A Era da Informação e o
Comportamento Ético
Objetivo
l Compreender os avanços das tecnologias de informação e comunicação
com o uso de instrumentos computacionais e da web, como uma das gran-
des marcas da contemporaneidade.
l Entender sua utilização em larga escala pela sociedade exigindo um acom-
panhamento e o mais importante, um entendimento das condutas humanas
compartilhadas através das chamadas redes de sociabilidade, ou “socieda-
de em rede”.
l Dessa forma a Ética é apresentada como disciplina mais que necessária
para essa contextualização, na busca pela compreensão dos valores mo-
rais compartilhados, como sugere o momento por nós vivenciado, em rede.
minada época e lugar. Esse “olhar” constante, nos leva a aceitar que, a ética
é “uma disciplina teórica, sobre uma prática humana, que é o comportamento
moral” (COTRIM, 2000, p. 264).
Os dados quantitativos das más condutas morais são consideráveis,
“ uma enquete realizada em 2005 pela YouGov com usuários da internet no
Reino Unido mostra que 1 em 20 havia perdido dinheiro em golpes virtuais”
(GIDDENS, 2012, p. 689). Com o advento das telecomunicações os atos cri-
minosos “perpetrados em um país têm o poder de afetar as vítimas ao redor
do planeta, e isso tem implicações problemáticas para a detecção e ações
penais contra criminosos”, como afirma o citado autor.
Há, entretanto, uma possibilidade de se fazer interpretações equivo-
cadas quando se pensa em normas morais e as normas jurídicas, associa-
ção indevida, em determinados casos, em face da interpretação do cibercri-
me como resultante apenas da ineficácia da aplicação de leis. Um aspecto
que prova essa distinção é a de que, “as normas morais são cumpridas a
partir da convicção íntima de cada indivíduo, enquanto as normas jurídicas
devem ser cumpridas, havendo ou não a adesão do individuo a elas, sob
pena de punição do Estado em caso de desobediência” (COTRIM, 2000,
p.265). Com isso, essa sútil diferença é evidenciada quando o autor afirma,
“a esfera moral é mais ampla, atingindo diversos aspectos da vida humana,
enquanto a esfera do direito se restringe as questões específicas nascidas
de interferência de condutas sociais”.
Quando constatamos e percebemos que vivemos uma constante ame-
aça, provocada pelo cibercrime, não há como nos deslocarmos da ideia de
que as condutas morais inadequadas estão por trás destas ações, bem articu-
ladas e refinadas em termos de conhecimento, produzido e compartilhado nas
redes. Isso nos leva a crer em fissuras nas normas estabelecidas como positi-
vas para a boa convivência humana, daí a necessidade de uma constante ob-
servância na própria conduta, “consciência moral” (COTRIM, 2000, p. 265) e
na forma como historicamente ela se conduz, sistematicamente compreendi-
da pela ética, evidenciando, alertando e discutindo, eventuais continuidades.
mais refinado das questões que envolvem a atualidade, e sua relação com o
advento das tecnologias da informação e comunicação, não impedem, que se
reconheça que os valores éticos devam ser retomados, na medida que:
Portanto não basta a luta incessante pela punição ou pelos meios mais
eficazes de controle das condutas humanas, devemos considerar que é substan-
cial a busca pela compreensão constante e permanente por valores morais acei-
táveis, condutas levadas ao ambiente de convívio social e legitimado por todos.
Atividades de avaliação
Referências
CASTELLS, Manuel. A era da informação. Tradução Roneide VenancioMa-
jer. 3. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2001, v.1, p. 78-79.
CHAMBERS, D. New Social Ties: Contemporary Connections in a Frag-
mented Society (Basingstoke: Palgrave Macmillan).
COTRIM. Gilberto. Fundamentos da Filosofia. 15ª. ed. São Paulo: Editora
Saraiva, 2000.
CHAUÍ, Marilena. Filosofia. 7ª ed. São Paulo: editora Ática, 2000.
GIDDENS, Anthony. Sociologia. Tradução Ronaldo Catado Costa. 6ª. ed. Rio
Grande do Sul: Penso, 2012.
LEVY. Pierre. O Que é Virtual?. Tradução Paulo Neves. São Paulo: editora
34, 2007.