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Thiago Diniz
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7.2. Velocidades do Direito Penal (Jesus-Maria 5. Diferenças entre crime e contravenção ......... 9
Silva Sanches) ............................................................ 5 Fato típico ....................................................................... 9
7.3. Direito penal do inimigo ................................. 5 Elementos do fato típico ........................................ 9
Conceito ................................................................. 5 1. Conduta............................................................. 10
Efeitos da aplicação do Direito Penal do 2. Nexo .................................................................. 10
Inimigo.................................................................... 5
3. Resultado ......................................................... 10
7.4. Neopunitivismo (Daniel Pastor)..................... 5
4. Tipicidade: formal e material ....................... 10
7.5. Direito Penal como proteção de contextos
Exclusão do crime ........................................................ 11
da vida em sociedade (Stratenwerth) .................. 5
Classificação dos crimes ............................................. 11
PRINCÍPIOS DE DIREITO PENAL ................................ 6
Crimes de dano e de perigo................................. 11
1. Princípio da reserva legal ou da estrita
legalidade ................................................................... 6 Crimes materiais, formais e de mera conduta . 11
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célere e amplo dessas questões, sob pena de tornar Efeitos da aplicação do Direito Penal do Ini-
o Direito Penal inócuo e simbólico. Além disso, não migo
seria tarefa do Poder Judiciário aplicá-las, e sim da
1º. O inimigo não pode gozar de direitos pro-
Administração Pública.
cessuais.
2º. Submete-se a um juízo de periculosidade
7.2. Velocidades do Direito Penal (Jesus-
(DP prospectivo).
Maria Silva Sanches) 3º. Antecipação da esfera de proteção da
• Parte do pressuposto de que o Direito Penal, NO norma jurídica, para abranger inclusive
INTERIOR DE SUA UNIDADE SUBSTANCIAL, contém atos preparatórios, sem redução quantita-
dois grandes blocos de ilícitos: tiva da pena.
1º. Infrações às quais são cominadas PPL (DP 4º. Novos meios de investigação, como ação
nuclear); controlada e infiltração de agentes.
2º. Infrações às quais são cominadas espécies 5º. Mitigação do princípio da reserva legal.
diversas de sanções penais (DP periférico). 6º. Condutas descritas em tipos de mera con-
OBS. Os 2 grupos têm natureza penal e devem ser duta e perigo abstrato (flexibiliza o princí-
processados e julgados pelo Poder Judiciário (≠ Di- pio da lesividade).
reito Intervencionista). 7º. Descrição vaga dos crimes e das penas (fle-
xibiliza o princípio da legalidade).
• Velocidades (Silva Sanches cuidou das duas pri-
8º. Preponderância do Direito Penal do Autor
meiras velocidades):
(flexibiliza o princípio da exteriorização do
✓ 1ª: PPL
fato).
➢ Rígida observância dos princípios
9º. "Leis de luta e combate", leis de ocasião (Di-
clássicos;
reito Penal de Emergência).
➢ Regras de imputação.
10º. Endurecimento da execução penal (Re-
✓ 2ª: PRD gime Disciplinar Diferenciado - RDD).
➢ Flexibilização dos princípios pro-
porcional à menor intensidade da 7.4. Neopunitivismo (Daniel Pastor)
sanção.
• Relaciona-se com o Direito Penal Internacional,
✓ 3ª: Direito Penal do Inimigo
caracterizado pelo alto nível de incidência política
✓ 4ª: Neopunitivismo
e pela seletividade, com elevado desrespeito às re-
✓ 5ª: Estado policial: maior assiduidade do gras básicas do poder punitivo.
controle policial, no cenário em que o Di- • Insere-se na linha do panpenalismo, que busca a
reito Penal tem o escopo de responsabili- todo custo o aumento do arsenal punitivo do Es-
zar os autores, diante da agressividade pre- tado, inclusive de forma mais arbitrária que o mo-
sente em nossa sociedade de relações delo defendido pelo DP do Inimigo.
complexas e por vezes incompreensíveis.
7.5. Direito Penal como proteção de con-
7.3. Direito penal do inimigo textos da vida em sociedade (Stra-
Conceito tenwerth)
• Deixa em segundo plano a proteção dos interes-
Propõe a flexibilização ou mesmo a supressão de
ses individuais, para salvaguardar imediatamente
diversas garantias materiais e processuais, até en-
os bens jurídicos inerentes a toda a coletividade.
tão consideradas absolutas e intocáveis.
• Ao contrário de Hassemer, busca justamente a
Quem é o inimigo? É o indivíduo que afronta a es-
proteção dos bens jurídicos difusos.
trutura do Estado, pretendendo desestabilizar a or-
• Com isso, desloca-se o foco da criação de infra-
dem nele instaurada ou, até mesmo, destruí-lo. É a
ções penais: antes, fundada na proteção de bens
pessoa que revela um modo de vida contrário às
individuais contra lesões efetivas; agora, centrada
normas jurídicas, demonstrando não ser um cida-
nos crimes de perigo abstrato, como forma de
dão (ex: terroristas).
proteção aos bens jurídicos transindividuais.
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2º. Ausência de periculosidade social x Prefeitos: para o STJ, NÃO cabe insig-
e o Estado possui o direito de punir. para decidir quais condutas merecem a pu-
✓ Há, portanto, desvalor da conduta e nição criminal. A esse respeito, confira-se o
desvalor do resultado. julgado veiculado no Informativo 515 do
✓ No entanto, a pena revela-se incabí- STJ: O ato de vender ou expor à venda CDs
vel, ilegítima e desnecessária no e DVDs falsificados é conduta formal e ma-
caso concreto, pois diversos fatores terialmente típica, estando prevista no art.
justificam seu afastamento (ex: su- 184, § 2º, do CP. Assim, não se pode alegar
jeito com personalidade ajustada ao que tal conduta deixou de ser crime por
convívio social, colaboração com a conta do princípio da adequação social.
Justiça, reparação do dano causado
à vítima etc). 8. Princípio da intervenção mínima (ul-
✓ Sua natureza, portanto, é a de causa tima ratio)
supralegal de extinção da punibili-
• A criminalização de um fato só se mani-
dade.
festa legítima quando constitui meio indis-
pensável para a proteção de determinado
4. Princípio da individualização da pena bem ou interesse.
• 3 aspectos ou dimensões: • Disso resultam dois atributos do Direito Pe-
a) Legislativo nal (Obs: MASSON conceitua os atributos
b) Judicial de modo inverso):
c) Administrativa (execução da pena) Subsidiariedade Fragmentariedade
Desnecessidade da Desnecessidade da atu-
5. Princípio da alteridade (Roxin) incursão do Direito ação do Direito Penal,
Penal, dada a sufici- dada a irrelevância da
• A conduta deve invadir patrimônio jurídico ência da proteção lesão ou do perigo de
alheio (ninguém pode ser punido por cau- conferida pelos de- lesão causado ao bem
sar mal apenas a si próprio). mais ramos. jurídico tutelado pena
norma penal.
