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GESTÃO FINANCEIRA II

Unidade I

CUSTO DE CAPITAL

Instituto Superior Monitor


Março de 2012
GESTÃO FINANCEIRA II

Ficha Técnica:

Título: Gestão Financeira – Custo de Capital


Autores: João Anísio F. Faria & Tânia Carmelinda Uamusse
Revisora: Tânia Fafetine
Execução gráfica e paginação: Instituto Superior Monitor
1ª Edição: 2012
© Instituto Superior Monitor

Todos os direitos reservados por:

Instituto Superior Monitor


Av. Samora Machel, n. º 202 – 2.º Andar
Caixa Postal 4388 Maputo
MOÇAMBIQUE

Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida ou transmitida


por qualquer forma ou por qualquer processo, electrónico, mecânico
ou fotográfico, incluindo fotocópia ou gravação, sem autorização
prévia e escrita do Instituto Superior Monitor. Exceptua-se a
transcrição de pequenos textos ou passagens para apresentação ou
crítica do livro. Esta excepção não deve de modo nenhum ser
interpretada como sendo extensiva à transcrição de textos em
recolhas antológicas ou similares, de onde resulte prejuízo para o
interesse pela obra. Os transgressores são passíveis de procedimento
judicial
ii Índice

Índice
PRECISA DE AJUDA? ................................................... Erro! Marcador não definido.
EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO ..................................................................................... 3
AVALIAÇÕES ................................................................................................................. 5
DURAÇÃO ....................................................................................................................... 6
SEUS COMENTÁRIOS ................................................................................................... 6
ACERCA DESTA DISCPLINA ...................................................................................... 6

UNIDADE I – CUSTO DE CAPITAL 8


RESULTADOS DE APRENDIZAGEM DA UNIDADE I ............................................. 8
ESTRUTURA DA UNIDADE I....................................................................................... 8
CAPÍTULO I – CUSTO DE CAPITAL ........................................................................... 9
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS DO CAPÍTULO .................................................... 9
1. COMPONENTES PRINCIPAIS DA ESTRUTURA DE CAPITAL .......... 10
1.1 CUSTA DA DÍVIDA (Kd)..................................................................... 10
1.2. CUSTO DAS ACÇÕES PREFERÊNCIAIS (kP) ................................. 12
1.3. CUSTO DOS LUCROS RETIDOS (KS) .............................................. 15
1.3.1. ABORDAGEM DE CAPM ............................................................... 16
1.3.2. ABORDAGEM DO FLUXO DE CAIXA DESCONTADO ............ 16
1.4. CUSTO DAS ACÇÕES ORDINÁRIAS (Ke) ...................................... 17
2. CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL (CMPC ou CMC ou MPCC) 18
2.1. PESO HISTÓRICO .............................................................................. 19
2.2 ALTERAÇÃO DO CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL .. 21
3. EXERCÍCIO PRÁTICO DO CUSTO DE CAPITAL (RESOLVIDO) ............ 23
4. ALGUMAS ÁREAS PROBLEMÁTICAS NO CUSTO DE CAPITAL .......... 28
QUADRO SINÓPTICO ................................................................................................. 29
EXERCÍCIOS ................................................................................................................. 30
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................ 32

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GESTÃO FINANCEIRA II

PRECISA DE AJUDA?

No caso de dúvidas sobre os conteúdos desta unidade, por favor


contacte o respectivo tutor. O número do tutor será disponibilizado
pela sua Faculdade, podendo também consultar os contactos e
Ajuda horários do tutor através do site: www.ismonitor.ac.mz ou através
da página facebook: https://www.facebook.com/ismonitor/.
Uma vez que é um estudante universitário, as suas técnicas de
aprendizagem deverão ser distintas das que utilizava durante o
ensino secundário, em regime presencial.
Nesta licenciatura, o aluno deverá assumir uma maior autonomia,
isto é, uma maior capacidade de gestão responsável do seu tempo.
Por este motivo, importa que construa um programa de estudos
realista e que o cumpra rigorosamente, seleccionando horários e
locais tranquilos para estudar.
Faça uso dos diversos recursos referenciados nesta unidade e
mobilize a sua motivação profissional e/ou pessoal para adequar as
suas actividades de estudo a outras responsabilidades profissionais,
sociais e pessoais. Partilhe as suas aprendizagens com os outros.

Técnicas de Estudo Usufrua das várias formas de apoio disponíveis, mas


fundamentalmente, procure controlar o seu ambiente de
aprendizagem.
Recomenda-se que consulte o horário de atendimento do tutor e que
entre em contacto com o mesmo sempre que sinta alguma
dificuldade.
Para melhor desenvolver os seus conhecimentos poderá consultar a
bibliografia recomendada, dirigindo-se à biblioteca do Instituto
Superior Monitor, localizada na Av. Samora Machel em Maputo, ou
a outras bibliotecas em Moçambique, acompanhado do seu cartão
de estudante.
No final de cada unidade é providenciada uma lista de bibliografia e
de referências na internet que poderá consultar. A biblioteca virtual
do ISM inclui livros digitalizados, artigos, websites e outras
Bibliografia referências importantes para esta e outras disciplinas, que deverá
utilizar na realização de casos práticos.
Para os estudantes que estão longe e que por conseguinte não
conseguem vir as instalações do ISM e de outras instalações
físicas podem consultar a biblioteca virtual pelo endereço

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4 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

biblioteca.ismonitor.ac.mz
O aluno pode ainda recorrer a outras bibliotecas virtuais, como por
exemplo em:
www.saber.ac.mz
www.books.google.com

Bons Estudos!

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GESTÃO FINANCEIRA II

EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

Depois de estudar cada capítulo desta unidade o estudante deverá


resolver os exercícios de aplicação como forma de consolidação
das matérias nela vertidas. O Instituto Superior Monitor fornece as
soluções dos trabalhos de auto-avaliação para lhe ajudar nos
Exercícios de estudos mas, atenção caro estudante, deve resolver os exercícios de
aplicação auto-avaliação antes de consultar as soluções fornecidas.

