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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Importância da Geologia no controle de desastres naturais (Sismos).

Eduardo Fevereiro Lino

Código: 708215893

Curso: Licenciatura em ensino de Geografia

Disciplina: Geologia Geral

Ano de Frequência: 1ᵒ Ano

Turma: D

Chimoio, Novembro, 2021


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Docente: MSC: Ana Bela Santiago António


1 . A cotação pode ser distribuída de acordo com o peso da actividade.

2. O número das actividades pode variar em função ao docente .


Índice
Introdução........................................................................................................................................1
Objectivo geral.................................................................................................................................2
Objectivos específicos.....................................................................................................................2
Metodologia de trabalho..................................................................................................................2
1. Importância da Geologia no controle de desastres naturais (Sismos)......................................2
1.1. O que são desastres naturais?...............................................................................................2
1.2. Conceito de Sismos...............................................................................................................2
1.3. Tipos de Sismos....................................................................................................................3
1.4. Riscos dos sismos.................................................................................................................3
1.5. Factores de Risco de Sismos.................................................................................................3
1.6. Capacidade de Resposta.......................................................................................................4
2. Importância da Geologia no controle de desastres naturais (Sismos)......................................4
2.1. A Geologia fornece informações como:...............................................................................5
2.2. A importância da educação na redução do risco sísmico.....................................................5
2.3. Estudo da Sismologia...........................................................................................................5
2.4. A sismologia para o conhecimento do globo terrestre..........................................................6
2.5. Samos....................................................................................................................................7
2.6. Sismográficos.......................................................................................................................7
2.8. proposta de Intervenção nos planos curriculares dos ensinos básico e Secundário das
escolas dos Açores...........................................................................................................................8
2.9. Algumas Medidas de prevenção de riscos sísmicos:..........................................................10
3. Conclusão...............................................................................................................................11
4. Referências bibliográficas......................................................................................................12
Introdução
Os terramotos são o tipo de desastres naturais de que resulta um maior número de vítimas a nível
mundial. Na impossibilidade da sua previsão, a alternativa passa pela mitigação do seu risco. É
uma obrigação de cada país, região ou comunidade de uma área sismicamente activa, promover
todos os esforços para reduzir os riscos associados à actividade sísmica. Para além de um bom
programa de monitorização e de um cuidado planeamento civil de emergência, um dos principais
factores mitigadores do risco sísmico é o da diminuição da vulnerabilidade das populações, pela
criação e promoção de uma consciência colectiva através da sua educação, a qual pode ser
potenciada através das suas comunidades escolares.

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Objectivo geral
 Conhecer a Importância da Geologia no controle de desastres naturais (Sismos).

Objectivos específicos
 Definir desastres naturais;
 Explicar a Importância da Geologia no controle de desastres naturais (Sismos).
 Identificar os tipos de sismos.

Metodologia de trabalho
A metodologia usada neste trabalho, foi o método de revisão de literatura, consulta de livros, a
internet, onde baixou-se artigos relevantes ao tema, em seguida o uso do computador para a sua
execução.

1. Importância da Geologia no controle de desastres naturais (Sismos).


1.1. O que são desastres naturais?
Quando os fenómenos naturais atingem áreas ou regiões habitadas pelo homem, causando-lhe
danos, passam a se chamar desastres naturais. A conceituação adoptada pela UN-ISDR (2009)
considera desastre como uma grave perturbação do funcionamento de uma comunidade ou de
uma sociedade envolvendo perdas humanas, materiais, económicas ou ambientais de grande
extensão, cujos impactos excedem a capacidade da comunidade ou da sociedade afectada de
arcar com seus próprios recursos. Os critérios objectivos adoptados no Relatório Estatístico
Anual do EM-DAT (Emergency Disasters Data Base) sobre Desastres de 2007 (Scheuren,et. al.
2008) consideram a ocorrência de pelo menos um dos seguintes critérios: • 10 ou mais óbitos; •
100 ou mais pessoas afectadas; • declaração de estado de emergência; • pedido de auxílio
internacional.