6. Princípio da confiança Opera em abstrato. Opera em concreto.
• Todos devem esperar por parte das demais 9. Princípio da proporcionalidade (razoa-
pessoas comportamentos responsáveis e bilidade ou convivência das liberdades
em consonância com o ordenamento jurí-
públicas)
dico, almejando evitar danos a terceiros.
• Por isso, esse princípio tem especial aplica- • A criação de tipos penais deve constituir-se
ção nos delitos praticados na direção de em atividade vantajosa para os membros
veículo automotor. da sociedade, eis que impõe um ônus a to-
dos os cidadãos, decorrente da ameaça de
7. Princípio da adequação social punição.
• Vetor que se dirige a 3 destinatários:
• Não pode ser criminoso o comportamento
✓ Legislador,
humano que, embora tipificado em lei, não
✓ Juiz,
afronta o sentimento social de Justiça.
✓ Órgãos da execução penal.
• Funciona, portanto, como causa supralegal
• Possui dupla face:
de exclusão da tipicidade.
a) Garantismo hiperbólico monocu-
• É INCORRETA a afirmação de que o princí-
lar: proibição do excesso;
pio da adequação social serve de parâme-
b) Garantismo hiperbólico binocu-
tro fundamental ao julgador, que, à luz das
lar: proibição do excesso + proibi-
condutas formalmente típicas, deve deci-
ção da tutela deficiente.
dir quais sejam merecedoras de punição
criminal (MPCE/2020). Isso porque a impe- 10. Princípio da humanidade
ratividade da lei penal impede que a ade-
quação social seja empregada pelo juiz • Decorre da dignidade da pessoa humana e
proíbe a criação de tipos e a cominação de
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TEORIA DO CRIME
Conduta
Conceito de crime
Nexo de
1. Critério analítico causalidade
a) Teoria bipartida: crime é fato típico e ilícito Fato típico
Resultado
naturalístico
b) Teoria tripartida: crime é fato típico, ilícito
e praticado por agente culpável.
Tipicidade
c) Teoria quadripartida: Crime é fato típico, ilí- Crime Ilícito
cito, praticado por agente culpável e punível.
Imputabilidade
2. Conceito formal ou legal
Crime é aquilo que a lei define como tal. De acordo Exigibilidade de
"Culpável"
com a Lei de Introdução ao CP: são as infrações pe- conduta diversa
nais cujo preceito secundário comina pena de re-
clusão ou detenção, isolada, alternativa ou cumu- Potencial consciência
da ilicitude
lativamente com a pena de multa.
Fato típico
1. Conduta 2. Nexo
➔ Teorias abordadas nos comentários ao art. 13
Conceito de conduta
do CP.
Depende da teoria adotada:
Comportamento humano
3. Resultado
Teoria clássica,
voluntário que produz mo- • É a consequência provocada pela conduta
naturalística,
dificação no mundo exterior do agente.
mecanicista ou
causal • Pode ser:
Liszt, Conduta independe de dolo a) Jurídico ou normativo
Beling e culpa, bastando que o
b) Naturalístico ou material
agente produza o resultado
• Todo crime tem resultado jurídico, embora
Comportamento humano,
consciente e voluntário, di- possa não contar com resultado naturalís-
rigido a um fim. tico.
Teoria final ou
finalista 4. Tipicidade: formal e material
Dolo e culpa no fato típico,
(CP)
dentro da conduta. Formou-
Welzel Tipicidade formal
se uma culpabilidade “va-
zia”, porque desprovida de • Juízo de subsunção do fato à norma.
dolo e culpa. • Espécies de tipicidade formal
Leva em conta o controle da a) Adequação típica imediata ou direta: a
Teoria
vontade, presente nos cri- conduta humana se enquadra diretamente na lei
cibernética
mes dolosos, assim como penal incriminadora, sem necessidade de qualquer
Zaffaroni
nos culposos.
norma interposta.
Teoria social b) Adequação típica mediata ou indireta: o
Comportamento humano
Wessels, ajuste entre o fato e a norma somente se realiza
com transcendência social.
Jescheck por meio da conjugação do tipo penal com uma
norma de extensão. As normas de extensão, que
Comportamento humano,
dominado ou dominável permitem a subsunção indireta, podem ser:
Teoria jurídico- pela vontade, dirigido para 1) de extensão temporal (art. 14, II, CP): na
penal a lesão ou para a exposição tentativa, antecipa-se a tutela penal para
Francisco de As- a perigo de um bem jurí- abarcar os atos executórios prévios à con-
sis Toledo dico, ou, ainda, para a cau- sumação;
sação de uma previsível le-
2) de extensão pessoal: na participação (art.
são a um bem jurídico.
29, CP), o tipo penal passa a alcançar não
Formas de conduta só o sujeito que praticou os atos executó-
rios, mas todos que de qualquer modo con-
1. Ação correram para o delito;
2. Omissão – há duas teorias sobre a omis-
são: 3) de extensão causal: nos casos dos crimes
omissivos impróprios (art. 13, § 2°, CP), há
Naturalística Normativa (CP) uma ampliação da conduta criminosa, en-
Omissão é fenô- Omissão é não fa- globando a omissão daquele que não cum-
meno causal que zer o que a lei de- priu seu dever de agir.
pode ser consta- terminava que se
tado no mundo fizesse. Tipicidade material
fático
É a lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico penal-
Quem se omite “Do nada, nada
mente tutelado.
faz alguma coisa. vem”.
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Concausa... duta
- relativamente indepen- • Crime formal, de consumação antecipada ou
Nexo dente,
de resultado cortado. Tipo penal prevê conduta
causal - superveniente,
- que por si só produziu o re- + resultado, que é DISPENSÁVEL para a consuma-
sultado. ção do crime. MPSC/2019: A especial finalidade da
Resultado conduta (também denominada “dolo específico”) é
Tipicidade um elemento subjetivo do tipo existente em alguns
Estado de necessidade delitos materiais, mas não é compatível com os de-
Legítima defesa litos formais. ERRADO!
