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Apostilaeconomia
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Economia
É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Economia, parte in-
tegrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinâmico e autônomo que a
educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos(às) alunos(as) uma apre-
sentação do conteúdo básico da disciplina.
A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis-
ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail.
Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br,
a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso,
bem como acesso a redes de informação e documentação.
Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple-
mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para
uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.
A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar!
Unisa Digital
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................................................................................ 5
1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS........................................................................................................ 7
1.1 Conceitos de Economia..................................................................................................................................................8
1.2 Classificação dos Bens....................................................................................................................................................9
1.3 A Economia como Ciência Social............................................................................................................................10
1.4 A Economia e suas Relações......................................................................................................................................11
1.5 O Problema Econômico..............................................................................................................................................12
1.6 Sistemas Econômicos...................................................................................................................................................13
1.7 Recursos ou Fatores (Meios) de Produção...........................................................................................................16
1.8 O Princípio do Custo de Oportunidade................................................................................................................19
1.9 Riqueza, Utilidade e Valor...........................................................................................................................................20
1.10 Bens e Serviços.............................................................................................................................................................20
1.11 Setores Econômicos...................................................................................................................................................20
1.12 Divisão da Economia.................................................................................................................................................21
1.13 Método............................................................................................................................................................................21
1.14 Resumo do Capítulo..................................................................................................................................................22
1.15 Atividades Propostas.................................................................................................................................................22
3 MICROECONOMIA............................................................................................................................... 31
3.1 Pressupostos Básicos da Análise Microeconômica...........................................................................................32
3.2 As Tarefas do Sistema de Mercado..........................................................................................................................35
3.3 Como o Mercado Funciona.......................................................................................................................................36
3.4 Produção...........................................................................................................................................................................36
3.5 Os Setores de Produção..............................................................................................................................................37
3.6 Possibilidade de Produção.........................................................................................................................................37
3.7 Os Fatores de Produção..............................................................................................................................................37
3.8 A Produção do Capital.................................................................................................................................................39
3.9 Os Dois Mercados..........................................................................................................................................................39
3.10 Demanda, Oferta e Equilíbrio.................................................................................................................................40
3.11 Oferta...............................................................................................................................................................................44
3.12 Equilíbrio de Mercado...............................................................................................................................................45
3.13 Elasticidades..................................................................................................................................................................46
3.14 Resumo do Capítulo..................................................................................................................................................47
3.15 Atividades Propostas.................................................................................................................................................47
4 TEORIA DA PRODUÇÃO................................................................................................................... 49
4.1 O Modelo Básico............................................................................................................................................................50
4.2 A Lei dos Rendimentos Decrescentes....................................................................................................................51
4.3 Os Rendimentos da Firma..........................................................................................................................................52
4.4 Produtividade.................................................................................................................................................................52
4.5 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................54
4.6 Atividades Propostas....................................................................................................................................................54
5 MERCADO DE TRABALHO.............................................................................................................. 55
5.1 História do Trabalho.....................................................................................................................................................55
5.2 Mercado de Trabalho...................................................................................................................................................56
5.3 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................58
5.4 Atividades Propostas....................................................................................................................................................59
6 FUNDAMENTOS DA MACROECONOMIA............................................................................ 61
6.1 Principais Índices que Acompanham os Preços................................................................................................68
6.2 O Balanço de Pagamentos.........................................................................................................................................69
6.3 Políticas Econômicas....................................................................................................................................................71
6.4 A Inserção do Brasil na Economia Mundial..........................................................................................................73
6.5 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................73
6.6 Atividades Propostas....................................................................................................................................................74
A Economia cada vez mais vai se firmando como uma ciência imprescindível para o mundo dos ne-
gócios, não só internamente em cada país, como externamente, pois os países, com a abertura econômi-
ca do mundo em seguida à liberalização do movimento de capitais, ficam expostos a decisões tomadas
por agentes econômicos internacionais.
A estrutura da apostila baseia-se no problema da escassez, a fim de estudar a oferta e a procura
de produtos e, a partir desse instrumental, abordar a microeconomia ou teoria dos preços/economia
da empresa, analisando a demanda, a oferta, as estruturas de mercado,a teoria da produção e fatores de
produção .
A teoria macroeconômica, em âmbito nacional, propõe aos governos o estudo das variáveis ma-
croeconômicas, e, ainda, fornece ferramentas para a análise do comportamento da Economia como um
todo.
O presente material foi desenvolvido para a modalidade do Ensino a Distância (EaD) e seu uso será
de grande valia no decorrer das aulas do curso.
Tem como objetivos gerais: propiciar a análise dos conceitos de oferta e demanda, entender a fun-
cionalidade da atividade econômica, sua abrangência e limitações, entender a interação das complexas
variáveis da atividade econômica, e identificar a economia no que tange ao mercado de trabalho e prin-
cipais variáveis macroeconômicas.
Ao final de cada capítulo, leia com atenção os enunciados e responda às questões propostas. Essas
questões objetivam auxiliá-lo na aprendizagem. Primeiramente, responda a todas as questões e somente
ao final verifique as suas respostas, relacionando-as com as respostas e comentários do professor, ao final
desta apostila.
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1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS
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Irma Filomena Lobosco
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Economia
Distribuição: é a maneira como a pro- volução Industrial). Desde então, a Economia foi
dução ou a renda total é distribuída en- se tornando cada vez mais importante (GUIMA-
tre os indivíduos ou entre os fatores de RÃES, 1993).
produção (DICIONÁRIO DE ECONOMIA Ela trata do bem-estar do homem e os ele-
ON LINE). mentos-chave da atividade econômica são: (a)
os recursos produtivos (R); (b) as técnicas de pro-
Ainda está para ser elaborada uma defini- dução (que transformam os recursos em bens e
ção definitiva sobre Economia. Muitas têm sido serviços – BS); (c) as necessidades humanas (NH)
propostas e discutidas. De acordo com Mochon (MENDES, 2005).
(2004, p. 9), “a economia estuda a maneira como Tem-se:
se administram os recursos escassos, com o ob-
jetivo de produzir bens e serviços e distribuí-los R → BS → NH.
para seu consumo entre os membros da socieda-
de” ou, então, “economia é a ciência que estuda a
produção, a circulação, a distribuição e o consu- Portanto, podemos afirmar que a função da
mo”. Economia como um todo é descrever, analisar, ex-
plicar e correlacionar o comportamento da pro-
Economia é o estudo das leis econômicas
dução, do desemprego, dos preços e dos fenôme-
indicadoras do caminho que devemos seguir a
nos semelhantes.
fim de aumentarmos a produtividade, melhoran-
do o padrão de vida das populações com o cor-
Atenção
reto emprego dos recursos (SAMUELSON, 1975).
A Economia só surgiu como ciência a partir A Economia estuda a maneira como os
do século XVIII, quando foram feitas grandes des- homens e as sociedades decidem, com ou
cobertas técnicas e científicas que modificaram sem utilização do dinheiro, empregar re-
radicalmente o modo de produzir dos povos (Re- cursos produtivos escassos!
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A Economia como ciência social trata 3. sociais: consistem no desejo, que to-
dos diferentes aspectos do comportamento dos sentem, de participar de vários
humano que são ocupados pelas ciências so- grupos e de ser aceito por eles. Alguns
ciais, podendo ser caracterizados como ciên- desses grupos são: o familiar, grupos
cias do comportamento ou ciências humanas. de escola, companheiros de trabalho;
Elas compreendem áreas distintas, diferenciando,
4. estima: o indivíduo deseja ser mais do
por sua natureza, os vários aspectos da ação do
que um membro do seu grupo; neces-
homem com o qual cada uma delas se envolve.
sita de estima, afeto, amor, valorização
Em qualquer sociedade, os recursos ou fa-
e reconhecimento. A satisfação das
tores de produção são escassos; contudo, as ne-
necessidades de estima provoca senti-
cessidades humanas são ilimitadas e sempre se
renovam. Isso obriga a sociedade a escolher entre mentos de autoconfiança;
alternativas de produção e de distribuição dos re- 5. autorrealização: está ligada ao desejo
sultados da atividade produtiva aos vários grupos do ser humano de desenvolver e usar
da sociedade. sua capacidade, suas aptidões e habili-
Economia é a ciência social que estuda dades, bem como de realizar seus pla-
como o indivíduo e a sociedade decidem empre- nos.
gar os recursos produtivos escassos na produção
de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre
as várias pessoas e grupos da sociedade, de forma Pensando e observando a vida das pessoas,
a satisfazer as necessidades humanas. percebemos facilmente que as necessidades hu-
manas são limitadas quanto ao número. Logo que
Consideradas elementos-chave da ativida-
de econômica, as necessidades humanas se cons- alguém consegue dinheiro para saciar sua fome e
tituem na razão de ser (na força motivadora) da para vestir-se, já pensa em adquirir sua casa pró-
atividade econômica. Os desejos dos serem hu- pria. Quando já tem a casa, quer decorá-la da me-
manos são ilimitados. lhor maneira possível. Depois, surge a necessida-
As diferentes necessidades humanas são, de de convidar os amigos para conhecer a casa e
geralmente, agrupadas da seguinte forma: ouvir os últimos CDs adquiridos.
À medida que vão se satisfazendo as ne-
1. fisiológicas: são as necessidades bá- cessidades, outras vão surgindo: carros, viagens,
sicas da vida: água, comida, abrigo, ar, cursos, roupas da moda, emprego melhor e assim
vestuário, descanso etc.; por diante.
