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UNIDADE IV: CÁLCULO COMBINATÓRIO E PROBABILIDADES

1. Cálculo Combinatório

1.1. Análise combinatória


A análise combinatória consiste no estudo das diferentes maneiras de formar e ordenar conjuntos a
partir de elementos de outros conjuntos. Em qualquer processo de contagem, usa-se sempre o
princípio fundamental de contagem.

Se uma tarefa envolve a realização de k tarefas, por uma determinada ordem, e se há


n1

maneiras de realizar a primeira,


n2 maneiras de realizar a segunda, …, nk maneiras de realizar a

ultima tarefa, então há


n1 ×n2 ×...×nk formas diferentes de realizar essa tarefa.

Exemplo:
Qual é o número de opções de escolha do chefe e subchefe numa turma de 48 alunos?

Resolução:
 1ª Escolha (chefe da turma) - 48 opções
 2ª Escolha (subchefe) - 47 opções
Então 48×47=2256 opções.

1.2. Factorial de um número natural

Chama-se factorial de um numero natural n , e representa-se por n! , ao


produto:
n !=n×( n−1 ) ( n−2 )×.. .×3×2×1
Assim:

5 !=5×4×3×2×1

8 !=8×7×6×5×4×3×2×1

10!=10×9×8 !

1!=1

0!=1 (por convenção)

1.3. Permutações
Suponhamos que numa corrida de 100 m participaram sete atletas. Não havendo empates, de quantas
formas diferentes pode ficar a classificação final?
Há 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1 maneiras diferentes dos atletas preencherem os lugares, pois existem 7
possibilidades para escolher o primeiro lugar, 6 para o segundo, 5 para o terceiro, …, e para o sétimo
não temos escolha.

P7 =7×6×5×4×3×2×1
P7 =7!
P7 =5040
De um modo geral:

Permutações de n elementos, chama-se permutações de n elementos a todas as sequências

diferentes que é possível obter com os n elementos. Representa-se


Pn (lê-se permutações de n) e

escreve-se
Pn =n!
2

Exemplos:
1. Um teste tem 9 questões e um aluno pode responder às questões seguindo qualquer ordem. De
quantas maneiras diferentes pode o aluno responder?

Resolução:

P9 =9!
P9 =9×8×7×6×5×4×3×2×1=362880 maneiras diferentes.

2. Com as letras da palavra MAPUTO:


a) Quantos anagramas podemos escrever?
b) Quantos anagramas começam por M?
c) Quantos anagramas começam por T e terminam por P?

Resolução:
Observação: “ anagrama “refere-se a uma palavra com ou sem sentido.

a)
P6 =6!

P6 =6×5×4×3×2×1=720
R: Podemos escrever 720 anagramas.

b)
P5 =5!

P5 =5×4×3×2×1=120

c)
P4 =4!

P4 =4×3×2×1=24

R: Logo, existem 24 anagramas que começam por T e terminam por P.

1.4. Arranjos em repetição

Consideremos o seguinte problema:


Numa turma com seis meninas, vai ser eleita uma para chefe de turma e outra para adjunta.
Quantas formas diferentes há-de fazer a eleição?

Se representarmos as meninas pelos números 1, 2, 3, 4, 5 e 6, cada forma de eleição será representada


por número de dois algarismos.

Algumas dessas possibilidades serão: 12; 21, 13; 31, 45; …

A cada uma destas sequências chama-se arranjos sem repetição de seis dois a dois.
Como temos de ocupar dois lugares diferentes e temos seis pessoas, há seis possibilidades para o 1º
lugar e cinco possibilidades para o 2º lugar: Chefe de turma: 6 e adjunta 5.

Logo, há 6×5=30 formas diferentes de fazer a eleição.


3

Dados n elementos quaisquer, chama-se arranjos sem repetição dos n elementos p a p a todas as
sequências que é possível obter com p elementos escolhidos arbitrariamente entre os n dados.

n
O número de todas as sequências designa-se por
Ap , lê-se (arranjos de n, p a p).