Causas
Estrito cumprimento de
legais
dever legal Outras classificações
genéricas
(não possui elementos)
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sua conduta na busca de realizar qualquer espécie de erro de tipo acidental, não isen-
um deles. tando o agente de pena. Há controvérsia
na doutrina sobre qual série causal deve
121/129 121 (quer)/129 (quer) ser considerada (se a visada ou a efetiva-
(mesma intensidade de vontade) mente ocorrida).
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5.1. Conceito
É uma espécie de crime qualificado pelo resultado,
em que há dolo no antecedente e culpa no conse-
quente.
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CÓDIGO PENAL
Alterações promovidas pelo Art. 157, § 2°, VII; e §2°-B: nova disciplina do
Pacote Anticrime no CP roubo majorado pelo emprego de arma...
Art. 25, CP: Especificação de hipótese de legí- a) Arma branca: a pena aumenta-se de 1/3
tima defesa até 1/2;
• Observados os demais requisitos, b) Arma de fogo: a pena aumenta-se de 2/3;
• agente de segurança pública que... c) Arma de fogo de uso restrito ou proibido:
• repele agressão ou risco de agressão a... aplica-se a pena em dobro.
• vítima mantida refém durante a prática Art. 171, § 5°, CP: ação penal no crime de esteli-
de crimes. onato...
Art. 51, CP: Execução da pena de multa... • REGRA: ação penal pública condicionada à
• A multa é considerada dívida de valor; representação.
• Executada perante o juiz da execução • Exceções: se a vítima for...
penal; a) Administração Pública, direta ou indi-
• Segundo as normas relativas à dívida reta;
ativa da Fazenda Pública. b) Criança ou adolescente;
Art. 75, CP: tempo máximo de cumprimento da c) Pessoa com deficiência mental;
pena privativa de liberdade d) Maior de 70 anos;
40 anos e) Incapaz.
Art. 83, CP: requisitos do livramento condicio- Art. 216, CP: pena máxima do crime de concus-
nal são
[...] 2 a 12 anos
III – comprovado:
a) bom comportamento durante a execução
PARTE GERAL
da pena; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
b) não cometimento de falta grave nos últi- 1. Aplicação da lei penal (arts. 1 ao 12)
mos 12 (doze) meses; (Incluído pela Lei nº
13.964/2019)
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c) bom desempenho no trabalho que lhe foi
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atribuído; e (Incluído pela Lei nº 13.964/2019)
d) aptidão para prover a própria subsistên-
cia mediante trabalho honesto; (Incluído pela Lei nº 1.1. Interpretação da lei penal
13.964/2019)
[...] a) Interpretação extensiva
Art. 91-A, CP: confisco alargado • Amplia-se o texto da lei, para amoldá-lo à sua
• Condenação por infrações cuja pena má- efetiva vontade.
xima é superior a 6 anos de reclusão; • É possível sua utilização mesmo em relação às
• Perda de bens correspondentes à diferença normas incriminadoras.
entre o valor do patrimônio do condenado b) Interpretação analógica
e aquele que seja compatível com o seu • O legislador traz uma fórmula casuística (fe-
rendimento lícito;
chada) seguida de uma fórmula genérica.
• Exige requerimento expresso do MP na de-
• A viabilidade da interpretação analógica não
núncia.
se define apenas pelo sistema da alternância
Art. 116, CP: causas impeditivas da prescrição
[...] expressa (ex: art. 251, CP), podendo derivar
II - enquanto o agente cumpre pena no exte- também do sistema de alternância implícita
rior; (ex: “121, § 2º Se o homicídio é cometido: I
III - na pendência de embargos de declaração - Mediante paga ou promessa de recompensa,
ou de recursos aos Tribunais Superiores, ou por outro motivo torpe”) ou do sistema de
quando inadmissíveis; e autonomia correlata (ex: art. 260, CP).
IV – enquanto não cumprido ou não rescin- Obs. Analogia não é forma de interpretação, mas
dido o acordo de não persecução penal.
modo de integração da lei penal.
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Espécies de tentativa
1. Branca ou incruenta: objeto material não é
atingido;
2. Vermelha ou cruenta: objeto material é atin-
gido;
3. Perfeita, acabada ou crime falho: agente es-
gota todos os meios executórios que esta-
vam à sua disposição.
4. Imperfeita, inacabada ou propriamente
dita: o agente inicia a execução sem, con-
tudo, utilizar todos os meios que tinha ao seu
alcance.
5. Qualificada ou abandonada: ocorre nos cri-
mes em que o resultado não ocorre por cir-
cunstâncias intrínsecas à vontade do agente,
como se dá no arrependimento eficaz e na
desistência voluntária.
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tem poder para evitá-lo com sua habilidade, razão Descriminantes putativas
pela qual se configura dolo eventual.
Conceito
Teorias do dolo São as excludentes da ilicitude imaginadas pelo
agente. A causa excludente não existe concreta-
Teoria Definição mente, encontra-se apenas na mente do agente.
• Basta a previsão do resultado. Por exemplo, o autor imagina estar agindo em legí-
Representação • CP não adotou. tima defesa, mas não está.
(ou possibilidade) • Há quem defenda que foi aco-
lhida para a culpa consciente. Natureza
• Previsão + vontade de produ- Depende da teoria da culpabilidade adotada:
Vontade zir o resultado.
Teoria Teoria
• CP adotou para o dolo direto.
limitada extremada
• Previsão + agente assume o
Assentimento Erro sobre pres-
risco de produzir o resultado.
(consentimento) supostos fáticos Erro de tipo Erro de
• CP adotou p/ o dolo eventual. Os requisitos da
permissivo proibição
excludente estão
Erro presentes?