2. segurança: as pessoas desejam estar,
na medida do possível, seguras de que Economia Positiva e Economia Normativa
no futuro não lhes faltarão meios de sa-
tisfazer suas necessidades básicas. Ne-
Toda ciência deve seguir critérios para que
cessitam, também, sentirem-se seguras
possa ser considerada aceitável na comunidade
quanto ao respeito e à estima dos de-
científica. Assim, a teoria econômica, que apre-
mais. No trabalho, as pessoas sentem
senta um grande desenvolvimento nos últimos
necessidade de segurança quanto ao
séculos, necessidade de ferramentas para sua
seu emprego, isto é, desejam ter certa
análise.
garantia de que não serão dispensadas
a qualquer momento;
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Economia
De acordo com Vasconcellos e Garcia (2002, Quando se diz que deveria ocorrer uma me-
p. 32): lhoria na distribuição de renda, expressa-se um
juízo de valor, pois é uma crença que é uma coi-
a teoria econômica utiliza-se de argu- sa boa ou má. Esse exemplo é um argumento da
mentos positivos (economia positiva) e economia normativa. Já a economia positiva au-
argumentos normativos (economia nor- xiliará a identificar o instrumento de política eco-
mativa). A economia normativa contém
nômica adequado à diminuição da concentração
um juízo de valor, subjetivo, e a economia
positiva é o conjunto de conhecimentos de renda, como, por exemplo, política salarial ou
objetivos, que respeita todos os cânones política tributária, que avaliará os aspectos positi-
científicos. vos e negativos.
A Economia faz fronteira com outras impor- a História facilita a compreensão do pre-
tantes disciplinas, tais como: sociologia, psicolo- sente, e ajuda nas previsões para o futuro,
com bases nos fatos do passado.
gia, antropologia, administração, contabilidade,
estatística e matemática. Para a interpretação de Há também uma grande conexão entre
Economia e Geografia, pois esta permite
registros históricos, são necessários os instrumen-
avaliar também questões como as con-
tos analíticos, porque os fatos não “contam com dições geoeconômicas dos mercados
sua própria história”, mas possuem grande impor- regionais, a concentração espacial dos
tância. fatores produtivos, a localização de em-
presas, a composição setorial da ativida-
Caro(a) aluno(a), Vasconcellos e Garcia
de econômica, muito úteis à análise eco-
(2002, p. 33) procuraram estabelecer os pontos de nômica.
contato entre a teoria econômica e outras áreas
Aponta ainda a relação entre Economia
do conhecimento: e Política, pois, nesse sentido a atividade
econômica subordina-se à estrutura ao
Na chamada pré-economia, antes da Re- regime político do país.
volução Industrial do século XVIII, que
corresponde ao período da Idade Média,
a atividade econômica era vista como Como você sabe, e vimos na citação ante-
parte integrante da Filosofia, Moral e Éti- rior, a esse respeito Vasconcellos e Garcia (2003, p.
ca. A Economia era orientada por princí- 10) afirmam que,
pios morais e de justiça.
O início do estudo sistemático da Econo- apesar de ser uma ciência social, a Eco-
mia coincidiu com os grandes avanços na nomia é limitada pelo meio físico, dado
área de Física e Biologia nos séculos XVIII que os recursos são escassos, e se ocu-
e XIX. pa de quantidades físicas e das relações
Com o passar do tempo, predominou entre essas quantidades. Daí surge a ne-
uma concepção humanística, que colo- cessidade da utilização da Matemática
ca em plano superior os móveis psicoló- e da Estatística como ferramentas para
gicos da atividade humana. A Economia estabelecer relações entre variáveis eco-
é por excelência uma ciência social, pois nômicas. Por exemplo, a relação entre o
objetiva a satisfação das necessidades consumo nacional está diretamente re-
humanas. lacionada com a renda nacional e pode
ser representada da seguinte forma: C =
Muitos avanços obtidos na Teoria Econô-
ƒ(RN) e ΔC / ΔRN > 0. Diz que o consumo
mica advieram da pesquisa histórica, pois
(C) é uma função (ƒ) da renda nacional
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(RN) e dada uma variação da renda nacio- Estatística. Por exemplo: C = 2pr, onde C
nal (ΔRN), terá uma variação diretamente = comprimento da circunferência, p = le-
proporcional (na mesma direção) do con- tra grega PI e r = radianos, é uma relação
sumo agregado (ΔC). matemática exata qualquer que seja o
comprimento da circunferência. Em eco-
Como as relações econômicas não são
nomia tratamos de leis probabilísticas.
exatas, mas probabilísticas, recorre-se à
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Economia
plo, se quer produzir mais armas de fogo ou mais buição dos resultados de sua produção: trabalhado-
manteiga? Em que quantidade? Os recursos de- res, capitalistas ou proprietários de terra? Agricultura
vem ser dirigidos para a produção de mais bens ou indústria? Mercado interno ou mercado externo?
de consumo ou bens de capital? Dada a escassez Região Norte ou Sul? É a distribuição da renda gera-
de recursos de produção, a sociedade escolhe- da pela atividade econômica.
rá, dentro das possibilidades de produção, quais Por que são problemas? Porque decorrem
produtos serão produzidos e as respectivas quan- de um problema fundamental, que é a escassez
tidades a serem fabricadas. de recursos.
COMO PRODUZIR? Essa questão é relacio- Como esses problemas são resolvidos? Isso
nada à eficiência produtiva. Serão utilizados mé- depende de como a sociedade está organizada
todos de produção de capital intensivos? Ou mão politicamente
de obra intensiva? A sociedade escolherá quais Existem duas formas principais de organiza-
recursos de produção serão utilizados para a pro- ção econômica:
dução de bens e serviços, considerando o nível
tecnológico existente. Isso depende da disponi-
1. economia de mercado (ou descentrali-
bilidade de recursos de cada país. Geralmente, a
zada, tipo capitalista);
concorrência entre os diferentes produtores de-
cide como vão ser produzidos os bens e serviços, 2. economia planificada (ou centralizada,
considerando os métodos mais eficientes e que tipo socialista).
tiverem o menor custo de produção possível.
PARA QUEM PRODUZIR? A sociedade deve
decidir quais os setores que participarão da distri-
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Famílias Empresas
Oferta Demanda
Mercado de fatores de produção
Fonte: Vasconcellos e Garcia (2003).
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Economia
No mercado de bens e serviços, as famílias Cabe ressaltar que o fluxo real da Economia
demandam bens e serviços, enquanto as empre- só é possível com a moeda, que é utilizada para
sas os ofertam; no mercado de fatores de produ- remunerar os fatores de produção e para o paga-
ção, as famílias ofertam os serviços dos fatores de mento dos bens e serviços.
produção, que são de sua propriedade, enquanto Assim, paralelo ao fluxo real, temos um flu-
as empresas os demandam. xo monetário da Economia (Figura 2).
Famílias Empresas
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As forças de oferta e da demanda atuam em fatores de produção, formam-se os preços dos fa-
cada um dos mercados para determinar o preço. tores de produção: salários, juros, aluguéis, lucros,
Portanto, no mercado de bens e serviços, formam- royalties etc. (VASCONCELLOS; GARCIA, 2003).
-se os preços de bens e serviços; no mercado de
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Economia
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Avaliada em aproximadamente 4 bilhões a quantidade de bens e serviços.
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Camisas
Carros
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Em comparação com o Censo 2000, ocorreu um aumento de 20.933.524 pessoas. Esse número demonstra que o crescimento
da população brasileira no período foi de 12,3%, inferior ao observado na década anterior (15,6% entre 1991 e 2000). O Censo
2010 mostra também que a população é mais urbanizada que há 10 anos: em 2000, 81% dos brasileiros viviam em áreas
urbanas, agora são 84% (IBGE, 2012).
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Economia
Alimentos
Saiba mais
Incorpora a noção de que sempre enfren-
tamos a situação de escolher entre duas ou mais O custo de estudar em tempo integral
Consideremos um estudante de medicina de uma
opções e de que temos que optar por uma coisa universidade pública que tem todo o seu tempo ocu-
(um produto, por exemplo) em detrimento de ou- pado com os estudos. No Brasil, os alunos não pagam
tra, visto que os recursos são limitados e podem para estudar em universidades públicas. Dado que o
estudante não paga, isso significa que estudar não im-
ser utilizados em diferentes alternativas. plica custos para ele?
Conforme Guimarães e Gonçalves (2010, Mesmo se os livros saíssem de graça, a resposta ainda
p. 10) o custo de oportunidade é: “Para o econo- seria não, pois se o jovem tivesse optado por trabalhar
em vez de destinar todo seu tempo à faculdade de
mista, é o valor do melhor uso alternativo dessa medicina, ele estaria recebendo algum salário. Esse sa-
coisa.” lário, multiplicado pelos anos na faculdade, é o custo
de oportunidade total de estudar. Por sua vez, o be-
nefício dessa escolha é que seu salário como médico,
depois de formado, será provavelmente bem mais alto
do que seria sem a formação. Outro benefício pessoal
é o prazer de aprender medicina (GUIMARÃES; GON-
ÇALVES, 2010).
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A palavra ‘riqueza’ lembra uma grande valor de uso: é a utilidade que um bem
quantidade de bens econômicos ou dinheiro. Em tem para nós pessoalmente. É conheci-
Economia, qualquer bem útil, acessível e limita- do também como valor de estima;
do recebe o nome de riqueza. valor de troca: é o valor que um bem
Utilidade é a qualidade que possuem os tem no sentido de poder ser trocado
bens econômicos de satisfazer as necessidades por outro. É o valor de mercado do
humanas. O bem, porém, só é útil quando de- bem.
sejado pelo homem. Utilidade, portanto, é um
conceito mais subjetivo que objetivo. O grau de Desse modo, um bem pode ser de grande
utilidade de um bem depende da necessidade valor de uso e de nenhum valor de troca, como
de cada indivíduo. Um bem pode ser útil para al- um álbum de fotos de família, por exemplo.
guém e não o ser para outra pessoa. O valor das coisas é determinado por um
conjunto de fatores; o trabalho e a utilidade são
Pinho, Vasconcelos e Toneto Jr, (2011, p. 11)
apenas dois dos fatores constitutivos desse valor.
definem utilidade como “a capacidade que tem Além desses, existem outros elementos sociais,
um bem de satisfazer uma necessidade humana.” políticos, psicológicos, estéticos etc.
Valor é a medida da utilidade econômica.