Exemplos:
5 7 10
Calcule: A2 , A3 e
A6 .

Resolução:
5 7
A 2 =5×4=20 ; A 3 =7×6×5=210 e
10
A6 =10×9×8×7×6×5=151200
De um modo geral:
n
A p =n ( n−1 ) ( n−2 )× .. .× ( n− p+1 )
 Como:
n n ( n−1 )×.. .×( n− p+1 ) ( n− p ) ! n!
A p =n ( n−1 ) ( n−2 )×.. .×( n− p+1 )= =
( n− p ) ! ( n−p ) ! é
n
possível escrever uma fórmula para
Ap usando o símbolo factorial.

n n!
A p= , n≥ p
( n− p ) !
n n
 Quando
n=p , A p =Pn . Assim, as
Pn são um caso particular de
Ap .
n n! n!
A n= = =Pn
( n−n ) ! 0 !
Logo:
n
A n =Pn

Exemplos:
1. Numa prova final de natação vão participar sete nadadores, que disputam as medalhas de ouro,
prata e bronze. De quantas formas diferentes se podem repartir estes três prémios? (Não se admitem
empates.)

Resolução:
Trata-se de calcular o número de arranjos de 7, 3 a 3. n=7 e p=3.
n n! 7 7! 7! 7×6×5×4 !
A p= A3 = = = =7×6×5=210
( n−p ) ! , ( 7−3 ) ! 4 ! 4!

Logo, há 210 formas diferentes de distribuir os três prémios.


n
2. Determine n, sabendo que A2 =420.
Resolução:
4

n n!
A p= n
( n−p ) ! , A2 =420.

n n! n ( n−1 ) ( n−2 ) !
A2 =420⇔ =420 ⇔ =420 ⇔n ( n−1 )=420 ⇔
( n−2 ) ! ( n−2 ) !
2 2
⇔n −n=420 ⇔n −n−420=0
1± √ 1+4×420 1±41
n= ⇔ n= ⇔n=21∨n=−20
2 2
Como n>0 , então n=21.
1.5. Combinações sem repetição

Observação: A diferença entre as combinações sem repetição e os arranjos sem repetição é que nas
combinações não interessa a ordem.

Consideremos o seguinte problema:


A travessia de um rio é feita de um pequeno barco onde, além de remador, só podem ser
transportadas duas pessoas. Há um grupo de seis pessoas para transportar. De quantas
maneiras diferentes se pode fazer o transporte?

Na resolução deste problema a ordem não interessa. Levar o António e a Joaquina corresponde à
mesma situação que levar a Joaquina e o António. Assim, o número de formas diferentes de
transportar os seis elementos corresponde ao número de subconjuntos de dois elementos que é
possível definir num conjunto com seis elementos.

Combinações sem repetição,


n
Cp ou
(np) é igual ao numero de subconjuntos, com p
n n!
C p=
elementos, que se podem formar num conjunto com n elemento. p ! ( n−p ) !

Exemplos:
5
1. Calcule
C3

Resolução:

5 5! 5! 5×4×3 ! 20
C3 = = = = =10
3 ! ( 5−3 ) ! 3 !×2! 3 !×2×1 2
2. De quantas formas diferentes se pode escolher uma comissão de cinco professores de entre os 30
professores de uma escola?

Resolução:
Na escolha dos cinco professores não interessa a ordem. É indiferente escolher os professores A, B, C,
D e E ou B, A, C, D e E.
Logo, trata-se de calcular:
5

30 30! 30 ! 30×29×28×27×26×25! 17100720


C 5= = = = =142506
5 ! ( 30−5 ) ! 5 !×25 ! 5!×25 ! 120
Podemos escolher de 142506 formas diferentes cinco professores de entre os 30 de uma escola.

3. Numa turma de 20 alunos sendo 8 rapazes e 12 raparigas vão ser escolhidos 3 para representar a
turma numa reunião com o Conselho Pedagógico.
Quantos grupos diferentes podem ser formados, sabendo que:
a) o grupo é formado só por raparigas?
b) a chefe de turma terá de fazer parte do grupo?