Erro sobre a
Erro de tipo existência Erro de Erro de
A excludente exis- proibição proibição
• Fenômeno que determina a ausência de dolo
te no ordenamen- indireto indireto
quando, havendo uma tipicidade objetiva, to?
falta ou é falso o conhecimento dos elementos Erro sobre os li- Erro de Erro de
requeridos pelo tipo. mites proibição proibição
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reincidência somente podem ser valoradas, na pri- • A reincidência é a única agravante que pode ser
meira fase da dosimetria, a título de antecedentes reconhecida tanto em crime doloso como em crime
criminais, não se admitindo sua utilização também culposo. Art. 61 CP, jurisprudência consolidada.
para desvalorar a personalidade ou a conduta so-
cial do agente. Causas de aumento e de diminuição
Maus antecedentes Concurso de causas de aumento ou de dimi-
nuição (68, CP)
• Conceito: É a condenação penal transitada em jul-
gado em desfavor do agente, que não poderá servir • É possível a aplicação do artigo 68 do CP aos cri-
como reincidência, sob pena de bis in idem mes da legislação penal especial, em analogia in
• A existência de inquéritos policiais ou de ações bonam partem. Neste sentido, a melhor doutrina:
penais sem trânsito em julgado não podem ser “Em legislação especial, dá-se a aplicação do art.
considerados como maus antecedentes para fins 68, § único, do CP, valendo-se da analogia in bonam
de dosimetria da pena. STF. RE 591054, partem. Desse modo, no concurso dos aumentos
17/12/2014 (repercussão geral) (Info 772). STF. HC possíveis, previstos nos arts. 19 e 20 da Lei
94620/MS e HC 94680/SP, 24/6/2015 (Info 791). 10.826/03, pode o juiz aumentar a pena duas ve-
• Já a condenação por fato anterior, mas com trân- zes, ou apenas uma, dependendo do caso con-
sito em julgado posterior, pode ser utilizada creto. (…).” (NUCCI).
como circunstância judicial negativa, a título de an-
tecedente criminal (STJ, HC 210.787/RJ). Continuidade delitiva
• Hipóteses de maus antecedentes: • O Código Penal adota teoria objetiva, segundo
1. Condenação anterior por crime militar pró- a qual basta cumprir os requisitos do art. 71.
prio ou político (Art, 64, II,CP) • Já a jurisprudência adota teoria objetiva-sub-
2. Fato anterior e condenação posterior ao jetiva (teoria mista), para a qual, além dos requisi-
novo crime. tos do art. 71, exige-se unidade de desígnio.
3. Decurso do lapso depurador de 5 anos.
• Ademais, a jurisprudência do STJ alega que se
houver um lapso temporal superior a 30 dias de um
Súmulas aplicáveis
crime para o outro, descaracteriza a continuidade
• S. 636, STJ: A folha de antecedentes criminais é delitiva, incidindo concurso material.
documento suficiente a comprovar os maus ante-
• Para o Tribunal, deve ocorrer pelo menos em
cedentes e a reincidência.
cidades próximas.
• S. 444, STJ. É vedada a utilização de inquéritos po-
liciais e ações penais em curso para agravar a pena- • Para configurar crime continuado, os crimes
base. devem ser da mesma espécie, não bastando que
sejam somente da mesma natureza. NÃO PODE,
Agravantes e atenuantes portanto: roubo x latrocínio, roubo x extorsão, por
exemplo. "Não há como reconhecer a continuidade
Agravantes
delitiva entre os crimes de roubo e o de latrocínio
Reincidência porquanto são delitos de espécies diversas, já que
• Não geram reincidência: tutelam bens jurídicos diferentes." Aplica-se a re-
1º. Crimes militares próprios, gra do concurso material (Informativo 899 STF).
2º. Crimes políticos,
3º. Decurso de prazo superior a 5 anos desde o Limite das penas (75, CP)
cumprimento da pena ou a extinção da punibili- • Súmula 715, STF. A pena unificada para aten-
dade. der ao limite de 30 anos de cumprimento, de-
• E se a infração anterior for CONTRAVENÇÃO? terminado pelo art. 75 do CP, não é conside-
1º. Há reincidência se a infração subsequente rada para a concessão de outros benefícios,
também for CONTRAVENÇÃO. como o livramento condicional ou regime mais
2º. Não há reincidência se a infração subse- favorável de execução.
quente for CRIME.
Sim, aqui houve um equívoco do legislador.
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anos, primário, permite regime se- ➢ Do dia em que se esgota o prazo p/ ofe-
miaberto). recimento da denúncia, no caso da ação
• Art. 44 - Penas restritivas de direito penal privada subsidiária da pública.
➢ “Pena igual a 4 anos substitui” • Art. 110, § 1° - prazo da prescrição executória:
➢ Pena menor ou igual a 1 ano: multa ou 1 aumenta-se de 1/3 se o condenado é reinci-
restritiva de direito dente.
➢ Conversão da PRD em PPL: saldo mínimo • Art. 114 – Prescrição da pena de multa...
de 30 dias de detenção/reclusão ➢ 2 anos, se multa é a única cominada ou
• Art. 45 - Prestação pecuniária: 1 a 360 SM aplicada;
• Art. 46 - Prestação de serviços à comunidade ➢ Mesmo prazo da PPL, nos demais casos.
➢ Condenações maiores que 6 meses.
➢ Se pena substituída for maior que 1 ano,
pode cumprir em menor tempo, nunca
inferior à 1/2 da PPL.
• Art. 49 - Pena de multa: 10 a 360 DM
➢ Valor unitário: 1/30 a 5x o SM, podendo
aumentar até 3x.
• Art. 64 - lapso depurador da reincidência: 5
anos.
• Art. 70 - concurso formal: 1/6 a 1/2.
• Art. 71 - continuidade delitiva: 1/6 a 2/3.
• Art. 77 - suspensão condicional da pena
a) Sursis simples
➢ Pena não superior a 2 anos
➢ Período de prova: 2 a 4 anos
b) Sursis etário/humanitário
➢ Pena não superior a 4 anos
➢ Período de prova: 4 a 6 anos
• Art. 83 - livramento condicional
➢ Pena igual ou superior a 2 anos.
➢ Cumprimento parcial da pena...
a) Mais de 1/3: não reincidente em
crime doloso + bons anteceden-
tes
b) Mais da 1/2 se reincidente em
crime doloso
c) Mais de 2/3 se crime hediondo +
TTT, se não for reincidente espe-
cífico nesses crimes.
• Art. 92 - Efeitos da condenação – Perda do
cargo, função pública ou mandato eletivo
➢ PPL maior ou igual a 1 ano nos crimes
cometidos com abuso de poder ou viola-
ção de dever para com a Administração;
➢ PPL maior que 4 anos nos demais casos.
• Art. 94 - Reabilitação: 2 anos após a extinção
da pena ou terminar sua execução.
• Art. 97 - Internação (espécie de medida de se-
gurança)
➢ Prazo indeterminado
➢ Prazo mínimo de 1 a 3 anos.
• Art. 103 - Decadência do direito de queixa ou
de representação: 6 meses, contados...
