias foram, respectivamente, 134,4; 112,8 e 92,2. Apesar da aparente diferença entre os índices
de recuperação oocitária nas diferentes faixas etárias, ocorreu alta variação individual do número
de oócitos recolhidos dentro do mesmo grupo, não havendo portanto diferença estatística. Em
relação a fase do ciclo estral não foi observada diferença (p>0,1) entre o número de oócitos
recuperados entre a fase folicular (52,4%/n=11), fase luteínica (23,8%/n=5) e anestro (23,8%/
n=5). Os números médios de oócitos recuperados nas 3 fases foram, respectivamente, 101,3;
137 e 113,6. A literatura em relação aos índices de recuperação oocitária nas diferentes fases do
ciclo estral permanecem controversas. Os resultados deste trabalho demonstram que não houve
relação entre fase do ciclo estral e índice de recuperação oocitária. A comparação entre as diferentes
faixas de peso também não evidenciou diferença (p>0,1), 1-10Kg (37,5%/n=9), 10,1-20Kg
(29,2%/n=7) ou >20Kg (33,3%/n=8). As médias de oócitos recuperados nas 3 faixas de peso
foram, respectivamente, 90,7; 68,3 e 155,9. Esses resultados estão de acordo com a literatura,
apesar de raças de maior porte apresentarem normalmente ninhadas co maior número de filhotes.
De acordo com esses resultados, concluiu-se não haver influência da fase do ciclo estral, bem
como da idade e do peso nos índices de recuperação de oócitos em cadelas.
Suporte Financeiro: FAPESP 04/11404-6
s341
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Maziero, R.R.D.1; Martins, A.C.1,2; Mollo, M.R.2,3; Bastos, M.R.1,2; Ferreira, J.G.S.2;
Siqueira Filho, E.R.2, Ramos, A.F.4; Driessen, K.1,3; Comegno Jr, L.C.2; Leme, L.O. 2,3;
Rumpf, R.2; Sartori, R.2
1
FMVZ-UNESP, 18618-000, Botucatu-SP, Brasil, 2Embrapa Recursos Genéticos e
Biotecnologia, 70770-900, Brasília-DF, Brasil, 3FAV-UnB, 70910-970, Brasília-DF, Brasil,
4
UFMG, 30123-970, Belo Horizonte-MG, Brasil. rosiaramaziero@fmvz.unesp.br,
sartori@cenargen.embrapa.br
Estudos em que ACTH foi administrado em novilhas 30 h após luteólise demonstraram atraso
no início do estro e no pico pré-ovulatório de LH, além de uma diminuição na duração do estro
em relação às fêmeas injetadas com diluente. Aparentemente, nenhum trabalho avaliou o efeito
de estresse induzido por manejo de animais sobre esses parâmetros reprodutivos. Dentre os
diversos fatores que causam estresse em vacas e outros ruminantes, o transporte tem se destacado
como um dos mais problemáticos. Este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito do estresse
agudo através de transporte no comportamento estral e ovulação em vacas durante o período
peri-ovulatório. Utilizou-se doze vacas mestiças divididas em dois grupos: Controle e Estresse,
seguindo o modelo cross-over. Estes animais tiveram o estro sincronizado da seguinte forma:
D0 aplicação de 50 µg i.m. de GnRH (Gestran Plus, ARSA S.L.R., Argentina) e colocação de um
implante intravaginal de progesterona (DIB, Syntex S.A., Argentina) que foi mantido por 7 d.
No D6 e D7 foram administrados 0,50 mg e 0,25 mg i.m. de Cloprostenol (Sincrosin, Vallée
S.A., São Paulo, Brasil), respectivamente. Após 30 h da retirada do DIB, os animais do grupo
Estresse foram transportados em caminhão durante 60 min e os animais do grupo Controle
permaneceram no pasto. Exame ultra-sonográfico ovariano foi realizado a cada 12 h do momento
da retirada do DIB até a ovulação de cada vaca. A observação de estro foi feita 24 h ao dia do D8
até a ovulação. A comparação entre os grupos foi realizada através do teste t. Para nenhuma das
variáveis analisadas foi detectada diferença (P>0,10) entre os grupos, cujos resultados estão
apresentados sob a forma de média ± erro padrão. O tempo entre retirada do DIB e início do estro
foi de 66,2 ± 8,9 e 73,1 ± 8,4 h para os grupos Controle e Estresse, respectivamente. A duração
do estro, ou seja, tempo entre a primeira e última aceitação de monta foi de 14,8 ± 1,5 e 14,9 ±
1,8 h e as vacas aceitaram em média 30,3 ± 5,1 e 40,5 ± 6,6 montas durante o estro. O tempo
entre o início do estro e a ovulação foi de 36,3 ± 3,7 e 34,2 ± 3,0 h e entre o final do estro e a
ovulação foi de 23,6 ± 2,7 e 18,4 ± 2,1 h. Também não foi detectada diferença no diâmetro
máximo do folículo ovulatório entre o grupo Controle e Estresse (12,7 ± 0,3 versus 12,4 ± 0,5
mm, respectivamente). Diante dos resultados observados concluiu-se que, diferentemente dos
estudos com administração de ACTH, o transporte de caminhão durante 60 min no período pré-
ovulatório não promoveu condições de estresse suficientes que alterassem a expressão ou duração
do estro, nem o tempo entre a luteólise e a ovulação. Novos estudos são necessários para se
determinar o grau de estresse induzido pelas técnicas de manejo de animais e sua influência na
função reprodutiva da fêmea dependendo de sua intensidade e duração.
s342
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Embrapa Pecuária Sudeste, 13560-970, São Carlos, SP, 2 CBRA-VRA-FMVZ-USP, 13635-
900, Pirassununga, SP. binelli@usp.br
A mortalidade embrionária pode ser causada por disfunções luteínicas do período crítico (PC)
para o reconhecimento materno da prenhez (dias 15 a 17 após a fertilização) e relaciona-se à
luteólise, que ocorre na presença de um folículo dominante (DOM). O objetivo deste trabalho
foi avaliar os efeitos do GnRH e/ou da hCG sobre a dinâmica ovariana de vacas Nelore. Os
tratamentos visaram prevenir a existência de DOM no PC e aumentar a concentração de
progesterona circulante ([P4]), otimizando a função luteínica. Quarenta fêmeas adultas e sem
bezerro, foram sincronizadas com um implante auricular (3 mg de norgestomet-CRESTAR®,
Intervet) e 2mg de benzoato de estradiol (BE; Centro Paulista de Desenvolvimento
Farmacotécnico), IM. Após 9 dias o implante foi removido, as vacas receberam uma injeção de
cloprostenol sódico (PRELOBAN®, Intervet) e um dia depois foi aplicado 1mg de BE. Os animais
foram divididos aleatoriamente em quatro grupos (n=10, cada): Gcont- controle; GGnRH - 200mcg
de gonadorrelina, IM (FERTAGYL®, Intervet) no dia 5 (D5) do ciclo estral (D1 = ovulação); GhCG
– 2500 UI de hCG (CHORULON 5000 UI®, Intervet), IM, no D13 e GGnRH-hCG: gonadorrelina-D5/
hCG-D13. Diariamente, a partir de 48 h após a retirada do implante e até a ovulação subseqüente
(ou até D30) foram feitos: ultra-sonografias ovarianas; dosagem de [P4] e observação do estro. Os
resultados foram submetidos à ANOVA e ao teste do Qui-quadrado. O número de corpos lúteos
foi maior (P<0,01) no GGnRH-hCG (2,11±0,21) do que Gcont (1,00±0,00) ou GGnRH (1,30±0,14) e não
diferiu (P>0,05) do GhCG (1,70±0,16). A hCG provocou ovulação do DOM, novo recrutamento e
aumentou (P<0,01) o número de ondas (3,00±0,17 vs. 2,20±0,09). Em todos os grupos havia
DOM por pelo menos um dia do PC, embora o GhCG tendeu estar (P<0,10) sob essa influência
por menos tempo (0,80±0,38 dias) que os grupos GCont, GGnRH.e GGnRH-hCG (1,50±0,42, 1,80±0,38
e 1,67±0,43, respectivamente). Os intervalos inter-ovulatórios dos GGnRH (22,50±0,85 dias), GhCG
(25,75±0,55 dias) e GGnRH-hCG (24,40±0,90 dias) não diferiram do Gcont (23,70±1,07 dias). Não
houve diferença (P>0,05) para duração do ciclo estral entre os grupos. A luteólise foi retardada
pela hCG (P<0,01, χ2=5,72), pois até D18 45% das vacas GCont e GGnRH tinham [P4]<1,00ng/ml
contra apenas duas do GhCG e GGnRH-hCG. No D21, a luteólise havia ocorrido em 95% (19/20) de
GCont e GGnRH e em apenas (P<0,01, χ2=7,79) 42,1% (8/19) do GhCG e GGnRH-hCG . A [P4]média, ao
final da fase luteínica (D18 - D24) foi mais alta para o GGnRH-hCG , GhCG, GGnRH e GCont (na ordem
decrescente de concentrações). Concluiu-se que o GnRH não causou a ovulação do DOM da 1ª
onda em todas as vacas e os tratamentos não preveniram completamente a presença do DOM no
PC. Entretanto, a [P4] foi maior nos grupos tratados e a hCG no D13 prolongou a fase luteínica .
Agradecimentos: EMBRAPA, FAPESP, CNPq, Centro Paulista de Desenvolvimento
Farmacotécnico e INTERVET.
s343
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Machado, R.1; da Silva, J.C.B.2,3; Barbosa, R.T.1; Bisinotto, R.S.4; Siqueira, A.F.P.4;
Binelli, M.4
1
Embrapa Pecuária Sudeste, 13560-970, São Carlos, SP, 2 Fazenda Cardinal, Mococa, SP,
3
Embryolife, Ouro Fino, MG, 4CBRA-VRA-FMVZ-USP, 13635-900, Pirassununga, SP.
binelli@usp.br
s344
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Brandão, H.M.1; Silva, M.N.2; Vinholis, M.M.B.3; Ferrão, A.A.2; Traldi, A.S.1
1
Departamento de Reprodução Animal, FMVZ, USP – 13 630-000, Pirassununga, SP.
2
UNINCOR – 3EMBRAPA Pecuária Sudeste- humberto@usp.br
A flutuação de dieta no período que precede a colheita de embrião, muitas vezes foge ao controle
do veterinário. Durante o processo de digestão e absorção ocorre um aumento no nível plasmático
de insulina, que através de mecanismos diretos e indiretos favorece o recrutamento e crescimento
folicular, bem como melhora a taxa de ovulação, a formação dos corpos lúteos (CL) e o
desenvolvimento embrionário. Objetivando saber o efeito da insulina sobre os resultados
superovulatórios, bem como compreender as conseqüências de sua flutuação plasmática, este
experimento avaliou o tempo para a manifestação do cio após a retirada do pessário vaginal, o
tempo de duração do cio, número de CL formados, quantidade de embriões graus 1 e 2 transferíveis
e quantidade de estruturas não fecundadas em ovelhas normais, diabéticas e hiperinsulinêmicas.
Para tanto, foram utilizadas18 ovelhas tipo Santa Inês com 40-60kg, distribuídas aleatoriamente
em três grupos de 6 animais recebendo silagem de milho e sal proteinado comercial ad líbitum.
Os animais do grupo controle (GC) foram sincronizados em tratamento de 13 dias com pessários
vaginais contendo 60mg de acetato de medroxiprogesterona e superovuladas com 250mg de
pFSH (PLUSET ®) ministrado em doses decrescentes do 11 o ao 13 o dia do protocolo
superovulatório. O pessário foi retirado no momento de aplicação da 5a dose de pFSH. Todas as
doadoras receberam adicionalmente 200UI de eCG (NOVORMON®) e 75 μg de clorprostenol
(CIOSIN®) com a última dose de pFSH e os embriões foram colhidos no sétimo dia após o início
do cio. Os animais do grupo diabéticos (GD) e dos hiperinsulinêmicos (GI) receberam os mesmo
tratamentos do GC, porém nos GD a diabetes foi induzida no dia 8 com 0,05 mg/kg de peso vivo
I.V. de alloxano monohidratado (Sigma-Aldich, A7413). O status de hiperinsulinemia no grupo
GI foi conseguido com administrações diárias a cada 12 horas de insulina humana semi-sintética
de média duração (Biolin-N; BIOBRAS) a partir do dia oitavo dia do protocolo. A detecção de
estro teve início 24 horas após a retirada dos pessário e foi feita em intervalos de 4 h, e os
acasalamentos realizados a cada 8 h após o início do cio. Foi utilizado um macho por fêmea. Os
resultados foram avaliados por análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey.
Não houve diferença significativa no intervalo entre a remoção da P4 e início do cio, onde o GC
apresentou 28,7±2,4 h, o GI 32±4,6 h e o GD 34±4,4 h e na percentagem de estruturas não
fecundadas GC 15±5,8%, GI 6,9±4,7% e GD 36,8±19 %. Com relação ao tempo de duração do
cio o tratamento GD apresentou menor tempo (26±0,9 h) que os GI (47,3±3,8h) e GC (53 ±4,6h)
(pd”0,01). A quantidade de CL produzidos também foi menor (pd”0,01) no GD 4±0,8 quando
comparada aos grupos GI 11,6±1 e GC 13,8±3. O tratamento GI apresentou melhor taxa de
embriões transferíveis (p<0,01) que o GD (8,3±1,3% x 1,5±0,4), porém não foi diferente do GC
(5,3±1,7%). Os resultados obtidos neste experimento mostraram que a insulina abaixo dos níveis
fisiológicos desempenha um papel negativo na resposta ovulatória, na qualidade embrionária e
no tempo de duração de cio, porém o uso da insulina em protocolos de superovulação se mostrou
desnecessário. Uma dieta constante e capaz de manter o nível circulante de insulina elevado
durante o protocolo de superovulação pode ser fundamental para o sucesso da técnica.
s345
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Departamento de Zootecnia, Universidade Federal de Lavras, Lavras-MG, Cep:37 200-000,
Cx Postal 37, Brasil. znlogan@yahoo.com.br.
s346
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
DeVitto, L.G.1; Carmo, M.T.1; Alvarenga, M.A.1; Santos, J.F. 2 ; Oliveira, J.V.2
1
Departamento de Reprodução Animal e Radiologia Veterinária, UNESP – Botucatu,SP –
Brasil. 2 Pólo Regional de Desenvolvimento Tecnológico da Alta Mogiana - Colina (SP)
lianidevito@yahoo.com.br
s347
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Pinto-Neto, A.1; Lucca, F.M.2; Alberton, J.2; Mota, M.F.3; Borges, A.M.4; Acco, A.5;
Fonseca, J.F.6; Silva, A.V.1
1
Prof. Curso de Mestrado em Ciência Animal - UNIPAR. Umuarama-PR. adalgiza@unipar.br;
2
Bolsistas Iniciação Científica – Med. Veterinária - UNIPAR;
3
Prof. Curso de Med. Veterinária-UNIPAR; 4Prof. EV-UFMG – BH-MG; 5Profa. UFPR
– Curitiba-PR; 6Pesq. CNPC-EMBRAPA – Coronel Pacheco-MG
s348
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Granito, A.L.1; Pimentel, J.R.V.1; Andrade, A.F.C.2; Pardo, F.D.1; Almeida, A.B.1;
Braga, F.A.1; Madureira, E.H.1
1
Laboratório de Farmacologia e Endocrinologia da Reprodução, 2Laboratório de Biotecnologia
do Sêmen e Andrologia, FMVZ-USP,Campus Pirassununga. jrvalim@usp.br
Com o conseqüente aumento da demanda de produtos de origem animal, torna-se uma necessidade
a máxima eficiência reprodutiva dos rebanhos bovinos. Para isto, melhores índices de natalidade
poderiam ser alcançados com um maior emprego da técnica de inseminação artificial (IA). O
objetivo desta tese foi buscar um novo progestágeno (gestodeno) capaz de controlar de forma
mais eficiente a manutenção da onda folicular a fim de se obter protocolos de (IATF) com maior
eficiência e a um menor custo. Para a realização dos experimentos, os animais foram submetidos
à sincronização do ciclo estral. Considerou-se o dia do estro como o D0 do período experimental.
O tratamento com gestodeno foi iniciado no D7. e terminou no D19 do período experimental.
Foi empregado diferentes doses de gestodeno, para definir a concentração deste progestágeno
capaz de inibir o estro e a ovulação em fêmeas bovinas. Para isto, foram formados os seguintes
grupos: G0 Controle = placebo (n = 4), G187 = 187,5 µg/dia (n=5), G250 = 250 µg/dia (n = 9) e
G500 = 500 µg/dia (n = 5). No D8, todos os animais dos grupos, receberam uma única aplicação
intramuscular de cloprostenol sódico (530 ìg). Após a administração da PG, as vacas
permaneceram sendo observadas quanto a manifestação do estro.duas vezes ao dia (manhã e
tarde).até o D26. No último dia da aplicação de gestodeno (D19), as vacas foram submetidas ao
exame ultra-sonográfico. Nos dias 7, 11 e 19, foram colhidas amostras de sangue da análise da
concentração de P4. pela técnica de rádio-imuno-ensaio em fase sólida, os dados obtidos foram
analisados estatisticamente. Pela regressão polinomial linear dos dados pode-se afirmar que houve
efeito de tratamento sobre a taxa de ovulação (P = 0,015). Com base nas doses utilizadas, aplicações
diárias de 500ìg/dia de gestodeno são suficientes para inibir 100% das ovulações. Houve efeito
significativo de tratamento sobre o intervalo entre a aplicação da PG e a apresentação do estro,
(C1 / P=0,0012). Não houve efeito entre tratamentos G187,5 e G500 (C2 / P=0,4325), G250 e
G500 (C3 / P=0,1685). As médias dos teores de P4 no D7 não diferiram significativamente entre
os tratamentos (C1./ P=0,9087). As médias dos teores de P4 no D11 também não diferiram entre
os grupos (C2 / P=0,8442). Houve diferença estatística entre as médias dos teores de P4 no D19,
entre o grupo controle e os G187,5, G250 e G500.(C3 / P=0,0242). Não houve diferença entre as
médias dos intervalos entre a última aplicação de gestodeno e o estro(G187,5, G250 e G500 /
P=0,9065). Foi possível concluir que o gestodeno é capaz de inibir o comportamento de estro e
a ovulação em 100% dos animais na dose de 500ìg/dia, e pela equação de regressão foi obtida a
dose estimada de 428ìg/dia como sendo a dose necessária para inibir 100% das ovulações.
Palavras-Chave: Gestodeno. Controle do ciclo estral. Progestágeno. SHBG. Bovino.
s349
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Oliveira, J.V.1; Alvarenga, M.A.2; Carmo, M.T.2; Araújo, G.H.M.2; Santos, J.F.1
1
Pólo Regional de Desenvolvimento Tecnológico da Alta Mogiana - Colina (SP)
2
Departamento de Reprodução Animal e Radiologia Veterinária–FMVZ/UNESP, Botucatu-SP.
victor@colina.com.br
Trabalhos recentes tem demonstrado que diferente do que ocorre em outras espécies o CL da
égua é responsivo a aplicação de prostaglandina já nos primeiros dias do diestro. Bergfelt et al
(2005) foi o primeiro autor á estudar o efeito do uso de PG (Dinoprost 10 mg) no terceiro dia do
diestro sobre o ciclo estral, observando encurtamento do ciclo em todos animais tratados. O
presente trabalho teve por objetivo comparar o efeito do tratamento com duas diferentes doses
de um outro análogo da Prostaglandina (Cloprostenol) no terceiro dia do diestro sobre o ciclo
estral de éguas. Um total de 18 éguas com idade variável entre 3 e 10 anos foram tratadas no
terceiro dia após ovulação com 250 ug (G1 n=09) ou 500 ug (G2;n=09) de Cloprostenol
(Sincrocio, Lab. Ouro Fino, Brasil). Amostras de sangue foram recuperadas diariamente durante
seis dias consecutivos desde o dia de tratamento para avaliação futura dos níveis séricos de
Progesterona. Avaliações ultra-sonográficas foram também realizadas diariamente após o
tratamento para acompanhamento do desenvolvimento folicular até que fosse detectada a ovulação.
As comparações entre os grupos foram realizada por ANOVA seguida pelo teste de Tukey, as
porcentagens de resposta aos tratamentos foi comparada por qui-quadrado, ambos testes ao nível
de significância de 5%. Encontrou-se um intervalo interovulatório menor que o normal relatado
na literatura nos dois grupos de 13,33 ± 4,47 e 14,56 ± 4,19 dias para o grupo 01 e 02,
respectivamente (p>0,05). Dividiu-se cada grupo quanto à resposta ao luteolítico em animais
com intervalos interovulatórios maiores e menores que 16 dias, usando como parâmetro o menor
intervalo interovulatório normal citado na literatura, que é de 16 dias, intervalos menores que
estes são considerados como ciclos encurtados (Ginther, O.J. – Reproductive biology of the
mare, 2ed., 1992). O intervalo interovulatório foi similar entre os dois grupos (p>0.05) tendo
sido de 14,5 dias (variando de 8 a 19 dias) para G1 e 13, 1 dias (variando de 9 a 20 dias) para G2,
respectivamente. Foi observado em G1 que 55 % (5/9) e em G2 que 44% (4/9) das éguas
apresentaram um intervalo interovulatório inferior a 16 dias. Os resultados obtidos neste trabalho
indicam que a aplicação de Cloprostenol no 3 dia do diestro foi eficiente em em reduzir o intervalo
interovulatório médio esperado para éguas (20 dias), contudo nem todos animais parecem
responder ao tratamento, o que discorda de achados de trabalho anterior onde se utilizou Dinoprost.
A avaliação do perfil sérico de Progesterona das amostras coletadas nos permitirá definir com
maior precisão o percentual de animais nos qual ocorreu luteólise.
s350
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Almeida, A.K.; Chalhoub, M.; Ribeiro Filho, A. de L.; Freitas, D. S.; Alves, S.G.G.;
Bittencourt, R.F.; Santana, R.C.M.; Brandão, A.C.G.; Gusmão, A.L.
s351
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Bruno, J.B.1; Martins, F.S.1; Lima-Verde, I.B.2; Matos, M.H.T.1; Wanderley, L.S.3;
Correia, J.C.2; Silva, J.R.V.1; Figueiredo, J.R.1; Rodrigues, A.P.R.1
1
Faculdade de Medicina Veterinária, PPGCV, LAMOFOPA, Universidade Estadual do Ceará,
Fortaleza, CE, Brasil; 2Faculdade de Medicina Veterinária, PPGCV, Universidade Federal
Rural de Pernambuco, Recife, PE, Brasil; 3Faculdade de Medicina Veterinária, LAMOFOPA,
Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, CE, Brasil. jamily_vet@yahoo.com.br
A adição de soro ao meio de cultivo in vitro de folículos pré-antrais (FOPA) tem sido utilizada no
intuito de garantir a sobrevivência durante os processos de crescimento e maturação. O objetivo
desse trabalho foi verificar o efeito da adição, origem e concentração de soro sobre sobrevivência
e ativação de FOPA caprinos cultivados in vitro. Para tanto, quatro pares de ovários oriundos de
abatedouros locais foram seccionados em 15 fragmentos de 3 mm3, sendo 1 destinado ao controle.
Os demais foram cultivados individualmente em placas de 24 poços, em estufa a 39ºC e 5% de
CO2 por 1 ou 7 dias em Meio Essencial Mínimo suplementado (MEM +) na ausência ou presença
de 10 ou 20% de soro fetal bovino (SFB), soro de cabra em estro (SCE) ou soro de cabra fora do
estro (SCFE), compreendendo um total de 14 tratamentos. Após o cultivo in vitro, os fragmentos
ovarianos foram fixados e submetidos à análise histológica. O número de folículos
morfologicamente normais e a taxa de ativação folicular foram avaliados pelo Teste do Qui-
quadrado (P< 0,05). A análise do diâmetro folicular entre os diferentes tratamentos foi feita
através do Teste de Fisher (P<0,05). Após 1 dia de cultivo, os tratamentos contendo apenas
MEM+ ou MEM+ + 10% de SFB apresentaram percentuais de folículos morfologicamente normais
semelhantes ao controle. Tecido ovariano cultivado somente com MEM+ ou MEM+ + 10 ou 20%
de SFB ou 10% de SCE resultou em maiores percentuais de FOPA morfologicamente normais.
Após 7 dias, os maiores percentuais de folículos normais foram observados nos tratamentos
contendo somente MEM+ ou MEM+ + 10% de SFB. Comparando-se os períodos de cultivo, após
7 dias houve uma redução significativa no percentual de folículos normais em todos os tratamentos.
As taxas de ativação folicular foram superiores ao controle em todos os tratamentos, independente
do período de cultivo, sendo que após 1 dia, o tratamento contendo 20% SCE apresentou dados
numericamente maiores. Neste tratamento verificou-se ainda um aumento significativo no
diâmetro folicular após 7 dias de cultivo, quando comparado ao controle e em relação ao período
de cultivo. Esses resultados permitem concluir que, a adição de soro é benéfica ao cultivo in
vitro de folículos pré-antrais caprinos, em especial o SFB 10%, o qual mantém a morfologia
folicular normal por um período de até 7 dias. Além disso, conclui-se também que a adição de
20% de SCE ao cultivo in vitro de tecido ovariano promove a ativação e o crescimento de folículos
pré-antrais caprinos.
s352
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Cavalca, L.G.1; Verneck, W.C.2; Detoni, A.L.3; Marques, L.F.A.4; Nunes, L.C.5
1
Diretor – Comtecnica Embriões; Especialista em Produção de Ruminantes – UFLA; 2Médico
Veterinário UFES; 3Acadêmico UVV; 4Prof . UFES; 5Profa UFES. cavalca.lg@terra.com.br
O estudo foi realizado em uma fazenda de animais da raça nelore registrados na Associação
Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ), com objetivo de avaliar a eficiência abortiva do D
Cloprostenol Sódico, período da aplicação e a ocorrência do abortamento e retenção de placenta.
Antes da estação de monta foi realizado exame ginecológico em todas fêmeas da fazenda,
observando-se 20 fêmeas com gestação indesejada por não apresentarem cobertura conhecida, o
período gestacional variou de 30 a 80 dias, período este estimado utilizando os programas de
ultra-sonografia de diâmetro de corno uterino ou diâmetro do crânio fetal, com o aparelho Pie
Medical Falcon 100. A interrupção da gestação foi realizada pela administração, por via
intramuscular, de 250μg de D Cloprostenol Sódico após o diagnóstico da gestação indesejada,
sendo o abortamento confirmado por palpação retal no sétimo dia após a aplicação do tratamento.
A eficiência abortiva do D Cloprostenol Sódico foi de 100%, sendo evidenciado o abortamento
entre os dias 2 e 4 após o tratamento. O abortamento induzido em vacas Nelore no terço inicial
da gestação não ocasionou retenção de placenta. O D Cloprostenol Sódico é eficiente em sua
ação abortiva, levando a interrupção da gestação em fêmeas Nelore.
s353
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Cavalca, L.G.1; Verneck, W.C.2; Detoni, A.L.3; Marques, L.F.A.4; Nunes, L.C.5
1
Diretor – Comtecnica Embriões; Especialista em Produção de Ruminantes – UFLA;
2
Médico Veterinário; 3Acadêmic UVV; 4Prof.UFES; 5Profa. UFES. cavalcalg@terra.com.br
No presente estudo foi avaliado a fertilidade de vacas nelore após a indução do abortamento com
D Cloprostenol Sódico, considerando-se: número de serviços por concepção, número de dias
entre a indução do abortamento à primeira inseminação artificial e, número de dias entre a indução
do abortamento até a concepção. Antes da estação de monta foi realizado exame ginecológico
em todas as fêmeas da fazenda, sendo encontradas 20 vacas com gestação indesejada por não
apresentarem cobertura conhecida. O período de gestação variou de 30 a 80 dias e foi estimado
com auxilio de um aparelho de ultra-sonografia Pie Medical Falcon 100, através do diâmetro de
corno uterino e diâmetro cranial do feto. A interrupção da gestação foi realizada sob administração
por via intramuscular de 250μg de D Cloprostenol Sódico análogo sintético da PGF2α. As vacas
foram inseminadas na primeira manifestação de cio. O número de serviços por concepção após
a interrupção da gestação foi de 1,25 ± 0,55. O número de dias entre a indução do abortamento à
primeira inseminação artificial foi de 17,8 ± 1,05 dias e entre a indução do abortamento à concepção
foi de 24,26 ± 15,12 dias. A análise das informações foi realizada com auxilio do programa
estatístico SAS (P>0,05). O restabelecimento da atividade ovariana, idade das vacas e o período
gestacional não interferiram na fertilidade após a indução do abortamento. A interrupção da
gestação em seu terço inicial, após a administração de D Cloprostenol Sódico em vacas nelore,
não comprometeu a fertilidade subseqüente.
s354
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Satrapa, R.A.1a; Pinheiro, V.G.2b; Ereno, R.L.1; Bertan, C.M.4; Piagentini, M.1;
Binelli, M.3; Barros, C.M.2
1
Depto. de Reprodução Animal – FMVZ, 2Depto. de Farmacologia, IB-UNESP, Botucatu-SP;
3
VRA-FMVZ-USP, Pirassununga-SP; 4UEL, Londrina-PR. cmbarros@ibb.unesp.br
Objetivou-se com o presente estudo avaliar, em vacas Nelore no período pós-parto inicial, se
altas concentrações de progesterona (P4) precedendo a ovulação (priming de P4) e o aumento de
estradiol, induzido por tratamento hormonal, seriam capazes de diminuir a liberação endógena
de PGF2α e, conseqüentemente, evitar a lise prematura do corpo lúteo formado após a ovulação.
Os protocolos hormonais foram testados em vacas Nelore lactantes (40 a 70 d pós-parto, n = 30),
com escore corporal acima de 2,5 (escala de 1 a 5), divididas aleatoriamente em 3 Grupos: GPE
(n = 10), GPE/eCG (n = 10) e GPG/eCG (n = 10). Em estágio aleatório do ciclo estral (D0), os
animais do grupo GPE (GnRH – Prostaglandina – Benzoato de Estradiol) receberam 50 μg de
um análogo do GnRH (lecirelina, IM, Gestran plus®). Sete dias mais tarde (D7) os animais
receberam injeção de um agente luteolítico (250 μg de d-cloprostenol, IM, Prolise®) e no dia 8
(D8) foi administrado 1,0 mg de benzoato de estradiol (BE, IM, Estrogin®). No grupo GPE/eCG
os animais, além de serem tratados com o protocolo GPE, receberam 400 UI de eCG (IM,
Novormon®), logo após a administração do agente luteolítico (D7). No grupo GPG/eCG, os
animais foram tratados de acordo com o protocolo GPE/eCG, exceto que no lugar do BE foi
administrada uma segunda dose de GnRH (50 μg de lecirelina, IM) no D8. Em todos os animais
foram realizados exames ultra-sonográficos dos ovários (Aloka SSD-500, probe de 7,5 MHZ) e
coletas sanguíneas nos dias das aplicações hormonais, com a finalidade de classificar os grupos
de acordo com a presença ou ausência de altas concentrações de P4 (priming de P4) antes da
ovulação do folículo dominante. O desafio com ocitocina (OT, 50 UI, IV, Univet®) foi realizado
em cada vaca 5, 8, 11, 14 e 17 dias após a ovulação do folículo dominante e as amostras de
sangue foram colhidas antes e 30 minutos após a administração de ocitocina. Além disso, os
bezerros foram removidos temporariamente das vacas, 48 h antes do início dos tratamentos.
Utilizou-se ANOVA para estimar os efeitos de tratamento, priming de P4 e a interação nas variáveis
discretas e utilizou-se split-plot ANOVA para estimar os efeitos de tratamento, priming de P4,
dia do ciclo estral e interações nas variáveis com repetição no tempo. A média das concentrações
plasmáticas de P4 durante o período de sincronização foi maior (P<0,01) para as vacas com (3,70
± 0,51 ng/mL) em comparação às sem priming de P4 (1,25 ± 0,11 ng/mL). Na vacas sem priming
de P4, houve diminuição das concentrações de P4 no dia 17 (1,73 ± 0,29 ng/mL), em todos os
tratamentos. Entretanto, nos animais com priming os tratamentos com BE promoveram
manutenção de altas concentrações de P4 (8,89 ± 1,27 ng/mL), enquanto as vacas que receberam
GnRH para indução da ovulação apresentaram queda na P4 (2,12 ± 1,05 ng/mL) no dia 17
(interação tratamento x priming de P4 x dia; P<0,01). A producão de PGFM em resposta à
ocitocina aumentou entre os dias 5 e 17 (efeito de dia; P<0,01) e tal aumento tendeu a ser mais
pronunciado nos animais sem priming de P4 (efeito de priming de P4; P<0,06). Especula-se que
a pré-exposicão à P4 diminua a sensibilidade do endométrio à OT e que o aumento de E2, induzido
por tratamento hormonal, seria responsável pela diminuição (“down regulation”) dos receptores
endometriais do próprio E2, diminuindo a probabilidade de luteólise precoce no período pós-
parto. Bolsistas da aFAPESP e bCAPES.
s355
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Pós-Graduando de Medicina Veterinária da Universidade Estadual de Londrina; 2Graduanda
do Curso de Medicina Veterinária da Universidade Estadual de Londrina; 3Departamento de
Clínicas Veterinárias, CCA, UEL, PR, 86051-990; radag@femanet.com.br
s356
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Palhão, M.P.1; Bispo, C.A.S.1; Rovay, H.1; Carvalho, G.R.1; Rodrigues, M.T.1;
Fonseca, J.F.2, Zambrini, F.N.1, Rodrigues, A.L.1
1
DZO-UFV, 36571-000, Viçosa-MG, Brasil. 2Embrapa Caprinos, Sobral-CE, 62011-970,
Brasil. millerpalhao@yahoo.com.br
s357
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
β MAS NÃO DE
ÓXIDO NÍTRICO MODULA A SÍNTESE DE ESTRADIOL 17β
PROGESTERONA VIA GMPc EM CÉLULAS DA GRANUOSA ANTRAIS EM MEIO
DE CULTIVO QUIMICAMENTE DEFINIDO
1
Laboratório de Melhoramento Genético Animal/Setor de Reprodução (CCTA), 2 Laboratório
de Citogenética (LMGV), 3 Laboratório de Biologia do Reconhecer (CBB); 1,2,3 Universidade
Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Av. Alberto Lamego, 2000, Parque Califórnia,
Campos dos Goytacazes, RJ, Brasil. marrfaes@uenf.br
s358
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Zambrini, F.N.1; Costa, E.P.1; Fonseca, J.F.2; Bruschi, J.H.3; Viana, J.H.M.; Soria, G.F.3;
Amorim, L.S.4; Palhão, M.P.4; Carvalho, B.P.3; Rovay, H.4
1
DVT- UFV, Av PH Rolfs s/n, Cep 36570000, Viçosa-MG, Brasil; 2Embrapa Caprinos,
Estrada Sobral/Groaíras, Km 4, CP D 10, Cep 62011000, Sobral-CE, Brasil; 3Embrapa Gado
de Leite, Rodovia MG 133, Km 42, 36155000, Cel Pacheceo-MG, Brasil; 4DZO- UFV, Av PH
Rolfs s/n, Cep 36570000, Viçosa-MG, Brasil. fabiana_zambrini@yahoo.com.br
A sincronização de estro pode ser obtida através do uso do fotoperíodo artificial, efeito macho,
uso de melatonina, ou ainda por uma combinação de hormônios. A resposta ovariana à
sincronização do estro varia com o tipo de dispositivo utilizado, a espécie de progestágeno, o
estado nutricional, o meio ambiente e a estação do ano. O objetivo deste estudo foi testar a
eficiência de dois protocolos sobre a resposta de indução e sincronização de estro em cabras.
Foram utilizadas 60 cabras da raça Toggenburg (18 lactantes, 21 secas e 21 nulíparas), sendo
essas divididas aleatoriamente de acordo com escore de condição corporal e estatus lactacional
em dois tratamentos. Todos os tratamentos consistiram na inserção de esponjas intravaginais
contendo 60 µg acetato de medroxiprogesterona (Progespon®, Dia 0) por seis dias, na
administração intravulvo-submucosal de 37,5 μg de D-cloprostenol (Prolise®), e intra muscular
de 200 UI de eCG (Dia 4). Nos animais de T1 (10 lactantes, 10 secas e 12 nulíparas) as esponjas
foram inseridas e removidas e os hormônios administrados sempre pela manhã (10 – 11 hs), e
em T2 (08 lactantes, 11 secas e 09 nulíparas) pela tarde (14 – 15 hs). Quatro cabras (uma nulípara
e duas secas de T1, e uma nulípara de T2) perderam as esponjas e foram retiradas do experimento.
Doze horas após a remoção da esponja, foi feito o acompanhamento para detecção do início do
estro com auxilio de um macho cirurgicamente preparado (rufião) duas vezes ao dia, pela manhã
e ao entardecer. As analises dos dados intervalo da retirada das esponjas ao inicio do estro e a
duração do estro, foram feitas pela analise de variância (ANOVA). A percentagem de animais em
estro foi comparada usando-se o teste do qui-quadrado (X2). Houve diferença significativa (P<0.05)
com relação ao percentual de animais em estro entre os tratamentos, sendo T1 de 92.3% e T2 de
66.7%. O intervalo da remoção da esponja ao inicio do estro (45.60 ± 18.33 h e 43.46 ± 25.14 h)
e a duração do estro (31.20 ±18.97 e 27.65 ± 20.92) não diferiram (P>0.05) entre os tratamentos
1 e 2, respectivamente. Embora não tenha ocorrido diferença com relação ao intervalo para o
estro e sua duração entre os tratamentos, o T1 demonstrou ser mais eficiente na indução de estro
em cabras Toggenburg na estação de anestro fisiológico podendo ser indicado quando da utilização
de coberturas ou inseminação artificial com observação de estro.
*Suporte financeiro: CAPRIMA e Tecnopec.
s359
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Maio, J.R.G.1; Sandoval, G.A.F.1; Souza, E.D.F.1; Nogueira, G.P.2; Cipriano, R.S.2;
Perecin, F.3; Garcia, J.M.3
1
Ouro Fino Saúde Animal, Ribeirão Preto/SP Brasil; 2 Depto. Apoio, Produção e Saúde
Animal- F.O.A. – UNESP, Araçatuba/SP, Brasil; 3 DMVPRA – FCAV – UNESP, Jaboticabal/
SP, Brasil. jose.maio@ourofino.com
s360
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Siqueira, L.C.; Ferreira, R.; Loguercio, R.S.; Borges, L.F.K.; Oliveira, J.F.C.;
Barreto, K.P.; Gonçalves, P.B.D.
s361
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Pinto, M.G.L.2; Castilho, A.C.S.1; Amorim, R.L.3; Price, C.A.4; Buratini Jr., J.1
1.
Departamento de Fisiologia, IBB/UNESP, 2. Departamento de Reprodução Animal e
3
.Departamento de Clínia Veterinária, Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade
Estadual Paulista, Botucatu, São Paulo, Brazil; 4.Centre de recherche en reproduction animale,
Faculté de médecine vétérinaire, Université de Montréal, St-Hyacinthe, Québec, Canada
anthony.castilho@ig.com.br
s362
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Castilho, A.C.S.1; Giometti, I.C.2; Costa, I.B.2; Machado, M.F.2; Teixeira, N.A.1;
Papa, P.C.4; Price, C.A.3; Buratini Jr., J.1
1
Departamento de Fisiologia – IB/UNESP, Botucatu-SP, 18618-000, Brasil. 2Departamento
de Reprodução Animal –FMVZ/UNESP. 3Centre de Recherche en Reproducion Animale,
Faculty of Veterinary, Montreal, Canadá. 4Departamento de Cirurgia- USP,São Paulo-SP,
Brasil. anthony.castilho@ig.com.br
O corpo lúteo (CL) é formado a partir da ovulação e tem como produto secretório primário a
progesterona, que é fundamental para o estabelecimento e manutenção da gestação. O
desenvolvimento do CL requer angiogênese, proliferação e diferenciação celular. Há evidências
de que fatores de crescimento participem do controle desses processos, dentre eles os fatores de
crescimento fibroblástico (FGF). A expressão do FGF-7 e FGF-10 já foi detectada no CL bovino.
Estes fatores participam de interações parácrinas entre células mesenquimais e epiteliais, regulando
a proliferação e diferenciação celular, pela ativação do seu receptor, o FGFR-2b, exclusivamente
expresso em células de origem epitelial. Embora a expressão de seus principais ligantes tenha
sido detectada no CL bovino, não há informações disponíveis sobre a expressão do FGFR-2b no
CL. Sendo assim, o presente trabalho objetivou testar as hipóteses de que o RNAm do FGFGR-
2b é expresso no CL bovino e que o grau de expressão é regulado ao longo do desenvolvimento
luteal. Para tanto, CLs bovinos foram obtidos por dissecação de ovários oriundos de matadouro
e classificados em quatro estágios de desenvolvimento luteal (estágio 1 = corpo hemorrágico,
estágio 2 = CL em desenvolvimento, estágio 3 = CL maduro, e estágio 4 = CL em luteólise;
Ireland et al.1980, Journal of Dairy Science, v. 63, p. 155-160). Amostras de tecido luteal (50 a
100mg) de 10 CLs para cada um dos quatro estágios de desenvolvimento luteal foram submetidas
à extração de RNA. A expressão do FGFR-2b foi examinada por RT-PCR semiquantitativo com
oligonucleotídeos iniciadores espécie-específicos. O RT-PCR semiquantitativo foi validado pela
escolha de números de ciclos de PCR e quantidade de RNA dentro da fase linear da curva de
amplificação. A intensidade das bandas foi analisada por densitometria computadorizada. A
amplificação do RNAm da enzima GAPDH foi usada como controle interno do RT-PCR. A
análise estatística foi realizada por ANOVA, seguida de teste de Tukey-Kramer HSD. A expressão
do FGFR-2b foi detectada em todos os estágios de desenvolvimento luteal, sendo maior no
estágio 4 do que nos estágios 1 e 2 (P<0,05). Os valores médios (FGFR-2b/GAPDH; média ±
EPM) foram 7,27 ± 2,80; 8,64 ± 1,91; 12,20 ± 2,48; e 28,03 ± 8,18 para os estágios 1, 2, 3 e 4,
respectivamente. Em conclusão, os dados presentes indicam que a expressão do FGFR-2b é
regulada ao longo do desenvolvimento luteal bovino. O padrão de expressão gênica do FGFR-
2b reforça a hipótese de que o FGF-10 e FGF-7 participam da regulação do desenvolvimento
luteal e sugere que estes fatores de crescimento estão envolvidos, especialmente, no controle
parácrino da luteólise.
Financiado pela FAPESP (Brasil) e NSERC (Canadá).
s363
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
LMGA-CCTA-UENF; 2LQFPP-CBB-UENF; 3LBCT-CBB-UENF, 28013-600, Campos dos
Goytacazes, RJ, Brasil. aburla@uenf.br
s364
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Apparício, M.F.1; Vicente, W.R.R.1; Ribeiro, A.P.C.1; Pires, E.A.1; Alves, A.E.1;
Covizzi, G.J.1; Nogueira, G.P.2; Gadelha, C.R.F.
1
DMVPRA-FCAV-UNESP, 14884-900, Jaboticabal-SP, Brasil, 2DAPSA-FOA-UNESP,
16015-050, Araçatuba-SP, Brasil. maricyap@fcav.unesp.br
A maturação in vitro de oócitos em cadelas ainda apresenta índices pouco satisfatórios quando
comparados ao de outras espécies, como a bovina, devido a particularidades de sua fisiologia
reprodutiva, a qual, diferentemente de outras espécies, é caracterizada por ovulação de oócitos
imaturos sob ação de níveis crescentes de progesterona. O objetivo deste estudo foi avaliar os
efeitos da suplementação de hCG, progesterona e estradiol no desenvolvimento meiótico e
citoplasmático de oócitos caninos bem como na produção de progesterona pelas células do cumulus
no meio de cultivo durante o período de 24, 48, 72 e 96 horas. Foram coletados 896 COCs grau
I de 18 cadelas hígidas submetidas à OSH, divididas em três grupos (n=6) de acordo com seu
status reprodutivo (fase folicular = 340, lútea = 344 e anestro = 212) e cultivados em TCM 199
+ 25 UI/mL de hCG + 1 μg/mL de progesterona + 1 μg/mL de estradiol ou em meio sem
suplementação hormonal (controle). Os COCs foram avaliados quanto à maturação nuclear e
citoplasmática através da técnica de coloração dos grânulos corticais descrita por Cherr et. al.
(1998); bem como em relação ao tempo de cultivo nas diferentes fases do ciclo estral e a
mensuração da concentração de progesterona dos meios de maturação por radioimunoensaio
utilizando o kit coat-a-count® (TKPG2 - DPC, Los Angeles). A análise estatística foi realizada
com o teste qui-quadrado para comparar os grupos em relação à maturação oocitária e os períodos
foram comparados utilizando o z-teste. As concentrações de progesterona foram agrupadas por
período de cultivo, meio de maturação e fase do ciclo estral, e calculada a média e desvio padrão,
comparadas através do z-teste. Os resultados demonstraram não haver diferença na taxa de
maturação entre os grupos no meio suplementado, mesmo com o grupo lúteo apresentando a
maior quantidade de oócitos recuperados (344) e o folicular a maior taxa de MII (10% contra
6,6% lúteo e 5% anestro). Somente os oócitos maturados no meio suplementado com hormônios
atingiram MII, apresentaram maturação citoplasmática completa e foram capazes de produzir
progesterona, demonstrando um efeito positivo da suplementação. A concentração deste esteróide
diminuiu nas primeiras 24 horas, aumentando posteriormente com o decorrer do tempo em todos
os grupos, sendo que o valor máximo foi mensurado às 72 horas no grupo folicular e às 96 horas
no lúteo e anestro, apresentando diferença estatística (p<0,05). Este grupo também foi o que
apresentou o maior valor de progesterona (1371,4 ng/mL), ultrapassando a quantidade colocada
inicialmente no meio, seguido pelo grupo lúteo (934,4ng/mL). Estes resultados nos permitem
inferir que os oócitos necessitam inicialmente da progesterona para adquirir a competência
meiótica e posteriormente, as células do cumulus são capazes de secretá-la, principalmente após
72 horas de cultivo. O consumo bem como a produção de progesterona pelo oócito, parece
depender do ambiente fisiológico prévio, uma vez que os COCs obtidos de cadelas em estro
apresentaram as maiores concentrações do esteróide e as em anestro, as mais baixas. Sendo
assim, concluímos que a fase do ciclo estral não exerceu influência na maturação nuclear, mas
diferiu entre os grupos na citoplasmática e na produção de progesterona, aventando um possível
efeito positivo da fase folicular.
s365
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Gimenes, L.U.1; Sá Filho, M.F.1; Carvalho, N.A.T.2; Torres-Júnior, J.R.S.1; Souza, A.H.1;
Vannucci, F.S.3; Bianconi, L.L.1; Bisinotto, R.S.1; Reichert, R.2; Beltran, M.P.4;
Nogueira, G.P.4; Baruselli, P.S.1
1
Departamento de Reprodução Animal, FMVZ – USP, SP, CEP 05508-000; 2APTA – Registro,
SP; 3Veterinário autônomo; 4Departamento de Apoio e Produção em Saúde Animal,
Laboratório de Endocrinologia – UNESP – Araçatuba, SP.
ligimenes@usp.br e barusell@usp.br
s366
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Gimenes, L.U.1; Sá Filho, M.F.1; Torres-Júnior, J.R.S.1; Souza, A.H.1; Beltran, M.P.2;
Nogueira, G.P.2; Binelli, M.1; Baruselli, P.S.1
1
Departamento de Reprodução Animal, FMVZ – USP, SP, CEP 05508-000; 2Departamento de
Apoio e Produção em Saúde Animal, Laboratório de Endocrinologia – UNESP – Araçatuba,
SP. ligimenes@usp.br e barusell@usp.br
s367
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1 2
Departamento de Reprodução Animal, FMVZ/ USP, São Paulo/SP, Brasil. Médico
Veterinário autônomo. ahsouza@usp.br
O presente estudo objetivou avaliar o efeito de alguns fatores que podem afetar o volume do
corpo lúteo em vacas Holandesas de alta produção submetidas a protocolos inseminação artificial
em tempo fixo (IATF). Os animais (n=45) receberam 2 mg de benzoato de estradiol (Estrogin,
Farmavet, Brasil) e um dispositivo intravaginal de progesterona (CIDR, Pfizer, Brasil) por 8
dias. No momento da retirada do dispositivo intravaginal e da aplicação de PGF2á (Lutalyse,
Pfizer, Brasil) no D8, os animais foram homogeneamente divididos em 4 grupos: G1) eCG (400
UI; Folligon, Intervet, Brasil) + cipionato de estradiol (1 mg de ECP; Pfizer, Brasil) no Dia 8;
G2) eCG (400 UI) no Dia 8 + GnRH (Fertagyl; Intervet, Brasil) no Dia 10; G3) ECP (1 mg) no
Dia 8; G4) GnRH no Dia 10. Exames ultra-sonográficos freqüentes foram utilizados para
acompanhar a dinâmica ovariana desde o início dos protocolos hormonais até a ovulação do
ciclo estral subseqüente à ovulação sincronizada. Os dados foram analisados com o PROC MIXED
do SAS e a unidade experimental vaca foi o objeto das medidas repetidas ao longo do tempo.
Probabilidades de P < 0,05 foram consideradas como significantes, e probabilidades entre 0,05
e 0,10 foram discutidas como tendências. Vacas que ovularam folículos menores apresentaram
um CL de menor volume (mm3) do dia 9 ao dia 12 do ciclo estral subseqüente. Primíparas
apresentaram um menor volume do CL do dia 7 ao dia 14. Animais de baixa condição corporal
(d” 2,5) tiveram menor volume do CL do dia 9 ao dia 16. Animais com dupla ovulação
apresentaram maior volume do CL do dia 7 ao 21. Vacas com maior produção de leite apresentaram
maior volume de CL do dia 7 ao dia 9. Vacas que foram sincronizadas antes de 60 dias pós parto
tiveram menor volume de CL do dia 7 ao dia 16. O tratamento com eCG aumentou o volume do
CL formado no dia 12 (5689 vs. 6750 mm3) e tendeu a aumentar no dia 14 (5040 vs. 5850 mm3).
Vacas com presença de lesões no casco (broca) tenderam a ter um menor volume de CL no dia 9
(3956 vs. 5715 mm3) do ciclo subseqüente. No tratamento com ECP, a presença ou não de CL no
início do protocolo e o dia da emergência folicular durante o protocolo de sincronização não
afetaram o volume do CL formado. Estes resultados sugerem que alguns fatores como o tamanho
do folículo ovulatório, número de parições, condição corporal, dupla ovulação, produção de
leite, dias pós parto, problemas de casco afetam a função luteínica e que o tratamento com eCG
aumenta o volume do CL no diestro subsequente ao protocolo de sincronização.
Agradecimentos: Pfizer, Nutricell
s368
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Souza, A.H.1; Viechnieski, S.2; Rodrigues, A.C.O.3; Ayres, H.1; Baruselli, P.S.1
1
Departamento de Reprodução Animal, FMVZ/ USP, São Paulo/SP, Brasil.2 Médico
Veterinário, Gerente Geral – Fazenda Iguaçu/PR, Brasil.3 Departamento de Zootecnia,
ESALQ/ USP, Piracicaba/SP, Brasil.ahsouza@usp.br
O objetivo deste experimento foi avaliar os efeitos da utilização de múltiplos tratamentos com
cipionato de estradiol (ECP) no pós-parto na produção de leite de vacas Holandesas de alta
produção. A hipótese era de que o grupo tratado com estradiol apresentaria uma maior produção
de leite até os 60 dias pós-parto. Inicialmente, um total de 48 vacas foram aleatoriamente
subdividias em dois grupos experimentais: 1) ECP (múltiplos tratamentos com ECP, Pfizer,
Brasil); 2) Controle (sem suplementação com ECP). Vinte e cinco por cento destes animais (7
vacas no ECP e 5 no Controle) apresentaram problemas no pós-parto que afetaram
significantemente a produção de leite (mastite, deslocamento de abomaso) e seus dados de
produção de leite não foram considerados nas análises. O protocolo de múltiplas injeções (i.m.)
de ECP utilizado foi: 0 a 3 dias após o parto - 4mg de ECP; em seguida, os animais receberam
mais 5 tratamentos de 2mg de ECP com intervalos de 3 a 4 dias para que estes fossem efetuados
em apenas dois dias da semana (Segunda-feira e Sexta-feira). A produção diária de leite nos
primeiros 60 dias pós-parto foi mensurada pelo sistema eletrônico Alpro-De Laval. As curvas de
produção de leite foram comparadas com o PROC REG do SAS, as variáveis contínuas foram
analisadas com o PROC GLM do SAS e as variáveis binomiais foram avaliadas com o PROC
FREQ do SAS. As curvas de produção de leite até os 60 dias pós-parto foram significativamente
diferentes entre os grupos, e os animais tratados com ECP produziram mais leite durante os
primeiros 60 dias pós-parto (30,9 ± 0,8 vs. 28,7 ± 0,8 kg) Houve interação tratamento-ordem de
lactação, sendo que o tratamento com ECP produziu maior aumento relativo na produção de
leite em vacas primíparas (Controle=21,9 ± 0.5 vs. ECP=26,5 ± 0.5) comparado com vacas
multíparas (Controle = 30,9 ± 0,5 vs. ECP = 32,9 ± 0,6). O tratamento com ECP não afetou a
porcentagem de animais com infecção uterina entre os dias 27 à 33 pós-parto (Controle = 37%
[7/19] vs. ECP = 29% [5/17]). Além disso, a média de produção de leite foi similar entre animais
com (29,9 ± 0,9 Kg) ou sem (29,7 ± 0,8 Kg) infecção uterina. Os resultados são sugestivos de
que os múltiplos tratamentos com ECP no pós-parto podem aumentar a produção de leite nos
primeiros 60 dias de lactação em vacas Holandesas de alta produção. Este aumento na produção
de leite parece ser mais evidente em vacas primíparas Outros experimentos correlacionando
produção de leite e suplementação com ECP no pós-parto devem ser conduzidos para elucidar os
possíveis mecanismos de ação e a repetibilidade no aumento da produção de leite.
Agradecimento: Pfizer
s369
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Parte da dissertação de Mestrado do 1° autor, financiada pela CAPES, 2 Doutorando do DZO/
UFV, 36571-000, Viçosa–MG, Brasil, 3 Professor do DZO/UFV, 36571-000, Viçosa–MG,
Brasil, 4 Professora do DZO/UFVJM, Diamantina-MG, Brasil, 5 Mestranda do DZO/UFV, 6
Estudante de Zootecnia/UFVJM, 7 Estudante de Medicina Veterinária/UFV, 8Pesquisador da
EMBRAPA-CNPGL, *Agradecimentos às empresas Tecnopec e Sensoglass pela colaboração.
vinicioaraujo@vicosa.ufv.br
s370
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Unifenas e Biotran Ltda – R. Tatuin, 93 – Res. Teixeira. 37130-000 Alfenas MG
cacf@biotran.com.br. 2Biotran Ass. e Consult. em Reprod. Animal LTDA. 3Unifenas – Rod.
MG179 – Km 0 - 37130-000 Alfenas MG - 4FMVZ-Unesp-Botucatu
s371
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
VRA-FMVZ-USP São Paulo-SP, Brasil, 2DAPSA-FMVA-UNESP Araçatuba-SP, Brasil,
3
Unidade de pesquisa com herbívoros - INRA, Theix, França. mpaula@usp.br
Testando a hipótese de que a leptina atue como sinalizador metabólico, determinando o momento
do início da puberdade, o presente experimento teve o objetivo de avaliar o perfil da secreção da
leptina em novilhas Nelore pré-púberes, comparando sua concentração sérica entre novilhas
Nelore avaliadas precoces ou não precoces considerando a fertilidade aos 16 meses de idade.
Foram utilizadas 17 novilhas, filhas de vacas com puberdade precoce cruzadas com touros com
grande incidência de filhas com puberdade precoce. Todos os animais permaneceram em piquetes
nas dependências do Curso de Medicina Veterinária da UNESP de Araçatuba e foram
suplementadas diariamente com silo de milho e ração e tiveram acesso livre a bagaço de cana
hidrolisado, sal mineral e água, o ganho de peso foi acompanhado mensalmente. Amostras de
sangue venoso foram colhidas em tubos de 10 ml heparinizados a cada 4 dias, até a puberdade,
aliquotados e armazenados a -20°C em tubos de polipropileno. A leptina foi quantificada de
amostras colhidas nos 32 dias anteriores à primeira ovulação com formação de corpo lúteo
detectável pelo ultra-som e produção de progesterona acima de 1 ng/ml (dia zero), através de um
RIA específico para bovinos. A técnica de RIA empregada foi de duplo anticorpo. Utilizamos
leptina bovina recombinante (DSL R01708) e anticorpo específico fornecido pelo INRA. A iodação
foi feita pelo método Tetracloro (Iodogen®) e utilizado para o ensaio 10.000 cpm/tubo, primeiro
anticorpo diluído 1:500 e segundo anticorpo 1:15. A ligação máxima foi 14%, a ligação não
específica, 1%, o coeficiente de correlação da curva, 0,99 e coeficiente de variação intra-ensaio
4,92%. O ensaio foi validado através de um paralelismo entre a curva padrão e os controles alto
e baixo. Não houve diferença entre a leptina plasmática dos animais precoces (2,24±0,34ng/ml)
e dos não precoces (2,4±0,37ng/ml)(p = 0,8196), através da comparação de médias (teste t não
pareado) do InStat, assim como não houve interação tempo-tratamento (p=0,6510), determinada
pelo teste de Greenhouse-Geisse, utilizando-se o comando REPEATED gerado pelo proc GLM
do SAS. É provável que nesse experimento a concentração de leptina não esteja relacionada com
o início da puberdade. Recentemente, a administração de leptina a novilhas pré-puberes
alimentadas adequadamente não foi capaz de acelerar o inicio da puberdade, o que sugere que
leptina seja um fator passivo, permitindo a ocorrência da puberdade quando a maturidade sexual
é atingida, atuando como um fator metabólico permissivo à secreção de gonadotrofinas em resposta
à condição nutricional do animal (Maciel, J.Anim. Sci., v.82, p.2930, 2004). Não foi possível
demonstrar em novilhas Nelore um aumento na concentração de leptina plasmática semelhante
ao relatado para novilhas Holandesas (Diaz-Torga, Theriogenology, v.56, p.111, 2001; Garcia,
J.Anim.Sci., v.60, p.2158, 2002).
s372
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Resumos
Fisiologia/Endocrinologia
do Macho
s373
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
s374
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Welter, B.M.1; Jacomini, J.O.1; Guardieiro, M.M.1; Meira, C.2; Diniz, E.G.1;
Guimarães, E.C.3; Reis, F.C.4
1
Faculdade de Medicina Veterinária – FAMEV/UFU, Uberlândia – MG, 38400-714, Brasil.
bmwvet@bol.com.br. 2Departamento de Reprodução Animal e Radiologia Veterinária –
FMVZ/UNESP, Botucatu-SP. 3Faculdade de Matemática – FAMAT/UFU. 4Médico
Veterinário.
s375
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Koivisto, M.B.1; Carreira, J.T.1; Mingoti, G.Z.2; Perri, S.H.V.2; Rodrigues, L.H.3;
Rödel, E.U.R.4
1
DCCRA, FOA-UNESP, 16050-680, Araçatuba, SP, 2 DAPSA, FOA-UNESP, 16050-680,
Araçatuba, SP, 3LAGOA DA SERRA-CCPS, 14174-000, Sertãozinho, SP, 4 SANTA CLARA-
JACAREZINHO, 16880-000 Valparaíso, SP koivisto@fmva.unesp.br
s376
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Amorim, L.S.1; Torres, C.A.A.1; Amorim, E.A.M.1; Guimarães, J.D.2; Silva Filho, J.M.3;
Fonseca, J.F.4; Viana, J.H.M.5; Siqueira, L.G.B.1
1
DZO/UFV, 36570-000, Viçosa-MG, Brasil, 2DVT/UFV, 36570-000, Viçosa-MG, Brasil, 3EV/
UFMG, 30123-970, Belo-Horizonte, Brasil, 4Embrapa Caprinos – Núcleo Sudeste, 36155-000,
Sobral-CE, Brasil, 5Embrapa Gado de Leite, 36038-330, Juiz de Fora – MG, Brasil.
lnlsamorimufv@yahoo.com.br
s377
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Doutoranda em Zootecnia, Departamento e Zootecnia-UFLA; 2Professor Titular,
Departamento de Zootecnia-UFLA; 3Professor Adjunto, Departamento de Zootecnia-UFLA e
4
Professor Adjunto, Departamento de Medicina Veterinária-UFLA. 1betaassis@uol.com.br
s378
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Monteiro, C.D.; Bicudo, S.D.; Toma, H.S.; Azevedo, H.C.; Rodello, L.; Sicherle, C.C.
s379
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
s380
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Resumos
Inseminação Artificial e IATF
s381
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
s382
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Meneghetti, M.1; Losi, T.C.1; Vilela, E.R.1, Maia, S.A.1; Vasconcelos, J.L.M.2
1
Lageado Consultoria Agropecuária, Mineiros-GO, Brasil; 2DPA–FMVZ-UNESP, Botucatu-
SP, Brasil, vasconcelos@fca.unesp.br
Meneghetti (Acta Scientiae Veterinariae, v.33, p.256) testou diferentes estímulos ovulatórios em
protocolo de inseminação artificial em tempo fixo (IATF) no qual utilizou dispositivo intravaginal
de P4 (CIDR®) por nove dias associado à aplicação de 2,0 mg de benzoato de estradiol no início
do protocolo. No estudo não foi observada diferença nas taxas de concepção entre os animais
tratados com 0,5 ou 1,0 mg de cipionato de estradiol (ECP) como estimulo ovulatório no momento
da retirada do CIDR®. Em outro experimento (Meneghetti, Acta Scientiae Veterinariae, in press...)
não detectou diferença nas taxas de concepção dos animais sincronizados com CIDR® e 1,0 mg
de ECP ou 2,0 mg de benzoato de estradiol no início do protocolo. O objetivo deste experimento
foi comparar o efeito da dose de ECP utilizada como estímulo ovulatório em protocolo que
iniciou com aplicação de 1,0 mg de ECP junto com a inserção do CIDR®. Foram utilizadas 195
vacas Nelore paridas, sendo 121 na fazenda 1 com escore de condição corporal (ECC) 3,31 ±
0,22 e 74 animais na fazenda 2 com ECC 3,08 ± 0,26, mantidas em regime de pasto com
suplementação mineral. Todas as vacas foram sincronizadas com o mesmo protocolo base: no
dia 0 os animais receberam o dispositivo intravaginal de progesterona (CIDR®, 1,9 g de P4,
Pfizer) novo ou pré-utilizado por 9 ou 18 dias e foi aplicado cipionato de estradiol (1,0 mg, i.m.,
E.C.P.®, Pfizer), o dispositivo permaneceu nos animais por nove dias e dois dias antes da retirada
(dia 7) foi aplicado PGF2á (12,5 mg de dinoprost trometamina, i.m., Lutalyse®, Pfizer), na retirada
do CIDR® (dia 9) os bezerros foram removidos e as vacas divididas aleatoriamente em dois
tratamentos, Grupo 0,25: foi aplicado 0,25 mL de ECP (0,5 mg, i.m., E.C.P.®, Pfizer); Grupo 0,5:
foi aplicado 0,5 mL de ECP (1,0 mg, i.m., E.C.P.®, Pfizer). A IATF foi realizada 46 a 50 horas
após a retirada do dispositivo. Os bezerros retornaram com as mães após a IATF. A análise
estatística foi feita por regressão logística no SAS. O diagnóstico de gestação foi feito com ultra-
som (Aloka SSD-500, 5,0 mHz) 28 dias após a IATF. Não foi observado efeito de dose de ECP
(0,25 vs. 0,5 mL) na taxa de concepção dos animais sincronizados, sendo 36,4% (36/99) nas
vacas do Grupo 0,25 e 36,5 (35/96) no Grupo 0,5. Foi verificado efeito (p<0,05) de fazenda na
concepção dos animais, na fazenda 1 foi 43,8% (53/121) e 24,4% (18/74) na fazenda 2. Os
resultados indicam que neste protocolo as duas doses de ECP testadas podem ser utilizadas, sem
alterar as taxas de concepção. Palavras-chave: cipionato de estradiol, concepção, vaca nelore
s383
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Cavalcanti, A.S.1; Fonseca, J.F.2; Nogueira, L.A.G.1; Brandão, F.Z.1; Silva, A.L.S.1;
Pinho, T.G.1; Pinna, A.E.1; Carvalho, B.C.3
1
Programa de Pós-Graduação em Clínica e Reprodução Animal - FV/UFF, 24.230-340,
Niterói – RJ, Brasil; 2 Embrapa Caprinos, 62011-970, Sobral – CE, Brasil, 3Pós-Graduação
EV/UFMG. cavalcantiamanda@hotmail.com
s384
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Cavalcanti, A.S.1; Fonseca, J.F.2; Nogueira, L.A.G.1; Brandão, F.Z.1; Silva, A.L.S.1;
Pinho, T.G.1; Boité, M.C.1; Carvalho, B.C.3
1
Programa de Pós-Graduação em Clínica e Reprodução Animal - FV/UFF, 24.230-340,
Niterói – RJ, Brasil; 2 Embrapa Caprinos, 62011-970, Sobral – CE, Brasil, 3 Pós-Graduação
EV/UFMG - cavalcantiamanda@hotmail.com
s385
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Pincinato, D.1,2; Peres, L.C.1,2; Miranda, G.3; Cutaia, L.2; Bó, G.A.1,2
1
Universidad Nacional de Córdoba, Argentina. 3Pontifícia Universidade Católica (PUC),
Poços de Caldas-MG, Brasil. 2Instituto de Reproducción Animal Córdoba (IRAC), Jerónimo
Luis de Cabrera 106, X5000GVD, Córdoba, Argentina. gabrielbo@iracbiogen.com.ar
Dois experimentos foram realizados para avaliar o efeito de diferentes programas Co-Synch
com dispositivo intravaginal com progesterona (P4) e eCG sobre as taxas de prenhezes em vacas
de corte com cria inseminadas artificialmente em tempo fixo (IATF). No Experimento 1, 40
vacas com cria, cruza zebu, <90 dias pós-parto e condição corporal (CC) 2,5±0,34 (escala 1-5)
foram divididas aleatoriamente em 4 grupos em um esquema 2x2 fatorial. Todas as vacas
receberam um dispositivo DIB (Syntex, Argentina) e 50 μg de GnRH (Lecirelina, Gonasyn,
Syntex) IM no Dia 0 e foram divididas ao remover o DIB e receber 150 µg D+cloprostenol
(Ciclase, Syntex) no Dia 6 (6-dia Co-Synch) ou 7 (7-dia Co-Synch). As vacas foram subdivididas
no momento da remoção do DIB, ao receber ou não 400 UI eCG IM (Novormon, Syntex SA).