AVALIAÇÕES

No final de cada unidade o estudante deverá realizar uma avaliação.


A avaliação encontra-se no final da unidade e deve ser submetida ao
Instituto Superior Monitor até 30 dias após a recepção do manual.
Avaliações
Pode submeter a avaliação por e-mail, fax ou entregar directamente
na instituição. Em articulação com o Instituto Superior Monitor, o
estudante poderá utilizar ainda outros meios de comunicação ao seu
dispor.
O docente desta disciplina corrigirá os testes ou trabalhos de
avaliação e atribuir-lhe-á uma nota com base no seu desempenho. A
média aritmética das avaliações de cada unidade ditará a sua nota de
frequência.
Após a entrega das quatro unidades, o estudante terá que realizar um
exame presencial para obter a avaliação final da disciplina. Só serão
admitidos ao exame presencial todos os estudantes que obtiverem
uma nota de frequência igual ou superior a 10 valores.
NÃO HÁ DISPENSAS AO EXAME. Para concluir a disciplina, os
estudantes deverão obter uma classificação no exame igual ou
superior a 10 valores.

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6 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

DURAÇÃO

Tempo para leitura da unidade: 16 horas


Tempo para trabalhos de pesquisa: 8 horas
Tempo para a realização de exercícios práticos: 11,5 horas
Duração da unidade:
Tempo para a realização de avaliação: 2 horas
37,5 Horas

SEUS COMENTÁRIOS
Agradecíamos que, após a conclusão desta unidade, nos enviasse os
seus comentários sobre os seguintes aspectos:
 Conteúdos e estrutura da unidade;
 Materiais de leitura e recursos da unidade;
 Trabalhos da unidade;
 Avaliações da unidade;
 Duração da unidade;
 Apoio ao estudante (tutores atribuídos, apoio técnico, etc.);
 Outros aspectos que considerar pertinente.
Os seus comentários ajudar-nos-ão a melhorar e reforçar esta unidade.

ACERCA DESTA DISCPLINA


Bem-vindo (a) ao ISM e à disciplina de Gestão Financeira II.
A presente disciplina visa procurar complementar os estudos iniciados
na disciplina de Gestão Financeira I em matéria de finanças
empresariais. Contudo o foco desta disciplina centra-se no
desenvolvimento da gestão financeira, no que diz respeito a componente
análise financeira.
Para tal, a disciplina foi dividida em quatro (4) unidades:
 A presente unidade é denominada Custo de Capital e propicia aos
estudantes a capacidade de gestão de capital da empresa,
demonstrando as alternativas de estrutura de capital adoptadas pelos
administradores financeiros e suas implicações no resultado (lucro)
da empresa.
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GESTÃO FINANCEIRA II

 A segunda unidade fala sobre o Planeamento e Controle


Financeiro, tendo em conta que a melhor maneira de bem gerir
financeiramente uma empresa é auxiliar-se de um plano que permita
a empresa maximizar o valor da mesma a longo prazo e garantir o
controlo efectivo do desenvolvimento das acções do planeamento.
 A terceira unidade aborda a Análise de Rendibilidade da Empresa,
sendo esta análise considerada de grande importância para o
processo de formulação de estratégias e optimização de lucro das
empresas.
 A última unidade fala sobre a Gestão de Tesouraria, que consiste na
integração das diferentes componentes da gestão financeira
estudadas ao longo da disciplina, nomeadamente a gestão dos fluxos
de caixa, do planeamento financeiro, negociação e controle de
operações de captação e aplicação de recursos como uma actividade
conjunta.

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UNIDADE I – CUSTO DE CAPITAL

RESULTADOS DE APRENDIZAGEM DA UNIDADE I

No final da primeira unidade os estudantes deverão ser capazes de:


 Compreender a essência do custo de capital e;
 Analisar o custo de capital como fonte de obtenção de recursos
financeiros sem alterar valor da empresa.
Resultados

ESTRUTURA DA UNIDADE I
Esta unidade é composta por um e único capítulo abordando o estudo do
custo de capital. Tendo em conta o objectivo principal da gestão
financeira que é maximizar a riqueza dos accionistas da empresa, vamos
deduzir os conceitos do custo de capital da empresa e as suas diversas
especificidades.
A estimativa do custo de capital torna-se importante na medida em que
têm em si o poder de decisão para qualquer investimento, financiamento
e distribuição de dividendos que a empresa pretende efectuar. É através
desta estimativa que se pode saber por exemplo, por que as acções que
não exigem pagamento de juros (nem dividendos) têm um custo maior
do que a dívida? E através deste, identificar qual seria a melhor forma de
adquirir capital e em que medida.

Recomenda-se que leia atentamente as generalidades desta unidade


antes de iniciar os seus estudos.

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GESTÃO FINANCEIRA II

CAPÍTULO I – CUSTO DE CAPITAL

OBJECTIVOS ESPECÍFICOS DO CAPÍTULO


Findo este capítulo o estudante deverá ser capaz de:
 Identificar as componentes principais da estrutura de capital;
 Identificar os parâmetros necessários para o cálculo dos diferentes
custos de capital;
 Conhecer a estrutura básica para o cálculo do custo médio
ponderado de capital e;
 Identificar os problemas associados ao custo de capital.

INTRODUÇÃO
O custo de capital consiste no valor pago pelo levantamento de capital
de fontes próprias ou alheias a empresa. Ou seja, pode ser compreendido
como a taxa de retorno que uma empresa precisa obter sobre os seus
investimentos de maneira a não reduzir o valor de mercado da empresa.
Exemplo, se uma empresa pede um empréstimo em dinheiro ao banco à
uma taxa “x”, ela têm que ser capaz de avaliar se investindo o dinheiro
na empresa, ela consegue obter uma taxa de retorno pelo menos igual a
taxa “x”. Sendo que, se o custo “x” for menor que o retorno, então quer
dizer que esta empresa estará a ganhar dinheiro (situação desejável).
Caso contrário, esta empresa estará desvalorizando o seu valor de
mercado.
O custo de capital de uma empresa pode ser analisado sobre duas
perspectivas. Se a empresa utiliza os recursos próprios para o seu
financiamento, o custo do capital é representado pelo retorno exigido
sobre o capital próprio. Por outro lado, se a empresa utiliza capital alheio
de longo prazo ou acções preferenciais para financiamento, o custo de
capital deve reflectir o custo médio das diferentes fontes de recursos de
longo prazo, a que chamamos custo médio ponderado de capital.