➢ Do dia em que veio a saber quem é o au-
tor do crime
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1.299.021, Min. Rogerio Schietti Cruz, 14/2/2017. liberdade das pessoas, não há falar em fato típico a
ser punido na seara penal. Não se trata do crime do
Jurisprudência não sumulada art. 229 do CP. Mesmo após as alterações legislati-
vas introduzidas pela Lei 12.015/2009, a conduta
3. Crimes contra a propriedade imate- consistente em manter “Casa de Prostituição” se-
rial (184 a 196) gue sendo crime tipificado no art. 229 do CP. Toda-
via, com a novel legislação, passou-se a exigir a “ex-
ploração sexual” como elemento normativo do
4. Crimes contra a organização do tra- tipo, de modo que a conduta consistente em man-
balho ter casa para fins libidinosos, por si só, não mais ca-
racteriza crime, sendo necessário, para a configu-
5. Crimes contra o sentimento religi- ração do delito, que haja exploração sexual, assim
entendida como a violação à liberdade das pessoas
oso e contra o respeito aos mortos
que ali exercem a mercancia carnal. STJ. 6ª Turma.
REsp 1683375-SP, Min. Maria Thereza de Assis
6. Crimes contra a dignidade sexual Moura, 14/08/2018 (Info 631).
213 214 215 215-A 216 216-A
216-B 217 217-A 218 218-A 218-B 7. Crimes contra a fé pública
218-C 219 220 221 222 223
224 225 226 227 228 229 289 290 291 292 293 294
230 231 232 232-A 233 234 295 296 297 298 299 300
234-A 235 236 237 238 239 301 302 303 304 305 306
307 308 309 310 311 311-A
Estupro
• O estupro (art. 213 do CP), com redação dada Art. 297, CP: Falsidade material de docu-
pela Lei 12.015/09, é tipo penal misto alternativo. mento público
Logo, se o agente, no mesmo contexto fático, pra- • MPBA: A falsificação, no todo ou em parte, de do-
tica conjunção carnal e outro ato libidinoso contra cumento público, ou a alteração de documento pú-
uma só vítima, pratica um só crime do art. 213 do blico verdadeiro, revela um crime de falsidade ma-
CP. STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1262650, Min. Re- terial, cujo elemento subjetivo exigido é o dolo e
gina Helena Costa, 5/8/2014. STJ. 6ª Turma. HC admite a modalidade tentada. CORRETA.
212.305, Min. Marilza Maynard, 24/4/2014 (Info • CUIDADO: alguns documentos tipicamente parti-
543). culares são equiparados aos documentos públicos,
• O agente que passa as mãos nas coxas e seios da para efeitos penais (ex: livros mercantis, título ao
vítima menor de 14 anos, por dentro de sua portador, testamento particular etc – art. 297, CP).
roupa, pratica, em tese, o crime de estupro de vul-
nerável (art. 217-A do CP). Não importa que não te- Art. 307, CP: Falsa identidade
nha havido penetração vaginal (conjunção carnal).
• O crime do art. 307 é formal (de consumação an-
STF. 1ª Turma. RHC 133121/DF, red. acórdão Min.
tecipada). Consuma-se o crime com a atribuição
Edson Fachin, 30/8/2016 (Info 837).
efetiva da falsa identidade, independentemente de
atingir o especial fim de agir. Por esta razão, impos-
Manutenção de casa de prostituição (art.
sível iniciar a execução e desistir voluntariamente
229, CP) da dela.
• Não se tratando de estabelecimento voltado ex- • S. 522 do STJ: A conduta de atribuir-se falsa iden-
clusivamente para a prática de mercancia sexual, tidade perante autoridade policial é típica, ainda
tampouco havendo notícia de envolvimento de que em situação de alegada autodefesa.
menores de idade, nem comprovação de que o réu
tirava proveito, auferindo lucros da atividade se-
xual alheia mediante ameaça, coerção, violência ou
qualquer outra forma de violação ou tolhimento à
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Thiago Diniz
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ATRAPALHA
1. PROGRESSÃO: interrompe o prazo para a pro-
gressão de regime (Súmula 534-STJ).
2. REGRESSÃO: acarreta a regressão de regime.
3. SAÍDAS: revogação das saídas temporárias.
4. REMIÇÃO: revoga até 1/3 do tempo remido.
5. RDD: pode sujeitar o condenado ao RDD.
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Thiago Diniz
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6. DIREITOS: suspensão ou restrição de direitos. cumpre pena restritiva de direitos ou que seja be-
7. ISOLAMENTO: na própria cela ou em local ade- neficiário de livramento condicional não tem o
quado. condão de modificar a competência da execução
8. CONVERSÃO: se o réu está cumprindo pena res- penal, que permanece com o juízo da condenação,
tritiva de direitos, esta poderá ser convertida em sendo deprecada ao juízo onde fixa nova residência
privativa de liberdade. somente a supervisão e o acompanha- mento do
cumprimento da medida imposta. CC 137899/PR.
NÃO INTERFERE:
1. LIVRAMENTO CONDICIONAL: não interrompe o Remição
prazo para obtenção de livramento condicional • A prática esportiva pelo apenado não possibilita
(Súmula 441-STJ). a remição da respectiva pena.
2. INDULTO E COMUTAÇÃO DE PENA: não inter-
fere no tempo necessário à concessão de indulto e
Lei n° 8.137/90
comutação da pena, salvo se o requisito for expres-
samente previsto no decreto presidencial (Súmula 1 2 3 4 5 6
535-STJ). 7 8 9 10 11 12
13 14 15 16 17 18
Regime disciplinar diferenciado (RDD) 19 20 21 22 23 24
• 360 dias, limitado a 1/6 da pena. 25 26 27 28 29 30
• Aplica-se ao preso provisório e ao defini-
tivo. • SV 24. Não se tipifica crime material contra a or-
• Inclusão é ato do juiz. dem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da
Lei 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tri-
•
buto.
Progressão de regime • A SV 24 aplica-se a fatos anteriores à sua edição.