Todas as vacas receberam um segundo tratamento de GnRH 66h depois da remoção do DIB. Foi
realizado exame diário do ovário por ultra-sonografia nas vacas do Dia 0 a remoção do DIB, e
após este momento a cada 6h até a ovulação. As médias foram comparadas por ANAVA e as
proporções pelo teste de chi-cuadrado. Setenta e cinco por cento (30/40) das vacas ovularam
após o primeiro tratamento de GnRH e 95,0% (38/40) iniciaram uma nova onda folicular 1,9±1,6
dias depois do tratamento de GnRH. Não houve efeito significativo (P>0,05) de dia da remoção
do DIB ou tratamento de eCG sobre o diâmetro do folículo ovulatório (6-dia Co-Synch:
12,4±0,4mm vs. 7-dia Co-Synch: 12,2±0,4mm; eCG 12,6±0,4 mm vs. não eCG 12,0±0,4mm),
taxa de crescimento diário do folículo ovulatório (6-dia Co-Synch: 0,8±0,1mm vs. 7-dia Co-
Synch: 0,5±0,1mm; eCG 0,8±0,1mm vs. não eCG 0,5±0,1mm) e intervalo da remoção do DIB a
ovulação (6-dia Co-Synch: 90,1±2,8 h vs. 7-dia Co-Synch: 87,0±2,8h; eCG 87,8±2,8h vs não
eCG 89,3±2,9h). No Experimento 2, 286 vacas com cria da mesma fazenda receberam o mesmo
tratamento do Experimento 1 e foram IATF no momento do segundo tratamento de GnRH (66h
após remoção do DIB). As taxas de prenhezes foram detectadas por ultra-sonografia 30 dias
após a IATF e analisadas por regressão logística. Não houve efeito significativo de inseminador
e CC sobre as taxas de prenhezes. Não houve efeito do Dia da remoção do DIB (P>0,05) sobre as
taxas de prenhezes (6-dia Co-Synch: 36/143, 25,2% vs. 7-dia Co-Synch: 45/143, 31,5%).
Entretanto, houve um efeito significativo (P<0,05) do tratamento de eCG sobre as taxas de
prenhezes (eCG=49/139, 35,3% vs. não eCG=32/147, 21,8%). Embora a administração de eCG
não tenha aumentado o diâmetro do folículo dominante, sua aplicação aumentou as taxas de
prenhezes em vacas com cria, cruza zebu tratadas com o programa Co-Synch por 6 ou 7 dias
com dispositivo intravaginal com P4.
s386
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Instituto de Reproducción Animal Córdoba (IRAC), 2Universidad Nacional de Córdoba,
3
Syntex - e-mail: lcutaia@iracbiogen.com.ar
s387
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Pincinato, D.1,2; Peres, L.C.1,2; Chesta, P.2; Martinez, M.2; Cutaia, L.2; Bó, G.A.2
1
Universidad Nacional de Córdoba, Argentina. 2Instituto de Reproducción Animal Córdoba
(IRAC), Jerónimo Luis de Cabrera 106, X5000GVD, Córdoba, Argentina. e-mail:
gabrielbo@iracbiogen.com.ar
Um experimento foi realizado para avaliar as taxas de prenheez em vacas com cria tratadas com
programa Co-Synch com dispositivo intravaginal com progesterona (P4) e inseminadas
artificialmente em tempo fixo (IATF) em dois diferentes momentos. Vacas cruza zebu, com cria
(n=133), <90 dias pós-parto e condição corporal (CC) de 3,4±0,4 (escala, 1-5) foram
aleatoriamente dividias em dois grupos de tratamento. Todas as vacas receberam um dispositivo
DIB (Syntex SA, Argentina) e 50 µg de GnRH (Lecirelina, Gonasyn, Syntex SA) IM no Dia 0,
150 µg D (+) cloprostenol (Ciclase, Syntex SA) no momento da remoção do DIB (Dia 7) e foram
divididas ao receber o segundo tratamento de GnRH e IATF a 48 ou 66 h após a remoção do DIB.
As vacas foram IATF com sêmen congelado/descongelado de três touros diferentes por dois
inseminadores. As taxas de prenhezes foram detectadas por ultra-sonografia 45 dias após a IATF
e analisadas por regressão logística. Não houve efeito significativo de inseminador e touro sobre
as taxas de prenhezes (P>0,2). Ademais, as taxas de prenhezes não diferiram entre as vacas IATF
às 48 h (32/68; 47,1%) ou 66 h (32/65; 49,2%) após a remoção do DIB. Conclui-se que no
programa Co-Synch com dispositivo intravaginal com P4 é possível administrar o segundo
tratamento com GnRH e IATF, ambos às 48 ou 66 h depois da remoção do dispositivo intravaginal
com P4, sem afetar as taxas de prenhezes. Isto possibilita sincronizar e IATF um grande número
de animais, distribuindo o momento da IATF entre 48 e 66 h após a remoção do dispositivo
intravaginal com P4.
s388
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
2
Centro Biotecnológico de Reprodução Animal, CBRA, DTRA, UESB - Itapetinga-BA, 45
700-000, Brasil, delrei@uesb.br; 1UFRPE/ UAG – Garanhuns – PE; 3UESC – Ilhéus – BA.
No presente experimento foi analisada a resposta de 59 búfalas Murrah amamentando com período
de pós-parto entre 30 e 210 dias ao tratamento com cloprostenol sódico administrado na submucosa
vulvar. Os animais foram mantidos extensivamente em pasto de Panicum maximum com livre
acesso à água e sal mineral ad libitum. Após o parto, os animais foram mantidos sem touro e o
estro foi detectado com auxílio de rufiões e observado três vezes ao dia. O experimento foi
conduzido de janeiro a à julho de 2005 em uma fazenda no sudoeste da Bahia em clima tropical.
Todos os animais receberam uma primeira dose de 250μg de cloprostenol sódico (Ciosin – Shering
Plough – Coopers, SP – Brasil) por injeção na submucosa vulvar e após 12 dias o mesmo
tratamento foi repetido nos animais que não apresentaram estro após o primeiro tratamento. Para
identificar o melhor período pós-parto de resposta ao tratamento os animais foram divididos em
blocos ao acaso em 6 classes de acordo com a idade dos bezerros à intervalos de 29 dias. De
todos os animais tratados, 67,8% apresentaram estro sendo 25,4% após o primeiro tratamento e
42, 4% após o segundo tratamento. A melhor resposta ao tratamento (P < 0,01; Qui-quadrado)
ocorreu na classe de 120 – 140 dias pós-parto quando 83,3% apresentaram estro. Com pós-parto
entre 30 – 59 dias (n = 16), 2 animais apresentaram estro após o primeiro tratamento e 3 após o
segundo tratamento, totalizando 50% de resposta ao tratamento. Com pós-parto entre 60 – 89
dias (n = 11), dois animais apresentaram estro após o primeiro tratamento e 5 após o segundo
tratamento, totalizando 63,6% de resposta ao tratamento. Com pós-parto entre 90 – 119 dias (n =
9), dois animais apresentaram estro após o primeiro tratamento e 4 após o segundo tratamento,
totalizando 66,7% de resposta ao tratamento. Com pós-parto entre 120 – 149 dias (n = 12),
quatro animais apresentaram estro após o primeiro tratamento e 6 após o segundo tratamento,
totalizando 83,3% de resposta ao tratamento. Com pós-parto entre 150 – 179 dias (n = 10), três
animais apresentaram estro após o primeiro tratamento e 4 após o segundo tratamento, totalizando
70% de resposta ao tratamento. Com pós-parto acima de 180 dias (n = 7), dois animais
apresentaram estro após o primeiro tratamento e 3 após o segundo tratamento, totalizando 71,4%
de resposta ao tratamento. Após analisar o grupo inteiro de animais (n = 15) 25,4% apresentaram
estro após o primeiro tratamento, 42,4% (n = 25) ao segundo tratamento e 32,2% (n = 19) não
apresentaram estro após os dois tratamentos. A partir desses resultados pode ser concluído que
metade da dose recomendada pelo laboratório por via intramuscular administrado na submucosa
vulvar apresentou resposta satisfatória, especialmente na classe de 120 – 149 dias pós-parto
reduzindo o custo da indução de estro com cloprostenol sódico em búfalas Murrah. Palavras
Chave: Pós-parto, Búfala, Indução de estro.
s389
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
s390
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Meneghetti, M.1; Losi, T.C.1; Vilela, E.R.1; Martins Jr, A.P.1 ; Vasconcelos, J.L.M.2
1
Lageado Consultoria Agropecuaria, Mineiros-GO, Brasil; 2DPA–FMVZ-UNESP, Botucatu-
SP, Brasil, vasconcelos@fca.unesp.br
A técnica de inseminação artificial em tempo fixo (IATF) vem sendo largamente implementada
nos rebanhos de gado de corte nacional. Protocolos que iniciam com aplicação de benzoato de
estradiol (BE) e inserção de dispositivo intravaginal de progesterona têm alcançado boas taxas
de prenhez em rebanhos zebuínos (Meneghetti, Acta Scientiae Veterinariae, v.33, p.256; Baruselli,
Rev.Bras.Reprod.Anim., v.27, p.418-419). A utilização do cipionato de estradiol (ECP) para
sincronizar a emergência de nova onda folicular pode ser uma opção ao BE e foi utilizada com
sucesso em novilhas holandesas (Colazo, Animal Reproduction Science; v.81, p.25-34; Ambrose,
Theriogenology, v.64, p.1457-1474). O objetivo desse experimento foi avaliar o uso de diferentes
estrógenos (BE x ECP) no início de protocolo de IATF em vacas de corte zebuínas. Vacas Nelore
paridas (n=751) com escore de condição corporal 3,31 + 0,28 e entre 38 e 90 dias pós-parto,
mantidas em regime de pasto com suplementação mineral, foram sincronizadas com o protocolo:
no dia 0 os animais receberam um dispositivo intravaginal de progesterona (CIDR®, 1,9g de P4,
Pfizer) novo ou pré-utilizado por 9 ou 18 dias. O dispositivo permaneceu nos animais por nove
dias e dois dias antes da retirada (dia 7) foi aplicado PGF2á (12,5 mg de dinoprost trometamina,
i.m., Lutalyse®, Pfizer), na retirada do CIDR® (dia 9) foi aplicado ECP (0,5 mg, i.m., E.C.P.®,
Pfizer) e os bezerros foram removidos das mães. A IATF foi realizada 48 a 54 horas após a
retirada do dispositivo e os bezerros retornaram com as vacas após a IATF. Os animais foram
divididos aleatoriamente em três grupos no dia 0, quando foi aplicado: 2,0 mg de BE (Estrogin®,
Farmavet) no grupo 1 (G1), 1,0 e 2,0 mg de ECP (E.C.P.®, Pfizer) nas vacas dos grupos 2 e 3 (G2
e G3), respectivamente. No momento da IATF e 48 horas após foi realizado exame de ultra-som
(Aloka SSD-500, 5,0 mHz) para determinar a taxa de ovulação. O diagnóstico de gestação foi
feito por ultra-som 28 dias após a IATF. A análise estatística foi feita por regressão logística. Não
houve diferença na taxa de sincronização entre os grupos que foi de 89,8% (212/236) no G1,
88,4% (297/336) no G2 e 88,3% (158/178) no G3. Foi observada tendência (p=0,10) de efeito de
grupo na taxa de concepção, sendo 48,3% (114/236) no G1, 45,5% (153/336) no G2 e 40,2%
(72/179) no G3. O G2 foi semelhante ao G1 e G3 e o G1 superior ao G3. O uso de maior
dosagem de ECP (2,0 mg) resultou em menor número de animais gestantes pela redução na
concepção dos animais tratados, pois não foi verificada redução na taxa de sincronização deste
grupo. A utilização de 2,0 mg de BE ou 1,0 mg de ECP no início do protocolo de IATF descrito
resulta em taxa de concepção semelhante em vacas Nelore lactantes. Palavras-chave: estradiol,
concepção, progesterona
s391
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Meneghetti, M.1; Losi, T.C.2; Vilela, E.R.2; Vilela Neto, J.M.2; Vasconcelos, J.L.M.1
s392
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
O objetivo deste experimento foi avaliar o efeito do pré-tratamento com cipionato de estradiol
na prevenção de luteólise precoce em Nelore em anestro induzidas a ovular com remoção de
bezerros (RB) por 48 horas e GnRH. Vacas Nelore em anestro (avaliadas por 2 exames
ultrassonográficos 8 dias aparte; 37,17±3,10 DPP; n=35) sofreram, no dia -2, RB (48 horas),
sendo neste momento designadas aleatoriamente a receber um dos dois tratamentos: Grupo
Controle - Injeção i.m. de 0,5mL de óleo de caroço de algodão (placebo); Grupo ECP - Injeção
i.m. de 1,0mg (0,5mL) de cipionato de estradiol (ECP®, Pfizer Saúde Animal, Brasil). No dia 0
(final da RB) todas as vacas receberam uma injeção i.m. de 200mcg de GnRH (Fertagyl®, Intervet,
Brasil). A ovulação foi avaliada através de dois exames ultrassonográficos (dias 0 e 2), sendo
que somente as vacas que ovularam foram utilizadas no experimento (Controle, n=12; ECP,
n=8). Amostras de sangue foram coletadas nos dias 0, 5, 9 e 15 para avaliação da duração do
corpo lúteo através da dosagem de progesterona sérica (P4) por radioimunoensaio. A porcentagem
de vacas que apresentaram ciclo curto foi analisada por regressão logística e as concentrações
séricas de P4 foram analisadas pelo PROC MIXED. A incidência de ciclos curtos não diferiu
entre os grupos (83,3% vs. 75,0%, P>0,10), bem como as concentrações séricas de P4 nos dias 0,
5, 9 e 15 (0,4±0,4 vs. 0,4±0,5; 3,0±0,4 vs. 2,4±0,5; 0,9±0,4 vs. 1,3±0,5; 0,8±0,4 vs. 0,9±0,5
respectivamente; P>0,10). Em ambos os tratamentos, a P4 sérica elevou-se entre os dias 0 e 5
(P<0,01), porém decresceu entre os dias 5 e 9 (P<0,01), indicando luteólise precoce. As
concentrações séricas de P4 foram similares entre os dias 9 e 15 (P>0,1). Conclui-se que o
tratamento com 1,0mg de cipionato de estradiol não preveniu a ocorrência de ciclos curtos em
vacas Nelore em anestro após indução da ovulação com RB e GnRH.
s393
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Este estudo testou a hipótese de que o aumento da ingestão de matéria seca (IMS) reduz a
concentração plasmática de progesterona (P4) de forma aguda (5h após a IMS) e crônica (12h
após a IMS) em vacas tratadas com dispositivo intravaginal de P4 (CIDR®, 1,9g), sem CL
(Exp1) ou durante o ciclo estral, com CL (Exp.2). No Exp. 1, vacas Holandesas não-lactantes
(n=21) foram sincronizadas com o protocolo Ovsynch. No dia 7, após a segunda aplicação de
GnRH, todas as vacas receberam uma aplicação de PGF2α, para regressão do CL (95%; 20/21),
e foram divididas (Fatorial 2x2) de acordo com o número de CIDR (1 vs. 2) e a IMS (2 vs. 8 kg
de concentrado, oferecido duas vezes ao dia, por 14 dias). Para avaliar o efeito agudo da IMS na
concentração plasmática de P4, amostras de sangue foram colhidas a cada 15 minutos por 6
horas no dia 14 do experimento. No Exp. 2, vacas Holandesas não-lactantes, foram sincronizadas
como o mesmo protocolo e no dia da segunda aplicação de GnRH foram divididas em dois
grupos: 8 kg (n=7) ou 2 kg (n=4) de concentrado. Foi realizada uma replicata. Em ambos os
experimentos, para avaliar o efeito crônico da IMS na concentração plasmática de P4, foram
colhidas diariamente amostras de sangue, 12 horas após a ingestão. A concentração plasmática
de P4 foi determinada por RIA. Os dados foram analisados pelo procedimento MIXED do SAS.
No Exp. 1 foi detectada interação (P<0,01) entre número de CIDR, IMS e dia da colheita na
concentração plasmática de P4, 12 horas após a IMS. Vacas que receberam 1 CIDR e 8 kg/dia de
concentrado tiveram a menor concentração plasmática de P4, e vacas que receberam 2 CIDR e 2
kg/dia de concentrado tiveram maior concentração, e foi verificado que essa diferença entre os
grupos se alterava durante o período de 14 dias. No dia 14 do Exp. 1 foi detectada interação
(P<0,01) entre IMS e momento da colheita da amostra de sangue na concentração plasmática de
P4, mostrando o efeito agudo da IMS na concentração plasmática de P4. Vacas que receberam 8
kg de concentrado apresentaram maior decréscimo na concentração plasmática de P4. No Exp.
2, foi detectada interação (P<0,05) entre IMS e dia na concentração plasmática de P4, 12 horas
após a IMS. A concentração plasmática de P4 foi menor no grupo que recebeu 8 kg/dia de
concentrado, mostrando o efeito crônico da IMS na concentração plasmática de P4 exógena
(Exp. 1) e endógena (Exp. 2). A redução aguda e crônica da concentração plasmática de P4 pela
IMS ocorre provavelmente devido ao aumento do metabolismo da P4. Palavras-chaves: ingestão
de matéria seca, progesterona, vaca de leite.
s394
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
s395
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Médico Veterinário, MSc., Programa de pós-graduação em Zootecnia, UFPel. 2Estagiário,
NUPEEC, departamento de Clínicas Veterinária, UFPel. 3Prof. Dr. Departamento de
Zootecnia, Faculdade de Agronomia, UFPel. 4Prof. Dr. Departamento de Clínicas Veterinária,
Faculdade de Veterinária, UFPel. lpfeifer@ufpel.tche.br
s396
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Pfeifer, L.F.M.1; Meneghelo, L.2; Wilson Neto, J.2; Schneider, A.2; Castilho, E.M.2;
Dionello, N.J.L.3; Severo, N.C.4; Rabassa, V.R.5; Corrêa, M.N.6
1
Médico Veterinário, MSc., Programa de pós-graduação em Zootecnia, UFPel. 2Estagiário,
NUPEEC, departamento de Clínicas Veterinária, UFPel. 3Prof. Dr. Departamento de
Zootecnia, Faculdade de Agronomia, UFPel. 4Médico Veterinário, ABS Pecplan. 5Médico
Veterinário, PPG – Faculdade de Veterinária, UFPel. 6Prof. Dr. Departamento de Clínicas
Veterinária, Faculdade de Veterinária, UFPel. lpfeifer@ufpel.tche.br
s397
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Departamento de Reprodução Animal e Radiologia Veterinária – FMVZ/UNESP, Botucatu-
SP, 18618-000, Brasil. 2 Universidade de Alfenas, UNIFENAS, Alfenas-MG, Brasil, 3 Biotran
LTDA– Alfenas-MG, Brasil. 4 Medico Veterinário. mmgioso@yahoo.com.br
O objetivo deste trabalho foi comparar a eficiência de doses distintas de Acetato de Fertirelina,
análogo ao GnRH, para sincronização de onda folicular e indução da ovulação em vacas leiteiras,
através da avaliação ultra-sonográfica e dosagem sérica de estradiol (E2). Utilizou-se 77 vacas,
entre 60-120 dias pós-parto e escore corporal entre 2,5-4,0. Os animais foram avaliados
previamente por ultra-sonografia, e introduzidos no experimento àqueles que apresentavam
população folicular e corpo lúteo (CL) ou ausência de CL, porém presença de um folículo com
diâmetro e”10mm. As fêmeas foram distribuídas aleatoriamente em quatro tratamentos: Grupo 1
(n=21)- 100μg (dose integral) de Fertirelina (Fertigen®, Shering Plough, Brasil) no dia 0, 500μg
de PGF2á (Ciosin®, Shering Plough, Brasil) dia 8 e 100μg de Fertirelina dia 10. Grupo 2 (n=21)-
100μg de Fertirelina no dia 0, 500μg de PGF2á dia 8 e 50μg de Fertirelina dia 10. Grupo 3
(n=19)- 50μg de Fertirelina no dia 0, 500μg de PGF2á dia 8 e 100μg de Fertirelina dia 10. Grupo
4 (n=16)- 50μg de Fertirelina no dia 0, 500μg de PGF2á dia 8 e 50μg de Fertirelina dia 10.
Avaliações ultra-sonográficas e colheitas de sangue para análise do E2 foram realizadas nos dias
-1; 0; 2; 8; 10 e 12. As dosagens hormonais foram executadas por radioimunoensaio utilizando-
se kits comerciais (DPC Medlab®) segundo metodologia descrita por Fernandes (2000; Botucatu:
Unesp, Faculdade de Med Vet. e Zootec.,2000, 142p. Tese, Doutorado). A taxa de indução de
nova onda folicular após a primeira aplicação de Fertirelina, e a taxa de ovulação após a segunda
dose foram comparadas pelo teste 2. Para comparar os efeitos dos tratamentos nos diferentes
dias, sobre os diâmetros foliculares e para as concentrações de estradiol, utilizou-se análise de
variância e teste de Duncan. A taxa de sincronização média da primeira onda folicular e taxa de
ovulação ao final dos tratamentos foram de 70,0% e 66,2%, respectivamente não apresentando
diferença entre os grupos (P>0,05). Não houve diferenças nos valores dos diâmetros foliculares
entre os quatro tratamentos (P>0,05), com médias de 1,53±0,05mm no dia 8 e 1,70±0,05mm no
dia 10. Dados semelhantes foram relatados por Yamada et al. (2002, Anim. Reprod. Sci., v.74,
p.27-34). Os valores médios de estradiol nos dias 0 (3,21±2,40pg/ml), 2 (2,98±2,01pg/ml), 8
(3,38±1,45pg/ml), 10 (4,05±2,30pg/ml) e 12 (2,79±1,39pg/ml) também foram similares entre os
tratamentos (P<0,05), mas diferiram entre os dias de análise, isto é, as concentrações de estradiol
referentes ao dia 10 foram superiores em relação aos outros dias do exame (P<0,05). Estes dados
demonstram que a Fertirelina, seja em qualquer dose acima utilizada, foi capaz de promover um
desenvolvimento folicular competente com formação de um folículo dominante (dia 10) bem
como promover a ovulação constatada não só pela ultra-sonografia, mas também pela redução
substancial das concentrações de estradiol no dia 12. Em conclusão, a Fertirelina foi eficiente em
provocar a emergência de nova onda folicular, bem como induzir a ovulação ao final dos
tratamentos, seja na dose de 50 ou 100μg.
Agradecimentos: À Schering Plough pelo auxilio e fornecimento dos medicamentos para a
realização deste trabalho.
s398
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Departamento de Reprodução Animal e Radiologia Veterinária – FMVZ/UNESP, Botucatu-
SP, 18618-000, Brasil. 2 Universidade de Alfenas, UNIFENAS, Alfenas-MG, Brasil, 3 Biotran
LTDA– Alfenas-MG, Brasil. 4 Medico Veterinário. mmgioso@yahoo.com.br
O objetivo deste trabalho foi comparar a eficiência de duas doses de Acetato de Fertirelina,
análogo ao GnRH, para sincronização da onda de crescimento folicular e ovulação, bem como
posterior taxa de gestação em vacas leiteiras submetidas ao programa Ovsynch. Utilizou-se 77
vacas, a partir dos 60 dias pós-parto, escore corporal entre 2,5-4,0 e produção média de 30kg
leite/dia. Os animais apresentavam população folicular e corpo lúteo (CL) característico (Classe
1) ou ausência de CL, porém presença de pelo menos um folículo com diâmetro e”10mm (Classe
2). As fêmeas foram distribuídas aleatoriamente em quatro tratamentos: (1)- 100μg (dose
recomendada) de Fertirelina (Fertigen®, Schering Plough, Brasil) no dia 0, 500μg de PGF2α
(Ciosin®, Schering Plough, Brasil) dia 8 e 100μg de Fertirelina dia 10. (2)- 100μg de Fertirelina
dia 0, 500μg de PGF2α dia 8 e 50μg de Fertirelina dia 10. (3)- 50μg de Fertirelina dia 0, 500μg
de PGF2α dia 8 e 100μg de Fertirelina dia 10. (4)- 50μg de Fertirelina dia 0, 500μg de PGF2α
dia 8 e 50μg de Fertirelina dia 10. Avaliações ultra-sonográficas foram realizadas nos dias -1; 0;
2; 8; 10 e 12. Todos os animais foram inseminados as 16-20 horas após última aplicação da
Fertirelina. Os diagnósticos de gestação foram realizados por palpação transretal aos 60 dias
após inseminação artificial (IA). As taxas de indução de uma nova onda folicular, da ovulação e
gestação foram comparadas por χ2. As taxas de sincronização da emergência da onda folicular
foram semelhantes entre os tratamentos (P>0,05) com taxas de 53,8%; 76,9%; 75,0% e 75,0%,
para os grupos 1,2,3 e 4, respectivamente com média geral de 70,0% e entre as classes, com
taxas de 70,37% para a classe 1 e 69,56% para a classe 2 (P>0,05). As taxas ovulação ao final
dos protocolos também foram semelhantes (P>0,05) entre os tratamentos (66,6%; 52,3%; 63,2%;
87,5%, respectivamente) com média geral de 66,2%, e entre as classes foram de 69,44% para os
animais da classe 1 e 63,41% para os animais da classe 2 (P>0,05). Sobre os diâmetros dos
folículos pré-ovulatorios no Dia 10, não houve diferenças entre os tratamentos (1,64±0,09mm
1,70±0,12 mm, 1,63±0,11 mm, 1,82±0,10 mm, respectivamente, P>0,05), porém foram diferentes
em relação às classes 1 e 2 (1,63±0,06 mm versus 1,84±0,09 mm, P<0,05). As taxas de prenhez,
entre os tratamentos foram de 20,00%; 30,00%; 22,22%; 43,75%, respectivamente (P>0,05) e
entre as classes 1 e 2 foram de 30,56% e 26,31% ( P>0,05) com media geral de 28,37%. Em
conclusão, as taxas de sincronização, ovulação e gestação demonstram que Fertirelina foi eficiente
em provocar a emergência da onda e induzir a ovulação, nas doses de 50 ou 100μg, sugerindo
que doses de 50μg de Fertirelina podem ser indicadas sem comprometimento nos resultados
finais do programa. Palavras-chave: Fertirelina, vacas leiteiras, sincronização, onda folicular,
ovulação, taxas de gestação.
Agradecimentos: À Schering Plough pelo auxilio e fornecimento dos medicamentos para a
realização deste trabalho.
s399
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Marques, M.O.3; Silva, R.C.P.3; Ayres, H.2; Souza, A.H.2; Baruselli, P.S.2
1
FIRMASA IATF, Campo Grande-MS, Brasil. 2Depart. de Reprodução Animal, FMVZ-USP,
São Paulo-SP, Brasil. 3GERAEMBRYO, Cornélio Procópio-PR, Brasil. barusell@usp.br
Com o uso crescente da inseminação artificial em tempo fixo (IATF) observa-se a necessidade
de otimizar o manejo para maximizar a mão-de-obra e reduzir os custos da implantação dessa
biotecnologia. O protocolo que emprega o implante auricular de Norgestomet tem indicação de
ser utilizado por um período de 9 dias, quando associado ao Valerato de estradiol no dia de sua
inserção. Com base nestes dados foi realizado um estudo para flexibilizar a permanência do
implante auricular em vacas Nelore lactantes no protocolo para IATF a base de Norgestomet e
Valerato de estradiol, avaliando a possibilidade de utilização por um período de 10 dias. Essa
flexibilização maximizaria o manejo, facilitaria a programação e reduziria o custo do prtocolo
para IATF. Em dia aleatório do ciclo estral (D0), 567 vacas Nelore lactantes, com período pós-
parto entre 40 a 60 dias, receberam um implante auricular de Norgestomet (Crestar®, Intervet,
Brasil) associado a adminstração de 3 mg de Nogestomet e 5 mg de Valerato de estradiol (i.m.).
A partir deste momento os animais foram divididos em dois grupos: no Grupo 9 (n=258) o
implante auricular foi removido com 9 dias. No momento da remoção os animais receberam 300
UI de eCG (Folligon®, Intervet, Brasil). No Grupo 10 (n=309) o implante auricular foi removido
com 10 dias. Na remoção foram administradas 300 UI de eCG. Todos os animais foram
inseminados entre 52 e 56h após a retirada do implante. O diagnóstico de gestação foi realizado
via ultra-sonografia 55 dias após a IATF. As taxas de prenhezes foram analisadas pelo teste de
Qui-quadrado. Os resultados foram: Grupo 9, 57,7% (149/258) e Grupo P10 56,3% (174/309;
p>0,05). Os resultados são indicativos de que os protocolos que empregam 9 ou 10 dias de
permanência do implante auricular de Norgestomet não apresentam diferenças na taxa de prenhez
à inseminação artificial em tempo fixo, possibilitando a utilização do implante auricular por um
período de 9 ou 10 dias.
s400
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Penteado, L.1; Ayres, H.2; Torres-Júnior, J.R.S.2; Souza, A.H.2; Baruselli, P.S.2
1
FIRMASA IATF, Campo Grande-MS, 2 Departamento de Reprodução Animal, FMVZ/USP,
São Paulo-SP. luciano@grupomassa.com.br ou barusell@usp.br
s401
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Penteado, L.1; Marques, M.O.3; Silva, R.C.P.3; Ayres, H.2; Souza, A.H.2; Baruselli, P.S.2
1
FIRMASA IATF, Campo Grande-MS, Brasil. 2Depart. de Reprodução Animal, FMVZ-USP,
São Paulo-SP, Brasil.3GERAEMBRYO, Cornélio Procópio-PR, Brasil. barusell@usp.br
A técnica de sincronização da ovulação para IATF tem apresentado resultados satisfatórios quanto
à taxa de prenhez e à eficiência reprodutiva de rebanhos que adotam essa tecnologia. Estudos
têm demonstrado que é possível obter intervalos entre partos próximos a 12 meses em rebanhos
submetidos à IATF no período pós-parto precoce, principalmente devido a indução da ovulação
e ao restabelecimento da ciclicidade pelo tratamento de sincronização. Com base em experimentos
anteriores que empregaram eCG para induzir o crescimento folicular em vacas em anestro, para
desta forma antecipar o tratamento de IATF no período pós-parto, foi realizado um estudo
retrospectivo para avaliar o efeito de diferentes períodos pós-parto (PPP) na taxa de concepção
de vacas Nelore (Bos indicus) lactantes insemindas em tempo fixo. Utilizou-se 2489 vacas Nelore
lactantes, localizadas nos municípios de Brasilândia e Ribas do Rio Parto – MS que foram
submetidas a IATF entre 40 a 100 dias após o parto. Em dia aleatório do ciclo estral (D0), todos
os animais receberam 2 mg de Benzoato de Estradiol (BE, Estrogin, Farmavet, Brasil) IM
associados a um implante auricular contendo 3 mg de Norgestomet (CRESTAR®, Intervet, Brasil).
No D8, o implante foi removido e todos os animais receberam 300 UI de eCG (Folligon®, Intervet,
Brasil) e 0,150 mg de D-Cloprostenol (Preloban®, Intervet, Brasil). Os animais foram inseminados
entre 54 e 58h após a retirada do implante. Para analise do efeito do PPP na taxa de prenhez, os
animais foram divididos em 5 grupos: Grupo P40-49 (n=142) os animais foram inseminados
entre 40 a 49 dias; Grupo P50-59 (n=759) entre 50 a 59 dias; Grupo P60-69 (n=263) entre 60 a
69 dias; Grupo P70-79 (n=684) entre 60 a 69 dias e Grupo P>80 (n=641) acima de 80 dias após
o parto. O diagnóstico de gestação foi realizado por ultra-sonografia 55 dias após a IATF. A taxa
de prenhez foi analisada pelo teste de Qui-quadrado. Verificou-se os seguintes resultados: Grupo
P40-49, 52,82% (75/142); Grupo P50-59, 55,20% (419/759); Grupo P60-69, 52,09% (137/263);
Grupo P70-79, 56,29 (361/684) e Grupo P>80, 52,11 (334/641; p>0,05). Não se verificou efeito
do período pós-parto na taxa de concepção à IATF. Os resultados indicaram que é possível realizar
a IATF precocemente no período pós parto quanto se utiliza o tratamento de sincronização
associado ao eCG no momento da retirada do implante Esse resultado possibilita otimizar a
eficiência reprodutiva de rebanhos de corte que empregam a técnica de sincronização da ovulação
para IATF.
s402
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Sá Filho, M.F.1; Ayres, H.1; Rezende, L.F.C.3; Penteado, L.2; Nasser, L.F.2;
Souza, A.H.1; Baruselli, P.S.1
1
Departamento de Reprodução Animal, FMVZ/USP, São Paulo-SP, Brasil, barusell@usp.br 2
FIRMASA-IATF, Campo Grande, MS 3 Mestrando em Ciência Animal – UFMS, Campo
Grande-MS.
Um total de 308 novilhas Nelore foram selecionadas de acordo com a ausência de corpo lúteo
(CL) e presença de um folículo com diâmetro superior a 8 mm no início do tratamento (Dia 0). O
trabalho foi realizado em três propriedades em Cascavel, PR, no mês de novembro de 2005. As
novilhas foram homogeneamente subdivididas em três grupos de acordo com o uso ou não de
um dispositivo intravaginal de progesterona (P4;CIDR®, Pfizer, Brasil) e o uso ou não de benzoato
de estradiol no inicio do tratamento. No Dia -30, os animais foram divididos em três grupos
experimentais. O Grupo Controle (n=108) não recebeu nenhum tratamento. O Grupo CIDR
(n=104) recebeu um dispositivo de P4 previamente utilizado por 24 dias, o qual foi retirado no
Dia -22. No dia -20 foi administrado 1 mg de benzoato de estradiol (BE; Estrogin®, Farmavet,
Brasil). O Grupo CIDR+BE (n=96) recebeu o mesmo tratamento do Grupo CIDR, no entanto foi
administrado 2 mg de BE no momento da inserção do P4 (dia -30). No Dia 0, todos animais
receberam um implante auricular de Norgestomet (Crestar®, Intervet, Brasil) e 2 mg de BE
(Estrogin®, Farmavet, Brasil). No Dia 8, removeram-se os implantes e administrou-se 0,150mg
de D-Cloprostenol (PGF2α, Preloban®, Intervet,Brasil) e 300 UI de eCG (Folligon®, Intervet,
Brasil). No Dia 9, administrou-se 1mg de BE. As fêmeas foram inseminadas em tempo fixo
(IATF) 52 a 56 horas após a remoção do Crestar, dividindo homogeneamente as partidas de
sêmen nos grupos. O diagnóstico de gestação foi realizado por ultra-sonografia 30 dias após a
IATF. Os dados foram analisados pelo teste Anova e Qui-quadrado no programa estatístico SAS.
Os resultados para os Grupos Controle, CIDR e CIDR+BE foram, respectivamente: taxas de
indução de ciclicidade [63,0% (68/108)b; 83,3% (86/104)a; 78,1% (75/96)a; P=0,01], taxa de
concepção à IATF [50,0% (54/108); 58,7% (61/104); 54,2% (52/96); P > 0,05], taxa de concepção
à IATF dos animais que não responderam ao tratamento de indução (sem a presença de CL)
[40,0% (16/40)b; 52,9% (9/17)ab; 61,9% (13/21)a; p=0,05] e taxa de concepção a IATF dos animais
que responderam ao tratamento de indução (presença de CL) [55,9% (38/68); 60,0% (51/85);
52,0% (39/75); P > 0,05]. A taxa de concepção a IATF apresentou efeito de fazenda, sendo as
taxas para a Fazenda 1, 2 e 3, respectivamente, 40,2% (51/127)a, 63,5% (61/96)b e 64,7% (55/
85b; p=0,001). Os dados são sugestivos de que é possível induzir ciclicidade em novilhas Nelore
com o uso de dispositivo intravaginal de progesterona previamente utilizado por 24 dias associado
ao benzoato de estradiol 24h após a retirada (dia 9). Não se verificou efeito positivo da
administração de BE no início do tratamento (dia 0) de indução de ciclicidade
s403
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Souza, A.H.1; Martins, C.M.1; Torres-Júnior 1, J.R.S.; Ayres, H.1; Baruselli, P.S.1
1
Departamento de Reprodução Animal, FMVZ/ USP, São Paulo/SP, Brasil. ahsouza@usp.br
O presente estudo teve como objetivo comparar a dinâmica folicular e a taxa de concepção de
vacas Holandesas de alta produção submetidas a protocolos de sincronização da ovulação para
inseminação em tempo fixo associados à gonadotrofina coriônica equina (eCG) e ao Cipionato
de estradiol (ECP) Esse estudo foi delineado para testar a hipótese de que o tratamento com eCG
e/ou ECP aumentam a taxa de prenhez em protocolos de inseminação em tempo fixo Os animais
foram sincronizados e inseminados em tempo fixo nos meses de Dezembro/2005 e Janeiro/
2006. Todos os animais receberam 2 mg de Benzoato de estradiol (Estrogin, Farmavet, Brasil) e
um dispositivo intravaginal de progesterona (CIDR, Pfizer, Brasil) por 8 dias. No D8, no momento
da retirada do dispositivo e da aplicação de um luteolítico (Lutalyse, Pfizer, Brasil), os animais
foram homogeneamente divididos em 4 grupos: G1) eCG (400 UI; Folligon, Intervet, Brasil) +
ECP (1 mg) no Dia 8; G2) eCG (400 UI) no Dia 8 + GnRH (Fertagyl, Intervet, Brasil) no Dia 10;
G3) ECP (1 mg) no Dia 8; G4) GnRH no Dia 10. Na primeira fase (n=45), os animais foram
examinados por ultra-sonografia para acompanhar a dinâmica folicular durante os tratamentos
hormonais e no ciclo estral subseqüente Na segunda fase, foi realizado um teste de campo (n=400)
com os mesmos tratamentos. Os animais foram inseminados em tempo fixo 54 a 58h após a
retirada do dispositivo de progesterona O diagnóstico de prenhez foi realizado por meio de ultra-
sonografia 30 dias após a IATF. Os dados foram analisados pelo PROC FREQ e ANOVA do
SAS. A taxa de prenhez foi similar entre os grupos experimentais (G1=25,8%, G2=32,3%,
G3=28,1%, G4=29,2%). O ECP antecipou e aumentou a variação do momento da ovulação
(71.3±2.9ax vs. 78.0±1.9by), porém não afetou a taxa de prenhez à campo (com ECP=26,9% vs.
sem ECP=30,8%). O eCG aumentou o diâmetro do folículo ovulatório (14.± 0.06 vs.
12.2±0.06mm) e o volume do CL (6775±37.4 vs. 5704±40.4 mm3), porém somente animais de
baixa condição corporal (d” 2.5) apresentaram aumento na taxa de prenhez (27.8%a; n = 54 vs.
13.7%b; n = 51). Os resultados são sugestivos de que o eCG pode melhorar a taxa de prenhez em
vacas de leite de alta produção com baixa condição corporal O estresse térmico durante o período
experimental pode ter inibido os possíveis efeitos benéficos do ECP na fertilização e/ou do eCG
na taxa de concepção.
(Agradecimentos: Pfizer, Nutricell)
s404
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Isobe, F.R.1; Silva, B.J.C.2; Severo, N.3; Baptista, A.L.4; Santos, I.C.C.5; Oliveira, R.2;
Schneider, C.2; Traldi, A.S.1
1
Departamento de Reprodução Animal, FMVZ, USP – 13 630-000, Pirassununga, SP
2
Embryolife - 3ABS Pecplan - 4AC Agromercantil - 5Tecnopec - astraldi@usp.br
A sinuosidade da cérvix dificulta a inseminação via cervical nos ovinos, fato que, somado aos
baixos resultados de fertilidade com sêmen congelado nessa espécie, restringe o uso da
inseminação trans-cervical. Este estudo teve como objetivo otimizar uma técnica de inseminação
artificial trans-cervical em ovinos com sêmen congelado. Foram utilizadas 180 ovelhas divididas
em dois tratamentos hormonais para indução do estro, sendo o Grupo1 (G1, n=120) tratado com
pessários vaginais com 60 mg de Medroxiprogesterona (Progespon®) durante 11 dias e aplicação
de 300 UI de eCG (Novormon®) no momento da retirada do pessário e o Grupo2 (G2; n=60)
tratado com o mesmo pessário durante 9 dias, recebendo 300 UI de eCG e 100 mg de d-cloprostenol
(Prolise®) 48h antes do final do tratamento. As inseminações foram realizadas 12 a 18 horas após
detecção do estro por rufiões. Com o auxílio de um espéculo humano médio de 15 cm e uma
fonte de luz, a cérvix foi localizada e tracionada com uma pinça de Posy e uma Allis, permitindo
sua exteriorização e manipulação durante a introdução de aplicador metálico, com ponta romba
de 2mm e corpo de 1mm de diâmetro e 5 cm de comprimento, que favorece a transposição dos
anéis cervicais. Na impossibilidade de transpassar o primeiro anel cervical, a inseminação não
foi realizada. Foi utilizado sêmen congelado em palhetas de 0,25 ml com concentrações de 100
e 150 milhões de espermatozóides, distribuídas entre tratamentos. O diagnóstico de gestação foi
efetuado por ultra-sonografia trans-retal, 40 dias após as inseminações. Os resultados foram
analisados pelo teste do Qui-quadrado ou Anova. No G1, 110 manifestaram estro (90,8%), das
quais 49 foram inseminadas com 100 milhões (48,5%) e 52 com 150 milhões de espermatozóides
(51,5%). No G2, 43 manifestaram estro (71,7%), das quais 42 foram inseminadas (97,7%), 18
com 100 milhões (42,9%) e 24 com 150 milhões de espermatozóides (57,1%). O intervalo entre
o momento de retirada dos pessários e início do estro foi de 43,0±11,5h para o grupo G1 e
37,6±8,1h para o G2, sem diferença entre tratamentos (p³0,05). O percentual de animais em estro
foi superior no G1 (p = 0,0008). A taxa de gestação do G1 (8,9% - 9/101) não diferiu (p>0,1) do
G2 (7,1% -3/42), com uma taxa de parição total de 8,4% (12/143), das quais 58,3% (7/12)
oriundas de inseminações intra-uterinas, 25,0% (3/12) de inseminações cervicais profundas e
16,7% (2/12) cervicais médias. Não houve diferença significativa quanto à dose inseminante
entre grupos ou tratamentos (p>0,1). Os resultados obtidos mostraram a baixa eficiência da
técnica utilizando-se sêmen congelado em ovelhas inseminadas 12 a 18 horas após observação
de estro pelo método de tração cervical.
Financiado pela TECNOPEC®
s405
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Pós-graduando REMAPRO, Universidade Estadual de Londrina, 2Doutorando do programa
de pós-graduação em Ciência Animal, Universidade Estadual de Londrina, 3Mestrandos do
programa de Pós-Graduação do Departamento de Zootecnia da Universidade Estadual de
Maringá 4Graduanda do Curso de Medicina Veterinária da Universidade Estadual de Londrina,
5
Departamento de Clínicas Veterinárias, CCA, UEL, PR, 86051-990
annakarolla@hotmail.com
Com o objetivo de estudar a viabilidade do uso de duas lavagens uterinas como protocolo para a
coleta de embriões, desenvolveu-se um experimento que consistiu em superovular as doadoras e
fazer uma lavagem complementar no oitavo dia, 24 h depois da primeira lavagem realizada no
sétimo dia após a inseminação artificial. Foram utilizadas neste experimento vacas Nelores (n =
16), em regime de campo. Os animais foram considerados aptos após os exames ginecológicos e
ultra-sonográfico. O protocolo de superovulação consistiu na inserção de um dispositivo
intravaginal de progesterona 1,9 g (CIDR; Pfizer, Hamilton, Nova Zelândia) pela manhã. Vinte
e quatro horas após, administrou-se 2,5 mg de benzoato de Estradiol (Estrogin; Farmavet, São
Paulo, SP, Brasil) IM. No período entre o quinto e oitavo dia após o início do tratamento, os
animais receberam 250 UI de FSH (Pluset; Calier, Osasco, SP, Brasil) IM em doses decrescentes.
Quarenta e oito e sessenta horas após a primeira aplicação de FSH, foram administradas 25 mg
de dinoprost IM (Lutalyse; Pharmacia, Paulínia, SP, Brasil). Os dispositivos de progesterona
foram retirados, junto com a última aplicação de dinaprost. As vacas foram inseminadas 12 e 24
horas após o início das manifestações estrais. Para os procedimentos das lavagens uterinas (n =
32) foram utilizadas sondas de Foley de duas vias, posicionadas na porção caudal à bifurcação
do útero. Em cada lavagem, foram usados 1.000 ml de DMPBS (Embriocare; Cultilab, Campinas,
SP, Brasil). Após o término da lavagem no sétimo dia, a sonda era retirada e um segundo
procedimento era realizado 24 horas após o primeiro. Todas as lavagens uterinas foram realizadas
pelo mesmo profissional. Obtêve-se um total de 169 estruturas sendo 91,1% (154/169) no sétimo
dia. Na lavagem complementar no oitavo dia 8,9% (15/169) estruturas foram obtidas. Concluímos
que a lavagem complementar permitiu a recuperação de um número muito reduzido de embriões
e a validade deste procedimento fica restrita a embriões cujo valor justifique o procedimento.
Este experimento recebeu o apoio da Pfizer, por meio da doação de medicamentos.
s406
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Alves, S.G.G.; Chalhoub, M.; Bittencourt, R.F.; Biscarde, C.E.A.; Almeida, A.K.;
Portela, A.P.M.; Vasconcelos, M.F.; Freitas, D.S.; Ribeiro Filho, A. de L.
As técnicas de avaliação seminal, utilizadas rotineiramente nos exames andrológicos, ainda são
limitadas quanto à determinação do potencial fertilizante do espermatozóide, pois as variáveis
espermáticas do ejaculado (motilidade, concentração e morfologia), são insuficientes num
diagnóstico de infertilidade, a não ser que alguma delas seja extremamente inferior aos valores
preconizados para a espécie em questão. Dentre os aspectos morfológicos estruturais dos
espermatozóides, a integridade da membrana plasmática é crucial para o funcionamento da célula
espermática, por isso, a grande importância do estudo da sua funcionalidade. O teste hiposmótico
ou “hypoosmotic swelling test” (HOST), desenvolvido por Jeyendren et al. (J. Reprod. Fert.,
v.70, p.219-228), teve como finalidade avaliar a integridade funcional da membrana plasmática
do espermatozóide. Este teste baseou-se no transporte de fluidos que ocorre através da membrana
plasmática, quando intacta. Assim, o objetivo deste experimento foi determinar o teste hiposmótico
adequado para a espécie caprina, especificamente machos da raça Böer, e sua variabilidade intra-
ensaio. Para tal utilizou-se 24 ejaculados, divididos em três etapas, provenientes de cinco
reprodutores. Foram utilizadas como soluções hiposmóticas a água destilada (0mOsmol/Kg),
duas soluções de açúcar (frutose e sacarose), duas de eletrólitos (citrato de sódio e cloreto de
sódio) e uma associação de açúcar-eletrólito (frutose-citrato de sódio), estas cinco últimas, em
quatro diferentes osmolaridades: 50, 100, 150 e 200mOsmol/Kg H2O. As análises comparativas
foram realizadas por meio do SPSS versão 12.0. Embora as média gerais das reações hiposmóticas,
tenham se mostrado semelhantes estatisticamente (P>0,05), entre as osmolaridade de 50mOsmol/
Kg H2O (78,12%), quando comparada às médias das osmolaridades de 100 e 150mOsmol/Kg
H2O, que foram de 78,08% e 77,5%, respectivamente, escolheu-se a osmolaridade de 100mOsmol/
Kg H2O pela maior facilidade em observar as alterações de cauda geral na microscopia de contraste
de fase, mesmo em aumentos menores (400x), pela menor incidência de alterações de peça
terminal, estas de difícil observação em aumentos menores que 1.000 vezes e por ter apresentado
o menor coeficiente de variação entre as osmolaridades estudadas (CV=15,02%). A ausência de
diferença (P>0,05), no presente experimento, entre os tempos de incubação, dentro da solução,
indicou a incubação por 15 minutos como satisfatória à reação hiposmótica do sêmen caprino in
natura. O percentual de espermatozóides reativos ao HOST aos 15 minutos de incubação, variou
entre 74,90 a 82,30%, independente do soluto utilizado. Tendo, a solução de citrato de sódio
apresentado o maior percentual numérico de reação hiposmótica (82,30%), dentre as soluções
estudas. Assim, baseado nos resultados encontrados neste experimento, a solução indicada para
se realizar o HOST no sêmen in natura de caprinos da raça Böer foi a de citrato de sódio a
100mOsmol/Kg H2O, incubada por 15 minutos, com uma variação inter-ensaio média de
4,26%±1,68, indicando alta repetibilidade, possibilitando assim, uma margem de segurança, na
comparação entre os resultados observados por diferentes pesquisadores.
s407
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Ayres, H.2; Torres-Júnior, J.R.S.2; Penteado, L.1; Souza, A.H.2; Baruselli, P.S.2
1
FIRMASA-IATF, MS; 2Departamento de Reprodução Animal, FMVZ -USP, São Paulo - SP,
Brasil.
A técnica de sincronização da ovulação para inseminação artificial em tempo fixo (IATF) tem
apresentado resultados satisfatórios quanto à taxa de prenhez e à eficiência reprodutiva,
possibilitando o uso da inseminação artificial em larga escala. Porém os protocolos preconizam
a IATF somente dentro de um período de 4 horas (de 54 a 58h após a retirada do implante). Na
tentativa de melhorar o manejo do emprego dessa tecnologia, objetivou-se neste estudo verificar
o efeito do momento da inseminação artificial e do tratamento com GnRH na IATF em vacas de
corte. Foram utilizadas 274 vacas lactantes (Bos indicus e Bos indicus x Bos taurus) com período
pós-parto entre 40 e 65 dias, divididas em duas réplicas. No Dia 0, os animais receberam 5 mg de
Valerato de estradiol (i.m.) e um implante auricular de norgestomet (CRESTAR®, Intervet, Brasil).
No Dia 9, o implante foi removido e foram administradas 400 UI de eCG (Folligon®, Intervet,
Brasil, i.m.). A partir deste momento, os animais foram divididos homogeneamente em quatro
grupos. O Grupo G-IA48h (n=71) foi inseminado 48 horas após a remoção do implante; o Grupo
G-IA48h+GnRH (n=71) recebeu o mesmo tratamento do G-IA48h, acrescido da administração
de 0,1 mg de Gonadorelina (GnRH, Fertagyl®, Intervet, Brasil) no momento de inseminação; o
Grupo G-IA54h (n=66) foi inseminado 54 horas após a remoção do implante e o Grupo G-
IA54h+GnRH (n=66) recebeu o mesmo tratamento do G-IA54h acrescido da administração de
GnRH no momento de inseminação. O diagnóstico de gestação foi realizado por ultra-sonografia
30 dias após a IATF. As taxas de concepção foram analisadas pelo teste de Qui-quadrado, com
nível de significância de P<0,05. As possíveis interações foram avaliadas pelo teste de ANOVA
do SAS for Windows e não foram verificados efeitos de réplica, raça e tratamentos. As taxas de
concepção foram: G-IA48h: 67,6% (48/71), G-IA48h+GnRH: 67,6% (48/71), G-IA54h: 63,6%
(42/66) e G-IA54h+GnRH: 72,7% (48/66). Não foi verificado efeito do tratamento com GnRH
(com GnRH: 66,7%, 90/137; vs sem GnRH: 70,1%, 96/137) e do momento da inseminação
(48h: 67,6%, 96/142; vs 54h: 68,2%, 90/130). Os resultados são indicativos de que tanto a
inseminação artificial 48 quanto 54h da retirada do implante apresentam semelhantes taxas de
concepção à IATF em protocolos com Norgestomet associado ao valerato de estradiol no dia 0 e
ao eCG no momento da retirada do implante em vacas de corte lactantes.
Agradecimento: INTERVET e Agropecuária Café no Bule
s408
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Ayres, H.2; Torres-Júnior, J.R.S.2; Penteado, L.1; Souza, A.H.2; Baruselli, P.S.2
1
FIRMASA-IATF, MS; 2Departamento de Reprodução Animal, FMVZ -USP, São Paulo - SP,
Brasil.
A técnica de sincronização da ovulação para inseminação artificial em tempo fixo (IATF) tem
apresentado resultados satisfatórios quanto à taxa de prenhez e à eficiência reprodutiva,
possibilitando o uso da inseminação artificial em larga escala. Porém, os protocolos preconizam
a IATF somente dentro de um período de 4 horas (de 54 a 58h após a retirada do implante). Na
tentativa de melhorar o manejo do emprego dessa tecnologia, objetivou-se neste estudo verificar
o efeito do momento da inseminação artificial e do tratamento com GnRH na IATF em vacas de
corte. Foram utilizadas 277 vacas lactantes (Bos indicus e Bos indicus x Bos taurus) com período
pós-parto entre 40 e 65 dias, divididas em duas réplicas. No Dia 0, os animais receberam 2 mg de
Benzoato de estradiol (Estrogin®, Farmavet, Brasil, i.m.) e um implante auricular de norgestomet
(Crestar®, Intervet, Brasil), previamente utilizado por 9 dias. No Dia 8, o implante foi removido
e foram administradas 400 UI de eCG (Folligon®, Intervet, Brasil, i.m.), 1,0 mg de Cipionato de
Estradiol (ECP®, Pfizer, Brasil, i.m.) e 0,150mg de D-Cloprostenol (PGF2α, Preloban®, Intervet,
Brasil, i.m.). A partir deste momento, os animais foram divididos homogeneamente em quatro
grupos. O Grupo G-IA48h (n=67) foi inseminado 48 horas após a remoção do implante; o Grupo
G-IA48h+GnRH (n=69) recebeu o mesmo tratamento do G-IA48h, acrescido da administração
de 0,1 mg de Gonadorelina (GnRH, Fertagyl®, Intervet, Brasil) no momento de inseminação; o
Grupo G-IA54h (n=72) foi inseminado 54 horas após a remoção do implante e o Grupo G-
IA54h+GnRH (n=69) recebeu o mesmo tratamento do G-IA54h acrescido da administração de
GnRH no momento de inseminação. O diagnóstico de gestação foi realizado por ultra-sonografia
30 dias após a IATF. As taxas de concepção foram analisadas pelo teste de Qui-quadrado, com
nível de significância de P<0,05. As interações foram verificadas pelo teste de ANOVA do SAS
for Windows e não foram verificados efeitos de réplica, raça e tratamentos. As taxas de concepção
foram: G-IA48h 67,16% (45/67), G-IA48h+GnRH 68,11% (47/69), G-IA54h 69,44% (50/72) e
G-IA54h+GnRH 55,07% (38/69). Não foi verificado efeito do tratamento com GnRH (com
GnRH: 61,59%, 85/138; vs sem GnRH: 68,38%, 95/138) e do momento da inseminação (48h:
67,65%, 92/136; vs 54h: 62,41%, 88/141). Os resultados são indicativos de que tanto a
inseminação artificial 48 quanto 54 h da retirada do implante apresentam semelhantes taxas de
concepção à IATF em protocolos com Norgestomet associado ao benzoato de estradiol no dia 0
e ao eCG e ao cipionato de estradiol no momento da retirada do implante em vacas de corte
lactantes.
