A produção e a percepção dos registros do conhecimento na Era Digital
Desde os primórdios o homem sentiu a necessidade de comunicar seu conhecimento aos
demais. Para tal utilizou-se da linguagem. Essa linguagem sofreu grande evolução com o decorrer do tempo, bem como o tipo de suporte utilizado para a sua expressão. Era a aventura humana da comunicação acontecendo numa tentativa de transmitir algo que pudesse ser útil aos leitores de então. Tudo se iniciou por desenhos, retratando situações da vida cotidiana, crenças, medos, imagens do subconsciente, gravados nas paredes das cavernas, até alcançar a evolução da escrita cuneiforme, através da qual se podiam contar histórias, descrever situações e, assim, melhorar a comunicação. Ao longo do tempo várias mídias surgiram como madeira, couro, vegetais – como os pergaminhos – metais, etc. O homem já se preparava para alçar voo na direção do que seria, na época, o estado da arte em termos de mídia: o papel e a tinta. Isso tornou uma forma mais elaborada: os livros impressos em grandes máquinas impressoras. Essa tecnologia bastou ao homem por muitos e muitos séculos. Entretanto vários obstáculos se apresentaram no decorrer da evolução: a globalização exigiu que as informações chegassem cada vez mais rapidamente a todas as partes do mundo. Nos moldes tradicionais não seria possível e implicaria num alto custo de distribuição de conteúdo. Vários paradigmas foram quebrados e então surgiram os computadores que logo se ligaram à rede mundial. O advento da Internet, trouxe consigo novos suportes para a escrita de informações: os hipertextos, códigos que produziam páginas eletrônicas em html que podiam ser vistas instantaneamente em todo o mundo. A primeira barreira para a divulgação global, rápida e eficiente da informação havia sido quebrada. Todavia, toda uma infraestrutura deveria ser idealizada para subsidiar esse novo processo. Novas questões se levantaram: os diversos formatos em que o conhecimento seria conformado para divulgação. Alguns formatos eram proprietários, outros livres. Outros requisitos se relacionavam com a perenidade da informação armazenada em termos de tipo de mídia e de formato escolhido. Ou seja, um tipo de mídia moderna escolhida seria eficiente o bastante para resguardar a informação por vários anos, décadas ? E o formato escolhido de arquivo seria reconhecido e propiciaria a decodificação da informação daqui a cem anos? Algumas questões ainda figuram sem resposta. Principalmente em relação ao formato escolhido para codificar a informação. Outro salto quanto à evolução dos suportes para a produção da escrita são os mecanismos de manuscrito digital, como PDAs. Atualmente é possível o reconhecimento de caracteres escritos com canetas especiais em telas sensíveis ao toque. Isso representaria o início do fim da impressão de livros em papel? Desta vez fatores econômicos relacionados aos direitos autorais entram em ação. Cada dia temos uma quantidade maior de informação produzida em meio digital. Inovações com relação à aquisição de informação via digital através de câmeras de alta resolução, escâneres cada vez mais precisos, etc, também colaboram para o aumento desse volume de conhecimento armazenado. Todos esses meios modernos têm uma elevada importância quanto ao eficiente registro e disseminação de informação nos dias atuais. Uma grande característica que favorece o uso de tais meios é sua portabilidade e interatividade com o meio computacional. Através de uma câmera se pode fotografar algo, enviar tal informação para o computador, transmiti-la por e- mail ou postá-la numa página da Internet e tudo isso em poucos segundos. E tal informação pode atingir alguém do outro lado do planeta. A informação também pode ser escrita e repassada de pessoa a pessoa através de ferramentas digitais como o Twitter e de Redes Sociais que servem de suporte digital na divulgação de ideias e opiniões. Atualmente vários movimentos revolucionários ou campanhas eletivas já são planejadas em cima desse tipo de suporte. Esses meios modernos de interatividade entre os diversos suportes digitais representam o estado da arte em termos de armazenamento e divulgação da informação. Entretanto, com o aumento exponencial do volume de informação, nos vemos com um novo problema nas mãos: como recuperar o que é relevante em meio a todo esse incomensurável oceano de produções? Se antes podíamos facilmente achar o que procurávamos pela exiguidade do conteúdo existente, hoje as ferramentas de busca devem ser extremamente seletivas e semânticas para conseguirem extrair conteúdos bem específicos. A cada rompimento de paradigma devemos romper outros mais abrindo caminho na vastidão de possibilidades.