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FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA – CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA

Ciências Biológicas -1º período - Química Geral – Ana Claudia S. de Almeida

Centro Universitário de Volta Redonda

Apostila Teórica de

Química Geral

Ciências Biológicas

Autor: Profª. Ana Claudia Silva de Almeida

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Ciências Biológicas -1º período - Química Geral – Ana Claudia S. de Almeida

1. SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 1
2. FUNÇÕES QUÍMICAS 4
3. SOLUÇÕES 11
4. ÁTOMO 14
5. ÉLETRONS 18
6. PERIODICIDADE QUÍMICA 34
7. LIGAÇÕES QUÍMICAS 40
8. OXIDAÇÃO E REDUÇÃO 47
9. EQUILÍBRIO QUÍMICO 50
10. SOLUÇÕES AQUOSAS: EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE 54
11. SOLUÇÃO TAMPÃO 58

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I- INTRODUÇÃO

Química é a ciência que estuda os materiais que constituem a natureza, sua composição e
preparação, as transformações que sofrem, as energias envolvidas nesses processos e a produção de novos
materiais. A química está presente em todas as atividades humanas. Muitas vezes informações imprecisas,
como “este alimento não contém química”, ou alarmistas, como “a energia nuclear mata”, levam o
homem à “Ter uma visão distorcida” da Química. É necessário, portanto, fazer uma análise dos benefícios
e malefícios que essa ciência traz.
Você já parou e analisou sobre alguns problemas que ocorrem no meio ambiente e começou a
questionar o por quê? Como por exemplo:
• Qual a influência da chuva ácida e como ocorre;
• A destruição da camada de ozônio;
• Efeitos causados pelo uso de alguns herbicidas e pesticidas;
• Uso de produtos não biodegradáveis;
• Aumento da concentração de CO2 e outros gases na atmosfera provocando o efeito estufa e
conseqüentemente aumentando o nível dos oceanos;
• Como cuidar dos rejeitos industriais, antes de jogar nos rios;
• É aconselhável ou não utilizar alguns elementos radioativos para tratamento de saúde,
esterilização de alimentos, pesquisas arqueológicas, etc.

Esses questionamentos levam algumas pessoas estudarem a Química a fim de satisfazer suas
próprias curiosidades ou pura e simplesmente compreender melhor a realidade física presente no nosso
universo. É impossível imaginarmos um mundo privado de combustíveis, medicamentos, fertilizantes,
pigmentos, alimentos, plásticos,etc.
Os problemas que podem surgir dependem da forma de produção e aplicação desses produtos, e o
homem, como articulador, deve estar consciente de seus atos. Vamos então buscar conhecimentos na
Química e exercitar o pensar para melhor aproveitamento dessas informações.

ESTADOS DA MATÉRIA
A matéria pode existir em três estados: sólido, líquido, e gás. No estado sólido conserva o seu
volume e sua forma, portanto não dependem do tamanho e da forma de seu recipiente. No estado líquido
conserva seu volume, mas adquire a forma de seu recipiente. No estado gasoso o volume e a forma são
variáveis, isto porque os gases se expandem e adquirem a forma do recipiente os quais foram colocados.
Os gases e os líquidos podem fluir, podem ser chamados de fluidos.

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ELEMENTOS E COMPOSTOS

Elemento é uma substância simples, fundamental e elementar, que não pode ser separado ou decomposto
em substâncias mais simples. Exemplos de elementos: sódio, bromo, cloro,, oxigênio, urânio,e outros. Os
elementos são representados por símbolo químico.

Compostos são constituídos de dois ou mais elementos combinados em uma relação definida, são
substâncias mais complexas do que os elementos e podem ser decompostos Exemplos de compostos:
cloreto de sódio (sal de cozinha), dióxido de carbono, ácido acético (vinagre), água. Os compostos são
representados por fórmulas químicas.

FASES
É uma região distinta e definida, na qual todas as propriedades são as mesmas.
Ex.: água pura 1fase
água + gelo 2 fases
água + óleo 2 fases

SUBSTÂNCIA
Todo o tipo de matéria que apresenta características próprias. Exemplos: água, cloreto de sódio,
sacarose (açúcar comum), cloro, etc. Cada substância pode ser caracterizada pelo conjunto de átomos
unidos numa determinada proporção, esse conjunto é denominado molécula ou, conforme o caso retículo
cristalino. Apresentam uma composição definida, não pode ser separada por processos físicos, apresenta
temperatura constante durante a mudança de estado. De acordo com os elementos formadores das
substâncias, estas podem ser:
• Simples: quando formadas por átomos de um só elemento químico. Exemplos: oxigênio (O 2), ozônio
(O3), hidrogênio (H2),etc.
• Composta: quando formadas por átomos de dois ou mais elementos químicos. Exemplos: água
(H2O), ácido sulfúrico (H2SO4), vinagre (CH3COOH), etc.

MISTURAS
É um sistema formado por duas ou mais substâncias. Apresenta composição variável, podem ser
separadas por processos físicos, temperaturas variáveis durante a mudança de estado. São classificadas
em:
• Homogêneas: apresenta uma única fase, podem também ser chamada de monofásica. São separadas
por processos físicos, tais como: cristalização, destilação, liquefação fracionada e fusão fracionada.
Exemplos: água salgada, gasolina, ar, água e álcool, etc.

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• Heterogêneas: apresentam duas ou mais fases bem distintas, podem também se chamadas de bifásica,
trifásica, depende de quantas fases existem na mistura. São separadas por processos mecânicos, tais
como peneiração, separação magnética, filtração (simples ou a vácua), levigação (em que corpos mais
densos são separados pelo arraste causado por um líquido que leva os corpos menos densos),
decantação (que utiliza a deposição conforme a densidade), centrifugação, que explora a decantação
com auxílio mecânico, e outros. Exemplos: pó de carvão na água, óleo na água, sangue, óleo + água +
gelo, etc.

MOLÉCULAS
É composta de partículas que consistem em dois ou mais átomos ligados quimicamente um com
outro. Eles estão presos através de fortes ligações.

Água Amônia

Massa Atômica
Uma importante propriedade do átomo, portanto é a massa do átomo.
Unidade de medida, abreviada µ Dalton

Massa Molecular
É a massa de uma molécula, ou seja, a soma das massas dos átomos componentes.

Massa de Fórmula
Soma das massas de átomos representada em qualquer fórmula, podendo ser empírica ou
molecular.

MOL – ÁTOMO-GRAMA- Nº DE AVOGRADO

1 MOL DE ÁTOMOS = 6,02 X 1023 átomos (Nº de Avogrado)

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ÁTOMO-GRAMA DE QUALQUER ELEMENTO É A MASSA DE UM MOL DE ÁTOMOS DESSE


ELEMENTO
1 mol de átomos de cálcio ou 6,02 X 1023 átomos de cálcio corresponde massa de um átomo-grama 40g

Estequiometria
É a relação entre a fórmula de um composto e a proporção de seus elementos constituintes. Pode ser:
*Qualitativamente fórmula substância
*Quantitativamente fórmula molécula, nº átomos, fórmula unitária

Análise Elementar
Através da fórmula empírica ou molecular, podem-se determinar as análises elementares de um
composto, podendo também conhecer sua composição percentual em massa.