Agradecimento: INTERVET
s409
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Ayres, H.2; Penteado, L.1; Torres-Júnior. J.R.S.2; Souza, A.H.2; Baruselli, P.S.2
1
FIRMASA IATF, Campo Grande-MS, 2 Departamento de Reprodução Animal, FMVZ/USP,
CEP 05508-000, São Paulo-SP, Brasil. luciano@grupomassa.com.br ou barusell@usp.br
Com o objetivo de diminuir o número de vezes que os animais são manejados nos protocolos
tradicionais de sincronização da onda de crescimento folicular para inseminação artificial em
tempo fixo (IATF) realizou-se o estudo para avaliar a taxa de concepção de vacas Nelore (Bos
indicus) tratadas com implante auricular de progestágeno (CRESTAR®, Intervet, Brasil)
associando ao Cipionato de Estradiol no momento da retirada (dia 8). Um total de 361 fêmeas
paridas (60-75 dias pós-parto) receberam no início do tratamento (Dia 0) um CRESTAR
previamente utilizado associado a 2mg de (BE, Estrogin®, Farmavet, Brasil), i.m. No Dia 8,
realizou-se a remoção do CRESTAR e a administração de 0,150mg de D-Cloprostenol (PGF2α,
Preloban®, Intervet,Brasil). A partir deste momento, as fêmeas foram distribuídas homogeneamente
de acordo com o escore de condição corporal e o período pós-parto em três grupos: Grupo
1mgBE (n=122), 1 mg de BE, i.m., 24 horas após a remoção do CRESTAR, Grupo 0,5mgCE
(n=120) ou Grupo 1mgCE (n=119), 0,5 ou 1mg de CE, (ECP®, Pfizer, Brasil) i.m. no momento
da retirada do CRESTAR, respectivamente. As fêmeas foram inseminadas em tempo fixo (IATF)
52 a 56 horas após a remoção do CRESTAR, dividindo homogeneamente as partidas de sêmen,
nos grupos. O diagnóstico de gestação foi realizado por ultra-sonografia aos 30 dias após a IATF.
Os resultados foram analisados pelo teste de Qui-quadrado. As taxas de concepção foram de
47,1% (56/119) para o Grupo 1mgCE, de 36,7%, (44/120) para o Grupo 0,5mgCE e de 46,7%
(57/22) para o Grupo 1mgBE (P < 0,05??). A administração de 1mg de CE no momento da
retirada do CRESTAR proporcionou taxas de concepção semelhantes entre 0,5mg CE, no dia 8
ou 1mg de BE no dia 9. Este resultado mostra que o Cipionato de estradiol na dose de 1mg pode
ser utilizado como indutor de ovulação em programas de IATF e possibilita a redução do número
de vezes no quais os animais necessitam serem manejados e também facilita a sua administração
pelo maior volume de produto utilizado, sem comprometer a eficiência do tratamento de
sincronização.
(Agradecimento: Intervet)
s410
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Souza, A.F.1a; Pinheiro, V.G.1a; Ereno, R.L.2; Trinca, L.A.3; Barros, C.M.1
1
Departamento de Farmacologia e 3Departamento de Bioestatística, IB, 2Departamento de
Reprodução Animal, FMVZ, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Botucatu, São Paulo.
cmbarros@ibb.unesp.br
s411
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Departamento de Produção Animal – FMVZ-UNESP, Botucatu, SP, 18618-000, Brasil;
2
Cenatte Embriões, Caixa Postal 64, Pedro Leopoldo, MG, 33600-000, Brasil;
vasconcelos@fca.unesp.br
Diversos fatores interferem nas taxas de concepção das transferências de embriões dentre eles
fatores relacionados ao próprio embrião como sua classificação quanto ao estágio de
desenvolvimento (Mo, Bi, Bl, Bx, Be - IETS) e a qualidade (grau 1, 2 - IETS) e fatores relacionados
às receptoras tais como a sincronia embrião-receptora (-2, -1, 0, +1) e a qualidade do corpo lúteo
à palpação retal, classificado quanto ao nível de exteriorização do CL no ovário (1,2,3 e incluso).
O objetivo deste trabalho foi avaliar quais destas variáveis e possíveis interações entre elas,
podem influenciar as taxas de concepção, e sua importância para os embriões de diferentes
procedências (coleta convencional e fertilização in vitro), visando nortear a escolha das receptoras
de embriões no momento das transferências ou mesmo facilitar a realização de orçamentos de
custo para a obtenção de fêmeas aptas a receber embriões nos dois diferentes programas. O
presente trabalho avaliou os resultados de 932 transferências de embriões de coleta convencional
e 3201 transferências de embriões obtidos por fertilização in vitro realizadas pela Cenatte
Embriões, durante o ano de 2005. Os dados foram analisados por regressão logística, sendo
incluídas no modelo as variáveis: procedência do embrião (FIV e TE), estágio de desenvolvimento
e qualidade embrionários, sincronia embrião-receptora e classificação do CL por palpação retal.
A taxa de concepção foi influenciada (P<0,05) por procedência dos embriões (TE convencional:
63,7%; FIV: 51,6%), pela sincronia embrião-receptora (-2: 33,9%; -1: 56,8%; 0: 57,1% e +1:
56,7%) e pela qualidade embrionária (grau 1: 54,3% e grau 2: 52,5%). Foi detectada interação
(P<0,05) de procedência do embrião (TE ou FIV) e sincronia nas taxas de concepção (TE : -2:
48,9%; -1: 69,4%; 0: 60,4% e +1: 66,5% e FIV: -2: 32,3%; -1: 53,0%; 0: 56,0% e +1: 54,0%).
Conclui-se que a sincronia e a qualidade do embrião são os parâmetros mais importante na
seleção das receptoras e dos embriões.
s412
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Departamento de Produção Animal – FMVZ/UNESP, Botucatu-SP, Brasil 18618-000
2
Clínica Veterinária, Samvet, São Carlos, SP, Brasil. vasconcelos@fca.unesp.br
s413
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Jardina, D.T.G.1; Santos, R.M.1; Demétrio, D.G.B.1; Rodrigues, C.A.2; Vasconcelos, J.L.M.1
1
FMVZ-UNESP, Botucatu, SP; 2Clinica Veterinária Samvet, São Carlos, SP;
vasconcelos@fca.unesp.br
O objetivo desse estudo foi avaliar a taxa de concepção após a transferência de embriões em
vacas lactantes após a detecção do cio ou sincronização da ovulação. O experimento foi conduzido
em uma fazenda localizada em Descalvado, SP, Brasil em setembro de 2005. As vacas eram
ordenhadas 3 vezes ao dia e alimentadas com ração total devidamente balanceada. Vacas ciclando,
produzindo 32,4 ± 9,5 kg de leite por dia com 215 ± 160 dias em lactação foram divididas
aleatoriamente em dois grupos: Grupo 1 (n = 43): vacas tratadas com uma aplicação de PGF2α
(Ciosin®Coopers, 2ml), observadas em cio(41,8%; 18/43) e inovuladas 6 a 8 dias após o cio,
após a avaliação da presença do corpo lúteo (66,7%; 12/18). Grupo 2 (n = 49): vacas tratadas
com o protocolo HEATSYNCH [dispositivo intravaginal de progesterona (CIDR® 1,9mg Pfizer
Animal Health, Brazil) + aplicação de GnRH (1ml Fertagyl® Intervet) - 7 dias - remoção do
CIDR + aplicação de PGF2α (5ml Lutalyse® Pfizer Animal Health, Brazil) - 1 dia - aplicação de
of Cipionato de estradiol (0,5ml ECP® Pfizer Animal Health, Brazil)]. O estro também foi
detectado no grupo 2 (57,1%, 28/49). Todas as vacas do grupo 2 foram examinadas para detecção
da presença do corpo lúteo 9 dias após a aplicação de ECP, e as vacas com CL foram inovuladas
(79,6%, 39/49). Todas as vacas receberam embriões frescos (grau I ou II) de vacas Holandesas
lactantes e não lactantes produzidos in vivo, transferidos por um técnico treinado. O diagnóstico
de gestação foi realizado aos 25 e 39 dias por ultra-sonografia. Os dados foram analisados por
Qui-quadrado. A taxa de concepção foi de 50,0% (6/12) e 53,9% (21/39) e a taxa de prenhez de
14,0% (6/43) e 42,9% (21/49) para os grupos 1 e 2, respectivamente. O grupo 2 (Protocolo
HEATSYNCH) apresentou a mesma taxa de concepção, mas apresentou maior (P<0,01) taxa de
prenhez que o Grupo 1 (PGF2α + detecção de cio). Vacas detectadas em cio após o protocolo
HEATSYNCH tiveram a mesma concepção das vacas não detectadas em cio (56,3 vs. 52,2%,
respectivamente). A transferência de embriões frescos pode ser realizada após o protocolo
HEATSYNCH, pois os dados mostraram que a taxa de concepção foi mantida e a taxa de prenhez
aumentou.
Palavras-chave: transferência de embriões; taxa de concepção, vaca de leite
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Rocha, J.M. ; Rabelo, M.C. ; Santos, M.H.B.; Moraes, E.P.B.X.; Chiamenti, A.; Falcão, D.P.1;
Lima, P.F.; Oliveira, M.A.L.
s415
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Rocha, J.M.1; Rabelo, M.C.1; Santos, M.H.B.1; Falcão, D.P.1; Moraes, E.P.B.X.1;
Bartolomeu, C.C.2; Lima, P.F.1; Oliveira, M.A.L.1
1
Laboratório de Biotecnologia do Departamento de Medicina Veterinária - UFRPE, Av. D.
Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, 52171 900 Recife-PE maloufrpe@uol.com.br; ;
2
Laboratório de Anatomia e Fisiologia Animal da Unidade Acadêmica de Garanhuns –
UFRPE, Garanhuns -PE
Avaliou-se, em dois experimentos (EI e EII), a eficiência de diferentes doses de eCG e a reutilização
de implantes intra-vaginais de progesterona (P4) nos protocolos de Inseminação Artificial em
Tempo Fixo (IATF) para vacas Nelore com cria ao pé, na Região Agreste do Estado do Rio
Grande do Norte, no período de Maio a Agosto de 2004. Foram utilizadas 263 fêmeas com
escore de condição corporal variando de 2,0 a 3,0 numa escala de 1 a 5 e condição ovariana 2, na
escala de 1 a 3 segundo Madureira (2004), que haviam parido entre 60 e 110 dias. No EI, com o
objetivo de testar duas doses de eCG utilizando o seguinte protocolo de IATF: D0 colocação dos
Implantes de P4 e aplicação de 2mg de benzoato de estradiol, D8 retirada dos implantes e aplicação
de 300 ou 200UI de eCG, D9 aplicação de 1mg de benzoato de estradiol e inseminação artificial
no D10, aproximadamente 56 hs após a remoção dos implantes As fêmeas foram aleatoriamente
distribuídas em três grupos (G1, G2, G3). No G1 (n = 54), as fêmeas não receberam tratamento
com eCG (controle), no G2 (n = 38) receberam 200 UI de eCG e no G3 (n = 50) foram tratadas
com 300 UI da mesma gonadotrofina. No EII, com o intuito de avaliar a eficiência da reutilização
dos implantes intra-vaginais de P4, as fêmeas foram aleatoriamente distribuídas em quatro grupos
experimentais (G1, G2, G3, G4), sendo que no G1 (n = 31), os dispositivos não haviam sido
utilizados, no G2 (n = 46), foi à segunda utilização, no G3 (n = 25) a terceira e no G4 (n = 19) à
quarta utilização. Dez dias após a realização da IATF, as vacas foram colocadas nos piquetes
juntamente com os reprodutores durante 30 dias. Para avaliar o índice de fertilidade da IATF, o
diagnóstico de gestação, por palpação retal, foi realizado no 45º dia após as inseminações e o
índice de fertilidade da monta natural foi avaliado no 45º dia após a remoção dos reprodutores.
Os dados foram estatisticamente avaliados pelo teste Qui-quadrado com 5% de significâcia. No
EI, os índices de prenhez da IATF e do repasse com os reprodutores foram, respectivamente, de
22,2% e 55,5% (G1), 42,1% e 78,9% (G2) e 44,0% e 88,0% (G3), registrando-se que os valores
do G1 foram menores (P < 0,05) do que os do G2 e G3, não existindo diferença (P > 0,05) entre
G2 e G3. No EII, as taxas de prenhez da IATF e da monta natural foram, respectivamente, de
50,06 e 86,87% (G1), 56,52 e 86,95% (G2), de 52,0 e 88,0% (G3) e de 31,57 e 73,68% (G4), não
sendo constatada diferença entre os valores obtidos com a IATF, bem como entre os da monta
natural. Os resultados permitem recomendar a utilização de 200 UI de eCG e até a quarta utilização
dos implantes intra-vaginais de P4 nos protocolos de IATF em bovinos de corte. Palavras-
chave: Bos indicus, estro, sincronização
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Borsato, E.A.1; Silva, D.R.M.1; Barreiros, T.R.R.2; Blaschi, W.2; Seneda, M.M.3
1
Embriogem, Campo Mourão/PR; 2Doutorando Programa de Pós-Graduação em Ciência
Animal, UEL; 3Departamento de Clínicas Veterinárias, CCA, UEL, PR, 86051- 990
thalesrigo@yahoo.combr
O uso da aspiração folicular guiada pela ultra-sonografia (OPU) em vacas da raça Nelore tem
proporcionado a obtenção de um número considerável de oócitos. Entretanto, algumas doadoras
não apresentam resultados aceitáveis, despertando o interesse no desenvolvimento de estratégias
que visam otimizar o número de embriões produzidos in vitro. O objetivo deste experimento foi
avaliar o efeito do tratamento com CIDR, benzoato de estradiol e FSH prévio à OPU em vacas
com baixa recuperação de oócitos sobre a produção in vitro de embriões Este experimento foi
conduzido na região de Campo Mourão, Estado do Paraná, durante o período de dezembro de
2004 a fevereiro de 2006. Foram utilizadas seis vacas da raça Nelore, que foram submetidas a
dois tratamentos com duas a três repetições. No grupo controle (G-CON, n=17), foram conduzidas
dezessete sessões de OPU em momentos aleatórios do ciclo estral. No grupo FSH (G-FSH,
n=18), as vacas receberam em estágio aleatório do ciclo estral, um dispositivo intravaginal
contendo 1,9 g de progesterona (CIDR®, Pfizer, Brasil) e uma aplicação de 2 mg de benzoato de
estradiol (Estrogin®, Farmavet, Brasil) por via IM;. No quarto dia, os dispositivos foram retirados
e os animais receberam 30 UI de FSH (Pluset, Calier, Espanha) por via IM e foram submetidos
à OPU dezesseis horas depois Os resultados foram analisados pelos testes T e Qui-quadrado.
Nas sessões de OPU obteve-se a média de 15,2 e 16,8 oócitos totais e 11,9 e 13,8 oócitos viáveis
(P>0,05), respectivamente para os grupos G-CON e G-FSH. Houve aumento significativo
(P=0,028) na proporção de embriões obtidos, resultando em 39,9% (81/203) para o grupo G-
CON e 51,6% (92/178) para o grupo G-FSH. A partir destes resultados, destaca-se o aumento na
proporção de embriões viáveis produzidos in vitro quando as vacas foram tratadas com CIDR,
benzoato de estradiol e FSH. Estratégias adicionais devem ser pesquisadas com o intuito de
aumentar a eficiência dos procedimentos de OPU em vacas com baixa recuperação de oócitos.
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Barreiros, T.R.R.1; Blaschi, W.1; Antoniazzi, A.Q.2; Bassani, C.A.2; Seneda, M.M.3
1
Doutorando Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal, UEL; 2Docentes da Faculdade
Integrado de Campo Mourão, PR 4Departamento de Clínicas Veterinárias, CCA, UEL, PR,
86051- 990. thalesrigo@yahoo.com.br
O objetivo deste experimento foi avaliar a dinâmica folicular de vacas repetidoras de serviço
submetidas a protocolos de inseminação artificial em tempo fixo (IATF). Foram utilizadas 21
vacas Nelore solteiras, cíclicas, com condição corporal variando entre 3,0 a 4,5 (escala 1 a 5) e
mantidas a pasto na região de Cianorte, Estado do Paraná. As vacas foram avaliadas por palpação
retal e ultra-sonografia transretal (Aloka SSD 500, 5 MHz) de modo que todas apresentaram o
trato reprodutivo morfologicamente normal. Estes animais foram divididos em dois grupos,
constituindo o grupo controle (G-CON, n=11) e o grupo repetidoras de serviço (G-RS, n=10),
respectivamente por vacas sem histórico de infertilidade e por vacas com no mínimo três repetições
de serviço de inseminação artificial. Todas as vacas foram submetidas ao mesmo protocolo de
sincronização da ovulação. Os animais receberam um dispositivo auricular de 3 mg de norgestomet
(Crestar, Intervet, Holanda) pela manhã e uma aplicação de 2 mg de benzoato de estradiol (BE);
(RIC-BE, Syntex, Argentina) por via intramuscular (IM). No oitavo dia os dispositivos foram
retirados pela manhã e os animais receberam uma dose de 500 μg de Cloprostenol (Ciosin,
Coopers, Brasil) por via IM. Após vinte e quatro horas todos os animais receberam uma aplicação
de 1 mg de BE, por via IM. As avaliações ultra-sonográficas foram realizadas a cada vinte e
quatro horas, para mensuração dos diâmetros foliculares da retirada dos dispositivos até a
ocorrência da ovulação. Os resultados foram analisados pelo teste Anova Não houve diferença
significativa no diâmetro folicular no momento da retirada dos dispositivos (G-CON=7,5±0,22mm
vs G-RS=7,5±0,3mm; P>0,05). O diâmetro médio dos folículos pré-ovulatórios não diferiram
significativamente, resultando em 11,2±0,75 e 10,7±0,67 mm (P>0,05), respectivamente para os
grupos G-CON e G-RS A partir destes resultados, conclui-se que as vacas repetidoras de serviço
apresentaram diâmetros foliculares semelhante ao grupo controle, após a retirada dos dispositivos
de norgestomet. Outros experimentos devem ser conduzidos para avaliação das taxas de concepção
na IATF de vacas repetidoras de serviço com o uso deste tratamento.
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Losi, T.L.1; Meneghetti, M.1; Vilela, E.R.1; Santos, R.M.2; Reis, A.M.3; Vasconcelos, J.L.M.2
1
Lageado Consultoria Agropecuária, Mineiros-GO, Brasil, 2DPA-FMVZ-UNESP, 18618-000,
Botucatu-SP, Brasil, vasconcelos@fca.unesp.br 3Agropecuária Água Preta,
Cocalinho-MT, Brasil.
O objetivo do trabalho foi avaliar o efeito de dietas com diferentes densidades nutricionais na
taxa de concepção (TC) de fêmeas bovinas. O trabalho foi realizado na Agropecuária Água
Preta, Cocalinho, MT. Foram utilizadas 220 fêmeas Nelores vazias, mantidas em confinamento
a céu aberto, com escore de condição corporal (ECC) médio de 2,79, divididas aleatoriamente
em dois currais. Todos os animais receberam dieta de adaptação (DA) por 15 dias (50,1% de
FDN e 28,8% de CNE). No dia 0 a dieta do Tratamento A foi alterada (TA = dieta com maior
densidade nutricional - 43,9% de FDN e 35,5% de CNE) e o Tratamento B continuou a receber
a DA (TB = dieta com menor densidade nutricional). A dieta total, composta por: silagem de
sorgo, sorgo integral triturado, arroz integral triturado, caroço de algodão e núcleo mineral, foi
oferecida 4 vezes ao dia aos animais. No dia 0 iniciou o período de monta (PM), no qual 4 touros
nelores e 4 touros cruzados foram colocados junto às fêmeas em cada curral, permanecendo por
22 dias. No dia 21 os touros foram retirados de ambos os tratamentos. Os animais foram observados
durante o PM, e somente as fêmeas que receberam monta efetiva foram mantidas no experimento.
O diagnóstico de gestação (DG) foi realizado por ultra-sonografia 27 dias após a retirada dos
touros. A TC foi analisada por regressão logística, por meio dos procedimentos LOGISTIC do
SAS. Foram incluídos no modelo os efeitos das variáveis: tratamento, fase (fase 1, do dia 0 ao
dia 10 e a fase 2, do dia 11 ao dia 21) e interação fase x tratamento, e das co-variáveis ganho de
peso médio diário (GMD) e ECC. Foi detectada tendência (P=0,077) de efeito de tratamento na
TC (TA=65,7 vs TB=76,1%). Não houve efeito de fase e da interação fase x tratamento. O GMD
não foi diferente entre TA e TB, porém foi detectado efeito linear (P<0,05) de GMD na TC. Não
foi detectado efeito de ECC (P>0,10) na TC. Em conclusão, dieta com maior densidade nutricional
influenciou negativamente a concepção.
Palavras-chave: ingestão de matéria seca, taxa de concepção, progesterona, fêmea bovina.
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Laboratórios Pfizer, São Paulo-SP, Brasil, 2 DPA–FMVZ-UNESP, 18618-000, Botucatu-SP,
Brasil. vasconcelos@fca.unesp.br
s420
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Oliveira, J.V.1; Papa, F.O.2; Alvarenga, M.A.2; Carmo, M.T.2; Araújo, G.H.M.2; Santos,J.F.1
1
Pólo Regional de Desenvolvimento Tecnológico da Alta Mogiana - Colina (SP)
2
Departamento de Reprodução Animal e Radiologia Veterinária–FMVZ/UNESP, Botucatu-SP
victor@colina.com.br
O uso de sêmen para inseminação artificial (IA) em éguas foi de grande impacto na indústria
eqüina. Um número entre 100x106 até 1x109 de células espermáticas viáveis tem sido sugerido
para uso na espécie eqüina. No entanto não há relatos sobre estudos da concentração ideal de
espermatozóides para a IA de jumentos. Assim este ensaio visou avaliar o efeito da dose
inseminante de sêmen de jumento sobre a fertilidade de jumentas e éguas onde foram comparadas
as seguintes doses inseminantes; 500x106 e 1x109 de espermatozóides viáveis em jumentas e
500x106 em éguas. Todos os animais envolvidos neste ensaio pertencem ao plantel do Pólo
Regional da Alta Mogiana - Colina (SP). Foram utilizadas, 15 éguas (G1= 15 ciclos estrais), das
raças Mangalarga, Brasileiro de Hipismo e Bretã inseminadas com 500x106 de espermatozóides
(sptz) de jumento viáveis, o mesmo asinino foi utilizado em 14 jumentas da raça Brasileiro. As
jumentas foram distribuídas em 2 grupos (G2 e G3 = 15 ciclos estrais cada) inseminadas
respectivamente com 1x109 e 500x106 de sptz viáveis. As idades variaram entre 6 e 18 anos e
todos os animais possuíam fertilidade comprovada. O sêmen foi colhido, a cada 48 horas, e as
amostras obtidas de cada colheita tiveram os seguintes valores. Volume: 77 ± 25 mL; motilidade
total e progressiva 75,4 ± 4,9 e 34,3 ± 7,3 % respectivamente; para vigor 4,3 ± 0,6; concentração
espermática 214 ± 64x106 /mL e integridade da membrana plasmática (choque hipo-osmótico)
82,7± 3,9 %. Após a colheita, o sêmen era processado para que cada dose inseminante contivesse
500x106 ou 1x109 de espermatozóides viáveis em um volume de 15 mL contendo diluente Botu-
Sêmen®. Quando um folículo de 33 mm de diâmetro era detectado por exames diários (palpação
e ultra-sonografia transretal) as fêmeas eram inseminadas no corpo uterino com as doses
correspondentes aos seus grupos, a cada 48 horas até ovulação. Os diagnósticos de gestação
foram realizados com ultra-som a partir dos 14 dias após a ovulação. Aplicou-se o teste exato de
Fisher para evidenciar diferenças estatísticas entre as taxas de gestação dos diferentes grupos ao
nível de significância de 0,05. A análise dos dados demonstrou que o índice de fertilidade de
éguas inseminadas com 500 milhões de sptz de jumento (G1- 14/15-93%) não diferiu (p>0,05)
dos índices obtidos em jumentas inseminadas com 1 bilhão de sptz do mesmo reprodutor (G2 -
11/15-73%). Contudo foi observada uma tendência (p=0.08) de decréscimo de fertilidade (G3 -
6/15-40%), em jumentas inseminadas com 500 milhões de sptz quando comparado com a dose
inseminante de 1 bilhão de sptz . A análise dos dados demonstram que a concentração espermática
usada para inseminação com sêmen fresco de asinino em jumentas, necessita ser maior que a
usada em éguas para se alcançar taxa de prenhez semelhante entre as duas espécies, sugerindo
existir alguma particularidade na jumenta que necessita ser melhor estudada.
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Centro Biotecnológico de Reprodução Animal, CBRA, DTRA, UESB, Itapetinga-BA, 45
700-000, Brasil delrei@uesb.br, 2 UFRPE/UAG – Garanhuns-PE, 3 UESC – Ilhéus – BA.
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Curso de Medicina Veterinária CESMAC – Maceió, AL. 2Médico Veterinário Autônomo.
3
Acadêmicos de Medicina Veterinária CESMAC – Maceió, AL.
diogocamara1979@hotmail.com
Diversos protocolos hormonais vêm sendo utilizados visando minimizar os prejuízos causados
por falhas de detecção do estro nos rebanhos bovinos. Para tal, procedimentos que permitam a
inseminação artificial em tempo fixo (IATF) apresentam-se como forma patente de contornar
esse entrave. O objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito de diferentes protocolos hormonais
sobre a taxa de prenhez de vacas Nelore, submetidas a apenas uma inseminação em tempo fixo,
independente da manifestação de sinais clínicos de estro. Foram utilizadas 40 vacas, com condição
corporal entre 2,5 e 3 (1-5), entre 60 e 120 dias após o parto. As vacas incluídas no experimento,
foram previamente avaliadas por ultra-sonografia (Scanner 450, Pie Medical, Brasil), e apenas
aquelas que apresentaram corpo lúteo (CL) ou, quando na ausência do mesmo, ao menos um
folículo ≥ 10 mm de diâmetro. Os animais foram divididos por amostragem não probabilística
por conveniência, de forma que a condição corporal média de cada grupo fosse equivalente, nos
seguintes tratamentos: Grupo 1 (n=15) - 530µg de PGF2α (Ciosin®, Schering Plough, Brasil) dia
0, 530µg de PGF2α dia 11 e 50µg de Fertirelina (Fertigen®, Schering Plough, Brasil) dia 13.
Grupo 2 (n=12) - 275µg de PGF2α dia 0, 275µg de PGF2α dia 11 e 25µg de Fertirelina dia 13.
Grupo 3 (n=13) - 275µg de PGF2α dia 0, 275µg de PGF2α dia 11 e 50µg de Fertirelina dia 13.
Imediatamente antes da última aplicação de Fertirelina foi mensurado por ultra-sonografia o
diâmetro do maior folículo. Todas as fêmeas foram inseminadas pelo mesmo técnico ao longo de
todo o experimento entre 12 e 16 horas após a administração da última dose de Fertirelina. O
diagnóstico de gestação foi realizado por ultra-sonografia entre 45 e 60 dias pós-inseminação. O
diâmetro do maior folículo (média±DP) para os Grupos 1 (1,22±0,23), 2 (1,02±0,37) e 3
(1,09±0,33), quando submetidos à análise de variância não diferiram estatisticamente (p>0,05).
As taxas de prenhez foram de 40% (6/15); 50% (6/12) e 30,7% (4/13) para os Grupos 1, 2 e 3,
respectivamente, também não apresentando diferença estatística após análise de proporção
(p>0,05). A avaliação do diâmetro médio dos folículos permite confirmar a capacidade de todos
os protocolos de induzir ao crescimento de um folículo apto à ovulação, passível de ser
influenciado pela Fertirelina, quando da utilização de vacas cíclicas. Entretanto, estudos devem
ser realizados com a utilização de maior número de animas, de forma a minimizar a margem de
erro quando da redução das concentrações hormonais administradas.
AGRADECIMENTOS: Schering Plough, Brasil.
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Medeiros, A.S.L.; Papa, F.O.; Araujo, G.H.M.; Freitas, C.P.; Alvarenga, M.A.
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Penteado, L.1; Marques, M.O.3; Silva, R.C.P.3; Ayres, H.2; Souza, A.H.2; Baruselli, P.S.2
1
FIRMASA IATF, Campo Grande-MS, Brasil. 2Depart. de Reprodução Animal, FMVZ-USP,
São Paulo-SP, Brasil. 3GERAEMBRYO, Cornélio Procópio-PR, Brasil.
luciano@grupomassa.com.br ou barusell@usp.br
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Martins, C.M.1; Mello, J.E.1; Dominguez, J.H.1; Ayres, H.1; Souza, A.H.1; Baruselli, P.S.1
1
Departamento de Reprodução Animal, FMVZ/USP, CEP 05508-000, São Paulo-SP, Brasil.
cmmartins@usp.br ; barusell@usp.br
Objetivou-se avaliar a taxa de concepção de vacas Nelore (Bos indicus) lactantes tratadas com
dispositivo intravaginal de progesterona (P4; DIB, Syntex, Brasil), associado à diferentes
momentos de administração do benzoato de estradiol (BE; Dia 8 vs Dia 9) e da inseminação
artificial em tempo fixo (IATF; 48 vs 54h da retirada do dispositivo). Um total de 504 fêmeas
paridas (60-90 dias pós-parto) pertencente a duas propriedades no estado do Mato Grosso do Sul
receberam no Dia 0 um dispositivo vaginal de P4 associado a 2mg de BE, i.m.(RIC-BE, Syntex,
Argentina). No Dia 8, realizou-se a remoção do DIB, a administração de uma dose de PGF2α
(Prolise, Syntex, Argentina) e 400UI de eCG (Novormon, Syntex, Argentina). As fêmeas foram
distribuídas homogeneamente de acordo com o escore de condição corporal e o período pós-
parto em quatro grupos: o Grupo BE8IATF48 (n=119) recebeu 1 mg de BE (i.m), no momento
da retirada do dispositivo de P4 e foram inseminadas 48 horas após; o Grupo BE8IATF54 (n=134)
recebeu 1 mg de BE (i.m), no momento da retirada do dispositivo de P4 e foram inseminadas 54
horas após; Grupo BE9IATF48 (n=126) recebeu 1 mg de BE (i.m) 24 horas após a retirada do
dispositivo de P4 e foram inseminadas 48 horas após; o Grupo BE9IATF54 (n=125) recebeu 1
mg de BE (i.m) 24 horas após a retirada da P4 e foram inseminadas 54 horas após. O diagnóstico
de gestação foi realizado por ultra-sonografia aos 30 dias após a IATF. Foi verificado que não
houve interação entre as propriedades e os resultados foram analisados pelo teste de Qui-quadrado.
Foram observadas as seguintes taxas de concepção: Grupo BE8IATF48, 58,8% (70/119ª); Grupo
BE8IATF54, 34,3%, (46/134b); Grupo BE9IATF48, 58,7%, (74/126ª) e Grupo BE9IATF54,
63,2%, (79/125ª; a‘“b, p<0,05). O tratamento com Benzoato de estradiol como indutor de ovulação
24 horas após a retirada do DIB, possibilita a realização da inseminação artificial entre 48 e 56
horas da retirada do dispositivo, permitindo com que a IA seja realizada durante todo o dia
racionalizando o manejo para o emprego dessa biotecnologia.
Agradecimento: Tecnopec
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Diferentes protocolos de inseminação artificial em tempo fixo (IATF) têm sido utilizados em
vacas mestiças leiteiras mantidas a pasto. Em primíparas e nas multíparas em anestro tem sido
indicado o protocolo Ovsynch com dispositivo intravaginal de progesterona (CIDR®) e nas
multíparas ciclando o HeatSynch com CIDR® (Garcia, 2003; Dissertação – FMVZ, UNESP).
Protocolos que iniciam com aplicação de benzoato de estradiol (BE) e CIDR® têm alcançado
boas taxas de prenhez em rebanhos zebuínos (Meneghetti, Acta Scientiae Veterinariae, v.33,
p.256). A utilização do cipionato de estradiol (ECP) para sincronizar a emergência de nova onda
folicular pode ser uma opção ao BE e foi utilizada com sucesso em novilhas holandesas e vacas
Nelore paridas. O objetivo deste experimento foi avaliar a concepção em vacas mestiças a pasto
tratadas com diferentes protocolos de IATF. Foram utilizados dados de 2354 inseminações
realizadas no ano de 2005, de vacas mestiças Holandês-Zebu, da Faz São Pedro, Fernandópolis,
São Paulo. Os tratamentos foram: G1 (n=1134): IA 12hs após detecção do estro; G2 (n=46):
aplicação de PGF2á (Lutalyse®, 25mg) e IA 12hs após detecção do estro; G3: (n=411) todas as
primíparas e as multíparas sem presença de CL no dia 0: GnRH (Fertagyl®, 100mcg) mais
dispositivo intravaginal de progesterona (CIDR®, 1,9g), após seis dias foi feita a remoção do
dispositivo junto com a aplicação de PGF2á (Lutalyse®, 25mg). Após quarenta e oito horas foi
realizada nova aplicação de GnRH (Fertagyl®, 100mcg), e IATF realizada doze horas após a
segunda aplicação de GnRH; G4: (n= 390) multíparas com presença de CL no dia 0: GnRH
(Fertagyl®,100 mcg) e dispositivo intravaginal de progesterona (CIDR®), seis dias depois houve
remoção do CIDR junto com a aplicação de PGF2á (Lutalyse®, 25mg). Vinte e quatro horas
depois os animais foram tratados com cipionato de estradiol (E.C.P. ®, 1,0mg) e 48 horas após
aplicação de E.C.P.® as vacas que não apresentaram cio foram submetidas à IATF. As vacas que
apresentaram cio foram inseminadas 12h após a detecção do cio; G5 (n=373) vacas com e sem
presença de CL: D0 – inserção de um dispositivo intravaginal de P4 (CIDR®, Pfizer) associado
à aplicação de cipionato de estradiol (E.C.P.®, 2 mg). No D7 foi administrado PGF2á (Lutalyse®,
25mg). Quarenta e oito horas após, no D9, o CIDR® foi retirado e foi aplicado cipionato de
estradiol (ECP®, 1,0mg). A IATF foi realizada 48 horas após a retirada do CIDR®. A presença de
CL no inicio do protocolo e o diagnóstico de gestação aos 30 dias após a IATF foram determinados
por ultra-sonografia. As taxas de concepção foram de 41,2% (467/1134), 37,0% (17/46), 29,4%
(121/411); 32,1% (125/390) e 35,7% (133/373), respectivamente. A concepção dos animais em
sem e com CL no dia 0 do G5 foi de 36,8% (70/190) e 34,4% (63/183), respectivamente.A
relação da concepção dos animais sincronizados em relação a concepção do grupo controle (IA
pós cio) foi de 89,6% (36,96/41,18) no G2, de 71,5% (29,44/41,18) no G3, de 77,8% (32,05/
41,18) no G4 e de 86,6% (35,67/41,18) no G5. Estes resultados mostram que a técnica de IATF
permite manter uma boa relação com a concepção normal da fazenda, em animais ciclando, de
75 a 85% e de animais em anestro, de 70 a 85%.
s428
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Oliveira, E.R.1; Fernandes, C.A.C.1,2; Paiva, F.M.3; Gioso, M.M.2; Vasconcelos, T.D.1
1
Biotran Ass. e Consult. em Reprod. Animal LTDA. Rua Tatuin 93 Res. Teixeira 37130-000.
2
Unifenas, Alfenas – MG. 3 Intervet do Brasil. eduardo@biotran.com.br
A inseminação artificial em tempo fixo (IATF) visa eliminar os trabalhos de observação de estro
durante o protocolo, concentrar as atividades nas propriedades e facilitar o manejo reprodutivo
em rebanhos de corte e leite. Outra vantagem seria a indução de ciclicidade ovariana em animais
pré-puberes e pós-parto diminuindo, assim, o período de serviço e por conseqüência o intervalo
de partos (IEP), melhorando a eficiência reprodutiva. Um dos problemas relacionados aos
protocolos é o elevado custo dos produtos utilizados para esta finalidade. O objetivo deste
trabalho foi analisar a eficiência da reutilização do implante auricular a base de Norgestomet
sobre as taxa de gestação pós Inseminação em Tempo Fixo (IATF). Foram utilizadas 174 vacas
multíparas sendo 122 animais da raça Nelore e 52 da raça ½ Angus ½ Nelore, com media de 69
dias pós-parto e escore corporal 2,5 – 3,0 (escala de 1 – 5). Os animais foram aleatoriamente
distribuídos em dois protocolos: Tratamento 1 (n=66): no dia zero aplicação do implante auricular
com Norgestomet (Crestar® - Intervet - Brasil) e administração intramuscular de 2ml de Valerato
de Estradiol e Norgestomet (fração injetável do Crestar®); no dia nove houve a retirada do implante
e a aplicação de 400 UI de eCG (Folligon® - Intervet - Brasil); dia 11 aplicação de análogo ao
GnRH (Gonadorelina, Fertagil® – Intervet - Brasil) e 12 horas após esta última administração foi
realizada a IA. Tratamento 2 (n=108): dia zero aplicação do implante auricular re-utilzado (uma
vez) com Norgestomet (Crestar® - Intervet – Brasil) e 2ml de Benzoato de Estradiol (Estrogin®);
dia 8 retirou-se o implante, administrou 400 UI de eCG (Folligon® - Intervet – Brasil) e 2ml de
um análogo a PGF2á (Prelobam® - Intervet – Brasil); dia 9, administrou-se 1 ml de Benzoato de
Estradiol (Estrogin®) e a IA foi realizada às 24 horas após a ultima aplicação hormonal. Os
animais foram encaminhados a piquetes específicos até que fosse realizada a avaliação ultra-
sonográfica para diagnostico de gestação aos 30 dias após a IATF. Os dados das taxas de gestação
no primeiro e segundo tratamentos foram submetidos ao teste de qui-quadrado. A média geral de
taxa de gestação foi de 71,26% e não houve diferença (P>0,05) entre os tratamentos (68,18% e
73,15% para os tratamentos 1 e 2, respectivamente). Em conclusão, estes dados demonstraram a
eficiência da re-utilização do implante de Norgestomet (Crestar® - Intervet – Brasil), não
apresentando comprometimento nos resultados finais dos programas de IATF reduzindo, assim,
o custo final deste protocolo.
s429
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
s430
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Resumos:
Produção in vitro de Embriões
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
s432
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Mesquita, L.G.; Cortezzi, S.S.; Ripamonte, P.; De Bem, T.H.C.; Porciuncula, P.M.;
Merighe, G.K.F; Balieiro, J.C.C.; Leal, C.L.V.; Meirelles, F.V.
A mitocôndria tem papel fundamental no processo de morte celular programada (MCP) mediante
liberação do citocromo C e fator indutor de apoptose (AIF), que ativam pró-caspases 2, 3 e 9. A
diferença de potencial da membrana mitocondrial interna (Ømm) é um parâmetro de controle
central da respiração mitocondrial, síntese de ATP, acúmulo de cálcio e geração de espécies
reativas de oxigênio. Acredita-se que o Ømm possa estar ligado ao aparecimento da fragmentação
nuclear, já que ambos processos têm início no mesmo período, embora ainda não se possa
determinar se mudanças no Ømm são causa ou a conseqüência do processo de fragmentação. O
presente trabalho objetivou estudar o efeito da antimicina A, agente inibidor do 3° complexo
respiratório, sobre o Ømm e fragmentação do DNA. Oócitos foram coletados de ovários de
vacas abatidas e submetidos a maturação em meio TCM 199 suplementado com sais de Earles
com 10% SFB, piruvato, FSH, LH e 17â estradiol por 22h. Após a maturação, os oócitos foram
fertilizados em meio TALP suplementado com heparina, piruvato, BSA e solução de PHE por 18
horas e cultivados em meio SOF suplementado com 10% SFB à 20% de O2. Decorridas 48 horas
pós inseminação (hpi), foi realizado o feeding dos embriões com antimicina A na concentração
de 500çM. Após 80hpi, os embriões com 8 células foram submetidos a coloração de JC-1 (1mg/
ml) durante 50 minutos, a fim de avaliar o Ømm utilizando microscópio de fluorescência. Neste
mesmo momento, os embriões foram fixados e submetidos à técnica de TUNEL para detecção
da fragmentação do DNA. Para nossa surpresa, a antimicina A (500çM) não foi capaz de reduzir
Ømm mas aumentou o número de blastômeros JC-1 positivos (100% dos embriões foram positivos
para a técnica de JC-1 quando comparados a 84,58% do grupo não tratado-controle). Entretanto,
o grupo tratado apresentou maior fragmentação em relação ao controle (28,24 e 5,77%
respectivamente, p<0,05). Estes resultados sugerem que a antimicina A apresenta singularidades
em seu modo de ação em embriões bovinos possivelmente por competir com o receptor de BcL-
xL, ativando assim, o processo de morte celular programada.
Apoio Financeiro: FAPESP-Brasil
s433
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Leal, L.S.1; Fernandes, C.B.1; Melo, D.S.1; Assaf, S.S.1; Oba, E.1; Landim-Alvarenga, F.C.1
1
Departamento de Reprodução Animal e Radiologia Veterinária – FMVZ/UNESP, Botucatu-
SP, 18618-000, Brasil. lu_s_leal@yahoo.com.br
s434
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Vitrogen® Pesquisa e Desenvolvimento em Biotecnologia da Reprodução, Cravinhos–SP,
Brasil. 2Depto de Ciências Básicas da FZEA-USP, Pirassununga-SP, Brasil.
monica@vitrogenbr.com
s435
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
DMVPRA, FCAV-UNESP, Jaboticabal-SP, Brasil. 2 DAPSA, FMVA-UNESP, Araçatuba-SP,
Brasil. leticiabarretto@ig.com.br
Grânulos corticais (GC) são grânulos secretores que promovem o endurecimento da zona pelúcida
para impedir a polispermia. A maturação citoplasmática pode ser avaliada pela distribuição dos
GC. A inclusão de antioxidantes em meios de cultivo protege as células do estresse oxidativo.
Objetivamos avaliar o efeito do bloqueio da maturação nuclear (com inibidores butirolactona I e
roscovitina associados a antioxidantes) na migração dos GC de oócitos bovinos submetidos à
maturação in vitro. Oócitos (n=729) foram maturados a 38,7oC em atmosfera de 5% CO2 em ar
em meio TCM-199 suplementado com 0,6% BSA, 0,5 μg FSH, 100 UI hCG e 1 μg estradiol/ml
(controle - C), adicionado dos antioxidantes 50 µM de cisteamina (CC) ou 50 µM de β-
mercaptoetanol (CM). O grupo padrão do laboratório (S) foi suplementado com 10% de SFB
como fonte protéica. Os oócitos em meio suplementado com butirolactona I e roscovitina foram
pré-maturados por 24 horas em meio TCM-199 suplementado com 0,3% BSA, antibiótico e
piruvato, de acordo com os grupos: 100 µM de butirolactona I (B), 100 µM de butirolactona I +
50 µM de cisteamina (BC), 100 µM de butirolactona I + 50 µM de β-mercaptoetanol (BM), 25
µM de roscovitina (R), 25 µM de roscovitina + 50 µM de cisteamina (RC) e 25 µM de roscovitina
+ 50 µM de β-mercaptoetanol (RM). Após o cultivo de pré-maturação, foram transferidos para
gotas com meio controle para maturação por mais 24 horas. Ao final do cultivo de maturação, os
oócitos foram corados com 10 μg/mL de Lens culinaris aglutinina conjugado à isocianato de
fluoresceína (FITC-LCA) para avaliação da maturação citoplasmática pela distribuição dos GC.
Os dados foram analisados por ANOVA (P<0,05). Com 24 horas de maturação, os oócitos
apresentaram-se maturos com GC dispersos na periferia dos oócitos em 52,07%c (S), 65,90%abc
(C), 60,32%bc (CC), 64,60%bc (CM), 66,17%abc (B), 55,44%bc (BC), 56,89%bc (BM), 82,92%a
(R), 80,73%ab (RC) e 78,52%ab (RM). Os oócitos pré-maturados com butirolactona I e roscovitina
encontraram-se maturos ao final das 24 horas e o grupo S teve a menor porcentagem de oócitos
maturos em 24 horas de cultivo. Os antioxidantes parecem não ter influência na maturação
citoplasmática avaliada pela distribuição dos GC. Após reversão do bloqueio meiótico com
roscovitina, a distribuição dos grânulos corticais foi melhor do que aquela do grupo controle.
Apoio Financeiro: FAPESP
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
DMVPRA, FCAV-UNESP, Jaboticabal-SP, Brasil. 2 DAPSA, FMVA-UNESP, Araçatuba-SP,
Brasil. leticiabarretto@ig.com.br
s437
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Elias, F.P.1; Vila, R.A.1; Galerani, M.A.V.1; Fernandes, M.B.1; Lôbo, R.B.1
1
Departamento de Genética/BlocoC – FMRP/USP, Ribeirão Preto – SP, Av. Bandeirantes,
3900, 14040-030, Brasil. fpelias@genbov.fmrp.usp.br
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Dias, N.B.1; Camargo, L.S.A.2,6; Serapião, R.V.3; Folhadela, I.4; Ramos, A.A.5;
Polisseni, J.2; Viana, J.H.M.2; Sá, W.F.2; Ferreira, A.M.2
1
CES-JF, Campus Arnaldo Janssen, Juiz de Fora, MG; 2Embrapa Gado de Leite, Juiz de Fora,
MG; 3UENF, Campos de Goytacazes, RJ; 4 UFMG, Belo Horizonte, MG; 5Epamig, Juiz de
Fora, MG; 6 camargo@cnpgl.embrapa.br
Sêmen de diferentes touros e/ou partidas podem resultar em variações na produção de embriões
clivados e de blastocistos. Desta forma, a identificação de parâmetros espermáticos associados a
essas variações pode ser útil para estimar o potencial de produção da amostra na fecundação in
vitro (FIV). O objetivo do presente trabalho foi associar dois parâmetros espermáticos (motilidade
e viabilidade) do sêmen descongelado com a produção embriões clivados e blastocistos pelo seu
uso na FIV. Motilidade e viabilidade de 22 amostras congeladas de sêmen, obtidas de oito touros
das raças Gir ou Holandês, foram avaliadas em diversas etapas da FIV (pós-descongelação, pós-
swim up e pós-fecundação in vitro) e associadas com a taxa de clivagem, a produção de embriões
com oito células e a produção de blastocistos. A motilidade foi avaliada em microscópio óptico
e a viabilidade após coloração com eosina-nigrosina. Após descongelação, espermatozóides foram
separados do diluente por swim-up, centrifugados e diluídos em concentração de 2,0 a 2,5 x 106
células/mL para a fecundação de oócitos maturados in vitro. Após 20-22h da fecundação in vitro,
zigotos foram co-cultivados com células do cumulus em meio CR2aa adicionado de 10% de soro
fetal bovino e albumina sérica bovina. As taxas de clivagem e de embriões com oito células
foram avaliados com 72h após fecundação in vitro, e a de blastocistos no oitavo dia. Associações
da motilidade e viabilidade pós-descongelação (MotPD e ViaPD, respectivamente), motilidade
e viabilidade pós-swin up (MotPSw e ViaPSw, respectivamente) e viabilidade pós-fecundação
(ViaPFec) com as taxas de clivagem, embriões com oito células e blastocistos foram realizadas
por análise de regressão linear. A variação entre as amostras nas taxas de clivagem e de blastocistos
foi de 37,9% a 87,5% e 0,0 a 44,3%, respectivamente. A motilidade e viabilidade pós-
descongelação variaram de 40,0% a 85,0% e 21,3% a 85,3% respectivamente. MotPD apresentou
associação (P<0,01) com a taxa de clivagem (R2=0,49) e com a taxa de embriões com oito
células (R2=0,39) enquanto a ViaPD apresentou associação (P<0,05) apenas com a taxa de
clivagem (R2=0,24). O coeficiente de determinação entre MotPD e taxa de blastocistos foi de
R2=0,16 (P=0,059). Demais parâmetros espermáticos (MotPSw, ViaPSw e ViaPFec) não
apresentaram associações significativas (P>0,05) com as taxas embrionárias. Conclui-se que
MotPD possui associação moderada com a taxa de clivagem e de embriões com oito células,
podendo ser útil como parâmetro adicional para se avaliar o potencial de uma amostra de sêmen
na fecundação in vitro antes do swim up. Os resultados também sugerem que viabilidade
espermática, avaliada pela eosina-nigrosina no pós-swim up e na pós-fecundação in vitro, não é
um bom indicador para se estimar taxas de desenvolvimento embrionário.
s439
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Alonso, R.V.1; Hellú, J.A.A.1; Ardais, D.B.2; Visintin, J.A.3; Garcia, J.F.4
1
TRANSFIX – Transplante de Embriões Ltda., Patrocínio Paulista – SP, Brasil; 2
VITROGEN – Pesquisa e Desenvolvimento em Biotecnologia da Reprodução Ltda., Uberaba/
MG, Brasil; 3 Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP – Campus
Araçatuba; 4 Universidade de São Paulo – FMVZ – Departamento de Reprodução Animal;
transfix@terra.com.br
O Brasil tem se destacado como um dos países que mais aplica comercialmente e em larga escala
as diversas biotecnologias utilizadas na reprodução animal. A sexagem de embriões por análise
de DNA, agregada à produção in vitro, constituem ferramentas importantes que permitem
intensificar e acelerar o melhoramento genético de animais de alto valor zootécnico. Através
destas tecnologias o criador pode escolher o sexo desejado ainda na fase embrionária, reduzindo
custos com receptoras, tratamentos hormonais para sincronização, manejo e locação de espaço
na propriedade. O objetivo deste trabalho foi de apresentar os resultados de rotinas de sexagem
de embriões produzidos in vitro, realizadas pela TRANSFIX - Patrocínio Paulista - Brasil, no
período de abril/2005 a maio/2006. O trabalho foi realizado em seis laboratórios de fecundação
in vitro distintos, compreendendo material biológico originado de 41 criadores de bovinos de
elite. Os embriões foram biopsiados no sexto e/ou sétimo dias de cultivo, utilizando
micromanipuladores mecânicos e micropipetas de vidro (holding e microaspiração) fabricadas
pela TRANSFIX. As células biopsiadas foram submetidas à PCR (sistema CENARGEN -
EMBRAPA), sendo seu resultado visualizado por eletroforese em gel de agarose (2%) corado
com brometo de etídeo. Foram micromanipulados para a retirada de biópsia o total 2984 embriões
bovinos de diversas raças (Nelore, Brahman, Gir, Guzerá, Girolando e Simental), resultando na
identificação de 1436 embriões macho (48,1%), 1378 embriões fêmea (46,2%) e 170 indefinidos
(5,7%). Após a micromanipulação, os embriões foram retornados ao cultivo em estufa de CO2
no mesmo meio empregado até então, porém em gotas isoladas e identificadas de forma a garantir
a identificação individual de cada embrião. Todos os embriões foram reavaliados antes do
envasamento para a inovulação (4-12 horas após a micromanipulação), sendo descartados aqueles
que se apresentaram degenerados segundo critérios da IETS. A taxa de mortalidade embrionária
após a micromanipulação correspondeu a 11,3% (338), sendo implantados 909 embriões sexados,
que resultaram em 273 prenhezes (30,0%) confirmadas aos 60 dias de gestação. Todos os fetos
tiveram o sexo confirmado por ultrassonografia, verificando-se 249 acertos (91,2%) e 24 erros
(8,8%). Sessenta e sete bezerras saudáveis nasceram até a presente data, comprovando a
exeqüibilidade técnica e econômica do emprego da sexagem de embriões produzidos in vitro por
análise de DNA em larga escala e sua importância para os criadores de bovinos de elite no Brasil.
Palavras - Chave: Embrião, Sexagem, Micromanipulação, FIV, PCR.
s440
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Foi investigado o efeito da adição de ácido ascórbico ao meio de cultura para testar a hipótese de
que esse composto poderia incrementar o desenvolvimento embrionário in vitro. Ovários de
vacas foram obtidos em frigorífico e mantidos em solução salina a 31-33°C até a chegada ao
laboratório. Folículos antrais (2 a 7 mm de diâmetro) foram aspirados utilizando-se agulha calibre
18 G e seringa de 10 mL. Oócitos com no mínimo 3-4 camadas de células do cumulus e citoplasma
homogêneo foram lavados três vezes em meio de maturação base (MM-b), constituído de Meio
199 (M-3769, Sigma Chemical Co., St. Louis, USA), com 2,2 mg/mL de bicarbonato de sódio,
0,05 mg/mL de piruvato de sódio, 0,05 mg/mL de sulfato de gentamicina e 1 mg/mL de álcool
polivinílico (PVA). Grupos de 15 a 25 oócitos foram maturados em gotas de 0,1 mL de MM-b
acrescido de 1.000 ng/mL de FSH (Vetrepharm Inc., Belleville, Canadá) e 10% de SFB (Nutricell,
Campinas, Brasil), sem PVA, por 24 h. O meio definido, modificado (m-DM) foi utilizado tanto
para o “swim-up” quanto para a fertilização in vitro, com heparina (20 µg/mL) para a capacitação
espermática. Oócitos foram co-incubados com espermatozóides por um período de 5 horas. A
seguir, as células do cumulus foram removidas, mediante sucessivas pipetagens, e grupos de 10
a 15 prováveis zigotos foram distribuídos, aleatoriamente para gotas de 50 μL de meio de cultura
(BARC; “Beltsville Agriculture Research Center”), suplementado com ácido ascórbico, de acordo
com o seguinte delineamento experimental: grupo I (controle - 0 μg/mL), II (0,1 μg/mL), III (1
μg/mL) e IV (10 μg/mL), durante as primeiras 67 horas de cultivo. Às 72 e 144 horas pós-
inseminação (h pi) os embriões foram transferidos para gotas de meio BARC, fresco, sem ácido
ascórbico. Oócitos e embriões foram incubados em estufa de CO2 a 5%, em atmosfera úmida, a
38,5°C. O desenvolvimento embrionário foi avaliado através da percentagem de oócitos maturados
que fertilizaram e atingiram os estágios de mórula (Mo), blastocisto (Bl) e blastocisto expandido
(Bx), às 72, 144, 168 e 192 h pi, respectivamente. ANOVA foi utilizada para avaliar diferenças
estatísticas e o teste t, de Bonferroni, para determinar diferenças entre os grupos, com p<0,05,
como significativo. O ácido ascórbico, na concentração de 10 μg/mL, produziu significativamente
maior (p<0,05) percentagem de oócitos clivados (77,0%), mórula (60,6%), blastocistos (44,3%)
e blastocistos expandidos (29,5%) do que os grupos I, II e III. Não houve diferença estatística
significativa (p>0,05) entre os grupos I, II e III, cujos valores de fertilização variaram de 63,5 a
68,2%, 47,6 a 51,6%, 30,1 a 34,9% e 19,0 a 22,2%, respectivamente, para Mo, Bl a Bx. A adição
de ácido ascórbico ao meio BARC, durante as primeiras 67 h de cultura, incrementou o
desenvolvimento embrionário, evidenciado pela maior proporção de embriões produzidos sob
essas condições experimentais, provavelmente devido à sua função de prevenir ou diminuir os
danos causados pela oxidação. (Agradecimentos: FAPESP; Central VR, Araçatuba, SP, Brasil).
s441
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Assis Neto, A.C.1; Verechia, F.T.V.1; Ambrósio, C.E.2; Meirelles, F.V.3; Miglino, M.A2.
1
Faculdade de Zootecnia -Dracena /UNESP, Dracena-SP, 17900-000, Brasil. 2 Departamento
de Cirurgia – FMVZ/USP, São Paulo-SP, Brasil. 3FZEA/USP, Pirassununga-SP, Brasil.
4
antonioassis@dracena.unesp.br
s442
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Fernandes, C.B.1; Lima-Neto, J.F.1; Martins, L.R.1; Bonesi, G.L.2; Tsuribe, P.M.1;
Melo, C.M.1; Leal, L.S.1; Dores, C.B.1; Blanco, I.D.P.1; Derussi, A.A.P.1;
Pavão, G.D.1; Martin, I.1; DeVitto, L.G 1; Landim-Alvarenga, F.C.1
1
Departamento de Reprodução Animal e Radiologia Veterinária – FMVZ/UNESP, Botucatu-
SP, 18618-000, Brasil, 2Fiscal Federal Agropecuário do Ministério de Agricultura Pecuária e
Abastecimento, PR, Brasil. fernandescb@yahoo.com.br
Uma das barreiras ao sucesso das técnicas de reprodução assistida na espécie eqüina é a baixa
competência meiótica de ovócitos que apresentam as células do cumulus compactas. O objetivo
deste trabalho foi comparar as taxas de maturação nuclear de ovócitos eqüinos classificados
quanto ao estágio de compactação das células murais da granulosa (CMG). Ovários eqüinos
foram obtidos em matadouro e os ovócitos recuperados pela técnica de dissecação e curetagem
individual de folículos com 10 a 30 mm de diâmetro. Foram selecionados para o uso somente
ovócitos que apresentaram ao menos uma camada de células do cumulus (CC), citoplasma
homogêneo e aspecto esférico. Os ovócitos selecionados foram classificados quanto à presença
ou não de grupos de células murais da granulosa expandidas e divididos em dois grupos: Compacto
= ovócitos obtidos de folículos onde tanto as CMG quanto as CC não apresentavam sinais de
expansão e Expandido = onde CMG ou CC apresentavam sinais de expansão. Foram realizadas
cinco repetições com 22 ovócitos cultivados em meio de maturação: HTF:BME (1:1), BSA
0,3%, 0,32mM Piruvato, 1mM L-Glutamina, 0,4mM Cisteína, 0,1mM Taurina, 0,4mM Glicina,
3,3mM Lactato de Sódio, 100ng/ml IGF-1, 50ng/ml EGF, 100ng/ml eGH, 5μg/ml eFSH, 500ng/
ml Estradiol e Gentamicina, a 39oC em atmosfera com 5% de CO2 em ar por 36 horas. Para a
avaliação da maturação nuclear os ovócitos foram retirados do meio de cultivo após o período de
maturação in vitro, e colocados em meio MEM hepes acrescido de 5mg/ml de Hialuronidase
tipo V aonde foram extraídas as células da granulosa com auxílio de micropipeta de vidro. Os
ovócitos desnudos foram transferidos para 10mg/ml de Hoechst 33342 em lâmina histológica,
cobertos com lamínula e avaliados quanto à configuração cromossômica em microscópio de
fluorescência. Em média a cada rotina de maturação in vitro 35% dos ovócitos foram classificados
como compactos e 65% como expandidos. Quando foram realizadas as avaliações da configuração
cromossômica, no grupo compacto 21% e 27 % dos ovócitos estavam em Metáfase I (MI) e II
(MII) respectivamente, enquanto nos ovócitos do grupo expandido 37% encontrava-se em MI e
38% em MII. Além disso, o grupo compacto apresentou 50% de ovócitos degenerados, enquanto
o grupo expandido apresentou 21,4%. Baseado nestes resultados confirmou-se a maior
competência meiótica observada em ovócitos classificados como expandidos quando comparado
aos compactos, sendo que estes últimos tendem mais à degeneração nas condições de cultivo in
vitro. Esta avaliação se torna cada vez mais importante, visto que a utilização destes ovócitos
com baixa competência meiótica pode afetar consideravelmente as taxas de sucesso das
biotecnologias da reprodução na espécie eqüina.
Agradecimento: FAPESP processo nº 04/00822-1.
s443
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Miranda, M.S.1,3; Almeida, A.B.1,2; Chiaratti, M.R.1; Balieiro, J.C.C.1; Baruselli, P.S.2;
Meirelles, F.V.1; Ohashi, O.M.3
1
ZAB-FZEA-USP, Pirassununga-SP, Brasil, 2VRA-FMVZ-USP, São Paulo-SP, Brasil, 3Lab.
FIV-UFPA, Belém-PA, Brasil. moyses_m@yahoo.com
s444
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Sandri, L.R.; Bohrer, R.C.; Ferreira, R.; Gonçalves, P.B.D.; Oliveira, J.F.C.
A produção in vitro (PIV) de embriões tem como um dos principais problemas a baixa taxa de
produção e qualidade dos blastocistos. Com o objetivo de quebrar parte dessa barreira, foi testada
a possibilidade de retardar a maturação nuclear do oócito bovino fora do folículo, inibindo a
tradução do RNAm, usando Cordycepin (CY), um inibidor da poli(A) polimerase, para uma
melhor maturação citoplasmática, e avaliar sua reversibilidade. No primeiro experimento, para
estimar o melhor tempo de cultivo em CY, os oócitos foram divididos em seis grupos: 12 horas
de cultivo em meio com CY (12C); 24 horas no CY (24C); 12 horas no CY mais 12 horas de
cultivo sem CY (12C+12M); 24 horas com CY seguido 24 horas de cultivo em meio sem CY
(24C+24M); 12 horas em CY seguindo de 24 horas em meio de maturação (12C+24M) e controle.
Foram avaliados os parâmetros maturação nuclear (oócitos em anáfase/telófase - A/T e metáfase
II - MII) e oócitos imaturos (em vesícula germintativa - VG, ruptura da vesícual germinativa -
RVG e metáfase I - MI). Os oócitos do grupo 12C não alcançaram MI e, dos do grupo 24C,
27,5% atingiram os estádios de A/T/MII. Os oócitos do grupo 12C+12M tiveram 60,0% de
maturação e os do 24C+24M 39,0% de maturação. Nos grupos 12C+24M e controle, 90,0% dos
oócitos atingiram o estádio de MII. Baseado nos dados do primeiro experimento, foi avaliado o
melhor tempo de cultivo dos oócitos após permanência por 12 horas no CY. Para isso, os oócitos
foram divididos em três grupos. Os dois primeiros permaneceram no meio com CY por 12 horas
e em seguida transferidos para o meio de maturação sem CY por 18 ou 24 horas. Os resultados
dos experimentos foram analisados pelo teste de ANOVA em um modelo estatístico para dados
categóricos, utilizando o PROC CATMOD/SAS. Quando foram detectadas diferenças estatísticas,
as variáveis independentes foram comparadas pelo teste de contraste. Os percentuais de maturação
foram 77,0% para o grupo 18h, 66,0% para o grupo 24 horas e 94% para o grupo controle. Os
dados obtidos com esse estudo permitem concluir que o cultivo de oócitos por 12h na presença
do Cordycepin bloqueia o reinicio da meiose. Pode-se concluir também que o efeito inibitório do
CY é reversível e que a presença dos oócitos em meio de maturação na ausência de inibidores
por 18h é suficiente para estes atingirem o estádio de MII. Trabalho realizado com apoio do
CNPq e FAPERGS.
s445
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Departamento de Ciências Básicas – FZEA/USP, Pirassununga – SP, Brasil. 2 Centro
Universitário Hermínio Ometto - UNIARARAS, Araras-SP. licaka@terra.com.br
O óxido nítrico (NO) é um mensageiro químico detectado em vários tipos celulares como células
endoteliais, neurônios e macrófagos, desempenhando também funções variadas como
vasodilatação, neurotransmissão e indução de morte celular. O NO é gerado pela atividade da
enzima óxido nítrico sintase (NOS) a qual foi detectada em vários órgãos, inclusive no sistema
reprodutor. O objetivo do presente estudo foi avaliar o efeito da adição de N-omega-nitro-l-
arginina metil ester (L-NAME), um inibidor de NOS, sobre a maturação nuclear e citoplasmática
in vitro de oócitos bovinos. Para isso, ovários foram coletados em abatedouros e os folículos de
2-6mm de diâmetro foram aspirados para a obtenção dos complexos cúmulus-oócitos (COCs).