1.2. Conceito de Sismos


São abalos naturais da crosta terrestre que ocorrem num período de tempo restrito, em
determinado local, e que se propagam em todas as direcções (Ondas Sísmicas), dentro e à
superfície da crosta terrestre, sempre que a energia elástica (movimento ao longo do plano de
Falha) se liberta bruscamente nalgum ponto (Foco ou Hipocentro). Ao ponto que, na mesma
vertical do hipocentro, se encontra à superfície terrestre dá-se o nome de Epicentro, quase
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sempre rodeado pela região macro sísmica, que abrange todos os pontos onde o abalo possa ser
sentido pelo Homem.
1.3. Tipos de Sismos
Podemos distinguir dois tipos de sismos:
Microssismos: sismos de grande intensidade que sacodem e destroem grandes cidades.
Microssismos:  sismos de pequena intensidade e, por isso, não são sentidos pelas pessoas.

1.4. Riscos dos sismos


Os riscos primários de um sismo têm a ver com a movimentação dos terrenos. Esta
movimentação é provocada pela passagem daquelas ondas e afecta as estruturas (casas,
pontes, etc.) em maior ou menor grau. Os danos são maiores se:

 O sismo é mais forte;


 O seu foco menos profundo e;
 As construções são mais frágeis ou assentam em terrenos mais frágeis
 Os riscos secundários, em regra mais gravosos, são:
  A deflagração de incêndios;
   A liquefacção de sedimentos empapados em água;
    O desencadear de movimentos de terras; a formação de ondas gigantes, tanto no mar
(tsunamis) como, mais raramente, em lagos (seiches).

1.5. Factores de Risco de Sismos


  i.    Hazard ou Perigosidade
Associada a possibilidade de ocorrência de vibrações sísmicas de dada severidade num certo
local e pelos efeitos colaterais. Os riscos colaterais que advêm de um sismo estão relacionados
por exemplo com os tipos de solo, declives e outras morfologias de cada cidade Os riscos
colaterais provocados por abalos sísmicos tais como incêndios, liquefacção ou tsunamis são os 
responsáveis pela contaminação das águas, solo e florestas.
       ii.    Exposição
Tudo o que se encontra sobre a crosta terrestre está exposto ao risco. Não importa o hazard ser
muito elevado em determinada região se não tiver uma população e infra-estruturas associadas e

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expostas a esse mesmo hazard. A exposição inclui, das Infra-estruturas, da população e das
Actividades Económicas.
     iii.     Vulnerabilidade
A Vulnerabilidade inclui: das Infra-estruturas, da População, das Actividades Económicas e
Vulnerabilidade Sociopolítica.
      iv.   Impacto no exterior
Este factor indica de que forma as perdas económicas, as interrupções nas redes, a vida política e
social serão afectadas para além do local onde se registou o abalo.
1.6. Capacidade de Resposta
Este factor,  descreve a eficiência de uma cidade em restabelecer as suas actividades e para isto
necessita de uma organização e planeamento operacional antes de ocorrer o sismo, recursos
financeiros equipamento e recursos humanos disponíveis, bem como de uma fácil mobilidade no
pós-sismo.

2. Importância da Geologia no controle de desastres naturais (Sismos).


A Previsão dos Sismos é possível?
Ainda não é possível prever a hora e local exactos de ocorrência de sismos. Como excepção,
destaca-se o sismo de Haicheng na China, em Fevereiro de 1975, cuja previsão foi possível, por
ter sido precedido por uma série de perturbações na crosta terrestre, que foi monitorizada,
permitindo a evacuação ordeira das cidades e salvando a vida a milhares de pessoas. No entanto,
a crosta terrestre raramente dá aviso antes de ocorrer uma ruptura. Por isso, não podemos estar à
espera de ser avisados com antecedência antes de ocorrer o próximo sismo violento Mesmo
assim, na maioria dos casos, são observadas diferenças no comportamento de vários animais
(como cães, gatos, peixes e cobras), antes da ocorrência de um sismo, embora ainda não exista
conhecimento científico sobre como interpretar a diferença de comportamento dos animais
observada, já que pode ser causada por vários outros factores. Contudo, as tribos aborígenas que
habitam as ilhas Andaman e Nicobar escaparam ilesas ao maremoto de 26 de Dezembro, por
conseguirem detectar os sinais de aviso dos animais, incluindo aves e animais marinhos, dando
tempo suficiente a estas tribos para se abrigarem em locais seguros. Daí que antropologistas
estejam a tentar documentar este fenómeno, de forma a criar uma base nacional de recursos para
um sistema de sinalização costeiro.