Existem dois tipos:
Os produtos devem ser classificados segun- Segundo o destino, os produtos podem ser
do sua natureza e seu destino. Segundo a nature- classificados em: bens e serviços de consumo du-
za, os produtos gerados no processo produtivo se ráveis ou de uso imediato; bens e serviços inter-
classificam em bens (B) e serviços (S). mediários (matérias-primas ou insumos para se-
Os bens são produtos tangíveis oriundos rem transformados em bens de consumo); bens e
das atividades dos setores primário, secundário e serviços de produção (bens de capital).
terciário de produção. Já os serviços são os pro-
dutos intangíveis, resultantes das atividades ter-
ciárias de produção.
Mendes (2005, p. 11) afirma que “de acordo a) setor primário: agricultura, pecuária,
com a intensidade de uso dos recursos, são classi- extração vegetal;
ficadas as atividades de produção”, os chamados b) setor secundário: indústria extrativa
setores da Economia, a seguir: mineral, indústria de transformação, in-
dústria da construção;
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Economia
1.13 Método
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Caro(a) aluno(a),
Neste capítulo você estudou os conceitos fundamentais de Economia e foi levado(a) à reflexão
sobre as questões econômicas cotidianas, tomando como base do objeto da ciência econômica: escolha,
escassez, necessidades, recursos, produção e distribuição.
Desde os primeiros estudos, a Economia trata do bem-estar do homem, tendo como elementos-
-chave da atividade econômica os recursos produtivos e as técnicas de produção que transformam os
recursos em bens e serviços para atender às necessidades humanas.
Aprendeu que tudo que é raro em relação às necessidades individuais ou coletivas deve ser econo-
mizado. Portanto, tudo que é raro é um bem econômico.
Também pôde compreender a economia como uma Ciência Social que se relaciona com o com-
portamento e as necessidades humanas, agrupadas em: fisiológicas, segurança, sociais, estima e autor-
realização, sendo que o problema econômico fundamental está centralizado nos recursos limitados para
atender às necessidades humanas ilimitadas. Assim, a Economia é a ciência da escassez ou das escolhas.
As sociedades são obrigadas a fazer as escolhas sobre o que e quanto, como e para quem produzir,
e cabe aos sistemas econômicos organizar a produção, distribuição e consumo de todos os bens e servi-
ços que as pessoas utilizam em busca do melhor padrão de vida e bem-estar.
Viu ainda relacionados os agentes econômicos que participam do Fluxo Real da Economia, que em
paralelo impulsionam o Fluxo Monetário, resultando no Fluxo Real Monetário da Economia.
Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.
1. Por que os problemas econômicos fundamentais (o que, como e para quem produzir) são
originados da escassez de recursos produtivos?
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EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO
2 ECONÔMICO
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Mas, além dessas causas do crescente in- Caro(a) aluno(a), Rossetti (1995, p. 73) infor-
teresse pela Economia, há uma terceira causa de ma-nos a esse respeito que
alta significação, que se fez notar, sobretudo, no
pós-guerra. Trata-se da preocupação básica do no final do século XX, os habitantes do
século XX em torno da ideia do desenvolvimento mundo subdesenvolvido empenharam-
econômico. De fato, tão logo terminou a Segun- -se numa mobilização sem precedentes,
com vistas a um gigantesco alvo: a cons-
da Grande Guerra, o mundo todo se viu às voltas
trução de uma nova sociedade e de uma
com um fenômeno de dimensões inesperadas nova economia, para possibilitar a uni-
– o grande despertar dos povos subdesenvolvi- versalização das condições do bem-estar,
dos. Esse despertar, motivado pela facilitação das através da aceleração de seu progresso
comunicações internacionais, evidenciou os con- material.
trastes do atraso e da afluência, transformando-
-se numa das mais notáveis características dos Para Vasconcellos e Garcia (2003, p. 14), “en-
últimos anos da década de 1940 e, sobretudo, contramos na evolução do pensamento econô-
até os anos 1970. A perseguição obstinada do mico o consenso de que a Teoria Econômica, de
desenvolvimento econômico, por mais de 2/3 da forma sistematizada, iniciou-se quando foi publi-
população da Terra, passaria a ser fundamental da cada a obra de Adam Smith A riqueza das nações,
economia do pós-guerra. em 1776.”
2.1 Antiguidade
2.2 Mercantilismo
Foi a partir do século XVI que observamos bre a moeda. O mercantilismo considerava que o
o nascimento dessa primeira escola econômica: o governo de um país seria mais forte e poderoso
mercantilismo. Mesmo sem representar um con- quanto maior fosse seu estoque de metais precio-
junto técnico homogêneo, são explícitas as preo- sos, estimulou guerras e praticou o nacionalismo,
cupações sobre a acumulação de riquezas de uma que manteve a poderosa e constante presença do
nação. São presentes alguns princípios de como Estado em assuntos econômicos.
fomentar o comércio exterior e entesourar rique-
zas, bem como o acúmulo de metais adquire uma
grande importância, de acordo com os relatos so-
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Economia
2.3 Fisiocracia
2.4 Os Clássicos
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Pode ser considerado outro expoente do Retomou a obra de Adam Smith, amplian-
período clássico, tendo desenvolvido alguns mo- do-a. Subordinou o problema das trocas de mer-
delos econômicos com grande potencial analí- cadorias à sua produção e popularizou a chama
tico. Aprimora a tese de que todos os custos se Lei de Say: “a oferta cria sua própria procura”, ou
reduzem a custos do trabalho e mostra como a seja, o aumento da produção transformar-se-ia
acumulação do capital, acompanhada de aumen- em renda dos trabalhadores e empresários, que
tos populacionais, provoca uma elevação da ren- seria gasta na compra de outras mercadorias e
da da terra, até que os rendimentos decrescentes serviços.
diminuam de tal forma os lucros que a poupança
se torne nula, atingindo-se uma economia esta-
cionária, com salários de subsistência e sem ne- Thomas Malthus (1766-1834)
nhum crescimento. Sua análise de distribuição do
rendimento da terra foi um trabalho seminal de Seu trabalho sistematizou uma teoria geral
muitas ideias do chamado período neoclássico. sobre a população, ao assinalar que o crescimen-
Discute a renda auferida pelos proprietá- to da população dependia rigidamente da oferta
rios de terras mais férteis. Em virtude de a terra de alimentos, apoiando a teoria dos salários de
ser limitada, quando a terra de menor qualidade subsistência.
é utilizada no cultivo, surge imediatamente a ren-
da sobre aquela de primeira qualidade, ou seja, a
renda da terra é determinada pela produtividade Atenção
das terras mais pobres. Analisou, ainda, por que
Para Thomas Malthus, a causa de todos os males
as nações comerciavam entre si, se é melhor para da sociedade residia no excesso populacional:
elas comerciarem e quais produtos devem ser co- enquanto a população crescia em Progressão
Geométrica (PG), a produção de alimentos seguia
merciados. A sua resposta constitui um importan-
uma Progressão Aritmética (PA).
te item da teoria do comércio internacional, cha-
mada de teoria das vantagens comparativas. O População: PG = 1, 2, 4, 8, 16, 32, 64, 128, 256...
Produção: PA = 1, 2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 16...
comércio entre países dependeria das dotações
relativas de fatores de produção.
A maioria dos estudiosos considera que os
Para esse economista, o potencial da popu-
estudos de Ricardo deram origem a duas corren-
lação excederia em muito o potencial da terra na
tes antagônicas: a neoclássica, por suas abstra-
produção de alimentos. Entretanto, Malthus não
ções simplificadoras, e a marxista, pela ênfase
previu o ritmo e o impacto do progresso tecnoló-
dada à questão distributiva e aos aspectos sociais
gico, nem as técnicas de limitação da fertilidade
na repartição da renda da terra.
humana que se seguiram.
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Economia
Trata-se do período que teve início na dé- mia. O comportamento do consumidor é analisa-
cada de 1870 e desenvolveu-se até as primeiras do em profundidade; o desejo do consumidor de
décadas do século XX. maximizar sua utilidade (satisfação no consumo)
Destacam-se os aspectos microeconômicos e o do produtor de maximizar seu lucro são a base
da teoria, pois a crença na economia de merca- para a elaboração de um sofisticado aparato teó-
do e em sua capacidade autorreguladora fez com rico. Por meio do estudo de funções ou curvas de
que não se preocupassem tanto com a política e utilidade (que pretendem medir o grau de satisfa-
o planejamento macroeconômico. ção do consumidor) e de produção, considerando
Os neoclássicos sedimentaram o raciocínio restrições de fatores e restrições orçamentárias, é
matemático explícito inaugurado por David Ri- possível deduzir o equilíbrio de mercado. Como
cardo, procurando isolar os fatos econômicos de o resultado depende, basicamente, dos conceitos
outros aspectos da realidade social (VASCONCEL- marginais (receita marginal, custo marginal etc.),
LOS; GARCIA, 2003). é também chamada teoria marginalista.
Segundo Vasconcellos e Garcia (2003, p.
18) “a análise marginalista é muito rica e variada”.
Alfred Marshall (1842-1924)
Apesar de questões microeconômicas ocuparem
o centro das atenções, houve uma produção rica
Autor do livro Princípios de economia, publi- em outros aspectos da teoria econômica, como
cado em 1890, que serviu como livro-texto básico a teoria do desenvolvimento econômico de
até a metade deste século. Nesse período, outros Schumpeter e a teoria do capital e dos juros de
economistas se destacaram, como, por exemplo: Böhm-Bawerk. Ainda segundo o mesmo autor,
William Jevons, Léon Walras, Eugene Böhm-Ba- deve-se destacar, também, a análise monetária,
werk, Joseph Alois Schumpeter, Vilfredo Pareto, com a criação da teoria quantitativa da moeda,
Arthur Pigou e Francis Edgeworth. que relaciona a quantidade de dinheiro com os
Esse período marca a formalização da análi- níveis gerais de atividade econômica e de preços.
se econômica, com destaque para a microecono-
Iniciou-se com a publicação da teoria geral A teoria econômica vigente acreditava que
do emprego, dos juros e da moeda, de John May- se tratava de um problema temporário. Já a teo-
nard Keynes (1936). Para entender o impacto da ria geral consegue mostrar que a combinação das
obra de Keynes, é preciso considerar a economia políticas econômicas adotadas até então não fun-
mundial da década de 1930, em crise, que ficou cionava adequadamente e aponta para soluções
conhecida como a Grande Depressão, conforme que poderiam tirar o mundo da recessão.
já descrito anteriormente. A realidade dos fatos Seus argumentos influenciaram muito a po-
relacionados à situação conjuntural da economia lítica econômica dos países capitalistas. De modo
dos principais países capitalistas era crítica, rela- geral, essas políticas revelaram-se eficientes e
apresentaram resultados positivos no período
cionada com o número de desempregados.
que se seguiu à Segunda Guerra Mundial.