Foram utilizados somente COCs com ooplasma claro, homogênio e com o mínimo de três camadas
de células do cumulus. Os oócitos foram maturados in vitro por 22h com concentrações crescentes
de L-NAME (0, 10-7, 10-5, 10-4, 10-3) adicionadas ao meio de maturação in vitro (MIV: TCM-
199, suplementado com 10% SFB, 0,5µg/mL de FSH, 5,0 µg/mL de LH, 0,2 mM de piruvato e
10 mg/mL de gentamicina). Para a fecundação in vitro (FIV) foi utilizado sêmen congelado
preparado segundo a técnica de gradiente Percoll. Os espermatozóides foram adicionados na
gota de fecundação a uma concentração final de 2 x 106 espermatozóides/mL. A fecundação foi
realizada em TALP-FIV suplementado com 2 µM penicilamina, 1 µM hipotaurina, 250 µM
epinefrina e 20 µg/mL heparina. Após 20h fecundação, os ovócitos foram parcialmente desnudados
e transferidos para o meio de cultivo in vitro (CIV: TCM-199, suplementado com 10% de SFB,
2,0 mM de piruvato e 10 mg/mL de gentamicina). A taxa de clivagem foi avaliada com 48 h de
CIV e no quinto dia de cultivo foi feito feeding (40%) do meio. A maturação nuclear foi avaliada
por coloração com iodeto de propidio (10µg/ml) após 22h de MIV. A maturação citoplasmática
foi avaliada pela taxa de blastocistos e contagem de células totais e com fragmentação do DNA
nos mesmos, através da técnica de TUNEL (In Situ Cell Death Detection Kit Fluorescein-Roche)
no sétimo dia de cultivo (D7). Foram feitas três repetições para cada avaliação. A taxa de maturação
nuclear foi 89, 82, 71, 82 e 100% para os grupos 0 (controle), 10-7, 10-5, 10-4 e 10-3 M,
respectivamente. Os percentuais de blastocistos foram de 26,4% (controle), 20,2% (10-7 M),
24,5% (10-5 M), 24,1% (10-4 M) e 37% (10-3M). O número de células totais e TUNEL positivos
dos blastocistos foram, respectivamente, 141,8 e 2,0 (controle), 123,1 e 8,0 (10-7 M), 99,7 e 4,7
(10-5 M), 108,2 e 8,8 (10-4M) e 120,7 e 4,8 (10-3M). Os resultados parciais obtidos até o momento,
não apresentaram diferenças na maturação nuclear e citoplasmática, com as concentrações de L-
NAME utilizadas, sendo necessário o desenvolvimento de maior números de repetições.
Apoio financeiro – FAPESP
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Embrapa/CENARGEN, PqEB s/n, W5 Norte Final, Caixa postal 02372, CEP 70770-900;
2
UnB, Faculdade de Agronomia e Veterinária, Pós-graduação em Ciência Agrárias, Caixa
postal 04508, CEP 70910-970 – Brasília/DF. ligileme@yahoo.co.uk
Um sistema de transporte adequado para ovócitos bovinos tem sido um dos requisitos básicos
para o sucesso comercial da produção in vitro de embriões (PIV) Os ovócitos aspirados dos
folículos ovarianos iniciam a meiose espontaneamente, e as primeiras horas de maturação,
conseqüentemente, ocorrem durante o transporte entre as fazendas de produção e o laboratório
de PIV. Nosso laboratório tem utilizado como rotina meio de transporte composto por TCM 199
com sais de Hank’s suplementados igualmente com hormônios e antibióticos (MIV-t), à
temperatura de 34-36ºC, com intervalo entre a aspiração e a chegada ao laboratório de no máximo
8h. Para avaliar o efeito do MIV-t e a temperatura de transporte no nosso atual sistema PIV,
conduziu-se este estudo objetivando analisar a cinética da cromatina nuclear durante a MIV. Foi
utilizado um total de 618 ovócitos oriundos de abatedouro, que após a recuperação e seleção
foram colocados em tubo de 1,5ml, contendo 1ml de meio de maturação coberto com uma camada
de 250µl de óleo mineral. No grupo controle (G1), os ovócitos foram maturados em meio TCM
199 com sais de Earl’s suplementado com hormônios e antibiótico (meio MIV), em tubo aberto
na estufa convencional com 5% de CO2 em ar, a 39°C. Os ovócitos do grupo de transporte (G2),
foram maturados no MIV-t, em banho-maria a 36°C por todo o período. Em ambos tratamentos
os ovócitos foram retirados com 8h, 12h, 22h e 24h após o início da maturação, fixados em
solução de ácido acético e etanol, corados com Lacmóide e avaliados quanto à fase da meiose em
microscopia de contraste de fase. Para a avaliação microscópica foram considerados os seguintes
estágios: Vesícula Germinativa (VG), final de Prófase I (fPI), Metáfase I (MI), Anáfase I (AI),
Telófase I (TI) e Metáfase II (MII). Os resultados foram comparados pelo teste de Chi-quadrado.
Às 8h de maturação a percentagem de ovócitos em estágio de VG foi menor e de MI maior
(P<0,05) no G1 (40,3% e 47,8%) do que no G2 (73,2% e 23,2%). Às 12 horas de cultivo apenas
3,6% dos ovócitos do G1 apresentavam VG comparado com 29,5% do G2. Com 22 h a maioria
dos ovócitos do G1 encontravam-se em MII (83,6%), enquanto no G2 a porcentagem de ovócitos
em MII (60,2%) foi menor (P<0,05) e a percentagem em TI (23,2%) foi maior (P<0,05). Essa
mesma diferença se manteve até 24 horas de maturação, em que o G1 apresentou maior
percentagem de ovócitos em MII (96,3%) e menor percentagem em TI (3,7%) do que o G2
(77,7% e 14,3%). Os resultados obtidos mostraram que a permanência dos ovócitos em MIV-t
atrasa a maturação nuclear, podendo justificar-se pela composição do meio e/ou menor temperatura
de transporte utilizada. Estudos adicionais são necessários para avaliar se ovócitos mantidos em
condições de transporte e posteriormente transferidos para incubadora de CO2 deveriam
permanecer mais tempo em maturação e serem fecundados mais tarde do que o preconizado.
Fonte Financiadora: Embrapa – Macro-programa II.
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Embrapa/CENARGEN, PqEB s/n, W5 Norte Final, Caixa postal 02372, CEP 70770-900;
2
UnB, Faculdade de Agronomia e Veterinária, Pós-graduação em Ciências Agrárias, Caixa
postal 04508, CEP 70910-970 – Brasília/DF. ligileme@yahoo.co.uk
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Ramos, A.F.1,2; Sartori, R.2; Siqueira Filho, E.R.2; Mollo, M.R.2; Driessen, K.2; Pivato, I.3;
Marques Jr., A.P.1; Rumpf, R.2
1
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil; 2Embrapa - Recursos
Genéticos e Biotecnologia, Brasília, DF, Brasil; 3Cidasc, Indaial, SC, Brasil.
aleframos@hotmail.com
Com objetivo de alcançar o momento ideal da aspiração folicular para a produção in vitro de
embriões (PIVE) em novilhas mestiças ½ Nelore X ½ Simental, aumentando com isso o número
e qualidade dos ovócitos recuperados, este experimento investigou o efeito da sincronização da
emergência da onda folicular com benzoato de estradiol (BE) administrado em diferentes horas
antes da aspiração folicular. Quinze novilhas mestiças foram divididas aleatoriamente em três
grupos, com três réplicas cada. As novilhas foram sincronizadas com 2mg de BE e implante
transvaginal de progesterona (DIB) por sete dias, seguido de administração de PGF2á. No dia
quatro do ciclo estral subseqüente, as novilhas receberam DIB e tiveram todos os folículos maiores
que 3mm de diâmetro aspirados, seguido da administração de PGF2á no dia sete. As novilhas do
grupo 0h-BE (n=4), -12h-BE (n=6) e -24h-BE (n=5) receberam 2mg de BE imediatamente após
a aspiração, doze e vinte e quatro horas antes, respectivamente. Todas as novilhas foram aspiradas
com intervalo de sete dias. O sêmen, meios utilizados e as condições de cultivo foram iguais
para todos os grupos. O número de folículos maior que 3mm e o tamanho do maior folículo
foram avaliados por ultra-sonografia no momento da aspiração folicular. Todos os ovócitos
aspirados foram maturados e fecundados in vitro (D0), com a taxa de clivagem e a taxa de
blastocisto avaliadas no D2 e D7, respectivamente. As comparações de médias foram realizadas
por análise de variância e os dados com distribuição binomial foram analisados por qui-quadrado.
Os resultados estão apresentados por porcentagem ou média±erro padrão. Não houve diferença
(P>0,05) no tamanho do maior folículo (11,4±1,3mm vs 11,9±0,6mm vs 13,0±0,6), número de
folículos observados (14,2±2,2 vs 14,3±1,5 vs 15,1±2,3), número de folículos aspirados (12,0±2,5
vs. 12,4±1,5 vs. 11,7±2,2) e número de ovócitos recuperados (8,9±2,4 vs 8,7±1,7 vs 7,9±1,9),
para os grupos 0h-BE, -12h-BE e -24h-BE, respectivamente. A taxa de clivagem foi similar entre
os grupos [56,3% (58/103) para 0h-BE vs 51,9% (81/156) para -12h-BE e 63,6% (75/118) para
-24h-BE]. As novilhas do grupo 0h-BE tiveram maior (P<0,05) taxa de blastocisto [34,9% (36/
103)] que as do grupo -12h-BE [21,8% (34/156)], enquanto as do grupo -24h-BE [24,6% (29/
118)] tiveram resultado intermediário e não diferiram das outras. O uso de BE associado a um
dispositivo de progesterona, simultâneo, 12h ou 24h antes da aspiração folicular, não alterou o
padrão de crescimento folicular e não aumentou o número e a qualidade dos ovócitos recuperados,
bem como prejudicou a produção de embriões in vitro, em um programa de aspiração com
intervalo de sete dias entre sessões.
Primeiro autor é bolsista do CNPq, Brasil (Processo 141077/2004-2).
Apoio Financeiro: Embrapa–Macroprograma II e Tecnopec.
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Martins, A.C.1,2; Mundim, T.C.D.1,3; Melo, E.O.1; Dode, M.A.N.1; Rumpf, R.1;
Franco, M.M.1; Sartori, R.1
1
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, 70770-900, Brasília-DF, Brasil, 2FMVZ-
UNESP, 186018-000, Botucatu-SP, Brasil, 3FAV-UnB, 70910-970, Brasília-DF, Brasil.
sartori@cenargen.embrapa.br, mfranco@cenargen.embrapa.br
s450
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
UNOPAR - Campus de Arapongas - CEP 86702-000 - Cx. P. 560 - Arapongas – PR.
fabiana.sterza@unopar.br
A produção in vitro de embriões bovinos (PIV) está sendo amplamente empregada no Brasil.
Apesar de todo o sucesso comercial da técnica, sabe-se da necessidade de maiores esclarecimentos,
especialmente no que diz respeito aos produtos da mesma. Em decorrência da falta de trabalhos
relatando o verdadeiro impacto da Síndrome do Bezerro Grande (SBG), o objetivo desse trabalho
foi verificar a ocorrência da SBG em animais produtos de PIV da raça Nelore na região norte do
Paraná. O registro da ocorrência da síndrome foi realizado no período de setembro de 2004 a
setembro de 2005. Para tanto foram avaliadas três propriedades localizadas no município de
Nova Fátima – PR, onde os seguintes dados foram coletados: peso ao nascimento e taxa de
mortalidade perinatal dos produtos de PIV. Os fetos abortados ou natimortos produtos de PIV,
deveriam ser enviados ao laboratório de anatomia patológica da UNOPAR, para que anormalidades
fossem identificadas e correlacionadas com a SBG. Os embriões foram produzidos em dois
laboratórios de PIV altamente conceituados no Brasil, sendo que ambos utilizavam soro fetal
bovino no meio de cultivo embrionário. Foram analisados 107 neonatos da raça Nelore. Apenas
1 animal nasceu com o peso acima do normal para a raça, ou seja acima de 35 Kg. Tratava-se de
uma fêmea, a qual pesou 62 kg ao nascimento, necessitando de assistência ao parto. Nos primeiros
meses de vida deste animal, em que seu desenvolvimento foi acompanhado não foi observada
nenhuma alteração. Apenas 2 mortes foram registradas nesse período, porém nenhum dos animais
apresentava peso acima da média. À necrópsia nenhuma alteração pode ser correlacionada com
a síndrome. Os resultados desse trabalho demonstraram uma baixa incidência, 0,93%, da SBG
em animais da raça Nelore na região norte do Paraná. Tais resultados foram compatíveis com os
observados por KRUIP e DEEN DASS (1997), os quais relataram que a natureza esporádica da
síndrome impede o exato entendimento dos agentes causais e seus mecanismos. Considerando
que o número de neonatos avaliados neste estudo foi reduzido, recomenda-se que novos
levantamentos em diferentes raças e regiões sejam realizados para que esses dados possam ser
confirmados.
s451
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Nonato Jr., I.1; Pontes, J.H.F.1; Ereno Jr., J.C.1; Gimenes, L.U.G.2;
Torres-Júnior, J.R.S.2; Baruselli, P.S.2
1
In Vitro Brasil, Mogi Mirim – SP, 13800-970, Brasil; 2Departamento de Reprodução Animal,
FMVZ – USP, SP, Brasil. ismael@invitrobrasil.com.br
s452
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Laboratório de Reprodução Animal – LMGA/UENF. 2Depto de Ciências Básicas – FZEA/
USP –quetglas@netsite.com.br
Nos procedimentos de maturação in vitro (MIV) uma parte considerável dos ovócitos é
incompetente para o desenvolvimento. Ao remover os ovócitos dos folículos, os mesmos deixam
de ter o estímulo inibitório que mantém o bloqueio meiótico (BM) e reiniciam espontaneamente
a meiose. Este reinício é por vezes precoce, ou seja, o ovócito ainda não estaria apto para a MIV
e, conseqüentemente, para fecundar e desenvolver. Manter os ovócitos por mais tempo em BM
poderia ser benéfico para que tenham um tempo adicional para adquirir a competência. O objetivo
do presente estudo foi de avaliar a cinética da maturação nuclear após o BM in vitro com diferentes
concentrações de butirolactona I (BLI). Ovócitos bovinos foram aspirados de folículos de 2-
6mm de ovários coletados em frigorífico. Aqueles classificados como graus I e II foram
selecionados e submetidos ao BM por 24h nos tratamentos: B100 = 100μM BLI em TCM-
199+3mg/ml BSA; B10 = 10μM BLI em TCM-199. Após o BM, os ovócitos foram submetidos
à MIV (TCM-199+10% SFB, 5,0µg/ml LH, 0,5µg/ml FSH e antibióticos). Para avaliação da
cinética da maturação nuclear, ovócitos foram retirados do cultivo às 0, 6, 12, 18, e 24 h de MIV
e foram fixados e corados com lacmóide para determinação dos estádios da meiose. Um grupo
controle (C) foi avaliado igualmente, mas submetido somente à MIV. As comparações entre os
grupos foram feitas pelo teste de Chi-quadrado a 5% de significância. Foram avaliados 46 a 56
ovócitos por tratamento e por horário de avaliação, distribuídos em três repetições. À 0h de MIV
100% dos ovócitos estavam em vesícula germinativa (VG) em B100 e C (P>0,05), enquanto
B10 teve 95,7% (P<0,05). Uma pequena parcela (4,3%) dos ovócitos nesse grupo “escapou” do
bloqueio, pois já se encontrava em metáfase II (MII). Às 6h de MIV, ainda havia 83% de VG no
controle, mas uma redução nos grupos tratados (62%, P<0,05). Após 12h de MIV a maioria dos
ovócitos (87 e 92% para C e B10, respectivamente, P0<0,05) estava em estádios intermediários
da meiose (metáfase, anáfase e telófase da meiose I). O mesmo foi observado para B100 (95,7%),
mas este foi superior ao grupo C (P<0,05). Com 18h de MIV a maioria dos ovócitos dos três
grupos já estava em MII (68,0; 71,1 e 71,7%, para C, B10 e B100, respectivamente; P>0,05). Às
24h de MIV observou-se o mesmo, mas as taxas de MII dos grupos tratados (~97%) foram
superiores ao controle (89,3%, P<0,05). A cinética da maturação nuclear é acelerada de forma
similar após o bloqueio meiótico com alta ou baixa concentração de BLI.
Apoio financeiro: Fapesp processo 03/01479-6
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Departmento de Ginecologia e Obstetrícia – Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto,
Universidade de São Paulo 14049-900, Ribeirão Preto-SP, Brasil. 2Departamento de Ciências
Fisiológicas – Universidade de Brasília 70910-900, Brasília-DF, Brasil, 3Vitrogen, 14140-000,
Cravinhos-SP. vireque@usp.br
s454
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
DMVPRA-FCAV-UNESP, 14884-900, Jaboticabal-SP, Brasil, 2 DAPSA-FMVA-UNESP,
16050-680, Araçatuba-SP, Brasil. ferilha@hotmail.com
s455
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
DMVPRA-FCAV-UNESP, 14884-900, Jaboticabal-SP, Brasil; 2 DAPSA-FMVA-UNESP,
16050-680, Araçatuba-SP, Brasil. ferilha@hotmail.com
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Gonçalves, F.S.1; Barretto, L.S.S.1; Arruda, R.P.2; Perri, S.H.V.3; Mingoti, G.Z.3
1
DMVPRA-FCAV-UNESP, 14884-900, Jaboticabal-SP, Brasil; 2 DRA-FMVZ-USP, São
Paulo-SP, Brasil; 3DAPSA-FMVA-UNESP, 16050-680, Araçatuba-SP, Brasil.
ferilha@hotmail.com
Atualmente, muitas de pesquisas estão voltadas para os efeitos protetores dos antioxidantes na
criopreservação do espermatozóide, no entanto poucos estudos têm avaliado seus efeitos sobre a
interação da célula espermática com oócito durante a fecundação in vitro (FIV). Sendo assim, o
objetivo desse experimento foi avaliar os efeitos protetores contra as ROS dos antioxidantes
cisteamina (Cist) e 2-mercaptoetanol (2-ME) adicionados ao meio de fecundação sobre a
integridade das membranas espermáticas (plasmática, acrossomal e mitocondrial) pelo uso das
sondas fluorescentes (ARRUDA, Acta Scientiae Veterinariae, v. 31, Suplemento, p. 230-231,
2003; CELEGHINI, Tese (Doutorado em Reprodução Animal) – Faculdade de Medicina
Veterinária e Zootecnia, Universidade do estado de São Paulo, Pirassununga, 2005). Oócitos
foram maturados in vitro (MIV) por 24h, a 38,5ºC, com 5% de CO2 em ar atmosférico, em meio
TCM-199 suplementado com 10% SFB, 0,5 μg FSH, 100 UI hCG e 1 μg estradiol/ml. O meio de
fecundação foi o TALP suplementado com 10 ìg de heparina e 160 ìL da solução de PHE
(denominado de TALP-FIV/Hep+PHE) que, dependendo do grupo experimental, foi suplementado
com 50 µM de 2-Mercaptoetanol (2-ME), ou 50 µM de Cisteamina (Cist) ou 5 mM de DL-
Buthionine-Sulfoximine (BSO) ou não recebeu suplementação (CONTROLE). Durante a FIV,
nos tempos 0 e 4 horas, foi coletada uma alíquota (500µL) de meio FIV de cada grupo, diretamente
dos “poços” da placa de cultivo, sendo imediatamente transferidas para microtubos que foram
submetidos a centrifugação 750g durante 5 minutos. Uma amostra (30µL) do sedimento formado
de cada grupo foi retirado e transferido a um microtubo ao qual foi adicionado 2 μL de iodeto de
propídeo (PI) (0,2 mg/mL), 1,6 μL de JC-1(0,5 mg/mL - cora diferentes potenciais mitocondriais)
e 10 μL de lecitina de Pisum sativum (FITC-PSA (100 μg/mL – cora acrossoma lesado).
Preparações úmidas foram realizadas para leitura sob microscopia de epifluorescência. Os dados
fora analisados pela ANOVA (P<0,05) considerando-se um experimento fatorial para verificação
de diferenças entre tratamentos (suplemento do meio de fecundação) e o tempo (0 e 4 horas após
FIV). Houve queda (P<0,05) nas médias de espermatozóides que preservaram a integridade de
membrana plasmática durante o tempo (30,4%A e 10,6%B respectivamente, 0 e 4 horas durante a
FIV). Um efeito significativo sobre as porcentagens de espermatozóides com acrossomo íntegro,
não foi constatado (P>0,05) entre os grupos: Contr-0h 52.4%aA, Contr-4h 58.3%aA, Cist-0h
58.0%aA, Cist-4h 58.0%aA, 2-ME-0h 57.7%aA, 2-ME-4h 49.8%aA, BSO-0h 54.5%aA e BSO-4h
56.0%aA. No mesmo intervalo de tempo, não foi observado efeito significativo (P>0,05) sobre as
porcentagens de espermatozóides com alto potencial mitocondrial, entre os grupos: Contr 4.5%a,
Cist 8.5%a, 2-ME 8.7%a e BSO 5.9%a. Não houve efeito dos antioxidantes em preservar a
integridade das membranas plasmática e função mitocondrial durante o tempo. Os espermatozóides
mantiveram o acrossomo íntegro durante o tempo, no entanto esse padrão não foi influenciado
pela presença de antioxidantes (Cist e 2-ME) no meio TALP-FIV.
s457
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
A fim de testar o efeito de dois tratamentos gonadotróficos sobre a colheita de oócitos por
laparoscopia em caprinos, quatro cabras mestiças foram distribuídas em dois grupos, de acordo
com o estímulo gonadotrópico a ser testado (simples ou múltiplo). As fêmeas foram submetidas
a um tratamento de sincronização do estro utilizando uma esponja intravaginal com 60 mg de
acetato de medroxiprogesterona (Progespon, Buenos Aires, Argentina), inserida por 11 dias.
Quarenta e oito horas antes da remoção da esponja (RE), as cabras do primeiro grupo (estímulo
simples-ES) receberam 75 µg de d-cloprostenol e, 12 h depois, 8 UA de pFSH (Universidade de
Liège, Bélgica) associado a 300 UI de eCG (Novormon, Buenos Aires, Argentina),
intramuscularmente. As cabras do outro grupo (estímulo múltiplo-EM) receberam o mesmo tipo
e dose de luteolítico, porém 72 h antes da RE. O tratamento gonadotrófico do grupo EM foi
iniciado no oitavo dia do tratamento progestágeno e realizado pela administração de 16 UA de
pFSH em cinco doses decrescentes intramusculares (4/4, 3/3 e 2 UA), a intervalos de 12 h. A
colheita de oócitos foi realizada no grupo ES, logo após a RE, enquanto no grupo EM, este
procedimento foi realizado 24 h após a RE. Para isso, as cabras passaram por um jejum hídrico-
alimentar, 24 h antes da colheita e por um plano anestésico, pouco antes do procedimento. Com
relação à colheita, foi utilizada uma agulha 18 g longa (25 cm) (BIOCORE II®, Villa Raffo,
Argentina), conectada a um tubo de colheita por uma cânula de plástico e a uma bomba de vácuo
(Pioneer Pro-Pump, Quebec, Canadá). A pressão de vácuo foi ajustada para 15 mL por minuto. O
meio de colheita foi TCM199 suplementado com heparina e gentamicina e o volume colhido foi
vertido em uma placa de Petri e observado sob estereomicroscópio (SMZ-IB, Tóquio, Japão).
Foi mensurada a taxa de recuperação oocitária (oócitos recuperados/folículos aspirados) e realizada
a qualificação dos oócitos em Graus: I (apresentando três ou mais camadas de células do cumulus),
II (apresentando 1-2 camadas de células do cumulus), III (não apresentando células do cumulus)
e IV (apresentando oócito degenerado ou ruptura de zona pelúcida). Os dados são apresentados
de uma forma descritiva e expressos como média ± e.p. ou em percentagem. Considerando a
punção folicular, 9,5 ± 6,5 e 12,5 ± 1,5 folículos foram puncionados nos grupos ES e EM,
respectivamente. Com relação à colheita oocitária, os grupos ES e EM apresentaram taxas de
recuperação de 47,4% e 28,0%, respectivamente. Além disso, o grupo ES apresentou 55,6%,
11,1%, 33,3% e 0%, enquanto o grupo EM mostrou 14,3%, 71,4%, 0% e 14,3% de oócitos
classificados como grau I, II, III e IV, respectivamente. Em conclusão, os dois protocolos
produziram uma boa resposta ovariana, porém sessões adicionais serão necessárias a fim de
melhorar a taxa de recuperação e identificar possíveis diferenças entre tratamentos.
s458
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Curcio, B.R.1; Leite, D.S.P.1; Boff, A.L.N.2; Velho, J.2; Rambo, G.1;
Nogueira, C.E.W.2; Deschamps, J.C.1
1
Centro de Biotecnologia (CENBIOT)/UFPel; 2 Dep. Clínicas Veterinárias/FV/UFPel, Campus
Universitário s/n°-Caixa Postal 354 CEP 96010-900, Pelotas/RS.
enderlebr@terra.com.br
Em oócitos eqüinos a expansão das células do cumulus está relacionada a estágios iniciais de
atresia folicular que parecem estimular a competência dos oócitos ao desenvolvimento in vitro.
O objetivo do presente estudo foi comparar o índice de maturação nuclear de oócitos eqüinos
com cumulus compacto (CP) e cumulus expandido (EX), em atmosfera com mistura de gás.
Foram utilizados oócitos eqüinos, provenientes de ovários de abatedouro, coletados por curetagem
da parede de folículos entre 10 e 35mm de diâmetro. Imediatamente após a coleta, os complexos
cumulus oophorus foram classificados de acordo com as características das células do cumulus
em CP (n=82) e EX (n=79). A maturação foi realizada em “bags”, no meio TCM199 com adição
de 400 ng/ml eGH + 200 ng/ml IGF-I, suplementado com 0,1% BSA, 100 UI/ml de penicilina e
50 μg/ml de estreptomicina, a temperatura de 39°C, sob atmosfera contendo 5% CO2, 5% O2 e
90% N2 (mistura de gás). Após a maturação de 40h, houve a retirada das células do cumulus por
cuidadosa pipetagem em hialuronidase (80 UI/ml). Os oócitos foram avaliados em microscópio
invertido e após encubados por 15 min em Hoechst 33342 (10μg/ml) para análise do estágio de
maturação nuclear por microscopia de epifluorescência. A análise estatística foi realizada pela
comparação dos índices de maturação através do Teste de Chi-quadrado (χ2). Os índices de
maturação nuclear (metáfase II) foram de 29,3% nos oócitos CP e de 53,2% nos EX, sendo
encontrada diferença estatística entre os grupos (p<0,05). Estudos anteriores comprovaram que,
sob atmosfera de 5% de CO2, oócitos eqüinos EX com ooplasma de coloração irregular obtêm
maior índice de maturação do que oócitos CP, os quais possuem ooplasma homogêneo. No
presente estudo, constatou-se competência meiótica superior em oócitos EX em relação à oócitos
CP, em atmosfera com mistura de gás. Com base nos dados apresentados, pode-se concluir que
oócitos eqüinos com cumulus expandido demonstram maior índice de maturação do que oócitos
com cumulus compacto quando cultivados sob atmosfera contendo 5% CO2, 5% O2 e 90% N2.
s459
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Marques, M. G.; Goissis, M.D; Nascimento, A.B.; Peres, M.A.; Gonçalves, J.S.A.;
Feitosa, W.B.; Assumpção, M.E.O.A.; Visintin, J.A.
O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de dois meios de fecundação in vitro (FIV): TCM199
e mTBM e dois períodos de incubação de espermatozóides/oócitos: 6 horas e 30 minutos. Os
oócitos de ovários de matadouro foram maturados no meio TCM199 suplementado com 3,05mM
glicose, 0,91mM piruvato de sódio, 10% fluido folicular suíno, 0,57mM cisteína, 10ng EGF/ml,
10UI eCG/ml e 10UI hCG/ml por 22 horas, seguido de incubação por 22 horas em meio sem
hormônios. Após a maturação in vitro, os oócitos foram fecundados nos meios TCM199
suplementado com 3,05mM glicose, 0,91mM piruvato de sódio, 0,57mM cisteína, 1mg/ml de
BSA, 3,06mM/ml de Cafeína e mTBM suplementado com 5mM/ml de piruvato de sódio, 0,57mM
cisteína, 1mg/ml de BSA, 2mM/ml de Cafeína. O sêmen de três cachaços foi misturado, diluído
e armazenado por 24 horas em meio BTS, quando foi centrifugado e o sedimento dividido em
duas partes e resuspendidas nos meios de FIV onde permaneceram por duas horas para capacitação.
Os oócitos tiveram as células do cumulus oophurus removidas, lavados nos meios de fecundação
e adicionados dos espermatozóides pré-capacitados na concentração de 6x105 sptz/ml em
microgotas de 90μl. Após 30 minutos, metade dos oócitos de cada grupo foi delicadamente
lavada 1 vez nos respectivos meios FIV e retornou para o meio sem espermatozóides por mais 5
horas e meia (grupo 30 minutos) e a outra metade permaneceu por 6 horas com os espermatozóides
(grupo 6 horas). Decorridas às 6 horas de FIV, os oócitos foram lavados e cultivados no meio
PZM3 por 7 dias. Ao compararmos os índices de clivagem no terceiro dia de desenvolvimento
observa-se que não houve diferença entre os grupos TCM6h, mTBM30m e mTBM6h (36,96%;
36,25%; 43,53%, respectivamente), porém houve diferença entre os grupos TCM30m (24,49%)
e mTBM6h. Quando avaliou-se os índices de blastocisto (D7) e de eclosão (D9), não houve
diferença entre os grupos fecundados no mTBM (Blastocistos: 37,93%; 40,54% e Eclosão: 27,27%
e 46,67%, respectivamente, para 30m e 6h), já em relação ao TCM199 não houve produção de
blastocistos. Conclui-se que o meio de fecundação in vitro mTBM foi mais eficiente do que o
TCM199 em relação à produção de embriões e que a retirada do excesso de espermatozóides
após 30 minutos da FIV não interfere nos índices de clivagem, blastocisto e de eclosão.
Suporte financeiro FAPESP 05/01420-7
s460
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Pós-graduação da Universidade Estadual de Londrina (UEL), 2Graduanda do Curso de
Medicina Veterinária da UEL, 3Universidade de São Paulo (USP), 4Departamento de Clínicas
Veterinárias, CCA, UEL, PR, 86051- 990. danilobacelar@msn.com
O objetivo deste estudo foi testar um protocolo pré-aspiração folicular sem o uso de implante de
progesterona, quanto ao diâmetro folicular e à recuperação dos oócitos. Novilhas Nelore não
gestantes foram divididas em grupos 1 (G1; n=7) e 2 (G2; n=8) e submetidas a dois protocolos
pré-aspiração folicular, em um esquema fatorial 4 X 2. O Protocolo Aspiração Folicular (PAF)
consistiu na aspiração de todos os folículos visíveis apenas para controle de onda, sem
aproveitamento dos oócitos, em um dia qualquer do ciclo (D0) seguida pela aplicação IM de 0,5
mg, de um análogo de PGF2á (Sincrocio, Ourofino, Brasil). No dia 3, procedeu-se à nova
aspiração folicular para obtenção de oócitos e avaliou-se a presença de corpo lúteo (CL). O
Protocolo Controle Hormonal (PCH), consistiu em aplicar no D0 2 mg de Benzoato de Estradiol
(Estrogin, Farmavet), 0,5 mg, de um análogo de PGF2á (Sincrocio, Ourofino, Brasil) e 50 mg
de progesterona sintética injetável, todos via IM. Após 6 dias, procedeu-se à aspiração folicular
para obtenção dos oócitos, e avaliação da presença de CL. Os dados foram analisados pelo
ANOVA. Foram realizadas 60 aspirações (30 em cada tratamento) sendo aspirados 508 folículos,
201 após o PAF e 307 folículos após o PCH (P < 0,05). Obtêve-se 388 oócitos, sendo 162 após
o PAF e 226 após o PCH. As médias de folículos / oócitos por animal no PAF e PCH, foram,
respectivamente, 7,2 / 5,4 e 11 / 7,3 (P<0,05). Nos 60 procedimentos realizados, apenas 12 CL´s
foram encontrados, sendo 10 após PAF e 2 após PCH (P<0,05). Conclui-se que o protocolo de
aspiração folicular com controle hormonal foi mais eficiente do que o protocolo sem controle
hormonal quanto a obtenção de oócitos, facilidade de aspiração devido à ausência de CLs, além
da sua praticidade sem a necessidade da utilização do implante de progesterona.
Palavras-chaves: Nelore, aspiração folicular, progesterona, implante.
s461
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Cordeiro, M.F.; Di Filippo, P.A.; Dória, R.G.S.; Dias, D.P.M.; Beretta, C.A.G.;
Oliveira, M.E.F.; Oliveira Jr., E.G.; Ribeiro, G.; Alves, A.E.;
Duarte, A.L.L.; Vicente, W.R.R.
Dentre as técnicas cirúrgicas, a laparoscopia tem ganhado destaque por ser menos invasiva e ter
um menor tempo de execução, reduzindo portanto o estresse sofrido pelo animal. Técnicas para
a obtenção de oócitos in vivo não têm se desenvolvido com a mesma velocidade que outras
biotécnicas. Este trabalho teve como objetivo avaliar uma técnica alternativa para aspiração
folicular por laparoscopia em cabritas. Oito fêmeas caprinas com idades variando de 4 a 6 meses
de idade foram submetidas a seis sessões para colheita de oócitos cada, totalizando 48
laparoscopias. Através de duas punções no abdome (região cranial ao úbere) foram introduzidos
trocateres para a colocação do endoscópio e da pinça de manipulação atraumática. O abdome foi
insuflado com CO2, utilizando-se uma pressão total de 5mmHg. Para a aspiração folicular foi
utilizado um cateter de acesso venoso periférico (BD Angiocath®) com 16G de diâmetro. Este
era conectado a um sistema de aspiração ligado a uma bomba a vácuo. O ovário era seguro pela
pinça atraumática, encostado na parede abdominal ipsilateral e o cateter era inserido na cavidade,
próximo ao ovário a ser puncionado. Ao final da sessão, os ovários eram banhados com solução
de PBS heparinizado a fim de evitar futuras aderências. O líquido aspirado foi levado ao
estereomicrocópio e os oócitos encontrados foram classificados de acordo com a qualidade. O
número total de oócitos recuperados foi em média de 23/cabrita. A taxa de colheita foi considerada
baixa (3,88 oócitos/cabrita/sessão), o que pode ter sido atribuído ao número de folículos
puncionados (458) que foi inferior ao número de folículos observados (615), bem como ao calibre
da agulha (16G) que prejudicou a aspiração de folículos menores que 5mm. A pressão utilizada
no vácuo, embora tenha causado desnudamento de alguns oócitos, não comprometeu a qualidade
total destes (12,37% grau I; 36,56% grau II; 24,19% grau III e 26,88% grau IV). Não foi observada
formação de aderências entre as estruturas do sistema genital e destas com outros órgãos na
grande maioria das fêmeas. O uso do cateter permitiu o acesso aos ovários sem apresentar o risco
de lesão de órgãos adjacentes, ficando este restrito à parte superior da cavidade. Além disso, a
bainha plástica protegia a ponta da agulha enquanto o ovário era manipulado, sendo exposta
apenas no momento de aspirar o folículo. As punções na pele cicatrizavam já no terceiro dia pós-
operatório. O tempo das laparoscopias foi em média de 35 minutos. Esta técnica de laparoscopia
para aspiração folicular mostrou ser simples e segura, podendo ser utilizada diversas vezes na
mesma fêmea. No entanto, ajustes na técnica devem ser feitos para melhorar a taxa de colheita e
a qualidade dos oócitos recuperados.
s462
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
In Vitro Brasil Ltda, 13800-970, Mogi Mirim-SP, Brasil; 2 Departamento de Clínicas
Verterinárias, Universidade Estadual de Londrina, 86051-990, Londrina-PR, Brasil.
michele_spg@yahoo.com.br
s463
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Serapião, R.V.1,4; Ramos, A.A.2; Polisseni, J.1; Folhadella, I.M.1,3; Dias. N.B.1;
Camargo, L.S.A.1; Viana, J.H.M.1; Ferreira, A.M.1; Sá, W.F.1; Fonseca, F.A.4
1
Embrapa Gado de Leite - Juiz de Fora - MG; 2Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas
Gerais - Epamig – Belo Horizonte - MG; 3Escola de Veterinária – UFMG – Belo Horizonte –
MG; 4Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro – UENF – Campos dos
Goytacazes – RJ. rserapis@yahoo.com.br
s464
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Centro Universitário Hermínio Ometto – UNIARARAS, Araras-SP. 2 Departamento de
Ciências Básicas, Universidade de São Paulo, Pirassununga, São Paulo, Brasil, 13635-900
tiagodebem@yahoo.com.br
O presente estudo teve por objetivo avaliar diferentes categorias morfológicas de oócitos bovinos
e seu efeito sobre o desenvolvimento embrionário. Os ovários foram coletados em abatedouro e
os folículos de 2-6mm de diâmetro foram aspirados para a obtenção dos oócitos. Os oócitos
selecionados foram divididos em 4 grupos morfológicos: grupo I (GI) oócitos contendo mais de
3 camadas de células do cumulus compactas e citoplasma homogêneo; grupo II (GII) oócitos
contendo entre 2 e 3 camadas de células do cumulus compactas e citoplasma homogêneo; grupo
III (GIII) oócitos contendo 1 camada de células do cumulus compacta e citoplasma homogêneo
e no grupo IV (GIV) oócitos contendo cumulus parcialmente expandido e citoplasma homogêneo.
A maturação dos oócitos foi realizada por um período de 22h em TCM-199 com 10% SFB,
0,5µg/mL de FSH, 5,0µg/mL de LH, 2,0mM de piruvato e 10mg/mL de gentamicina. O cultivo
foi feito em estufa de CO2 a 38,5ºC em atmosfera de 5% de CO2 em ar. Para a fecundação in vitro
foi utilizado sêmen congelado, o qual foi preparado segundo a técnica de gradiente Percoll. Os
espermatozóides foram adicionados na gota de fecundação a uma concentração final de 2 x 106
espermatozóides/mL. A fecundação foi realizada em TALP-FIV suplementado com 2µM
penicilamina, 1µM hipotaurina, 250µM epinefrina e 20µg/mL heparina. Após 20h de fecundação,
os oócitos foram parcialmente desnudados e transferidos para o meio de cultivo in vitro (CIV,
TCM-199 suplementado com 10% de SFB, 2,0mM de piruvato e 10mg/mL de gentamicina). A
taxa de clivagem foi avaliada com 48h de CIV e no quinto dia de cultivo foi feito feeding (40%)
do meio. As avaliações das taxas de formação de blastocisto foram feitas nos dias 7 e 8 do CIV.
A analise estatística foi realizada pelo programa BIOESTATS 2.0 e o teste aplicado foi Qui-
Quadrado (x2) adotando o nível de 5% de significância. O número de oócitos avaliados em
quatro réplicas foi de 92 (GI), 91 (GII), 89 (GIII) e 89 (GIV), apresentando uma taxa média de
clivagem de 75,25% (P > 0,05). Com relação à percentagem de blastocistos no D7 do CIV, o
grupo GIV (n=42, 47,2%) diferiu (P < 0,05) dos demais grupos de oócitos. Os grupos GI (n=34,
37%), GII (n=26, 28,6%) e GIII (n=26, 29,2%) não diferiram (P > 0,05) entre si. A taxa de
embriões com oito dias de cultivo foi similar entre o GI (n=36, 39,1%), GII (n=27, 29,7%) e GIII
(n=29, 32,6%), que diferiram do GIV (n=48, 54%). Estes resultados sugerem que os oócitos do
grupo GIV possuem uma maior capacidade na produção de blastocistos em relação aos demais
grupos, e possivelmente essa capacidade está relacionada com a característica folícular de onde
esses oócitos são provenientes.
Apoio financeiro: FAPESP
s465
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Uma das alternativas que vários pesquisadores vêm analisando para estudar a competência de
desenvolvimento dos ovócitos in vitro é o bloqueio da retomada da meiose antes da maturação.
O presente estudo teve por objetivo avaliar o efeito do uso da butirolactona I (BL I) no
desenvolvimento embrionário in vitro. Ovários bovinos foram coletados em frigoríficos e os
folículos de 2-6 mm de diâmetro foram aspirados para a obtenção dos ovócitos. Para o bloqueio
da meiose os ovócitos foram cultivados por 24 h em meio TCM-199 com 100 (B100) e 10 μM
BL I (B10) suplementado ou não com BSA (3 mg/mL), respectivamente. Após o período de
bloqueio, os ovócitos foram transferidos para o meio de maturação in vitro (MIV: TCM-199
suplementado com 10% de SFB, 5,0 µg/mL de LH, 0,5 µg/mL de FSH, 0,2 mM de piruvato e 10
μg/mL de gentamicina) por 21 h. Como controle (C), um grupo de ovócitos foi submetido à
maturação sem sofrer cultivo prévio de bloqueio. Para a fecundação in vitro (FIV) foi utilizado
sêmen congelado, cuja separação espermática foi preparada com a técnica de gradiente Percoll.
Os espermatozóides foram adicionados ao meio de fecundação com concentração final de 2 x
106 espermatozóides/mL. A FIV foi feita em TALP-FIV suplementado com 2 µM penicilamina,
1 µM hipotaurina, 250 µM epinefrina e 20 µg/mL heparina (181 UI/mg). Após 18 h de FIV, os
ovócitos foram parcialmente desnudados com auxílio de um micropipetador e transferidos para
o meio de cultivo in vitro (CIV) SOF (fluido de oviduto sintético). Com 48 h de CIV foi avaliada
a taxa de clivagem. Os ovócitos clivados permaneceram no meio de CIV e os demais foram
descartados. No quinto dia de CIV foi feita a troca (feeding) parcial (40%) do meio de cultivo e
a partir do sétimo (D7) e do oitavo dia (D8) foi feita a avaliação das taxas de formação de
blastocisto (D7) e de eclosão (D8) e a contagem do número de células dos embriões eclodidos
(D8). A MIV, a FIV e a CIV foram conduzidas em estufa de CO2 a 38,5ºC em atmosfera de 5% de
CO2 em ar. O número total (n) de ovócitos avaliados em quatro repetições foi de 120 (C), 113
(B10) e 109 (B100), apresentando uma taxa média de clivagem de 84,5% que não diferiu (P >
0,05) entre os grupos. Com relação à percentagem de blastocisto no D7, os grupos C (n=46,
38,3%) e B10 (n=47, 41,6%) não diferiram entre si, mas ambos foram superiores (P < 0,05) ao
grupo B100 (n=36, 33,0%). A taxa de blastocisto eclodido foi similar (P > 0,05) entre os grupos
C (n=23, 19,2%), B10 (n=20, 17,7%) e B100 (n=12, 11,0%) no D8. Também não foi observada
variação (P > 0,05) no número médio de células dos blastocistos no D8, entre o C (138), B10
(136) e B100 (150). A pré-maturação com BL I não aumentou os índices de desenvolvimento,
porém também não comprometeu (B10) o desenvolvimento embrionário, sugerindo a
possibilidade de sua aplicação em biotécnicas de PIV de embriões e de clonagem.
Apoio financeiro: Capes e FAPESP
s466
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Centro Universitário Hermínio Ometto – UNIARARAS, Araras-SP
2
Departamento de Ciências Básicas, Universidade de São Paulo, Pirassununga,
São Paulo, Brasil, 13635-900. tiagodebem@yahoo.com.br
O presente estudo teve por objetivo analisar a fragmentação de DNA em embriões bovinos
produzidos in vitro de oócitos de diferentes qualidades morfológicas. Os oócitos foram aspirados
de folículos com 2-6mm de diâmetro, obtidos de ovários provenientes de abatedouro. Os oócitos
selecionados foram divididos em 4 grupos morfológicos: grupo I (GI) oócitos contendo mais de
3 camadas de células do cumulus compactas e citoplasma homogêneo; grupo II (GII) oócitos
contendo entre 2 e 3 camadas de células do Cumulus oophorus compactas e citoplasma
homogêneo; grupo III (GIII) oócitos contendo 1 camada de células do cumulus compacta e
citoplasma homogêneo e no grupo IV (GIV) oócitos contendo cumulus parcialmente expandido
e citoplasma homogêneo. A maturação dos oócitos foi realizada por um período de 22h em
TCM-199 com 10% SFB, 0,5µg/mL de FSH, 5,0µg/mL de LH, 2,0mM de piruvato e 10mg/mL
de gentamicina. Para a fecundação in vitro (FIV) os espermatozóides foram adicionados ao meio
de fecundação com concentração final de 2x106 espermatozóides/mL. A fecundação foi realizada
em TALP-FIV suplementado com 2µM penicilamina, 1µM hipotaurina, 250µM epinefrina e
20µg/mL heparina. Após 20h de fecundação, os oócitos foram parcialmente desnudados e
transferidos para o meio de cultivo in vitro (TCM-199 com 10% de SFB, 2,0mM de piruvato e
10mg/mL de gentamicina) e incubados em estufa de cultivo celular com atmosfera de 5% de
CO2 em ar, a 38,5ºC. No nono dia de cultivo (D9) os embriões eclodidos foram fixados por 1h
(PBS com 3% paraformaldeído), permeabilizados por 1h (PBS com 0,5% de Triton X-100, 0,1%
de citrato de sódio e 0,1% PVA) e submetidos à avaliação da fragmentação do DNA pela técnica
de TUNEL (In Situ Cell Death Detection Kit-Roche). As avaliações do número de células e de
fragmentação do DNA dos embriões foram realizadas no microscópio de fluorescência e a análise
estatística foi realizada pelo programa BIOESTATS 2.0 usando o teste de Qui-Quadrado (x2)
adotando o nível de 5% de significância. O número de oócitos destinado à produção de embriões
em quatro réplicas foi de 92 (GI), 91 (GII), 89 (GIII) e 89 (GIV). A taxa de embriões eclodidos no
D9 não diferiu (P>0,05) entre os grupos GI (n=31, 33,7%), GII (n=22, 24,2%), GIII (n=21,
23,6%) e GIV (n=37, 41,5%). O número médio de núcleos avaliados nos embriões eclodidos foi
de 411 (GI), 324 (GII), 341 (GIII) e 377 (GIV) e não foi observada variação (P>0,05) entre os
tratamentos. Com relação ao percentual de núcleos TUNEL positivo (fragmentação do DNA) foi
observada diferença (P<0,05) entre o grupo GI (0,15%) quando comparado ao GII (0,40%), GIII
(0,39%) e GIV (0,57%). Os grupos GII, GIII e GIV não diferiram entre si com relação à
fragmentação do DNA. Os resultados sugerem que a taxa de eclosão e a quantidade de células
dos embriões não está relacionada com a qualidade morfológica dos oócitos, mas a fragmentação
do DNA foi inferior nos embriões produzidos com oócitos de grau I.
Apoio financeiro: FAPESP
s467
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Leme, L.O.1,2; Marinheiro, G.O.3; Sousa, R.V.1,2; Dode, M.A.N.1; Rumpf, R.1
1
Embrapa/CENARGEN, PqEB s/n, W5 Norte Final, Caixa postal 02372, CEP 70770-900;
2
UnB, Faculdade de Agronomia e Veterinária, Pós-graduação em Ciências Agrárias; 3UnB,
FAV, Caixa postal 04508, CEP 70910-970 – Brasília/DF. ligileme@yahoo.co.uk
s468
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Embrapa/CENARGEN, PqEB s/n, W5 Norte Final, Caixa postal 02372, CEP 70770-900;
2
UnB, Faculdade de Agronomia e Veterinária, Pós-graduação em Ciências Agrárias; 3UnB,
FAV, Caixa postal 04508, CEP 70910-970 – Brasília/DF. georgia_bio@yahoo.com.br
Apesar dos avanços obtidos nos últimos anos nas técnicas de maturação, fecundação e cultivo in
vitro de embriões bovinos, a qualidade dos embriões produzidos in vitro ainda é inferior a dos in
vivo. O ambiente de cultivo após a fecundação é considerado responsável pela qualidade dos
embriões. Dentre os fatores que podem influenciar o ambiente de cultivo, o estresse oxidativo
causado pela alta tensão de O2 tem recebido especial atenção. Atualmente, a maioria dos sistemas
de cultivo utilizada para a PIV usa o meio SOFaa com atmosfera de 5% de O2. Esse sistema
elimina a necessidade de co-cultivo com células somáticas, mas por outro lado eleva o custo de
produção, além de aumentar a manipulação dos zigotos após a fecundação devido à retirada das
células do cumulus. Portanto, o presente estudo teve por objetivo comparar a produção de embriões
em sistema de cultivo com alta e baixa tensão de O2. Um total de 1118 ovócitos obtidos de
ovários de abatedouro foram maturados e fecundados in vitro. Dezoito horas após a inseminação
(pi) os zigotos foram separados em 2 grupos. No primeiro grupo (T1) os zigotos foram lavados
e transferidos para o meio de cultivo SOFaa e cultivados por 7 dias em atmosfera de 5% CO2 em
ar, à 39°C. No outro grupo (T2), os zigotos foram desnudados por pipetagens sucessivas, e
transferidos para o meio SOFaa, onde foram cultivados em atmosfera de 5% CO2 e 5% de O2, à
39°C. As taxas de clivagem foram avaliadas 48 horas pi e as de blastocisto em D6 e D7 pi. De
ambos os grupos, um total de 94 embriões no estágio de blastocisto expandido em D7 foram
fixados e corados com aceto-orceína para contagem do número de células. Os dados relativos à
taxa de clivagem e blastocisto foram analisados pelo teste do Chi-quadrado e os de número de
células pela analise de variância. A taxa de clivagem foi semelhante (P>0,05) para os grupos
sendo 77,4% para o T1 e 79,9% para o T2. A taxa de blastocisto em D6 foi maior (P<0,05) no
grupo cultivado em baixa tensão de O2 (40,7%) do que no de alta tensão (33,8%). Entretanto, a
taxa de blastocisto em D7 foi similar (P>0,05) para os dois grupos, sendo 44,7% e 47,1% para
T1 e T2, respectivamente. O número total de células (T1= 175,6±54,1; T2= 160,6±41,8) dos
embriões, não variou (P>0,05) entre os dois sistemas de cultivo. Esses resultados sugerem que o
cultivo de embriões bovinos em meio SOFaa sob alta tensão de O2 na presença de células do
cumulus não afeta a quantidade e qualidade dos embriões produzidos in vitro. É possível que as
células do cumulus tenham um papel importante na retirada de substâncias indesejáveis
minimizando o estresse oxidativo causado pela alta tensão de O2.
Fonte Financiadora: Embrapa – Macro-programa II.
s469
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Ramos, A.F.1,*; Rumpf, R.2; Mollo, M.R.2,3; Pivato, I.2,4; Nogueira, G.P.5;
Marques Jr, A.P.1; Sartori, R.2
1
UFMG, 30123-970, Belo Horizonte-MG, Brasil, 2Embrapa Recursos Genéticos e
Biotecnologia, 70770-900, Brasília-DF, Brasil, 3FAV-UnB, 70910-970, Brasília-DF, Brasil,
4
Cidasc, 89130-000, Indaial-SC, Brasil, 5DAPSA-FOA-UNESP, 16015-050, Araçatuba-SP,
Brasil. aleframos@hotmail.com
O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito de benzoato de estradiol (BE) e progesterona/
norgestomet sobre a dinâmica folicular de novilhas aspiradas a cada sete dias, sincronizando a
emergência da onda folicular para aumentar o número de folículos e qualidade dos ovócitos. Em
dois experimentos, 12 novilhas meio sangue Simental x Nelore foram divididas aleatoriamente
em três grupos, com todos os animais participando de todos os grupos. As novilhas foram
sincronizadas com implante de progesterona/progestágeno por 7 d seguido da administração im
de 150 µg de d-Cloprostenol (Prolise, ARSA S.L.R., Argentina) e aspiração de todos os folículos
maiores que 3mm de diâmetro. No experimento 1, os folículos das novilhas do grupo 2X foram
aspirados duas vezes por semana, com intervalo de 3 e 4 d, e os das novilhas do grupo 1X e 1X-
BE uma vez por semana. As novilhas do grupo 1X-BE receberam 2mg de BE im (Ric-Be, Syntex
S.A., Argentina) após a aspiração. No experimento 2, todas as novilhas foram aspiradas com
intervalo de 7 d. As do grupo 0BE não receberam BE, e as dos grupos 2BE e 5BE receberam 2mg
e 5mg após a aspiração. Durante o experimento 1 as novilhas permaneceram com implante
auricular de norgestomet (Crestar, Intervet, São Paulo, Brasil) e no experimento 2 com implante
intravaginal de progesterona (DIB, Syntex S.A., Argentina), que foram substituídos a cada 14 d.
Durante a segunda semana de cada experimento, foi realizada, diariamente, a mensuração do
tamanho do maior folículo, por ultra-sonografia, e coletado sangue para a quantificação da
concentração de FSH. Somente os resultados referentes ao dia seguinte à aspiração dos três
grupos (D1), ao dia seguinte à segunda aspiração do grupo 2X (D5) e ao momento que antecedeu
a próxima aspiração dos três grupos (D7) estão apresentados, para ambos experimentos, na forma
de média±erro padrão. A análise estatística foi realizada por ANOVA e teste de Duncan. No
experimento 1, o tamanho do maior folículo (mm) nos grupos 2X, 1X, 1X-BE foi: D1 4,5±0,8,
4,8±0,6 e 3,6±0,3; D5 5,0±0,4, 9,7±0,3 e 9,4±1,0; D7 9,0±0,0, 13,8±0,7 e 11,8±1,3. Somente em
D5 detectou-se um menor (P<0,05) tamanho folicular nas novilhas do grupo 2X em relação aos
outros grupos. No mesmo experimento, a concentração sérica de FSH (ng/ml) foi: D1 0,7±0,2,
0,7±0,1 e 0,7±0,1; D5 0,8±0,1, 0,3±0,0 e 0,5±0,0; D7 0,5±0,1, 0,4±0,1 e 0,5±0,1, diferindo
(P<0,05) entre todos os grupos no D5. No experimento 2, o tamanho do maior folículo (mm)
para os grupos 0BE, 2BE e 5BE foi: D1 4,5±0,3, 3,8±0,2 e 3,5±0,2; D5 9,1±0,3, 7,3±0,4 e
6,9±0,6; D7 12,0±0,2, 10,5±0,7 e 9,3±0,6. Em todos os momentos, observou-se um maior folículo
no grupo 0BE em relação aos outros grupos, que não diferiram entre si. Embora o uso de BE
associado a progestágeno tenha alterado o padrão de crescimento folicular e a concentração de
FSH em D5, não foi capaz de sincronizar eficientemente a emergência da onda folicular em D5
e o desvio folicular em D7, mesmo alterando a fonte de progestágeno ou aumentando a dose de
BE.
*Bolsista 141077/2004-2 (CNPq). Apoio financeiro: Embrapa-Macroprograma II e Tecnopec.
s470
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Cordeiro, M.S.; Silva, E.H.S.; Biondi, F.C.; Miranda, M.S.; Andreoti, M.; Carvalho, C.M.F.;
Silva, T.V.G.; Costa, N.N.; Santos, S.S.D.; Ohashi, O.M.
O estresse causado ao oócito pelas condições de transporte até o laboratório é um dos fatores
limitantes na prática comercial da produção in vitro de embriões (PIVE). Por este motivo, a
utilização de um meio de manutenção que forneça maior viabilidade aos complexos cumulus-
oócito (COCs) durante longos períodos de transporte é fundamental. O objetivo desse trabalho
foi avaliar uma solução à base de água de coco como meio de manutenção de COCs bovinos
imaturos. Para simular o transporte, os COCs foram distribuídos aleatoriamente entre: Grupo
Controle - submetido a MIV imediatamente após a seleção; Grupos H6, H9 e H12 - mantidos em
TCM 199-Hepes acrescido de 10% de SFB, antibióticos e piruvato, durante 6, 9 e 12 h,
respectivamente; e Grupos C6, C9 e C12 - oócitos mantidos em solução de água de coco (75%
de água de coco + 25% de água ultrapura) com 25 mM de Hepes, 10% SFB, antibióticos e
piruvato, durante 6, 9 e 12 h, respectivamente. Todos os grupos, exceto o Grupo Controle, foram
mantidos a 30ºC e protegidos da luz. A MIV foi realizada segundo MIRANDA (2004). A FIV foi
realizada em meio TALP-FERT segundo PARRISH et al.(1988). O cultivo in vitro (CIV) foi
realizado em meio CR2 (RONSEKRANS, 1991). As taxas de metáfase II (MII), clivagem,
blastocisto (BL) e BL eclodido foram submetidas à ANOVA. Experimento 1: para avaliar a
capacidade dos COCs, após 6, 9 e 12 h em meio de manutenção, de sofrer maturação nuclear in
vitro, foram submetidos a MIV por 18* e 24 h, independente do tempo de manutenção. As taxas
de MII dos Grupos H9, C9, H12 e C12 com 24 h de MIV foram inferiores (p<0,05) as dos
Grupos H6, C6 com 24 h de MIV e H9*, C9*, H12*, C12* com 18* h de MIV (85,96 ± 8,5,
88,39 ± 6,4, 87,85 ± 5,8, 87,16 ± 3,5 vs. 97,12 ± 2,9, 95,73 ± 3,4, 97,73 ± 3,7, 100 ± 0,0, 94,83
± 1,0, 95,24 ± 4,1%, respectivamente). Entretanto, não houve diferença (p>0,05) dos grupos H9,
C9, H12 e C12 com 24 h de MIV com relação o Grupo Controle (89,29 ± 2,9%). Experimento 2:
Os COCs, após 6, 9 e 12 h de manutenção e 18, 15 e 12 h de MIV foram fecundados e cultivados
in vitro para análise do desenvolvimento embrionário. Houve redução significativa (p<0,05),
apenas nas taxas de BLs dos Grupos H9, C9, H12 e C12 quando comparadas com o Grupo
Controle e os Grupos H6 e C6 (33,9 ± 8,7, 35,9 ± 8,9, 34,2 ± 6,0, 35,6 ± 5,6 vs. 50,9 ± 8,7, 49,7
± 7,3, 49,4 ± 4,1%, respectivamente). Portanto, a solução de água de coco pode ser usada como
meio de manutenção para o transporte de COCs sem redução da viabilidade por um período de
até 6 h. Novos estudos com a suplementação da solução de água de coco com hormônios e
fatores de crescimento podem fornecer melhores resultados e garantir uma redução significativa
no custo do meio de manutenção.
Palavra-chave: Produção in vitro de embriões, manutenção de oócito, água de coco.
Suporte Financeiro: CAPES e Central Genética Campo de Boi.
s471
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Torres-Júnior, J.R.S.1; Pires, M.F.Á.2; Sá, W.F.2; Ferreira, A.M. 2; Viana, J.H.M. 2;
Camargo, L.S.A.2; Ramos, A.A.2; Folhadella, I.M.2; Polisseni, J.2; Freitas, C.2;
Clemente, C.A.A.2; Sá Filho, M.F.1; Souza, A.H.1; Baruselli, P.S.1
1
Departamento de Reprodução Animal, FMVZ/USP, São Paulo-SP; 2Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária, EMBRAPA Gado de Leite, Juiz de Fora-MG. barusell@usp.br
Foram realizadas 232 sessões de Aspiração Folicular (OPU) com auxílio de ultra-som (Scanner
200s) equipado com transdutor setorial intravaginal de 7,5 MHz,em 10 vacas da raça Gir (Bos
indicus). No momento de cada sessão de OPU (1x semana) foram aferidas a população folicular,
o diâmetro (Ø) dos dois maiores folículos e a presença ou não de corpo lúteo (CL). Em seguida,
todos os folículos com Ø ≥ 3mm foram puncionados e os oócitos obtidos foram avaliados
morfologicamente, maturados em meio TCM-199 + 10% de soro de vaca em estro e FSH, por 24
horas a 38°C, com 5% de CO2 e 95% de umidade. Os oócitos maturados foram fertilizados por
espermatozóides selecionados pelo método de swin up. A fecundação foi realizada com 2,0 x 106
sptz/mL por 22 horas em meio FERT-TALP + 10 μL/mL de heparina.. Os possíveis zigotos
foram co-cultivados com células da granulosa, em meio CR2aa + 10% de SFB. Para análise dos
dados, as sessões de OPU foram distribuídas de acordo com a presença de corpo lúteo no ovário
(Com/CL vs. Sem/CL). Os dados foram analisados quanto à normalidade dos resíduos, sendo
transformados quando necessário. As variáveis foram analisadas por ANOVA e pelo teste de
Qui-quadrado, com nível de significância de 5%. Das 232 aspirações, foram obtidos 2195 oócitos
(9,6±0,4 oócitos/vaca/sessão). Não houve interação entre presença de CL e sessão de OPU. O
número de sessões de OPU (n) correspondente aos grupos Com/CL vs. Sem/CL foi,
respectivamente, 90 vs. 142. As médias para os grupos Com/CL vs. Sem/CL foram,
respectivamente: População folicular (16,5±0,6b vs. 20,4±0,8a); Folículos <6mm (14,8±0,6b vs.