Mol
Um único átomo é tão pequeno que, para que uma amostra possa ser vista e manipulada, esta precisa
consistir em um enorme número de átomos. Por essa razão, é necessário especificar um número total de
átomos em uma amostra, não como átomos individuais, mas, preferencialmente em termos de “pacote”
consistindo em um certo número de átomos, do mesmo modo que indicamos o número de ovos em uma
cartela por dúzia. A “dúzia química” é, entretanto, um número grande.

Número de Avogadro
È um valor fixado, ou seja, qualquer elemento apresenta 6,02x1023 átomos. Vamos tomar como exemplo
o oxigênio, este apresenta massa atômica 16µ. Agora, considere um número grande do átomo oxigênio,
lembrando que a massa do grupamento inteiro é 16 gramas. O número de átomos desse grupo será
enorme: 6,02X1023 átomos. A massa do oxigênio é pequena, e assim deve-se ter um número grande de
átomos em 16 gramas. Resumindo o átomo de oxigênio apresenta uma massa de 16µ, e um grupo ou
coleção de 6,02X1023 átomos de oxigênio que tem uma massa de 16 gramas.

(LER LIVRO RUSSELL, CAP.1 E 2)

II – FUNÇÕES QUÍMICAS

O cloreto de sódio e o bicarbonato de sódio apresentam sabor salgado, diferentemente do vinagre


e do limão que são azedos, já a cal hidratada (usada em pintura) e o leite de magnésia tem sabor
adstringente(“prende” a língua).
Através desse exemplo, vocês podem perceber que determinados conjuntos de substâncias
apresentam propriedades que são comuns a todas as substâncias pertencentes ao mesmo grupo.
O grupo de substâncias composta que possuem propriedades químicas semelhantes recebe o nome
de função química.
Existem quatro tipos de função química, que serão estudados a seguir: ácidos, bases, sal e óxido.
O principal critério de classificação de uma substância numa dessas funções é o tipo de íons que
se formarão quando dissolvidos em água.

2.1. Função Ácido

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Consistem as seguintes substâncias: ácido sulfúrico (H2SO4), ácido nítrico(HNO3), ácido


clorídrico(HCl), ácido sulfídrico(H2S), etc.
Todos esses ácidos possuem, em sua estrutura química, o elemento hidrogênio combinado com
-2
um ametal (Cl, S) ou com um radical negativo ( SO , ).
4 NO3-

Podemos, assim, definir essa função da seguinte maneira:


Função ácido é o grupo de compostos que em solução aquosa se ionizam, produzindo o cátion
hidrogênio como íon positivo.
Os ácidos apresentam as propriedades relacionadas abaixo:
• Tem sabor azedo. O limão, por exemplo, é azedo porque contém ácido cítrico.
• Conduzem bem a eletricidade quando a solução. Por exemplo, para realizar a eletrólise (ou quebra
de molécula por corrente elétrica) da água, fazemos passar uma corrente elétrica por uma porção
de água acidulada, pois a água pura não é boa condutora de eletricidade.
• Reagem com os hidróxidos (bases), produzindo sal e água.
Os ácidos podem ser classificados em dois grupos: hidrácidos e oxiácidos.

2.1.1.Hidrácidos.
Observe a fórmula dos seguintes ácidos: ácido iodídrico, HI; ácido sulfídrico, H2S; ácido clorídrico,
HCl.
Observe que esses ácidos não possuem átomos de oxigênio. Os hidrácidos são, portanto, os ácidos que
possuem átomos de hidrogênio.

2.1.2.Oxiácidos
Considere agora os seguintes ácidos: ácido carbônico, H2CO3; ácido sulfúrico, H2SO4; ácido nítrico,
HNO3. Como você pode percebe, esses ácidos apresentam átomos de oxigênio. Os oxiácidos são,
portanto, ácidos que possuem átomos de oxigênio.

2.1.3.Nomenclatura
O nome do ânion sofre alteração em sua terminação
de eto para ídrico
de ato para ico
de ito para oso
Ácido + nome do ânion alterado
Exemplos:
Br- brometo HBr ácido bromídrico
NO3- nitrato HNO3 ácido nítrico
-
NO2 nitrito HNO2 ácido nitroso

nos átomos de enxofre e de fósforo, ocorrem pequenas modificações na nomenclatura

SO42- sulfato H2SO4 ácido sulfúrico


SO32- sulfito H2SO3 ácido sulfuroso
PO43- fosfato H3PO4 ácido fosfórico

2.2.Função de base
Vamos considerar as seguintes substâncias: hidróxido de sódio ou soda cáustica, NaOH; hidróxido
de cálcio ou cal de pintura, Ca(OH)2; hidróxido de potássio, KOH.
Como você pode notar, estas substâncias tem em sua estrutura química o radical OH -. Elas são
denominadas bases ou hidróxidos.
Assim, podemos definir a função base da seguinte forma:
Função base é o grupo de compostos que em solução aquosa se dissociam em íons, sendo o íon
negativo o radical OH- (hidroxila ou hidróxido).

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As bases apresentam as propriedades relacionadas a seguir:


• Tem sabor adstringente.
• Conduzem bem eletricidade, quando em solução.
• Reagem com os ácidos, produzindo sal e água.
2.2.1.Nomenclatura
O nome das bases é formado pela palavra hidróxido seguido do nome do cátion. Quando necessário,
sua valência é indicada por meio de numerais romanos ou dos sufixos OSO e ICO.
Exemplos:
NaOH hidróxido de sódio
NH4OH hidróxido de amônio
Fe(OH)2 hidróxido de ferro II ou hidróxido ferroso
Fe(OH)3 hidróxido de ferro III ou hidróxido férrico

2.3.Função sal
Considere as substâncias: cloreto de sódio, NaCl; iodeto de cálcio, CaI2; sulfato de potássio
K2SO4; nitrato de sódio, NaNO3.
Todas as substâncias constituídas por um cátion diferente de H+ combinado ionicamente com um
ânion diferente de OH- são denominados sais.
Podemos então definir a função sal da seguinte forma:
Função sal é o grupo de substâncias iônicas que possuem um cátion diferente de H+ e um ânion
diferente de OH-.
Os sais apresentam as propriedades relacionadas abaixo:
• Tem sabor salgado. O cloreto de sódio, por exemplo, é uma substância que apresenta essa
propriedade.
• Conduzem bem a eletricidade, quando em solução.
• São obtidas pelas reações de ácido com bases. Essa reação é denominada de reação
neutralização ou de salificação.
Os sais são classificados em dois tipos: oxigenados e não-oxigenados.
Sais oxigenados: são os sais que contem oxigênio em sua fórmula. Exemplos: sulfato de
potássio, K2SO4; carbonato de cálcio, CaCO3.
Sais não oxigenados: são os sais que não contem oxigênio em sua fórmula. Exemplos: cloreto
de sódio, NaCl, iodeto de cálcio, CaI2, sulfeto ferroso, FeS.