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1. COMPONENTES PRINCIPAIS DA ESTRUTURA DE


CAPITAL
Segundo Weston & Brigham (2000: 619), o capital é um factor
necessário da produção e, como qualquer outro factor, tem um custo,
assim como cada uma das suas componentes.
Neste capítulo falaremos somente das quatro principais componentes da
estrutura de capital: dívida, acções preferênciais, lucros retidos e acções
ordinárias.

1.1 CUSTA DA DÍVIDA (Kd)


O custo da dívida consiste na taxa de juro cobrada pelo empréstimo
sobre o capital alheio disponibilizado (valor do empréstimo). Ou seja, é
a razão entre o valor pago por contrair a dívida e a valor da própria
divida.
O custo da dívida pode ser representado em duas perspectivas, custo da
dívida antes do imposto (k) e custo da dívida pós-imposto (kd).
O custo da dívida pós-imposto kd (1-T), é empregado para calcular o
custo médio ponderado de capital, e consiste na taxa de juro sobre a
dívida, kd, menos a economia fiscal resultante, porque os juros são
dedutíveis. Isso é o mesmo que kd multiplicado por (1-T), em que T
constitui a alíquota marginal do imposto da renda da empresa.

Exemplo:
A companhia BH apresenta como vendas 1.000.000 mts e têm um custo
operacional de 900.000 Mts e nenhum capital de empréstimo.
a) Suponha que a empresa precisa de 100.000 mts de empréstimo e
que o financiador (ex: banco) exige-lhe uma taxa de 6%. Quanto
dinheiro deve a empresa pagar de preço?
b) Tendo em conta que o empréstimo acima permitirá a empresa fazer
um investimento que contribuirá para o aumento das vendas em
7.000 mts com um custo operacional de 1.000 mts. Verifique se esta
situação respeita a definição de custo de capital.
Nota: Nesta definição vamos assumir que a taxa de imposto é nula.
Dica: Elabore o Mapa de resultados antes e depois do empréstimo.

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GESTÃO FINANCEIRA II

Dados:
Situação Inicial: Vendas = 1.000.000 mts; Custo Operacional =
900.000 mts.
Mapa de Resultados

Descrição Situação A

1. Vendas 1.000.000

2. Custos Operacionais 900.000

3. Resultados Antes de Juros e 100.000


Impostos

4. Juros 0

5. Resultados depois de Juros e 100.000


antes de impostos

6. Impostos 0

7. Resultado Líquido 100.000

a) Dados
M (capital alheio) = 100.000 mts
J (taxa de juro) = 6%

Custo a pagar (juro) = capital alheio * taxa de juro = 100.000*6% =


6.000mts

K= =

Custo nominal da dívida

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12 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

b) Dados
Vendas = Custo Operacional =

Mapa de Resultados

Situação A Situação B

1. Vendas 1.000.000 (+ 7.000) = 1.007.000

2. Custos Operacionais 900.000 (+ 1.000) = 901.000

3. Resultados Antes de Juros e 100.000 106.000


Impostos

4. Juros 0 6.000 (a)

5. Resultados depois de Juros e antes 100.000 100.000


de impostos

6. Impostos 0 0

7. Resultado Líquido 100.000 100.000

(a) O 6.000 foi calculado na alínea a) do exercício, que corresponde ao


custo a pagar (juro).
Assim sendo, esta situação respeita a definição de custo de capital, pois
como podemos observar na demonstração de resultados, o valor líquido
da empresa não foi alterado com a dívida, continua sendo 100.000 mts.

1.2. CUSTO DAS ACÇÕES PREFERÊNCIAIS (kP)


Consiste na taxa de retorno que os investidores exigem sobre a acção
preferencial da empresa. Ou seja, é o dividendo preferencial (Dp)
dividido pelo preço de emissão líquido (preço que a empresa recebe
depois de deduzir os custos de lançamento no mercado).

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GESTÃO FINANCEIRA II

Onde: Kp- Custo preferencial; Dp – Dividendo preferencial; Pn – Preço


de Emissão Líquido; Pp – Preço da acção preferencial e Ce – Custo de
emissão.

Exemplo: Com base no exemplo anteriormente referido, vamos supor


que a empresa BH, ao invés de pedir um empréstimo tivesse emitido
acções ao preço nominal de 100 mts prometendo pagar dividendos de
8mts e que o custo de emissão é de 4mts. Qual é então o custo das
acções preferenciais.

Nenhum ajuste fiscal é feito no cálculo do Kp, já que os dividendos


preferenciais ao contrário das despesas de juros sobre a dívida, não são
dedutíveis e, portanto não há economia fiscal com o uso do Kp.