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A probabilidade de determinados tipos de sismos atingirem certas zonas num dado período de
tempo é actualmente possível, recorrendo a informação proveniente da sismicidade instrumental,
ou seja, dos registos de sismos reais ocorridos nas últimas décadas; da sismicidade histórica, isto
é, dos sismos dos quais há relatos históricos (falhas que já tenham originado sismos no passado
provavelmente voltarão a fazê-lo no futuro) e do conhecimento das falhas que podem originar os
sismos e do estudo da propagação das ondas na crosta terrestre.
O Homem não pode evitar a ocorrência de sismos, mas pode mitigar os danos que causam,
nomeadamente através da promoção das seguintes acções de prevenção:

2.1. A Geologia fornece informações como:


Identificar zonas de maior risco, evitando edificar em locais impróprios; nas zonas costeiras,
plantar e preservar corredores verdes da vegetação autóctone (como os mangais na costa asiática)
junto à costa. Construir estruturas mais sólidas, com capacidade para resistir a sismos fortes (o
acréscimo de custo de um edifício novo construído com qualidade relativamente a outro com
fraca resistência sísmica é de cerca de 2 a 3%, na maioria dos casos);
Reforçar edifícios já existentes, para melhorar a sua resistência sísmica, como se verificou na
sequência do sismo de 1998 nas ilhas do Faial e do Pico, em que muitas habitações, ao serem
reconstruídas, foram reforçadas para resistirem a sismos futuros. Há programas de reforço
sísmico de construções também noutros países, como na Califórnia e na Nova Zelândia;
Educar a população, nomeadamente no que respeita às medidas de auto-protecção a tomar
antes, durante e após um sismo, conforme informação aqui e elaborar planos de emergência, com
o auxílio da Protecção Civil,. A acção da Protecção Civil tem um papel complementar ao da
Engenharia Sísmica.

2.2. A importância da educação na redução do risco sísmico


2.3. Estudo da Sismologia
Sismologia (do grego seismos, abalo + logos, tratado) é o estudo dos sismos (ou terremotos) e,
genericamente, dos diversos movimentos que ocorrem na superfície do globo terrestre. Esta
ciência busca conhecer e determinar em que circunstâncias ocorrem os sismos naturais assim
como suas causas e distribuição sobre o globo terrestre, a fim de prevê-los em tempo e espaço (o
que ainda não é possível). Como derivação do estudo da distribuição e causa dos sismos, a

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sismologia usa métodos sismológicos para realizar estudos da estrutura da Terra, desde a
superfície até o seu núcleo. A sismologia é um dos únicos métodos geofísicos utilizado para
estudar as camadas mais profundas da Terra para compreender os mecanismos envolvidos na
tectônica global do nosso planeta.
Na maior parte dos casos, os sismos são devidos a movimentos ao longo de falhas geológicas
existentes entre as diferentes placas tectônicas que constituem a região superficial terrestre, as
quais se movimentam entre si. Em Portugal, a sismologia desenlaçou-se graças ao Marquês de
Pombal que depois do Sismo de 1755 mandou fazer um inquérito sobre tal com perguntas como:
"Quando começou", "a que horas acabou" e se "os animais tiveram comportamento estranho".
Para obter a resposta de algumas questões foi necessário estudar o sismo.

2.4. A sismologia para o conhecimento do globo terrestre


Sismologia é o estudo das ondas sísmicas, que também podem ser chamadas de ondas de choque.
Uma onda sísmica é a energia que se move através da Terra como resultado de um terremoto. A
Sismologia é um ramo da Geofísica, sendo que este ramo da ciência pode ser útil no
fornecimento de informações sobre terremotos, sobre a estrutura da Terra, e as atividades que
ocorrem em camadas internas da Terra. Os cientistas que estudam o campo da sismologia são
chamados de sismólogos. Eles normalmente estão focados na aprendizagem sobre terremotos e
seu impacto na Terra. Ao estudar a atividade sísmica atual e a atividade sísmica passada, estes
profissionais são capazes de prever e talvez até mesmo controlar futuros terremotos.
Algumas ondas sísmicas podem ser sentidas na superfície da Terra, mas algumas não são
percebidas pelas pessoas. Aquelas ondas que podem ser sentidas frequentemente causam danos
e, por vezes, a morte. Os sismólogos usam instrumentos especiais em seu trabalho, os chamados
sismógrafos. Estas máquinas gravam as ondas sísmicas e conseguem detectar e amplificar os
menores movimentos do terreno. Estudar sismologia geralmente envolve dois tipos de ondas de
choque. Há ondas de pressão, também conhecidas como ondas P, que resultam quando uma
estrutura interior da Terra se move para frente. Há também as ondas de torção, muitas vezes
chamadas de ondas S, que resultam quando as partículas são torcidas entre deslizamentos de
estruturas internas. Teorias fortes, como aquela sobre placas tectônicas têm sido desenvolvidos.
A teoria da placa tectônica afirma que a crosta terrestre é composta de numerosas placas grandes