2.3.1. Nomenclatura
Na nomenclatura dos sais usa-se o nome do ânion seguido do nome do cátion. Quando necessário,
sua valência é indicada é indicada por meio dos numerais romanos ou dos sufixos OSO e ICO.
(Consulte a tabela de cátions e ânions)
Exemplos:
NaCl cloreto de sódio
Na2S sulfeto de sódio
NiBr3 brometo de níquel III ou brometo niquélico
NiBr2 brometo de níquel II ou brometo niqueloso

2.4. Função Óxido


Considere as substâncias: óxido de sódio, Na2O, óxido férrico, Fe2O3 , dióxido de carbono, CO2.
Todos os óxidos são compostos binários o qual em todas as estruturas está presente o oxigênio
sendo este o elemento mais eletronegativo.
Função óxido: são compostos binários, ou seja, formados por apenas dois elementos químicos, em que
o oxigênio é o elemento mais eletronegativo.

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2.4.1.Nomenclatura:

• Quando o elemento forma apenas um óxido:

Óxido de nome do elemento

Exemplo:

Al2O3 – óxido de alumínio

· Quando o elemento forma 2 óxidos:

Exemplo:

FeO –

• Quando o elemento forma 2 ou mais óxidos:

Óxido de
prefixo prefixo Nome do elemento

Exemplo:

Fe2O3 – trióxido de diferro

2.4.2.Classificação dos óxidos:

• Óxidos ácidos ou anidridos: reagem com água, formando ácido, ou reagem com base, formando
sal e água. São óxidos formados por elementos que possuem alta eletronegatividade como os

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ametais ou, ainda, são aqueles formados por metais de baixa eletropositividade e nox alto. São
óxidos acentuado caráter covalente.

Exemplos:CO2, SO3, Cl2O6, N2O4, P2O5,CrO3.

CO2 + H2O --> H2CO3


CO2 + 2 NaOH --> Na2CO3 + H2O

• Óxidos básicos: reagem com água, formando base, ou reagem com ácido, formando sal e água.
São óxidos formados por metais que possuem baixa eletronegatividade e, portanto, alta
eletropositividade . São óxidos de acentuado caráter iônico. O nox do elemento ligado ao oxigênio
é baixo: 1+,2+,3+.

Exemplos: Na2O, MgO, K2O, CaO, CrO

Na2O + H2O --> 2 NaOH


Na2O + 2 HCl --> 2 NaCl + H2O

• Óxidos neutros: não reagem com água, ácido ou base, não possuem caráter básico nem caráter
ácido, são todos covalentes.

Exemplos: CO, NO, N2O.

• Óxidos anfóteros: ora se comportam como base, ora se comportam como ácido. São óxidos de
caráter intermediário entre iônico e o covalente. São formados por elementos de
eletronegatividade média, que podem ser metais ou semimetais.

Exemplos: ZnO, Al2O3, SnO, SnO2, PbO e PbO2.

• Óxidos mistos: comporta-se como se fossem formados por dois outros óxidos. Apresentam
fórmula geral E3O4(em que E é um metal genérico), formados teoricamente pela associação de
dois óxidos diferentes do elemento E

Exemplos:

Fe3O4 (associação dos óxidos: FeO e Fe2O3)

Pb3O4 (associação dos óxidos: 2PbO e PbO2)

Mn3O4 (associação dos óxidos: 2MnO e MnO2)

• Peróxidos: Reagem com água, produzindo base e peróxido de hidrogênio (H2O2) e reagem com
ácido, produzindo sal e peróxido de hidrogênio. São compostos que apresentam a seguinte

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estrutura: (-O1--O1--)2-, na qual cada oxigênio possui nox igual a 1-. Os elementos que formam
peróxidos são: hidrogênio, metais alcalinos, metais alcalino-terrosos, família IB da tabela
periódica, principalmente a prata, e família IIB da tabela periódica, principalmente o zinco.

Exemplos: H2O2, Na2O2, MgO2, Ag2O2, ZnO2. De todos os peróxidos, apenas o H2O2 é molecular; os
demais são iônicos.
Nomenclatura: peróxido + de + nome do elemento

Na2O2 + 2 H2O --> 2 NaOH + H2O2


Na2O2 + 2 HCl --> 2 NaCl + H2O2

• Superóxidos: São compostos binários que apresentam a estrutura: ( -O1--O0-O0-O1-)2-, na qual


cada oxigênio possui um nox médio igual a -1/2.
Exemplos: Na2O4, BaO4, CaO4.
Nomenclatura: superóxido + de + nome do elemento

TABELA DE CÁTIONS
MONOVALENTES BIVALENTES TRIVALENTES TETRAVALENTES
Li+ Al3+
Na+ Mg2+
K+ Ca2+ Bi3+
Rb+ Sr2+ Cr3+
Cs+ Ba2+
NH4+ amônio Zn2+
Cd2+
Ag+
Cu+ cuproso Cu2+ cúprico
Hg+ (Hg22+) mercuroso Hg2+ mercúrico
Au+ auroso Au3+ áurico
Fe2+ ferroso Fe3+ férrico
H+ Co2+ cobaltoso Co3+ cobáltico
Ni2+ niqueloso Ni3+ niquélico
Sn2+ estanoso Sn4+ estânico
Pb2+ plumboso Pb4+ plúmbico
Mn2+ manganoso Mn4+ mangânico
Pt2+ platinoso Pt4+ platínico
TABELA DE ÂNIONS

DOS HALOGÊNIOS DO NITROGÊNIO


- -
F fluoreto NO2 nitrito
Cl- cloreto NO3- nitrato
Br- brometo
I- iodeto DO ENXOFRE
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ClO- hipoclorito S2- sulfeto


ClO2- clorito SO42- sulfato
ClO3- clorato SO32- sulfito
ClO4- perclorato S2O32- tiossulfato
BrO- hipobromito S2O82- persulfato
BrO3- bromato S4O62- tetrationato
IO- hipoiodito
IO3- iodato OUTROS
IO4- periodato OH -
hidroxila
H- hidreto
DO CARBONO O2- óxido
-
CN cianeto MnO4- permanganato
CNO- cianato MnO42- manganato
CNS- tiocianato SiO32- (meta) silicato
- -
C2H3O2 ou H3CCOO acetato SiO44- ortossilicato
CO32- carbonato CrO42- cromato
2- - -
C2O4 ou OOCCOO oxalato Cr2O72- dicromato
[Fe(CN)6]3- ferricianeto AsO33- arsenito
[Fe(CN)6]4- ferrocianeto AsO43- arsenato
SbO33- antimonito
DO FÓSFORO SbO43- antimonato
-
PO3 metafosfato BO33- borato
H2PO2- hipofosfito SnO32- estanato
HPO32- fosfito SnO22- estanito
PO43- (orto)fosfato AlO2- aluminato
P2O74- pirofosfato PbO22- plumbito
ZnO22- zincato

III SOLUÇÕES

Solução, dispersão coloidal e suspensão

Solução é toda mistura homogênea de duas ou mais substâncias.