Resolução
Atendendo a que não há cargos de distribuídos, a ordem da escolha não interessa.
a) Pretende-se escolher o grupo de 3 entre as 12 raparigas:
12 12 ! 12 ! 12×11×10×9 ! 1320
C 3= = = = =220
3 ! ( 12−3 ) ! 3 !×9 ! 6×9! 6
b) Uma vez que a chefe da turma faz parte do grupo, trata-se de um escolher dois alunos entre os
restantes 19.
19 19! 19 ! 19×18×17 ! 342
C 2= = = = =171
2 ! ( 19−2 ) ! 2 !×17 ! 2×17! 2

1.6. Triângulo de Pascal


Observação: o esquema triangular foi apresentado por Niccolo Fontana (1500-1557) também
conhecido por Tartaglia, matemático italiano e por Blaise Pascal (1623-1662), matemático francês.

n
OS valores resultantes de
Cp ( n , p ∈ IN 0 , n≥ p ) podem ser dispostos em forma de triângulo,
do seguinte modo:
0
C0 n=0
1 1
C0 C1 n=1
2 2 2
C0 C1 C2 n=2
3 3 3 3
C0 C1 C2 C3 n=3
4 4 4 4 4
C0 C1 C2 C3 C4 n=4
5 5 5 4 5 5
C0 C1 C2 C3 C4 C5 n=5
….. ….. .… ….. …. ….. ……
Calculando os respectivos valores, obtemos:
1
1 1
1 2 1
1 3 3 1
1 4 6 4 1
1 5 10 10 5 1
….. ….. ….. ….. ..…. ….. …..
n
A esta representação de valores de
Cp , chama-se Triangulo de Pascal.

Propriedades das combinações


6

Da observação do Triangulo de Pascal resulta que:

1º Em cada linha o primeiro e o último elemento são 1.


n
C0 =n C n =1
2º Em cada linha os elementos equidistantes dos extremos são iguais.
n n
C p= C n− p
3º Cada elemento (com excepção dos extremos) é igual à soma dos dois elementos que estão por
cima, na linha anterior.
1
1 + 1
1 + 2 + 1
1 + 3 + 3 + 1
1 + 4 + 6 + 4 + 1
1 5 10 10 5 1

n n n+1
C p+ C p+1= C p+1

4º A soma dos elementos da linha correspondente a determinado valor de


n∈ IN 0 é igual a 2
n
.
0
n=0 1 =1=2
2
n=1 1 + 1 =2=2
4
n=2 1 + 2 + 1 =4=2
3
n=3 1 + 3 + 3 + 1 =8=2
n=4 1 + 4 + 6 + 4 + 1
4
=16=2
n=5 1 + 5 + 10 + 10 + 5 + 1
5
=25=2

n
C0 + n C1 + n C n=2 n
n
Um conjunto com n elementos tem exactamente 2 subconjuntos.

1.7. Binómio de Newton

Sabemos que ( a+b )2=a2 +2 ab+ b2 .


3 4
Como obter o desenvolvimento de ( a+b ) , ( a+b ) , … e de um modo geral ( a+b )n , sem
efectuar o produto dos polinómios?
Comecemos por o algoritmo da multiplicação de polinómios:

 ( a+b )3 =( a+b )2 . ( a+b )=( a2 +2 ab+b2 ) . ( a+b )=a 3 +3 a2 b+3 ab 2 +b3


7

( a+b )4 =( a+ b )3 . ( a+b )=( a 3 +3 a2 b+3 ab 2 + b3 ) . ( a+b )=a 4 + 4 a 3 b+6 a 2 b2 + 4 ab3 +b 4


Verificamos que os coeficientes numéricos dos termos são exactamente os números duma das

linhas do triângulo de Pascal:

( a+b )0 1
( a+b )1=1 a+1 b 1 1
( a+b )2=1 a 2 +2 ab+1 b2 1 2 1
( a+b )3 =1a 3 +3 a2 b+3 ab 2 +b3 1 3 3 1
( a+b )4 =1 a4 +4 a3 b+6 a2 b2 +4 ab 3 +1 b 4 1 4 6 4 1
E se ordenarmos os termos pelas potencias de a, é fácil perceber um padrão para a parte literal de
cada monómio.
De onde se induz que:
( a+b )5 =1a 5 +5 a 4 b+10 a 3 b2 +10 a2 b3 +5 ab 4 +1 b5 , Visto que a soma dos expoentes é
5
sempre 5, ou seja,
( a+b ) = C 0 a + C1 a b+ C 2 a b + C 3 a 2 b3 + 5 C 4 ab 4 + 5 C 5 b5
5 5 5 4 5 3 2 5
.

Generalizando, com
n∈ IN 0 , encontramos a fórmula binómios de Newton:
n n n n n−1 1 n
( a+b ) = C0 a + C 1 a b + C2 an−2 b 2 +. ..+ n C n−1 abn−1 + n C n bn
n
n
( a+b ) = ∑ n C p×an− p ×b p
p=0

Exemplos:

Desenvolva: ( x−3 )6

Resolução:

( x−3 )6 =6 C 0 x 6 + 6 C 1 x 5× (−3 ) + 6 C2 x 4 (−3 )2 + 6 C 3 x 3 ×(−3 )3 + 6 C 4 x2 ×(−3 )4 + 6 C 5 x×(−3 )5 + 6 C 6 ×(−3 )6


6 5 4 3 2
=x −18 x +135 x −540 x +1215 x −1458 x+ 729
Propriedades do binómio de Newton

 O desenvolvimento de ( a+b )n tem n+1 termos;


 No desenvolvimento de ( a+b )n os coeficientes dos termos igualmente afastados dos extremos
são iguais.
n n− p p
 O termo de ordem p+1 é
T p+1 , sendo:
T p+1= C p a b .

Esta expressão permite calcular qualquer termo, conhecida a sua ordem, sem que seja necessário
escrever todo o desenvolvimento.

Exemplos:

1. Qual é o quinto termo do desenvolvimento de ( x+2 )7 ?


8

Resolução:
n n− p p
Aplicando a expressão
T p+1= C p a b , sendo a=x ,b=2 en=7 entao:
7 7−4
p+1=5 ⇔ p=4 ,
T 5= C 4 x ×24 ⇔ T 5 =7 C 4 x 3 ×16 ⇔T 5=35 x 3 ×16 ⇔T 5 =560 x 3

2. Calcule o décimo termo do desenvolvimento de ( x− y )12 .


Resolução:
9 9
p+1=10 ⇔ p=9 ,
T 10 =12 C9 x 12−9 (− y ) ⇔T 10=12 C 10 x 3 (− y ) ⇔T 10=−220 x 3 y 9

2. Cálculo de probabilidades
O cálculo de probabilidades iniciou-se no seculo XVII, com Pascal e Pierre Fermat (1601-1665),
matemático francês, quando estudavam questões ligadas aos jogos de azar. O calculo das
probabilidades ê actualmente o ramo fundamental da Matemática para estudo da Estatística.

2.1. Experiencias aleatórias e experiencias deterministas.


As experiencia deterministas (ou causal) caracterizam-se por produzirem o mesmo resultado, desde
que sejam repetidas sob as mesmas condições.

As experiencias aleatórias (ou fenómeno aleatório) são experiencias cujo resultado, apesar de se
encontrar entre um conjunto de resultados conhecidos à partida, não se conhece antes de se realizar a
experiencia, ainda que esta seja realizada sob as mesmas condições.

A teoria das probabilidades ocupa-se do estudo das leis que regem os fenómenos cujo resultado
depende do acaso. Por isso, só as experiencias aleatórias interessam ao estudo das probabilidades.

2.2. Espaço de resultados. Acontecimento

Espaço amostral (S) é conjunto de todos os resultados possíveis, associados a uma experiencia
aleatória. (Ex: no lançamento de um dado, espaço amostral é S= {1,2,3,4,5,6 } ).

