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SÃO LUÍS - MA
2021
ANTONIO PLINIO MENESES DOS SANTOS
SÃO LUÍS – MA
2021
Ficha catalográfica
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________________
CEL QOPM Eurico Alves da Silva Filho – Orientador
Polícia Militar do Maranhão – PMMA
_________________________________________________________
MAJ QOPM Joacy Viana Berredo J – 1º Avaliador
Polícia Militar do Maranhão – PMMA
_________________________________________________________
Prof. Drº Tadeu Alves Teixeira – 2º Avaliador
Universidade Federal do Maranhão
AGRADECIMENTOS
A Deus pelo dom da vida, e ter me dado saúde e sabedoria para mais uma
contribuição à PMMA.
A minha digníssima e amada esposa Louisla, por sempre ter me
acompanhado durante as minhas mais difíceis batalhas, me apoiando sempre e sendo
a minha maior inspiração e incentivadora. Sendo minha base, minha armadura, meu
refúgio e meu poço de alegria e amor.
Ao meu maior milagre, Maria Louise, filha amada, minha razão de matar
um leão a cada dia, minha luz, minha pequena, minha Nena, meu amor.
Ao meu Pai, minha Mãe (in memoriam), meu irmão e minha irmã, por
estarem comigo sempre me ajudando nos meus maiores esforços e partilhado das
minhas melhores conquistas.
Ao meu orientador, pela disponibilidade, paciência, segurança e ajuda na
confecção, apresentação e conclusão do trabalho cientifico.
Aos meus irmãos de farda, companheiros da 16ª turma, companheiros do
VII CEGESP, e em especial ao Grupo de Trabalho CEGESP (CAP QOPM Gouveia,
CAP QOPM Cleiton, CAP QOPM Teixeira, CAP QOPM Ribamar e CAP QOPM
Euclides), pelas ajudas, trocas de informações, confecções dos trabalhos e pelas
Lives que varavam a madrugada.
Ao CFT (PMMA), COSAR (PMMA), 61ª INC (FNSP), CATE (PMAM) e
CPAR (PMAP), cursos em que me identificaram para área operacional e
especialização em operações rurais, onde tenho dedicado alguns anos de estudos.
E também a todos que torcem pelo meu sucesso, bem como aos que
torcem pelo fracasso, pois este me faz cada vez mais resiliente.
RESUMO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................... 08
2 INTERESSADO...................................................................................... 10
3 PROBLEMA............................................................................................ 11
4 JUSTIFICATIVA...................................................................................... 12
5 OBJETIVOS............................................................................................ 13
5.1 Objetivo Geral..................................................................................... 13
5.2 Objetivos Específicos........................................................................ 13
6 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................. 14
6.1 Considerações gerais sobre o Cangaço e o “Novo Cangaço”........ 14
6.2 Aspectos doutrinários e legais acerca dos crimes contra
instituições financeiras............................................................................ 18
6.3 Busca incessante e efetiva de combate ao “novo cangaço”........... 25
6. 4 A Polícia Militar do Maranhão como responsável das ações
contra o “novo cangaço”: elaboração do plano de ação e combate
aos assaltos a banco, como primeiro instrumento de mudança.......... 28
7 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO........................................................... 30
7.1 Diagnostico do Ambiente ................................................................. 30
7.1.1 Análise de Ishikawa como diagnóstico do ambiente no combate ao
“novo cangaço”.......................................................................................... 33
7.2 Proposta de Solução.......................................................................... 35
7.2.1 Proposta de um Plano de Ação e suas diretrizes operacionais........ 36
7.3 Cronograma ....................................................................................... 38
7.4 Recursos Necessários ...................................................................... 38
7.5 Resultados Esperados ..................................................................... 38
8 RESPONSÁVEL PELA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ................... 41
9 DECLARAÇÃO DE DIREITOS E USO .................................................. 42
RERERÊNCIAS ........................................................................................ 43
APÊNDICE A – PLANO PARA ATENDIMENTO DE OCORRÊNCIAS
DOS CRIMES ORGANIZADOS DE ASSALTO A BANCOS.................... 46
8
1. INTRODUÇÃO
2. INTERESSADO
3. PROBLEMA
1
Expressão utilizada pelos militares onde um alvo (pessoa ou objeto em suspeição) foi identificado
pelos policiais de serviço.