As partículas dispersas:

• são moléculas ou íons comuns


• têm diâmetro menor que 1 nm (10dispersão coloidal :
a partícula dispersa têm diâmetro entre 1 e 100 nm
o
são agregados de moléculas ou de íons comuns, ou macromoléculas, ou macroíons isolados
o
não se sedimentam sob a ação da gravidade, nem sob a ação dos centrifugadores comuns, mas sim sob a ação de ultracentrifugadores
o
não são retidas por filtros comuns, mas o são por ultrafiltros
o
não são detectadas ao microscópio comum, mas o são com o auxílio do microscópio eletrônico e do ultramicroscópio.
o

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Na suspensão:

as partículas dispersas têm diâmetro maior que 100 nm


o
são agregados de moléculas ou de íons
o
sedimentam-se pela ação da gravidade ou dos centrifugadores comuns
o
são retidas pelo filtro comum e são detectadas a olho nu ou com o auxílio de microscópios comuns.
o

Comparação entre as propriedades das substâncias das soluções, colóides e suspensões

Propriedade Solução Colóide Suspensão


Tamanho da partícula menor 1nm 1-100nm maior que 100nm
Homogeneidade homogênea no limite heterogênea
Ação da gravidade não sedimenta pode sedimentar sedimenta
Capacidade de ser filtrado não filtra não filtra filtra
Exemplos no sangue sal, uréia albumina, fibrogênio glóbulos brancos. glóbulos
vermelhos
Outros Exemplos vinagre, água do mar, ligas espuma de sabão, leite, tintas, medicamentos, água e areia
metálicas, hidrogênio dissolvido em gelatina, isopor,etc
metais, ar, etc.

Classificação das soluções

Quanto ao estado físico:

sólidas
o
líquidas
o
gasosas
o

Quanto à condutividade elétrica:

eletrolíticas ou iônicas: o soluto é formado por uma substância iônica ou ionizável. exemplo: soluções aquosas de ácidos, bases e sais.
o
Essas soluções denominam-se eletrolíticas, pois são condutoras de corrente elétrica.
não-eletrolíticas ou moleculares: as partículas do soluto são moléculas que não se carregam eletricamente. Exemplo: solução aquosa de
o
glicose ou sacarose. essas soluções são não-eletrolíticas, pois não conduzem corrente elétrica.

Quanto à proporção soluto/solvente:

diluída: a quantidade de soluto na solução é considerada pequena. Tem-se como parâmetro que as soluções diluídas são aquelas que
o
possuem no máximo um décimo de mol (0,1mol) de soluto por litro de solução. Exemplo: Sabendo que a massa molar do NaCl é
58,5g/mol, toda solução de NaCl que tiver 5,85g de NaCl por litro de solução ou menos que isso é considerada diluída.
concentrada: a quantidade de soluto na solução é considerada grande. Tem-se como parâmetro que as soluções concentradas são
o
aquelas que possuem mais que um décimo de mol de soluto por litro de solução. Exemplo: Soluções aquosas de NaCl que apresentam
mais de 5,85g de NaCl por litro de solução são consideradas concentradas.
insaturada: uma solução é dita insaturada quando contém, a uma determinada temperatura, uma quantidade de soluto inferior ao
o
coeficiente de solubilidade nessa temperatura. Exemplo: Será insaturada toda solução de NaCl e água que contiver a 50ºC uma

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quantidade inferior a 37,0g de NaCl por 100g de água. graficamente pode-se observar que todos os pontos do gráfico que estão abaixo
da curva de solubilidade indicam soluções insaturadas.
saturada: uma solução é dita saturada quando contém, a uma determinada temperatura, uma quantidade de soluto dissolvido
o
exatamente igual ao coeficiente de solubilidade nessa temperatura. A solução saturada pode ou não apresentar precipitado (corpo de
fundo). Exemplos: a) uma solução de NaCl e água a 50ºC, que contém exatamente 37,0g de NaCl por 100g de água, será saturada sem
presença de precipitado; b) uma solução de NaCl e água a 50ºC, com 39,0g de NaCl por 100g de água, será saturada com presença de
precipitado, isto é, 37,0g se dissolvem totalmente em 100g de água e 2,0g precipitam para o fundo do recipiente. Graficamente, todos
os pontos do gráfico que estão na curva de solubilidade indicam soluções saturadas sem presença de precipitado. Os pontos que estão
acima da curva de solubilidade indicam soluções saturadas com presença de precipitado (sistemas bifásicos)
supersaturada: uma solução é supersaturada quando contém, a uma determinada temperatura, uma quantidade de soluto dissolvido
o
superior ao coeficiente de solubilidade da substância nessa temperatura. A solução supersaturada é instável e a mínima perturbação do
sistema faz com que ela se torne uma solução saturada com presença de precipitado. Exemplo: a solução supersaturada pode ser
preparada da seguinte forma: dissolvem-se 39,0g de NaCl em 100g de água a 100ºC, obtendo-se assim uma solução insaturada. Deixa-
se o sistema em repouso absoluto até 50ºC. O resultado é uma solução supersaturada, contendo 2,0g de NaCl dissolvidos, acima do
coeficiente de solubilidade nessa temperatura. Submetendo-se o sistema nessas condições a qualquer perturbação, ou acrescentando-se
ao sistema um cristal de NaCl, por menor que seja, imediatamente os 2,0g em excesso se precipitam para o fundo do recipiente.

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Diluição e titulação

Diluição é uma operação em que se acrescenta solvente à solução. A quantidade de soluto permanece constante.

Titulação é uma operação de laboratório através da qual se determina a concentração de uma solução A medindo-se o volume de uma solução B
de concentração conhecida, que reage completamente com um volume conhecido da solução A.

Colóides

Estado coloidal - A passagem de sol a gel é reversível. As partículas dispersas têm película de solvatação, que estabiliza o colóide.
Exemplos: proteínas em água, amido em água, gelatina em água e a maioria dos colóides naturais.

Colóide irreversível ou liófobo ou hidrófobo - os processos vitais estão associados ao estado coloidal.

Industrial - preparo de geléias, maionese, creme chantilly, etc.

IV-ÁTOMO

Cronologia
450 a.C. - Leucipo
A matéria pode se dividir em partículas cada vez menores.

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400 a.C. - Demócrito


Denominação átomo para a menor partícula de matéria. Considerado o pai do atomismo grego.
60 a.C. - Lucrécio
Autor do poema De Rerum Natura, através do qual foi consolidado o atomismo de Demócrito.
1661 - Boyle
Autor do livro Sceptical chemist, no qual defendeu o atomismo e deu o primeiro conceito de
elemento com base experimental.
1808 - Dalton
Primeiro modelo atômico com base experimental. O átomo é uma partícula maciça e indivisível.
O modelo vingou até 1897.
1834 - Faraday
Estudo quantitativo de eletrólise, através do qual surgiu a idéia da eletricidade associada aos
átomos.
1859
Primeiras experiências de descargas elétricas em gases a pressão reduzida (ao redor de 10 mmHg).
Descoberta dos "raios" posteriormente chamados catódicos.
1874 - Stoney
Admitiu que a eletricidade estava associada aos átomos em quantidades discretas. Primeira idéia
de quantização da carga elétrica.
1879 - Crookes
Primeiras experiências de descarga elétrica a alto vácuo.
1886 - Goldstein
Descargas elétricas em gases a pressão reduzida com cátodo perfurado. Descoberta dos raios
canais ou positivos.
1891 - Stoney
Deu o nome de elétron para a unidade de carga elétrica negativa.
1895 - Röentgen
Descoberta dos raios X.
1896 - Becquerel
Descoberta da radioatividade.
1897 - Thomson
Descargas elétricas em alto vácuo (tubos de Crookes) levaram à descoberta do elétron. O átomo
seria uma partícula maciça, mas não indivisível. Seria formado por uma geléia com carga positiva,
na qual estariam incrustados os elétrons (modelo do pudim de passas). Determinação da relação
carga/massa (e/m) do elétron.
1898 - Casal Curie
Descoberta do polônio e do rádio.
1900 - Max Planck
Teoria dos quanta.
1905 - Einstein
Teoria da relatividade. Relação entre massa e energia (e = mc2). Esclarecimento do efeito
fotoelétrico. Denominação fóton para o quantum de energia radiante.
1909 - Millikan
Determinação da carga do elétron.
1911 - Rutherford
O átomo não é maciço nem indivisível. O átomo seria formado por um núcleo muito pequeno,
com carga positiva, onde estaria concentrada praticamente toda a sua massa. Ao redor do núcleo
ficariam os elétrons, neutralizando sua carga. Este é o modelo do átomo nucleado, um modelo que
foi comparado ao sistema planetário, onde o Sol seria o núcleo e os planetas seriam os elétrons.
1913 - Bohr