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Economia
Caro(a) aluno(a),
Neste capítulo você estudou sobre a origem do interesse na Economia e o seu surgimento como
Ciência.
A Teoria Econômica iniciou-se, de forma sistematizada, pela obra de Adam Smith A riqueza das na-
ções, em 1776.
Aprendeu sobre os precursores da teoria econômica por meio de uma breve retrospectiva da histó-
ria, desde a Antiguidade até o período recente. Viu ainda a evolução do pensamento econômico, segundo
os Clássicos: Adam Smith, David Ricardo, John Stuart Mill, Jean Baptiste Say e Thomas Malthus.
No período neoclássico sedimentou-se o raciocínio matemático iniciado por David Ricardo. Alfred
Marshall foi o autor da obra intitulada Princípios de Economia, que formalizou a análise econômica, com
destaque para a Microeconomia, a Teoria Marginalista e a criação da teoria quantitativa da moeda, que
relaciona a quantidade de dinheiro com os níveis gerais de atividade econômica e de preços.
A publicação da Teoria geral do emprego, dos juros e da moeda, de Keynes, estabeleceu a necessidade
da intervenção do Estado através de uma política de gastos públicos.
No período recente a análise Macroeconômica permite antecipar os problemas econômicos por meio
do controle e planejamento, sendo possível constatar novas direções, a exemplo da Teoria de Finanças.
2. Após a leitura deste capítulo, você poderá responder quem foi o mais destacado dos economis-
tas clássicos e explicar quais foram as suas principais ideias?
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3 MICROECONOMIA
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3
O princípio da racionalidade (que supõe um homus economicus) é aplicado extensamente na teoria microeconômica
tradicional. Por esse princípio, os empresários tentam sempre maximizar lucros condicionados pelos custos de produção, os
consumidores procuram maximizar sua satisfação (ou utilidade) no consumo de bens e serviços (limitados por sua renda e
pelos preços das mercadorias), os trabalhadores procuram maximizar lazer etc.
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Economia
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Saiba mais
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Economia
Quais são as funções sociais que qualquer todas as sociedades, acima do nível de
mecanismo econômico – seja ele regido pela tra- subsistência existe sempre o problema
dição, imposição ou mercado – deve desempe- de como produzir o que a sociedade
nhar? deseja, bem como o que produzir.
Examinando o problema, vemos que exis- Exemplo: se você fosse o prefeito de
tem três tarefas a serem desempenhadas por to- uma cidade do interior de qualquer
dos esses mecanismos econômicos: Estado brasileiro, teria que decidir que
tipo de transporte utilizar, que méto-
1. todos os sistemas econômicos devem dos agrícolas encorajar, que tipos de
direcionar esforços da sociedade para sistemas de distribuição estabelecer.
a produção dos bens e serviços que tal A escolha da técnica errada pode não
sociedade necessita, sejam elas regidas provocar colapso (apesar de isso ser
pela tradição, imposição ou mercado; possível), mas acarretará desperdício e
todas as sociedades devem poder con- um nível de bem-estar menor do que o
tar com a produção regular das provi- que está ao alcance da cidade;
sões necessárias. 3. todos os sistemas econômicos devem
Exemplo: coexistem, no Brasil, dife- resolver o problema de distribuição do
rentes sociedades no mesmo espaço, produto entre seus membros.
como algumas cidades do Nordeste e Exemplo: sob muitos aspectos, este
do interior de alguns Estados. Nessas é o problema mais difícil. A escassez –
sociedades muito simples, a necessida- importada pela natureza ou causada
de básica gira em torno da busca infin- pelo homem – torna extremamente
dável de alimento, vestimenta e edu- necessária a solução do problema da
cação. Em cidades mais “avançadas”, as divisão de um produto. Entretanto,
“necessidades” vão muito além desse seja por costume, imposição ou outra
tripé. maneira qualquer, para a sociedade so-
Em princípio, as tarefas são as mesmas: breviver é necessário que a produção
todas as sociedades apoiam-se em or- do sistema seja partilhada – e de modo
ganização econômicas, que devem alo- aceitável.
car seus homens e materiais aos usos
que a sociedade exige para se manter
em funcionamento. Se o método de
organização falha, a comunidade entra
em colapso;
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Assim, o que produzir, como produzir e a poderão ser obtidos. Usamos os recursos: terra,
quem entregar o produto constituem os proble- trabalho e capital para plantar cereais ou pode-
mas básicos da Economia, os quais toda ordem mos usá-los para criar gado e obter leite. Supo-
social deve enfrentar de uma maneira ou de ou- nhamos que utilizamos todos os nossos recursos
tra. na produção de cereais e, após 6 meses, colhe-
Como o mercado enfrenta esses três pro- mos 500 sacas. No semestre seguinte, colocamos
blemas? todos os nossos esforços na criação de gado lei-
O mercado não parece prestar atenção para teiro e obtemos 250 litros de leite. Teríamos, en-
isso. Quando olhamos para um sistema de merca- tão, descoberto duas possibilidades extremas de
do, tudo o que vemos é um sistema de trocas, no produção para a alocação de nosso esforço social.
qual cada um tem de se arranjar por si mesmo e É mais provável, entretanto, preferirmos
ninguém é responsável pelo encargo de conferir uma mistura de cereal e leite, e não tudo de um e
se serão produzidos os bens adequados, se serão nada de outro. Assim, teríamos de encontrar, atra-
produzidos da maneira correta e entregues às vés de tentativas, as combinações de cereal e leite
pessoas certas. que poderíamos ter, ao utilizar alguns de nossos
Exemplo: vamos supor que vivemos isola- recursos em cada operação.
dos em uma ilha, na qual apenas dois produtos
3.4 Produção
Produzir é criar uma utilidade ou aumentar As riquezas naturais, por si só, não são su-
a utilidade dos bens econômicos. O homem não ficientes para atender às necessidades humanas;
cria matéria; ele cria apenas utilidade, transfor- por isso, são necessárias novas utilidades. A tudo
mando os bens e adaptando-os às suas necessi- que é transformado em utilidade pelo homem
dades. damos o nome de produto.
Dicionário
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Economia
Vimos que produzir significa criar meios setor primário: compreende as ativi-
para a satisfação das necessidades humanas; a dades que se desenvolvem em contato
plantação, o transporte, a tecelagem, a confecção, direto com a natureza: agropecuária,
as lojas, a lavadeira, tudo isso faz parte do proces- pesca, extração de minérios, horticultu-
so para satisfazer nossa necessidade de vestir. ra, fruticultura etc.;
Desde as primeiras torças, o comércio tem setor secundário: abrange todas as
marcado sua presença na vida do ser humano, atividades industriais de elaboração de
garantindo-lhe um modo de vida. A circulação de produtos: indústria, produção de ener-
riquezas, viabilizada pelo comércio, trouxe, e ain- gia, obras públicas etc. Concentra-se em
da traz, importantes consequências para as ativi- modificar os produtos que vêm do setor
dades econômicas. primário;
As atividades econômicas estão divididas setor terciário: responsável pela distri-
em três setores: buição e venda dos produtos dos seto-
res primário e secundário, bem como
pela prestação de serviços.
O centro do problema da produção é a ne- Além disso, quando as técnicas mudam ou quan-
cessidade de escolha que devemos fazer. Essa es- do nossos recursos crescem ou diminuem, essa
colha é inevitável, porque é imposta, naturalmen- divisão também muda. Por exemplo, a invenção
te, pelos recursos existentes, por nossa técnica ou de uma nova forragem para o gado pode elevar a
know-how conhecido. produção de leite em nossa ilha; então, podería-
As possibilidades são muitas e não são está- mos produzir mais sacas de cereais e mais litros
ticas. À medida que cresce o capital e a tecnolo- de leite.
gia, a fronteira pode avançar, de modo que o im-
possível no passado torna-se atingível no futuro.
Como o mercado, essa imensa e confusa Alguns elementos são necessários para que
teia de indivíduos e empresas, determina a aloca- haja produção. Chamamos de fatores de produ-
ção dos recursos da sociedade? ção os seguintes elementos básicos: recursos na-
Para responder a esta pergunta, teremos de turais, trabalho e capital.
esclarecer as atividades do mercado e descobrir,
em seu fluxo, um padrão qualquer que nos per-
mita compreender como ele funciona.
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Recursos naturais: são os recursos ob- Chamamos esses indivíduos, em seus pa-
tidos da natureza e que vão ser trans- péis de produtores, de fatores de produção e
formados através da indústria: ferro, vemos que eles constituem um grupo e uma ati-
madeira, petróleo, terras etc. vidade, sob todos os aspectos, tão importantes
Trabalho: é a colaboração da energia quanto os dos consumidores.
humana, manual ou intelectual, no pro- O trabalho, os recursos naturais e o capital
cesso de produção. oferecidos pelos indivíduos donos de suas pró-
Capital: é tudo aquilo que é fruto de prias habilidades, ou donos de recursos e equi-
poupança e que vai aumentar a produ- pamentos, constituem não apenas os agentes
ção. físicos da produção, que devem ser combinados
de maneira a garantir a produção, como também
classes sociais cujo comportamento deve ser
Na verdade, existe um padrão. Se olharmos coordenado na produção.
para o fluxo de mercado, observamos que os
participantes não são iguais. Um grupo de par-
ticipantes consiste de indivíduos, como nós, que Atenção
entram no mercado como compradores, buscan-
do os bens e serviços que desejam ou que podem O mercado combina as realidades físicas de tra-
balho, recursos e equipamentos, organizando as
comprar. Esses são os consumidores, que normal-
atividades apropriadas daqueles que possuem
mente pensamos ser o único – ou pelo menos, o cada uma dessas entidades físicas.
mais importante – grupo do “mercado”. Mas, se
olharmos outra vez, podemos ver que não são.