18,7±0,8a); Folículos de 6-9mm (0,5±0,1 vs. 0,5±0,0); folículos >9mm (1,2±0,1 vs. 1,2±0,1); Ø
maior folículo (12,2±0,3 vs. 12,8±0,4); Ø 2° maior folículo (7,1±1,2 vs. 9,7±1,8); Número de
oócitos recuperados por vaca/sessão (9,6±0,6 vs. 9,6±0,6); Taxa de recuperação (oócitos
recuperados/ folículos aspirados) [842/1307 (64,4%)a vs. 1353/2553 (53,0%)b]; Número de oócitos
Grau 1 por vaca/sessão (2,1±0,2a vs. 1,4±0,1b); Taxa de oócitos Grau 1 [(126/842 (15,0%)b vs.
289/1353 (21,3%)a]; Número de oócitos viáveis por vaca/sessão (5,9±0,4 vs 5,8±0,5); Taxa de
oócitos viáveis [504/842 (59,8%) vs. 814/1353 (60,2%)]; Taxa de clivagem [286/411 (69,6%)
vs. 373/522 (71,5%)]; Número de embriões produzidos por vaca/sessão (0,8±0,2 vs. 0,70,2) e
Taxa de Blastocisto [63/306 (21,9%)b vs. 122/416 (29,3%)a]. Os resultados demonstram que a
presença de corpo lúteo no momento da aspiração folicular, embora tenha diminuído o número
de folículos visíveis, manteve similaridade no total de estruturas recuperadas devido ao aumento
na taxa de recuperação, possivelmente ocasionado pela aspiração de folículos não visíveis à
ultra-sonografia (< 3mm). Não foi observado efeito significativo do corpo lúteo sobre a produção
de blastocistos.
Apoio financeiro: FAPESP (processo 04/06096-0)
s472
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Torres-Júnior, J.R.S.1; Pires, M.F.Á.2; Sá, W.F. 2; Ferreira, A.M.2; Viana, J.H.M.2;
Camargo, L.S.A.2; Ramos, A.A.2; Folhadella, I.M.2; Polisseni, J.2; Freitas, C.2;
Clemente, C.A.A.2; Sá Filho, M.F.1; Souza, A.H.1; Baruselli, P.S.1
1
Departamento de Reprodução Animal, FMVZ/USP, São Paulo-SP; 2Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária, EMBRAPA Gado de Leite, Juiz de Fora-MG. barusell@usp.br
Foram realizadas 232 sessões de Aspiração Folicular (OPU) com auxílio de ultra-som (Scanner
200s) equipado com transdutor setorial intravaginal de 7,5 MHz,em 10 vacas da raça Gir (Bos
indicus). Em seguida, foram aferidas a população folicular e o diâmetro (Ø) dos dois maiores
folículos. Em seguida, todos os folículos com Ø ≥ 3mm foram puncionados e os oócitos obtidos
foram avaliados morfologicamente, maturados por 24 horas em meio TCM-199 com sais de
Earle (Gibco Labs. Grand Island, NY) acrescido de 10% de soro de vaca em cio (SVC) e FSH,
por 24 horas em estufa incubadora a 38°C, com 5% de CO2 em ar atmosférico e 95% de umidade.
Os oócitos maturados foram fertilizados por espermatozóides selecionados pelo método de swin
up. Após 22 horas de fecundação em meio FERT-TALP acrescido de de 10 μL/mL de heparina,
com uma dose inseminante de 2,0 x 106 sptz/mL, os possíveis zigotos foram co-cultivados com
células da granulosa, em meio CR2aa acrescido de 10% de SFB. Para análise dos dados, foi
caracterizada como Codominância, a observação de dois ou mais folículos com Ø > 9mm em
apenas um ou em ambos os ovários de uma mesma doadora. As sessões de OPU foram distribuídas
em dois grupos: Com/COD vs. Sem/COD. Os dados foram analisados quanto à normalidade dos
resíduos, sendo transformados quando necessário. As variáveis foram analisadas por ANOVA e
teste de Qui-quadrado, ao nível de significância de 5%. Das 232 aspirações, foram obtidos 2195
oócitos (9,6±0,4 oócitos/vaca/sessão). Não houve interação entre codominância folicular e sessão
de OPU. O número de sessões de OPU (n) correspondente aos grupos Com/COD vs. Sem/COD
foi respectivamente 61 vs. 161. Dentre as variáveis estudadas, as respostas observadas para os
grupos Com/COD vs. Sem/COD foram respectivamente: População folicular (17,21,0b vs.
19,5±0,7a); Folículos < 6mm (14,6±1,0b vs. 18,1±0,7a); Folículos de 6 a 9mm (0,4±0,1 vs. 0,5±0,0);
folículos > 9mm (2,2±0,1a vs. 0,9±0,4b); Ø maior folículo (16,10,5a vs. 11,2±0,2b); Ø 2° maior
folículo (13,2±0,8a vs. 5,4±0,2b); Número de oócitos recuperados (7,9±0,7b vs. 10,2±0,6a); Taxa
de recuperação [477/1047 (45,5%)b vs. 1718/3339 (51,4%)a]; Número de oócitos Grau 1 por
vaca/sessão (1,20,2b vs. 2,0±0,2a); Taxa de oócitos Grau 1 [74/477 (15,5%)b vs. 341/1718 (19,84)a];
Número de oócitos viáveis por vaca/sessão (4,6±0,6b vs. 6,3±0,4a); Taxa de oócitos viáveis [278/
477 (58,3%) vs. 1040/1718 (60,5%)]; Taxa de clivagem [128/171 (74,8%) vs. 531/762 (69,7%)];
Número de embriões produzidos por vaca/sessão (0,6±0,2 vs. 0,9±0,1) e Taxa de Blastocisto
[34/128 (26,5%) vs. 155/579 (26,8%)]. Os resultados demonstram que a codominância de folículos
no momento da aspiração folicular diminui significativamente o número de folículos visualizados,
oócitos recuperados e oócitos viáveis, gerando perdas no número final de embriões produzidos
por doadora/coleta.
Apoio financeiro: FAPESP (processo 04/06096-0)
s473
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
A produção de embriões felinos permite que o gato doméstico seja utilizado como modelo genético
e no desenvolvimento da pesquisa biológica. A produção in vitro de embriões é dependente de
um processo de maturação in vitro eficiente onde busca-se a obtenção de porcentagens elevadas
de oócitos em metáfase II. Neste experimento, comparou-se a eficácia do processo de maturação
nuclear de oócitos de gato doméstico cultivados por 30 ou 36 horas visando à obtenção de um
alto número de metáfase II. Todos os produtos utilizados pertencem à Sigma, St. Louis, EUA, a
menos que diferentemente citado. Seis gatas adultas foram anestesiadas e submetidas à
ovariohisterectomia. Os ovários foram fatiados em solução de DPBS acrescida de estreptomicina,
gentamicina e anfotericina B para liberação dos complexos cumulus ooforus (COC). Foram
selecionados para o experimento os COCs com coloração uniforme do ooplasma e que possuíam
cumulus compacto com pelo menos 4 camadas de células. Os COC Grau I foram lavados três
vezes em Hepes-buffered minimum essential medium (H-MEM; Gibco, Grand Island, EUA)
suplementado com 3 mg/mL de BSA, 2,0 mM de glutamina, 1,0 mM de piruvato de sódio, 0,13
mM de cisteína, 100 mg/mL de estreptomicina e 100 UI/mL de penicilina. Os oócitos foram
maturados em grupos de 20 a 30 em 400 µL de DMEM (Dulbecco’s Modified Eagle Medium -
DMEM, Gibco®, Grand Island, EUA) suplementado com 10µg/mL de FSH bovino, 1µg/mL de
LH, 1µg/mL de estradiol, 20 ng/mL de IGF-I (insulin-like growth factor I) e 10 ng/mL de bFGF
(basic fibroblast growth factor) sob óleo mineral por 30 ou 36 horas a 38 °C em atmosfera de 5%
de O2, 5% CO2 e 90% N2 . Após 30 ou 36 horas, as células do cumulus foram removidas
mecanicamente. Após serem totalmente desnudos, os COC foram corados com Hoechst 33342 e
examinados em microscópio (Leica®, Wetzlar, Alemanha) equipado com luz ultra-violeta. De
acordo com a configuração nuclear foram classificados em vesícula germinativa (VG), quebra
de vesícula germinativa (QVG), metáfase I (MI), metáfase II (MII) e degenerados ou não
identificados (D/NI). Foram maturados 67 oócitos por 30 horas e 78 por 36 horas. Foram obtidos,
nos períodos de 30 e 36 horas respectivamente, as seguintes configurações nucleares: 03 (4,48%)
e 02 (2,6%) em VG; 14 (20,90%) e 11 (14,10%) de QVG; 12 (17,91%) e 20 (25,64%) de MI; 29
(43,28%) e 37 (47,43%) de MII e 09 (13,43%) e 08 (10,25%) de D/NI. Não foram observadas
diferenças estatísticas entre a proporção de oócitos que se encontra em metáfase II entre 30 e 36
horas de maturação. Foi possível concluir que a maturação in vitro de oocitos de gatas por 30
horas é o suficiente para a conclusão da maturação nuclear.
Financiamento: FAPESP.
Agradecimento: Royal Canin® pelo fornecimento de ração comercial.
s474
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
DRARV - FMVZ - UNESP, 18618-000, Botucatu-SP, Brasil. 2DE - IBB - UNESP, Botucatu-
SP, Brasil. lirigatto@yahoo.com.br
s475
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Sartorelli, E.S.1a; Satrapa, R.A.1a; Barcelos, A.C.Z.2b; Potiens, J.R.3; Barros, C.M.2
1
Deptartamento de Reprodução Animal, FMVZ , 2Departamento de Farmacologia, IB-
UNESP, Botucatu-SP, 3Fazenda Angus Bela Vista, Pardinho-SP, Brasil.
cmbarros@ibb.unesp.br
Existem evidências de que os efeitos deletérios do estresse térmico calórico (ETC) sobre a
fertilidade são menos pronunciados em raças tolerantes ao calor devido primariamente às
diferenças na capacidade de regulação térmica. No presente trabalho, a resistência ao ETC de
embriões de uma raça adaptada (Nelore; Bos t. indicus) foi comparada aos de uma não adaptada
a temperaturas elevadas (Angus; Bos t. taurus). Ovócitos de vacas Nelore ou Angus, obtidos a
partir de aspiração folicular, foram maturados (TCM-199), fertilizados e cultivados (SOFaaci)
in vitro. No experimento 1, noventa e seis horas pós-inseminação (96 hpi), os embriões com
mais de 16 células, de acordo com a raça, foram separados ao acaso em quatro grupos: Nelore
controle, Nelore ETC, Angus controle e Angus ETC. Os embriões dos grupos controle foram
cultivados a 39oC continuamente e dos grupos ETC expostos a 41oC por 12 h, retornando a
seguir para 39oC. As taxas de formação de blastocistos foram determinadas no sétimo dia de
cultivo e, a seguir, os embriões foram transferidos para recipientes mestiças. As taxas de
blastocistos dos grupos controle vs ETC, para as raças Nelore e Angus foram de 41,80% (51/
122) vs 31,40% (38/121) e 59,57% (28/47) vs 35,00% (14/40), respectivamente. Houve interação
significativa entre tratamento (controle vs ETC) nas duas raças (p<0,02). As taxas de prenhez
foram de 29,41% (15/51) vs 28,95% (11/38) e 21,43% (6/28) vs 7,14% (1/14), respectivamente.
Apesar da diminuição numérica nas taxas de prenhez para a raça Angus, não houve interação
significativa entre tratamento, raça e tratamento x raça. O experimento 2 foi realizado sob as
mesmas condições do primeiro, exceto que doze horas após o ETC (120 hpi) a taxa de apoptose
celular foi avaliada pelo método do TUNEL. Às 120 hpi, o número total de células dos embriões
das raças Nelore foi superior aos da Angus (23,72± 0,005 vs 21,72 ± 0,006, respectivamente,
p<0,05). A porcentagem de células apoptóticas dos embriões dos grupos controle e ETC, para as
raças Nelore e Angus foi de 3,75% ± 0,006 vs 4,25% ± 0,016 e 5,17% ± 0,001 vs 6,22% ± 0,018,
respectivamente [houve interação entre raça (p<0,01) e tratamento (p<0,02)]. Estes resultados
corroboram a hipótese de que embriões de uma raça adaptada ao calor (Nelore) são mais eficientes
em resistir ao ETC, nos estágios iniciais de desenvolvimento, do que embriões de uma raça não
adaptada (Angus). Bolsistas da aFAPESP e bCAPES.
s476
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Departamento de Reprodução Animal, USP, 05508-000, São Paulo-SP, Brasil, 2Departamento
de Clínica, Cirurgia e Reprodução Animal, UNESP, 16050-680, Araçatuba-SP, Brasil.
renatacalegari@uol.com.br
Em trabalho anterior (Calegari et al. Biol. Reprod., 2006, no prelo), demonstramos que a linhagem
da doadora tem papel importante no número e na qualidade de oócitos aspirados de vacas da raça
Nelore. A finalidade deste estudo foi investigar se a produção e a qualidade dos oócitos podem
ser afetadas pela idade da doadora e estação do ano. Aspirações foliculares, guiadas por ultra-
som, foram realizadas a cada 15 dias, durante o ano, em 45 vacas da raça Nelore, com10, 11, 11
e 13 animais, respectivamente, paras as faixas etárias A (3-5,9), B (6-9,9), C (10-13,9) e D (14-
18 anos). Os animais foram mantidos em pastagem de gramínea (Panicum maximum), recebendo
silagem de milho e ração comercial na época da seca. Antes de cada sessão de aspiração, as vacas
foram submetidas à anestesia epidural (5 mL de lidocaína a 2%) para prevenir contração abdominal
e promover relaxamento retal. Folículos visíveis foram puncionados com agulha calibre 17,
empregando-se um transdutor curvilíneo de 5 MHz e ultra-som Aloka SSD-500. A agulha e o
transdutor foram conectados à guia de biópsia, a qual por sua vez foi acoplada a uma bomba de
vácuo, com pressão (70 mm Hg) ajustada para uma adequada obtenção do líquido folicular e
oócitos. Os complexos cumulus-oócitos aspirados (um total de 1680) foram examinados,
morfologicamente, mediante lupa estereoscópica e classificados em quatro categorias (I, II, III e
IV), de acordo com número de camadas do cumulus e aspecto do citoplasma. ANOVA e teste de
Tukey foram utilizados para as análises estatísticas, com P<0,05 aceito como significativo. O
número de oócitos aspirados, considerando-se a categoria dos mesmos, foi similar dentro de
cada estação, com os valores variando de 7,57 ± 9,78, 4,91 ± 5,5, 2,76 ± 3,3, e 0,61 ± 1,18,
respectivamente, para as categorias I, II, III e IV. Entretanto, no verão e inverno, mais oócitos
(P<0,05) de melhor qualidade foram obtidos em comparação com a primavera e o outono. Não
houve diferença (P>0,05) no número de oócitos colhidos durante o ano para cada faixa etária,
mas quando as estações do ano foram analisadas, em separado, maior número (P<0,05) de oócitos
aspirados foi encontrado durante a estação fria (inverno e outono) comparado com a estação
quente (primavera e verão). Finalmente, evidência estatística da influência da idade sobre a
categoria do oócito foi observada, com mais oócitos (P<0,05) de melhor qualidade (I e II) sendo
obtidos de doadoras jovens (A e B) do que velhas (C e D). Conclui-se que, a idade da doadora e
a estação do ano podem afetar o número e a qualidade dos oócitos aspirados, em vacas Nelore,
sob as condições experimentais adotadas.
s477
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Oliveira, R.S.1; Dias, A.J.B.1; Sá, W.F.2; Camargo, L.S.A.2; Viana, J.H.M.2; Moraes, G.A.3
1
LMGA-CCTA-UENF, 28013-602,Campos dos Goytacazes-RJ, Brasil. 2Embrapa Gado de
Leite, 36038-330, Juiz de Fora-MG, Brasil. 3LBCT-CBB-UENF,28013-602, Campos dos
Goytacazes-RJ, Brasil. aburla@uenf.br
s478
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Nascimento, A.B.1,2; Marques, M.G.1; Gerger, R.P.C.1; Yamada, C.1; Peres, M.A.1;
Assumpção, M.E.O.A.1; Visintin, J.A.1; Bordignon, V.2
1
Departamento de Reprodução Animal – Universidade de São Paulo – Brasil
2
Animal Science Department – McGill University – Canada
Durante a maturação in vitro (MIV) de oócitos suínos é observada variação na morfologia nuclear
do estágio de vesícula germinativa devido a grande heterogeneidade dos folículos. Por isso,
alguns oócitos podem iniciar a retomada da meiose precocemente. Uma alternativa para inibir
esta retomada de maneira reversível é a utilização do dibutiril cAMP (dbcAMP) no início da
MIV, mantendo os oócitos em vesícula germinativa, promovendo a sincronização dos oócitos, o
que contribui para a melhora na maturação nuclear e citoplasmática, favorecendo o posterior
desenvolvimento embrionário. Assim, este estudo teve como objetivo investigar o efeito do
dbcAMP e do fluido folicular (PFF) na MIV de oócitos suínos sobre os índices de desenvolvimento
e o número de células de embriões produzidos por ativação partenogênica. Oócitos de fêmeas
pré-púberes foram selecionados e divididos em 4 grupos por 42-46 horas (MIV) em T1 (controle):
TCM199 suplementado com PVA (0,1%), FSH (0,5μg/ml), LH (0,5μg/ml), EGF (10ng/ml),
piruvato (0,9mM), D-glicose (3,05mM), cisteína (0,1mg/ml) e gentamicina (50μg/ml); em T2:
T1 + 25% de PFF; em T3: T1 + 1mM de dbcAMP ou em T4: T2 + T3. Os hormônios FSH e LH,
assim como o dbcAMP, foram utilizados apenas nas primeiras 22 horas da MIV. Após a maturação,
as células do cumulus foram removidas e os oócitos com o primeiro corpúsculo polar foram
selecionados para a ativação partenogênica. Os oócitos foram expostos por 5 minutos à 15µM de
ionomicina, incubados por 4 horas em PZM-3 com cloreto de estrôncio (Sr2+) sem Ca2+
suplementado com citocalasina B (CB) e cicloheximide (CHX). Após este período, foram
transferidos para o meio PZM-3 com Ca2+ contendo CB e CHX por 2 horas e cultivados no
PZM-3 até o dia 7. Os blastocistos foram fixados e corados com 1% de orceína em 45% de ácido
acético para contagem do número médio de células em lâminas cobertas por lamínulas fixadas
com vaselina nas bordas e avaliados sob microscópio de contraste de fase (160 e 400 x). Os
índices de maturação nuclear e de clivagem não diferiram (p>0,05) entre os grupos. Já o índice
de blastocisto em T4 (46%) foi superior ao T3 (22,2%), mas não em relação ao T1 (31,1%) e ao
T2 (34,2%). Não houve diferença significante (p<0,05) em relação à média do número de células
dos blastocistos entre T1 (43,4), T2 (53,7), T3 (45,9) e T4 (58,7). Estes resultados permitem
concluir que a maturação de oócitos em TCM199 acrescido de dbcAMP e PFF melhora o
desenvolvimento de embriões suínos produzidos in vitro.
Suporte financeiro: FAPESP Nº 04/01141-8
s479
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Nascimento, A.B.1,2; Nicacio, A.C.1; Marques, M.G.1; Tavares, M.N.1; Gonçalves, J.S.A.1;
Assumpção, M.E.O.A.1; Visintin, J.A.1; Bordignon, V.2
1
Departamento de Reprodução Animal – Universidade de São Paulo – Brasil
2
Department of Animal Science – McGill University – Canadá
Este trabalho objetivou estudar os efeitos do soro fetal bovino (SFB) no cultivo in vitro de
embriões suínos maturados em TCM199 acrescido de dbcAMP e de fluido folicular suíno (PFF),
submetidos à ativação partenogênica. Oócitos de fêmeas pré-púberes foram maturados in vitro
(MIV) por 42-46 horas em T1 (controle): TCM199 suplementado com PVA (0,1%), FSH (0,5μg/
ml), LH (0,5μg/ml), EGF (10ng/ml), piruvato (0,9mM), D-glicose (3,05mM), cisteína (0,1mg/
ml) e gentamicina (50μg/ml) e em T2: T1 + 25% de fluido folicular suíno (PFF) + 1mM de
dbcAMP. Os hormônios FSH e LH, assim como o dbcAMP, foram utilizados apenas nas primeiras
22 horas da maturação. Após a MIV, as células do cumulus foram removidas e os oócitos que
apresentaram o primeiro corpúsculo polar foram selecionados para a ativação partenogênica. Os
oócitos foram então expostos por 5 minutos à 15µM de ionomicina, incubados por 4 horas em
PZM-3 com cloreto de estrôncio (Sr2+) sem Ca2+ suplementado com citocalasina B (CB) e
cicloheximide (CHX). Após este período, foram transferidos para o meio PZM-3 com Ca2+
contendo CB e CHX por 2 horas e depois cultivados em meio PZM-3 até o dia 7. No quinto dia
foi acrescentado 10% de SFB em metade dos embriões de cada grupo (T1, T1+10%SFB, T2 e
T2+10%SFB) e cultivados até o dia 7. Os blastocistos foram fixados e corados com 1% de
orceína em 45% de ácido acético para contagem do número médio de células em lâminas cobertas
por lamínulas fixadas com vaselina nas bordas e avaliados sob microscópio de contraste de fase
(160 e 400 x). Não houve diferença (p>0,05) entre os índices de maturação dos oócitos, de
clivagem após 48 horas de cultivo e de blastocisto, tanto nos grupos só com TCM199, quanto
nos grupos com o TCM199 acrescido de dbcAMP e PFF. O número de células por blastocisto no
T2+10%SFB foi de 78,6±6,3, sendo superior (p<0,05) aos grupos T1 (41±2,9), T1+10%SFB
(56,4±3,6) e T2 (43±4,1). Estes resultados permitem concluir que a adição de 10% de SFB ao
TCM199 acrescido de dbcAMP e PFF, a partir do quinto dia de cultivo, melhora a qualidade dos
embriões suínos produzidos in vitro.
Suporte financeiro: FAPESP Nº 04/01141-8
s480
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Nascimento, A.B.1,2; Goissis, M.D.1; Marques, M.G.1; Gonçalves, J.S.A.1; Tavares, M.N.1;
Assumpção, M.E.O.A.1; Visintin, J.A.1; Bordignon, V.2
1
Departamento de Reprodução Animal – Universidade de São Paulo - Brasil
2
Animal Science Department – McGill University – Canadá
O objetivo deste estudo foi investigar os efeitos do uso de diferentes concentrações de fluido
folicular suíno (PFF) e soro fetal bovino (SFB) no cultivo in vitro (CIV) de embriões suínos
produzidos por ativação partenogênica. Oócitos de fêmeas pré-púberes foram maturados in vitro
(MIV) por 42-46 horas em TCM199 suplementado com PVA (0,1%), FSH (0,5μg/ml), LH (0,5μg/
ml), EGF (10ng/ml), piruvato (0,9mM), D-glicose (3,05mM), cisteína (0,1mg/ml), gentamicina
(50μg/ml), 25% de PFF e 1mM de dbcAMP. Os hormônios FSH e LH, assim como o dbcAMP,
foram utilizados apenas nas primeiras 22 horas da MIV, para a sincronização da retomada da
meiose. Após a MIV, as células do cumulus foram removidas e os oócitos que apresentaram o
primeiro corpúsculo polar foram selecionados para ativação partenogênica. Os oócitos foram
expostos por 5 minutos à 15µM de ionomicina, incubados por 4 horas no PZM-3 com cloreto de
estrôncio (Sr2+) sem Ca2+ suplementado com citocalasina B (CB) e cicloheximide (CHX). Após
este período, os oócitos foram transferidos para o meio PZM-3 com Ca2+ contendo CB e CHX
por 2 horas e cultivados em PZM-3 até o dia 7. No quinto dia, os embriões foram divididos em
quatro grupos, T1: 1% de PFF, T2: 10% de PFF, T3: 1% de SFB e T4: 10% de SFB. No dia 7, os
blastocistos foram corados com 1% de orceína em 45% de ácido acético para visualização do
material genético, montados em lâminas cobertas por lamínulas fixadas com vaselina nas bordas
e avaliados sob microscópio de contraste de fase (160 e 400 x). Os índices de blastocistos não
foram diferentes entre os grupos (p>0,05). Em relação ao número de células por blastocisto o
grupo T4 (58,7±5.1) foi superior a T1 (43,4±2.9), T2 (53,7±9.5), T3 (46±5.6). Estes resultados
permitem concluir que embriões cultivados em PZM-3 suplementado com 10% de SFB possibilita
boas condições de suporte e desenvolvimento de embriões suínos produzidos in vitro.
Suporte financeiro: FAPESP Nº 04/01141-8
s481
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Sudano, M.J.; Mattos M.C.C.; Fernandes C.B.; Lima Neto J.F.; Landim-Alvarenga, F.C.
O objetivo deste trabalho foi estudar a adição do suplemento antioxidante da Sigma (A-1345),
ao meio de cultivo de embriões bovinos em sistema com alta e baixa concentração de O2. Oócitos
obtidos de ovários de abatedouros foram maturados por 22 a 24 horas em TCM 199 com sais de
Earle e L-glutamina + 6% BSA, piruvato de sódio, estradiol 17β, hCG, FSH, e gentamicina.
Decorridas às 18 horas de FIV, em meio FIV-TALP, os possíveis zigotos foram desnudos e
transferidos para as placas de cultivo, divididos em grupos: Grupo 1: HTF: BME acrescido de
6% de BSA, 10% SFB, mioinositol, gentamicina e 1μl/ml de suplemento antioxidante. Os
embriões foram cultivados em atmosfera com 5% de CO2 em ar (20% de O2). Grupo 2: HTF:
BME acrescido de 6% de BSA, 10% SFB, mioinositol, gentamicina e 1μl/ml de suplemento
antioxidante. O cultivo foi realizado em atmosfera com 5% de O2, 5% de CO2 e 90% de N2 (5%
de O2). Grupo controle: HTF: BME acrescido de 6% de BSA, 10% SFB, mioinositol e
gentamicina. Foi utilizado atmosfera com 5% de CO2 em ar (20% de O2). Os embriões foram
cultivados por sete dias, em estufa a 38, 5oC. A taxa de produção de blastocistos foi calculada no
dia 7, a partir do número total de ovócitos. Uma amostra dos embriões obtidos em cada uma das
5 rotinas foi corada com 30μl de Iodeto de Propídio (1mg/ml) e 30μl de Hoechst 33342 (10mg/
ml) para contagem do número de células vivas e mortas. Para análise estatística foi utilizada a
ANOVA. Os resultados demonstram que a adição do suplemento antioxidante foi benéfica para
a produção de um maior índice de blastocistos independente da concentração de O2 utilizada. O
índice de formação de blastocistos foi maior no Grupo 2 - 5% O2 (35.6%; P<0.05) quando
comparado ao Grupo Controle (29.5%; P<0.05). A adição do antioxidante Sigma® parece ter
sido particularmente benéfica para os embriões do Grupo 1 cultivados em 20% O2 (34.1%; P<0.05),
resultando em índices de produção de blastocistos significativamente maiores que os do Grupo
Controle e similares aos do Grupo G2. O número médio de células contadas nos blastocistos e
nas mórulas foi de 87 e 37 respectivamente. Não foram observadas diferenças entre os grupos
com relação à porcentagem de células mortas, as quais apareceram em baixo número, não
ultrapassando os 10%. Pode-se concluir que a utilização de uma atmosfera com baixa concentração
de O2 associada à adição de antioxidantes ao meio de cultivo se mostrou benéfica à produção de
embriões bovinos in vitro. No entanto, a simples adição do suplemento oxidante parece ser
suficiente para a melhora das condições de cultivo, mesmo em situações com alta concentração
de O2.
Agradecimento: FAPESP - 04/13056-5
s482
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Sexing Technologies Brasil, 14174-000, Sertãozinho-SP, Brasil, 2 Lagoa da Serra Ltda.,
14174-000, Sertãozinho-SP, Brasil, 3 Sexing Technologies, Navasota-TX, EUA.
carla@lagoa.com.br
s483
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
FERTVITRO-UNIRP, 15025-300, São José do Rio Preto-SP, Brasil.
fertvitro@unirpnet.com.br
Meios comercialmente oferecidos para a Produção in vitro de embriões poderiam reduzir a mão
de obra, riscos de contaminações, erros e variações nas formulações de soluções preparadas no
laboratório. (Zerbini, Acta Scientiae Veterinariae, v 33, p 423, 2005) Um teste preliminar avaliou
a eficiência de um meio comercial, de uso rotineiro para o desenvolvimento de embriões humanos
in vitro - MULTIBLAST ® - (IRVINE – Co – Santa Ana, CA, EUA.), foi aplicado ao
desenvolvimento de embriões bovinos. Um sistema de cultivo seqüencial foi proposto porque o
meio testado possuía concentração de glicose indesejável para os primeiros dias de
desenvolvimento de embriões bovinos (Gardner, Theriogenology, v.49, p.83-102). Oócitos
colhidos de ovários de matadouro foram maturados em meio B-199 adicionado de 10% de Soro
Fetal Bovino; 10 UI/ml de FSH; 10 UI/ ml de LH, 1µg/ml de 17â estradiol durante 24 horas em
incubadora a 38,5ºC, umidade máxima e 5% CO2. A Fetilização in vitro foi realizada em meio
TALP adicionado de 10 µg/ml de heparina e 0.06 g/ml de BSA-FAF, com sêmen selecionado em
solução de Percoll 45:90 com concentração final de 2 milhões de espermatozóides por ml. O
cultivo de zigotos iniciou-se às 15 horas após a FIV. A avaliação do desenvolvimento embrionário
conforme os grupos tratados, levou em consideração a proporção dos três estágios embrionários
(BI: Blastocisto Inicial; BL: Blastocisto; BX: Blastocisto Expandido) às 163 horas após a FIV. O
meio CR2aa formulado no laboratório serviu como suporte até a substituição pelo meio testado
no quarto dia do cultivo. A amostra foi dividida em dois grupos, sendo o primeiro CR2aa+CR2aa
(235 oócitos), onde 11,03% BI, 30,15% BL e 58,82% BX, com resultado de 57,80% de
Blastocistos. O segundo CR2aa+MULT (247 oócitos), com 25,20% BI, 25,20% BL e 49,59%
BX com resultado de 49,70% de Blastocistos. Comparações entre proporções foram feitas pelo
teste ÷2 com nível de significância de 5%. Diferença significativa foi constatada na proporção de
Blastocistos Iniciais entre os grupos testados (p<0,05). Embora as taxas de desenvolvimento
embrionário não sejam significativamente diferentes entre os grupos tratados, não recomenda -
se o uso do meio comercial em associação com o CR2aa para o desenvolvimento de embriões,
por gerar maior proporção de Blastocistos Iniciais. Este estágio embrionário é o menos desejável
para a transferência embrionária. Maior amostragem deve ser considerada em experimentos
posteriores.
Agradecimentos: Centro Universitário de Rio Preto – UNIRP/FERTVITRO
s484
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Nicacio, A.C.; Simões, R.; Nascimento, A.B.; Milazzotto, M.P.; Delboni, C.C.;
Goissis, M.D.; Assumpção, M.E.O.A.; Visintin, J.A.
A produção in vitro de embriões bovinos vem sendo intensamente aplicada na área comercial no
Brasil. Entretanto, a dificuldade em criopreservar esses embriões impede a expansão desta
biotecnologia. O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência dos meios de cultivo sobre a
sobrevivência embrionária após a criopreservação de embriões bovinos produzidos in vitro.
Oócitos oriundos de ovários de matadouro foram maturados, fecundados e cultivados in vitro.
295 blastocistos expandidos (entre os dias 7 e 9 de cultivo) foram criopreservados pelos métodos
controlado (1,2oC por minuto) e rápido (vapor de nitrogênio). Para o método controlado (grupo
controlado), os embriões foram expostos por 10 minutos à solução de 10% de Etileno glicol
(EG) e criopreservados à velocidade de resfriamento de 1,2oC por minuto. Para o método rápido
(grupo rápido), os embriões foram expostos à solução de 10% de EG por 10 minutos e, em
seguida, à solução de 20% de EG e 20% de Glicerol (Gli) por 30 segundos, incluindo o envase.
As palhetas foram mantidas a 0,8cm da superfície do nitrogênio líquido por 2 minutos e imersos
em nitrogênio líquido. Os embriões foram descongelados por 10 segundos no ar e 20 segundos
em banho-maria a 25oC. Para a rehidratação, os embriões foram lavados em solução de PBS +
0,2% de BSA + 0,3M de Sacarose e em PBS + 0,2% de BSA, ambas por 3 minutos. Para avaliar
a sobrevivência, os embriões, após a descongelação, foram cultivados em monocamada de células
da granulosa com TCM 199 ou em SOF por 4 dias. Os embriões do grupo controlado apresentaram
índices de re-expansão de 59,0% (49/83) e 32,8% (23/70), respectivamente, em TCM 199 e
SOF. O grupo rápido apresentou índice de re-expansão de 8,2% (6/73) e 10,1% (7/69),
respectivamente, em TCM 199 e SOF. O grupo controlado apresentou taxas de eclosão de 54,2%
(45/83) e 15,7% (11/70), respectivamente, em TCM 199 e SOF, enquanto o grupo rápido não
apresentou eclosão em nenhum dos meios de cultivo. Os resultados foram analisados pelo Teste
de Qui-quadrado, com nível de significância de 5%. O meio influenciou as taxas de re-expansão
e eclosão, enquanto que o grupo rápido não apresentou diferença estatística entre os meios de
cultivo tanto para re-expansão quanto para eclosão. Assim, concluímos que o meio de cultivo
influencia a sobrevivência embrionária após a descongelação, sendo o meio TCM 199 mais
adequado do que o meio SOF.
Projeto financiado pela FAPESP (04/05335-1).
s485
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Delboni, C.C.; Nicacio, A.C.; Feitosa, W.B.; Nascimento, A.B.; Simões, R.;
Milazzotto, M.P.; Assumpção, M.E.O.A.; Visintin, J.A.
Este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da exposição ao Etileno glicol e do Glicerol
sobre a viabilidade de embriões bovinos produzidos in vitro. Oócitos oriundos de matadouro
foram maturados, fecundados e cultivados in vitro. Blastocistos expandidos (n=273) entre 7 e 9
dias de cultivo (D0=fecundação) foram divididos em 3 grupos, sendo um exposto à solução
crioprotetora de 10% de Etileno glicol (grupo EG) por 10 minutos, um exposto à solução
crioprotetora de 10% de EG por 10 minutos e depois à solução crioprotetora de 20% de EG e
20% de Glicerol (grupo EG/Gli) por 30 segundos e um controle. Os embriões foram rehidratados
na solução de PBS + 0,2% de BSA + 0,3M de Sacarose e na solução de PBS + 0,2% de BSA,
ambas por 3 minutos, e colocados em cultivo para avaliar o índice de eclosão. Para o grupo
controle, os embriões foram cultivados sem exposição à solução crioprotetora. Os índices de
eclosão foram de 59,72% (43/72) para o grupo controle, 62,4 % (63/101) para o grupo EG e
69,0% (69/100) para o grupo EG/Gli. Os resultados foram analisados pelo Teste de Qui-quadrado,
com nível de significância de 5%, não havendo diferença entre os grupos. Concluiu-se que as
concentrações e tempos de exposição avaliados não foram deletérios ao desenvolvimento in
vitro dos embriões, viabilizando sua aplicação na criopreservação de embriões bovinos produzidos
in vitro.
Projeto financiado pelo CNPq.
s486
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Panattoni, J.F.1; Oliveira, P.C.1; Figueiredo, C.L.2; Pontes, J.H.F.3; Alves Jr, S.S.4;
Sala, R.V.4; Jorge, R.S.4
1
Professor do Curso de Medicina Veterinária – UNIFEOB - São João da Boa Vista – SP, Brasil
– CEP 13874-159 - coordvet@feob.br; 2 Residente de Reprodução Animal - HOVET –
UNIFEOB - São João da Boa Vista – SP; 3 In Vitro Brasil Ltda – Mogi Mirim – SP - Brasil 4
Graduandos do Curso de Medicina Veterinária – UNIFEOB - São João da Boa Vista - SP
Machado, V.C.1; Dias, A.J.B.1; DaMatta, R.A.2; Paes de Carvalho, C.S.1; Thiebaut, J.T.L.3
1
Setor de Reprodução Animal, LMGA/CCTA/UENF, 2LBCT/CBB/UENF, 3LEAG/CCTA/
UENF, Campos dos Goytacazes-RJ, 28013-600, Brasil. aburla@uenf.br
Métodos de criopreservação de embriões bovinos têm sido melhorados nos últimos anos. No
entanto a grande maioria deles tem sido desenvolvida para embriões Bos taurus, não existindo
uma metodologia específica para crioestocagem de embriões Bos indicus, sub-espécie que
representa mais de 80% do rebanho brasileiro, incluindo seus cruzamentos. As diferenças
morfofisiológicas existentes entre embriões Bos taurus e Bos indicus têm sido apontadas como
uma das causas da diferença na criotolerância desses embriões. O objetivo desse trabalho foi
avaliar a influência das soluções de vitrificação testadas sobre o índice apoptótico e necrótico de
embriões zebuínos produzidos in vitro e vitrificados. Blastocistos zebuínos de grau I e II produzidos
in vitro foram vitrificados pelo método de OPS (VAJTA, 1998) e distribuídos em cinco diferentes
soluções de vitrificação: T1) DMSO 20% + glicerol 20% (n=16); T2) DMSO 20% + etilenoglicol
20% (n=15); T3) DMSO 20% + glicerol 20% + trealose 0,3M (n=11); T4) DMSO 20% +
etilenoglicol 20% + sucrose 0,5M (n =15); T5) DMSO 20% + etilenoglicol 20% +trealose 0,3M
(n=20). Todas as soluções foram feitas em meio TCM 199 HEPES (SIGMA). Após a
desvitrificação os embriões foram cultivados em meio199 + 10% SFB por 6 horas. A determinação
do grau de apoptose e necrose dos embriões foi realizada por meio de marcação dupla com
anexina V-FITC (1µg/ml) + iodeto de propídeo (2µg/mL). Os embriões foram postos entre lâmina
e lamínula e analisados com auxílio de um microscópio de fluorescência Eclipse TE 300 (Nikon).
Células com emissão de cor verde foram consideradas positivas para apoptose e células com
emissão vermelha, ou verde e vermelha foram consideradas necróticas. A análise dos dados foi
realizada considerando o método de amostragem simples em proporção ou porcentagem ao nível
de significância de 5% de probabilidade. Os resultados foram expressos em porcentagem e seus
respectivos intervalos de confiança. Embriões do grupo não vitrificado (controle) apresentaram
uma média de 140 células, com índice apoptótico, necrótico e total de células lesadas de
0,15±0,06%, 0,10±0,05% e 0,25±0,08%, respectivamente. Embriões de T1, T2, T3, T4 e T5
apresentaram índice apoptótico de 20±1%a, 11,0±1,0%b, 9,0±1,0%bc, 10,0±1,0%bc, 8,0±1,0%c,
respectivamente; índice necrótico de 23,0±1,0%a, 20,0±1,0%b, 18,0±1,0%b, 9,0±1,0%c, 6,0±1,0%d,
respectivamente e total de células lesadas de 44,0±1,0%a, 31,0±1,0%b, 28,0±2,0%b, 19,0±1,0%c,
15,0±2,0%d, respectivamente. Valores com diferentes sobrescritos diferem em P < 0,05. Embriões
vitrificados em soluções sem carboidratos, apresentaram maior número de células lesadas. O
maior índice apoptótico e necrótico foi observado em blastocistos de T1, enquanto embriões de
T5 apresentaram o menor índice apoptótico e necrótico. Embriões de T2 apresentaram baixo
índice apoptótico, mas a porcentagem de células necróticas se manteve elevada. A utilização da
trealose nas soluções de vitrificação contendo glicerol promoveu uma redução no índice
apoptótico. No entanto a utilização da trealose ou sacarose nas soluções contendo etilenoglicol
não alterou o índice apoptótico, porém reduziu significativamente o número de células necróticas.
Os resultados apresentados demonstram que a utilização de soluções contendo etilenoglicol e
carboidratos como a sacarose e a trealose são mais adequadas para a vitrificação de embriões
zebuínos, que soluções contendo glicerol.
s488
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
TECGENE - Tecnologia e Genética Animal, 15090-250, S. J. Rio Preto, SP, Brasil.
2
DMVPRA-FCAV-UNESP, 14884-900, Jaboticabal-SP. labriopreto@tecgene.com.br
s489
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
TECGENE- Tecnologia e Genética Animal, 15090-250, S. J. Rio Preto, SP, Brasil.
2
DMVPRA-FCAV-UNESP, 14884-900, Jaboticabal-SP. labriopreto@tecgene.com.br
s490
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Gavio, D.; Vozzi, P.A.; Fernandez, M.B.; Elias, F.P.; Vila, R.A.;
Galerani, M.A.V.; Lôbo, R.B.
Sêmen criopreservado de 100 touros jovens, procedentes de seis centrais de Inseminação Artificial
e selecionados para teste de progênie, foram avaliados pela motilidade, origem do DNA
mitocondrial e capacidade de desenvolvimento embrionário in vitro. Os procedimentos GLM e
MIXED foram utilizados para identificar as possíveis fontes de variação: reprodutor, tipo de
DNA mitocondrial, procedência do sêmen (Central de Inseminação Artificial), motilidade e vigor
espermático, ano e réplica do experimento. Foi observado efeito significativo na produção de
blastocistos para procedência, motilidade espermática e efeito aninhado da interação Touro-
Central-Motilidade. A origem mitocondrial não apresentou efeito significativo (p>0,05),
provavelmente devido ao tamanho e à proporção de animais indicus (9,37%) na amostra estudada.
Todavia, na genealogia materna se observam diferenças significativas (P<0,05) favorecendo
animais com origem taurina para todos os valores de médias nas Diferença Esperada na Progênie
(DEP) para características reprodutivas, de crescimento e habilidade materna. Foi constatado
efeito materno importante na Produção in vitro (PIV), existindo correlações positivas e
significativas (P<0,05) para características de habilidade materna e para Perímetro Escrotal no
primeiro ano de idade (DDPE365), embora de baixa magnitude (r=0,20 , P<0,05). Finalmente,
foram realizadas análises de pedigree nos touros jovens a partir da probabilidade de origem de
um gene e foi observada participação predominante de dois ancestrais principais nos touros
pertencentes ao grupo de maior produção de embriões in vitro.
s491
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
s492
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Resumos:
Transferência de Embriões
s493
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Unifenas, Rod. MG 179,Km 0, 37130-000 Alfenas MG;. 2Biotran Ass. e Consult. em Reprod.
Animal Ltda. R. Tatuin, 93, Res. Teixeira, 37130-000 Alfenas MG; 3Embrapa Gado de
Leite,36038-330 Juiz de Fora, MG; 4FMVZ-U nesp,18618-000 Botucatu, SP;
cacf@biotran.com.br
s494
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Siqueira, L.G.B.1; Viana, J.H.M.2; Diniz, E.S.2; Camargo, L.S.2; Oliveira, A.P.3;
Fernandes, C.A.C.4; Torres, C.A.A.1
1
Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG 36571-000; 2Embrapa Gado de Leite, Juiz de
Fora, MG 36038-330; 3Epamig, Juiz de Fora, MG 36038-330; 4Biotran Ass. e Consult.
Reprodução Animal Ltda, Alfenas, MG 37130-000; E-mail: luizvet10@hotmail.com
s495
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
LMGA-CCTA-UENF, Av. Alberto Lamego, 2000 - Campos dos Goytacazes – RJ, CEP: 28013-
600, Brasil. 2 Embrapa Cerrados. Rod. Brasília Fortaleza BR 020 Km 18 Planaltina - DF - Brasil
CEP: 73301-970; rtbeltrame@terra.com.br; rtbeltrame@yahoo.com.br
Em uma coleta de embriões de uma doadora qualquer, é impossível prever com exatidão o número
de embriões viáveis que serão gerados. Inúmeras decisões pertinentes a programas de transferência
de embriões são dependentes desta informação (numero de receptoras à sincronizar, número de
embriões a congelar, material a ser utilizado, tempo, etc). Neste sentido, em algumas biotécnicas
da reprodução animal, é necessário fazer previsões a respeito do valor futuro de certas variáveis,
tomando por base dados históricos. Para transferência de embriões, existe a necessidade de um
estudo mais apurado do comportamento da variável aleatória número de embriões viáveis por
coleta. Alguns estudos têm demonstrado que o uso de estimativas deterministas como a média,
não se considerando a variabilidade da geração de embriões, pode subestimar projeções de custo
e resultados da atividade. Ainda, em toda a literatura consultada, inexistem trabalhos similares.
Neste estudo, foi determinada a curva de densidade de probabilidade do número de embriões
gerados por doadoras da raça Nelore. Para tal, utilizou-se de dados da Associação Brasileira dos
Criadores de Zebu e da Controlmax Acessória de Sistemas LTDA para determinar-se a freqüência
observada desta variável em uma situação real. Analisaram-se informações provenientes de 26.767
doadoras, 61.928 coletas e 451.322 embriões no período de 1991 a 2005. Buscou-se identificar
através de comparação gráfica e análise numérica, uma distribuição de freqüência consagrada,
que representasse da melhor maneira possível a variabilidade da variável aleatória estudada.
Análises foram realizadas no software Microsoft Excel 2003. Os dados foram aproximados à
distribuição exponencial negativa e à distribuição Gama. Foi utilizado o método da “máxima
verossimilhança” para estimar os parâmetros da distribuição. Estatisticamente procedeu-se o
teste F e o cálculo do coeficiente de determinação para avaliação dos ajustes. Verificou-se que
que tanto a distribuição exponencial quanto a distribuição Gama permitem representar
adequadamente a variabilidade do número de embriões gerados por doadoras da raça Nelore.
Resultados mostraram que existe grande proximidade de comportamento entre as distribuições
testadas e bom ajuste de ambas aos dados observados. Tanto o ajuste da distribuição Gama
quanto o da distribuição exponencial apresentaram-se altamente significativos (P<0,0001). O
coeficiente de determinação também pode ser considerado alto para ambos os modelos (R2 =
0,96 para as distribuições Exponencial e Gama), demonstrando que as distribuições foram capazes
de explicar grande parte da variância amostral. O erro padrão da regressão foi de 0,0072 e 0,0071
para as distribuições Exponencial e Gama, respectivamente. Os parâmetros de ajuste e média
encontrados foram respectivamente de K= 0,156 e ì = 6,4 para a distribuição exponencial negativa
e K= 0,947, ë= 6,775 e ì = 7,2 para a distribuição gama. Quanto aos dados observados a média
encontrada foi de 6,3 embriões por coleta Assim, na projeção da variável número de embriões,
sugere-se sempre que possível, a utilização de simulação e da função exponencial devido ao
menor número de parâmetros a serem ajustados.
s496
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Almeida, A.P.1; Lima, I.M.T.1; Paula, N.R.O.1; Souza, A.L.1; Andrade, M.L.L.1;
Lopes Jr., E.S.1; Andrioli, A.2; Rondina, D.1; Freitas, V.J.F.1
1
Laboratório de Fisiologia e Controle da Reprodução (LFCR), Universidade Estadual do
Ceará, 60.740-000, Fortaleza-CE, Brasil; 2EMBRAPA Caprinos, 62.011-970, Sobral-CE,
Brasil. anderson_almeida@click21.com.br
Caprinos da raça Moxotó estão em risco de extinção devido ao cruzamento indiscriminado com
raças especializadas em produção de carne ou leite. Desta forma, este trabalho teve por objetivo
utilizar um tratamento padrão de superovulação para a produção de embriões da raça Moxotó,
produzindo um banco de embriões e auxiliando na preservação da raça. O experimento foi
conduzido nas instalações do Laboratório de Fisiologia e Controle da Reprodução, da Universidade
Estadual do Ceará (UECE) em Fortaleza-CE. Para este estudo foram utilizadas 17 fêmeas caprinas
da raça Moxotó, adultas (3,3 ± 0,7 anos) e de peso homogêneo (26,6 ± 4,1 kg), mantidas em um
sistema de manejo semi-intensivo. Os animais receberam feno de tifton (Cynodon dactylon) e
concentrado contendo 19% de proteína bruta. O estro dos animais foi sincronizado com esponjas
vaginais contendo 60 mg de acetato de medroxiprogesterona (Progespon, Buenos Aires, Argentina)
por 11 dias, com aplicação de 50g de cloprostenol (Ciosin, Cotia, Brasil) por via intramuscular
quarenta e oito horas antes da retirada do progestágeno. No mesmo momento foi iniciado o
tratamento superovulatório, que consistiu de seis aplicações de pFSH (Folltropin, Ontario,
Canadá), em doses decrescentes, com intervalos de 12 h, perfazendo uma dose total de 120 mg
(30/30, 15/15 e 15/15 mg). As esponjas foram removidas no momento da quinta dose de pFSH.
A detecção do início do estro foi realizada a cada quatro horas e iniciadas a partir das 12 horas
após a retirada das esponjas. As coberturas foram realizadas por um reprodutor da raça Moxotó
de fertilidade comprovada, sendo a primeira no momento do estro e a segunda 24 horas após.
Sete a oito dias após primeira monta, as cabras foram submetidas aos procedimentos de
laparoscopia e laparotomia para determinação do número de ovulações e colheita de embriões,
respectivamente. Foram consideradas responsivas ao tratamento superovulatório as fêmeas que
apresentaram pelo menos cinco corpos lúteos. Os embriões recuperados foram avaliados em
estereomicroscópio (SMZ-1B, Tóquio, Japão) e avaliados segundo o seu estádio de
desenvolvimento e qualidade de acordo com os critérios estabelecidos pela IETS. Os dados são
apresentados como porcentagem ou média (± d.p.). Após remoção das esponjas, 64,7% (11/17)
dos animais apresentaram estro às 29,5 ± 7,0 h. Do total de animais tratados, 64,7% (11/17)
foram considerados responsivos ao tratamento superovulatório, com uma taxa de ovulação de
11,9 ± 8,0. Foram recuperadas 145 estruturas, sendo destas, 128 embriões, 10 estruturas não
fertilizadas e 7 zonas pelúcidas. Do total de embriões, 70,3% (90/128) eram mórulas e 29,7%
(38/128) blastocistos. Quanto à qualidade dos embriões recuperados, 68,8% (88/128) eram de
grau I, 14,1% (18/128) de grau II, 6,3% (8/128) de grau III e 10,8% (14/128) de grau IV. Em
conclusão, cabras da raça Moxotó respondem bem ao tratamento padrão de superovulação, o
qual torna-se uma alternativa viável para a produção in vivo de embriões desta raça, auxiliando a
preservação da mesma.
s497
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
De Quadros, F.A.1; Melo Sterza, F.A.1; Santos, E.S.1; Fonseca, A.1; Baudraz, J.A.1;
Marques, V.T.1; Ferri, F.1; Marques, M.O.2; Silva, R.C.P.2; Baruselli, P.S.3
1
UNOPAR - Campus de Arapongas - CEP 86702-000 - Cx. P. 560 - Arapongas – PR.
2
Geraembryo - Assessoria Pecuária Ltda. - CEP: 86300-000 – Cornélio Procópio – PR
3
Departamento de Reprodução Animal, FMVZ-USP, CEP 05508-000, São Paulo-SP
fabiana.sterza@unopar.br
s498
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Fleury Reprodução Eqüina – São José do Rio Pardo- SP, 13720-000, Brasil.
perlafleury@hotmail.com
s499
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Departamento de Zootecnia, Universidade Federal de Lavras, Lavras-MG, Cep:37 200-000,
Cx Postal 37, Brasil. znlogan@yahoo.com.br
s500
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Mestrando Ciência Animal–Unifenas – Rod MG 179 km 0 - 37130-000 Alfenas MG; 2Prof.
Unifenas – 3Biotran LTDA,. Rua Tatuin, 93, Resid. Teixeira. 37130-000-Alfenas MG –
cacf@biotran.com.br. 4Embrapa-Gado de Leite
O custo de manutenção e o elevado valor agregado das receptoras de embrião têm aumentado a
utilização das mesmas por mais de uma vez, ou seja o re-aproveitamento como receptoras de
vacas que já pariram um produto de transferência de embriões (TE). Esta prática traz vantagens
econômicas, mas cuidados adicionais devem ser tomados. Em relação á utilização de vacas. Esta
categoria de fêmeas esta mais sujeitas à problemas que podem reduzir sua fertilidade. Dentre
estas a principal são as infecções uterinas. O objetivo desse trabalho foi verificar a incidência de
infecção uterina e a eficiência da aplicação de uma combinação de produtos para tratamento
local de infecção uterina pós-puerperal, comparando o efeito de diferente número de tratamentos
em diferentes classes de infecção. Foram examinadas 498 vacas da mestiças, a partir de trinta
dias pós-parto. A alteração no aspecto da secreção uterina avaliada por vaginoscopia, foi
considerada para determinação de infecção. O tipo foi determinado conforme aspecto da exudação
uterina presente em Graus 1, 2 ou 3. O tratamento foi: 2g de Cloridrato de oxitetraciclina + 30mg
de cloridrato de bromexina, diluídos em soro fisiológico estéril (qsp 50 ml). Esta combinação foi
administrada via local, via infusão uterina. Os animais tratados foram reavaliados após uma
semana. Aqueles com alguma alteração a cada reavaliação receberam uma nova aplicação. A
eficiência do número de tratamentos de acordo com o grau de infecção foi comparada pelo teste
de χ2. Foi observada uma ocorrência total de 11,45% de infecção uterina. A eficiência de um
tratamento foi de 41,94a; 0,00b e 0,00b%, de dois tratamentos foi de 58,06a; 9,52b; 0,00%c e de
três tratamentos 100,00a; 100,00a e 69,23b% (P<0,05) para infecções de graus 1, 2 e 3. Os resultados
demonstram que a infecção uterina é de grande ocorrência. A combinação de produtos é eficiente
apenas após três tratamentos (P<0,05). Mesmo em infecções mais brandas, resultados satisfatórios
somente ocorreram com a terceira aplicação.
s501
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Fleury Reprodução Eqüina – São José do Rio Pardo/SP, 13720-000, Brasil. 2 Departamento
de Ciências Básicas- FZEA-USP-Pirassununga/SP, 13.630-970, Brasil. fleury@rantac.com.br
s502
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Sales, J.N.S.1; Souza, J.C.1; Dias, L.M.K.1; Franci, C.R.2; Rocha, A.A.3; Cardoso, G.G.C.4
1
DZO, Universidade Federal de Lavras, 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2Depto de Fisiologia,
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP,14049-900, Ribeirão Preto-SP, Brasil. 3Depto
de Ciências Básicas da Faculdade de Ciências Agrárias, UFVJM, 39100-000, Diamantina-MG,
Brasil. Paraíso Embriões, 13870-590, São João da Boa Vista-SP, Brasil.
znlogan@yahoo.com.br
s503
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Departamento de Zootecnia, Universidade Federal de Lavras, 37200-000, Lavras-MG, Brasil.
znlogan@yahoo.com.br
O objetivo deste trabalho foi relacionar as concentrações séricas de progesterona pré e pós- superovulação
com a produção e qualidade de embriões coletados de novilhas holandesas (n=43) sincronizadas (Crestar®,
Intervet, São Paulo-SP, Brasil) e superovuladas com 8 aplicações decrescentes de FSH/LHp (Pluset®;
I.F. Serono, Rome, Italy) em intervalos de 12 horas. Os animais foram inseminados 12 e 24 horas após
a observação do cio e a coleta de embriões realizada sete dias após a primeira inseminação. Os embriões
foram classificados segundo o padrão proposto por Lindner e Wright (1983), por dois avaliadores
experientes. Amostras de sangue foram coletadas por venopunção de vasos coccígeos para determinar a
concentração sérica de progesterona. Foram realizadas cinco coletas de sangue, nos dias 1, 6, 10, 13 e 17
do período experimental, sendo 1 o dia do implante de norgestomet (D1), 6 o dia do início da superovulação
(D6), 10 o dia do início do estro (D10), 13 o terceiro dia após o estro (D13) e 17 o dia da coleta de
embriões (D17). A concentração sérica de progesterona foi analisada em duplicatas por radioimunoensaio
utilizando o kit Coat-A-Count Progesterone® (Diagnostic Products Corporation, Los Angeles, EUA).
Os coeficientes de variação intra-ensaio alto e baixo foram de 2,60% e 1,96%, respectivamente. As
concentrações séricas de progesterona foram agrupadas mantendo-se um número equilibrado de amostras
por grupo, além de concentrações diferentes com base no ciclo estral normal e de animais superovulados.
Para D1 foram estipulados três grupos: (D1a) <1,0ng/ml, (D1b) entre 1,0 e 4,5ng/ml e (D1c) >4,5ng/ml.
Para D6, dois grupos: (D6a) <1,0ng/ml e (D6b) >1,0ng/ml. Para D13, dois grupos concentrações: (D13a)
<4,5ng/ml e (D13b) >4,5ng/ml. Para D17, três grupos: (D17a) <10,0ng/ml, (D17b) entre 10,0 e 20,0ng/
ml e (D17c) >20,0ng/ml. Um índice de qualidade embrionária ou IQE (Excelentes*1 + Bons*2 +
Regulares*3 + Pobres*4 + Degenerados*5 + Não-Fertilizados*5)/total de embriões colhidos foi proposto
para a avaliação dos embriões, com o objetivo de unir as classificações de todas as classes de
desenvolvimento embrionário em um único número simplificando a interpretação das análises estatísticas
e possivelmente minimizar a subjetividade. A taxa de fecundação foi analisada PROCGLM e o IQE, o
total de estruturas e de embriões viáveis pelo PROCGENMOD (SAS). Não houve diferença significativa
para o IQE, taxa de fecundação, total de estruturas, óvulos fecundados e embriões viáveis nas diferentes
concentrações séricas de progesterona durante o período de pré-superovulação. O número médio total
de embriões viáveis (P=0,018), de óvulos fecundados (P=0,011) e de estruturas (P=0,006) no D13,
foram superiores no grupo de doadoras com maior concentração de progesterona (D13b). O número
médio total de embriões viáveis, de óvulos fecundados e estruturas nas classes de concentrações de
progesterona D13a e D13b foram 3,77±1,05 e 6,85±0,85; 4,41±1,19 e 8,77±0,96; 4,88±1,38 e 10,81±1,11,
respectivamente. Não houve diferença significativa para taxa de fecundação, total de estruturas e de
embriões viáveis nas diferentes concentrações de progesterona no D17, porém, para IQE, houve diferença
significativa (P=0,045), onde o grupo de doadoras com menor concentração de progesterona apresentou
melhor qualidade embrionária. Os IQEs para D17 nas diferentes concentrações de progesterona (D17a,
D17b e D17c) foram 1,78±0,28; 2,58±0,29 e 2,74±0,26. Conclui-se que concentrações séricas de
progesterona no período pré-superovulatório não foram úteis para predizer qualidade e produção
embrionária. No entanto, concentrações de progesterona no período pós-superovulatório foram
correlacionadas com produção e qualidade de embriões, onde doadoras na classe de maior concentração
de progesterona três dias após o estro apresentaram maior número médio de embriões viáveis, ovócitos
fecundados e estruturas recuperadas. Embriões coletados de doadoras com altas concentrações de
progesterona (>20ng/ml) no dia da coleta de embriões apresentam-se com qualidade inferior, podendo
ser um indicativo de um limiar ótimo de atuação deste hormônio.
s504
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Mollo, M.R.1,2; Ramos, A.F.1,3; Siqueira Filho, E.R.1; Pivato, I.1; Saueressig, M.G.4;
Rumpf, R1; Sartori, R.1
1
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, 70770-900, Brasília-DF, Brasil, 2FAV-UnB,
70910-970, Brasília-DF, Brasil, 3UFMG, 30123-970, Belo Horizonte-MG, Brasil, 4Embrapa
Cerrados, 73310-970, Planaltina-DF, Brasil. marcosmollo@hotmail.com,
sartori@cenargen.embrapa.br
O presente estudo teve como objetivo comparar dois protocolos de sincronização de cio/ovulação
em receptoras de embrião. Um dos protocolos implica na manipulação dos animais durante
cinco vezes, enquanto que o outro requer somente três. Trinta vacas foram divididas em dois
grupos. No grupo 5X, as vacas receberam um implante intravaginal de progesterona (DIB, Syntex
S.A., Argentina) e uma injeção im de 2,0 mg de benzoato de estradiol (BE; Ric-Be, Syntex S.A.,
Argentina) no D0; 0,150 mg im de cloprostenol (Prolise, ARSA S.L.R., Argentina) e 300 UI im
de gonadotrofina coriônica eqüina (eCG; Novormon 5000, Syntex S.A., Argentina) no D5; retirada
do implante no D8 e injeção im de 1,0 mg de BE no D9. No grupo 3X, as vacas receberam o DIB,
2 mg de BE e 0,075 mg de cloprostenol no D0; retirada do implante no D8, juntamente com
injeção im de 0,075 mg de cloprostenol, 300 UI de eCG e 0,50 mg de cipionato de estradiol
(ECP, Pfizer, São Paulo, Brasil). No D17, todas as vacas receberam embriões produzidos in
vitro. Exames ultra-sonográficos foram realizados nos dias 10, 11 e 12 para mensuração do
folículo ovulatório, no D17 para mensuração do corpo lúteo, e 36 d após a inovulação para
diagnóstico de gestação. Na comparação entre os grupos, utilizou-se o teste-t para variáveis
contínuas e o qui-quadrado para variáveis binomiais. No grupo 5X todas as vacas (100,0%)
ovularam 3 d após a retirada do DIB, enquanto que no grupo 3X, apenas oito vacas (53,3%)
ovularam nessa data (P < 0,05). As demais vacas ovularam 2 d (n = 2), 4 d (n = 3) ou não
ovularam até 5 d (n = 2) após a retirada do implante. Não houve diferença significativa no
diâmetro máximo do folículo ovulatório (11,9 ± 0,5 e 12,5 ± 1,0 mm) ou no volume luteal
(2784,2 ± 368,8 e 2524,1 ± 311,7 mm³) entre os grupos 5X e 3X, respectivamente. (P > 0,10). A
taxa de prenhez no grupo 5X foi de 66,7% (10/15) versus 33,3% (5/15) no grupo 3X (P = 0,07).