12
4. JUSTIFICATIVA
5. OBJETIVOS
6. REVISÃO DE LITERATURA
segundo Seu Luiz Andrelino Nogueira – antigo escrivão de Vila Bella – estas
missivas eram, na verdade precatórias, redigidas por Antonio Timóteo –
escrivão que vazia as vezes de delegado – acusando os Ferreiras de ladrão.
Em meio a tantas preocupações, desgostos e depressões, em consequência
dos acontecimentos, morre de vertigem, Dona Maria, a mãe dos Ferreiras.
Duas semanas depois, Virgolino, Antonio e Livino estavam viajando, tentando
retornar seus trabalhos na almocrevia, quando sua casa foi invadida pela
volante de Zé Lucena, assassinando friamente, o velho Zé Ferreira.
Após toda essa bagaceira os cabras de Lampião foram beber e farrar, até
que ao amanhecer, mandou os moradores sepultarem os mortos. Mas
continuaram nos arredores, até que foram informados de que uma volante
comandada pelo Optato Gueiros se aproximava. Chegou a haver um breve
tiroteio, tendo inclusive morrido um soldado.
Depois dessa empreitada Lampião retirou-se para as adjacências da Baixa
Verde e os aceiros da Paraíba.
[...] Quanto aos cangaceiros, foram beber nas bodegas e mercearias, bater
penas pelas calçadas, conversar com as pessoas, até a madrugada chegar.
Quando Custódia dormiu, os cangaceiros desapareceram dentro das
Caatingas.
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ultrapassada em relação aos novos crimes, que estão sendo praticados com cada vez
mais estrutura, o ordenamento jurídico teve que passar por inovações. Importante
salientar que o legislador teve a preocupação de analisar o modus operandis das
associações ou organizações criminosas dos “novos cangaceiros”, pois as suas ações
ocorrem geralmente na parte da noite, com destruição e/ou rompimento de obstáculos
e também com a utilização de explosivos.
A qualificadora do furto que mais se adequa a essa modalidade de crime é
a prevista no artigo 155, parágrafo 4º-A do Código Penal Brasileiro.
Importante destacar que tal qualificadora foi uma inovação trazida pela lei
13.654/2018. Ocorre que antes da presente qualificadora, a conduta de furtos de
caixas eletrônicos praticadas com uso de explosivo era adequada em dois tipos
penais, quais sejam furto (art. 155, CPB) e explosão (art. 251, CPB). Por um período
houve discussão a respeito da legalidade da adequação, até que por fim, o legislador
ordinário acrescentou a qualificadora em apreço. A doutrina aponta que a intenção do
legislador foi punir de forma mais severa a conduta criminosa do furto praticado com
emprego de explosivo, que vem se multiplicando ao longo dos anos. Porém, fazendo
comparativo entre as penas antes aplicadas e a atualmente aplicada, após inserção
da qualificadora, é possível observar que houve um privilégio, culminando hoje, numa
pena menos severa que a anteriormente aplicada em razão da legislação antiga
propiciar um concurso formal impróprio dos crimes praticados nesse tipo de
ocorrência, como se pode observar no quadro comparativo abaixo:
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa Art. § 4º-A A pena é de reclusão de 4
alheia móvel: 4º - A pena é de reclusão de dois a (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se houver
oito anos, e multa, se o crime é cometido: emprego de explosivo ou de artefato
análogo que cause perigo
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à comum. (Incluído pela Lei nº 13.654, de
subtração da coisa; 2018).