Existe um segundo grupo, tão grande e im-
O mercado transforma-se, então, em algo
portante quanto o primeiro, cujo papel vamos
mais que uma terrível confusão. É, agora, um local
examinar agora. São os indivíduos que já iden-
onde consumidores e fatores de produção bus-
tificamos como consumidores, dessa vez, entre-
cam uma solução para seus problemas particu-
tanto, no mercado com um propósito diferente:
lares e individuais, despendendo sua renda para
ganhar a vida oferecendo seus serviços para a
satisfazer seus desejos próprios, por um lado, e
produção. Além disso, podemos distinguir pelo
ganhando dinheiro ao oferecer suas habilidades
menos três tipos de serviços oferecidos por esses
ou posses, por outro.
indivíduos:
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Economia
Definimos capital como sendo o bem que ta se destina ao consumo imediato de bens e ser-
se destina a produzir outros bens. Por isso, ele é viços, sendo parte dela utilizada para aumentar a
muito importante no processo produtivo. produção.
Compare o rendimento de um agricultor O ato de não consumir uma parte da renda
trabalhando com ferramentas agrícolas rudimen- denomina-se poupança, que, por sua vez, permi-
tares e o de um agricultor que pode dispor de te que se faça um investimento, ou seja, a despesa
modernas máquinas e equipamentos agrícolas. destinada a produzir novos bens.
Analise a importância do capital. Assim, temos o seguinte esquema:
Como surge o capital? A produção gera re-
ceitas (recursos financeiros), mas nem toda recei-
Produção
Poupança Investimento de Mais
de Mais
Bens
Bens
Produção de
Bens
Bens
Consumo
O dinheiro que os indivíduos gastam como consumo numa agência de empregos, num escri-
consumidores é ganho por eles próprios quando tório imobiliário ou num banco.
agem como fatores de produção. Essa conexão de Falta esclarecer um aspecto do mercado:
consumidores e fatores de produção mostra-nos ele não engloba apenas participantes indivi-
outro aspecto do mercado: é o fato de que duas duais, sejam consumidores ou fatores de produ-
atividades (a compra pelos indivíduos e a venda ção, mas engloba também a instituição chamada
de fatores de produção) têm lugar no mercado e empresa.
que essas atividades têm lugar em dois mercados. Qual é o papel desempenhado pelas em-
O indivíduo, ao fazer compras visando a sa- presas?
tisfazer suas necessidades particulares, irá procu- Olhando o luxo, percebemos imediatamen-
rar um lugar no mercado em que as transações en- te que seu papel é central, pois, no mercado em
volvam bens e serviços. Os que buscam um lugar que os indivíduos buscam bens e serviços, vemos
para ganhar dinheiro irão procurar um lugar no que os vendedores são, em sua maior parte, em-
mercado em que as transações envolvem, exclusi- presas. Na outra parte do mercado, na qual os fa-
vamente, serviços de outros indivíduos como eles tores de produção oferecem seus serviços, vemos
próprios. que os compradores desse mercado também
Não se compra recursos naturais, trabalho são as empresas. Assim, as empresas funcionam
ou capital num armazém, ou bens e serviços de como elos na cadeia circular já observada, adqui-
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rindo os recursos naturais, trabalho e capital e rantir à sociedade a produção que ela necessita.
vendendo bens e serviços. Passamos, então, para o mercado de fatores, pois
A próxima figura (Figura 6) nos ajuda a vi- sem dúvida esse mercado aumentará nossa visão
sualizar esse fluxo de transações e nos diz como quanto ao problema de quem será capaz de pedir
analisar a complexidade do processo e mercado. tais bens e serviços. Finalmente, vamos investigar
Para solucionar o problema econômico, va- a instituição central, que é a empresa, pois aí está
mos seguir o caminho mais fácil. Primeiramente, o foco de energia e organização em que são de-
devemos estudar o mercado de bens e serviços, terminadas as técnicas da sociedade.
pois ele certamente está ligado à tarefa de ga-
O mercado de O mercado de
fatores bens e serviços
$$$$$$ $$$$$$
A empresa como vendedora de bens e serviços
A empresa como empregadora de fatores
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Economia
os diversos bens e serviços de forma a alcançar a Vemos que a escolha do consumidor foi in-
melhor combinação possível, ou seja, aquela que fluenciada por algumas variáveis, que, em geral,
lhe trará o maior nível de satisfação. serão as mesmas que influenciarão sua escolha
Exemplo: supondo que um indivíduo vá em outras ocasiões.
almoçar num restaurante, vamos verificar o que Para estudar a influência de cada fator so-
influencia sua escolha. Recebendo o cardápio, a bre a procura, é preciso fazer uma simplificação,
primeira coisa que ele olha é os preços. Assim, a pois estudar em conjunto é bastante complexo
escolha de um determinado prato, digamos um e exigiria um instrumento matemático mais ela-
filé, depende não só do preço do filé, mas tam- borado. A simplificação consistirá em considerar
bém do preço de outras carnes, do preço das cada efeito, cada variável, separadamente, fazen-
massas etc. do a hipótese de que tudo o mais permaneça
Pode-se facilmente ver que, quanto maior constante. Essa hipótese é também conhecida
for o preço do filé, menos propenso estaria o indi- como a cláusula de ceteris paribus. Por exemplo,
víduo a pedir um. Da mesma forma, quanto me- dizemos que, ceteris paribus4, a demanda é fun-
nor o preço dos outros pratos principais (massas, ção do preço.
carnes etc.), menor desejo ele terá de comer um
filé. Isso se dá porque o filé, as outras carnes e a
massa são substitutos. Ele escolhe ou um ou ou- Atenção
tro. Dificilmente o consumidor pedirá um frango
A demanda é também denominada teoria do
acompanhado de um peixe. consumidor.
Caso o preço dos acompanhamentos seja
alto, ele reduzirá sua vontade de pedir filé. Além
dos preços, outra variável afeta essa escolha: a Como o preço e a quantidade demandada
renda. Se o indivíduo não tiver dinheiro para pa- têm relação negativa, a curva de demanda se in-
gar a conta, não irá pedir o filé com fritas. Tam- clina para baixo. Observe, caro(a) aluno(a), a Figu-
bém, o gosto do consumidor determina a esco- ra 7 a seguir:
lha. Mesmo que o preço do bife de fígado e seus
acompanhamentos seja baixo, o indivíduo não o
pedirá caso não suporte fígado.
4
Mediante essa condição, são selecionadas as variáveis relevantes de um determinado problema, supondo fixo tudo o mais,
porque se estima que não seja essencial para a questão que se está estudando.
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Observe caro(a) aluno(a), na Tabela 2, a re- Relação entre Quantidade Demandada e Preço
lação quantidade-preço procurada pode ser re- do Bem
presentada por uma escala de procura, conforme
segue: Podemos representar a relação entre quan-
tidade demandada e preço do bem da seguinte
Tabela 2 – Relação quantidade-preço. maneira: Dn = f( Pn), tudo o mais permanece cons-
Quantidade demandada tante.
Preço do bem ($) (P)
do bem (Q) Normalmente, teremos uma relação inversa
1,00 12.000 entre o preço do bem e a quantidade demanda-
3,00 8.000 da. Quando o preço do bem cai, o bem fica mais
6,00 4.000 barato em relação aos seus concorrentes e, dessa
8,00 3.000
10,00 2.000 forma, os consumidores deverão aumentar seu
desejo de comprá-lo. De outra parte, quando o
Fonte: Vasconcellos e Garcia (2003). preço cai, o indivíduo fica mais rico em termos
reais.
A curva de demanda é negativamente incli- Exemplo: com R$ 100,00, eu posso comprar
nada, devido ao efeito conjunto de dois fatores: 1 (um) par de sapatos, se o preço for R$ 100,00;
dois pares, se o preço cair pela metade; e quatro
pares, se o preço for R$ 25,00.
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Quando o indivíduo fica mais rico, normal- Relação entre a Procura de um Bem e a Renda
mente aumenta as demandas. Por essas razões, o do Consumidor
bem fica relativamente mais barato e o consumi-
dor com maior poder de compra; deve-se espe- Na definição de Pinho, Vasconcelos e Tone-
rar que, quando o preço de um bem ou serviço to Jr. (2011):
cai, a quantidade procurada aumente.
Assim, quando Pn ↓ ↔ Dn ↑ e Pn ↑ ↔ Dn↓ , ou Dn = f( R)
seja, quando Pn cai, a demanda por esse bem au-
menta. Quando o preço aumenta, a demanda cai.
Esta é uma hipótese plausível e já testada várias Existe uma relação crescente e direta en-
vezes para diversos produtos, mas há uma limita- tre a renda e a demanda de um bem ou serviço.
ção: tudo o mais permanecendo constante, é um Quando a renda cresce, a demanda do bem deve
efeito isolado. Na realidade, muitos efeitos apare- aumentar, pois o indivíduo, ficando mais rico, vai
cem conjuntamente e é difícil fazer a separação desejar aumentar seu padrão de consumo e, por-
de cada um (GUIMARÃES; GONÇALVES, 2010). tanto, demandar maiores quantidades de bens e
serviços.
Relação entre a Procura de um Bem e o Preço Em relação à renda dos consumidores, há
dos outros Bens três situações distintas:
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demanda de carne de segunda reduz quando o Sempre falamos sobre a procura individual.
indivíduo aumenta seus ganhos, pois aí ele pas- E a procura de mercado?
sará a demandar carne de primeira e não mais de
segunda.
Dicionário
Relação entre a Procura de um Bem e o Gosto Mercado: é qualquer situação, estrutura, contexto,
do Consumidor lugar etc., em que a oferta e a demanda de um
bem se encontram.