Conclui-se que o protocolo 3X não se mostrou vantajoso em relação ao protocolo 5X devido ao
fato de ter promovido um menor grau de sincronia de ovulação, além de uma possível queda na
taxa de prenhez.
s505
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Sousa, RV.1,2; Cardoso, C.R.S.3; Butzke, G.3; Franco, M.M.1; Rumpf, R.1
1
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, 70770-900, Brasília-DF, Brasil; 2FAV – UnB,
Brasília-DF, Brasil; 3Guilberth Serviços Veterinários S/C LTDA – CEP:13026-121, Campinas-
SP, Brasil, regiv@cenargen.embrapa.br
Com o aprimoramento das técnicas reprodutivas, a produção de embriões in vivo e in vitro, tem
crescido consideravelmente, aumentando a demanda por metodologia eficaz de identificação do
sexo dos embriões, visando diminuir o uso de embriões sem interesse comercial, adequando o
sistema de produção animal. Este trabalho teve por objetivo testar metodologia otimizada na
EMBRAPA para a identificação do sexo de embriões bovinos utilizando a técnica de PCR (Reação
em Cadeia da Polimerase) em condições de campo. Os embriões (n=545) foram coletados de
animais da raça holandesa, nos estádios de mórula compacta (MC), blastocisto inicial (BI),
blastocisto (BL) e blastocisto expandido (BX), no sétimo dia (D-7) após a inseminação e divididos
em dois grupos. Os embriões do grupo G-1 (n=333) foram submetidos à micromanipulação por
secção para retirada da biópsia, preferencialmente de células do trofoblasto Os embriões biopsiados
foram mantidos em solução de manutenção até o final do processo de identificação do sexo e
então transferidos para receptoras síncronas. Os embriões do grupo G-2 (n=212) foram transferidos
íntegros (controle) para receptoras síncronas. Todas as receptoras foram submetidas à
ultrasonografia aos 35 e 60 dias após as inovulações, para diagnóstico de gestação e confirmação
do sexo, respectivamente. Para a identificação do sexo dos embriões biopsiados, suas respectivas
biópsias foram submetidas à técnica de PCR e eletroforese em gel de agarose. Na reação, foram
utilizados 2 pares de oligonucleotídeos iniciadores (primers), sendo o primeiro específico para o
cromossomo Y e o segundo para gene autossômico (controle da reação capaz de amplificar
seqüência de DNA específica em qualquer amostra bovina). Após a micromanipulação para a
retirada, cada biópsia foi introduzida em microtubo plástico individualizado contendo 8 uL de
solução de lise celular e Proteinase K (Invitrogen© - Germany), que foi mantido à 55ºC por 5
minutos, seguido de 5 minutos à 95ºC. Após essa etapa, foram adicionados aos tubos contendo
as biópsias, 20 ul de solução composta por: primers, dNTPs, tampão de reação e a enzima Taq
DNA polimerase (Kit EMBRAPA). As amostras foram transferidas para termociclador e
submetidas a 40 ciclos de variação de temperatura para a amplificação do DNA. Após a
amplificação por PCR, 20ul de cada amostra foram aplicados em gel de agarose a 2 % e submetidos
a eletroforese (100v, 40 mA) por cerca de 35 minutos. As bandas foram visualizadas sobre
transiluminador de luz de ultravioleta. A comparação das taxas de gestação entre os grupos
indicaram não haver diferenças significativas na avaliação pelo teste do qui-quadrado, com G-
1=188/333 (56,4%) e G-2= 123/212 (58%). Do total de 95 gestações confirmadas do grupo G-1
e avaliadas por ultrassonografia aos 60 dias após as inovulações, 85 (91,6%) tiveram sexo
coincidente com aquele atestado pela PCR. O resultado deste trabalho indicou que o procedimento
de retirada de biópsia de embriões produzidos in vivo não interfere na viabilidade dos mesmos
aferida pelas taxas de gestação observadas e que a metodologia utilizada para identificação do
sexo dos embriões a campo é viável.
Fonte financiadora: Guilberth Serviços Veterinários S/C LTDA, Campinas-SP, e Embrapa
Recursos Genéticos e Biotecnologia, Brasília-DF, Brasil.
s506
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Fernandes, C.A.C.1,4; Oba, E.2; Viana, J.H.M.3; Figueiredo, A.C.S.4; Oliveira, E.R.4;
Vasconcelos, T.D.4; Gioso, M.M.1
1
Unifenas, Rod. MG 179,Km 0, 37130-000 Alfenas MG . 2FMVZ-Unesp,18618-000 Botucatu,
SP; 3Embrapa Gado de Leite,36038-330 Juiz de Fora, MG; 4Biotran Ass. e Consult. em
Reprod. Animal Ltda. R. Tatuin, 93, Res. Teixeira, 37130-000 Alfenas MG
cacf@biotran.com.br
s507
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Pinna, A.E.1; Queiroz, F.J.R.2; Greco, G.M.2; Cavalcanti, A.S.1; Boité, M.C.1; Brandão, F.Z.1;
Pinho, T.G.1; Nogueira, L.A.G.1; Almeida, N.K.O.1
1
Faculdade de Veterinária da UFF, 24230-340, Niterói, RJ, Brasil, alineemerim@ig.com.br;
2
Clínica Equus de Itaboraí
A utilização de éguas em anestro como receptoras de embrião permite um início mais precoce e
um final mais tardio dos programas de TE em eqüinos, pois normalmente as receptoras entram
em anestro mais precocemente e reiniciam a atividade ovariana mais tardiamente que as éguas
doadoras (Testa, et al. Acta Scientiae Veterinariae, 33, supl.1, 198, 2005.). O presente trabalho
objetivou comparar as taxas de gestações e mortalidade embrionária em receptoras cíclicas e
acíclicas tratadas com progesterona de longa duração. Durante o período de julho de 2005 a
janeiro de 2006 foram transferidos 189 embriões para receptoras cíclicas (n=123) e para receptoras
acíclicas, sendo estas tratadas com P4 LA (progesterona de longa ação, n=66). Sendo estes animais
pertencentes a um programa de TE comercial. Tanto as doadoras como as receptoras eram mantidas
no mesmo local, recebendo desta forma o mesmo manejo nutricional. As receptoras foram
classificadas como estando em fase de inatividade ovariana, após avaliação dos ovários através
da ultra-sonografia. As receptoras acíclicas foram inicialmente tratadas uma vez ao dia, com
doses decrescentes (5, 3 e 2 mg) de cipionato de estradiol (ECP – Pharmacia e Upjohn Co.,
Kalamazoo, Michigan, USA, IM) durante três dias consecutivos. No dia posterior a última
aplicação do estrógeno, somente nas receptoras que apresentaram na avaliação ultra-sonográfica
um bom edema de útero foi dado início ao tratamento com 1.500 mg de P4 LA (P4 LA –
B.E.T.Laboratories, Lexington, USA, IM). Embriões de 6, 7 e 8 dias de desenvolvimento foram
transferidos entre 2° e 9° dias após a primeira aplicação da P4 LA. Uma nova dose de P4 LA foi
administrada nas receptoras sete dias após a primeira administração. Todas as receptoras acíclicas
tratadas, com gestação confirmada aos 12 dias de idade, repetia-se a cada sete dias o tratamento
com 1.500 mg de P4 LA, até que a gestação completasse 100 dias. Observou-se uma taxa de
concepção de 58,5% (72/123) para as receptoras cíclicas e de 60,6% (40/66) para as receptoras
tratadas com a P4 LA, não havendo diferença entre os tratamentos (Qui-Quadrado - P>0,05).
Quanto a mortalidade embrionária até 100 dias de gestação, também não observou-se diferenças
entre os tratamentos (Qui-Quadrado - P>0,05), onde fêmeas cíclicas apresentaram taxa de
mortalidade de 13,8% (10/72) e fêmeas acíclicas de 17,5% (7/40). Rocha Filho, et al. Animal
Reproduction, 1,1, 91-95, (2004) trabalhando com a mesma progesterona obtiveram resultado
semelhante ao presente trabalho quanto à taxa de gestação e mortalidade embrionária. Concluímos
que o uso de P4 LA em receptoras acíclicas permite resultados de fertilidade e de mortalidade
embrionária semelhantes a receptoras cíclicas.
s508
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Embrapa Caprinos, CP D10, Cep 62.011-000, Sobral-CE, Brasil, jeferson@cnpc.embrapa.br.
2
Embrapa Gado de Leite, Rodovia MG 133, Km 42, 36.155-000, Cel Pacheco-MG, Brasil.
A superestimulação da primeira onda folicular ovariana do ciclo estral foi testada em cabras em
anestro estacional. Dez cabras lactantes (2 Saanen e 8 Toggenburg) foram testadas dois tratamentos
(T1 e T2). Em ambos tratamentos, foram utilizadas 250 UI FSH em seis doses decrescentes (25,
25, 15, 15, 10 e 10%, respectivamente), intervaladas de 12 horas. Em T1 (n=5), as cabras receberam
37,5 μg d-cloprostenol (dia 0 manhã), CIDR por três dias (dias 2 a 5), FSH (dias 2 a 4), 37,5 μg
d-cloprostenol (dia 5 manhã) e 500 UI hCG (dia 7 tarde). Em T2, as cabras receberam duas doses
de 37,5 μg d-cloprostenol intervaladas de sete dias (dias 0 e 7 manhã), FSH (dia 9 tarde a dia 12
manhã), 37,5 μg d-cloprostenol (dia 12 manhã) e 500 UI hCG (dia 14 tarde). Em ambos
tratamentos, os animais não apresentaram folículos maiores que 4 mm diâmetro no início das
aplicações de FSH. As cabras foram cobertas por machos férteis e receberam 37,5 μg d-
cloprostenol 12 horas antes da colheita de embriões, que foi realizada pela via transcervical, seis
a sete dias após o início do estro. O percentual de animais em estro após as aplicações de FSH foi
de 100 e 80 % em T1 e T2, respectivamente. O intervalo para o estro após a segunda (T1) ou
terceira dose de cloprostenol (T 2) e a duração do estro foram de 28,8 ± 6,6 h e 36,0 ± 8,5 h (T1)
e 27,0 ± 6,0 h e 30,0 ± 12,0 h (T2). O número médio de estruturas recuperadas foi de 9,4 ± 3,8
(T1) e 10,5 ± 7,6 (T2). O número médio de embriões viáveis recuperados foi de 8,2 ± 3,5 (T1) e
4,0 ± 7,3 (T2). Ambos protocolos mostraram-se promissores para a superovulação de cabras em
anestro estacional. Adicionalmente, ressalta-se a possibilidade de obter embriões em protocolo
de curta duração (14 dias, T1) ou protocolo sem uso de progesterona ou progestágeno, mesmo na
estação de anestro estacional.
s509
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Lopes Júnior, E.S.1; Maia, E.L.M.M.1; Almeida, K.C.1; Paula, N.R.O.1; Teixeira, D.I.A.1;
Rondina, D.1; Selaive-Villaroel, A.B.2; Freitas, V.J.F.1
1
Laboratório de Fisiologia e Controle da Reprodução - FAVET/UECE, 60740-000, Fortaleza-
CE, Brasil. 2 Centro de Ciências Agrárias - FZ/UFC, 60455-760, Fortaleza-CE, Brasil.
vjff@uece.br
Pinto-Neto, A.1; Demczuk, E.2; Previato, P.F.G.3; Mota, M.F.4; Acco, A.5; Fonseca, J.F.6
1
Professora do Curso de Mestrado em Ciência Animal - UNIPAR. Umuarama-PR. E.mail:
adalgiza@unipar.br; 2Estro Forte Fertilidade Animal Ltda. Umuarama-PR.; 3Méd. Veterinária.
Especialista em Clínica e Cirurgia de Pequenos Animais – UNIPAR; 4Professor do Curso de
Medicina Veterinária-UNIPAR; 5Professora da UFPR – Curitiba-PR; 6Pesquisador CNPC-
EMBRAPA – Coronel Pacheco-MG*Suporte Financeiro: IPEAC-UNIPAR (Protocolo: 217/01
e 1214/02)
A colheita de embriões bovinos transcervical é feita pela maioria dos médicos veterinários,
utilizando-se um cateter de Foley introduzido, posicionado e fixado em um dos cornos uterinos,
permitindo sua lavagem e colheita dos embriões. Após essa etapa, o cateter é retirado e fixado no
corno contra lateral, para repetição do procedimento anterior. No entanto, o re-posicionamento
do cateter no outro corno pode ser dificultado ou comprometido, pela irritação da mucosa do
reto ou pelo estresse do próprio animal, diminuindo assim, o número total de embriões colhidos.
Diante desses relatos, objetivou-se com esse estudo, propor uma simplificação do método de
colheita de embriões bovinos, através da fixação do cateter no corpo do útero, e lavagem simultânea
dos cornos uterinos. Para tanto, realizaram-se 46 colheitas de embriões em vacas doadoras, das
raças Blonde (2,17% - 1/46), Simental (8,70% - 4/46), Red Angus (10,87% - 05/46), Limousin
(15,22% - 7/46), Pardo Suíça (17,39% - 8/46) e Marchigiana (45,65% - 21/46), através de lavagem
uterina, utilizando-se 500 mL de solução de PBS (Nutricell, Campinas, Brasil), seguindo dois
protocolos. No primeiro protocolo, o cateter de Foley foi fixado no corpo do útero para lavagens
simultâneas dos dois cornos uterinos. O lavado uterino foi filtrado, colocado em placa de Petri
descartável, identificadas por doadora e protocolo, e observadas ao microscópio estereoscópico,
a fim de se identificar e selecionar os embriões. No segundo protocolo, o mesmo cateter foi
fixado em um dos cornos uterinos, do animal submetido ao protocolo anterior. Após a lavagem
desse corno, o cateter foi removido e fixado no corno contra lateral para que o processo fosse
repetido. Foram realizadas de duas a três lavagens por protocolo. O conteúdo dos cornos uterinos
seguiu as mesmas etapas do protocolo anterior. A média de embriões obtidos por colheita, quando
o cateter foi fixado no corpo do útero, foi de 6,54 + 5,66 embriões. Ao repetir o processo de
lavagem uterina no mesmo animal, fixando o cateter nos cornos, a média de embriões obtidos
por colheita foi aumentada em 6,11 + 3,36 embriões, aos resultados da técnica anterior Esses
resultados indicam que o protocolo de fixação do cateter de Foley no corpo do útero, para colheita
de embriões bovinos, em vacas doadoras das raças citadas, não é eficiente, visto o número de
embriões colhidos após repetição das lavagens nos cornos uterinos
Palavras-chave: bovinos, embriões, coleta.
s511
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Escola de Méd. Veterinária /UFBA, Salvador-BA, 40170110, Brasil.2 Acadêmico de Méd.
Veterinária –UFBA, 3 Veterinário Autônomo. gusmao@ufba.br
A transferência de embrião vem se tornando uma prática cada vez mais difundida, na indústria
eqüina, entretanto, em virtude do fato de que a maioria das éguas ovulam apenas um oócito
espontaneamente e as colheitas resultam em uma taxa de recuperação embrionária de apenas
50%, a popularização da técnica de TE tem se transformado em um verdadeiro desafio, uma vez
que estes fatores tendem a elevar significativamente o custo de operação desta atividade. Outro
fator que de certa forma contribui para a elevação dos custos é o material utilizado na execução
da colheita não cirúrgica de embriões em éguas, principalmente o cateter, que atinge preços no
mercado que variam de R$350,00 a R$450,00 reais. Levando-se em consideração que esse
equipamento é bastante frágil e que a simples perfuração do balão pode inutiliza-lo, objetivamos
com este experimento recuperar a um custo baixo, diferentes modelos de cateteres destinados a
colheita de embriões de éguas,com balão danificado, sem alterar a eficiência do mesmo. Foram
formados dois grupos ao acaso, sendo o grupo I (GI), o controle, composto por 10 éguas submetidas
a colheita não cirúrgica, utilizando-se um cateter com balão original e um grupoII(GII), composto
por 20 éguas, submetidas a colheita com cateter recuperado. Das dez éguas lavadas no GI, foi
recuperado um total de 6 embriões (60%) e das 20 éguas do GII, 11 (55%). O cateter recuperado
foi utilizado por três colheitas consecutivas, sendo submetidos a lavagem, secagem em estufa a
40oC, e posteriormente esterilizados em óxido de etileno. Foi possível injetar até 60 ml de ar no
balão recuperado, sem ocorrer explosão. De posse desses achados, e considerando-se o custo do
material destinado a recuperar o cateter(R$30,00), além da durabilidade pós-recuperação, podemos
afirmar que a reparação do balão de cateteres para colheita de embriões em éguas, pode contribuir
para reduzir significativamente o custo da aplicação da TE na espécie, sem comprometer a taxa
de recuperação embrionária.
s512
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Departamento de Produção Animal – FMVZ/UNESP, Botucatu-SP, Brasil 18618-000;
2
Clínica Veterinária, Samvet, São Carlos-SP, Brasil; vasconcelos@fca.unesp.br
O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da fase da doadora (lactantes ou não-lactantes) e da
estação do ano na produção de embriões em vacas Holandesas (n=51). Foram avaliados os
resultados de 195 coletas de embriões (94 coletas em vacas lactantes e 101 coletas em vacas não-
lactantes), realizadas na Fazenda Santa Rita, Descalvado, SP, no ano de 2005. O protocolo de
superovulação consistiu na inserção de 2 implantes auriculares de 3mg de Norgestomet (Crestar®)
associada à aplicação de 3 mg benzoato de estradiol (BE, Index, Brasil) em dia aleatório do ciclo
estral (dia 0). No quarto dia iniciou-se a aplicação de 500 UI de FSH (Pluset®, Calier, Brasil)
diluídos em 200 ml de solução fisiológica, divididos em oito doses decrescentes, com 12 h de
intervalo entre elas. Junto com a sétima aplicação de FSH aplicou-se uma dose de PGF2α (Ciosin®
Coopers, 2ml). Junto com a oitava aplicação de FSH os implantes auriculares de Norgestomet
foram removidos. A ovulação foi sincronizada com uma aplicação de 0,25 mg de GnRH (Fertagyl®,
Intervet, Brasil) 12 hs após a remoção do implante, e a IA realizada 12 e 24 horas após. As
coletas foram realizadas 6,5 dias após a primeira inseminação. As variáveis número total de
estruturas obtidas, de embriões viáveis e de não viáveis foram analisados por General Linear
Model (GLM), sendo incluídas no modelo os efeitos de: doadoras, touros, estação do ano (1:
janeiro, fevereiro e março, n=56; 2: abril, maio e junho n=37; 3: julho, agosto e setembro n=50;
4: outubro, novembro e dezembro n=52), e interações. A variável touro e a interação estação do
ano com fase da doadora foram retiradas do modelo, pois não apresentaram efeito significativo.
Foi detectado efeito de doadora em todas as variáveis (P<0,01), mostrando a importância da
seleção das doadoras. Foi detectado efeito de estação do ano no número de estruturas coletadas
(1: 10,2 ± 1,2; 2: 6,6 ± 1,0; 3: 10,0 ± 1,1; 4: 11,2 ± 1,2; P=0,016), e no número de embriões
viáveis (1: 3,7 ± 0,5; 2: 2,4 ± 0,5; 3: 5,9 ± 0,9; 4: 4,4 ± 0,7; P=0,001). Fase da doadora influenciou
o número de estruturas coletadas (lactantes: 10,9 ± 0,9 e não-lactantes: 8,7 ± 0,7; P<0,001), e de
embriões não viáveis (lactantes: 6,7 ± 0,8 e não-lactantes: 4,4 ± 0,5; P<0,01), porém não foi
detectado efeito da fase da doadora no número de estruturas viáveis (lactantes: 4,14 ± 0,5 e não-
lactantes: 4,29 ± 0,5). Conclui-se que o número de embriões viáveis é influenciado por estação
do ano e doadora, não sendo influenciado por fase da doadora (lactante ou não-lactante).
s513
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Departamento de Farmacologia - Instituto de Biociências, 2Departamento de Reprodução
Animal – FMVZ, UNESP, Botucatu-SP, Brasil. cmbarros@ibb.unesp.br
s514
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Unifenas, Rod. MG 179,Km 0, 37130-000 Alfenas MG; 2Biotran Ass. e Consult. em Reprod.
Animal Ltda. R. Tatuin, 93, Res. Teixeira, 37130-000 Alfenas MG; 3Embrapa Gado de
Leite,36038-330 Juiz de Fora, M cacf@biotran.com.br
Nos últimos anos a pecuária de corte brasileira apresentou notável crescimento. A situação atual
da pecuária de corte no Brasil coloca nosso País em destaque neste setor no contexto mundial.
Além de possuir o maior rebanho comercial de bovinos do mundo, alcançamos recentemente a
posição de maior exportador mundial de carne. A variação dos resultados da superovulação é o
principal fator limitante à grande contribuição que a técnica de transferência de embriões (TE)
pode proporcionar ao melhoramento genético. Trata-se de um elemento chave que, passados
mais de 40 anos do nascimento do primeiro bovino oriundo da técnica de TE, poucas mudanças
significativas ocorreram nos protocolos de superovulação especificamente Nos últimos 6 anos,
pesquisas em dinâmica folicular têm contribuído muito para a adequação dos protocolos de T.E.,
nos quais, atualmente, todo o procedimento pode ser realizado a tempo fixo. No entanto, ainda
faltam informações relevantes a serem pesquisadas, tais como a determinação da sensibilidade a
hormônios superovulatórios nas diferentes raças bovinas economicamente importantes, pois sabe-
se que o excesso desse hormônio é um dos fatores responsáveis pelas variações de resposta em
embriões viáveis. O objetivo deste trabalho foi avaliar diferentes doses do FSHp para
superovulação (Folltropin-V®) em vacas européias de corte em condições tropicais, no intuito de
encontrar a dose mais adequada para produção da melhor relação entre estruturas totais e
quantidade de embriões viáveis Foram utilizadas 12 vacas adultas (entre 48 e 98 meses), das
raças Simental e Angus. Etas vacas estavam secas, ciclando regularmente, escore corporal entre
3 e 4 (escala 1-5), Todos estes animais passaram por todos os grupos e foram superovulados
utilizando o seguinte protocolo. D0: Colocação de implante vaginal (DIB®); D1: Aplicação de 3
mg de Benzoato de estradiol (Ric-Be®); D5 a D8: FSH (Folltropin®,em 8 doses decrescentes);
D7 à tarde: 150μg de D-cloprostenol (Prolise®); D8 à tarde, remoção do implante (protocolo
P36); D9 à tarde: 25mg de LH (Lutropin®), D10: 2 IA 12/12h As doses totais de Folltropin®
utilizadas em cada animal foram 130, 160 e 200mg, sempre diluídos em 20mL de solução salina
0,9% Para cada doadora utilizou-se o mesmo sêmen, nas três coletas. Todas as coletas foram
feitas por um mesmo técnico. Não foram observadas diferenças entre as raças. O total estruturas
foi de 6,92±3,92, 10,08±4,06 e 9,67±3,51 e o número médio de embriões viáveis foi de 5,42±2,28,
6,92±2,11 e 5,08±2,87, para as doses de 130, 160 e 200mg, respectivamente. Não foram observadas
diferenças entre as doses de Folltropin® (200mg) quanto ao número de embriões ou de estruturas
viáveis (P>0,05 – Teste de Tuckey). No presente estudo a dose de 130mg por ser de menor custo,
deve ser utilizada como dose inicial para vacas desta mesma categoria
Palavras chave: Bovino, Folltropin, Superovulação
Patrocínio : TECNOPEC®
s515
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
s516
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Mollo, M.R.1,2; Ramos, A.F.1,3; Pivato, I.1,4; Guimarães Neto, A.G.1; Franco, M.M.1;
Rumpf, R.1; Sartori, R.1
1
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, 70770-900, Brasília-DF, Brasil, 2FAV-UnB,
70910-970, Brasília-DF, Brasil, 3UFMG, 30123-970, Belo Horizonte-MG, Brasil, 4CIDASC,
89130-000, Indaial-SC, Brasil, marcosmollo@hotmail.com, sartori@cenargen.embrapa.br
s517
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Peres, L.C.1,2; Pincinato, D.1,2; Tríbulo, R.2; Cutaia, L.2; Bó, G.A.1,2
1
Universidad Nacional de Córdoba, Argentina, 2Instituto de Reproducción Animal Córdoba
(IRAC), Jerónimo Luis de Cabrera 106, X5000GVD, Córdoba, Argentina.
gabrielbo@iracbiogen.com.ar
O objetivo desse estudo foi avaliar alguns fatores que afetam as taxas de prenhezes em programas
de transferência de embriões em tempo fixo (TETF). As receptoras foram vacas de um mesmo
estabelecimento, secas, cíclicas, cruza zebu e com uma condição corporal (CC) entre 2,5 a 4,0
(escala 1-5). Todas as receptoras foram sincronizadas com 2 mg de benzoato de estradiol IM
(EB, Syntex SA, Argentina) e um DIB (Syntex SA) novo no Dia 0, 150 μg de D(+) cloprostenol
IM (Ciclase, Syntex) e 400 UI de Novormon IM no Dia 5; se retirou o DIB no Dia 8 e se injetou
1 mg de EB no Dia 9. Aquelas receptoras com um corpo lúteo (CL) com uma área >76mm2
(determinada por ultra-sonografia) no Dia 16, receberam no Dia 17 um embrião congelado e
descongelado por transferência direta. Todos os embriões (n=506, Bonsmara) foram grau 1 e
congelados em 1.5 M de etilenoglicol pelo mesmo Centro de Produção (EmbryoPlus, Brits -
África do Sul) e foram descongelados em banho-maria a 30ºC por 30 segundos. As taxas de
prenhezes foram determinadas por ultra-sonografia aos 35 dias da TETF As variáveis analisadas
(regressão logística) foram: estado do embrião, CC da receptora, história reprodutiva da receptora
(vazia a uma TETF prévia ou utilizada pela primeira vez sem história reprodutiva), área do CL
(A: d” 201,06 mm2, B: > 201,06 y <254,5 mm2 y C: e”254,5 mm2), detecção do cio ou não prévia
a TETF (Dias 8 a 11 do tratamento), técnico que realizou a TE, lugar de deposição do embrião
(proximal ao ovário, na curvatura ou na bifurcação) e classificação subjetiva do técnico sobre a
transferência (boa, regular ou má). As variáveis CC, detecção do cio ou não, lugar de deposição
do embrião, classificação da transferência e área do CL não afetaram as taxas de prenhezes
Entretanto, as variáveis foram significativas (P<0,05), como: técnico (A: 133/219, 60,7% vs. B:
148/287, 51,6%); história reprodutiva (vazia na TETF prévia: 24/66, 36,3% vs. sem história:
254/440, 57,7%) e estado do embrião (mórula: 93/142, 65,5% vs. blastocisto inicial 115/207,
55,5% vs. blastocisto: 71/157, 45,2%). Os dados sugerem que a habilidade do técnico, estado do
embrião e a história reprodutiva da receptora são variáveis significativas que devem ter em conta
em programas de TETF.
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
D’Angelo, M.1; Galuppo, A.G.1; Picolomini, M.1; Athayde, C.S.1; Santos, M.1; Pavão, D.L.1;
Genovez, M.E.1; Castro, V.1; Garcia, J.M.2
1
Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Sanidade Animal, Instituto Biológico, Av
Conselheiro Rodrigues Alves, 1252, São Paulo, SP, Brasil; 2Departamento de Medicina
Veterinária Preventiva e Reprodução Animal da FCAV/UNESP-Jaboticabal
andreagalupo@yahoo.com.br
A infecção crônica por Leptospira spp pode levar à problemas reprodutivos como aborto e
infertilidade. Existe pouca informação sobre a possibilidade de infecção de oócitos e embriões
de animais cronicamente infectados. O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência dos
tratamentos com trypsina e antibióticos na inativação de Leptospira spp em blastocistos
descongelados infectados in vitro. Os blastocistos foram descongelados com o kit de soluções de
descongelamento (Cultilab) e mantidos em solução Holding (Cultilab). Eles foram expostos a
10μl da suspensão de bactérias (106 bacterias/mL) por 24h. A suspenção de bactérias foi preparada
com 1mL das amostras cultivada em meio Fletcher (Difco) contendo 10% de soro inativado de
coelho enriquecido com 3% L-asparagina, 1% CaCl2-MgCl2, 1% piruvato de sódio, extrato de
carne e peptona. As amostras também foram cultivadas em meio adicionado de 5-Fluorouracil e
Ácido Nalidixico, usado como meio seletivo. As culturas foram incubadas em aerobiose a 30ºC
por 60 dias. Os blastocistos infectados com 10μl da suspensão de Leptospira spp e os do grupo
controle foram divididos em dois grupos: um submetido ao tratamento com antibiótico e o outro
tratado com trypsina de acordo com protocolo padronizado pela International Embryo Trasnfer
Society (IETS). Os blastocistos infectados após as lavagens foram analisados por cultura de
bactérias e reação em cadeia pela polimerase (PCR). A última gota de lavagem de cada grupo
também foi testada. A cultura de bactéria foi realizada como já descrito acima. A extração do
DNA foi realizada segundo Sambrook et al. (Molecular cloning: a laboratory manual . New
York: Cold Spring Harbor Press, 1989) e para a Reação de polimerase em Cadeia (PCR) empregou-
se o protocolo de Merien et al.( J. Clin. Microbiol., 30: 2219-2224, 1992). Os resultados mostraram
que tanto a cultura de bactérias quanto o PCR apresentaram resultados negativos para o isolamento
da Leptospira spp em todos os grupos experimentais. O mesmo resultado foi encontrado para a
amostra das últimas gotas de lavagem. Nossos resultados mostraram que tanto o tratamento com
trypsina, quanto com antibióticos foram eficientes em inativar/eliminar a Leptospira spp dos
blastocistos. Esses resultados são importantes para auxiliar no desenvolvimento de métodos
mais eficientes de controle de disseminação de patógenos via biotécnicas de reprodução animal
Financial support: CULTILAB
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Sousa, R.V.1,2; Cardoso, C.R.S.3; Butzke, G.3; Franco, M.M.1; Rumpf, R.1
1
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, 70770-900, Brasília-DF, Brasil; 2FAV – UnB,
Brasília-DF, Brasil; 3Guilberth Serviços Veterinários S/C LTDA – CEP:13026-121, Campinas-
SP, Brasil, regiv@cenargen.embrapa.br
Com o aprimoramento das técnicas reprodutivas, a produção de embriões in vivo e in vitro, tem
crescido consideravelmente, aumentando a demanda por metodologia eficaz de identificação do
sexo dos embriões, visando diminuir o uso de embriões sem interesse comercial, adequando o
sistema de produção animal. Este trabalho teve por objetivo testar metodologia otimizada na
EMBRAPA para a identificação do sexo de embriões bovinos utilizando a técnica de PCR (Reação
em Cadeia da Polimerase) em condições de campo. Os embriões (n=545) foram coletados de
animais da raça holandesa, nos estádios de mórula compacta (MC), blastocisto inicial (BI),
blastocisto (BL) e blastocisto expandido (BX), no sétimo dia (D-7) após a inseminação e divididos
em dois grupos. Os embriões do grupo G-1 (n=333) foram submetidos à micromanipulação por
secção para retirada da biópsia, preferencialmente de células do trofoblasto Os embriões biopsiados
foram mantidos em solução de manutenção até o final do processo de identificação do sexo e
então transferidos para receptoras síncronas. Os embriões do grupo G-2 (n=212) foram transferidos
íntegros (controle) para receptoras síncronas. Todas as receptoras foram submetidas à
ultrasonografia aos 35 e 60 dias após as inovulações, para diagnóstico de gestação e confirmação
do sexo, respectivamente. Para a identificação do sexo dos embriões biopsiados, suas respectivas
biópsias foram submetidas à técnica de PCR e eletroforese em gel de agarose. Na reação, foram
utilizados 2 pares de oligonucleotídeos iniciadores (primers), sendo o primeiro específico para o
cromossomo Y e o segundo para gene autossômico (controle da reação capaz de amplificar
seqüência de DNA específica em qualquer amostra bovina). Após a micromanipulação para a
retirada, cada biópsia foi introduzida em microtubo plástico individualizado contendo 8 µL de
solução de lise celular e Proteinase K (Invitrogen© - Germany), que foi mantido à 55ºC por 5
minutos, seguido de 5 minutos à 95ºC. Após essa etapa, foram adicionados aos tubos contendo
as biópsias, 20 µl de solução composta por: primers, dNTPs, tampão de reação e a enzima Taq
DNA polimerase (Kit EMBRAPA). As amostras foram transferidas para termociclador e
submetidas a 40 ciclos de variação de temperatura para a amplificação do DNA. Após a
amplificação por PCR, 20 µl de cada amostra foram aplicados em gel de agarose a 2 % e
submetidos a eletroforese (100v, 40 mA) por cerca de 35 minutos. As bandas foram visualizadas
sobre transiluminador de luz de ultravioleta. A comparação das taxas de gestação entre os grupos
indicaram não haver diferenças significativas na avaliação pelo teste do qui-quadrado, com G-
1=188/333 (56,4%) e G-2= 123/212 (58%). Do total de 95 gestações confirmadas do grupo G-1
e avaliadas por ultrassonografia aos 60 dias após as inovulações, 85 (91,6%) tiveram sexo
coincidente com aquele atestado pela PCR. O resultado deste trabalho indicou que o procedimento
de retirada de biópsia de embriões produzidos in vivo não interfere na viabilidade dos mesmos
aferida pelas taxas de gestação observadas e que a metodologia utilizada para identificação do
sexo dos embriões a campo é viável.
Fonte financiadora: Guilberth Serviços Veterinários S/C LTDA, Campinas-SP, e Embrapa
Recursos Genéticos e Biotecnologia, Brasília-DF, Brasil
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Moino, L.L.¹; Porto, L.P.C.¹; Moraes, F.L.Z.¹; Carvalho, L.M.; Neto, J.D.S.²;
Spegiorin, M.R.; Silva, K.C.; David, F.L.²
¹Matriz - Reprodução Animal- Bauru-SP, Brasil, ² JDSN Veterinária- Avaré- SP, Brasil
llmmedvet@hotmail.com
Diferentes associações de drogas têm sido utilizadas para o controle do desenvolvimento folicular
e da ovulação. Este trabalho tem como objetivo analisar o efeito do momento do início do
tratamento superovulatório (D4 ou D5) na produção de embriões in vivo em vacas Nelore
submetidas ao protocolo P-24. O estudo foi conduzido em uma única propriedade localizada no
município de Andradina, São Paulo, Brasil, durante um período de oito meses (10/2004 a 5/
2005). Duzentas vacas Nelore mantidas a pasto, suplementadas com mineral e escore corporal
variando entre 2,5 e 4,5 (escala 1-5) foram submetidas a 204 sessões de coletas de embriões. O
protocolo (P-24) consiste na colocação de um dispositivo intravaginal contendo P4 (CIDR®; 1,9
g) associada à administração IM de benzoato de estradiol (Estrogin®; 2,5 mg). O início do
tratamento superestimulatório (SOV) variou entre quatro (D4) e cinco (D5) dias após a colocação
do CIDR, com pFSH (Folltropin-V®, dose total = 133 mg IM), administrado em doses decrescentes
(26,6; 19,95; 13,3 e 6,65 mg) duas vezes ao dia (manhã e tarde) durante quatro dias. Nos D6 e
D7, respectivamente, (8:00 h) administra-se PGF2á (Ciosin®; 0,15 mg d-cloprostenol IM) e a
retirada do implante é feita 24 horas mais tarde (D7 e D8). A indução da ovulação é realizada
mediante a aplicação de LH (Lutropin®; 25,0 mg IM) nos D8 e D9. Os animais são inseminados
em tempo pré-fixado, isto é, sem a observação do cio, 12 e 24 horas após a aplicação do LH. As
coletas dos embriões são realizadas 7 dias após a primeira IA. Em cento e três coletas de embriões
(grupo 1- G1) a SOV foi iniciada no D4 do protocolo, foram recuperadas 1477 estruturas totais,
sendo das quais 69,26% (1023/1477) viáveis, 11,50% (170/1477) degeneradas e 19,22% (284/
1477) não fecundadas. Em outras cento e uma coletas (grupo 2- G2) a SOV foi iniciada no D5 do
protocolo produzindo 1310 estruturas totais, sendo 71,22% (933/1310) viáveis, 10,99% (144/
1310) degeneradas e 17,78% (233/1310) não fecundadas. A comparação entre os dois tratamentos
(G1 e G2) foi realizada através do método do ÷². Não houve diferença significativa entre os
tratamentos, ou seja, a antecipação de um dia no início das aplicações de FSH no protocolo de
SOV não alterou as taxas de estruturas viáveis, degeneradas e não fecundadas. Os resultados
sugerem que o momento do início do tratamento superestimulatório não tem efeito sobre a
produção de embriões in vivo em vacas Nelore (Bos indicus) submetidas ao protocolo P-24.
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Matriz - Reprodução Animal- Bauru-SP, Brasil, ² JDSN Veterinária- Avaré- SP, Brasil.
llmmedvet@hotmail.com
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Escola de Medicina Veterinária – UFBA, Salvador-BA, Brasil - paulamev@gmail.com
A seleção e reprodução dos caprinos foi resultado do uso de métodos convencionais de cobertura
e inseminação artificial durante muitos anos, no entanto, a exploração de caprinos vem tomando
proporções cada vez mais importantes, pois a demanda do mercado interno e externo é crescente.
Em sintonia com as novas tendências, tem-se dado ênfase especial às biotecnologias da reprodução,
com a finalidade de proporcionar um incremento na produtividade e um rápido crescimento na
qualidade genética do rebanho. Nas doadoras, além do tratamento de sincronização do estro, a
colheita de embriões é usualmente precedida pela superovulação. Diferentes gonadotrofinas são
utilizadas para a superovulação em caprinos, contudo a resposta superovulatória está sujeita a
grande variação. A imprevisibilidade da resposta ovariana a superovulação, a incerteza do número
de embriões produzidos, qualidade destes, sincronia das receptoras, qualidade e quantidade de
corpos lúteos são, entre outros, aspectos limitantes da contribuição que a transferência de embriões
pode trazer ao melhoramento genético caprino. Resultados de 43 ovulações múltiplas foram
submetidos à análise para estudo da relação entre algumas variáveis envolvidas no processo.
Foram utilizadas doadoras da raça Bôer e o estímulo à superovulação foi realizado mediante
tratamentos diários durante período de 3 dias (D11 a D13) com fontes de hormônio folículo
estimulante Folltropin (Bioniche Animal Health - Canadá) ou Pluset (Calier - IF Serono - Itália).
No grupo que foi utilizado o Folltropin, trabalhou-se com a dosagem de 250 UI, fracionadas em
seis doses decrescentes, administradas a cada 12 horas, por via IM. As doadoras também receberam
duas doses de 1mg de PGF2á (Ciosin - Schering-Plough Coopers - Brasil) cada, por via SBIV,
após 60 e 72h do início da superovulação. No vigésimo primeiro dia após o início do protocolo,
procedeu-se a colheita dos embriões. No grupo que foi utilizado o Pluset, foi realizado o mesmo
protocolo, diferindo a dosagem hormonal utilizada, que foi de 300 UI por doadora. Os embriões
foram colhidos 21 dias após o início do protocolo, através do método transcervical, utilizando o
sistema. Os embriões foram avaliados ao estereomicroscópio com aumento de 40x com auxílio
de micropipeta e classificados quanto ao estágio de desenvolvimento em que se encontravam e à
sua qualidade. Os tratamentos foram comparados através de um delineamento inteiramente
casualizado, onde os grupos experimentais (Folltropin e Pluset) foram considerados tratamentos
e as superovulações as repetições. Para as análises estatísticas das variáveis avaliadas, foi
empregado o pacote estatístico Statistical Analisys System (SAS) – versão 6 (1996). As análises
indicaram que o hormônio superovulatório não influenciou o número de estruturas, de embriões
viáveis, de embriões degenerados, de estruturas não fertilizadas, e a qualidade dos embriões
recuperados. Não houve influência do lado da ovulação em relação à quantidade de corpos lúteos,
do número de coberturas sobre a quantidade de embriões recuperados e da duração da colheita
em relação ao meio residual ou número de estruturas recuperadas, assim como do meio residual
e o número de estruturas recuperadas.
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Escola de Medicina Veterinária – UFBA, Salvador-BA, Brasil – alisboa@ufba.br
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Departamento de Reprodução Animal, FMVZ/USP, São Paulo/ SP, CEP 05508-000, Brasil.
cmmartins@usp.br ; barusell@usp.br
Dez vacas Nelore paridas a 60±12 dias foram divididas homogeneamente em dois grupos: G-
1IATF e G-2IATF. Adotou-se o delineamento experimental cross-over para evitar variação
individual nos resultados. Os animais receberam um dispositivo intravaginal de progesterona
(P4; DIB®, Syntex, Argentina) associado a 2 mg de benzoato de estradiol (BE; Ric BE®, Syntex,
Argentina) no Dia 0. A superestimulação folicular com FSHp (133mg, Folltropin®, Bioniche,
Canadá) teve início no Dia 4 (8 doses decrescentes de 12/12 horas). No dia 6, administrou-se
uma dose de PGF2á (Prolise®, Syntex, Argentina). Os dispositivos de P4 foram removidos 36
horas após a aplicação de PGF2á e o LH (25 mg de LH, Lutropin-V®, Bioniche, Canadá) foi
aplicado 48 horas após a PGF2á (12h após o último FSH). No G-2IATF as vacas receberam 2
inseminações 12 e 24 horas após o tratamento com LH. As vacas do G-1IATF receberam apenas
1 inseminação 16 horas após a aplicação do LH. Todas as vacas do experimento foram inseminadas
com uma única partida de sêmen. Foram realizados exames ultra-sonográficos (PIE MEDICAL
SCANER 200, Netherlands) com intervalos de 12 horas a partir do momento da administração
do LH até 72 horas após, com intuito de avaliar o número de folículos aptos à ovulação (> 8
mm), a taxa de ovulação e o momento das ovulações. As variáveis foram analisadas por ANOVA,
a homogeneidade das variâncias (dispersão do momento das ovulações), pelo teste de Bartlett e
a comparação das proporções pelo teste de Qui-quadrado. Adotou-se nível de significância de
5%. Não foram observadas interações, sendo os efeitos dos tratamentos G-1IATF e G-2IATF,
respectivamente: número de folículos >8mm no momento do LH (16.2±1.4 e 14.8±1.2; P >
0,05), taxa de ovulação (63.8±3.8% e 64.2±4.3%; P > 0,05), intervalo entre a primeira e a última
ovulação (32.4±1.8 e 33.6±1.6h; P > 0,05), estruturas totais (8,2±0,9 e 7,2±0,8; P > 0,05), embriões
Grau 1 (2,0±0,5 e 2,3±0,4; P > 0,05), embriões transferíveis (4,3±0,7 e 4,2±0,6; P > 0,05),
embriões congeláveis (2,9±0,6 e 2,8±0,4; P > 0,05), estruturas não fertilizadas (0,6±0,2 e 0,8±0,2;
P > 0,05), embriões degenerados (3,3±0,9 e 2,2 ±0,3; P > 0,05). De acordo com os resultados
obtidos pode-se observar que não houve diferença significativa na produção de embriões viáveis
quando se utilizou 1 ou 2 inseminações em doadoras Nelore superovuladas e inseminadas em
tempo fixo.
Agradecimentos: Tecnopec
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Departamento de Reprodução Animal, FMVZ/USP, São Paulo/ SP, CEP 05508-000, Brasil.
cmmartins@usp.br; barusell@usp.br
Dez vacas da raça Nelore (Bos indicus) foram divididas em dois grupos: Grupo Benzoato de
estradiol mais Progesterona injetável (G-BE+P4) ou Grupo Benzoato de estradiol (G-BE).
Adotou-se delineamento experimental cross-over para evitar variação individual nos resultados.
Os animais do G-BE+P4 receberam no Dia 0 um dispositivo intravaginal de progesterona (1 g
P4; DIB®, Syntex, Argentina), 2 mg de Benzoato de estradiol (BE; RIC BE®, Syntex, Argentina)
e 50 mg de progesterona injetável (Syntex, Argentina). As vacas do G-BE receberam um
dispositivo intravaginal de P4 associado a 2 mg de BE. A superestimulação folicular foi induzida
com FSH-p (133mg de Folltropin-V®,Bioniche, Canadá) em 8 doses decrescentes de 12/12 horas,
a partir do Dia 4. No Dia 6, administrou-se 150µg de PGF2 (D-cloprostenol; Prolise® Syntex,
Argentina). Os dispositivos de P4 foram retirados 36 horas após a administração de PGF2α, e o
LH (25mg de LH, Lutropin-V®, Bioniche, Canadá) aplicado 48 horas após a PGF2α (12 h após
o último FSH). Foram realizadas duas inseminações artificiais 12 e 24 horas após o LH. A colheita
dos embriões foi realizada no Dia 15. Foram realizados exames ultra-sonográficos (SCANER
200, Pie Medical, Holanda) com intervalos de 12 horas a partir do momento da inserção do
dispositivo até a emergência da nova onda de crescimento folicular. Também, foram realizados
exames ultra-sonográficos com intervalos de 12 horas a partir do momento da administração do
indutor de ovulação até 72 horas após, com intuito de avaliar o número de folículos aptos à
ovulação (> 8 mm), taxa de ovulação e momento das ovulações. As variáveis foram analisadas
por ANOVA, a homogeneidade das variâncias (dispersão do momento das ovulações), pelo teste
de Bartlett e a comparação das proporções pelo teste de Qui-quadrado. Não foram observadas
interações entre as réplicas, sendo os efeitos dos tratamentos BE+P4 e BE, respectivamente:
emergência da onda folicular (3,6±0,2 e 4,0±0,1dias; P > 0,05), variação do dia de emergência
folicular 2,5 a 4,5 vs 3,5 a 4,5 dias; P = 0,08], número de folículos > 8mm no momento do LH
(16,2±1,4 e 18,5±1,1; P > 0,05) taxa de ovulação (69,1±3,6 e 68,1±4,7%; P > 0,05), intervalo
entre a primeira e a última ovulação (32,4±1,8 e 33,6±1,6 horas; P > 0,05), estruturas totais
(7,7±0,8 e 9,2±1,2; P > 0,05), embriões degenerados (0,6±0,2 e 0,8±0,2; P > 0,05), embriões
transferíveis (6,2±0.6 e 7,2±1,1; P>0,05) e embriões congeláveis (5,1±0,7 e 6,3±1,0; P > 0,05).
Os resultados deste experimento são indicativos de que, embora o tratamento com progesterona
injetável tenha sincronizado a emergência da onda folicular, não foi observado efeito do tratamento
na quantidade e na qualidade embrionária em vacas Nelore superovuladas e inseminadas em
tempo fixo.
Agradecimentos: Tecnopec.
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Martins, C.M.1; Torres-Júnior, J.R.S.1; Gimenes, L.U.1; Souza, A.H.1; Baruselli, P.S.1
1
Departamento de Reprodução Animal, FMVZ/USP, São Paulo/ SP, CEP 05508-000, Brasil.
cmmartins@usp.br; barusell@usp.br
Um total de 12 vacas da raça Nelore (Bos indicus) foram divididas aleatóriamente em três grupos
de acordo com o tratamento superestimulatório: eCG (2500UI ou 2000UI) e FSH-100mg (cross-
over). Em dia aleatório do ciclo estral (D0), os animais receberam um dispositivo intravaginal de
progesterona (1 g P4; DIB®, Syntex, Argentina) associado a 2 mg de Benzoato de estradiol (BE;
RIC BE®, Syntex, Argentina). Nos tratamentos com eCG, a superestimulação foi realizada com
a administração de 2500 ou 2000 UI de Novormon®, (Syntex, Argentina) em dose única no Dia
4. No tratamento com FSH, administrou-se 100mg de Folltropin-V® (Bioniche, Canadá) em 8
doses decrescentes de 12/12 horas, a partir do Dia 4. No Dia 6, administrou-se 150 µg de PGF2α
(D-cloprostenol; PROLISE® Syntex, Argentina). Os dispositivos de P4 foram retirados 36 horas
após a administração de PGF2α, e o LH (25mg de LH, Lutropin-V®, Bioniche, Canadá) foi
aplicado 48 horas após a PGF2α. Foi realizada uma única inseminação artificial 16 horas após
a administarção do LH. Foi utilizada a mesma partida de um único touro para cada vaca em todas
as réplica. A colheita dos embriões foi realizada no Dia 15. Para avaliação do número de folículos
aptos à ovulação no momento da aplicação do LH, a taxa de ovulação e o momento das ovulações
foram realizados exames ultra-sonográficos (ALOKA SSD 900, Japan) com intervalos de 12
horas a partir do momento da administração do LH até 72 horas após. As variáveis foram analisadas
por ANOVA, a homogeneidade das variâncias (dispersão do momento das ovulações), pelo teste
de Bartlett e a comparação das proporções pelo teste de Qui-quadrado. Adotou-se nível de
significância de 5%. Não foram observadas interações entre as réplicas, sendo os efeitos dos
tratamentos eCG-2500UI; eCG-2000UI e FSH-100mg, respectivamente, para: número de
folículos >8mm no momento do LH (24,4±3,9a; 18,4±2,9ab e 11,2±2,7b), taxa de ovulação [97/
293 (33,1%)b; 129/221 (58,4%)a e 89/135 (65,9%)a], momento da ovulação (43,0±11,3ªx;
39,8±10,2abxy e 39,0±8,9by horas; x ‘“ y, teste de Bartlett], taxa de recuperação [71/97 (73,2%);
91/129 (70,5%) e 69/89 (77,5%)], estruturas totais (5,9±1,0; 7,6±1,0 e 5,7±1,4), embriões Grau
1 (3,4±0,7; 5,8±0,9 e 3,5±0,7), embriões degenerados (0,4±0,2; 0,0±0,00 e 0,4±0,2), embriões
transferíveis (4,4±0,7; 6,9±1,0 e 4,6±0,9) e embriões congeláveis (3,8±0,7b; 6,7±1,0a e 4,2±0,8ab).
Os resultados são sugestivos de que a eCG pode ser efetiva para produção de embriões em vacas
Nelore. Entretanto, verificou-se efeito dose/dependente para o número de folículos que
responderam a superestimulação e para a taxa de ovulação. O tratamento com 2000UI de eCG
produziu número semelhante de embriões transferíveis e congeláveis comparado ao grupo tratado
com FSH, mostrando ser uma alternativa viável para programas de TE com inseminação artificial
em tempo fixo em zebuínos.
Agradecimentos: Tecnopec
s527
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Departamento de Reprodução Animal, FMVZ/USP, São Paulo/ SP, CEP 05508-000, Brasil.
cmmartins@usp.br; barusell@usp.br
Vacas da raça Nelore (Bos indicus), n=10, foram submetidas a manejo extensivo, sendo divididas
em dois grupos de acordo com o indutor de ovulação: Grupo LH, ou Grupo GnRH (cross-
over). A hipótese do presente experimento é de que o GnRH apresenta eficiência semelhante ao
LH em protocolos de superovulação com IATF. Os animais receberam um dispositivo intravaginal
de progesterona (1 g P4; DIB®, Syntex, Argentina) associado a 2 mg de Benzoato de estradiol
(BE; RIC BE®, Syntex, Argentina) no Dia 0. No dia 4, iniciou-se a superestimulação folicular
com 133mg de Folltropin-V® (Bioniche, Canadá) em 8 doses decrescentes de 12/12 horas. No
Dia 6, administrou-se 150 µg de PGF2α (D-cloprostenol; PROLISE® Syntex, Argentina). Os
dispositivos de P4 foram removidos 24 horas após a administração de PGF2α, e os indutores de
ovulação, LH (25mg de LH, Lutropin-V®, Bioniche, Canadá) ou GnRH (1mg Lecirelina,
GESTRAN® Syntex, Argentina), aplicados 48 horas depois da PGF2α. Foram realizadas duas
inseminações 12 hs e 24 horas após a aplicação do indutor de ovulação, sendo utilizada mesma
partida de um único touro para cada vaca/réplica. A colheita dos embriões foi realizada no Dia
15. Foram realizados exames ultra-sonográficos (PIE MEDICAL SCANER 200, Netherlands)
com intervalos de 12 horas a partir do momento da administração do indutor de ovulação até 72
horas após, com intuito de avaliar o número de folículos aptos à ovulação (> 8 mm), a taxa de
ovulação e o momento das ovulações. As variáveis foram analisadas por ANOVA, a comparação
de médias pelos testes de Tukey e Qui-quadrado e, a homogeneidade das variâncias (dispersão
do momento das ovulações), pelo teste de Bartlett, com nível de significância de 5%. Não foram
observadas interações, sendo os efeitos dos tratamentos Grupo LH e Grupo GnRH,
respectivamente: folículos > 8mm no momento da administração do indutor de ovulação (10,9±0,5
e 10,4±0,8; P > 0,05) taxa de ovulação [73,1% (76/104) e 77,1% (84/109); P > 0,05], intervalo
entre administração do indutor e ovulação (28,8±2,0 e 32,4±1,8h; P > 0,05), estruturas totais
(5,9±0,3 e 6,0±0,5;P > 0,05), embriões Grau 1 (5,0±0,4 e 3,9±0,5; P = 0,06), embriões degenerados
(0,4±0,2 e 0,1 ±0,1; P > 0,05), embriões transferíveis (5,5±0,3 e 5,2±0,3; P > 0,05), embriões
congeláveis (5,4±0,3 e 4,8±0,4; P > 0,05) e estruturas não fertilizadas (0.0 ± 0.0 e 0.7 ± 0.3;
P=0,02). O Grupo LH apresentou numericamente (tendência estatística) maior número de embriões
grau 1 e menor número de estruturas não fertilizadas, apesar de não se verificar diferenças na
quantidade de embriões congeláveis (grau 1 e 2) e transferíveis (grau 1,2 e 3, IETS, 1998). De
acordo com os resultados não houve diferença significativa na produção de embriões congeláveis
e transferíveis quando se empregou GnRH ou LH como indutores de ovulação para doadoras
Nelore (Bos indicus) em protocolos de superovulação com inseminação artificial em tempo fixo.
No entanto, o tratamento com LH proporcionou menor número de estruturas não fertilizadas e
maior número de embriões grau 1.
Agradecimentos: Tecnopec.
s528
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Departamento de Reprodução Animal, FMVZ/USP, São Paulo/ SP, CEP 05508-000, Brasil.
cmmartins@usp.br ; barusell@usp.br
Vacas da raça Nelore (Bos indicus; n=20) foram divididas em dois grupos de acordo com o
momento da aplicação do LH [48 horas (G-LH48) ou 60 horas (G-LH60) após a administração
de prostaglandina]. Adotou-se o delineamento experimental cross-over para evitar a influência
individual dos animais sobre os resultados. As vacas receberam, em dia aleatório do ciclo estral,
um dispositivo intravaginal de progesterona (1 g P4; DIB®, Syntex, Argentina) associado a 2 mg
de Benzoato de estradiol (BE; RIC BE®, Syntex, Argentina) no Dia 0. A superovulação foi induzida
com FSH-p (100mg de Folltropin-V®, Bioniche, Canadá) em 8 doses decrescentes de 12/12
horas, a partir do Dia 4. No Dia 6, administrou-se 150 µg de PGF2α (D-cloprostenol; Prolise®
Syntex, Argentina). Os dispositivos de P4 foram retirados 36 horas após a administração da
PGF2α, e a aplicação do LH (25mg de LH, Lutropin-V®, Bioniche, Canadá) foi realizada 48 (G-
LH48) ou 60 (G-LH60) horas após a PGF2α. Foram realizadas duas inseminações 12 hs e 24
horas após a aplicação do LH. Foi utilizada a mesma partida de um único touro para cada vaca/
réplica. A colheita dos embriões foi realizada no D15. Foram realizados exames ultra-sonográficos
(PIE MEDICAL SCANER 200, Netherlands) com intervalos de 12 horas a partir do momento da
administração do LH até 72 horas após para avaliar o número de folículos aptos à ovulação no
momento da aplicação do LH, taxa de ovulação e momento das ovulações. . As variáveis foram
analisadas por ANOVA, a homogeneidade das variâncias (dispersão do momento das ovulações),
pelo teste de Bartlett e a comparação das proporções pelo teste de Qui-quadrado. Adotou-se o
nível de significância de 5%. Não foi observada diferença estatística (P > 0,05) nas seguintes
variáveis analisadas para LH48 e LH60 respectivamente: número de folículos >8mm no momento
do LH (12.5±1.5 e 9.4±1.0), e taxa de ovulação (71.0±4.2 % e 64.6±4.0%). No entanto, para as
seguintes variáveis verificou-se diferença estatisticamente significativa (P < 0,05). Intervalo entre
a primeira e a última ovulação (15,0±2,1a e 21,0±1,7b h) ,estruturas totais (7,5±1,0a e 5,1±0,5b),
embriões degenerados (0,6±0,3a e 1,5±0,3b), embriões transferíveis (6,2±1,0a e 3,1±0,5b) e
embriões congeláveis (5,9±0,9a e 2,5±0,5b). De acordo com os resultados pode-se observar que
o atraso de 12 horas na aplicação do LH em protocolos de superovulação com inseminação
artificial em tempo fixo reduziu a produção e a qualidade dos embriões em doadoras Nelore.
(Agradecimentos: Tecnopec
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Departamento de Reprodução Animal, FMVZ/USP, São Paulo/ SP, CEP 05508-000, Brasil.
cmmartins@usp.br
Um total de 12 vacas Nelore paridas (> 90 dias), mantidas em sistema de pastejo foram divididas
em três grupos : 4,5 mg; 6,0 mg e 9,0 mg de FSH ovino (FSH; Ovagen®, ICPbio, New Zealand),
adotando-se o delineamento cross-over. Os animais receberam dispositivo intravaginal de
progesterona (P4; DIB®, Syntex, Argentina) mais 2 mg de benzoato de estradiol (BE; Ric BE®,
Syntex, Argentina). A superestimulação teve início do dia 4 do protocolo, com o FSH sendo
administrado em 8 doses decrescentes de 12/12 horas. No dia 6, administrou-se uma dose de
PGF2á (Prolise®, Syntex, Argentina). Em relação a prostaglandina, os dispositivos de P4 foram
removidos 36 horas após e o LH (25 mg de LH, Lutropin-V®, Bioniche, Canadá) 48 horas após.
As inseminações foram realizadas 12 e 24 horas após o LH utilizando mesma partida de um
único touro. A colheita dos embriões foi relizada no dia 15. As variáveis foram analisadas por
ANOVA, a comparação de médias pelos testes de Tukey e Qui-quadrado e, a homogeneidade das
variâncias (dispersão do momento das ovulações), pelo teste de Bartlett, ao nível de significância
de 5%. Não foram observadas interações, sendo os efeitos dos tratamentos 4,5 mg; 6,0 mg e 9,0
mg, respectivamente: taxa de ovulação (69.2±6.8); (68.9±5.2) e (73.6±4.6), estruturas totais
(3.8±0.9 b); (7.7±1.5 a) e (9.6±1.5 a), embriões Grau 1 (1.9±0.5 b), (4.7±1.2 a) e (4.7±1.4 a),
embriões degenerados (0.8±0.3), (0.5±0.3) e (0.5±0.2), embriões transferíveis (3.1±0.8 b),
(6.7±1.4a) e (7.9±1.3 a) e embriões congeláveis (2.8±0.7 b), (6.1±1.3 a) e (7.1±1.4a). De acordo
com os resultados obtidos, a dose de 4,5 mg de FSH ovino proporcionou decrécimo na produção
de embriões transferíveis, não foi observado diferença significativa com relação a produção
embrionária entre os grupos 6 mg e 9 mg de FSH ovino, mostrando que a utilização de dois
terços da dose recomendada é uma alternativa viável para programas de TE com inseminação
artificial em tempo fixo em zebuínos.