• A constituição regular e definitiva do crédito tri-
• SV 56. O condenado não pode ser obrigado a butário é suficiente para tipificar as condutas pre-
cumprir regime de pena mais gravoso do que o vistas no art. 1°, I a IV, da Lei n° 8.137/1990, não
a ele permitido por lei em razão da deficiência influenciando em nada, para fins penais, o fato de
estatal. É o teor da SV 56. Nesses casos – de falta ter sido reconhecida a prescrição tributária
de estabelecimento penal adequado –, obser- (MPMT/2019). O reconhecimento de prescrição tri-
var-se-ão os seguintes critérios (do RE butária em execução fiscal não é capaz de justificar
641.320/RS): (i) a saída antecipada de sentenci- o trancamento de ação penal referente aos crimes
ado no regime com falta de vagas, (ii) a liber- contra a ordem tributária previstos nos incisos I a
dade eletronicamente monitorada ao sentenci- IV do art. 1º da Lei 8.137/90. A constituição regular
ado que sai antecipadamente ou é posto em pri- e definitiva do crédito tributário é suficiente para
são domiciliar por falta de vagas e (iii) o cumpri- tipificar as condutas previstas no art. 1º, I a IV, da
mento de penas restritivas de direito e/ou es- Lei nº 8.137/90, não influenciando em nada, para
tudo ao sentenciado que progride ao regime fins penais, o fato de ter sido reconhecida a pres-
aberto. Até que sejam estruturadas as medidas crição tributária. STJ. AgRg no AREsp 202.617/DF, j.
alternativas propostas, poderá ser deferida a 10/3/16 (Info 579).
prisão domiciliar ao sentenciado. • Os Ministros reuniram-se perante a 3ª Seção de
• Súmula 439, STJ. Admite-se o exame crimino- julgamento do STJ (HC 399.109/SC, Rel. Ministro
lógico pelas peculiaridades do caso, desde que Rogerio Schietti Cruz, Terceira Seção, julgado em
em decisão motivada. 22/08/2018, DJe 31/08/2018) para prevenir diver-
• Súmula 491, STJ. É inadmissível a chamada gência e uniformizar o entendimento entre as Tur-
progressão per saltum de regime prisional. mas. Referido HC fora impetrado pela Defensoria
Pública do Estado de SC em favor do administrador
Competência de determinada sociedade contribuinte de ICMS e
• A mudança de domicílio pelo condenado que que, realizando a venda de mercadorias, declarou
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Thiago Diniz
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o ICMS próprio de alguns poucos meses, mas dei- • O crime de lavagem de dinheiro (Lei 9.613/98, al-
xou de pagar. Considerando a descrição fática do terada pela Lei 12.683/12) objetiva dar aparência
acórdão, tratou-se de caso simples, sem envolvi- lícita a algo ilícito (ex.: trocar o carro, que é fruto de
mento de fraude, nota fiscal inidônea ou outro tipo um crime, por ações, por dinheiro, etc). Vigora, no
de situação de fato que pudesse influenciar na aná- referido crime, o princípio da autonomia, se-
lise da tese. Após o julgamento, foi pacificado o en- gundo o qual não se exige prova concreta nem
tendimento de que o crime de apropriação indé- condenação transitada em julgado quanto à ocor-
bita tributária previsto no art. 2º, inciso II, da Lei rência de infração penal antecedente para que a
nº 8.137/1990 é praticado pelo sujeito passivo da denúncia de lavagem de dinheiro seja considera
relação jurídica tributária que age, consciente- apta. Assim, o que é genericamente exigido pela ju-
mente, na inadimplência do ICMS próprio ou de- risprudência é a presença de indícios suficientes
vido por substituição tributária. da existência do crime antecedente. STJ: “Para
configuração do crime do artigo art. 1º da Lei n.
Lei de Lavagem de Dinheiro 9.613/98, não é necessário que o acusado tenha
sido condenado pelo delito antecedente, pois em-
1 2 3 4 5 6 bora derivado ou acessório, o delito de lavagem de
7 8 9 10 11 12 dinheiro é autônomo, também não se exigindo pro-
13 14 15 16 17 18 cesso criminal ou condenação pelo prévio delito,
19 20 21 22 23 24 nem mesmo que o acusado seja o autor do delito,
25 26 27 28 29 30 bastando, para tanto, a presença de indícios sufici-
entes de sua existência (...) 3. Permanece típica e
• Foram 3 as principais modificações trazidas pela punível a lavagem de dinheiro mesmo quando des-
Lei 12.683/12 à Lei 9.613/98: conhecido ou isento de pena o autor do crime pre-
i) Supressão do rol taxativo de crimes antece- cedente, desde que presentes indícios suficientes
dentes; da existência deste delito (art. 2º, § 1º, da Lei
ii) Fortalecimento do controle administrativo 9.613/98). 4. O sujeito ativo do crime de lavagem
sobre setores sensíveis à reciclagem de capitais; de dinheiro pode ser, não só o autor, o coautor ou
iii) Ampliação das medidas cautelares patrimo- o partícipe do crime antecedente, mas todo aquele
niais incidentes sobre a lavagem de capitais e que, de alguma forma, concorra para a ocultação
sobre as infrações antecedentes. ou dissimulação do lucro proveniente da atividade
• Gerações das leis sobre lavagem de dinheiro: delituosa. 5. A jurisprudência do STJ é firme no sen-
1º. Crime antecedente era só o tráfico de dro- tido de que, para a configuração do crime do art. 1º
gas, da Lei 9.613/98, não é necessário que o acusado te-
2º. Rol alargado, porém ainda taxativo, nha sido condenado pelo delito antecedente,
3º. Rol aberto, de forma que o antecedente pois embora derivado ou acessório, o delito de la-
pode ser qualquer infração penal. vagem de dinheiro é autônomo.
➔ É adotada nos tribunais superiores brasilei- • MPBA/2018. Não se pode confundir o crime de
ros a doutrina norte-americana que aponta a favorecimento real com o crime de lavagem de ca-
existência de 3 fases distintas do crime de “la- pitais, uma vez que o primeiro (favorecimento real)
vagem” de bens, direitos e valores: a colocação, não pode ser praticado pelo autor ou partícipe da
o encobrimento e a integração (MPMT/2019). infração antecedente, vez que o próprio tipo penal
• O crime de “lavagem” de capitais tem natureza se caracteriza pelo auxílio destinado a tornar se-
acessória, derivada ou dependente de infração pe- guro o proveito do crime, fora dos casos de coau-
nal anteriormente cometida, típica e antijurídica, toria ou de receptação.
da qual decorreu a obtenção de vantagem finan- • Bem jurídico tutelado é a ordem socioeconô-
ceira ilegal (segundo a doutrina: “infração penal mica.
produtora”). Por isso é exemplo do que se costuma • A utilização do dinheiro em viagens ou o mero
chamar de “crime parasitário”. proveito não configura o crime.
• Infração antecedente pode ser: • STF entende que não há necessidade de opera-
✓ Crime, ções complexas para ocultar a origem ilícita do di-
✓ Contravenção. nheiro.