3.11 Oferta
A oferta é toda a escala, ou toda a curva, en- Os bens em cuja produção são emprega-
quanto a quantidade ofertada é um ponto espe- das grandes quantidades desse fator sofrerão au-
cífico da curva de oferta. Assim, um aumento no mentos de custo significativos, enquanto aque-
preço do bem provoca um aumento da quantida- les que o empregam pouco sofrerão menos.
de ofertada, coeteris paribus. Exemplo: aumentando o preço da terra,
Define-se oferta como a quantidade de um teremos um grande aumento no custo de pro-
bem ou serviço que os produtores desejam ven- dução de soja, enquanto, em outros setores que
der por unidade de tempo. Novamente, é preciso utilizam em menor intensidade o fator terra, tere-
destacar os dois elementos: a oferta é um desejo, mos menores aumentos de custos. Assim, a mu-
um plano, uma aspiração, é um fluxo por unida- dança no preço de um fator acarretará alterações
de de tempo; do mesmo modo que a demanda, a na lucratividade relativa das produções.
oferta de um bem depende de inúmeros fatores O mesmo raciocínio se pode fazer em re-
(PINHO; VASCONCELOS; TONETO JR., 2011). lação à mudança na tecnologia de produção. Os
A oferta de um bem depende de seu pró- bens que mais se beneficiaram da mudança tec-
prio preço, admitindo a hipótese coeteris paribus: nológica terão lucratividade aumentada e, assim,
quanto maior for o preço de um bem, mais inte- surgirão deslocamentos nas curvas de oferta de
ressante se torna produzi-lo e, portanto, a oferta diversos bens e serviços.
é maior. Em segundo lugar, a oferta do bem x Em terceiro lugar, a oferta de um bem pode
depende dos preços dos fatores de produção. De ser alterada por mudança nos preços dos demais
fato, o preço dos fatores, juntamente à tecnologia bens produzidos. Se os preços dos demais bens
empregada, determina o custo da produção. Ha- subirem e o preço do bem x permanecer idênti-
vendo aumento do preço de fator, aumentar-se- co, a sua produção torna-se menos atraente em
-ia o custo da produção.
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relação à produção dos outros bens, consequen- O preço, em uma economia de mercado, é
temente diminuindo sua oferta. determinado tanto pela oferta quanto pela pro-
cura.
O preço na economia de mercado é deter- a quantidade desse bem que o consumidor está
minado tanto pela oferta quanto pela demanda. disposto a adquirir em certo período, tudo o mais
Observe, caro(a) aluno(a), as figuras a seguir. permanecendo constante, ou seja, não variando
A curva de demanda (procura) mostra a re- o preço dos outros bens, a renda e o gosto do
lação entre a demanda e o preço do bem. Essa consumidor.
curva mostra a relação entre o preço do bem e
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Você sabia que uma vez que o preço sofre com o preço estabelecido e os negócios fluem livre-
influência para mais ou para menos em função das mente.
quantidades procuradas e ofertadas, há que se su- O equilíbrio é o balanceamento de forças. Ao
por um ponto de equilíbrio onde as pressões altis- nível de um certo Mercado o Equilíbrio ocorre quan-
tas, que interessam à oferta, sejam anuladas pelas do a Demanda e Oferta estão balanceadas, isto é,
pressões de baixa, exercidas pela procura? têm a mesma intensidade.
Ponto de equilíbrio será aquela situação na
qual tanto a oferta quanto a procura se satisfazem
3.13 Elasticidades
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Caro(a) aluno(a),
Neste capítulo você aprendeu que a Microeconomia, ou Teoria dos Preços, analisa a formação de
preços no mercado, no qual a empresa e o consumidor interagem para decidir qual o preço e a quantida-
de de um determinado bem ou serviço em um mercado específico.
Viu sobre a importância, no raciocínio econômico, da hipótese coeteris paribus, que para analisar
um mercado específico deve “tudo o mais permanecer constante”.
Aprendeu o conceito de demanda, oferta e equilíbrio de um bem ou serviço e também pôde com-
preender sobre as variáveis que influenciam no comportamento da demanda e da oferta.
Também aprendeu o conceito da elasticidade da demanda.
Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.
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4 TEORIA DA PRODUÇÃO
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A função custo é assim representada: Esse mesmo raciocínio pode ser representa-
do no conceito de custo marginal. O custo Margi-
C(q) = CF + CVar(q) nal CMg(q) é o custo de se produzir uma unidade
a mais, dado que já se decidiu produzir q unida-
des. A função é:
A curva do custo é Ilustrada a seguir:
q
Fonte: Pinho, Vasconcelos e Toneto Jr. (2011).
CMg
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Todas as firmas ao realizarem o processo de Vamos definir outros dois tipos de receita
produção de bens têm como objetivo obter uma que são muito importantes para a análise da fir-
compensação para a sua atividade geradora de ma!
riquezas. Os custos de produção têm uma contra- Receita média (RMe): resultado do quo-
partida, que se constitui no rendimento ou recei- ciente entre a receita total e a quantidade vendi-
ta recebida pela venda da produção no mercado. da do produto.
Quanto maior for esse rendimento, maior incen-
tivo terá a firma para continuar a sua produção
RMe = RT (p x q) ÷ q
e manter o suprimento do produto ao mercado
consumidor.
O rendimento total ou receita total das ven- Receita marginal: resultado do quociente
das de uma firma é o resultado da multiplicação entre as variações da receita total decorrentes das
da quantidade total do produto oferecida e ven- variações da quantidade vendida do produto.
dida ao mercado pelo preço de venda. A função
que representa o rendimento ou receita total é: RMg = ΔRT ÷ Δq
RT = p x q
Sendo:
P = preço de venda o produto
Q = quantidade vendida
RT = rendimento ou receita total das vendas
4.4 Produtividade
Você sabia que a Produtividade é mais um 1978, o índice de produtividade do Japão aumen-
problema administrativo do que econômico? tou 8% e o dos Estados Unidos, 0,3%.
Pense a respeito! Produtividade é uma unidade de medida
A maior ou menor produtividade é uma ou valor expresso pela relação entre o insumo e o
questão de organização do trabalho, de enge- produto (do inglês input-output).
nharia industrial (processos, logística etc.).
Depois da Segunda Guerra Mundial, muitos
países passaram a se preocupar com a produtivi- Dicionário
dade. Por volta de 1950, sete trabalhadores japo-
neses produziam o mesmo que um norte-ame- Insumo: neologismo criado para traduzir a expres-
são inglesa input, que abrange todos os recursos
ricano. Em 1977, a produção de dois japoneses gastos ou investidos para a obtenção de determi-
era igual à de um operário norte-americano. Em nado resultado (output) da produção.
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Economia
Em épocas de crise, muitas empresas dimi- As organizações mais eficazes e que utili-
nuem quadros de pessoal, supondo que a dimi- zam os métodos mais eficientes são aquelas cujos
nuição da mão de obra pode melhorar os índices índices de produtividade são constituídos de va-
de produtividade. Não podemos esquecer que os lores quantitativos e qualitativos.
recursos humanos são os únicos que reagem, isto
é, são os que têm condições de encontrar e viabi-
Atenção
lizar alternativas produtivas.
A produtividade empresarial é mais uma questão
de organização e métodos.
Caro(a) aluno(a),
Neste capítulo você estudou sobre a Teoria da Produção e conheceu a relação existente entre pro-
dução e custos de produção.
Viu que o estudo da teoria da produção e o desenvolvimento de sua análise exigem conhecimen-
tos de alguns conceitos básicos: de empresa ou firma, de fator de produção e de produção.
Observou também que a Produtividade na Economia é uma unidade de medida ou valor expresso
pela relação entre o insumo e o produto.
Ainda neste capítulo, apresentamos exemplos considerando isoladamente os três grupos de insu-
mos: natureza, capital e trabalho.
Você aprendeu também que uma das análises realizadas pelas empresas é o custo operacional da
empresa por minuto e conheceu a importância da utilização dos métodos que utilizam índices quantita-
tivos e qualitativos para uma análise eficaz.
2. Sabendo-se que essa empresa tem 2.000 trabalhadores, que produziram 10.000 produtos,
qual é a produtividade do trabalhador?
a) 5.
b) 4.
c) 0,5.
d) 25.
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5 MERCADO DE TRABALHO
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Irma Filomena Lobosco
Segundo dados estatísticos do IBGE, publi- Observe, caro(a) aluno(a), o que nos fala a
cados em março de 2012, analisando o contin- respeito Guimarães e Gonçalves (2010, p. 68):
gente de ocupados, segundo os grupamentos de
atividade econômica, de fevereiro para março de São as empresas que demandam os ser-
2012, foi observada variação positiva apenas no viços dos trabalhadores e, como não po-
grupamento da indústria extrativa, de transfor- deria deixar de ser, a demanda delas por
mão de obra é função do balanço entre
mação e distribuição de eletricidade, gás e água
custos e benefícios envolvidos na contra-
(mais 108 mil pessoas, 3,0%). No confronto com tação de empregados, ou seja, do efeito
março do ano anterior, ocorreu acréscimo na edu- líquido que a contratação exerce sobre o
cação, saúde e administração pública (mais 125 lucro da empresa.
mil pessoas, 3,6%) e declínio nos serviços domés-
ticos (menos 94 mil pessoas, 5,9%).
56
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Economia
n
Fonte: Guimarães e Gonçalves (2010).
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Irma Filomena Lobosco
mo de 40 mil. Com quatro funcionários, a receita A primeira linha da Tabela 3 mostra n, o nú-
é de R$ 150 mil por ano e sobe para apenas R$ mero de funcionários; a segunda traz a receita
155 mil com a contratação do quinto funcionário da loja, R(n); e a terceira traz a receita marginal,
(GUIMARÃES; GONÇALVES, 2010). RMg(n).
n 0 1 2 3 4 5
R(n) 60 100 125 140 150 155
RMg(n) 40 25 15 10 5
Fonte: Guimarães e Gonçalves (2010).