Agradecimentos: Tecnopec
s530
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Médico Veterinário Autônomo, Resende/ RJ; 2Departamento de Reprodução Animal, FMVZ/
USP, São Paulo/ SP, CEP 05508-000, Brasil. herbertvet@bol.com.br, barusell@usp.br
Um total de 9 vacas Girolando (1/2 sangue Bos taurus, 1/2 sangue Bos indicus) paridas, foram
divididas em dois grupos: Grupo LH48 e Grupo LH60 (cross-over). Os animais receberam
dispositivo intravaginal de progesterona (P4; DIB®, Syntex, Argentina) e 2 mg de benzoato de
estradiol (BE; Estrogin®, Farmavet, Brasil) no Dia 0. A superestimulação folicular foi realizada
com 500 UI de FSH (Pluset®, Calier, Espanha) em 8 doses decrescentes de 12/12 horas, a partir
do Dia 4. No Dia 6, administrou-se uma dose de PGF2α (Prolise®, Syntex, Argentina). Os
dispositivos de P4 foram retirados 36 horas após a administração da prostaglandina e o LH (25mg
de LH, Lutropin-V®, Bioniche, Canadá) foi administrado 48 (LH48) ou 60 (LH60) horas após a
PGF2α. As inseminações foram realizadas 12 e 24 horas após o LH utilizando mesma partida de
um único touro. A colheita dos embriões foi realizada no Dia 15. Para a análise utilizaram-se os
testes de Anova e Qui-quadrado. Não houve interação entre as variáveis, sendo os efeitos principais
para os tratamentos LH48 vs LH60, respectivamente: estruturas totais (6,1±1,5 vs 7,3±2,1;
p>0,05), embriões Grau 1 (1,3±0,6 vs 1,1±0,6; p>0,05), embriões transferíveis (2,7±0,9 vs 4,4±1,2;
p>0,05), embriões congeláveis (2,1±0,7 vs 1,8±0,8; p>0,05), estruturas não fertilizadas (1,0±0,4
vs 0,250,25; p>0,05) e embriões degenerados (2,7±1,7 vs 2,3±0,9; p>0,05). Não houve efeito
do momento da administração de LH (LH60) sobre o número embriões Grau 1, transferíveis e
congeláveis. Os resultados são sugestivos de que a administração de LH 60 horas após a PGF2α
não interfere na produção de embriões de vacas mestiças em lactação superovuladas e inseminadas
artificialmente em tempo fixo.
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Fleury Reprodução Equina – São Jose do Rio Pardo- SP, 13720-000, Brasil.2 Departamento
de Reprodução Animal e Radiologia Veterinária - UNESP-Botucatu/SP, 18618-000-Brasil
gutalonso@gmail.com
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Machado, R.1; da Silva, J.C.B.2,3; Barbosa, R.T.1; Niemeyer, C.4; Binelli, M.4
1
Embrapa Pecuária Sudeste, 13560-970, São Carlos, SP, 2 Fazenda Cardinal, Mococa, SP,
3
Embryolife, Ouro Fino, MG, 4CBRA-VRA-FMVZ-USP, 13635-900, Pirassununga, SP.
binelli@usp.br
s533
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Departamento de Produção Animal – FMVZ-UNESP, Botucatu-SP, 18618-000, Brasil.
2
Cenatte Embriões, Caixa Postal 64, Pedro Leopoldo-MG, 33600-000, Brasil.
vasconcelos@fca.unesp.br
s534
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Resumos:
Transferência Nuclear e Transgênese
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
s536
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Yamazaki, W.1; Perecin, F.1; Braga, F.C.2; Méo, S.C.3; Biase, F.H.4; Tarouco, A.K.5;
Ferreira C.R.1; Merighe, G.K.F.5; Meirelles, F.V.5; Garcia, J.M.1
1
DMVPRA-FCAV-UNESP, Jaboticabal-SP, Brasil. 2FMVZ-USP, São Paulo-SP, Brasil.
3
CPDGRA-IZ, APTA/SAA, Nova Odessa-SP, Brasil. 4RGE-FMRP-USP, Ribeirão Preto-SP,
Brasil. 5ZAB-FZEA-USP, Pirassununga-SP, Brasil. wyamazaki@yahoo.com
Os principais entraves à aplicação em larga escala da transferência nuclear (TN) são a baixa
eficiência da técnica e a elevada incidência de alterações durante o desenvolvimento pré e pós-
natal dos animais clonados. Além disso, o índice de sucesso é cerca de 123% superior na TN de
machos. Como a intensa manipulação de oócitos e embriões durante os procedimentos de TN,
maturação e cultivo in vitro pode afetar o imprinting genômico (Young e Fairburn, Theriogenology,
53:627, 2000), o presente trabalho teve por objetivo estimar a freqüência dos transcritos dos
genes imprinted IGF2 (expressão paterna), H19 e IGF2r (expressão materna) em placentônios
(carúncula e cotilédone) de animais clonados e animais controle (monta natural), que se
desenvolveram a termo. Placentônios de 15 animais clonados (6 machos e 9 fêmeas) e de 3
animais controle foram coletados logo após o nascimento (cesariana) e armazenados em nitrogênio
líquido. A extração de RNA foi realizada com Trizol, segundo protocolo do fabricante. Para a
transcrição reversa utilizou-se 1μg de RNA total em reação de 20μL (42ºC/50min, 70ºC/15min)
contendo tampão 1X RT (Invitrogen), oligo(dT) (5mmol/L), dNTPs (1,25mmol/L), RNAse OUT
(40UI – Invitrogen) e Superscript II (200UI - Invitrogen). As amplificações dos genes IGF2,
H19, IGF2r e GAPDH (controle endógeno) foram realizadas em duplicata utilizando equipamento
de PCR em tempo real (ABI Prism 7500 System) em reação de 20μL (50ºC/2min, 95ºC/10min,
45 ciclos 95ºC/30s + 60ºC/1min) contendo 40ng de cDNA, 1X Power SYBR Green PCR Master
Mix (Applied Biosystems) e oligonucleotídeos iniciadores (0,2μM IGF2; 0,25μM H19; 0,5μM
IGF2r e 0,6μM GAPDH). As eficiências de cada reação foram determinadas a partir da regressão
linear do logaritmo da fluorescência por ciclo durante a fase exponencial de amplificação e as
eficiências médias de cada gene foram utilizadas para calcular sua expressão relativa, de acordo
com Pfaffl et al. (Nucleic Acids Res., 30:e36, 2002). Correlações entre os níveis de expressão
relativa das amostras foram calculadas. Em relação ao controle, as placentas de animais clonados
apresentaram redução de 42,9% na expressão relativa para o IGF2 (P<0,055) e 41,5% para o
H19 (P<0,039). A correlação H19-IGF2 foi de 0,96 (P<0,001), IGF2r-H19, 0,63 (P<0,01) e
IGF2r-IGF2, 0,62 (P<0,012). Quando comparadas aos clones machos, as placentas dos clones
fêmeas apresentaram redução de 72,6% na freqüência dos transcritos de H19 (P<0,001). Nossos
resultados indicam que mesmo em animais clonados com desenvolvimento a termo, ocorre
reprogramação nuclear incompleta de genes imprinted IGF2 e H19 na placenta, as quais podem
influenciar a mortalidade pós-natal. A menor taxa de expressão relativa do gene H19 nas placentas
das fêmeas clonadas sugere que a reprogramação de alguns genes possa ser influenciada pelo
sexo.
Suporte financeiro: FAPESP Proc. nº03/12352-7 e 02/03033-2
s537
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Feitosa, W.B.; Rocha, A.M.; Mendes, C.M.; Goissis, M.D.; Nicacio, A.C.;
Gonçalves, J.S.A.; Visintin, J.A.; Assumpção, M.E.O.A.
Departamento de Reprodução Animal, FMVZ – USP, São Paulo, SP, Brasil, wfeitosa@usp.br
A cinética da interação dos espermatozóides com o DNA exógeno tem sido um dos mecanismos
estudados para melhor compreensão e aplicação da transferência gênica mediada por
espermatozóides. A quantidade de DNA associada ao espermatozóide é proporcional ao tempo
de incubação. Contudo, grande quantidade de DNA exógeno, associado ou internalizado, pode
ativar as endonucleases, provocando degradação do DNA exógeno e/ ou endógeno por um processo
semelhante à apoptose. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do tempo de incubação dos
espermatozóides com moléculas de DNA exógeno na indução da apoptose, necrose ou necrose
inicial e/ou apoptose tardia. Foram incubados 5 x 106 espermatozóides/ml por 60, 90 e 120
minutos com ou sem 500ng de DNA exógeno (pEYFP-Nuc - Clontech). Após a incubação, o
sêmen foi lavado com 3 ml de PBS sem cálcio e magnésio e centrifugado a 200g por 5 minutos.
Foram diluídos 1 x 106 espermatozóides em 1ml de PBS sem cálcio e magnésio e adicionados
2ì l de Yo-pro (100ì M), sendo incubados por 20 minutos a temperatura ambiente. Após este
período, foram adicionados 10ì l de IP (6ì M) e incubados a temperatura ambiente por 10 minutos.
Ao término da incubação, as amostras foram imediatamente analisadas no citômetro de fluxo.
Os dados foram analisados pelo MINITAB Realease, 14, Statistical Software (Pennsylvania,
EUA). Após verificação da homogeneidade dos resíduos e distribuição das variáveis, os dados
foram submetidos à análise de variância e comparados pelo teste Tukey (p<0,05). Em relação à
média de espermatozóides vivos, com ou sem DNA exógeno, não foram observados efeitos da
adição de DNA e do tempo de incubação aos 60 (68,5±6,5 e 68,8±4,9), 90 (57,5±10,3 e 59,57±8,1)
e 120 (46,4±8,3 e 51,9±2) minutos. O mesmo foi observado nos índices de espermatozóides em
apoptose, incubados com ou sem DNA exógeno, aos 60 (11,7±2 e 10,1±2,2), 90 (11,5±2,1 e
10,7±2,5) e 120 (17,9±4,5 e 18,8±6) minutos e em necrose aos 60 (2,9±1,7 e 4,1±1,4), 90 (3,5±1,4
e 4±0,7) e 120 (2,5±1,7 e 5,3±3,2) minutos. Entretanto, com relação aos índices de espermatozóides
em necrose inicial e/ou apoptose tardia, embora não tenha sido observado efeito da adição do
DNA exógeno, foi observado efeito do tempo de incubação aos 60 (16,9±2,9 e 16,9±2,9), 90
(27,5±7 e 25,7±6) e 120 (33,3±3,9 e 23,9±7,2). Conclui-se que a adição de DNA exógeno não
afeta a média de espermatozóides vivos, em apoptose, em necrose e em necrose inicial e/ou
apoptose tardia, mas o tempo de incubação induz necrose inicial e/ou apotose tardia nos
espermatozóides.
Suporte FAPESP Processos nº 03/07456-8 e 03/10234-7
s538
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Feitosa, W.B.; Avanzo, J.L.; Mendes, C.M.; Goissis, M.D.; Nicacio, A.C.;
Delboni, C.C.; Visintin, J.A.; Assumpção, M.E.O.A.
Departamento de Reprodução Animal, FMVZ – USP, São Paulo, SP, Brasil, wfeitosa@usp.br
Os relatos da literatura referentes à cinética da interação do DNA exógeno com células espermáticas
são contraditórios. Enquanto alguns autores observaram aumento na quantidade de DNA exógeno
associado aos espermatozóides ao longo da incubação, outros autores relataram que este aumento
ocorreu rapidamente no início da incubação, seguido de uma fase platô. Deste modo, o objetivo
deste trabalho foi avaliar o efeito do tempo de incubação dos espermatozóides com moléculas de
DNA exógeno sobre o índice de transfecção. Para tal, 5 x 106 espermatozóides/ml foram incubados
com 500ng do plasmídeo pEYFP-Nuc (Clontech) por 60, 90 e 120 minutos. Após a incubação,
os espermatozóides foram submetidos à eletroforese em gel de agarose 2,5% em tampão TBE 1x
à 100V, para separar os espermatozóides das moléculas de DNA exógeno livres, evitando falsos
positivos. Após a eletroforese, os espermatozóides foram centrifugados a 200g por 5 minutos em
PBS sem cálcio e magnésio e o DNA extraído pelo método fenol clorofórmio. Para quantificar
os plasmídeos associados às células espermáticas foi efetuada a PCR quantitativa em tempo real
(Real time PCR) (ABIPrism® 7000 Sequence Detection System - Applied Biosystems, Darmstad,
Alemanha), utilizando o Platinum® SYBR® Green qPCR supermix – UDG com ROX (Invitrogen,
Califórnia, EUA). Em cada reação foram adicionados 12,5μl de Platinum® SYBR® Green; 0,5μl
de ROX; 5,6μl de H2O ultrapura livre de DNase; 5μl de amostra (1ug); 0,7μl do primer senso
(5’-ATGGCCGACAAGCAGAAGAAC-3’) e 0,7μl do primer anti-senso (5’-
TGCCGTCCTCGATGTTGTG-3’) na concentração de 500nM cada. A amplificação foi realizada
com 40 ciclos a 95°C por 15 segundos e 64°C por 1 minuto. Para análise da curva padrão e
confecção da equação da reta com a qual as amostras foram comparadas, a mesma reação foi
realizada com o plasmídeo pEYFP-Nuc nas concentração de 25; 2,5; 0,25; 0,025 e 0,0025ng. Os
dados foram analisados pelo programa MINITAB Realease, 14, Statistical Software (Pennsylvania,
EUA). Previamente foram verificados a homogeneidade e a distribuição dos dados. Após
atenderem estas premissas estatísticas, os dados foram submetidos à análise de variância e
comparados pelo teste Fisher´s (p<0,05). A equação da reta formada pela amplificação do pEYFP-
Nuc nas concentrações de 25; 2,5; 0,25; 0,025 e 0,0025 apresentou eficiência de R2 = 0,9987,
onde R2 igual a 1 significa 100% de eficiência. A quantidade de DNA exógeno associado aos
espermatozóides variou durante a incubação. Aos 120 minutos de incubação observou-se maior
quantidade de DNA exógeno associado aos espermatozóides (0,0092ng), diferindo dos 90
(0,0054ng) e 60 minutos (0,0066ng). Conclui-se que o aumento no tempo de incubação aumenta
a quantidade de DNA exógeno associado aos espermatozóides.
Suporte FAPESP Processos nº 03/07456-8 e 03/10234-7
s539
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Simões, R.; Binelli, M.; Milazzotto, M.P.; Feitosa, W.B.; Nicacio, A.C.;
Mendes, C.M.; Visintin, J.A.; Assumpção, M.E.O.A.
A introdução de DNA exógeno nas células de animais domésticos e a sua integração nas células
germinativas são de grande valia para a agropecuária e para as indústrias de xenotransplantes,
biorreatores e farmacêutica. Existem diversos métodos para produzir animais transgênicos,
entretanto, quando se trata de bovinos, estes métodos oferecem baixa repetibilidade, alto custo e
baixa eficiência de integração do transgene. Para contornar estas dificuldades, espermatozóides
podem ser utilizados como vetores de DNA exógeno (TGME). Esta tecnologia permite carrear
DNA exógeno para o oócito no momento da fecundação, uma vez que existe uma ligação
espontânea entre espermatozóide e DNA exógeno, não necessitando de equipamentos caros e
nem de mão de obra especializada. O objetivo deste estudo foi comparar a eficiência de quatro
métodos de TGME (eletroporação, lipofecção, capacitação espermática induzida pelo cálcio
ionóforo - CaI e incubação espermática) na PIV de embriões bovinos transgênicos, para estabelecer
o melhor protocolo de incorporação do DNA exógeno no espermatozóide. Oócitos provenientes
de vacas de abatedouro foram maturados in vitro no meio TCM199 + 10%SFB + FSH + hCG +
E2 + piruvato e gentamicina à 39oC, 5%CO2 em ar e alta umidade, por 24hs. Após a separação
por gradiente Percoll (45/90%) a 600g por 30min, os espermatozóides foram lavados no meio
Talp sêmen (200g/5min). Do sedimento, 5X106 espermatozóides foram destinados aos grupos
experimentais: eletroporação (500V), lipofecção (Lipofectene®, Qiagen, Canadá), capacitação
espermática (250nM de CaI por 5 minutos e incubação com o DNA exógeno por 1 hora) ou
incubação espermática (1 hora). O DNA exógeno utilizado foi o EYFP (Clonetech, USA), na
concentração de 500ng/ml. Oócitos inseminados com espermatozóides não tratados foram usados
como grupo controle. Para a fecundação in vitro, microgotas contendo 20 oócitos maturos foram
inseminadas com 100.000 espermatozóides por 18hs. Os presumíveis zigotos foram co-cultivados
em meio SOFaa em monocamada de células da granulosa a 39oC, 5% CO2 em ar e alta umidade.
Os índices de blastocisto foram analisados por ANOVA. Os embriões dos grupos experimentais
e do controle foram destinados à PCR para detecção do EYFP internalizado, utilizando par de
primers desenhado especificamente para este DNA exógeno, sendo positivo os embriões que
após eletroforese apresentaram fragmento de 440pb. Os fragmentos de 440pb dos embriões
positivos foram seqüenciados para comprovar se correspondiam ao EYFP. Os tratamentos por
eletroporação (17,95%) e capacitação espermática (15,12%) mostraram ser mais eficiente na
produção de embriões positivos para o EYFP quando comparados à lipofecção (6,25%). A
incubação espermática (12,5%) não apresentou diferença significante em relação aos demais
grupos. O sequenciamento dos produtos de PCR positivos para o EYFP demonstrou 100% de
homologia com os nucleotídeos do EYFP depositados no GenBank. Em conclusão, é possível
utilizar espermatozóides como vetores de DNA exógeno para produção in vitro de embriões
bovinos transgênicos.
Suporte financeiro: FAPESP 03/08542-5 e 03/07456
s540
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Milazzotto, M.P.1; Feitosa, W.B.1; Strauss, B.E.2; Bajgelman, M.C.2; Simões, R.1;
Martins, L.F.1; Assumpção, M.E.O.A.1; Visintin, J.A.1
1
Departmento de Reprodução Animal–Universidade de São Paulo/Brasil. 2Instituto do
Coração-Hospital das Clínicas-São Paulo/Brasil. mazamila@hotmail.com
A miostatina é uma proteína que atua como regulador negativo do crescimento do músculo
esquelético. Durante a embriogênese, é expressa pelas células musculares esqueléticas em
desenvolvimento e regula o número final de fibras musculares, tornando-se importante alvo para
estudo do desenvolvimento de animais de produção. O knockdown da miostatina durante a
embriogênese pode representar importante ferramenta no controle do desenvolvimento muscular
em bovinos da raça Nelore. Os small interfering RNAs (siRNAs) são pequenas moléculas de
RNA que se ligam ao RNAm com seqüência complementar para sua degradação via processo
denominado interferência de RNA, sendo nova opção para essa manipulação genética. Estas
moléculas têm sido utilizadas para geração de animais transgênicos apresentando knockdown de
genes de interesse. No entanto, siRNAs precisam ser constantemente carreados ou produzidos
nas células. Neste trabalho, foi sintetizado um oligonucleotídeo codificando uma estrutura em
forma de grampo (shRNA). Este shRNA possui um sinalizador poli(T) no final, uma seqüência
em forma de alça no meio e uma estrutura principal de 19 nucleotídeos derivada do RNAm da
miostatina. Este oligonucleotídeo foi inserido num vetor de expressão lentiviral cuja expressão
foi dirigida pelo promotor U6 de camundongo seguido pelo promotor da ubiquitina C,
direcionando a expressão do gene da GFP. Oócitos oriundos de abatedouro foram maturados in
vitro e após a remoção das células do cumulus, foram microinjetados no espaço perivitelínico
lentivirus carreando este vetor de expressão (2.5x106UI/mL). Oócitos maturos não microinjetados
foram utilizados como controle. Após a microinjeção, os oócitos foram fecundados in vitro por
18hs e cultivados em meio SOFaa com monocamada de células da granulosa por 9 dias a 38º.C
e 5%CO2 em ar. Após 4 dias de cultivo, os embriões foram avaliados por microscopia de
epifluorescência, sendo considerados positivos os que emitiram fluorescência verde quando
expostos ao filtro apropriado. Dos 65 oócitos microinjetados, 95,38% clivaram (62), 78,41%
(51) emitiram fluorescência verde, e 44,61% atingiram o estádio de blastocisto. Após a eclosão,
somente 3,07% (2) continuaram emitindo fluorescência. Com relação ao grupo controle, 93,84%
(61/65) clivaram, 38,46% (25/65) atingiram o estádio de blastocisto e nenhum emitiu
fluorescência. Os resultados demonstraram que vetores lentivirais carreando shRNA para
knockdown do gene da miostatina é uma opção nova e eficiente para produção de embriões
transgênicos, visando aumento da massa muscular.
Suporte financeiro: FAPESP projeto 03/00156-9
s541
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Bressan, F.F.1; Braga, F.C.2; De Bem, T.H.C.3; Merigue, G.K.3; Miranda, M.3;
Mesquita, L.G.3; Meirelles, F.V.3
1
Departamento de Reprodução Animal – FMVZ/USP, Pirassununga-SP, Brasil. 2Departamento
de Cirurgia e Anatomia – FMVZ/USP, São Paulo-SP. 3Departamento de Ciências Básicas –
FZEA/USP – Pirassununga-SP, Brasil. fabianabressan@usp.br
Linhagens celulares geneticamente modificadas podem ser utilizadas para a produção de animais
transgênicos. A produção de tais linhagens, porém, demanda além de manipulação, um tempo de
cultivo adicional em relação àquele dispendido com as linhagens celulares não-transgênicas.
Pretendeu-se neste trabalho caracterizar aspectos moleculares e fisiológicos do crescimento das
células modificadas geneticamente durante seu cultivo, comparando-os com células controle.
Foi testada a hipótese de a introdução do material genético estranho ao genoma celular alterar a
fisiologia do crescimento da célula e o potencial de manutenção da viabilidade celular ao longo
das passagens in vitro. Para tal, utilizou-se a técnica citogenética de cariotipagem para a análise
da anormalidade numérica cromossomal, o Ensaio Cometa para a verificação da fragmentação
nuclear, análise da proporção de transcritos dos genes Bax e Bcl2 e da intensidade de potencial de
membrana mitocondrial para a detecção da apoptose. Células expressando GFP foram
descongeladas na 11ª passagem (11ª p) e mantidas em cultivo até a 20ª p. Já as células controle
foram cultivadas desde sua 4ª p até a 20ª p, para o acompanhamento das fases iniciais de cultivo.
Considerou-se baixas passagens aquelas compreendendo até a 9ª p, e portanto foi somente avaliado
nas células controle; médias passagens entre a 14ª e 16ª e altas passagens entre 19ª e 21ª. Para a
análise da cariotipagem analisou-se 30 metáfases de células controle em altas e em baixas
passagens e de células transgênicas em altas passagens. Não houve diferença na porcentagem de
células apresentando anormalidade cromossomal (P>0,05). Quanto à fragmentação de DNA, os
grupos GFP em alta passagem e controle em baixa passagem não apresentaram diferença,
entretanto o grupo controle em alta passagem apresentou maior taxa de fragmentação (P<0,05).
O potencial de membrana mitocondrial foi investigado através da coloração com o reagente
MitoTracker RedTM. Cincos grupos foram comparados (baixa, média e alta passagem relativas às
células controle e média e alta passagem relativas às células expressando GFP) e não foi observada
diferença (P=1). A expressão dos genes Bax e Bcl2 nas células controle apresentou uma tendência
à diminuição da apoptose ao longo das primeiras passagens (4ªp à 12ªp), possivelmente explicado
pela adaptação das células ao ambiente in vitro. Considerando a evolução do cultivo, entre as
passagens médias e altas houve uma tendência ao aumento da resposta pró-apoptótica. Entretanto,
tais tendências não foram explicitamente observadas nas células GFP, que apresentaram um
aumento na razão Bax/Bcl2 nas passagens médias, seguido de uma pequena diminuição em altas
passagens. O tempo de cultivo in vitro pode ter influenciado estes resultados, uma vez que durante
o experimento o grupo controle permaneceu em cultivo por 17 passagens e as células transgênicas
por 10 passagens. Conclui-se que há diferenças no comportamento do cultivo quando comparadas
células controle e GFP e também quando comparadas diferentes passagens. Tais diferenças não
são relacionadas com anormalidades no cariótipo ou com a intensidade do potencial de membrana
mitocondrial, mas sim com a fragmentação de DNA e a relação de expressão de genes pró-
apoptóticos e anti-apoptóticos. Suporte financeiro: FAPESP, processo no. 05/00800-0.
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Feitosa, W.B.; Martins, L.F.; Rovegno, M.; Simões, R.; Delboni, C.C.; Marques, M.G.;
Visintin, J.A.; Assumpção, M.E.O.A.
Células espermáticas de várias espécies têm sido utilizadas como vetores de DNA exógeno durante
a fecundação, produzindo animais transgênicos. Horan et al. (Archives of Andrology. v. 26, p.
83-92, 1991) observaram que não houve diferença na porcentagem de DNA exógeno associado
aos espermatozóides com ou sem reação acrossomal. Entretanto, não se sabe qual o efeito da
adição do DNA exógeno na integridade da membrana acrossomal dos espermatozóides. O objetivo
deste trabalho foi avaliar o efeito da adição do DNA exógeno e do tempo de incubação na indução
da reação acrossomal de espermatozóides bovinos. O sêmen foi descongelado e separado em
gradiente Percoll (45/90%) a 600g por 30 minutos, sendo o sedimento lavado no meio TALP-
Sêmen a 200g por 5 minutos. Os espermatozóides foram ressuspensos no meio de fecundação
(sem heparina) na concentração de 5 x 106/ml e incubados a 39°C e 5% CO2 em ar com (grupo
DNA) ou sem (controle) 500ng/ml do plasmídeo pEYFP-Nuc (Clonetech, BD, Biosciences) por
4 horas. A reação acrossomal foi avaliada às 0, 1, 2, 3 e 4 horas de incubação, utilizando a sonda
fluorescente FITC-PSA (Molecular Probes), que cora em verde a região acrossomal dos
espermatozóides com reação acrossômica. Para a avaliação da reação acrossômica, 150μl de
meio FIV contendo 5 x 106sptz/ml foram incubados com 50μl de FITC-PSA à temperatura
ambiente por 15 minutos. Foram avaliadas 200 células espermáticas em Microscópio de
Epifluorescência (Zeiss). Para análise estatística foi utilizado o aplicativo MINITAB realease,
14, Statistical Software, empregando o teste Tukey com p<0,05. Não foi observado efeito da
adição do DNA exógeno na indução da reação acrossomal (85,6%, 78,1%, 67,5%, 69,9% e
61,0%) quando comparado ao grupo controle (85,6%, 75,3%, 76,2%, 67,3% e 68,25%)
respectivamente às 0; 1; 2; 3 e 4 horas de incubação. Contudo, houve aumento da porcentagem
de reação acrossomal ao longo das 4 horas de incubação. Conclui-se que não houve influência
do DNA sobre a reação acrossomal, entretanto, o tempo de incubação apresentou efeito na
integridade acrossomal dos espermatozóides.
Suporte financeiro FAPESP 03/10234-7 e 03/07456-8
s543
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Feitosa, W.B.; Rovegno, M.; Milazzotto, M.P.; Simões, R.; Gonçalves, J.S.A.;
Nicacio, A.C.; Visintin, J.A.; Assumpção, M.E.O.A.
s544
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Artoni, L.P.1; Garbelotti, F.1; Castilho, A.C.2; Machado, M.F.2; Price, C.3;
Papa, P.C.1; Buratini Jr., J.2
1
Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da
Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil; 2 Departamento de Fisiologia do Instituto de
Biociências da Universidade Estadual Paulista, Botucatu, Brasil; 3 Centro de Pesquisa em
Reprodução Animal da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Montreal, St-
Hyacinthe, Canadá; artoni@usp.br.
O FGF8 foi inicialmente identificado como um fator de crescimento induzido por andrógeno
(AIGF) encontrado na linhagem celular SC-3 de carcinoma mamário andrógeno-dependente
(Tanaka et al., 1992). A família dos FGFs parece desempenhar importantes papéis na angiogênese
e no desenvolvimento, de maneira que a depleção particular de alguns FGFs pode acarretar em
severas anormalidades (Xu et al., 1998). A mutação FGF8-/- é potencialmente letal para embriões
(Powers et al., 2000). Segundo a literatura o FGF8 ativa preferencialmente os receptores FGFR4
e FGFR3c (Ornitz et al., 1996) e sugere-se a sua participação na modulação da proliferação
celular no embrião em desenvolvimento (Heikinheimo et al., 1994; Crossley, Martin, 1995).
Outro receptor que se liga ao FGF8, mas em menor intensidade é o FGFR2c (Ornitz et al., 1996).
Cruzamento entre dois camundongos heterozigotos FGFR2c que tiveram depleção de exons, foi
observado que os indivíduos homozigotos recessivos apresentaram morte embrionária, o que
sugere falha na formação da placenta (Xu et al., 1998). Entretanto a expressão do FGF8 na
placenta bovina ainda não foi investigada, de maneira que para este propósito, amostras de placenta
bovina de gestações obtidas por monta natural foram coletadas aos dias 90, 150, 210 e 270 e
amostras obtidas de gestação a partir de transferência nuclear foram coletadas aos 270 dias, após
cesariana. As amostras foram rapidamente congeladas em nitrogênio líquido e o RNAm extraído
seguindo o protocolo de Trizol (Invitrogen, USA) e o cDNA transcrito usando a enzima Superscript
III® (Invitrogen, USA). Através da técnica de RT-PCR, um total de 40 ciclos foi utilizado para a
amplificação e avaliação da expressão qualitativa do RNAm do FGF8, FGFR4 e FGFR3c, os
quais foram normalizados com GAPDH. A expressão do RNAm do FGF8 foi observada aos 150
dias, 270 dias e aos 270 dias de gestações obtidas após tranferência nuclear. O RNAm do FGFR4
foi observado em gestações de 90 e 150 dias. Não houve expressão do RNAm do FGFR3c não
foi observado nas placentas bovinas estudadas. Técnicas mais específicas e mais sensíveis são
necessárias para a quantificação relativa deste fator de crescimento e de seus receptores, uma vez
que sua expressão é bastante baixa na placenta bovina. A partir dos resultados obtidos, sugere-se
modulação do desenvolvimento placentário na metade e ao final da gestação, enquanto que o
FGFR4 pode estar associado à modulação do desenvolvimento placentário aos 90 dias de gestação,
ativado por outro membro da família FGF: FGF1, FGF2 ou FGF4 (Bacczyk et al., 2005; Ornitz
et al., 1996; Reuss, Bohlen, 2003).
s545
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Bressan, F.F.1; Bajgelman, M.C.2; Krieger, J.E.2; Strauss, B.E.2; Meirelles, F.V.3
1
Departamento de Reprodução Animal – FMVZ/USP, Pirassununga-SP, Brasil. 2INCOR/HC/
FMUSP – São Paulo-SP, Brasil. 3Departamento de Ciências Básicas – FZEA/USP –
Pirassununga-SP, Brasil. fabianabressan@usp.br
s546
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Feitosa, W.B.; Milazzotto, M.P.; Simões, R.; Goissis, M.D.; Peres, M.A.;
Golçalves, J.S.A.; Visintin, J.A.; Assumpção, M.E.O.A.
s547
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Bressan, F.F.1; Braga, F.C.2; De Bem, T.H.C.3; Merigue, G.K.3; Miranda, M.3;
Mesquita, L.G.3; Meirelles, F.V.3
1
Departamento de Reprodução Animal – FMVZ/USP, Pirassununga-SP, Brasil. 2Departamento
de Cirurgia e Anatomia – FMVZ/USP, São Paulo-SP. 3Departamento de Ciências Básicas –
FZEA/USP – Pirassununga-SP, Brasil. fabianabressan@usp.br
Linhagens celulares geneticamente modificadas podem ser utilizadas para a produção de animais
transgênicos. A produção de tais linhagens, porém, demanda além de manipulação, um tempo de
cultivo adicional em relação àquele dispendido com as linhagens celulares não-transgênicas.
Pretendeu-se neste trabalho caracterizar aspectos moleculares e fisiológicos do crescimento das
células modificadas geneticamente durante seu cultivo, comparando-os com células controle.
Foi testada a hipótese de a introdução do material genético estranho ao genoma celular alterar a
fisiologia do crescimento da célula e o potencial de manutenção da viabilidade celular ao longo
das passagens in vitro. Para tal, utilizou-se a técnica citogenética de cariotipagem para a análise
da anormalidade numérica cromossomal, o Ensaio Cometa para a verificação da fragmentação
nuclear, análise da proporção de transcritos dos genes Bax e Bcl2 e da intensidade de potencial de
membrana mitocondrial para a detecção da apoptose. Células expressando GFP foram
descongeladas na 11ª passagem (11ª p) e mantidas em cultivo até a 20ª p. Já as células controle
foram cultivadas desde sua 4ª p até a 20ª p, para o acompanhamento das fases iniciais de cultivo.
Considerou-se baixas passagens aquelas compreendendo até a 9ª p, e portanto foi somente avaliado
nas células controle; médias passagens entre a 14ª e 16ª e altas passagens entre 19ª e 21ª. Para a
análise da cariotipagem analisou-se 30 metáfases de células controle em altas e em baixas
passagens e de células transgênicas em altas passagens. Não houve diferença na porcentagem de
células apresentando anormalidade cromossomal (P>0,05). Quanto à fragmentação de DNA, os
grupos GFP em alta passagem e controle em baixa passagem não apresentaram diferença,
entretanto o grupo controle em alta passagem apresentou maior taxa de fragmentação (P<0,05).
O potencial de membrana mitocondrial foi investigado através da coloração com o reagente
MitoTracker RedTM. Cincos grupos foram comparados (baixa, média e alta passagem relativas às
células controle e média e alta passagem relativas às células expressando GFP) e não foi observada
diferença (P=1). A expressão dos genes Bax e Bcl2 nas células controle apresentou uma tendência
à diminuição da apoptose ao longo das primeiras passagens (4ªp à 12ªp), possivelmente explicado
pela adaptação das células ao ambiente in vitro. Considerando a evolução do cultivo, entre as
passagens médias e altas houve uma tendência ao aumento da resposta pró-apoptótica. Entretanto,
tais tendências não foram explicitamente observadas nas células GFP, que apresentaram um
aumento na razão Bax/Bcl2 nas passagens médias, seguido de uma pequena diminuição em altas
passagens. O tempo de cultivo in vitro pode ter influenciado estes resultados, uma vez que durante
o experimento o grupo controle permaneceu em cultivo por 17 passagens e as células transgênicas
por 10 passagens. Conclui-se que há diferenças no comportamento do cultivo quando comparadas
células controle e GFP e também quando comparadas diferentes passagens. Tais diferenças não
são relacionadas com anormalidades no cariótipo ou com a intensidade do potencial de membrana
mitocondrial, mas sim com a fragmentação de DNA e a relação de expressão de genes pró-
apoptóticos e anti-apoptóticos. Suporte financeiro: FAPESP, processo no 05/00800-0.
s548
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Gerger, R.P.C.; Marques M.G.; Nascimento, A.B.; Mendes, C.M.; Nicacio, A.C.;
Brandão, A.C.; Assumpção, M.E.O.A.; Visintin, J.A.
O objetivo deste estudo foi avaliar o tempo de maturação de oócitos suínos em 3 períodos (36,
40 e 44 horas) para produção de citoplasmas receptores em Metáfase II, estabelecendo o melhor
momento para enucleação. Oócitos de grau 1 (IETS) provenientes de ovários de matadouro
foram maturados em TCM 199, suplementado com 3,05mM glicose, 0,91mM piruvato de sódio,
10% fluido folicular suíno, 0,57mM cisteína, 10ng EGF/ml, 10UI eCG/ml e 10UI hCG/ml por
22 horas, seguido por mais 14 (grupo de 36h), 18 (grupo de 40h) ou 22 horas (grupo de 44h) em
meio sem hormônio. Ao final de cada período de maturação, os oócitos tiveram as células do
cumulus oophorus removidas completamente por exposição à solução de hialuronidase (5mg/
ml) e corados com 5μg/ml de Hoechst 33342 em microgotas de TCM199 e avaliados quanto à
maturação em microscópio de epifluorescência (Zeiss). O período de maturação em que a placa
metafásica e o 1º corpúsculo polar estavam em posição adjacente foi considerado apropriado
para enucleação dos oócitos. Os resultados foram analisados pelo teste do Qui-Quadrado (χ2)
com nível de significância de 5%. Houve aumento da porcentagem de oócitos maturos no decorrer
dos períodos de maturação (7% - 7/100; 59% – 59/100; 75% - 77/102, respectivamente, para
36h; 40h e 44h). Quanto à posição de adjacência da placa metafásica e do 1º corpúsculo polar
(4% - 4/100; 36% – 36/100; 47% - 48/102, respectivamente, para 36h; 40h e 44h), não havendo
diferença entre os grupos de 40 e 44 horas. Sendo assim, o grupo de 44 horas de maturação, por
ter maior número de oócitos em Metáfase II, é o recomendado para enucleação e produção de
citoplasmas receptores.
Suporte financeiro FAPESP 03/00403-6
s549
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Camargo, L.S.A.1,3; Viana, J.H.M.1; Ramos, A.A.2; Sá, W.F.1; Ferreira, A.M.1
1
Embrapa Gado de Leite, Juiz de Fora, MG; 2Epamig, Juiz de Fora, MG;
3
camargo@cnpgl.embrapa.br
s550
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Resumos:
OUTROS
s551
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
s552
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
DMVPRA-FCAV-UNESP, 14.884-900, Jaboticabal-SP, Brasil, 2DZ-FCAV-UNESP, 14.884-
900, Jaboticabal-SP, Brasil. mvresende@yahoo.com.br
O objetivo deste trabalho foi desenvolver uma técnica de centrifugação em gradiente de densidade
para separação de espermatozóides X e Y provenientes de sêmen bovino congelado e verificar o
desvio da proporção sexual dos embriões produzidos in vitro pela Reação em Cadeia da Polimerase
(PCR). O preparo das soluções para formação do gradiente foi realizado diluindo-se o Iodixanol
(OptiPrepTM) em DMEM + 0.3% de BSA Fração V em camadas de 2,0mL com 20, 21 e 22%. As
camadas do gradiente foram dispostas da maior concentração (fundo do tubo) para a menor em
tubos cônicos de 15mL. As doses de sêmen foram descongeladas em água e o diluidor foi removido
com auxílio de duas lavagens por centrifugação a 36xg por 5min. Foram depositados, em cada
tubo do gradiente de densidade, cerca de 1mL do sêmen lavado contendo aproximadamente
40x106 espermatozóides. Os tubos foram centrifugados a 500xg por 15min a 22ºC. Decorrida a
centrifugação, os sobrenadantes foram descartados, os sedimentos recuperados e a motilidade e
o vigor dos espermatozóides avaliados. Os espermatozóides centrifugados recuperados foram
utilizados para fecundação in vitro de oócitos provenientes de abatedouro que foram maturados
in vitro durante 24h em meio TCM 199. Após 20h da inseminação, os prováveis zigotos foram
transferidos para placas de 4 poços, contendo 500ìL de meio SOF + 5mg/mL de BSA sem adição
de soro fetal bovino e mantidos em atmosfera úmida de 5% de CO2, 5% de O2 em ar, a uma
temperatura de 38,5ºC durante 7 a 8 dias. Embriões no estádio de blastocisto foram congelados
individualmente em microtubos contendo 10ìL de água ultra-pura e armazenados a -20°C até o
momento da PCR. Para a PCR, os embriões foram tratados com 5ìg de Proteinase K e cada
embrião foi dividido em duas reações distintas, uma primeira contendo uma seqüência do genoma
bovino - autossômica (280pb) e uma Y-específica (250pb), e uma segunda reação composta por
outra seqüência Y-específica (196pb). A reação foi composta de 1U de Taq DNA Polimerase,
2mM dNTPs, tampão para PCR, 2mM MgCl2, 5pmol/ìL de cada primer, sendo que as
amplificações foram realizadas em termociclador. Obteve-se uma recuperação média de 21% do
total de espermatozóides depositados sobre o gradiente de densidade, com motilidade progressiva
de 60% e vigor 3. No grupo sexado a taxa de clivagem foi de 71,8%, e para o grupo controle,
73,2%. A taxa de blastocisto foi de 35% para o grupo sexado e 33,4% para o grupo controle. De
um total de 87 embriões, a proporção sexual obtida foi 57,5% de fêmeas e 42,5% de machos.Os
resultados preliminares demostraram que houve uma pequena diferença numérica no desvio da
proporção sexual para fêmeas, apesar de não haver diferença entre o grupo sexado e grupo controle
(n=104, 55,8% de fêmeas e 44,2% de machos), após análise estatítica (p=0,81). Apesar disto,
podemos observar que, aliando-se o sistema de cultivo diferenciado, somado com a sexagem de
espermatozóides, é possível alterar a proporção sexual de embriões produzidos in vitro para
fêmeas.
Apoio financeiro: FAPESP 04/06044-0 e 05/53174-0, 02/09785-6.
s553
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Méo, S.C.1,2; Ferreira, C.R.2; Perecin, F.2; Yamazaki, W.2; Landim Junior, L.P.2;
Saraiva, N.Z.2; Tetzner, T.A.D.2; Leal, C.L.V.3; Meirelles, F.V.3; Garcia, J.M.2
1
CPDGRA-IZ-APTA/SAA, Nova Odessa-SP, Brasil, 2DMVPRA-FCAV-UNESP, Jaboticabal-
SP, Brasil, 3ZAB-FZEA - USP, Pirassununga-SP, Brasil. simone@iz.sp.gov.br
s554
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Departamento de Reprodução Animal e Radiologia Veterinária – FMVZ/UNESP, Botucatu-
SP, 18618-000, Brasil, 2 Hemocentro – FM/UNESP, Botucatu, SP, 18618-000, Brasil.
fernanda@fmvz.unesp.br
s555
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Chiamenti, A.1; Santos, M.H.B.1; Moraes, E.P.B.X.1; Chaves, R.M.1; Gonzalez, C.I.M.2;
Torreão, J.N.C.3; Reichenbach, H.-D.4; Lima, P.F.1; Oliveira, M.A.L.1
1
Laboratório de Biotecnologia do Departamento de Medicina Veterinária - UFRPE, Av. D.
Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, 52171 900 Recife-PE (maloufrpe@uol.com.br;
malo@ufrpe.br; malo@cnpq.pesquisador.br); 2Laboratório de Nutrição Animal da
Universidade Federal de Campina Grande – São João do Cariri – PB; 2Laboratório de
Reprodução Animal da Fazenda Pendência, EMEPA, Soledade – PB; 3Bayerische
Landesanstalt für Landwirtschaft/LfL, Poing-OT/Grub, Germany
O objetivo deste estudo foi estimar a idade de gestação (IG) e o peso de recém-nascidos ovinos
(PC), através de mensurações do comprimento céfalo-coccígeo (CCC), da área do perímetro e
do volume dos conceptos (AE-PE-VE) e da área, do perímetro e do volume da vesícula embrionária
(AV-PV-VV) no 30º e 45º dia de gestação. Foram utilizadas 98 ovelhas, sendo 30 da raça Damara,
36 da raça Dorper e 32 da raça Morada Nova, com idades entre 2 e 5 anos, boa condição corporal
e prenhes por monta natural. Os exames foram realizados por via transretal com transdutor linear
de dupla freqüência (6,0 e 8,0 MHz), com a fêmea em posição de estação. Foram monitorados
164 conceptos, dos quais 34 da raça Damara, 66 da raça Dorper e 64 da raça Morada Nova. Os
dados foram avaliados através de correlações simples entre todas as variáveis e posteriormente
foi aplicado um modelo de regressão linear simples para àquelas variáveis que apresentaram
nível de significância a 5%, segundo SNEDECOR & COCHRAN (1974). As associações no
30º dia de gestação entre as medidas dos conceptos e o peso dos recém-nascidos (PC) mostraram
na raça Morada Nova os maiores valores para as variáveis CCC (R²= 0,1930), PV (R²= 0,1459),
PE (R²= 0,1458), VV (R²= 0,1397) e AV (R²= 0,1145) e na raça Dorper para as variáveis VV
(R²= 0,2156), AV (R²= 0,1541) e PV (R²= 0,1011). As associações realizadas no 45º dia de
gestação entre as medidas dos conceptos e a idade gestacional (IG) mostraram correlação somente
na raça Morada Nova com maior valor para a variável AE (R²= 0,0765), seguida pela variável
PV (R²= 0,0744). A associação de duas medidas apresentou coeficientes de determinação
semelhantes àqueles das medidas individuais. Os resultados permitem concluir que as mensurações
do CCC e do perímetro área e volume do embrião e da vesícula, realizadas no 30º e 45º dia de
gestação, através do exame ultra-sonográfico por via transretal, apresentam baixa eficiência para
estimar a idade de gestação e o peso de recém-nascidos ovinos.
s556
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Moraes, E.P.B.X.1; Santos, M.H.B.1; Firmino, A.P.1; Messias, J.B.2; Caraciolo, M.C.M.3; Lima,
P.F.1; Oliveira, M.A.L.1
1
Laboratório de Biotecnologia do Departamento de Medicina Veterinária/UFRPE, Av. D.
Manoel de Medeiros s/n, Dois Irmãos, 52171 900 Recife – PE (maloufrpe@uol.com.br;
malo@ufrpe.br; malo@cnpq.pesquisador.br); 2Instituto de Ciências Biológicas da
Universidade de Pernambuco, Recife – PE; 3Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães –
FIOCRUZ, Recife - PE
s557
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Santos, M.H.B.1; Moraes, E.P.B.X.1; Chiamenti, A.1; Rocha, J.M.1; Paula, N.R.O.2;
Silva, G.A.3; Lima, P.F.1; Oliveira, M.A.L.1
1
Laboratório de Biotecnologia do Departamento de Medicina Veterinária - UFRPE, Av. D.
Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, 52171 900 Recife-PE (maloufrpe@uol.com.br;
malo@ufrpe.br; malo@cnpq.pesquisador.br); 2Laboratório de Fisiologia e Controle da
Reprodução - Universidade Estadual do Ceará-CE; 3Laboratório de Reprodução da Fazenda
Pendência, EMEPA, Soledade - PB
s558
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Santos, M.H.B.1; Chiamenti, A.1; Moraes, E.P.B.X.1; Loureiro, B.1; Soares, A.T.2;
Silva, G.A.2; Reichenbach, H.-D.3; Lima, P.F.1, 4; Oliveira, M.A.L.1, 4
1
Laboratório de Biotecnologia do Departamento de Medicina Veterinária-UFRPE, Av. D.
Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, 52171 900 Recife-PE (maloufrpe@uol.com.br;
malo@ufrpe.br; malo@cnpq.pesquisador.br); 2Laboratório de Reprodução Animal da Fazenda
Tacima, EMEPA, Tacima – PB; 3Bayerische Landesanstalt für Landwirtschaft/LfL, Poing-OT/
Grub, Germany.
Neste trabalho, dividido em dois experimentos (EI e EII), objetivou-se estabelecer o período
ideal de sexagem fetal em caprinos da raça Boer pela ultra-sonografia transretal. O EI foi
desenvolvido com a finalidade de estabelecer o período de migração do TG nos primeiros 60
dias de gestação através de exames seriados e o EII com o intuito de avaliar a acurácia da sexagem
fetal, através de exame único, realizada também nos primeiros 60 dias de gestação. Os exames
foram realizados por via transretal com transdutor linear de dupla freqüência (6,0 e 8,0 MHz).
Os dados foram estatisticamente avaliados pelo teste Qui-quadrado com 5% de significâcia. No
EI, os 61 fetos das 31 fêmeas foram monitorados em intervalos de 24 horas, do 40º ao 60º dia de
gestação e no EII, os 47 fetos das 32 fêmeas, entre o 45º e o 60º dia de gestação foram examinados
somente uma vez. A acurácia da sexagem fetal no EI foi de 100% (8/8) nas gestações simples,
96,9% (31/32) nas duplas e 100% (21/21) nas tríplices. No EII, a acurácia foi de 94,4% (17/18)
nas gestações simples, 80,8% (21/26) nas duplas e de 100% (3/3) nas tríplices. Tanto no EI
quanto no EII não foi registrada diferença (P > 0,05) na acurácia entre os diferentes tipos de
gestação, bem como entre a acurácia total do EI (98,3%) e do EII (87,2%). A migração do TG
ocorreu entre o 43º e o 54º dia de gestação, perfazendo uma média de 47,4 ± 6,5 dias. Os resultados
permitem concluir que a ultra-sonografia em tempo real é um método eficiente para sexar fetos
caprinos nos primeiros 60 dias da gestação, tanto pela localização do TG quanto pela identificação
das estruturas da genitália externa. É também possível concluir que exames repetidos em curtos
intervalos não devem ser implementados na rotina de trabalho porque não conferem maior acurácia
ao exame ultra-sonográfico.
Palavras chave: pênis, prepúcio, bolsa escrotal, tetas, vulva, clitóris.
s559
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Santos, M.H.B.1; Moraes, E.P.B.X.1; Gonzalez, C.I.M.2; Gondim, F.Q.B.1; Guido, S.I.1;
Reichenbach, H.-D.3; Lima, P.F.1; Oliveira, M.A.L.1
1
Laboratório de Biotecnologia do Departamento de Medicina Veterinária - UFRPE, Av. D.
Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, 52171 900 Recife-PE (maloufrpe@uol.com.br;
malo@ufrpe.br; malo@cnpq.pesquisador.br); 2Laboratório de Reprodução da Fazenda
Pendência, EMEPA, Gurjão – PB; 3Bayerische Landesanstalt für Landwirtschaft/LfL, Poing-
OT/Grub, Germany
Visando aumentar a eficiência da sexagem em ovelhas da raça Dorper, os objetivos deste trabalho
foram determinar, pela ultra-sonografia, o dia da migração do tubérculo genital (TG) de fetos
ovinos da raça Dorper (n = 51), originados de monta natural e de transferência de embriões
congelados, e comparar a acurácia de exames repetidos em curtos intervalos com aquela de
exame único para estabelecer o período ideal de sexagem precoce. Nos experimentos EI e EII, a
sexagem foi efetuada com base na localização do TG e no EIII, na identificação das estruturas
anatômicas da genitália externa. Os exames foram realizados por via transretal com transdutor
linear de dupla freqüência (6,0 e 8,0 MHz). No EI (n = 23) e EII (n = 18), os fetos foram
monitorados em intervalos de 48 horas, do 30º ao 60º dia de gestação. No EIII (n = 10), os fetos
foram examinados apenas no 65º dia de gestação. Os dados foram estatisticamente avaliados
através do teste de Qui-quadrado e do teste “F”, com significância de 5%. A acurácia da sexagem
fetal foi de 91,3% (21 sexados/23 quantificados) no EI, de 88,9% (16 sexados/18 quantificados)
no EII e de 100% (10 sexados/10 quantificados) no EIII, não havendo diferença (P > 0,05) entre
os experimentos. Nos fetos originados de monta natural, a migração do TG (43,0 ± 2,8 dias) foi
mais precoce (P < 0,05) do que nos fetos de transferência de embriões (46,1 ± 4,7 dias). Os
resultados permitem concluir que a ultra-sonografia em tempo real é um método eficiente para
identificar previamente o sexo do feto e determinar o dia da migração do TG, que a migração do
TG de fetos provenientes de embriões descongelados é mais tardia do que a de fetos originados
de monta natural e que os exames ultra-sonográficos repetidos não maximizam a acurácia da
sexagem fetal.
Palavras chave: prepúcio, bolsa escrotal, tetas, vulva .
s560
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Blaschi, W.1; Andrade, E.R.2; Delboni, M.I.1; Padilha, L.C.1; Oliveira, A.C.S.1;
Alfieri, A.A.1; Figueiredo, J.R.2; Seneda, M.M.1.
1
Universidade Estadual de Londrina, Londrina-PR, 86051-990, Brasil.; 2Faculdade de
Medicina Veterinária, PPGCV, Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza-CE, 60740-000,
Brasil., wanessablaschi@yahoo.com.br
s561
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Lucio, A.C.1; Fazano, F.A.T.3; Perini, A.P.2; Resende, M.V.2; Tetzner, T.A.D.2; Vantini, R.2;
Hossepian de Lima, V.F.M.2
1
DZ-FCAV-UNESP, Jaboticabal-SP, 2DMVPRA-FCAV-UNESP, Jaboticabal-SP, Brasil,
3
Laboratório de Reprodução Humana-CAISM-UNICAMP, Campinas-SP,
alinelucio@hotmail.com
O objetivo deste trabalho foi associar o método do Swim-up modificado para seleção de
espermatozóides viáveis a uma técnica de centrifugação em gradiente de densidade para separação
de espermatozóides X e Y provenientes de sêmen bovino congelado e verificar o desvio da
proporção sexual dos embriões produzidos in vitro pela Reação em Cadeia da Polimerase (PCR).
O preparo das soluções para formação do gradiente foi realizado diluindo-se o Iodixanol
(OptiPrep™) em DMEM + 0.3% de BSA Fração V em camadas de 2,0mL com 20, 21 e 22%. As
camadas do gradiente foram dispostas da maior concentração (fundo do tubo) para a menor em
tubos cônicos de 15mL. As doses de sêmen foram descongeladas e depositadas abaixo de 1mL
de meio TALP sem HEPES + 0,3% de BSA, em tubo cônico de 15mL, permanecendo em estufa
de CO2 por 1h. Após este período, 1,5mL do sobrenadante (Swim-up modificado) contendo
cerca de aproximadamente 30x106 espermatozóides foi retirado e depositado em cada tubo do
gradiente de densidade. Os tubos foram centrifugados a 500xg por 15min a 22ºC. Decorrida a
centrifugação, os sobrenadantes foram descartados, os sedimentos recuperados e a motilidade e
o vigor dos espermatozóides avaliados. Estes espermatozóides centrifugados recuperados foram
utilizados para fecundação in vitro de oócitos provenientes de abatedouro que foram maturados
durante 24-26h. Após 20h de fecundação os prováveis zigotos foram transferidos para placas de
4 poços, contendo 500ìL de meio SOF + 5mg/mL de BSA e mantidos em atmosfera de 5% de
CO2, 5% de O2 em ar, a uma temperatura de 38,5ºC durante 7 a 8 dias. Embriões no estádio de
blastocisto foram congelados individualmente em microtubos contendo 10ìL de água ultra-pura
e armazenados a -20°C até o momento da PCR. Para a PCR, os embriões foram tratados com
5ìg de Proteinase K e cada embrião foi submetido a duas reações distintas, uma primeira contendo
uma seqüência de autossômica (280pb) e uma Y-específica (250pb), e uma segunda reação
composta por outra seqüência Y-específica (196pb), sendo que as amplificações foram realizadas
em termociclador. Foram recuperados em torno de 21% do total de espermatozóides colocados
sobre o gradiente de densidade, com motilidade progressiva de 50% e vigor 3. No grupo sexado
a taxa de clivagem foi de 65,73%, e para o grupo controle foi de 73,2%. A taxa de blastocisto foi
de 22,14% para o grupo sexado e 33,4% para o grupo controle. De um total de 50 embriões, a
proporção sexual obtida foi 60% de fêmeas e 40%de machos. Os resultados preliminares
demostraram que houve uma pequena diferença numérica no desvio da proporção sexual para
fêmeas, apesar de não haver diferença entre o grupo sexado e grupo controle (104 embriões,
55,8% de fêmeas e 44,2% de machos), após análise estatítica (p=0,54). Associando-se o método
de Swim-up modificado e o método de sexagem de espermatozóides por centrifugação em
gradiente de densidade aliado a um sistema de cultivo diferenciado, é possível alterar a proporção
sexual de embriões produzidos in vitro para fêmeas. Apoio financeiro: FAPESP 05/53174-0, 04/
06044-0 e 02/09785-6.8).
s562
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Papa, F.O.1; Melo, C.M.1; Alvarenga, M.A.1; Trinque, C.L.A.2; Dell’Aqua Jr., J.A.1;
Felício, G.B.1; Villaverde, A.I.S.B.1
1
DRARV- FMVZ- Unesp, Botucatu-SP, Brasil, 2Haras Agromen, papa@fmvz.unesp.br
A utilização de sêmen congelado na espécie eqüina tem como fatores limitantes: o alto custo
com equipamentos, necessidade de mão de obra especializada, assim como locais apropriados
nos haras para manipulação do sêmen. Com o intuito de minimizar estes problemas, estudos tem
buscado desenvolver uma metodologia de congelação de sêmen eqüino refrigerado (Backman et
al, J Anim Sci, v.82, p. 690-694, 2004; Melo et al., Anim Reprod Sci, v.89, p.250-252, 2005).
Melo et al (2005) compararam a técnica de congelação convencional (Papa et al., v.26, p.184-
187, Rev Bras Reprod Anim, 2002) com a metodologia inédita, em que amostras foram
refrigeradas por 24 horas em Equitanier®, previamente a congelação e observaram resultados
semelhantes dos parâmetros espermáticos e fertilidade. O presente estudo objetivou comparar a
eficiência de dois diluidores de refrigeração na manutenção da viabilidade de sêmen eqüino
refrigerado por 24 horas e então congelado. Foi colhido 01 ejaculado de 09 garanhões os quais
foram divididos em duas partes: uma diluída com Botu-Semen® e o restante com Kenney. Para a
congelação as amostras foram centrifugadas a 600xg/10 minutos, e os sedimentos ressuspendidos
com Botu-Crio®, na concentração de 200x106 espermatozóides viáveis/mL. O sêmen foi envasado
em palhetas de 0,5mL e estabilizado à 5ºC por 20 minutos, posteriormente submetidas ao vapor
de nitrogênio por 20 minutos à 6 cm do nível de nitrogênio, imersas e armazenadas em botijões
com nitrogênio líquido. Para análise das amostras, as mesmas foram descongeladas em banho-
maria a 46ºC por 20 segundos. Após a descongelação foram analisados os parâmetros espermáticos
pelo CASA e integridade da membrana plasmática pelo uso das sondas fluorescentes. O diluente
Botu-Semen foi superior ao Kenney suplementado com Amicacina para todos os parâmetros
espermáticos avaliados, sendo estes: motilidade total (68,9 vs 57,1), motilidade progressiva (28,7
vs 20,4) e integridade da membrana plasmática (49,1 vs 37,4). Com base nos resultados
encontrados podemos afirmar que o diluente Botu-Semen demonstrou ser mais efetivo na proteção
da viabilidade espermática quando comparado com o diluente Kenney modificado (substituição
da gentamicina pela amicacina). Provavelmente, esta melhora se deve a composição do diluente
Botu-Semen, enriquecido com vários aminoácidos, conferindo maior proteção dos
espermatozóides ao longo do processo de criopreservação, em relação à formulação padrão do
Kenney, uma vez que esses diluentes após a centrifugação contribuem com 5% do volume final.
Este novo diluente se apresenta como uma nova opção para melhora nos resultados de manipulação
biotecnológica do sêmen eqüino. Os resultados deste experimento confirmam os achados de
Melo et al.(2005), mostrando que a técnica de refrigeração por 24 horas, previamente a congelação,
se mostra altamente viável, para a criopreservação de sêmen eqüino, sem a necessidade de
locomoção para colher e manipular o sêmen em haras e fazendas, bem como o transporte para as
centrais de congelação.
Apoio: FAPESP
Agradecimentos: Purina
s563
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
s564
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Melo, C.M.; Alvarenga, M.A.; Zahn, F.S.; Martin, I.; Felício, G.B.;
Dell’Aqua Jr., J.A.; Papa, F.O.
s565
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Diversos fatores influenciam a viabilidade do sêmen congelado eqüino, tais como: a colheita,
diluição, centrifugação, extensores e crioprotetores utilizados. Sendo assim, tem sido constante
a busca de alternativas para melhorar a congelabilidade e fertilidade de sêmen congelado na
espécie eqüina, como a utilização de novos diluentes de centrifugação de congelação bem como
de crioprotetores. A utilização de crioprotetores alternativos pode minimizar os efeitos deletérios
que ocorrem na célula espermática inerentes a congelação e descongelação, possibilitando dessa
maneira, melhorar a viabilidade espermática e conseqüentemente a fertilidade (Rossi et. al, Rev
Bras Reprod Anim, v.27, n.3, p.350-352, 2003). O presente trabalho teve por objetivo averiguar
o efeito de diferentes diluentes de centrifugação, bem como a utilização de diferentes
crioprotetores. Foram colhidos 30 ejaculados de 6 garanhões de diferentes raças. Após a colheita,
o sêmen foi submetido à análise computadorizada da motilidade (CASA), e integridade de
membrana. O sêmen foi então dividido em 05 alíquotas, diluídas com extensores a base de leite,
açúcares e acrescidos ou não de 1% álcool polivinil (PVA): KN (Kenney,1975), Botu-Semen®,
Botu-Semen® + PVA, SN (Sacarose), S1% (Sacarose+PVA), e centrifugadas a 600xg/10’. O
sobrenadante foi desprezado e o sedimento ressuspendido em meio Botu-Crio® acrescido de 4%
de dimetilacetamida (DA) ou 4% de dimetilformamida (DF). Após envasadas, as amostras foram
congeladas de acordo com protocolo descrito por Papa et al. (Rev Bras Reprod Anim, v.26, n.3,
p.184-187, 2002). As doses foram descongeladas à 46ºC/20’’ e avaliadas novamente pela
motilidade (CASA) e a integridade de membrana. Em relação ao teste de fertilidade, foram
realizadas 15 inseminações por grupo (dimetilacetamida vs dimetilformamida), com 400x106
espermatozóides pré e pós-ovulação. As amostras foram centrifugadas com Botu-Semen, o qual
demonstrou-se mais eficiente na manutenção da qualidade de movimento espermático, embora
não tenha sido observada diferença estatística significativa. Os parâmetros espermáticos e a
fertilidade foram avaliados utilizando-se ANOVA (GLM procedure of SAS, SAS, Institute, Inc.,
Cary, NC, USA) e Qui-quadrado, com significância de 5%. Não houve influencia dos diluentes
de centrifugação nos parâmetros analisados (p>0,05). Entretanto, quando comparados os
crioprotetores, a dimetilacetamida demonstrou-se superior a dimetilformamida (p<0,05) tanto
na motilidade total (66,0±6,00 vs 63,33±2,90) como na motilidade progressiva (18,0±3,46 vs
23,3±0,94). Não houve diferença ao teste de fertilidade entre os crioprotetores, sendo:
dimetilformamida (73,3%) e dimetilformamida (60,0%). Com base nos resultados encontrados,
podemos concluir que a formulação dos diluentes a base de leite foram eficazes e semelhantes na
viabilidade espermática durante o processo de centrifugação. Quanto aos crioprotetores, apesar
das amidas utilizadas apresentarem estruturas químicas semelhantes, a dimetilacetamida mostrou-
se superior na proteção espermática durante o processo em relação à dimetilformamida. Apoio:
FAPESP
Agradecimentos: Purina
s566
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Farrás, M.C.; Avanzi, B.R.; Melo, C.M.; Alvarenga, M.A.; Dell’Aqua Jr., J.A.;
Medeiros, A.S.L.; Araújo, G.H.M.; Papa, F.O.