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Thiago Diniz
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Thiago Diniz
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Não há consenso
Jesús-Maria Silva Jesús-Maria Sil-va sobre a existência
Jakobs Daniel Pastor
Sánchez Sánchez dessa 5ª veloci-
dade
Busca a todo custo
o aumento do ar-
Aplica penas priva- Aplica penas alter- Aplica penas gra- Maior presença do
senal punitivo do
tivas de liberdade. nativas à prisão. ves e severas. controle policial.
Estado (panpena-
lismo).
Relaciona-se com o
A despeito da gra- DP Internacional,
Permite a flexibili- vidade da sanção, caracterizado pelo DP tem o objetivo
zação dos direitos propõe a flexibili- alto nível de inci- de responsabilizar
Observa todas as os autores, diante
e garantias proces- zação ou mesmo a dência política e
garantias e direitos da agressividade
suais, proporcional supressão de direi- pela seletividade, verificada na socie-
processuais.
à menor intensi- tos e garantias ma- com elevado des- dade contemporâ-
dade da sanção. teriais e processu- respeito às regras nea.
ais. básicas do poder
punitivo.
TEMPO DO CRIME
Teoria da atividade ou da ação
(art. 4º do CP)
3 Teorias
Teoria do resultado
LUGAR DO CRIME
Teoria da ubiquidade ou mista
(art. 6° do CP)
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Thiago Diniz
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5. Conceito de conduta
Conduta é comportamento humano voluntário que produz modificação no
mundo exterior. Independe de dolo e culpa, bastando que o agente produza
Teoria clássica, o resultado.
naturalística, meca-
A teoria clássica não explica:
nicista ou causal
Liszt, Beling 1. Crimes omissivos próprios;
2. Crimes formais e de mera conduta;
3. Tentativa.
Teoria final ou Conduta é comportamento humano, consciente e voluntário, dirigido a um
finalista
fim. Dolo e culpa alojam-se no fato típico, dentro da conduta. Formou-se uma
(CP)
Welzel culpabilidade “vazia”, porque desprovida de dolo e culpa.
Leva em conta o controle da vontade, presente nos crimes dolosos, assim
como nos culposos. Segundo Zaffaroni, os tipos dolosos possuem como ob-
Teoria cibernética jeto de proibição o próprio fim almejado pelo agente (ex: a morte, no homicí-
Zaffaroni dio). Já os tipos culposos proíbem condutas atendendo ao modo eleito pelo
agente para alcançar o fim por ele visado. O que importa, assim, é justamente
o domínio da vontade, presente em ambos os casos.
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Thiago Diniz
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Teoria social
Wessels, Conduta é comportamento humano com transcendência social.
Jescheck
Teoria jurídico-penal Conduta é comportamento humano, dominado ou dominável pela vontade,
Francisco de Assis To- dirigido para a lesão ou para a exposição a perigo de um bem jurídico, ou,
ledo ainda, para a causação de uma previsível lesão a um bem jurídico.
6. Omissão penal
7. Nexo de causalidade
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Thiago Diniz
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8. Teorias do dolo
TIPICIDADE CONGLO- É a comprovação de que a conduta está também proibida pelo sistema jurí-
BANTE dico globalmente considerado (antinormatividade).
Segundo Zaffaroni, a “tipicidade implica antinormatividade (contrariedade à norma) e não podemos admi-
tir que na ordem normativa uma norma ordena o que a outra proíbe. Uma ordem normativa, na qual uma
norma possa ordenar o que a outra pode proibir, deixa de ser ordem e de ser normativa e torna-se uma
‘desordem’ arbitrária”.
A teoria da tipicidade conglobante já foi adotada pelo STJ: PROCESSUAL PENAL - CRIME CONTRA A
HONRA - QUEIXA-CRIME OFERECIDA POR JUÍZA CONTRA DESEMBARGADOR - DELITO DE DIFAMAÇÃO - ART.
139 C/C ART. 141, II, DO CP - AUSÊNCIA DO ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO - PROCESSO DE PROVIMENTO DE
CARGO DE DESEMBARGADOR - EXPRESSÕES UTILIZADAS PARA FUNDAMENTAR VOTO DE PROMOÇÃO -
CAUSA ESPECIAL DE EXCLUSÃO DO DELITO - REJEIÇÃO DA EXORDIAL ACUSATÓRIA. 1. Queixa-crime ofere-
cida por Juíza contra Desembargador que, durante processo de promoção por merecimento de magistrado,
proferiu voto com expressões tidas por difamatórias pela querelante. 2. O querelado, em sessão pública, pro-
feriu seu voto, consoante previsto na Resolução n° 106/2010 do CNJ, não se extraindo da sua manifestação
conduta que se amolde na figura típica do art. 139 do Código Penal. Ausência de animus diffamandi. 3. O que-
relado agiu no estrito cumprimento do dever legal de fundamentação do voto, restando afastada a tipici-
dade conglobante do crime de difamação, nos termos do art. 142, III, do Código Penal e do art. 41 da LC n°
35/79 (LOMAN). 4. Queixa-crime rejeitada. (APn 683/AP, Rel. Min. ELIANA CALMON, CORTE ESPECIAL, julgado
em 21/11/2012, DJe 04/12/2012).
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Thiago Diniz
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11. Teorias sobre a transição dos atos preparatórios para os atos executórios
Teoria objetiva
A configuração dos atos executórios depende do início da realização do tipo penal.
Teoria Divide-se em 4 subteorias:
subjetiva
Teoria Teoria
Teoria objetivo- Teoria objetivo-
da hostilidade ao objetivo-formal
material individual
bem jurídico (ou lógico-formal)
Importa-se com Atos executórios Ato executório é Atos executórios Atos executórios
o plano do são aqueles que aquele que dá início são aqueles que são aqueles que
agente, admi- atacam o bem jurí- à realização do nú- dão início à prática dão início à prática
tindo a punição dico penalmente cleo do tipo penal. do núcleo do tipo, do núcleo do tipo,
de atos prepa- tutelado. assim como os ime- assim como os ime-
ratórios. diatamente anteri- diatamente anteri-
ores, de acordo ores, de acordo
com a visão de um com o plano con-
terceiro observa- creto do autor.
dor.