Ajuste Fiscal
O Estado ajuda as empresas quando elas recorrem a fontes externas de
financiamento, como uma forma de benefício fiscal com vista a
incentivar as mesmas ao investimento através de financiamento por
capitais alheios. Desta forma, uma empresa ao contrair uma dívida
usando capitais alheios (fontes externas) produz ganhos fiscais que
reduzem o custo da dívida tendo em conta que o juro é uma despesa
dedutível. Por outro lado ao usar as acções preferenciais (capitais
próprios) para contrair a dívida, não ocorre nenhum ajuste fiscal.
Para melhor percebermos esta questão, vejamos o exemplo que se segue:
Assumindo que a empresa BH pode obter empréstimo de 100.000 mts a
taxa de juro de 6% ou pode vender 1.000 acções preferenciais com um
valor de dividendo de 6 mts ao valor líquido de 100mts/acção. E que a
taxa de IRPC em vigor é de 48%.
a) Qual das fontes de financiamento aconselharia a empresa BH a
aderir?
Dica: Elabore o Mapa de resultados das duas situações
b) A que taxa de retorno deve a empresa investir os resultados do novo
financiamento para manter o lucro disponível para os accionistas
ordinários sem alteração.

a) Custo das Acções Preferências

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14 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Kd (juro)= 6%
Dividendo preferencial = valor do dividendo * número de acções preferenciais
Dividendo preferencial = 6 mts * 1.000 acções = 6. 000 mts
Mapa de Resultados

Capital Alheio Acções


Preferenciais (6%)
(6%)

1. Resultados Antes de Juros e Impostos 106.000 106.000

2. Juros 6.000 -

3. Resultados Antes de Impostos (1-2) 100.000 106.000

4. IRPC (48%) (48% * 100.000) (48% * 106.000) =


= 48.000 50.880

5. Dividendo Preferencial - 6.000

6. Disponível para accionistas 52.000 49.120


ordinários [3 – (4+5)]

Como podemos observar o disponível para accionistas ordinários é


maior usando o capital alheio em relação as acções preferenciais. Logo
aconselharia a empresa a contrair a dívida pelo capital alheio.
b) Para manter o valor inalterado para os accionistas em acções
preferenciais a taxa de retorno deve ser maior que 6%. A taxa pode
ser calculada da seguinte forma:

Desta forma, a taxa de 11,54% o valor do disponível para os accionistas


ordinários torna-se inalterado como ilustra a demonstração de resultados
abaixo.

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GESTÃO FINANCEIRA II

Mapa de Resultados

Capital Alheio Acções Preferenciais


(11,538%)
(6%)

1. Resultados Antes de 106.000 111.538


Juros e Impostos

2. Juros 6.000 -

3. Resultados Antes de 100.000 111.538


Impostos

4. Juros (IRPC) (48% * 100.000) = 48.000 (48% * 111.538) = 53.538

5. Dividendo Preferencial - 6.000

6. Disponível para 52.000 52.000


accionistas ordinários

1.3. CUSTO DOS LUCROS RETIDOS (KS)


Consiste na taxa de retorno exigida pelos accionistas sobre as acções
ordinárias de uma empresa, ou seja a remuneração que os accionistas
exigem ao abdicarem de receber dividendos dos lucros para reinvestir os
mesmos na empresa.
Para melhor percepção, vamos associar este custo ao princípio do custo
de oportunidade. Os detentores de capital alheio são compensados com o
pagamento de juro, os detentores de acções preferenciais são
compensados com os dividendos preferenciais, mas os lucros
remanescentes dos juros e dos dividendos preferenciais pertencem aos
accionistas ordinários. Contudo a administração da empresa pode pagar
os lucros em forma de dividendos aos accionistas ou reinvesti-los na
empresa. Desta forma, se a administração decide reter os lucros, há um
custo de oportunidade envolvido. Assim, a empresa deve ganhar sobre
os lucros retidos no mínimo tanto quanto os accionistas poderiam ganhar
se investissem o dinheiro para outros fins.
Desta forma, surge a seguinte questão, como calcular o custo dos lucros
retidos?
Para encontrar o custo dos lucros retidos, existem duas abordagens
principais: (1) abordagem do fluxo de caixa descontado (DCF) e a
abordagem do Modelo de Precificação de Activos de Capital (CAPM).
Para o nosso caso, usaremos mais a abordagem DCF e veremos somente
as bases da abordagem de CAPM, tendo em conta alguns
constrangimentos do modelo que veremos no ponto a seguir.

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16 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

1.3.1. ABORDAGEM DE CAPM


Este modelo é desenvolvido em quatro (4) etapas:
1. Estima taxa livre de risco (kSR) geralmente obtida;
2. Estima o coeficiente beta da acção (b), e usamos como o índice de
risco da acção.
3. Estima-se a taxa de retorno esperada no mercado ou de uma acção
média (KM)
4. Substitui-se os valores na equação CAPM para estimar a taxa de
retorno exigida em questão.
Ks= KSR + (KM - KSR)b

Exemplo: Calcule o custo dos lucros retidos para uma dada acção,
sabendo que KSR = 8%, KM = 13% e b=0,7.
Ks= 8% + (13% - 8%)0,7
Ks= 11,5%

Como já foi referido, esta abordagem apresenta alguns


constrangimentos, tais como:
 Se os accionistas de uma empresa não estão bem diversificados, eles
podem preocupar-se com o risco total em vez de apenas com o risco
de mercado, neste caso o verdadeiro risco de investimento da
empresa não será medido pelo seu beta e a abordagem de CAPM
subestimará o valor correcto de Ks.
 Outro problema, é referente ao facto da existirem controvérsias sobre
se devem ser usados rendimentos de longo ou curto prazo para o KSR
e o facto de ser difícil estimar os betas que os investidores esperam
que a empresa tenha no futuro.

1.3.2. ABORDAGEM DO FLUXO DE CAIXA DESCONTADO


Como vimos a Gestão Financeira I (Avaliação de Acções e Obrigações),
a taxa de retorno esperada de uma acção ordinária depende dos
dividendos esperados da mesma.
Se é esperado que os dividendos cresçam a uma taxa constante, o preço
da acção será igual á:

Onde: P0 = Preço corrente da acção; D1 = Dividendo esperado a ser


pago no final do ano 1 [D1= Do*(1+g)1]; Ks= taxa de retorno exigida e g
= taxa de crescimento.

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GESTÃO FINANCEIRA II

Com base nesta fórmula, podemos obter a taxa dos lucros retidos (Ks),
que é para o investidor igual a taxa de retorno esperada.

Exemplo: Suponha que a empresa BH venda suas acções a um preço de


23mts, seu próximo dividendo esperado é de 1,24 mts e a sua taxa de
crescimento esperada seja de 8%. Calcule o custo dos lucros retidos.