Acontecimento de uma experiencia aleatória é qualquer subconjunto do espaço amostral. (Ex: no


lançamento de um dado observar se sair um número impar, temos: A= {1,3,5 } logo, A ⊂S ).

Alguns acontecimentos têm nomes específicos:


 Um acontecimento é elementar se é constituído por um único resultado.
 Um acontecimento é composto se é constituídos por mais de um resultado.
 Um acontecimento é certo se é constituído por todos os resultados do espaço amostral.
 Um acontecimento é impossível se não tem qualquer elemento do espaço de resultados.

2.3. Operações com acontecimentos


9

2.3.1. Reunião de dois acontecimentos


Reunião ou união dos acontecimentos A e B é o acontecimento que se realiza quando se realiza A
ou B (ou ambos) e representa-se por A∪B .

Sendo S= {1,2,3,4,5,6 }

A= {1,2,3 } e B={ 2,4,6 }

A∪B={ 1,2,3,4,6 }

2.3.2. Intersecção de dois acontecimentos


A intersecção dos acontecimentos A e B é o acontecimento que se realiza se e só se A e B se
realizam simultaneamente, representa-se por A∩B

S Sendo S= {1,2,3,4,5,6 }

A= {1,2,3 } e B={ 2,4,6 }

A∩B={ 2 }

2.3.3. Acontecimentos incompatíveis ou disjuntos


Acontecimento disjunto, incompatíveis ou mutuamente exclusivos são acontecimentos que não
tem resultados comuns.

S Sendo S= {1,2,3,4,6 }

A= {1,3 } e B={ 2,4,6 }

A∩B={}

2.3.4. Acontecimentos contrários ou complementares


O acontecimento contrario ou complementar de A é o acontecimento constituído por todos os
resultados do espaço que não pertencem a A. Representa-se por Á .
S

Sendo S= {1,2,3,4,5,6 }
A A= {1,2,3 } A∩ A={}
Á A= { 4,5,6 } A∪ A=S
10

2.3.5. Acontecimentos diferença entre A e B


Acontecimento diferença entre A e B é o acontecimento que se realiza se e só se A se realiza sem
que B se realize. Representa-se por A-B ou A\B.

S Sendo S= {1,2,3,4,5,6 }

A= {1,2,3 } e

B={ 2,5 } ;
A−B=A ¿= {1,3 }

2.4. Teoria frequêncista de probabilidade

O conceito de frequêncista relativa estudada na estatística está directamente ligada ao conceito de


probabilidade.

Consideremos a experiencia de lançamento duma moeda ao ar um numero bastante elevado e


registemos, em cada conjunto de lançamentos o numero de vezes e a frequência, por exemplo, de
“sair cara”.

Frequência relativa
N ̊ de lançamentos c
N ̊ de vezes que “sair cara”
n f r=
n
10 4 0,400
20 11 0,550
40 18 0,450
80 42 0,525
160 84 0,525
320 156 0,487
640 321 0,502
1280 630 0,492
2000 1003 0,501

Verifica-se, por esta tabela, que as frequências relativas, embora não sejam as mesmas, tendem a
estabilizar-se a valor de 0,5, valor que também se chama probabilidade do acontecimento: “sair
cara”.
Portanto:
Ao número à volta do qual estabiliza a frequência relativa de um acontecimento, quando o numero de
repetições da experiencia cresce consideravelmente, chama-se probabilidade do acontecimento.

 Da frequência relativa para probabilidade


A relação entre a frequência relativa e a probabilidade de um acontecimento permite estabelecer as
seguintes conclusões.
11

0≤f r ( A )≤1 0≤P ( A )≤1

A probabilidade de um acontecimento A é um número maior ou igual a 0 e menor ou igual a 1.

fr (acontecimento certo)¿ 1 P(acontecimento certo) ¿ 1

A probabilidade do acontecimento certo é 1.

fr (acontecimento impossível)¿ 0 P(acontecimento impossível) ¿ 0

A probabilidade do acontecimento impossível é 0.