Analisando, vê-se que a receita é crescente dade de trabalhadores, mas a produtividade mar-
em n, mas a receita marginal é decrescente em n, ginal do trabalhador é decrescente na quantida-
pois a produção da empresa cresce com a quanti- de de funcionários.
Saiba mais
O custo de um trabalhador para uma dada empresa é o seu salário acrescido de todos os impostos atrelados ao paga-
mento do funcionário e demais custos indiretos (custos de contratação, administrativos etc.). Já o benefício de um traba-
lhador depende de quanto ele ajuda a empresa a produzir mais, a reduzir custos de produção, a melhorar a distribuição
e o marketing etc.
Fonte: Guimarães e Gonçalves ( 2010).
Caro(a) aluno(a),
Neste capítulo você conheceu a história do trabalho e aprendeu questões importantes do Mercado
de Trabalho.
Aprendeu que na antiguidade os gregos e os romanos só admitiam o trabalho manual para os es-
cravos. As elites só admitiam o trabalho intelectual.
Já, na Idade Média trabalhar significava cultivar a terra para produzir alimentos e cuidar do reba-
nho, que fornecia a lã para o vestuário.
Conheceu os fatores que influenciaram o surgimento dos artesãos e suas corporações.
Viu, ainda, sobre a Revolução Industrial e a divisão do trabalho, que por seus movimentos trabalhis-
tas propiciou à classe trabalhadora um novo status social e político.
E, por fim, entendeu os determinantes do preço de trabalho – o salário – ou qualquer outra forma
de remuneração do trabalhador que resultam da interação entre empresas e trabalhadores.
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Economia
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6 FUNDAMENTOS DA MACROECONOMIA
Caro(a) aluno(a) faça uma reflexão sobre os agregados e melhor compreensão das interações
assuntos corriqueiros que estão despertando o entre estes (VASCONCELOS, 2010).
interesse da população, com o objetivo de enten- É de responsabilidade do Governo manter
der melhor as manchetes dos jornais do dia! a estabilidade da economia, o desenvolvimento
A Macroeconomia estuda os fatores que de- social e a diplomacia externa.
terminam o nível da Renda e Produto. Vamos conceituar agora:
Temos as seguintes definições de Macroe-
conomia: “É o estudo do comportamento agrega- Oferta Agregada: representa o que as
do de uma economia.” “Trata do funcionamento empresas, no seu conjunto, estão dis-
da Economia como um todo, inclusive como são postas a produzir e a vender para cada
determinados o produto e o emprego total de re- nível geral de preços, assumindo como
cursos da economia, e o que faz com que esses constantes todas as restantes variáveis
níveis flutuem, tentando responder às questões determinantes da oferta agregada, tais
da vida econômica.” com as tecnologias disponíveis e as
Vamos entender as relações entre as dife- quantidades e preços dos fatores pro-
rentes variáveis macroeconômicas a partir dos dutivos;
principais agregados? Demanda Agregada: constitui-se nas
despesas da coletividade em bens e
Renda; serviços de consumo, investimento,
Emprego; despesas governamentais e exporta-
Produto Nacional; ções;
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a teoria econômica.
Irma Filomena Lobosco
5
Fonte: http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/perguntas_respostas/pib/produto-interno-bruto-pib.shtml#1.
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Economia
Saiba mais
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE registrou que o PIB brasileiro se desacelerou a 2,7% em 2011 em
relação ao ano anterior, quando registrou uma alta de 7,5%, em relação a 2010, totalizando 4,14 trilhões de reais (2,38
trilhões de dólares ao câmbio atual). O crescimento foi inferior aos 3% que esperava o governo devido aos efeitos da
crise econômica mundial.
Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/economia/crescimento-economico-do-brasil-desacelera-a-2-7-em-2011.
Renda Nacional
Atenção
A renda nacional é a soma das rendas ou re- Renda nacional é a soma das rendas ou receitas
recebidas por todas as pessoas em um ano, ou
ceitas recebidas por todas as pessoas em um ano. seja, é a soma total dos salários, juros, lucros, alu-
É toda a composição que está ligada diretamente guéis e renda da terra obtida pelos cidadãos de
ao processo de produção a custo dos fatores: salá- um país, durante o período de um ano.
rio, lucro, juro, aluguéis = Renda Nacional.
Todos os países procuram medir o resulta-
A renda nacional depende da maior ou
do de suas atividades econômicas e essa medição
menor produtividade do trabalho e da maior ou
pode ser feita através do cálculo da renda nacio-
menor rentabilidade de todos os fatores da pro-
nal.
dução.
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Economia
- tributos diretos pagos pelas famílias processo de produção. Dessa forma, o capitalista
= Renda Pessoal Disponível obtém os seus lucros apoderando-se de todo o
trabalho que o operário continua a realizar após
ter criado um valor igual ao seu salário.
Para que Serve o Cálculo da Renda
Hoje, o que se discute não é a existência do
lucro, mas a sua apropriação. Nas economias ca-
As principais vantagens são: pitalistas, ele vai para os detentores do capital das
empresas. Nas economias socialistas, o lucro vai
medir o crescimento econômico do necessariamente para o Estado, embora uma fra-
país; ção possa ser deixada à disposição das empresas.
avaliar a contribuição dos diferentes Um dos aspectos interessantes é o que diz respei-
setores da produção na atividade eco- to à distribuição do lucro entre os empregados.
nômica, tais como: agricultura, pesca,
construção civil, comércio e indústria Juro
na produção de riquezas;
conhecer a distribuição da renda, isto é, Juro é a remuneração do capital. Quando al-
o modo como é repartido o total que o guém recebe um empréstimo em dinheiro, deve
país produz. pagar ao credor, além do “principal”, uma soma
determinada para compensar o lucro que o cre-
Lucro dor deixou de ter ao emprestar o dinheiro.
Podemos justificar a cobrança dos juros da
seguinte forma:
Lucro é a remuneração do empresário, re-
presentado por um ganho aleatório igual à dife-
rença entre o preço de venda e o preço de custo não são apenas os pobres que pedem
dos produtos e serviços. Se não houvesse a pos- empréstimos, mas também os comer-
sibilidade de lucro, o empresário não correria o ciantes, os industriais e o governo, com
risco de aplicar seu capital em determinada ativi- o fim de aplicar esse capital na produ-
dade produtiva. ção;
O capital é formado da mais-valia, que con- o capital é, hoje, um fator de produção;
siste no fato de que o trabalhador, em qualquer sendo produtivo, ninguém o empresta
que seja o processo de produção, transforma sem receber uma retribuição;
matéria-prima em produtos, empregando deter- apesar de a inflação ser baixa, de se ter
minados meios de produção. uma moeda praticamente estável com
o câmbio controlado, o próprio sistema
comercial de financiamento e a cultura
Dicionário
existente no mercado financeiro fazem
Mais-valia: valor suplementar que o operário pro- com que os juros sejam cobrados.
duz durante todo o tempo em que continua a tra-
balhar depois de produzir o valor de sua força de
trabalho.
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CSendo:
= a + by
C Dicionário
VERBETE
Investimento: parcela do produto nacional não
C = a + by consumida.
,QYHVWLPHQWRSDUFHODGRSURGXWR
a QDFLRQDOQmRFRQVXPLGD
Considere uma economia em que as famí-
y lias podem poupar para consumir no futuro, na
Fonte: Pinho, Vasconcellos e Toneto Jr. (2011). qual as empresas têm capital para investir em
Considere uma economia em que as famílias podem
Fonte: Pinho, Vasconcellos e Toneto Jr. (2011). bens que serão utilizados na produção de bens
futuro,denaconsumo.
qual as empresas têm capital para investir em ben
produção
Função poupança (S): é a parcela da renda de bens
nacional de consumo.em dado
não consumida
período de tempo. Para reflexão, imagine como o nível da renda gerado
consumo desejado (C2) e o fluxo de renda não gasto em cons
Para reflexão, imagine como o nível da ren- A inflação pode ser conceituada como
da gerado em uma economia (y2´), o consumo um aumento contínuo e generalizado
no nível de preços, ou seja, os movimen-
desejado (C2) e o fluxo de renda não gasto em
tos inflacionários representam elevações
consumo, ou seja, a poupança programada pela em todos os bens produzidos pela eco-
coletividade igual a S2. Essa economia produz nomia e não meramente o aumento de
somente e apenas a parcela C2 que está sendo um determinado preço. Outro aspecto
consumida, significando que a diferença da pro- fundamental refere-se ao fato de que o
fenômeno inflacionário exige a elevação
dução não consumida é estocada. As empresas já
contínua dos preços durante um período
assumiram todos os custos de produção, faltan- de tempo, e não meramente uma eleva-
do-lhes recursos, pois não houve a venda total ção esporádica dos preços.
da produção para cumprir com a liquidação das
obrigações firmadas. Nesse momento, os empre-
Principais tipos de inflação:
sários irão recorrer aos empréstimos correspon-
dentes ao volume de poupança realizada pela
coletividade, com o objetivo de financiar seus in- Inflação de demanda: considerada o
vestimentos em estoque pela produção não ven- tipo mais clássico de inflação, diz res-
dida (PINHO; VASCONCELLOS; TONETO Jr., 2011). peito ao excesso de demanda agrega-
da, em relação à produção disponível
de bens e serviços. Pode ser entendida
Inflação
como excesso de moeda em circulação
em busca de poucos bens (PINHO; VAS-
Informa-nos o IBGE6 que, em 2010, a infla- CONCELLOS; TONETO JR., 2011);
ção registrada foi de 5,91%. No primeiro ano de Inflação de custos: considerada uma
governo de Dilma Rousseff, o Banco Central (BC) inflação tipicamente de oferta. A de-
realizou um processo de redução dos juros para manda permanece praticamente a
estimular o crescimento. Os juros atualmente es- mesma, entretanto os custos de deter-
tão altos, mas estavam ainda mais elevados no minados insumos necessários aumen-
início do governo FHC. A inflação, que antes era tam e são repassados aos preços dos
de mais de 1.000% ao ano, agora está abaixo de produtos. Pode também estar asso-
10% ao ano. ciada ao fato de algumas firmas, com
elevado poder de monopólio ou oligo-
pólio, terem condições de elevar seus
Dicionário
lucros acima do aumento dos custos de
Inflação: fenômeno geral de ajuste, por meio mo- produção (PINHO; VASCONCELLOS; TO-
netário, das tensões existentes em um conjunto
NETO JR., 2011);
socioeconômico. É caracterizada pela alta do nível
geral dos preços e pela depreciação da moeda. Inflação inercial: considerada decor-
Fonte: http://www.economiabr.net/dicionario. rente dos reajustes de preços e salários
provocados pela indexação ou correção
monetária.