A taxa de 13,4% é a taxa de retorno mínima que a administração deve


esperar ganhar para justificar os lucros retidos e voltar a aplicá-los na
empresa, em vez de pagá-los aos accionistas como dividendos.

1.4. CUSTO DAS ACÇÕES ORDINÁRIAS (Ke)


Na essência, o custo das acções ordinárias é igual ao custo dos lucros
retidos, contudo o valor do custo das acções ordinárias é sempre maior
que o valor do custo dos lucros retidos por causa do custo de emissão
que as acções envolvem e que não são presentes nos lucros retidos.
O custo das acções ordinárias procura responder que taxa de retorno
deve ser ganha sobre os recursos captados pela venda de acções a fim de
fazer com que valha a pena emitir novas acções.
Desta forma temos:

Onde: F é o custo percentual da emissão de novas acções ordinárias.

Exemplo: Com base no exemplo acima, suponha que a empresa BH


tenha um custo de 10% de lançamento de acções no mercado. Qual seria
o custo das acções ordinárias.

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18 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

2. CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL (CMPC ou CMC


ou MPCC)
Para efeitos de gestão de empresa é preciso que a mesma saiba qual é a
estrutura óptima de capital da mesma, que permita maximizar os preços
das acções da empresa. Sendo que esta estrutura resulta da combinação
adequada das diferentes fontes de financiamento de capital.
O CMPC pode ser entendido como sendo, a média ponderada dos custos
da dívida, das acções preferenciais, e dos lucros retidos ou das acções
ordinárias.

O cálculo do CMPC é feito da seguinte forma:


CMPC = WdKd(1-T) + WpKp + WsKs (e)

Onde:
Wd = Proporção do capital alheio
Kd(1-T) = Custo da Dívida
Wp = Proporção das acções preferências
Kp = Custo das acções preferências
Ws = Proporção dos lucros retidos/acções ordinárias
Ks(e) = Custo dos lucros retidos/ acções ordinárias

As proporções podem ter como base, pesos históricos ou pesos


marginais.
Proporção histórica – considera-se óptima a estrutura de capital
mantida pela empresa pela sua estrutura financeira.
Proporções marginais – têm como base as proporções efectivas de cada
tipo de financiamento de um dado projecto.
O peso histórico é o mais barato, por isso, é o mais usual, mas partindo
do princípio de que a estrutura de capital é óptima. Desta forma,
veremos os diferentes tipos de peso histórico.

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GESTÃO FINANCEIRA II

2.1. PESO HISTÓRICO


Existem dois (2) tipos de peso histórico:
 Peso avaliado nos valores dos livros (contabilidade) – valores
extraídos do Balanço;
 Peso baseado no valor do mercado – este é o melhor método pois as
proporções são calculadas em função do preço de mercado das
diferentes fontes de financiamento num dado momento.
Contudo, apesar de se aconselhar o uso do peso baseado no valor do
mercado, o peso baseado no valor dos livros pode ser usado como
substituto desde que o mesmo apresente valores aproximados aos do
mercado.

Exemplo:
A empresa BH tem a seguinte estrutura de capital:
 Capital Alheio – 30%
 Acções Preferências – 10%
 Acções Ordinárias – 60%
Os custos de capital são:
 Kd = 11% ; Kp= 10,3%; Ks=14,7%; Ke=16% e IRPC=40%

A empresa pretende aumentar o seu capital na ordem de 100.000 mts.


Assumindo que o aumento do capital próprio é pela retenção de lucros,
calcule o MPCC, baseando em:
a) Valores contabilísticos (livros);
b) Valores de mercado, se os preços do capital do mercado forem:
Acções preferenciais-15.000mts e Acções Ordinárias-120.000mts.

Resolução
∆ Capital = 100.000 MT
∆ CA = 30% * 100.000 = 30.000
∆ AP = 10%* 100.000 = 10.000
∆ AO = 60%*100.000 = 60.000

a) MPCC com base no valor dos livros


MPCC = WdKd(1-T) + WpKp + WsKs
= 30% × 11% (1 – 40%) + 10% × 10,30% + 60% × 14,70%

19
20 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

= 11,83%

b) MPCC com base no valor de mercado


Capital Preferencial = 15.000
100.000 Capital Ordinário = 120.000
Capital Alheio = 30.000

= = 18,182%

MPCC = WdKd(1-T) + WpKp + WsKs


= 18,182 × 11% (1 – 40%) + 9,091% × 10,30% + 72,727% ×
14,70%
= 12,83%

Como podemos observar o MPCC é maior com base nos valores de


mercado em relação ao MPCC com base no valor dos livros.
O aumento do grau de endividamento aumenta também, o custo dos
capitais próprios porque os investidores em acções ordinárias vão exigir
maiores taxas de retorno. O importante é saber até quanto deve-se
aumentar dos lucros retidos sem ter que emitir novas acções, para tal é
necessário a determinação do ponto crítico dos lucros retidos, que
veremos em seguida.

Exemplo 2: Suponhamos que a mesma empresa espera um lucro anual


de 20.000 mts e que 48% são destinados a dividendos e o resto para o
investimento.

Onde:
LR – Lucro retido
LT – Lucro total

20
GESTÃO FINANCEIRA II

A resposta a esta questão é a determinação do ponto crítico, onde a


empresa não ganha nem perde, que veremos em seguida em que
consiste.

2.2 ALTERAÇÃO DO CUSTO MÉDIO PONDERADO DE


CAPITAL
Nenhuma empresa pode captar ilimitadamente novos capitais sem alterar
consequentemente o seu custo. A medida que a empresa capta somas
cada vez maiores em um dado período de tempo, os custos da dívida, das
acções preferenciais e das acções ordinárias elevam-se e isto contribui
significativamente para o aumento do custo médio ponderado de capital.
Sendo importante determinar o ponto em que os custos de capital
aumentaram, ou seja, o limite de eficácia de um determinado custo de
capital mantendo constante a sua estrutura óptima de capital.
Para fazermos essa análise temos que definir os pontos críticos dos
diferentes tipos de capital em função dos sucessivos aumentos de capital.
O Ponto crítico refere-se ao financiamento total que a empresa deve
aceitar se tiver que emitir forçosamente acções ordinárias (novas acções)
querendo manter a mesma estrutura de capital.