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Modelo atômico fundamentado na teoria dos quanta e sustentado experimentalmente com base na
espectroscopia. Distribuição eletrônica em níveis de energia. Quando um elétron do átomo recebe
energia, ele salta para outro nível de maior energia, portanto mais distante do núcleo. Quando o
elétron volta para o seu nível de energia primitivo (mais próximo do núcleo), ele cede a energia
anteriormente recebida sob forma de uma onda eletromagnética (luz).
1916 - Sommerfeld
Modelo das órbitas elípticas para o elétron. Introdução dos subníveis de energia.
1920 - Rutherford
Caracterização do próton como sendo o núcleo do átomo de hidrogênio e a unidade de carga
positiva. Previsão de existência do nêutron.
1924 - De Broglie
Modelo da partícula-onda para o elétron.
1926 - Heisenberg
Princípio da incerteza.
1927 - Schrödinger
Equação de função de onda para o elétron.
1932 - Chadwick
Descoberta do nêutron.

* 1808 Teoria Atômica de Dalton

• Toda matéria é composta de partículas extremamente pequena;


• São permanentes e indivisíveis, portanto não podem ser criados nem destruídos;
• Os elementos são caracterizados por seus átomos;
• São eletricamente neutro;
• Transformações químicas consistem em uma combinação, separação ou rearranjo de átomos;
• Compostos químicos são formados de átomos por dois ou mais elementos.
MASSA CONSERVADA LEI DA COMPOSIÇÃO DEFINIDA

Conclusão: A matéria é eletricamente neutra, seus átomos são neutros, a saída de partículas
elétricas só ocorrerá se sofrer divisão. Logo o átomo é divisível.
* 1897 - Átomo de Thomson
Tentando explicar esses fenômenos, o cientista Thomson propôs um novo modelo atômico,
onde sugeriu que o átomo é uma esfera positivamente recheada pelos elétrons de carga negativa. Com
isso começa a admitir a divisibilidade do átomo e a natureza elétrica da matéria.

-
- 17
- - -
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*1911- Átomo de Rutherford


No início do século XX já era conhecida a radioatividade, isto é, sabia-se que certas
substâncias tinham a propriedade de emitir espontaneamente radiações do tipo alfa (α ), beta (β ) e
gama (γ ).
Veja algumas características das radiações:
RADIAÇÕES NATUREZA VELOCIDADE PODER DE DESVIO DE UM
POSSÍVEL PENETRAÇÃO CAMPO
ELÉTRICO
α Partículas 20 000 Km/s Não conseguem São atraídas por
(Composta por positivas atravessar uma campo elétrico
dois prótons e folha de papel mais negativo
dois nêutrons) espessa que 0,06
mm de espessura.
β Partículas 95% da 50 a 100 vezes São atraídas por
( São semelhantes negativas velocidade da luz: superior ao da campo elétrico
aos elétrons) 290 000 Km/s partícula α . positivo
Atravessam uma
lâmina de Al de
5mm de espessura e
chapa de Pb de 1
mm de espessura.
γ Onda Velocidade igual à Alto poder de Não são atraídas
( Assemelham-se eletromagnétic da luz: 300 000 penetração.
aos raios X; não a Km/s Atravessam chapas
possuem carga ou de aço de 30 cm de
massa) espessura.

Conclusão: o átomo é composto por um pequeníssimo núcleo carregado positivamente(próton) e


nêutron(não possui carga), localizados no centro do átomo rodeado por uma região maior
contendo elétrons(carregados negativamente) que ficam na eletrosfera.
* Átomo Moderno
Fundamentado no modelo atômico de Rutherford .
O átomo é composto por duas regiões:
a) um núcleo muito pequeno compreendendo toda a carga positiva e praticamente toda a massa do
átomo;
b) região extra nuclear (em volta do núcleo, o espaço vazio onde estão os elétrons)
elétron = -1
próton = +1
nêutron = 0
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A
X
Z

Z número atômico é o número de prótons no núcleo


A número de massa é o núcleo total de núcleons( prótons mais nêutrons) no núcleo

A=Z+n

Isótopos São átomos que apresentam mesmo número de prótons (mesmo Z) e


diferente número de massa(A).
Isóbaro São átomos que apresentam mesmo número de massa(A) e diferentes
número de prótons (Z).
Isótonos São átomos que apresentam mesmo número de nêutrons (n) e diferentes números de massa(A) e prótons(Z).
* 1913- Modelo Atômico de Bohr
Bohr, por meio de estudos feitos com o hidrogênio, relacionou a energia dos elétrons com a Teoria
Quântica de Planck. Dessa forma, elaborou um modelo de átomo que se fundamenta nos seguintes
postulados:
• A eletrosfera do átomo está dividida em regiões denominadas camadas eletrônicas, onde os elétrons
giram em órbitas circulares de modo que tenham uma energia constante, ou seja, não perdem nem
ganham energia. As camadas são: K, L, M, N, O, P, Q, a partir do núcleo.

• Se um elétron recebe energia suficiente, ele pula para uma camada mais externa; dizemos que
passou para um estado excitado (estado ativado).

• No estado excitado, o elétron tende a voltar para a camada de origem, devolvendo a energia
recebida na forma de energia radiante, principalmente luz.
V- ELÉTRONS
Eletrosfera- distribuição eletrônica com base em níveis e subníveis.

Carga elétrica
Natureza Valor relativo Massa relativa

Próton Positiva +1 1

Nêutron Não existe 0 1

Elétron Negativa -1 1/1836

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Camadas eletrônicas

Os elétrons estão distribuídos em camadas ou níveis de energia:

camada

K L M N O P Q
núcleo 1 2 3 4 5 6 7

nível

Número máximo de elétrons nas camadas ou níveis de energia:

K L M N O P Q

2 8 18 32 32 18 2

Subníveis de energia

As camadas ou níveis de energia são formados de subcamadas ou subníveis de energia,


designados pelas letras s, p, d, f.

Subnível s p d f

Número máximo de elétrons 2 6 10 14

Subníveis conhecidos em cada nível de energia:

Subnível 1s 2s 2p 3s 3p 3d 4s 4p 4d 4f 5s 5p 5d 5f 6s 6p 6d 7s

1 2 3 4 5 6 7
Nível
K L M N O P Q

Subníveis em ordem crescente de energia:

1s 2s 2p 3s 3p 4s 3d 4p 5s 4d 5p 6s 4f 5d 6p 7s 5f 6d

Preenchimento dos subníveis

Os subníveis são preenchidos sucessivamente, na ordem crescente de energia, com o número máximo de
elétrons possível em cada subnível. (Regra de aufbau)
Os números quânticos indicam a energia do elétron no átomo e a região de máxima probabilidade de se
encontrar o elétron.
O número quântico principal (n) indica o nível de energia. Varia de n = 1 a n = , respectivamente, no
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1º, 2º, 3º, ... nível de energia.