Aumento de pena
O presente trabalho não tem por fim tipificar condutas criminosas, posto
que este é um papel reservado a Polícia Civil, Ministério Público e juízes, mas sim
analisar os tipos penais mais comumente praticados pelo que ficou denominado “novo
cangaço”. De modo que os policiais envolvidos nas operações de prevenção e
repressão de assaltos, tenham conhecimento a respeito das condutas que devem
prevenir e reprimir, bem como, saibam agir de forma ordenada, de forma a combater
essa modalidade de crime que tanto prejudica a população local e acaba por atingir a
economia do município atingido e consequentemente a do país, devendo ser
reprimida de forma adequada. Se houve uma preocupação do legislador em tratar
com mais severidade tais condutas, embora tenha falhado nos aspectos citados,
deve-se ter empenho das Polícias Militares, no sentido de combater essa
criminalidade, de modo a evitar falhas, seja na busca dos criminosos, seja na
preservação da integridade e vida da população, e dos próprios policiais.
Esses grupos de criminosos, estão sujeitos à adequação de suas condutas
em diversos crimes. Estão organizados e munidos de uma estrutura voltada
especificamente para a prática de crimes, de tal modo que o conhecimento dos
policiais militares a respeito do tema faz-se necessário para também ter uma estrutura
organizada para o combate a esses crimes, visto que os crimes do “novo cangaço”
não se encerram em si mesmos, dão azo a vários outros crimes conexos, como o
tráfico de drogas, tráfico de armas, lavagem de dinheiro, entre outros. De tal modo
que a ação policial no combate a essas condutas venham prevenir e reprimir de
maneira efetiva as ações criminosas, tornando-se efetiva no controle de diversos
crimes.
Sabe-se que a adequação das ações aos tipos penais acima citados,
deve ser feita pelo Delegado de polícia, mas é de extrema relevância que os policiais
que integram a PMMA devam conhecer os tipos penais e além disso, estar preparados
para todas as ações desses grupos que vem se aperfeiçoando na prática desses
crimes, de modo a prevenir e reprimir essas condutas, cumprindo seu mister
constitucional.
25
6.4 A Polícia Militar do Maranhão como responsável das ações contra o “novo
cangaço”: elaboração do plano de ação e combate aos assaltos a banco,
como primeiro instrumento de mudança.
7. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
BPM, por ocasião da ocorrência que se deu no dia 03 de janeiro de 2017, por volta de
01:00 hora da manhã:
Por volta das 21h, 02 viaturas do 15º BPM juntamente com o esquadrão águia
foram atender uma ocorrência de disparo de arma de fogo no loteamento alto
do Mearim, Trizidela, margens da BR 316. Ao chegarem no local forma
recebidos com disparos de arma de fogo, entre elas fuzil 762, 556 e pistola.
Os policiais conseguiram sair das viaturas e se abrigar no matagal e
revidaram atirando contra os veículos dos bandidos, mas devido a força
desproporcional da quadrilha com cerca de 20 homens, abrigaram-se sem
poder progredir e aguardaram até a chegada do reforço.
Os bandidos efetuaram mais de 100 disparos nas viaturas e em seguida
explodiram um dos veículos que estavam utilizando, e abandonaram o outro,
modelo FOX. A explosão foi tão forte que formou uma cratera com cerca de
70 centímetros de profundidade, arremessou partes do veículo a 25 metros e
ainda danificou as viaturas que estavam próximas, as quais já ficaram
bastante avariadas com os disparos do bando.
Como todos os DPM’s estavam cientes da situação, foram feitas barreiras em
diversos pontos da BR 316. Com o apoio dos PMs São Mateus e São Luiz
Gonzaga que estavam fazendo uma barreira no povoado Santo Antonio, foi
feita uma abordagem ao acusado acima e após o mesmo ter afirmado que
um dos veículos utilizados pelos bandidos, a Mitsubishi L200 Triton de cor
branca, era de sua propriedade, fora dado voz de prisão ao mesmo.
(MARANHÃO, RELATÓRIO ANALÍTIO, 2017)
QUADRO 3 – Causa/Solução.