O Brasil apresenta-se hoje como o segundo país em volume de transporte de sêmen refrigerado
eqüino no mundo. A amplitude e importância da utilização desta biotecnologia do sêmen têm
proporcionado inúmeras inovações na técnica, alcançando índices de fertilidade semelhantes ou
superiores à monta natural, que é a forma mais antiga de reprodução eqüina. A possibilidade de
transportar o sêmen até as éguas, ao invés de transportá-las até o garanhão oferece inúmeras
vantagens, eliminando os altos gastos com o envio de animais, com ou sem potro a uma
propriedade distante onde os custos de hospedagem podem também ser altos. Além disso, reduz
o estresse do animal durante o transporte assim como os riscos de possíveis acidentes e de
adquirir alguma doença como resultado da exposição do animal a patógenos do novo ambiente.
Quanto mais tempo o sêmen eqüino possa ser estocado mantendo a fertilidade, maior flexibilidade
terá o proprietário do garanhão em colher e enviar o sêmen. O diluidor mundialmente utilizado
para refrigeração composto de leite em pó desnatado, açúcar e antibiótico. O presente experimento
teve como objetivo avaliar diferentes meios de refrigeração em dois sistemas de transporte de
sêmen refrigerado, mantidos a temperatura ambiente de 24ºC. Foram utilizados 3 ejaculados de
quatro garanhões os quais foram submetidos a análise computadorizada da motilidade total (MT),
motilidade progressiva (MP) e da integridade de membrana plasmática (IMP). Após análise, os
ejaculados foram diluídos com os seguintes diluentes: Botusemen® (M1); Botuturbo® (M2);
INRA96® (M3), em uma proporção de 3:1 (diluidor:sêmen) ou na concentração de 50x106
espermatozóides/mL e armazenados em dois sistemas de refrigeração: Botutainer® (sistema com
refrigeração até 5°C) e Botu-Box® (sistema com refrigeração até 15°C), sendo estes mantidos a
temperatura ambiente de 24°C. Os resultados foram avaliados por ANOVA, com significância
de 5%. Em relação aos resultados, não foi observada diferença estatística significativa tanto
entre os diluentes, como entre os sistemas de transporte. Dentre os valores obtidos para os diluentes
utilizados: Botu-Semen, Botu-Turbo e INRA 96 foram respectivamente: MT (82.25 ± 6.19, 79.83
± 7.17 e 77.25 ± 6.22), MP (37.25 ± 8.73, 37.50 ± 9.37 e 30.50 ± 9.65) e IMP (65.17 ± 10.03,
61.33 ± 12.30 e 60.67 ± 14.99) quando o sistema utilizado foi o Botubox e MT (81.83 ± 6.82,
81.25 ± 5.31 e 77.92 ± 5.93), MP (36.42 ± 13.51, 39.92 ± 11.03 e 32.25 ± 10.16) e IMP (63.58 ±
10.71, 62.58 ± 16.25 e 60,33±15,39) e para o sistema Botutainer. Sendo assim, baseado nos
resultados obtidos, podemos concluir que tanto os sistemas de transporte, como os diluentes
utilizados foram eficientes na manutenção da viabilidade espermática durante o período de 24
horas e permite o transporte de amostras de sêmen de garanhões para as diferentes regiões do
Brasil em condições de segurança e eficiência reprodutiva.
Apoio: FAPESP
Agradecimentos: Purina, Biotech e IVP do Brasil.
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Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Chiamenti, A.1; Santos, M.H.B.1; Moraes, E.P.B.X.1; Chaves, R.M.1; Soares, A.T.2;
Silva, G.A.2; Reichenbach, H.-D.3; Lima, P.F.1; Oliveira, M.A.L.1
1
Laboratório de Biotecnologia do Departamento de Medicina Veterinária - UFRPE, Av. D.
Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, 52171 900 Recife-PE (maloufrpe@uol.com.br;
malo@ufrpe.br; malo@cnpq.pesquisador.br); 2Laboratório de Reprodução Animal da Fazenda
Tacima, EMEPA, Tacima – PB; 3Bayerische Landesanstalt für Landwirtschaft/LfL, Poing-OT/
Grub, Germany
O objetivo deste estudo foi estimar a idade de gestação (IG) e o peso dos recém-nascidos caprinos
(PC), por meio de mensurações do comprimento céfalo-coccígeo (CCC), da área, do perímetro e
do volume dos conceptos (AE-PE-VE) e da área, do perímetro e do volume da vesícula embrionária
(AV-PV-VV) no 30º e 45º dia de gestação. Foram utilizadas 48 cabras da raça Boer, com idades
entre 2 e 5 anos, boa condição corporal e prenhes por monta natural. Os exames foram realizados
por via transretal com transdutor linear de dupla freqüência (6,0 e 8,0 MHz), com a fêmea em
posição de estação, sendo monitorados 96 conceptos. Os dados foram avaliados por correlações
simples entre todas as variáveis e posteriormente foi aplicado um modelo de regressão linear
simples para aquelas variáveis que apresentaram nível de significância a 5%, segundo SNEDECOR
& COCHRAN (1974). Os resultados no 45º de gestação mostraram correlação somente entre a
variável VV e o PC (R2= 0,0672). A associação de duas medidas apresentou coeficientes de
determinação semelhantes àqueles das medidas individuais. Os resultados permitem concluir
que as mensurações do CCC e do perímetro, da área e volume do embrião e da vesícula, realizadas
no 30º e 45º dia de gestação, através do exame ultrassonográfico por via transretal, apresentam
baixa eficiência para estimar a idade gestacional e o peso de recém-nascidos caprinos.
s568
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
D’Angelo, M.; Galuppo, A.G.; Souza, R.J.; Picolomini, M.; Santos, M.; Pavão, D.L.;
Athayde, C.S.; Fontenele, A.D.
A rinotraqueíte infecciosa bovina tem como agente etiológico o herpesvírus bovino tipo-1 (BoHV-
1), que pode estar presente em ovários, ovidutos, e em líquidos foliculares de animais
aparentemente sadios, o que pode facilitar o risco de sua transmissão por biotécnicas de reprodução
animal. O objetivo deste trabalho foi avaliar morfologicamente oócitos de fêmeas bubalinas
expostos experimentalmente ao BoHV-1 (amostra Colorado). Complexos oócitos cumulus (COCs)
(n=64) foram coletados de ovários de fêmeas bubalinas provenientes de abatedouro. Após a
punção os COC’s foram mantidos em gotas de meio de maturação in vitro cobertas com óleo
mineral. Os COCs selecionados foram divididos em: grupo controle (n=20) e exposto a 10 (n=21)
e 30ml (n=23) da suspensão de BoHV-1 (Colorado, 107.1 TCID 50/ml) durante o período de
maturação in vitro (24h). Após esse período os COCs foram analisados sob microscópio óptico
(100x) para análise da morfologia. Na avaliação morfológica apenas no grupo exposto ao vírus
foi verificado arredondamento e degeneração das células do cumulus, com perda de células em
locais isolados. Sendo assim, esses resultados mostram que, aparentemente, as células do cumulus
são sensíveis a infecção pelo BHV-1, podendo possivelmente auxiliar na transmissão desse agente
para o interior do oócito, aumentando o risco de disseminação da doença. Dessa forma, torna-se
relevante à avaliação da infectividade e os efeitos do BoHV-1 sobre os COCs, durante o período
de maturação in vitro.
Suporte financeiro: CultilabÒ
s569
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Almeida, A.B.1,2; Madureira, E.H.1; Merighe, G.K.F.2; Braga, F.C.2,3; Marques, V.B.1,3;
Pimentel, J.R.V1; Meirelles, F.V.2
1
Departamento de Reprodução Animal – FMVZ-USP - Pirassununga, SP, Brasil -
2
Departamento de Ciências Básicas – FZEA-USP- Pirassununga, SP Brasil - 3Departamento de
Cirurgia – FMVZ -USP - São Paulo, SP, Brasil. alexbar@usp.br
s570
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Bispo, C.A.S.1; Palhão, M.P.1; Fürst, R.1; Rovay, H.1; Carvalho, G.R.2; Bispo, M.S.3
1
Médico Veterinário,estudante Pós-graduação DZO/UFV, Viçosa-MG; 2 Prof. Adjunto DZO/
UFV, Viçosa-MG; 3 Médico Veterinário,estudante Pós-graduação DMV/UFRPE, Recife-PE.
charles_bispo@yahoo.com
s571
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Departamento de Fisiologia – IB/UNESP, Botucatu-SP, 18618-000, Brasil. 2Center of
Research in Animal Reproduction, Faculty of Veterinary, Montreal, Canadá.
isabelabazzo@ig.com.br
Estudos recentes tem sugerido um papel parácrino dos fatores de crescimento fibroblásticos
(FGFs) na regulação do desenvolvimento folicular ovariano. O FGF-13 induz a proliferação e a
diferenciação celular em uma variedade de processos fisiológicos e patológicos através da ativação
do FGFR-3c e FGFR-4. Nós temos reportado recentemente a expressão gênica do FGFR-3c e
FGFR-4 nas células da teca e do FGFR-3c nas células da granulosa de folículos antrais bovinos.
O objetivo do presente estudo foi determinar o padrão da expressão do RNAm do FGF-13 em
folículos antrais bovinos. Ovários bovinos foram obtidos em abatedouro e folículos maiores que
5mm de diâmetro foram dissecados e mensurados. As células da granulosa (CG) e as células da
teca (CT) separadas, e o RNA total extraído. As concentrações de estradiol e progesterona foram
mensuradas no fluido folicular por RIA. Folículos com níveis de progesterona acima de 100ng/
ml foram considerados atrésicos e excluídos da análise. Os folículos restantes foram agrupados
de acordo com a concentração de estradiol no fluido folicular da seguinte maneira: (a) <5ng/ml;
(b) 5-20; (c) 20-100; (d) >100ng/ml. Em adição, os folículos foram divididos em três grupos de
acordo com o tamanho: (a) 5-7mm; (b) 8-10mm; e (c) >10mm. A expressão gênica do FGF-13
foi examinada por RT-PCR semiquantitativo usando oligonucleotídeos iniciadores bovino-
específicos e GAPDH como controle interno. RT-PCR semiquantitativo foi validado pela escolha
do número de ciclos de PCR e quantidade de RNA dentro da fase linear da curva de amplificação.
As intensidades das bandas foram analisadas por densitometria computadorizada. Os efeitos da
concentração de estradiol e diâmetro folicular foram testados por ANOVA (teste de Kruskal-
Wallis foi usado quando a variância não foi homogênea). A expressão gênica do FGF-13 foi
detectada em células da teca e da granulosa de folículos antrais bovinos. A expressão gênica não
mudou nem com a concentração de estradiol ou diâmetro folicular nas células da granulosa. A
expressão tecal de FGF-13 não foi afetada pela concentração de estradiol, mas aumentou com o
tamanho folicular (P<0.005). A expressão do FGF-13 foi maior em folículos >10mm (57,3 ±
10,4) do que em folículos de 5-7mm (21,7 ± 5,7) e foi intermediária em folículos de 8-10mm
(41,2 ± 10,2). Em conclusão, os presentes dados concordam com um papel para o FGF-13 no
controle do desenvolvimento folicular antral e sugere que a expressão gênica do FGF-13 é regulada
no desenvolvimento das células da teca de folículos antrais bovinos.
Financiado pela FAPESP, Brasil e NSERC, Canadá.
s572
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Santos, M.H.B.1; Rabelo, M.C.1; Guido, S.I.1; Torreão, J.N.C.2; Lopes Júnior, E.S.3;
Freitas, V.J.F.3; Lima, P.F.1,4; Oliveira, M.A.L.1,4
O objetivo deste estudo foi determinar, pela ultra-sonografia, o período de migração do tubérculo
genital (TG) de fetos ovinos da raça Morada Nova (n = 117), originados de monta natural
controlada (MN) e de transferência de embriões congelados (TE), para estabelecer o momento
ideal de sexar precocemente. Os exames foram realizados do 30º ao 54º dia de gestação a intervalos
de 48 horas por via transretal, utilizando-se transdutor linear de dupla freqüência (6,0 e 8,0
MHz). Os dados foram estatisticamente avaliados pelo do teste de Qui-quadrado e do teste “F”,
com significância de 5%. No grupo de fetos da MN, a acurácia da sexagem fetal nas gestações
tríplices (77,8%) foi significativamente inferior (P < 0,05) àquelas das gestações simples (100%)
e duplas (92,9%). No grupo de fetos da TE não houve diferença (P > 0,05) entre as acurácias das
gestações simples (92,3%) e duplas (50,0%). O período médio de migração do TG de fetos da
MN foi de 39,5 ± 2,9 dias e no da TE foi de 48,5 ± 3,3 dias, registrando-se diferença (P < 0,05)
entre ambos. Os resultados permitem concluir que o período de migração do TG difere entre
fetos originados de MN e de TE, que o momento adequado para sexar fetos dessa raça é a partir
do 50º e do 55º dia de gestação, respectivamente, nos fetos provenientes de MN e de TE, que o
TG de fetos de TE na gestação múltipla pode migrar com diferença superior a 96 horas, mesmo
sendo do mesmo sexo, e que as gestações tríplices comprometem a acurácia do exame ultra-
sonográfico.
s573
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Moraes, E.P.B.X.1; Santos, M.H.B.1; Aguiar Filho, C.R.1; Firmino, A.P.1; Paula, N.R.O.2;
Lima, P.F.1; Oliveira, M.A.L.1
1
Laboratório de Biotecnologia do Departamento de Medicina Veterinária - UFRPE, Av. D
Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, 52171 900 Recife-PE maloufrpe@uol.com.br;
2
Laboratório de Fisiologia e Controle da Reprodução - Universidade Estadual do Ceará,
Fortaleza – CE
Este estudo foi conduzido com o objetivo de comparar a eficiência do diagnóstico de gestação
em ovelhas (n= 145) pelas vias transretal e transvaginal utilizando, respectivamente, os
transdutores linear (6,0 e 8,0 MHz) e micro-convexo (5,0 e 7,5 MHz). Os exames ultra-
sonográficos, conduzidos sempre pelo mesmo operador e com a fêmea contida em posição de
estação, foram realizados em diferentes períodos da gestação. No Grupo I, as fêmeas (n = 30)
encontravam-se entre o 15º e o 29º dia de gestação, no Grupo II (n= 28) entre o 30º e o 59º dia, no
GIII (n= 35) entre o 60º e o 89º dia, no GIV (n= 32) entre o 90º e o 139º e o GV (n= 20) foi
formado por fêmeas vazias. Os dados foram estatisticamente avaliados pelo Teste-F com 5% de
significância. O tempo médio, em segundos, dispensado para a realização do diagnóstico de
gestação, respectivamente, pelas vias transretal e transvaginal foi de 9,02±5,57 e 11,74±7,06 no
GI, 13,90±16,49 e 11,37±12,19 no GII, 56,07±41,21 e 128,33±66,23 no GIII, 5,37±3,40 e
2,69±1,90 no GIV e 14,27±17,60 e 20,35±18,17 no GV. Foi registrado que o exame transretal foi
mais rápido no GI, no GIII e no GV, mais lento no GIV e igual no GII. Os resultados permitem
concluir que o diagnóstico de gestação em ovelhas pela ultra-sonografia, apesar da possibilidade
de ser realizado pela via transvaginal, a via transretal é mais recomendável em conseqüência da
rapidez do exame.
s574
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Lima-Verde, I.B.1; Bruno, J.B.2; Martins, F.S.2; Matos, M.H.T.2; Maia Jr, J.E.2;
Silva-Filho, F.J.M.2; Báo, S.N.3; Silveira, E.4; Santos, R.R.2; Silva, J.R.V.2;
Lima, P.F.1; Figueiredo, J.R.2; Rodrigues, A.P.R.2
1
Faculdade de Medicina Veterinária, PPGCV, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE, Brasil; 2
Faculdade de Medicina Veterinária, PPGCV, LAMOFOPA, Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, CE,
Brasil; 3Laboratório de Microscopia Eletrônica, Departamento de Biologia Celular, Universidade de Brasília,
Brasília, DF, Brasil; 4Universidade Federal do Ceará, CENAUREMN, Fortaleza, CE, Brasil.
isabel_limaverde@yahoo.com.br
O presente trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos do α-tocoferol e da ternatina sobre
morfologia, ativação e crescimento de folículos pré-antrais caprinos cultivados in vitro. O córtex
ovariano foi dividido em pequenos fragmentos, sendo um deles imediatamente fixado (controle).
Os fragmentos restantes foram cultivados por 1 ou 5 dias, a 39°C e 5% de CO2, em Meio Essencial
Mínimo (MEM) suplementado com insulina, transferrina e selênio (ITS), piruvato, glutamina,
hipoxantina, BSA, penicilina, estreptomicina e fungizona e na presença ou ausência de 5, 10 ou
15 μM de α-tocoferol ou ternatina. No controle e após cada período de cultivo, em cada tratamento,
os fragmentos ovarianos foram fixados em formol 10% ou em paraformaldeído 2% e glutaraldeído
2,5% para avaliação histológica e ultra-estrutural, respectivamente. Os folículos pré-antrais foram
classificados em primordiais ou em desenvolvimento e ainda em normais ou degenerados. Todos
os tratamentos foram analisados através de ANOVA (efeito do meio e da concentração). Os
dados foram comparados utilizando o Teste de Bonferroni. A comparação do percentual de
folículos morfologicamente normais em todos os tratamentos foi realizada através de Qui-quadrado
(P < 0,05). Em relação ao controle, o cultivo in vitro levou a uma redução do percentual de
folículos morfologicamente normais (P < 0,05) em todos os tratamentos com α-tocoferol e
ternatina após 5 dias de cultivo. Exceto para o cultivo in vitro realizado somente com MEM,
uma redução mínima e máxima do percentual de folículos normais foi observada nos tratamentos
com 5 μM de ternatina e 15 μM de α-tocoferol, respectivamente em todos os períodos de cultivo.
Para ambas as substâncias, a concentração menos tóxica foi de 5 μM após 1 ou 5 dias de cultivo.
Quando comparado ao controle, o cultivo de córtex ovariano por 5 dias aumentou o percentual
de folículos pré-antrais ativados em todos os tratamentos (P < 0,05). Em comparação ao MEM
sozinho, a adição de á-tocoferol ou ternatina não afetou os percentuais de ativação folicular (P >
0,05), exceto no dia 1, quando as concentrações de 5 e 15 μM foram utilizadas, respectivamente
e mostraram um aumento significativo nesse parâmetro, em comparação com os demais
tratamentos. Após 5 dias de cultivo, ternatina 10 μM e MEM sozinho tiveram resultados
semelhantes. Com relação ao diâmetro folicular não foi observada diferença significativa entre
os tratamentos e períodos de cultivo, exceto para o cultivo feito com 15 μM de á-tocoferol após
1 dia, que mostrou uma redução neste parâmetro (P < 0,05). Embora a análise histológica tenha
mostrado folículos morfologicamente normais, a análise ultra-estrutural mostrou que folículos
cultivados por 5 dias em meio contendo antioxidantes mostraram-se degenerados. Por outro
lado, folículos presentes no tecido ovariano não cultivado ou cultivado somente na presença de
MEM por 5 dias, mantiveram sua ultra estrutura normal. Em conclusão, este estudo demonstrou
que á-tocoferol e ternatina podem atuar promovendo a ativação folicular, embora a integridade
morfológica da grande maioria dos folículos pré-antrais não seja mantida por até 5 dias de cultivo
in vitro nas condições de utilização dessas substâncias testadas neste experimento.
s575
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Boff, A.L.N.1; Curcio, B.R.1; Lins, L.2; Velho, J.2; Larvada, A.2; Albuquerque, L.P.2;
Nogueira, C.E.W.2; Deschamps, J.C.1
1
Centro de Biotecnologia (CENBIOT)/UFPel; 2 Dep. Clínicas Veterinárias/FV/UFPel, Campus
Universitário s/n°-Caixa Postal 354 CEP 96010-900, Pelotas/RS. alnboff@yahoo.com.br
s576
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Departamento de Histologia e Embriologia - CCB/UFPA, Belém-PA, Brasil; 2 Laboratório
de Fertilização in vitro - CCB/UFPA, Belém-PA, Brasil; damasc@ufpa.br
s577
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Viana, J.H.M.1; Siqueira, L.G.B.2; Diniz, E.S.1; Camargo, L.S.1; Oliveira, E.R.4;
Fonseca, J.F.3; Fernandes, C.A.C.4
1
Embrapa Gado de Leite, Juiz de Fora, MG 36038-330; 2Universidade Federal de Viçosa,
Viçosa, MG 36571-000; 3Embrapa Caprinos, Sobral, CE 62011-970; 4Biotran Ass. e Consult.
Repr. Anim. Ltda, Alfenas, MG 37130-000; jhmviana@cnpgl.embrapa.br
s578
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Moraes, E.P.B.X.; Santos, M.H.B.; Chiamenti, A.; Rocha, J.M.; Falcão, D.P.;
Albuquerque Filho, P.P.; Firmino, A.P.; Lima, P.F.; Oliveira, M.A.L.
Este estudo foi conduzido com o objetivo de monitorar ultra-sonograficamente a fase inicial da
gestação para determinar as perdas embrionária e fetal, bem como identificar o sexo dos conceptos
de ovelhas da raça Santa Inês. As fêmeas (n= 132), submetidas à monta natural controlada,
foram examinadas no 30º dia após a cobertura para diagnosticar a gestação, no 35º para confirmar
a gestação e observar a viabilidade ou a perda de embriões e no 40º, 50º e 60º dias para avaliar a
perda e identificar o sexo dos fetos, utilizando-se um transdutor linear (6,0 e 8,0 MHz) por via
transretal. O sexo identificado por meio da localização do tubérculo genital ou da visualização
de alguma estrutura da genitália externa. Os dados foram estatisticamente avaliados pelo teste
Qui-quadrado com 5% de significância. Das 118 fêmeas gestantes, 76 (64,4%) apresentaram
gestação simples e 42 (35,6%) múltipla, sendo observado que o número de fêmeas com gestação
simples foi maior (P < 0,05) do que o de gestação múltipla. Dos 160 conceptos monitorados
foram registradas 10,0% (16/160) de perdas, sendo 5,6% (9/160) durante a fase embrionária e
4,4% (7/160) na fase fetal, não havendo diferença (P > 0,05) entre ambas as fases. Nas gestações
simples, a perda de conceptos equivalente a 3,9% (73/76) foi significativamente menor (P <
0,05) do que nas gestações múltiplas, 15,5% (71/84). A acurácia da sexagem fetal no 40º dia da
gestação foi significativamente inferior (P < 0,05) ao do 60º dia, não havendo diferença (P >
0,05) entre o 40º e o 50º dia, bem como entre o 50º e o 60º dia. Os resultados deste estudo
permitem concluir que a técnica da ultra-sonografia é um método eficaz para diagnosticar
precocemente a gestação, monitorar as perdas embrionária e fetal e identificar o sexo de fetos da
raça Santa Inês a partir do 50º dia de gestação.
s579
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Villaverde, A.I.S.B.1; Melo, C.M.1; Corrente, J.E.2; Papa, F.O.1; Lopes, M.D.1
1
Depto de Reprodução Animal e Radiologia Veterinária- FMVZ-UNESP, 18618-000,
Botucatu-SP, Brasil, 2 Depto de Bioestatística-IB-UNESP, Botucatu-SP, Brasil.
anavillaverde@fmvz.unesp.br
Os testes utilizados para avaliação espermática in vitro são importantes, uma vez que oferecem
indícios sobre a capacidade fertilizante dessas células; dentre esses testes se destacam a morfologia
espermática e, principalmente, a determinação do “status” acrossomal, analisados através de
preparações úmidas, esfregaços corados ou sondas fluorescentes. O objetivo do estudo foi a
validação do método de coloração Karras (KA) (modificado por Papa et al., 1988; Arq. Bras.
Med. Vet. Zoot., 40, 115-123), através de comparação com a coloração Fast Green FCF/ Rosa
Bengala (FR) (Pope et al., 1991; J. Zoo Wild. Med., 22, 87-95), para a avaliação de sêmen de
gato doméstico. Amostras de sêmen foram coletadas quatro vezes, em dias alternados para cada
gato (n=4), através de vagina artificial (n=16). Após a coleta, foram realizados esfregaços com
sêmen in natura e, subseqüentemente, 5µl do material restante foram diluídos em 45µl de
citrato de sódio a 2,9%. Para a coloração de FR, à mistura de sêmen e citrato de sódio foram
adicionados 50µl da solução de coloração (1% Fast Green FCF e 1% rosa bengala) e, após 70
segundos à temperatura ambiente, 5 a 10µl da mistura foram utilizados para realização de
esfregaços em lâminas, as quais foram secas à 37ºC. Para a coloração de KA, as lâminas,
previamente, confeccionadas com sêmen in natura foram fixadas em formol salino, por 5 segundos
e secas à 37ºC. A seguir, as lâminas foram imersas, por 2 minutos em solução de Rosa bengala,
1 minuto em solução de Tanino e 30 segundos em solução de Azul Vitória, sendo realizadas
lavagens em água corrente logo após o término de cada imersão e secagem das mesmas em
temperatura ambiente. Foram avaliadas 200 células, por lâmina, para as duas colorações,
utilizando-se microscópio ao aumento de 1000X. A análise estatística foi realizada utilizando-se
o teste não paramétrico de Wilcoxon, estabelecendo diferença significativa quando p<0,05. A
região acrossomal foi corada em azul escuro (KA) ou azul arroxeado (FR) quando o acrossomo
se encontrava intacto ou rosa claro (FR e KA) na ausência do acrossomo. Para as patologias
espermáticas avaliadas (defeitos de cauda, de peça intermediária e de cabeça, incluindo
acrossomo), não foi encontrada diferença significativa entre as duas colorações. Mesmo não
sendo estatisticamente diferente, devido à variação individual, a freqüência de gota citoplasmática
foi maior na coloração de KA, talvez em conseqüência de diferenças no processo de fixação ou
de coloração. Embora a coloração de KA tenha permitido melhor visualização da gota
citoplasmática, ambos os métodos se mostraram eficientes para a avaliação do sêmen de gato
doméstico, apresentando vantagens, tais como: exeqüibilidade, rapidez, baixo custo e análise da
membrana acrossomal, característica relacionada com a fertilidade do animal.
Agradecimentos: FAPESP, Nestlé/Purina e Merial
s580
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Departamento de Reprodução Animal e Radiologia Veterinária – FMVZ/UNESP, Botucatu-
SP, 18618-000, Brasil
A criopreservação de tecido ovariano pode ser aplicada no transplante de córtex ovariano para o
restabelecimento da produção cíclica de ovócitos ou no cultivo e maturação in vitro de folículos
primordiais para a obtenção de ovócitos na produção in vitro. Poucos estudos comparam a
utilização de diferentes crioprotetores e seus efeitos tóxicos no tecido ovariano. Sendo assim, o
objetivo deste experimento foi de comparar as características ultraestruturais de folículos pré-
antrais ovinos criopreservados em DMSO, Etilenoglicol (EG) e sua associação. Cinqüenta ovários
de ovelhas com 12 a 24 meses de idade foram transportados até o laboratório em solução fisiológica
a 25 oC e processados.Pequenos fragmentos (0,2-0,3cm) da cortical ovariana foram obtidos e
imersos em Leibovitz L-15 com 10% SFB e 50ug/ml gentamicina por 5 minutos. Os fragmentos
foram então divididos em 4 grupos: controle; EG; DMSO e DMSO/EG (n=50/grupo). Para
congelação os fragmentos foram mantidos em uma solução 1,5M EG/DMSO/DMSO+EG por
10 minutos e então transferidos a uma solução 1,5M EG/DMSO/DMSO+EG + 0,25M sacarose
por mais 10 minutos. Nesta solução os fragmentos foram acondicionados em criotubos e
transferidos a um congelador programado (Freeze Control, Cryologic Pty Ltd, Waverley, Austrália).
A curva de congelação foi de 2,0ºC/min até -9ºC; estabilizando a essa temperatura por 10 minutos
para o procedimento de cristalização; a partir daí a temperatura baixou 0,3ºC/min até -40ºC;
10ºC/min até -140ºC e estocou-se em nitrogênio líquido. Para descongelação os criotubos foram
mantidos a temperatura ambiente por 20min e em banho maria a 37ºC por 25 min. Os fragmentos
foram transferidos ao meio Leibovitz L-15 + 10%SFB + gentamicina + 1M EG/DMSO/
EG+DMSO + 0,5M sacarose por 10 minutos seguindo a outros 10 minutos em solução com
0,5M EG/DMSO/EG+DMSO + 0,5M sacarose. Após a remoção dos crioprotetores os fragmentos
foram transferidos ao meio Leibovitz L-15 com 10% SFB por 20 min e fixados em glutaraldeído
2,5% para a microscopia eletrônica de transmissão. Neste estudo somente a morfologia dos
folículos pré-antrais foi avaliada. Logo após a coleta, os folículos pré antrais apresentavam
ovócito com núcleo intacto e citoplasma contendo grânulos lipídicos heterogêneos e grande
numero de mitocôndrias arredondadas ou alongadas com as cristas mitocondriais paralelas e
intactas. Ocasionalmente estas organelas apareceram associadas ao retículo endoplasmático liso
(REL). Retículo endoplasmático rugoso (RER) raramente foi encontrado. O citoplasma das células
da granulosa continham um grande número de mitocôndrias e RER. Em contraste, os folículos
criopreservados de todos os grupos continham um maior número de vacúolos no citoplasma
ovocitário, sugerindo um processo inicial de degeneração. Além disso, folículos pré-antrais
criopreservados em DMSO e EG+DMSO também apresentaram danos mitocondriais. Nestes
grupos as mitocôndrias dos ovócitos bem como as células da granulosa apresentavam aspecto
escurecido e retraído. A partir dos resultados obtidos neste experimento foi possível concluir que
apesar da criopreservação induzir a danos nos folículos pré-antrais ovinos, o uso de EG resultou
em menores injúrias celulares. Agradecimento: FAPESP - 02/02705-7
s581
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
1
Departamento de Reprodução Animal e Radiologia Veterinária – FMVZ/UNESP, Botucatu-
SP, 18618-000, Brasil, 2 Hemocentro – FM/UNESP, Botucatu, SP, 18618-000, Brasil
joaoferreiralima@yahoo.com.br
s582
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Previato, P.F.G.1; Pinto-Neto, A.2; Werner, P.R.3; Acco, A.4; Mota, M.F.5;
Silva, A.V.2; Fonseca, J.F.6
1
Médica Veterinária. Especialista em Clínica e Cirurgia de Pequenos Animais – UNIPAR.
Umuarama-PR; 2 Professores do Curso de Mestrado em Ciência Animal - UNIPAR.
Umuarama-PR. E.mail: adalgiza@unipar.br; 3 Professor da UTP. Curitiba-PR.; 4Professora da
UFPR. Curitiba-PR.; 5Professor do Curso de Medicina Veterinária – UNIPAR. Umuarama-PR;
6
Pesquisador CNPC-EMBRAPA– Coronel Pacheco-MG.
Enfermidades nos órgãos reprodutivos de cães e gatos têm variados graus de morbidade,
mortalidade e sofrem influências do histórico reprodutivo, de tratamentos farmacológicos prévios
e de condições ambientais, podendo assim haver variações regionais na incidência de determinadas
anormalidades reprodutivas. O objetivo desse estudo foi fazer um levantamento da incidência
das alterações morfológicas nos órgãos genitais de cães e gatos provenientes de Vilas Rurais da
região de Umuarama, associar a freqüência de cada alteração à espécie, sexo, uso de contraceptivo
e número de partos e discutir as principais alterações encontradas. Foram examinados os órgãos
reprodutivos de 208 animais assim distribuídos: 36,06% eram cadelas, 33,65% cães, 14,90%
gatas e 15,38% gatos, todos sem raça definida e idade variando de um mês a dez anos. Dos
animais examinados, 9,13% apresentaram alterações, classificadas como hiperplasia cística do
endométrio (5,29%), endometrite (0,96%), retenção de placenta (0,48%), fibrose endometrial
(0,48%), degeneração testicular (0,96%), hipoplasia testicular (0,48%) e hemangiossarcoma no
pênis (0,48%). Ao se agrupar as alterações não se observou associação entre freqüência de
alterações e espécie (P>0,05), sendo 10,30% e 6,30% para alterações nas espécies canina e felina,
respectivamente. No entanto, observou-se associação (P<0,05) entre freqüência de alterações e
sexo, sendo que 14,15% estavam presentes em fêmeas e 3,90% em machos. Animais senis
apresentaram maior freqüência de alterações nos órgãos genitais (P<0,05) do que animais jovens.
A freqüência de alterações não se associou positivamente ao uso de contraceptivo, à presença de
gestação e ao número de partos, embora tenha se observado maior número de alterações patológicas
em fêmeas que já tinham parido.
*Apoio financeiro: IPEAC-UNIPAR (Protocolo: 1714/01)
s583
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Wohlres, S.1; Pinto, I.S.B.1; Batista, R.I.T.1; Faza, A.P.1; Paiva, F.P.3; Maffili, V.V.3;
Camargo, L.S.1,2; Viana, J.H.M.1,2
1
Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora, Juiz de Fora, MG 36016-000; 2Embrapa Gado de
Leite, Juiz de Fora, MG 36038-330; 3Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz - Fiocruz, Salvador,
BA 40295-001; binewjf@hotmail.com
s584
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Mançanares, C.A.F.1,2; Carvalho, A.F.1; Santos, J.M.2; Alberto M.L.V.2; Assis Neto, A.C.3;
Ambrósio, C.E.2; Martins, D.S.2; Toquetti, R.C.2; Miglino, M.A.2
1
UNIFEOB , São João da Boa Vista, São Paulo, Brasil, 2Universidade de São Paulo, FMVZ,
Departamento de Cirurgia, São Paulo, São Paulo, Brasil, 3Faculdade de Dracena - UNESP,
Dracena, São Paulo, Brasil. celina@feob.br.
O saco vitelínico é a principal fonte de nutrição do embrião durante o período em que a placenta
verdadeira ainda não está completamente formada, e sua importância também está relacionada à
hematopoiese, pois dele se desenvolvem os primórdios das células sanguíneas, bem como parte
do sistema circulatório primitivo do embrião. Essas estruturas estão altamente relacionadas ao
bom desenvolvimento de um embrião, uma vez que delas depende a nutrição, proteção e também
a formação de órgãos fundamentais para a sobrevivência, como o intestino primitivo, que se
desenvolve a partir do saco vitelínico. Aproximadamente 25 a 40% dos embriões de bovinos são
perdidos entre o período de penetração dos espermatozóides no óvulo e o processo final de
implantação. Este trabalho objetivou estudar a área transicional do intestino primitivo do embrião
com o saco vitelino e inferir sobre sua importância na manutenção do concepto até a formação
placentária. Foram coletados 59 estruturas entre embriões e feto de 10 a 50 dias de gestação,
processados e incluídos rotineiramente em parafina e realizadas as mensurações do Crow-Rump
(EVANS, Anat., Histol., Embryol., vol.2, p.11-45). Foram feitos cortes seqüenciais de todos os
embriões para permitir a visualização da estrutura almejada como um todo. Os cortes foram
corados por HE. Nas amostras, podemos observar a presença do saco vitelino com células ativas
e a área de conecção do intestino primitivo na sua porção anterior com o saco vitelino. O intestino
primitivo apresentou epitélio iniciando sua diferenciação com células colunares estratificadas e
bordadura em escova (endoderma) seguida logo abaixo por células mesenquimais indiferenciadas
provenientes do mesoderma. O saco vitelino com 10 a 20 dias de gestação apresentou uma área
centralmente compacta com duas extremidades longas e finas e com 40 dias após a fecundação
estas diminuíram de tamanho. O saco vitelino era composto por inúmeras ilhas vasculares que
correspondem ao local onde os vasos são envolvidos pelas células vitelínicas (endodérmicas) e
células mesenquimais (mesoderma). No interior dos vasos foi possível identificar um grande
número de hemácias nucleadas (hemangioblastos) de origem fetal. A camada que corresponde
ao mesênquima era delgada e com células alongadas caracteristicamente sintetizadoras de
proteoglicanas presentes na matriz. O endoderma da membrana vitelínica era compostos pelas
células endodermais, grandes, uni o bi-nucleadas e muitas vezes com 2 núcleolos. Este arranjo
celular era semelhante a um arranjo glandular devido a sua arquitetura em ilhas vasculares somado
às camadas teciduais (endoderma e mesoderma). A área transicional entre o saco vitelínico e o
intestino primitivo era estreita em relação à luz destas duas estruturas e possuía células de formato
irregular, ora achatadas, ora globosas formando um delicado revestimento na luz desta região.
No interior (lúmen) havia a presença de hemangioblastos e figuras indicando a passagem destas
células para o mesênquima. Entretanto, esse ultimo tipo de tecido apresenta hemangioblastos em
pequenas redes de capilares. Então, qual é a real função do saco vitelino e a nutrição vitelínica é
marcada como a primeira adversidade no ambiente de vida embrionária?
s585
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Pereira, F.T.V.1; Barreto, R.S.N.1; Miglino, M.A.2; Silva, S.M.1; Burioli, K.C.1
1
UNESP – Dracena, Dracena, SP; 2FMVZ-USP, São Paulo, SP. rsnbarreto@yahoo.com.br
s586
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Sartori Jr., G.; Melo Sterza, F.A.; da Cunha Filho, L.F.C.; Rego Grecco, F.C.A.;
Santos, E.S.; Fonseca, A.; Baudraz, J.A.
1
UNOPAR - Campus de Arapongas - CEP 86702-000 - Cx. P. 560 - Arapongas – PR.
fabiana.sterza@unopar.br
O presente estudo teve por objetivo avaliar dois tipos de protocolos de indução e sincronização
do estro em ovelhas lanadas mestiças Suffolk durante o período de anestro estacional. Ao final
da estação reprodutiva de 2005 foi realizado o diagnóstico de gestação por ultra-sonografia
transretal (PieMedical 100 LC, transdutor linear 5,0 MHz) do rebanho ovino de uma propriedade
localizada em Faxinal-PR. As 42 fêmeas que permaneceram vazias foram divididas em dois
grupos homogêneos segundo a condição corporal e idade. Os grupos 1 (G1) e 2 (G2), ambos
com 21 animais de condição corporal média 2,5, receberam no mesmo período o mesmo tratamento
hormonal, porém com doses diferentes de eCG. No dia 0 (D0) foi implantado o dispositivo
intravaginal (DI) contendo 60 mg de Acetato de Medroxiprogesterona (MAP; Progespon®, Syntex,
Argentina), no D7, G1 recebeu 200 e G2 300 UI de eCG (Novormon®, Syntex, Argentina) e
ambos receberam 30ug de cloprostenol (Prolise®, ARSA S.R.L., Argentina) via IM. No D9 foi
feita à retirada do DI. Após 12 horas da retirada do mesmo os machos foram introduzidos no lote
em uma relação de 1:8 em regime de monta controlada. Até 72 horas após a retirada do DI foram
avaliados a duração do estro e o intervalo entre a retirada do DI e o estro. O diagnóstico de
gestação foi realizado 45 dias após o período de cobertura por ultra-sonografia transretal. 50% e
66,6% (p>0,05, teste de tukey) de G1 e G2 respectivamente apresentaram estro após o tratamento.
Entre 12 e 60 horas após a retirada do DI, foram observados animais entrando em cio, porém a
maioria manifestou estro entre 48 e 60 horas. Um total de 50% dos animais apresentou estro com
duração de 12 horas e 41% entre 24 e 36 horas. A taxa de prenhez de G1 foi de 31% e de G2 de
23%, não apresentando diferença significativa entre si (p>0,05). Os resultados demonstraram
que a indução do estro de ovelhas lanadas em período de anestro, utilizando-se protocolos de
média duração, independendo da dose, 200 ou 300 UI de eCG, possibilita um incremento da taxa
de prenhez do rebanho em até 31%, reduzindo assim o intervalo entre partos e diminuindo o
número de ovelhas falhadas ao término da estação reprodutiva.
Agradecimento: Tecnopec
s587
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Leal, S.R.1; Fontes, R.S.1; Souza Filho, G.A.2; Marques, V.C.L.2; Matos, L.F.1
1
Laboratório de Melhoramento Genético Animal; Setor de Reprodução Animal; 2 Núcleo
de Análise Genômica – UENF , Campos dos Goytacazes – RJ , Brasil.
steveenleal@yahoo.com.br
A grande maioria dos protocolos disponíveis atualmente para a sexagem de embriões bovinos
envolvem a co-amplificação de uma seqüência específica do cromossomo Y juntamente com
uma seqüência autossômica (controle interno), através da técnica de PCR. Uma grande
desvantagem da utilização desses protocolos consiste na necessidade de se utilizar mais de um
par de primers em uma mesma reação, o que pode diminuir a eficiência da técnica de PCR. O
gene da amelogenina bovina (bAMEL) possui dois alelos, um presente no cromossomo X (AMELX)
e outro presente no cromossomo Y (AMELY), sendo que esse último alelo apresenta uma série de
deleções em relação ao alelo presente no cromossomo X. Essa diferença de tamanho entre os
dois alelos faz do gene da amelogenina um marcador genético com grande potencial para ser
utilizado na sexagem, com a vantagem de se utilizar apenas um par de primers em cada ensaio.
O presente trabalho teve como objetivo avaliar a eficiência e a precisão de um novo protocolo
para a sexagem de embriões bovinos, através da sua aplicação inicial em ensaios com animais
adultos (com sexo previamente conhecido). O DNA empregado nas reações foi obtido a partir de
amostras de sangue coletadas de 20 bovinos, sendo 10 machos e 10 fêmeas. A extração de DNA
foi realizada com auxílio de um kit de extração (Biotools – B & M Labs, S. A. – Spain). A PCR
foi constituída de água ultrapura autoclavada, tampão para PCR [10 mM Tris-HCl (pH 8,3) e 50
mM KCl], 2 mM de MgCl2, 200 ìM de cada dNTP, 0,5 U de Taq DNA polimerase, e um par de
primers externo específico para a amplificação do gene da amelogenina (20 p/mol cada),
totalizando um volume final de 25 ìl, após a adição do DNA. As amplificações foram realizadas
com as seguintes condições de tempo e temperatura : 5min/94ºC (desnaturação inicial), seguido
por 40 ciclos de 1min/94ºC (desnaturação da dupla fita), 1min/35ºC (anelamento dos primers),
e 2min/72ºC (síntese da nova fita), com um ciclo de extensão final de 7min/72ºC. Alíquotas de
0,2 ìl dos produtos da PCR foram utilizadas como molde para as reações de Nested-PCR Nessa
etapa, foi utilizado um par de primers interno à seqüência amplificada na primeira reação (20 p/
mol cada). A temperatura de anelamento foi de 45ºC, sendo as demais condições as mesmas
utilizadas no primeiro passo. A detecção dos produtos amplificados foi feita através de eletroforese
em gel de agarose (1,8%) contendo brometo de etídio, sendo os géis fotografados sobre
transiluminador de luz ultravioleta e posteriormente analisados. Foram observados 100% de
eficiência e de precisão nas reações. A presença de duas bandas (500 e 625pb) identificou os
machos, e a presença de apenas uma banda (625pb) identificou as fêmeas. Nenhuma banda foi
detectada no controle negativo, o que atesta a ausência de contaminação nos ensaios. Os resultados
alcançados comprovam a precisão do protocolo utilizado, sendo que o próximo passo será testar
a sua eficiência e sensibilidade em ensaios com embriões.
s588
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
ÍNDICE DE AUTORES
Biase, F.H. ..................................... 300; 303; 465; 537 Cardoso, C.R.S. .............................................. 506; 520
Biase, W.K.F.S. .............................................. 300; 303 Cardoso, G.G.C. ...................................................... 503
Bicudo, S.D. ........................................................... 379 Carmo, M.T. .......................................... 347; 350; 421
Binelli, M. 1; 274; 301; 335; 336; 337; 343; 344; 355; Carneiro, C. .................................................... 282; 370
367; 533; 540 Carnicelli, P. ........................................................... 475
Biondi, F.C. .................................................... 471; 577 Carreira, J.T. ........................................................... 376
Birgel, E. ................................................................. 235 Carrijo, L.H.D. ....................................................... 290
Biscarde, C.E.A. ............................ 319; 320; 321; 407 Carvalho, A. ........................................................... 307
Bisinotto, R.S. ........................... 1; 274; 301; 344; 366 Carvalho, A.F.......................................................... 585
Bispo, C.A.S. ......................................... 316; 357; 571 Carvalho, B.A. ........................................................ 390
Bispo, M.S. ............................................................. 571 Carvalho, B.C. ................................................ 384; 385
Bittencourt, R.F. .................... 319; 320; 321; 351; 407 Carvalho, B.P. ......................................................... 359
Blanco, I.D.P. ........................................................ 443; Carvalho, C.M.F. .................................................... 471
Blaschi, W. ............................................. 417; 418; 561 Carvalho, G.R. ................................................ 357; 571
Blume, H. ............................................................... 275 Carvalho, L.M. ............................................... 521; 522
Bó, G.A. ............................ 17; 31; 386; 387; 388; 518; Carvalho, M.A.P. ............................................ 398; 399
Boelhauve, M. ........................................................ 302 Carvalho, N.A.T. .................................................... 366
Boff, A.L.N. .......................................... 317; 576; 459 Castilho, A.C.S. ..................... 329; 362; 363; 545; 572
Bohrer, R.C. ........................................................... 445 Castilho, E.M. ................................................ 396; 397
Boité, M.C. ..................................................... 385; 508 Castro, V. ................................................................ 519
Bonesi, G.L. ............................................................ 443 Cavada, B.S. ........................................................... 297
Boonkusol, D. ......................................................... 171 Cavalca, L.G. .................................................. 353; 354
Bordignon, V. ........................................ 479; 480; 481 Cavalcanti, A.S. ..................................... 384; 385; 508
Borges, A.M. .......................................................... 348 Celeghini, E.C.C. ................................................... 272
Borges, J.B.S. ......................................................... 424 Celestino, J.J.H. ..................................................... 266
Borges, L.F.K. ........................................................ 361 Cesaro, M.P. .......................................................... 322;
Borsato, E.A. .......................................................... 417 Chalhoub, M. ......................... 319; 351; 407; 523; 524
Bortolotti, G.M.F. ................................................... 465 Chaves, R.M. .................................................. 556; 568
Braga, F.A. ............................................................. 349 Chesta, P. ................................................................ 388
Braga, F.C. ............................. 273; 537; 542; 548; 570 Chiamenti, A. .......... 59; 415; 556; 558; 559; 568; 579
Braga, M.Q. ............................................................ 315 Chiaratti, M.R. ................................................ 276; 444
Brandão, A.C. ........................................ 320; 321; 549 Chiari, J.R. ...................................................... 159; 293
Brandão, A.C.G. ..................................................... 351 Chilliard, Y. ............................................................ 372
Brandão, F.Z. ................................. 324; 384; 385; 508 Cipriano, R.S. ................................................. 360; 390
Brandão, H.M. ........................................................ 345 Clemente, C.A.A. .................................. 284; 472; 473
Bressan, F.F. .................................. 337; 542; 546; 548 Comegno Jr, L.C. ................................................... 342
Bruno, J.B. ..................................................... 352; 575 Cordeiro, M.F. ........................................................ 462
Bruschi, J.H. ................................................... 359; 509 Cordeiro, M.S. ................................................ 471; 577
Bueno da Silva, R. .................................................. 298 Cordini, M. ..................................................... 312; 313
Bueno, L.M. ........................................................... 272 Correa, G.A. ............................................................ 469
Bunn, S. .......................................................... 309; 322 Corrêa, M.N. .................................................. 396; 397
Buratini Jr., J. ........................ 329; 362; 363; 545; 572 Correia, J.C. ........................................................... 352
Burgstaller, J. .......................................................... 276 Corrente, J.E. .......................................................... 580
Burioli, K.C. ........................................................... 586 Corteze, A.A. .......................................................... 307
Butzke, G. ....................................................... 506; 520 Cortezzi, S.S. .......................................................... 433
Price, C.A. .............................................................. 362 Costa, E.P. .............................................................. 359
Costa, F.R. .............................................................. 358
C Costa, I.B. .............................................. 329; 363; 572
Cajazeiras, J.B. ............................................... 280; 458 Costa, M.C. ............................................................ 331
Caldas-Bussiere, M.C. ........................................... 358 Costa, N.N. ............................................................. 471
Calegari, R.S. .........................................311; 441; 477 Covizzi, G.J. ................................................... 338; 365
Câmara, D.R. .......................................................... 423 Crespilho, A.M. ............................. 205; 310; 311; 323
Camara, J.U. ........................................................... 290 Cruz, F.B. ....................................................... 309; 322
Camargo, L.S.A. .. 281; 284; 439; 464; 472; 473; 478; Cunha, R.M.S. ........................................................ 297
495; 509; 550; 578; 584 Curcio, B.R. ........................................... 317; 459; 576
Canella Filho, C.C. ................................................. 501 Cutaia, L. ................................. 17; 386; 387; 388; 518
Caraciolo, M.C.M. ................................................. 557
Cardoso, B.L. ......................................................... 428
s590
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
G J
Gadelha, C.R.F. ...................................................... 365 Jacomini, J.O. ................................................. 264; 375
Galeli, G. ................................................................. 315 Jardina, D.T.G. ............................... 159; 413; 414; 513
Galerani, M.A.V. ............................................ 438; 491 Joaquim, D.C. ......................................................... 435
Galuppo, A.G. ................................................. 519; 569 Jorge, R.S. .............................................................. 487
Garbelotti, F. ........................................................... 545 José, A.A.F.B.V. ..................................................... 435
Garcia, J.F. ...................................................... 197; 440 Juvenal, J.C. ........................................................... 307
Garcia, J.M. . 268; 269; 270; 271; 276; 298; 360; 489;
490; 519; 537; 554 K
Garcia, P.D. ............................................................ 289 Koivisto, M.B. ........................................................ 376
Garcia, P.H.M. ........................................................ 292 Krieger, J.E. ............................................................ 546
Gasperin, B.G. .......................................................... 85
Gaudêncio Neto, S. ................................................ 309 L
Gavio, D. ................................................................ 491 L.F.C. .............................................................. 333; 334
Gênova, L.G. ........................................................... 356 La Salle, S. ............................................................. 243
Genovez, M.E. ........................................................ 519 Lagares, M.A. ......................................................... 314
Gerger, R.P.C. ................................................. 479; 549 Landim Jr., L.P. ............................. 276; 489; 490; 554
Giassetti, M.I. ........................................................ 343; Landim-Alvarenga, F.C.434; 443; 474; 475; 482; 555;
Gimenes, L.U. ................................. 31; 366; 367; 527 581; 582
Gimenes, L.U.G. ..................................................... 452 Larvada, A. ............................................................. 576
Giometti, I.C. .......................................................... 363 Láufer-Amorim, R. ................................................. 328
Gioso, M.M. . 371; 398; 399; 429; 494; 501; 507; 515 Leal, C.L.V. .. 131; 433; 446; 453; 465; 466; 467; 554
Giuliatti, S. ............................................................. 303 Leal, L.S. ........................................................ 434; 443
Goissis, M.D. ....... 341; 460; 481; 485; 538; 539; 547 Leal, S.R. ................................................................ 588
Golçalves, J.S.A. .................................................... 547 Leite, D.S.P. .................................................... 317; 459
Golim, M.A. ................................................... 555; 582 Leme, L.O. ..................................... 342; 447; 448; 468
Gomes, H.F. ............................................................ 364 Lemos, F.O. ............................................................ 289
Gonçalves, F.S. ...................... 436; 437; 455; 456; 457 Lemos, T.N. ............................................................ 289
Gonçalves, J.S.A. 332; 340; 341; 460; 480; 481; 538; Lima Neto J.F. ........................................................ 482
544 Lima, I.M.T. ........................................................... 497
Gonçalves, P.B.D. ................................... 85; 361; 445 Lima, M.C. ............................................ 335; 336; 337
Gondim, F.Q.B. ...................................................... 560 Lima, P.F.59; 415; 416; 556; 557; 558; 559; 560; 568;
Gonzalez, C.I.M. ............................................ 556; 560 573; 574; 575; 579
Goulart, L.R. .......................................................... 264 Lima, T.N. ............................................................... 484
Granito, A.L. .......................................................... 349 Lima-Neto, J.F. ...................................... 443; 555; 582
Greco, G.M. ............................................................ 508 Lima-Verde, I.B. ........................... 265; 266; 352; 575;
Guardieiro, M.M. ........................................... 264; 375 Lins, L. ........................................................... 317; 576
Guerreiro, V.J. ........................................................ 513 Lôbo, R.B. ..................................................... 491; 438
Guido, S.I. ...................................................... 560; 573 Logrado, M.L. ........................................................ 282
Guimarães Neto, A.G. ............................................ 517 Loguercio, R.S. ...................................................... 361
Guimarães, E.C. ..................................................... 375 Logullo, C. .............................................................. 364
Guimarães, J.D. ...................................................... 377 Lopes C.A.P. ............................................................. 71
Gusmão, A.L. ................................ 351; 512; 523; 524 Lopes Júnior, E.S. ................. 280; 458; 497; 510; 573
Lopes, F.L. ............................................................. 243;
H Lopes, M.D. ................................... 318; 474; 475; 580
Habermann, F. ........................................................ 302 Losi, T.C. ....................................... 285; 383; 391; 392
Hansen, P.J. ............................................................ 145 Losi, T.L. ................................................................ 419
Havt, A. .................................................................. 297 Losinno, L. ....................................................... 39; 245
Hellú, J.A.A. .......................................................... 440 Loureiro, B. ........................................................... 559;
Herrera, C. .............................................................. 245 Lucca Neto, J.A. ..................................................... 312
Hossepian de Lima, V.F.M. ................... 213; 553; 562 Lucca, F.M. ............................................................. 348
Hucke, E.E.T.S. ..................................... 289; 335; 336 Lucci, C.M. ..................................................... 265; 266
Hunter, M.G. ............................................................. 95 Lucifero, D. ............................................................ 243
Lucio, A.C. ............................................ 271; 553; 562
I Lúcio, C.F. .............................................................. 332
Ibiapina, B.T. ............................................. 1; 274; 301 Ludgero, B.F.A. ...................................................... 501
s592
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Nogueira, G.P. ...... 278; 330; 360; 365; 366; 367; 372; Perecin, F. .... 268; 269; 270; 271; 276; 298; 360; 537;
390; 470 554
Nogueira, L.A.G. ........................... 324; 384; 385; 508 Pereira, A.F. .................................................... 280; 458
Nogueira, M.F.G. .............................................. 25; 514 Pereira, F.T.V. ......................................................... 586
Nonato Jr., I. ........................................................... 452 Peres, K.R. .............................................................. 267
Novaes, J.L.C. ........................................................ 310 Peres, L. ............................................................ 17; 387
Nunes, L.C. .................................................... 353; 354 Peres, L.C. ............................................. 386; 388; 518
Peres, M.A. ............................................ 460; 479; 547
O Perez, G.C. .............................................................. 394
Oba, E. . 319; 320; 321; 327; 328; 329; 371; 398; 399; Perez, J.O. .............................................................. 378
434; 494; 507 Perini, A.P. ..................................... 271; 338; 553; 562
Ogando, P.P............................................................. 424 Perri, S.H.V. .......................... 376; 436; 455; 456; 457
Ohashi, O.M. ......................................... 444; 471; 577 Pescara, J.B. ........................................................... 428
Oliveira Jr., E.G. ............................................. 298; 462 Pfeifer, L.F.M. ................................................ 396; 397
Oliveira, A.C.S. .............................................. 406; 561 Piagentini, M. ................................................. 339; 355
Oliveira, A.P. .......................................................... 495 Picinato, D. ............................................................... 17
Oliveira, C.H. ......................................................... 314 Picolomini, M. ................................................ 519; 569
Oliveira, D.J.C. ...................................................... 330 Pimentel, J.R.V. ............................. 335; 336; 349; 570
Oliveira, E.R.371; 398; 399; 429; 494; 501; 507; 515; Pincinato, D. .................................. 386; 387; 388; 518
578 Pinheiro, E.S.P. ....................................................... 291
Oliveira, F. .............................................................. 264 Pinheiro, V.G. ................................................. 355; 411
Oliveira, F.A. .................................................. 282; 370 Pinho, T.G. ..................................... 324; 384; 385; 508
Oliveira, G.R. .......................................................... 424 Pinna, A.E. ...................................................... 384; 508
Oliveira, J.F.C. ............................................... 361; 445 Pinto, I.S.B. ............................................................ 584
Oliveira, J.V. .................................. 347; 350; 421; 564 Pinto, L.C. .............................................................. 423
Oliveira, K.M. ........................................................ 315 Pinto, M.G.L. .......................................................... 362
Oliveira, L.C. .................................................. 389; 422 Pinto-Neto, A. ......................................... 348; 511; 583
Oliveira, M.A.L. .... 59; 415; 416; 556; 557; 558; 559; Pires, E. .............................. A. 338;
560; 568; 573; 574; 579 Pires, E.A. ............................................................. 365;
Oliveira, M.E.F. ...................................................... 462 Pires, M.F.Á. ......................................... 284; 472; 473
Oliveira, P.C. .......................................................... 487 Pires, P.R.L. ............................................................ 446
Oliveira, R. ............................................................. 405 Pires, R.M.L. .......................................................... 516
Oliveira, R.S. .......................................................... 478 Pivato, I. ................................ 290; 449; 470; 505; 517
Orlandi, C. ...................................................... 205; 278 Polgar, Z. ................................................................ 171
Ortigari, I. ............................................................... 322 Polidoro, R.F.Q. ..................................................... 275
Polisseni, J. ............................ 284; 439; 464; 472; 473
P Ponchirolli, C.B. ............................................. 205; 483
Padilha, L.C. ................................................... 461; 561 Pontes, E.O. ........................................... 274; 301; 337
Paes de Carvalho, C.S. ................................... 364; 488 Pontes, J.H.F. ......................................... 452; 463; 487
Paiva, D.S. .............................................................. 423 Porciuncula, P.M. ................................................... 433
Paiva, F.M. ............................................................. 429 Portela, A.P.M. ...................................... 407; 523; 524
Paiva, F.P. ............................................................... 584 Portela, V.V.M. ......................................................... 85
Palhão, M.P. .................................. 316; 357; 359; 571 Porto, L.P.C. ................................................... 521; 522
Panattoni, J.F. ......................................................... 487 Porto-Neto, L.R. ..................................................... 197
Papa, F.O. .... 205; 310; 311; 318; 323; 421; 425; 563; Potiens, J.R. ............................................................ 476
564; 565; 566; 567; 580 Prado, R.B. ............................................................. 484
Papa, P.C. ............................................... 337; 363; 545 Prestes, N.C. ........................................................... 339
Pardo, F.D. .............................................................. 349 Previato, P.F.G. ............................................... 511; 583
Paschoal, D.M. ....................................................... 477 Price, C.A. ............................................. 363; 545; 572
Paula, N.R.O. ............................... 497; 510; 558; 574; Providelo, F.D. ....................................................... 235
Paula-Lopes, F.F. .................................................... 302 Puga, R. .................................................................. 303
Paulini, F. ................................................................ 309 Puoli Filho, J.N.P. .................................................. 278
Pavão, D.L. ..................................................... 519; 569
Pavão, G.D. ............................................................. 443 Q
Pedrazzi, C. ............................................................ 322 Queiroz, F.J.R. ........................................................ 508
Peixer, M.A.S. ........................................................ 279 Queiroz, L.M.V. ..................................................... 279
Penteado, L. .......... 401; 402; 403; 408; 409; 410; 426 Quetglas, M.D. ....................................................... 453
Quinn, R.L. ............................................................... 95
s594
Acta Scientiae Veterinariae 34(Suplemento 1): 2006
Y
Yamada, C. ............................................................. 479
Yamazaki, W. ......................................... 276; 537; 554
Z
Zahn, F.S. ............................................................... 565
Zambrini, F.N. ............................... 316; 357; 359; 509
Zilioti, C.R. ............................................................. 304
Zimmermann, M.F. ................................................. 308
Zúccari, C.E.S.N. ........................................... 333; 334
s597