São números inteiros que variam de 1 a 7. Entre os átomos conhecidos, no estado fundamental, o número
máximo de elétrons num mesmo nível é 32. Estão relacionados com as camadas eletrônicas:

K L M N O P Q
1 2 3 4 5 6 7

O número quântico secundário ou azimutal ( )indica a energia do elétron no subnível. Nos átomos
conhecidos, no estado fundamental, há quatro subníveis, representados por s, p, d, f, em ordem crescente
de energia.

Subnível s p d f

Número quântico azimutal =0 =1 =2 =3

O número quântico magnético: é representado pela letra m ou ml,indicando orientação do orbital no


espaço. Cada orientação corresponde a um orbital no espaço, por isso, pelo número de valores de m,
determinamos o número de orbitais que formam o subnível.

Orbitais

Os subníveis são formados de orbitais. Orbital é a região da eletrosfera onde há maior probabilidade de
estar localizado o elétron do átomo. O número máximo de elétrons em cada orbital é 2.
A cada orbital foi atribuído um número quântico magnético (m) cujo valor varia de - a + , passando por
zero.

subnível s um só orbital s (0)

subnível p três orbitais p (-1) (0) (+1)

subnível d cinco orbitais d (-2) (-1) (0) (+1) (+2)

subnível f sete orbitais f (-3) (-2) (-1) (0) (+1) (+2) (+3)

O orbital s tem forma esférica. Os orbitais p têm forma de duplo ovóide e são perpendiculares entre si
(estão dirigidos segundo três eixos ortogonais x, y e z.

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L = 0
1s

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2s

3s

4s

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L = 1

2px

2py

2pz

3px

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3py

3pz

4px

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4py

4pz

L = 2
3dz2

3dyz

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3dxz

3dxy

3d 2
x -y2

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4d z
2

4d yz

4d xy

4d xz

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4d 2
x -y 2

L = 3

4f 3
z

4f xz2

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4f yz2

4f xyz

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4f 2 2
z(x -y )

4f 2 2
x(x -3y )

4f 2 2
y(3x -y )

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ORBITAIS ATÔMICOS

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O número quântico spin: é representado por s ou ms, indicando o sentido de rotação do elétron em torno
do eixo. O sentido pode ser horário +1/2 ou anti-horário -1/2. A representação dos elétrons no orbital faz-
se por meio de setas que indicam o spin.
Seta ascendente ↑ spin -1/2
Seta descendente ↓ spin +1/2

Princípio da exclusão de Pauli

Em um mesmo átomo, não existem dois elétrons com quatro números quânticos iguais.
Como conseqüência desse princípio, dois elétrons de um mesmo orbital têm spins opostos.
Um orbital semicheio contém um elétron desemparelhado; um orbital cheio contém dois elétrons
emparelhados (de spins opostos).

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Regra de Hund

Ao ser preenchido um subnível, cada orbital desse subnível recebe inicialmente apenas um elétron;
somente depois de o último orbital desse subnível ter recebido seu primeiro elétron começa o
preenchimento de cada orbital semicheio com o segundo elétron.

Elétron de maior energia ou elétron de diferenciação é o último elétron distribuído no preenchimento da


eletrosfera, de acordo com as regras estudadas.

VI PERIODICIDADE QUÍMICA

Histórico

• 1864 Meyer elaborou uma tabela baseando-se principalmente nas propriedades físicas dos
elementos
• 1869 expandiu sua tabela para mais 50 elementos
• 1871 Mendeleev sugeriu uma tabela em que colocava os elementos químicos em ordem crescente
de suas massas atômicas, agrupando-os de acordo com suas propriedades físicas e químicas. Nela, os
elementos eram distribuídos horizontalmente de tal forma que as colunas formadas (grupos)
apresentavam elementos de propriedades semelhantes. Assim, obteve 8 grupos e 12 linhas. Com esta
tabela Mendeleev previu que faltavam elementos que poderiam ser descobertos, por isso, existia
algum espaço vazio. Um desses elementos descobertos foi gálio e germânio.

Portanto, elaborada, a “Lei da Periodicidade” das propriedades dos elementos: “Algumas


propriedades físicas e químicas dos elementos variam periodicamente em função das massas
atômicas”.
Esta lei da periodicidade foi baseada em função da massa atômica que eram conhecidos,
porém uma descrição mais moderna de periodicidade é baseada em número atômico.
• Moseley baseando-se nos estudos feitos com espectros de raios-X, concluiu que a
ordenação dos elementos deveria ser feita em ordem crescente de seus números atômicos
(Periodicidade Moderna)

Classificação Periódica Atual

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A tabela atual organiza horizontalmente os elementos de acordo com a ordem crescente de


números atômicos, de tal modo que elementos de mesma propriedade fiquem agrupados em coluna
(grupos).
Em 1986, IUPAC sugeriu uma mudança na forma de identificação dos grupos, identificando-
os de 1 a 18.

Classificação dos Elementos


*De acordo com algumas propriedades, os elementos químicos podem ser classificados em:
• Metais são bons condutores de eletricidade e calor. São sólidos nas condições
ambientes com exceção do mercúrio, maleáveis e dúcteis. Apresentam brilho metálico. A maioria dos
elementos localizados à esquerda na tabela periódica. Todos os elementos de transição e de transição
interna.
• Ametais (Não-Metais) são maus condutores de calor e eletricidade, com exceção do
carbono na forma de grafite, que é um bom condutor elétrico. São sólidos, líquidos ou gasosos nas
condições ambientes.
• Semimetais apresentam algumas propriedades dos metais e algumas propriedades dos
não-metais.
• Gases Nobres apresentam reatividade muito pequena, sendo considerados, até pouco,
inertes.

*De acordo com a distribuição eletrônica, os elementos químicos podem ser classificados em:
• representativos: são elementos cuja distribuição eletrônica termina em s ou p.
Ex.: 12Mg: 1s22s22p63s2
Si: 1s22s22p63s23p2
14

• Gases Nobres apresentam distribuição eletrônica finalizada em s ou p e


apresenta o último nível completo (8 elétrons), com exceção de He (2elétrons).
Ex.: 18Ar: 1s22s22p63s23p6
• transição são elementos cuja distribuição eletrônica termina em d. Alguns
elementos de transição não seguem as regras de distribuição: aqueles que terminam em d4
ou d9 apresentam promoção de um elétron do subnível s para o subnível d.
Ex.: 21Sc: 1s22s22p63s23p64s23d1
24 Cr: 1s22s22p63s23p64s23d4
4s13d5
29 Cu: 1s22s22p63s23p64s23d9

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4s13d10

• transição interna são elementos cuja distribuição eletrônica termina em f.