Exemplo: A empresa BH espera por ano um lucro total de 20 milhões


de contos, dos quais distribui 48% a dividendos e o resto é retido para
investimento.
a) Determinar o ponto crítico dos lucros retidos;
b) Demonstrar a composição de cada capital em valores.

Nota: Como vimos acima, a estrutura de capital da empresa BH é:


 Capital Alheio – 30%
 Acções Preferências – 10%
 Acções Ordinárias – 60%
E o MPCC era de 11,83%.

Resolução
a) Lucros Totais = 20.000.000

Lucros Retidos = Lucros Totais * (1-48%) = 20.000.000*(1-48%) =


20.000.000*52% = 10.400.000

21
22 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

A empresa BH só pode levantar 17.333.333 ao custo de 11,83% pelo


financiamento de lucros retidos, sendo que acima desse valor o custo
aumenta.

b)

Capital Alheio 17.333.333 * 30% = 5.200.000

Acções Preferências 17.333.333 * 10% = 1.733.333

Lucros Retidos ----------------------- = 10.400.000

Total 17.333.333

Representação gráfica do CMPC


CMPC
(%)
CMPC

11,83

0 17.333.333 Novo Capital Levantado (Mil Mts)

22
GESTÃO FINANCEIRA II

3. EXERCÍCIO PRÁTICO DO CUSTO DE CAPITAL


(RESOLVIDO)
Exemplo: A empresa Cia Lda apresenta a seguinte estrutura de capital,
que a mesma considera óptima:

Capital Alheio 25%

Acções Preferênciais 15%

Acções Ordinárias 60%

100%

O Lucro Líquido esperado é de 34.285,72 Mts; seu potencial de


distribuição de dividendos estabelecido é de 30%; sua taxa de IRPC é de
40%; e os investidores esperam que os lucros e dividendos aumentem a
uma taxa de 9% no futuro. A empresa pagou como dividendos 3,6mts
por acção no ano passado e as suas acções são actualmente vendidas á
60 mts.
A empresa pode obter capital das seguintes maneiras:
 Ordinária: Custo de emissão, 10% para até 12.000 acções e 20%
para acções acima de 12.000;
 Preferenciais até 7.500mts de acções preferenciais as acções podem
ser vendidas ao público ao preço de 100 por acção com um
dividendo de 11 mts, tendo como custo de emissão 5mts por acção.
Com as acções preferenciais acima de 7.500 mts os custos de
lançamento aumentam para 10 por acção.
 Endividamento: Até 5.000 mts, a dívida pode ser contratada a uma
taxa de juros de 12%; a dívida na faixa de 5001 a 10.000 deve ser
feita à taxa de 14% e toda a dívida acima de 10.000 deve ser feita a
taxa de juro de 16%.
A empresa Cia Lda tem as seguintes oportunidades de investimento
independentes:

Projecto Fluxo de Caixa Valor Líquido Anual Período TIR


(valores em MT) (valores em MT)

A 10.000 2.191,20 7 anos 12,0%

B 10.000 3.154,42 5 17,5%

C 10.000 2.170,18 8 14,2%

D 20.000 3.789,48 10 13,7%

23
24 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

a) Encontre os pontos críticos no esquema do CMPC;


b) Determine o custo de cada componente da estrutura de capital;
c) Calcule o custo médio ponderado de capital para cada ponto crítico;
d) Elabora um gráfico mostrando o CMPC e Fluxo de Caixa do
Investimento.
e) Que projecto a empresa Cia Lda deveria aceitar?

Resolução
a) Como foi referido anteriormente, os pontos críticos ocorrem sempre
que o tipo de capital de baixo custo for consumido.

Primeiramente, determinamos o valor dos lucros retidos:


Lucros Retidos = Lucros Totais * Taxa de Retenção
= 34.285,72 * (1-30%) = 24.000
Com base na formúla dos pontos críticos teremos:

Capital Cálculo do Ponto Crítico Números do


Consumido Ponto Crítico
Cálculo Total

Lucros = 40.000 2
Retidos

10% das = 60.000 4


Acções
Ordinárias

5% das = 50.000 3
Acções
Preferenciais

12% da = 20.000 1
Dívida

14% da = 40.000 2
Dívida

24
GESTÃO FINANCEIRA II

Resumo: Os números do ponto crítico designam a ordem crescente em


sequência dos valores calculados dos pontos críticos. Como podemos
observar, ocorrem dois pontos críticos em simultanêo, da dívida e dos
lucros retidos ambos em 40.000.
Desta forma a nossa estrutura de capital apresenta os seguintes pontos
críticos:
De 0 á 20.000 ocorre o primeiro ponto crítico;
De 20.001 á 40.000 ocorre o segundo ponto crítico;
De 40.001 á 50.000 ocorre o terceiro ponto crítico;
De 50.001 á 60.000 ocorre o quarto ponto crítico;
E de 60.001 até infinito, assume-se que o custo mantem-se.