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e pequenas. Acredita-se que ocorrem sismos onde estas placas quando elas entram em choque
umas contra as outras.
O estudo da Sismologia também é creditado por dar às pessoas uma base precisa de
conhecimento sobre as camadas internas da Terra. Cada uma das camadas da Terra, por
exemplo, tem sido identificadas e classificadas. As suas distâncias a partir da superfície também
foram registradas. O conhecimento que foi alcançado através da sismologia e dos instrumentos
utilizados é importante para mais captura de informação. Em várias ocasiões, os cientistas foram
capazes de prever um terremoto iminente. Agora, muitos sismólogos recriam terremotos no meio
ambiente, na esperança que um dia os seus conhecimentos e ferramentas forneçam soluções que
possam controlar estas ocorrências naturais. 
    
2.5. Samos
Os fenómenos sismológicos, designadamente os sismos, criam-se, abrandam, repousam e voltam
sucessivamente a repetir-se pelas zonas e locais por onde anteriormente tenham ou não ocorrido.
Sem dúvida, um processo de continuidade sem prazo marcado, possivelmente para dar razão
àquela quase certeza de lugar onde a Terra tremeu, ela voltará a tremer. Todos os sismos são
diferentes. Em cada caso isolado, permanecem as dificuldades em encontrar as soluções
definitivas e concludentes sobre os motivos próprios e circunstanciais que desencadearam os
mecanismos no foco, antes e a seguir à ocorrência de um sismo.
A actividade tectónica e sísmica que permanentemente está a ocorrer, com maior ou menor
desenvolvimento na camada superior da Terra, desde há cerca de sessenta anos atrás que vem
sendo sustentada pela teoria das placas tectónicas. De acordo com este modelo, a sismicidade é
reconhecida como uma das consequências de um pequeno número de extensas placas rígidas, em
que as respectivas fronteiras constituem zonas de grande actividade sísmica. Dizem os geólogos
que a idade do processo começou para lá dos 200 milhões de anos, quando o único continente
que então existia resolveu continuar a desmembrar-se naquilo que, hoje, tão sedutoramente nos
parece estático e firme.
2.6. Sismográficos
Os sismógrafos produzem sismogramas, onde se registam os tempos de chegada e as amplitudes
dos vários tipos de ondas sísmicas. A amplitude das ondas no sismograma é proporcional à
magnitude do sismo, que é uma medida da energia libertada; há várias magnitudes, das quais a

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mais conhecida é a de Richter. As escalas de magnitude são abertas (não têm limites superior
nem inferior). A magnitude de um sismo é a mesma, qualquer que seja o ponto da Terra em que
se mede.
A intensidade sísmica é uma medida dos efeitos (estragos) produzidos pelo sismo e mede-se
geralmente na escala de Mercalli, que vai de I - não sentido - até XII -destruição total! A
intensidade de um sismo diminui à medida que nos afastamos do seu epicentro. O estudo dos
sismos dá-nos a conhecer a estrutura interior da Terra e ajuda-nos a planear para a segurança.

2.7. Contributos para o conhecimento da estrutura interna da Terra


Devido à sismologia, vulcanologia, planetologia e astrogeologia, pôde-se ficar a estrutura interna
da Terra. Na sismologia devido ao estudo das ondas, constatou-se que havia zonas do interior
terrestre que eram sólidas e outras líquidas. Como existem estas diferenças, foram observadas
três descontinuidades:

2.8. proposta de Intervenção nos planos curriculares dos ensinos básico e


Secundário das escolas dos Açores
Dada a impossibilidade da sua previsão é, pois, de extrema importância mitigar os seus efeitos,
sendo necessário adoptar uma atitude proactiva, preparando, planeando e agindo. Além do
estabelecimento de programas de vigilância e de avaliação do risco sísmico, a sua mitigação
passa por um reforço da protecção das populações e infra-estruturas, através da diminuição das
suas vulnerabilidades. A vulnerabilidade, por seu lado, depende, de entre outros factores, do
nível de preparação e da capacidade de resposta das comunidades, podendo, assim, afirmar-se
que os efeitos da aplicação de medidas mitigadoras do risco são mais evidentes em comunidades
bem informadas (Mateus, 2000). Uma das formas de se criar uma consciência colectiva para o
risco sísmico passa pela intensificação da cooperação entre as comunidades científicas e as
populações onde se inserem, através do apoio à comunidade educativa na elaboração de
programas de intervenção na prática formativa. A educação tornasse, assim, essencial na
prevenção de muitos dos efeitos associados aos eventos sísmicos, permitindo esclarecer as razões
que sustentam a inevitabilidade destes eventos naturais. A aprendizagem adquirida por crianças e
jovens, de maneira sistemática, permite criar uma maior consciência para estes fenómenos,
levando-os a actuar de uma forma serena e decidida em caso de desastre sísmico. É igualmente

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aceite que a educação dos alunos, nestes temas, é um excelente veículo de transmissão destes
conhecimentos e práticas para as famílias e comunidades onde se inserem. O objectivo da
educação em sismologia é o de mudar o comportamento das comunidades perante um sismo,
pois tende a aumentar o desenvolvimento de acções protectoras nas comunidades através dos
alunos, apresentando informação sobre o perigo e o risco sísmico. Se feita eficazmente, promove
o interesse e induz a vontade de se saber mais sobre a sua própria segurança (Nathé et al., 1999).
Neste sentido, e de acordo com Shaw (2005), a preparação para a redução dos desastres, pela
educação, torna-se menos dispendiosa do que aprendendo com a própria tragédia. A intervenção
na mitigação do risco não elimina todos os danos, mas dá um nível de segurança social e
económica aceitável às comunidades e respectivas autoridades (Osorio, 1999; Sims et al., 2004).
A nível mundial são muitos os países que têm apostado em programas educativos para a redução
de riscos associados à ocorrência de fenómenos sísmicos. São disso exemplo, o Projecto da
Física da Terra de Princeton (PEPP – Princeton Earth Physics Project), o qual lançou as bases
para a constituição da Rede de Sismologia Educacional dos Estados Unidos (USESN – United
States Educational Seismology Network). Mais recentemente, o Ministério da Educação do
Japão implementou um programa educacional mais abrangente para a redução dos desastres, o
qual envolve os professores de todos os níveis de ensino e os estudantes desde o nível pré-
primário até ao universitário e, a nível da Europa, destaca-se o projecto educacional de
sismologia (EduSeis), em que Portugal participou e que é resultado de um esforço científico e
educacional que envolve escolas secundárias, museus de ciências e institutos de pesquisa. Têm
ainda sido aplicados, com sucesso, programas educacionais deste tipo em diversos países da
América Latina, com especial destaque para o México, Peru e Costa Rica. No nosso país, a
região do arquipélago dos Açores é, desde que há conhecimento, a mais frequentemente assolada
por episódios sísmicos com consequências dramáticas. Tal se deve à sua localização, numa zona
teoricamente complexa, no contacto das placas litosféricas Norte Americana, Euroasiática e
Africana. Neste contexto, o arquipélago é fortemente condicionado pela presença de importantes
estruturas regionais, como a Crista Médio Atlântica, a Zona de Fractura Este dos Açores (ZFEA)
e o Rift da Terceira (RT), entre outras (Krause e Watkins, 1970; Laughton et al., 1972; Searle,
1980).
Neste arquipélago, nomeadamente nos seus grupos central e oriental, a sismicidade é elevada,
ocorrendo, quer sob a forma de enxames sísmicos com magnitudes baixas ou moderadas,