Quando os preços na economia sobem X%,
há inflação de X%, ou seja, a inflação é um au-
mento no índice de preços. Para medir a inflação, os números índices
de preços são utilizados para transformar variá-
A esse respeito nos fala Pinho, Vasconcellos
veis nominais em reais. Um índice de preços ao
e Toneto Jr. (2011, p. 385):
6
Fonte: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/ipca15/defaultipca15.shtm.
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consumidor é basicamente o preço de um con- construção civil). Como principal base de referên-
junto de bens e serviços que sintetiza o consumo cia, podem-se considerar os Índices de Preços ao
aproximado de um indivíduo com determinada Consumidor (IPC), também denominados Índices
faixa de renda. Os vários índices de preços são di- de Custo de Vida (ICV).
vulgados por meio das siglas: IPC, IGP, IGP-M, IPCA Ilustra-se, na Tabela 4, a existência de três
etc. O que eles apresentam de diferença relevante bens na Economia e a respectiva variação de pre-
é que cada um considera um conjunto de bens ços entre dois meses.
diferente.
Existem índices de preços por atacado (in-
dústria e agricultura) e de varejo (consumidor e
Não se pode calcular uma média aritmética, Média aritmética = 0,1 x 0,3 + 0,1 x 0,6 + 1 x
pois os três bens têm pesos diferentes. Calcula- 0,1 = 0,19 ou 19%.
mos, então, uma média aritmética ponderada:
Prezado(a) aluno(a), você sabia que as ins- O Índice de Preços ao Consumidor (IPC)
tituições de pesquisa determinam os componen- mede a variação de preços de um conjunto fixo
tes que provocam algumas diferenças entre os de bens e serviços componentes de despesas ha-
índices? bituais de famílias com nível de renda situado en-
Desde sua criação em 1947, o IPA, inicial- tre 1 e 33 salários-mínimos mensais. Sua pesquisa
mente batizado de Índice de Preços por Ata- de preços se desenvolve diariamente, cobrindo
cado e, a partir de abril de 2010, denominado sete das principais capitais do país: São Paulo, Rio
Índice de Preços ao Produtor Amplo, registra de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Porto
variações de preços de produtos agropecuários e Alegre e Brasília.8
industriais nas transações interempresariais, isto O IPC-S integra o sistema de índices de
é, nos estágios de comercialização anteriores ao preços ao consumidor da FGV, que inclui: IPC-DI,
consumo final.7 IPC-M, IPC-10, IPC-3i e IPC-C1. Apesar de a cole-
7
Disponível em: <http://portalibre.fgv.br/main.jsp?lumPageId=402880811D8E34B9011D984D9EE23590>.
8
Disponível em: <http://portalibre.fgv.br/main.jsp?lumChannelId=402880811D8E34B9011D92B7350710C7>.
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Economia
ta ser semanal, a apuração das taxas de variação em 7 capitais (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Ho-
leva em conta a média dos preços coletados nas rizonte, Salvador, Recife, Porto Alegre e Brasília). O
quatro últimas semanas até a data de fechamen- índice é divulgado nas versões 10, M e DI. Apura
to. O intervalo entre o fim da coleta e sua divul- a evolução dos custos no setor da construção, um
gação é de um dia, sendo um dos mais curtos, in- dos termômetros do nível de atividade da econo-
clusive para padrões internacionais. Abrangência mia.10
geográfica: Recife, Salvador, Rio de Janeiro, São
Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Porto Alegre. Sua
pesquisa de preços ocorre nos seguintes setores: Saiba mais
Alimentação, Habitação, Vestuário, Saúde e Cui-
dados Pessoais, Educação, Leitura e Recreação, O IBGE é uma importante empresa pública brasileira
criada com o propósito básico de apresentar estudos
Transportes e Despesas Diversas.9 e acompanhar as variações de contas macroeconômi-
O Índice Nacional da Construção Civil cas, tais como: desemprego, custo de vida, inflação etc.
(INCC) é formado a partir de preços levantados Fonte: http://www.economiabr.net/dicionario.
em oito capitais estaduais. No processo de am-
pliação de cobertura, o INCC chegou a pesquisar
preços em 20 capitais. Atualmente a coleta é feita
9
Disponível em: < http://portalibre.fgv.br/main.jsp?lumChannelId=402880811D8E34B9011D92B7993012F7>.
10
Disponível em: <http://portalibre.fgv.br/main.jsp?lumChannelId=402880811D8E34B9011D92B7684C11DF>.
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Economia
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C = Ca + PMgC (Y – T) + I + G
Onde
G = gastos do governo (subsídios, investi-
mentos, empréstimos, obras de infraestru-
tura)
T = tributos
Ta = tributos indiretos (são aqueles que não
incidem diretamente no processo produti-
vo da renda)
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Economia
Você sabia que a inserção do Brasil na eco- Os dois primeiros apontam o grau de expo-
nomia mundial ainda é pequena e alguns indica- sição do país à concorrência mundial e o terceiro
dores podem dar uma ideia da trajetória que o é um indicador da capacidade do país produzir
país terá ainda que percorrer para participar mais dentro dos padrões mundiais e absorver níveis
ativamente da globalização? mais sofisticados de tecnologia. Não são medidas
Quanto mais um país está integrado na eco- perfeitas, mas dão uma ideia da posição do Brasil
nomia mundial, maior é a exposição à concorrên- em relação a alguns fatos estilizados da economia
cia internacional, maior a absorção de tecnologias mundial.
modernas e maiores as opções de escolha para Mesmo assim, a política de abertura não
os consumidores finais e os produtores de obter tem sido linear nem consistente. Os retrocessos
recursos financeiros a custos menores no merca- têm sido frequentes, particularmente depois do
do mundial; tudo isso contribui para melhorar a Plano Real, introduzindo grande instabilidade
alocação de recursos da economia e para atingir nas regras de importação e nos preços relativos, e
padrões mundiais de eficiência. dificultando o planejamento de longo prazo das
Existem várias formas para expressar o grau empresas.
de integração de um país na economia mundial. Restrições às importações são importantes
Aqui são utilizados: barreiras à difusão de tecnologia e ao aumento
da produtividade total dos fatores de produção,
o grau de abertura comercial; além de introduzirem distorções na alocação dos
a estabilidade da política de importa- fatores de produção e no padrão de concorrência.
ções;
a participação dos manufaturados no
total das exportações.
Caro(a) aluno(a),
Neste capítulo você estudou os Fundamentos da Macroeconomia e aprendeu que o seu principal
objeto é estudar os elementos que determinam o nível de produção, do emprego e dos preços.
Compreendeu que os países procuram medir os resultados de suas atividades econômicas pelo cál-
culo da Renda Nacional, que é a soma das rendas ou receitas recebidas por todas as pessoas em um ano.
Viu que o cálculo da Renda Nacional permite medir o crescimento econômico de um país, além de
avaliar os setores que contribuíram, identificando a distribuição da renda.
Conheceu os conceitos de Lucro, Juro e Produto Nacional.
Foram explicadas as Políticas Econômicas e os seus principais instrumentos: política fiscal, política
monetária, política cambial e a política de rendas.
Ainda, conheceu o conceito de Balanço de Pagamentos e as contas que o compõem.
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Conheceu a evolução do crescimento do PIB brasileiro e aprendeu sobre os principais índices que
acompanham os preços no Brasil.
Agora vamos avaliar o seu aprendizado.
2. O balanço de pagamentos é:
a) O registro contábil de todas as transações de um país com outros países do mundo.
b) O saldo das importações e exportações.
c) A regulamentação das atividades bancárias e de crédito.
d) A regulamentação de impostos.
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RESPOSTAS COMENTADAS DAS
ATIVIDADES PROPOSTAS
Capítulo 1
Capítulo 2
1. No mercantilismo, a riqueza consistia no acúmulo de metais. Um país seria mais forte e po-
deroso quanto maior fosse seu estoque de metais precisos. Estimulou a guerra. A fisiocracia
considerava a lei da natureza suprema e a terra era a única fonte de riqueza.
2. Adam Smith. A ideia de Smith era clara. A produtividade decorre da divisão do trabalho, sendo
necessário ampliar os mercados e as iniciativas privadas para que a produtividade e a riqueza
sejam aumentadas. Ainda, o papel do Estado (nação) na economia não deveria promover a
intervenção nas leis de mercado e na prática econômica. Princípio do liberalismo.
Capítulo 3
2. A alternativa A está correta. Quando o preço do bem cai, o bem fica mais barato em relação
aos seus concorrentes e, dessa forma, os consumidores deverão aumentar seu desejo de com-
prá-lo. De outra parte, quando o preço cai, o indivíduo fica mais rico em termos reais.
Capítulo 4
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Capítulo 5
2. A Revolução Industrial, com a invenção das máquinas, que substituíram o trabalho humano,
afetou a importância da função dos artesãos e deu origem à divisão do trabalho.
Capítulo 6
Capítulo 7
2. A alternativa correta é a A. São indicadores que afetam tanto as empresas quanto os consumi-
dores e diferenciam-se em internos (inflação, PIB) e externos (balança comercial, balança de
pagamentos).
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REFERÊNCIAS
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Desenvolvido pelo IBGE. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/pesquisas/calendario.php>. Acesso em: 1 maio 2012.
MENDES, J. T. G. Economia: fundamentos e aplicações. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
PINHO, D. B.; VASCONCELLOS, M. A. S. (Orgs.). Manual de economia. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
VASCONCELLOS, M. A. S.; GARCIA, M. E. Economia micro e macro. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
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