É com base nestes pontos críticos que vamos calcular o Custo Médio
Ponderado de Capital.

b) Custo dos Lucros Retidos (0 á 40.000)

+g

Custo das acções ordinárias com custo de emissão de 10% (40.001 á


60.000)

+g

+ 0,09 = 16,27%

Custo das acções ordinárias com o custo de emissão de 20% (60.000 até
infinito)

Custo das acções preferenciais com custo de emissão de 5mts (0 á


50.000)

25
26 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Custo das acções preferenciais com custo de emissão de 10mts (50.001


até mais infinito)

Custo da dívida a taxa de 12% (0 até 20.000)


Ki = Kd(1-T)
Ki= 12% (1-40%) = 7,20 %

Custo da dívida a taxa de 14% (20.001 até 40.000)


Ki = Kd(1-T)
Ki= 14% (1-40%) = 8,40 %

Custo da dívida a taxa de 16% (40.001 até infinito)


Ki = Kd(1-T)
Ki= 16% (1-40%) = 9,60 %

c) CMPC = WdKd(1-T) + WpKp + WsKs (e)


De 0 á 20.000 ocorre o primeiro ponto crítico (Kd=7,20%;
Kp=11,58%;Ks=15,54%)
CMPC1= 0,25*7,20% + 0,15*11,58% + 0,60*15,54% = 12,86%

De 20.001 á 40.000 ocorre o segundo ponto crítico (Kd=8,40%;


Kp=11,58%;Ks=15,54%)
CMPC2= 0,25*8,40% + 0,15*11,58% + 0,60*15,54% = 13,16%

De 40.001 á 50.000 ocorre o terceiro ponto crítico (Kd=9,60%;


Kp=11,58%;Ke=16,27%)
CMPC3= 0,25*9,60% + 0,15*11,58% + 0,60*16,27% = 13,90%

De 50.001 á 60.000 ocorre o quarto ponto crítico (Kd=9,60%;


Kp=12,22%;Ke=16,27%)
CMPC4= 0,25*9,60% + 0,15*12,22% + 0,60*16,27% = 14%

26
GESTÃO FINANCEIRA II

De 60.001 até infinito (Kd=9,60%; Kp=12,22%;Ke=17,18%)


CMPC5= 0,25*9,60% + 0,15*12,22% + 0,60*17,18% = 14,54%

d)
(%)
18

17 B=17,5

16

15
CMPC5=14,54

14 C=14,2 CMPC4=14

D=13,7 CMPC3=13,9

13 CMPC2=13,16

CMPC1= 12,86

12 A=12

0 20 40 60 80 Novo Capital (Mil Mts)

Os pontos a tracejado (----) – representam os projectos de investimento, onde


temos os fluxos de caixa dos vários projectos representados no eixo das
abcissas e a TIR1 representada no eixo das ordenadas.
Sendo que o primeiro projecto a ser aceite é o B, porque apresenta maior TIR =
17,5% e tem um fluxo de caixa de 10.000mts sendo que na escala vai de 0 a 10;
Asseguir vem o projecto C, porque apresenta TIR = 14,2% e tem um fluxo de
caixa de 10.000mts, sendo que a escala vai de 10 a 20, em seguida vem o
projecto D com TIR=13,7% e o fluxo de caixa de 20.000mts sendo que a escala
vai de 20 a 40 e por fim temos o projecto A, com TIR = 12% e fluxo de caixa
de 20.000mts, a escala vai de 40 a 60.

e) A Cia Lda deveria aceitar os projectos B,C e D, que apresentam TIR


maior que os custos marginais dos fundos necessários para o seu

1
TIR – Taxa Interna de Rendibilidade é a taxa necessária para igualar o valor de um
investimento (valor presente) com os seus respectivos retornos futuros ou saldos de
caixa.

27
28 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

financiamento. E deveria rejeitar o projecto A porque a TIR não


supera os custos marginais dos fundos necessários para financiá-los.
Sendo assim, o orçamento de capital da emrpesa deveria totalizar
em 40.000 Mts, onde 10.000mts financia o projecto A, mais
10.000mts que financia o projecto B e 20.000mts que financia o
projecto D.

4. ALGUMAS ÁREAS PROBLEMÁTICAS NO CUSTO DE


CAPITAL
Segundo Weston & Brigham (2000), existem algumas problemáticas
ligadas ao custo de capital que é importante ter em conta na
determinação do mesmo, contudo veremos somente de forma sumária
cada uma delas.
1. Empresas de propriedade privada, a abordagem de capital
próprio usada, somente têm em conta às empresas de capital aberto,
concentrando-se na taxa de retorno exigida pelos accionistas
comuns. Contudo, é importante ter em conta a medição do custo de
capital próprio para as empresas cuja as acções não são
transaccionadas, que muita das vezes apresentam problemas na
obtenção de dados.
2. Pequenas empresas, são geralmente privadas de capital privado, o
que torna difícil estimar o custo de capital próprio e algumas delas
também obtêm dívida de fontes governamentais.
3. Problemas de mensuração, é difícil garantir um grau de precisão
na estimativa do custo de capital devido a natureza de algumas
variáveis tais como, taxa de crescimento, prémio de risco.
4. Custos de capital para projectos de risco diferentes, é difícil
atribuir taxas de desconto apropriadas e ajustadas ao risco do
projecto.
5. Ponderações da estrutura de capital, ao longo do cálculo do
CMPC consideramos uma dada estrutura óptima de capital, contudo
o estabelecimento da estrutura óptima de capital é uma grande tarefa
em si.

28
GESTÃO FINANCEIRA II

QUADRO SINÓPTICO

TEMA DESCRIÇÃO

Custo de capital Consiste na taxa de retorno que uma empresa precisa


obter sobre os seus investimentos de maneira a manter
inalterado o valor de mercado da empresa.

Principais  Dívida;
componentes da
 Acções Preferenciais;
estrutura de
capital  Lucros Retidos e;
 Acções Ordinárias.

Custo da dívida Consiste na taxa de juro cobrada pelo empréstimo sobre


(Kd) o capital alheio disponibilizado (valor do empréstimo).

Custo das acções Consiste na taxa de retorno que os investidores exigem


preferenciais (Kp) sobre a acção preferencial da empresa.

Custo dos lucros Consiste na taxa de retorno exigida pelos accionistas


retidos (Ks) sobre as acções ordinárias de uma empresa, ou seja a
remuneração que os accionistas exigem ao abdicarem de
receber dividendos dos lucros para reinvestir os mesmos
na empresa.

Custo das acções É igual ao custo dos lucros retidos, contudo o valor do
ordinárias custo das acções ordinárias é sempre maior que o valor
do custo dos lucros retidos por causa do custo de emissão
que as acções envolvem e que não são presentes nos
lucros retidos.