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frequentemente associadas a sistemas vulcânicos activos, quer sob a forma de terramotos de
magnitudes elevadas, com as consequentes réplicas. Tal como se pode observar numa carta de
sismicidade recente dos Açores, a actividade sísmica tem uma distribuição preferencial ao longo
do designado Rift da Terceira, numa direcção WNW-ESSE, desde a Crista Média Atlântica até à
falha Glória. Desde o seu povoamento, no século XV, os Açores têm sido palco de grandes
catástrofes naturais. Neste contexto, a actividade sísmica assume-se como um dos principais
fenómenos que afectam o arquipélago. De entre as diversas crises sísmicas, merecem destaque os
eventos catastróficos de 22 de Outubro de 1522 (S.Miguel), a crise sísmica de 1926 (Faial e
Pico) marcada pela ocorrência de dois sismos com intensidades elevadas, o primeiro a 5 de Abril
e o segundo a 31 de Agosto, causando grande destruição na parte oriental da ilha do Faial; o
terramoto de 1 de Janeiro de 1980 (Terceira, Graciosa e S. Jorge), o maior registado nos Açores
no século XX e a última grande crise iniciada a 9 de Julho de 1998 (Faial e Pico). Foi neste
contexto, e auscultada a comunidade docente de toda a Região Autónoma dos Açores, que se
projectou uma proposta de intervenção nos planos curriculares do conteúdo programático da área
da sismologia dos 7º e 10º anos de escolaridade. Esta proposta baseou-se na perspectiva das
CTSA (Ciências, Tecnologia, Sociedade e Ambiente), de acordo com as novas orientações
curriculares emanadas do Ministério da Educação (Galvão et al., 2002), cujo objectivo é o de
envolver o aluno nos problemas relacionados com as suas vivências e com o mundo real (Yager,
1990). Com base neste pressuposto, a proposta foi suportada pela selecção temática e pela
preparação de materiais didácticos (diaporamas, maquetas e um sismómetro desenhado para fins
pedagógico-didácticos).

2.9. Algumas Medidas de prevenção de riscos sísmicos:


Identificação de zonas de elevado risco sísmico;
Identificação de falhas em actividade;
Monitorização (observação continua) destas falha em actividade;
Elaboração de cartas de isossistas de maior intensidade;
Levantamento das edificações (edifícios e outras construções humanas) e avaliação do seu
risco;
Reabilitação/substituição das construções fragilizadas ou desprotegidas;

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Aplicação das normas de construção anti-sísmicas nos terrenos onde se pretende e onde se
está a construir.
Em habitações:
Libertar as saídas e os corredores de móveis e outros objectos;
Fixar as estantes ou móveis pesados, as botijas de gás, os vasos e floreiras às paredes da
casa;
Colocar os objectos mais pesados nas prateleiras mais baixas das estantes;
Não localizar as camas perto de janelas ou debaixo de candeeiros devido ao risco de caírem
vidros;
Identificar os locais mais seguros – vãos de portas, de preferência em paredes-mestras; cantos
das salas e debaixo das mesas, camas ou outras superfícies resistentes - e os locais mais
perigosos – elevadores; juntas de paredes; espelhos e chaminés; no meio das salas e saídas;
Ter sempre um kit de segurança.

3. Conclusão

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Apesar de ainda não ser possível prever a ocorrência de um sismos, é possível tomar uma série
de medidas de forma a minimizar os estragos provocados por um sismos de média/grande
intensidade. A minimização dos efeitos de um sismo passam pela identificação de zonas de
maior risco, pela construção de estruturas mais sólidas, pela elaboração de planos de emergência
e pela promoção na educação das populações, nomeadamente no que diz respeito às medidas de
segurança a serem tomadas aquando de um sismo. Através da observação da carta de isossistas,
conclui-se que o risco sísmico no continente português é significativo. As zonas de maior
intensidade sísmica encontram-se no litoral, local coincidente com as maiores concentrações
demográficas. Devido à falha activa existente no vale inferior do Tejo a região da grande Lisboa
é das regiões da Península Ibérica de maior risco sísmico.

4. Referências bibliográficas

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Wallenstein,N.Rebelo,F. A importância da educação na redução do risco sísmico: Proposta de
intervenção nos planos curriculares dos ensinos básico e secundário das escolas dos Açores.
Acessado em

Mateus, A. (2000) – Sismos. Comunicar Ciência. a. 1:4 (Mar./Maio 2000), 1. Consultado a 30 de


Novembro de 2004,
<http://www.dgidc.min-edu.pt/public/ciencias/publicacoes_boletim_04.pdf>

Shaw, R., rep. (2005) – Knowledge, innovation and education to build a culture of safety and
resilience. In World Conference on
Disaster Reduction, Kobe, 2005. Genova: UN/ISDR. Consultado a 16 de Fevereiro de 2006,
<http://www.unisdr.org/wcdr/thematic-sessions/cluster3.htm>

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