Ex.: 57La: 1s22s22p63s23p64s23d104p65s24d105p66s24f1

* Localização dos elementos nos grupos e nos períodos

• Períodos são em número de sete e o número do período indica o número de


níveis que o elemento possui.
Exemplos:
a) Li está no 2º período possui, portanto, dois níveis de energia.
3 Li: 1s22s1

b) Co está no 4º possui, portanto, quatro níveis de energia


27 Co: 1s22s22p63s23p64s23d7

Observação: Não confundir elétron de maior energia, neste caso 3d7 com elétron mais
externo, neste caso deve observar o nível (camada) 4s2

• Grupos ou Famílias apresentam elementos químicos com a mesma


configuração eletrônica nos subníveis.

1. Nos Grupos A estão os elementos representativos, em que o número de elétrons do


último nível é o número do grupo.
12 Mg: 1s22s22p63s2 Grupo 2A
14 Si: 1s22s22p63s23p2 Grupo 4ª

33As: 1s22s22p63s23p64s23d104p3 Grupo 5A

2. Nos Grupos B estão os elementos de transição, cuja soma do número de elétrons s e d é o


número do grupo.

21 Sc: 1s22s22p63s23p64s23d1 Grupo 3B

24 Cr: 1s22s22p63s23p64s23d4 Grupo 6B


4s13d5
3. Nos Grupos cuja soma é 8, 9 ou 10, os elementos têm propriedades muito semelhantes e
são agrupados em tríade: Grupo 8B

27 Co: 1s22s22p63s23p64s23d7 Grupo 8B

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4. Nos Grupos cuja a soma é 11 e 12, os elementos têm o subnível d completo e pertencem
aos grupos 1B e 2B

29Cu: 1s22s22p63s23p64s23d9 Grupo 1B


4s13d10
30 Zn: 1s22s22p63s23p64s23d10 Grupo 2B

5. Nos Grupos 3B do 6º e 7º período estão os elementos de transição interna.

58Ce: 1s22s22p63s23p64s23d104p65s24d105p66s24f2 Grupo 3B

6. No Grupo zero (8A) estão os gases nobres


18 Ar: 1s22s22p63s23p6 Grupo Zero (8A)
Observações
Alguns grupos de elementos recebem nomes próprios
- Metais Alcalinos (1A): Li, Na, K, Rb, Cs, Fr
- Metais alcalinos-terrosos (2A); Be, Mg, Ca, Sr, Ba, Ra
- Calcogênios (6A): O, S, Se, Te, Po
- Halogêneos (7A): F, Cl, Br, I, At
- Gases Nobres ou Raros ( ou 8A): He, Ne, Ar, Kr, Xe, Rn
- Lantanídeos: La a Lu
- Actnídeos: Ac a Lr

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Propriedades periódicas

Propriedades periódicas - Os valores crescem e decrescem sucessivamente à medida que aumenta o


número atômico. A maioria das propriedades dos elementos são periódicas.

Propriedades aperiódicas - Os valores somente crescem ou decrescem à medida que aumenta o número
atômico. Exemplos:massa atômica e calor específico.

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É a tendência que possui o átomo do Cresce de acordo com a eletronegatividade


elemento químico em atrair elétrons. do elemento químico.

É a energia liberada pelo átomo isolado do


Cresce de acordo com a
elemento químico no estado gasoso ao
eletronegatividade do elemento
receber um elétron, dando um íon ânion
químico.
gasoso.

É a tendência que possui o átomo do Cresce de acordo com a eletropositividade do


elemento químico em ceder elétrons. elemento químico.

Cresce de acordo com a Depende do número de camadas eletrônicas


eletropositividade do elemento químico. e do número de prótons.

d=m/V
É a energia necessária para remover
um elétron do átomo do elemento m = massa do átomo-grama
químico no estado gasoso. V = volume ocupado pelo átomo-grama, que
depende do tamanho do átomo.

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V = m/d
Passagem do estado físico sólido para o
m = massa do átomo-grama estado líquido do elemento químico.
d = densidade do elemento

VII- LIGAÇÕES QUÍMICA

São forças que unem átomos formando moléculas, agrupamentos de átomos ou


sólidos iônicos.
Por que os átomos se associam?
Os gases nobres são encontrados na natureza em sua forma atômica, pois são
estáveis. Outros elementos atingem a estabilidade quando completam oito elétrons em sua
última camada (camada de valência). Com isso surgiu à Teoria dos Octetos.
* Ligações Iônicas
Ocorre geralmente entre metais e não-metais; o metal transfere elétrons para o não-
metal. Portanto na ligação iônica as forças eletrostáticas atraem os íons de cargas opostas.
O metal que perde os elétrons na camada de valência se transforma num cátion cuja
carga elétrica será +1, +2, ou +3, conforme o número de elétrons perdidos.
O não-metal ganha elétrons em quantidade suficiente para adquirir configuração
eletrônica de gás nobre, transformando-se em ânions de carga elétrica –3, -2 ou –1,
conforme o número de elétrons adquiridos.
Ex.: NaCl, NaOH, NaNO3, CaO, MgSO4

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FAMÍLIAS 1A 2A 3A 5A 6A 7A
Nº de elétrons na camada 1e 2e 3e 5e 6e 7e
de valência
Metais (perdem elétrons) Não-metais(ganham elétrons)
Cátion (+1, +2, +3) Ânion (-3, -2, -1)

Conclusão: Íons de cargas opostas se atraem fortemente, formando substâncias ou ligações


iônicas.
Exemplos
1) Ligação entre Na e Cl
11 Na 1s22s22p63s1 Na+........1s22s22p6 (perde 1 elétron)
11

17 Cl 1s22s22p63s23p5 17 Cl-..........3s23p6 (ganha 1 elétron)


Na+Cl- ou NaCl
Pode ser representada pela estrutura de Lewis
Em 1916, o químico norte-americano G.N. Lewis desenvolveu um método de
colocar os elétrons em átomos, íons e moléculas. A estrutura de Lewis para um átomo
consiste no seu símbolo químico, o qual os elétrons da camada de valência podem ser

representadas pelos sinais . ou x.

Exemplo ..
x
.. . Cl : -
Na . Cl : Na [ x .. ] Na+Cl- ou NaCl
+
..

2) Ligação entre Li e O
Li 1s22s1
3 3 Li+ 1s2 (perde 1 elétron)
Li 1s22s1
3 3 Li+ 1s2 (perde 1 elétron)
O 1s22s22p4
8 O-2 1s22s22p6 ( ganha 2 elétrons)
8

Li+Li+O-2 ou Li2O
Esquema de Lewis

.. -2
+
Li x O : Li ..
.. xO :
Li x + x ..
Li
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3) Ligação entre Ca e Cl
20 Ca 1s22s22p63s23p64s2 20 Ca++ 1s22s22p63s23p6 (perde 2 elétron)
17 Cl 1s22s22p63s23p5 Cl- 1s22s22p63s23p6 (ganha 1 elétron)
17

17 Cl 1s22s22p63s23p5 Cl- 1s22s22p63s23p6 (ganha 1 elétron)


17

Ca++Cl-Cl- ou CaCl2
Esquema de Lewis
..
. Cl : -
x .. ++ . ..
Ca x .. Ca x Cl :
. Cl : 2 ..
..