Corolários:
1. A probabilidade do acontecimento contrário de outro acontecimento obtém-se subtraindo 1 à
probabilidade do acontecimento de que ele é contrário.

P ( A )=1−P ( A ) .

2. Se A, B e C são acontecimentos incompatíveis dois a dois, então:

P ( A∪B∪C )=P ( A ) + P ( B )+P ( C )


3. Se A e B são dois acontecimentos quaisquer, então:

P ( A∪B )=P ( A ) +P ( B )−P ( A∩B )


2.5. Definição clássica ou de Laplace de probabilidade
A primeira definição que conhece de probabilidade foi enunciada por Pierre Simon Laplace (1749-
1827). (a lei de Laplace ou regra de Laplace).

Em geral, se os acontecimentos elementares forem equiprováveis, a probabilidade de um


acontecimento A é igual ao quociente entre o número de casos favoráveis ao acontecimento e o
número de casos possíveis.

ou
Número de casos favoráveis
P ¿)=
Número de casos possíveis .

Exemplos:
1. Tem-se um octaedro regular. As faces do octaedro são numeradas de 1 a 8. No lançamento do
octaedro, qual é a probabilidade de sair:
a) O número 8?
b) Um número impar?
c) Um múltiplo de 3?

Resolução:
a) Seja S= {1,2,3,4,5,6,7,8 }
O número de casos favoráveis: 1
O número de casos possíveis: 8.
1
P ( 8 )=
8
12

b) A: sair um número impar; A= {1,3,5,7 }


O número de casos favoráveis: 4
O número de casos possíveis: 8
4 1
P ( A )= =
8 2
c) B: sair um múltiplo de 3; A= {3,6 }
O número de casos favoráveis: 2
O número de casos possíveis: 8
2 1
P (B)= =
8 4
2. Lançar-se uma moeda duas vezes. Qual a probabilidade de obter duas vezes coroa?

Resolução:
a) Designando por C- cara; k- coroa
2
Os acontecimentos possíveis são em números de 2 =4 , já que se podem obter, CC,CK,KC,KK.
O número de casos favoráveis: 1.
1
P ( kk )=
4
3. Uma urna contém 20 bolas vermelhas e 30 bolas brancas. Extrai-se uma bola ao acaso. Qual a
probabilidade de que saia:
a) Uma bola vermelha?
b) Uma bola branca?
c) Uma bola vermelha ou branca?
Resolução:
a) O número de casos possíveis: 20+30=50
O número de casos favoráveis: 20
20 2
P (V ) = =
50 5
30 3
P (B)= =
b) 50 5
2 3
P ( A )∪P ( V )=P ( V )+ P ( B )= + =1
c) 5 5 , Já que V e B são conjuntos disjuntos.
4. Uma urna contém 7 bolas pretas e 6 bolas brancas. Retirando, ao caso e simultaneamente 8 bolas,
qual é a probabilidade de se obter 4 e só 4 bolas pretas?

Resolução:
13
O número de casos possíveis:
C 8=1287
7
Número de casos favoráveis: C 4 . 6 C4 =525 e a probabilidade pedida será:
7 6
C 4 . C 4 525
=13 = ≃0,4
C 1287
P (obter 4 e só 4 bolas pretas) 8

5. Uma urna contém 5 bolas: 3 vermelhas numeradas de 1 a 3 e 2 pretas numeradas de 1 a 2. Tira-se


uma bola ao caso. Calcule a probabilidade de obter:
a) Uma bola numerada com 1.
b) Uma bola vermelha.
13

c) Uma bola com um número ímpar.

Resolução:
a) Casos favoráveis: 2
2
P=
Casos possíveis: 5 5
b) Casos favoráveis: 3
3
P=
Casos possíveis: 5 5
c) Casos favoráveis: 3
3
P=
Casos possíveis: 5 5

BOM TRABALHO!

DOCENTE: Marcelino dos Santos Leonardo

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