CAUSA RAÍZ PLANO DE AÇÃO
Falta de qualificação profissional. Qualificação profissional
Efetivo reduzido Aumento do efetivo
Não existe um plano de ação comum Criação de um Plano de Ação
Falta padronização nas ações Padronizar as ações
Armazenamento de grande volume de Compartimentação do volume de
dinheiro dinheiro
Armamentos com poder de fogo menor Equipar com melhores armas as forças
que as quadrilhas. policiais.
Fonte: Próprio Autor
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Diante dos pontos observados por este autor, observa-se que a PMMA tem
várias maneiras de melhorar as forças policiais para o enfrentamento ao “novo
cangaço”, haja vista que são pontos que estão dentro das possibilidades institucionais.
7.3 Cronograma
___________________________________________________
CAP QOPM ANTONIO PLINIO MENESES DOS SANTOS
Matrícula: 1993849
43
REFERÊNCIAS
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal: parte\ especial, volume III: introdução à
teoria da parte especial: crimes contra o patrimônio. 17. Ed. Niterói, RJ: Impetus, 2020.
MISSÃO. In.: Dicio, Dicionário Online de Português. Porto: 7Graus, 2020. Disponível
em: < https://www.dicio.com.br/missao/>. Acesso em: 02 ago. 2021.
QUEIROZ, Maria Isaura Pereira de. História do Cangaço. 2ª ed. São Paulo: Global
Editora, 1986.
SILVA, Paulo Sérgio Raposo da. Robin Hood e Valdetário Carneiro: entre a justiça
e a vingança, dois modos de exercer o banditismo social. 2020. Disponível em:
https://editorarealize.com.br/editora/anais/conedu/2020/TRABALHO_EV140_MD1_S
A_ID5361_29092020163458.pdf. Acesso em: 28 maio 2021.
SOUZA, Anildomá Willans de. Lampião: Nem Herói Nem Bandido. A História. Serra
Talhada: GDM Gráfica, 2007. 2ª edição. 241p.
2.2 Específica
Executar as ações de comando através do policiamento ostensivo preventivo e repressivo
em conformidade com a legislação brasileira;
Atuar preventivamente dentro do que será estabelecido no Plano de Ação;
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Caso os planos de ações surtam efeitos imediatos, e os criminosos sejam acuados ainda
dentro da agencia bancária e tomarem reféns, as equipes devem conter e isolar o local, pois
a será necessário uma gerencia de crises com profissionais especializados, e logicamente
os mesmos devem ser acionados;
As equipes policiais devem atentar para ações de dissimulação dos criminosos,
principalmente na fuga, evasão, troca de veículos, vestimentas, com o objetivo de retardar
ou mesmo evitar as ações de defesa das forças policiais;
Atenção na realização dos bloqueios, pois estes devem ser de difícil destruição e/ou
transposição, e que sejam feitos mais de um numa mesma via, de forma que fique distante
um do outro cerca de 3 a 5Km;
Na segunda linha de bloqueio, posicionar a VTR PM (Viatura Policial Militar) longe do
bloqueio físico, e os militares em posições privilegiadas, de preferência em planos mais
acima;
A GU PM deve manter-se preparada para e capaz de neutralizar as forças adversas e
garantir o sucesso em eventual confronto.
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal Parte Especial. 9 ed. Niterói: Ímpetos, 2012.
MATO GROSSO. Policia Militar. Atuação Policial em roubo e furto a instituição financeira na
modalidade Novo Cangaço no interior do Estado. Módulo V – Eventos Críticos. Processo 505 –
Procedimento 505.6. Mato Grosso: PMMT, 2017.
RODRIGUES, Ricardo Matias. Do Novo Cangaço ao Domínio de Cidades. 2018. Disponível em:
https:// https://www.alphabravobrasil.com.br/do-novo-cangaco-ao-dominio-de-cidades/. Acesso em:
03 ago. 2021.
SOUZA, Anildomá Willans. Lampião: Nem Herói Nem Bandido. A História. Serra Talhada: GDM
Gráfica, 2007. 2ª edição. 241p.