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Thiago Diniz
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Teoria sintomática
Teoria subjetiva, Teoria objetiva,
(Escola Positiva de Ferri, Lombroso e
voluntarística ou monista realística ou dualista
Garófalo)
Ocupa-se exclusivamente da Sustenta a punição pela periculosi-
Adotada pelo CP
vontade criminosa (daí ser cha- dade revelada pelo agente.
mada de subjetiva ou voluntarís- A tentativa é punida em razão
tica). do perigo proporcionado ao
bem jurídico tutelado pela lei
penal.
O sujeito é punido pela sua in- Possibilita a punição de atos prepa- Leva em conta o desvalor da
tenção, importando o desvalor ratórios, pois se contenta com a conduta e o desvalor do re-
de sua ação. mera manifestação de periculosi- sultado, de modo que a ten-
dade pelo agente. tativa deve receber punição
inferior à do crime consu-
mado.
Teoria objetiva
A responsabilização depende de elementos objetivos (lesivi-
dade) e subjetivos (dolo e culpa). Teoria Teoria
Subdivide-se em duas teorias: subjetiva sintomática
Teoria objetiva Teoria objetiva
pura temperada ou intermediária
O Direito Penal deve se preo- A lesividade continua sendo o cri-Leva em conta a Preocupa-se com
cupar somente com os resul- tério norteador para a responsabi- apenas a vontade a periculosidade
tados produzidos pela con- lização penal. do agente para do autor, e não
duta do agente. que se puna a com o fato prati-
Assim, residindo toda a aten- Desse modo, exige-se, pelo me- tentativa, nada cado.
ção no resultado fenomênico nos, o perigo de lesão ao bem jurí- importando a ini-
A tentativa e o
(aquilo que de fato ocorreu), dico penalmente tutelado para doneidade do
meio empregado crime impossível
quando a conduta é incapaz que incida a responsabilização pe-
ou do objeto do traduzem mani-
de provocar lesão, o fato nal.
crime. festações exteri-
deve permanecer impune.
ores da personali-
Por isso mesmo, não se afere Aqui, se a inidoneidade é mera-
Afasta-se do prin- dade desajustada
se a inidoneidade é absoluta mente relativa, conclui-se que o
cípio da lesivi- do agente, que,
ou relativa: há crime impossí- bem jurídico foi colocado em pe-
dade, na medida incapaz de obe-
vel ainda que a inidoneidade rigo, justificando a responsabiliza-
em que concen- decer às regras
da conduta seja apenas rela- ção penal. Afirma-se, então, que a
tra a atenção no jurídicas a todos
tiva. inidoneidade deve ser absoluta
aspecto psíquico impostas, deve
para que se reconheca o crime im- ser responsabili-
do agente.
possível e, via de consequência, se zado.
afaste a punição pela tentativa.
Foi a teoria adotada pelo CP (art.
17), ao se referir a impropriedade
ABSOLUTA do objeto e a ineficá-
cia ABSOLUTA do meio.
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@mp_estadual
Thiago Diniz
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O dolo é normativo, pois, além dos elementos cognitivo e volitivo, con- O dolo é natural, pois migra para
tém um elemento normativo. Assim, o dolo normativo é constituído por o tipo penal sem a consciência da
1. Consciência ilicitude (justamente o elemento
2. Vontade normativo que lhe pertencia, de
3. Consciência (atual) da ilicitude acordo com as 2 teorias anterio-
res). O dolo passa a contar, por-
tanto, apenas com elementos “na-
elemento normativo turais”: consciência + vontade.
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@mp_estadual
Thiago Diniz
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• Assim, autor é quem de • A diferença para a teoria • Autor é quem realiza o núcleo (verbo) do tipo
qualquer modo contribui anterior está na possibili- penal, enquanto partícipe é quem de qualquer
para a produção de um re- dade de redução da pena, es- modo concorre p/ o crime, sem praticar o nú-
sultado penalmente rele- tabelecendo-se diversos cleo típico.
vante. graus de autoria. • Logo, o autor intelectual é partícipe.
• Falha: não explica a autoria mediata.
• Aparece, aqui, a figura do • A punição do partícipe só é possível em virtude
cúmplice, assim compre- da norma de extensão prevista no art. 29 do
endido como o autor que CP, de modo que, p/ ele (partícipe), a adequa-
concorre de modo menos im- ção típica é indireta ou mediata.
portante para o resultado.
Teoria objetivo-material
• Adotada pelo CP, com o
• Autor é quem presta a contribuição objetiva
complemento da teoria da
mais importante p/ a produção do resultado.
autoria mediata. Partícipe, por sua vez, é quem concorre de forma
menos relevante, ainda que realize o núcleo do
tipo.
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@mp_estadual
Thiago Diniz
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@mp_estadual
Thiago Diniz
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Em resumo: autor deve Em resumo: autor deve Em resumo: autor deve Em resumo: autor deve
praticar fato... praticar fato... praticar fato... praticar fato...
típico típico típico típico
+ + +
ilícito ilícito ilícito
+ +
ser culpável ser culpável
+
ser efetivamente
punido
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@mp_estadual
Thiago Diniz
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Descrença nas finalidades A pena tem finali- A finalidade da pena é pre- A pena deve, a um só
da pena e no poder puni- dade exclusiva- venir. tempo:
tivo do Estado. mente retributiva. 1. castigar o conde-
A prevenção pode ser as-
nado;
Desse modo, a única fun- Funciona, assim, sim classificada:
2. evitar a prática
ção da pena é a neutraliza- como instrumento a) geral: volta-se à coletivi-
do crime.
ção do condenado, sobre- de vingança do Es- dade como um todo, sem
tudo quando a prisão acar- tado contra o cri- um destinatário específico. Sustenta, assim, a fu-
reta o seu afastamento da minoso. 1. positiva: reafirma a são entre as finalida-
sociedade. vigência e a autori- des retributiva e pre-
dade da lei penal; ventiva da pena. Por
2. negativa: cria um isso é também deno-
contraestímulo no minada de teoria da
potencial criminoso,
união eclética, inter-
inibindo-o de agir.
mediária, conciliató-
b) especial: direcionada
ria ou unitária.
exclusivamente à pessoa do
condenado. Foi a teoria adotada
1. positiva: ressociali- pelo CP, como se ex-
zação. trai, entre outros, de
2. negativa: busca evi- seu art. 59: “O juiz [...]
tar a reincidência, in- conforme seja neces-
timidando o conde- sário e suficiente para
nado para que ele a reprovação e pre-
não volte a delinquir. venção do crime”.
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@mp_estadual
Thiago Diniz
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22. Teorias sobre o crime continuado (a continuidade delitiva exige unidade de desígnios?)
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