Custo Médio Pode ser entendido como sendo, a média ponderada dos
Ponderado de custos da dívida, das acções preferenciais e das acções
Capital (CMPC) ordinárias

Problemáticas do  Recursos gerados pela depreciação;


custo de capital
 Empresas de propriedade privada;
 Pequenas empresas;
 Problemas de mensuração;
 Custo de capital para projectos de risco diferentes;

29
30 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

 Ponderações da estrutura de capital e;


 Considerações dinâmicas;

EXERCÍCIOS
1. Explique por palavras suas, em que consiste o custo de capital. (Em
caso de dúvida, consulte o ponto 1.1)
2. Identifique as quatro componentes da estrutura de capital e explique
o significado de cada uma delas. (Em caso de dúvida, consulte o
ponto 1.2)
3. Porque usamos o custo da dívida pós-imposto e não o custo da
dívida antes do imposto, para o cálculo do custo médio ponderado
de capital. (Em caso de dúvida, consulte o ponto 1.2.1)
4. Identifique as duas (2) abordagens para estimar o custo dos lucros
retidos. (Em caso de dúvida, consulte o ponto 1.2.3)
5. Identifique alguns problemas com a abordagem do CAPM. (Em
caso de dúvida, consulte o ponto 1.2.3.1)
6. Explique porque o custo de capital accionário é maior que o custo
dos lucros retidos. (Em caso de dúvida, consulte o ponto 1.2.4)
7. Identifique as áreas problemáticas do custo de capital. (Em caso de
dúvida, consulte o ponto 1.5)
8. Com base na abordagem do fluxo de caixa descontado, calcule o
custo dos lucros retidos, sabendo que, os lucros, os dividendos e os
preços das acções da empresa BH deverão expandir-se em 7% ao
ano. As acções ordinárias são vendidas a 23mts cada, seu último
dividendo foi de 2,0mts. Solução: 16,30
9. A empresa Matola tem a seguinte estrutura de capital que considera
óptima:

Dívida 30%
Acções preferenciais 10%
Acções ordinárias 60%

A empresa espera obter no final deste ano 1.725.000 cts de lucro líquido.
O rácio de dividendos é de 30%, a taxa de imposto é de 50% e os
investidores esperam que os resultados e dividendos cresçam a uma taxa
constante de 9%.

30
GESTÃO FINANCEIRA II

O último dividendo pago foi de 3 cts/acção e as acções vendem-se neste


momento a 50 cts cada. O retorno das obrigações de Tesouro é de 11%,
e em média uma acção tem uma taxa de retorno de 14%. O Beta da
empresa Matola é de 1,49.
Para obter novos capitais, a empresa tem as seguintes possibilidades:
a. Acções ordinárias – teriam um custo de emissão de 10%
b. Acções preferenciais – novas acções poderiam ser vendidas ao
público por 100 cts por acção com um dividendo de 11 cts. Os
custos de emissão seriam de 5 cts por acção.
c. Dívida – poderá ser contraída a uma taxa de juro de 12%.

Determine:
a) Custos da dívida, acções preferenciais, acções ordinárias e lucros
retidos; Solução:Kd=6%; Kp=11,58%; Ks= 15,54% e Ke=16,27%
b) Quanto capital adicional pode a empresa obter antes que tenha que
emitir novas acções (ponto crítico dos lucros retidos);
Solução:Pc=2.012.500

c) Qual é a CMPC tendo em conta que a empresa satisfaz as suas


necessidades de capitais próprios com lucros retidos? Solução:
CMPC=12,28%

d) Construa um gráfico mostrando o andamento do custo Marginal do


capital da empresa.

10. Os dados a seguir apresentados indicam os lucros por acção da


empresa Chicumbane durante os últimos 10 anos:

Ano 97 98 99 00 01 02 03 04 05 06

LPA (MT) 200 216 233 252 272 294 318 343 370 400

As acções ordinárias da empresa, em número de 140.000, vendem-se


presentemente ao preço de 5.000 mts cada uma, e o dividendo
esperado para o presente ano é de 50% do lucro por acção do ano. Os
investidores esperam que as tendências do passado continuem,
portanto o g pode ser baseado na taxa histórica.
A taxa de juro actual para novos investimentos é de 8%. A taxa de
impostos é de 40%. A estrutura de capital da empresa considerada
óptima e a seguinte:
Dívida 300.000 cts
Capital Próprio 700.000 cts

31
32 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

a) Calcule custos após impostos da nova divida e de capital próprio,


assumindo que o novo capital próprio provém só de lucros
retidos. Calcule o custo do capital, assumindo o crescimento
constante. Solução:Kd=4,8%; Ks=12%
b) Determine a CMPC assumindo que são vendidas acções
ordinárias. Solução:CMPC=9,8%
c) Quanto pode ser despendido em novos investimentos antes que
se recorra a emissão de acções? Solução:PcLr=40.000

BIBLIOGRAFIA
 BREALEY, R. & MYERS, S. (1998). Princípios de Finanças
Empresariais. 5ª Edição. Lisboa: McGraw-Hill;
 CONSO, Pierre Lauzel (1978). A gestão financeira das
empresas. Porto: Rés Editora;
 ROSSETTI et al. (2008). Finanças Corporativas. Rio de Janeiro:
Elsevier;
 STEINER, George A. Top managment planning. New York:
Macmillan, 1969.

 WESTON, J. Fred & BRIGHAM, Eugene F. (2000).


Fundamentos da Admnistração Financeira. São Paulo: Makron
Books.

Referências on-line:

 GITMAN, Lawrence J. (2000). Príncipios da Admnistração


Financeira. 2ª Edição. São Paulo: Bookman. Acessado em
Janeiro de 2012
Disponivel em: http://books.google.co.mz/
 DAMODARAN, Aswath (2004). Finanças corporativas: teoria
e prática. 2ª Edição. Bookman. Acessado em Janeiro de 2012
Disponivel em: http://books.google.co.mz/

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