4) Ligação entre H e Na
11 Na 1s22s22p63s1 11 Na+........1s22s22p6 (perde 1 elétron)
H 1s1
1 1 H- 1s2 (ganha 1 elétron)
Esquema de Lewis

Nax .H +
. -
Na
xH

Na+H- ou NaH (hidreto de sódio)

Propriedades das Substâncias Iônicas


• São geralmente sólidos, com os íons aglomerados e distribuídos geometricamente no
espaço formando um retículo cristalino;
• Altos pontos de fusão e ebulição devido á forte interação entre os íons;
• Maioria das substâncias iônicas são solúveis em solventes polares;
• São bons condutores de corrente elétrica em solução aquosa

* Ligação Covalente
Ocorre quando átomos de não-metais ou hidrogênio compartilham pares de elétrons.
Podem ser comum ou dativa.
Ligação Covalente Comum

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Na ligação covalente comum, o par de elétrons é formado por um elétron de cada


átomo, não importando se os átomos são iguais ou diferentes. Esse par de elétrons passa a
pertencer simultaneamente aos átomos. O número de pares formados depende do número
de elétrons que faltam para cada átomo atingir a estabilidade.
As moléculas e suas ligações podem ser representadas pelas fórmulas eletrônicas
(esquema de Lewis), estrutural e molecular.
A fórmula estrutural representa com um traço, cada par de elétrons que forma a
ligação. A fórmula molecular indica o número de átomos de cada elemento na molécula.
Exemplos:
1) Ligação entre os átomos de hidrogênio
H 1s1
1

Fórmula Eletrônica Fórmula Estrutural Fórmula Molecular


H x x H H H H2

2) Ligação entre os átomos de hidrogênio e oxigênio


H 1s1
1

O 1s22s22p4
8 seis elétrons falta dois elétrons para atingir a estabilidade

Fórmula Eletrônica Fórmula Estrutural Fórmula Molecular


.. H2O
: .O. O
x x H H
H H

3) Ligação entre H e Cl
H 1s1
1

17 Cl 1s22s22p63s23p5 sete elétrons falta um elétron para atingir a estabilidade.


Fórmula Eletrônica Fórmula Estrutural Fórmula Molecular
H x . Cl H Cl HCl

Ligação Covalente Dativa ou Coordenada

45
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Existem compostos moleculares em que o número de átomos presentes não pode ser
explicado considerando-se apenas a ligação covalente comum. Nesse caso, ocorre
compartilhamento de pares de elétrons provenientes de um único átomo. Esse tipo de
ligação recebe o nome de covalente dativa ou coordenada e eqüivale a duas unidades de
valências. Na fórmula estrutural, representa-se a ligação dativa por meio de uma seta.
Exemplos:
1) SO2

16 S 1s22s22p63s23p4 (6 elétrons, Grupo 6A)


O 1s22s22p4 ( 6 elétrons, Grupo 6A)
8

Fórmula Eletrônica
xx x . .. xx
xxOx . S : O xx
xx

Fórmula Estrutural

O S O

Fórmula Molecular
SO2

2) CO
C 1s22s22p2 (4 elétrons, Grupo 4A)
6

O 1s22s22p4 ( 6 elétrons, Grupo 6A)


8

Fórmula Eletrônica
..
x x.
xC x . O

Fórmula Estrutural

C O

Fórmula Molecular

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CO
Polaridade de Ligações

Ligações Apolares quando se tem uma ligação covalente entre átomos iguais, o par de
elétrons é igualmente atraído pelos átomos da ligação ou podem ocorrer também entre
átomos diferentes que possuam eletronegatividades iguais.
Ex.: H H Cl Cl S C O

Ligações Polares são formado por átomos que apresentam eletronegatividade diferente.
Surgem na molécula regiões com cargas parciais positivas (δ +) e negativa (δ -), que
correspondem respectivamente aos pólos positivo e negativo.
Exemplo.:

O
H H H Cl

Quanto maior a diferença de eletronegatividade entre os átomos, maior é a


polaridade da ligação.

Propriedades das Substâncias Covalentes ou Moleculares


• Geralmente apresenta baixos ponto de fusão e ebulição, devido à fraca interação entre
as moléculas;
• Podem ser: sólidos, líquidos e gasosos;
• Forma cristal molecular devido às forças de atração entre moléculas;
• Não conduzem corrente elétrica por serem formados por moléculas;
• Geralmente solúveis em solventes apolares.

Ligação Metálica

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É a ligação que ocorre entre átomos de metais. Devido à elevada eletropositividade


dos metais, quando seus átomos se aproximam, ocorre, em cada átomo, um afastamento
dos elétrons da camada de valência.

Propriedades das Substâncias Metálicas


• Os metais são bons condutores de energia elétrica, principalmente no estado sólido,
devido à movimentação dos elétrons livres.
• A maioria são sólidos, com exceção do mercúrio;
• Apresentam brilho metálico;
• Altos pontos de fusão e ebulição.

GEOMETRIA MOLECULAR

N.º de Existe(m) pare(s) Geometria - ângulo Exemplos Polaridade


átomos de elétrons livres
no átomo central
02 ----------------------- Linear - 180° HCl; H2; CO Polar ou Apolar
03 Não Linear - 180° CO2; HCN; N2O Polar ou Apolar
03 Sim Angular - variável H2O; SO2; H2S Polar
04 Não Trigonal plana - 120° BF3; SO3; CH2O* Apolar (*polar)
04 Sim Piramidal - variável NH3; PH3; SOCl2 Polar
05 ----------------------- Tetraédrica - 109°28' CH4;SiCl4; POCl3 Polar ou Apolar
06 ----------------------- Bipirâmide trigonal - 90° PCl5 Apolar
e 120°
07 ----------------------- Octaédrica - 90° SF6 Apolar

LIGAÇÕES INTERMOLECULARES

FORÇAS DE VAN DER WAALS OU FORÇAS DE LONDON OU DIPOLO INDUZIDO -


DIPOLO INDUZIDO: Ocorre entre moléculas apolares ou entre átomos de gases nobres, quando por
um motivo qualquer ocorre uma assimetria na nuvem eletrônica, gerando um dipolo que induz as demais

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moléculas ou átomos a também formarem dipolos. São de intensidade fraca. Ex.: H2; N2; O2; I2; Br2; CO2;
BF3; He; Ne; Ar.

FORÇAS DO TIPO DIPOLO PERMANENTE - DIPOLO PERMANENTE: Ocorrem em moléculas


polares, de modo que a extremidade negativa do dipolo de uma molécula se aproxime da extremidade
positiva do dipolo de outra molécula. São mais fortes que as forças de London; Ex.: HCl; HBr; HI; H2S;
PH3.

PONTES DE HIDROGÊNIO: Forças de natureza elétrica do tipo dipolo permanente - dipolo


permanente, porém bem mais intensas. O corre quando a molécula é polar e possui H ligado a elemento
muito eletronegativo e de pequeno raio (F, O, N), de modo que o hidrogênio de uma molécula estabelece
uma ligação com o átomo muito eletronegativo de outra molécula. Ex.: H2O; HF; NH3.

Obs.: Na prática as forças intermoleculares podem atuar em conjunto, e a interação entre as moléculas é
calculada pela soma dos diversos tipos de forças intermoleculares atuantes. Por exemplo na água a
principal força de interação molecular são as pontes de hidrogênio, embora também haja interações do
tipo dipolo permanente. Entre as moléculas com interações do tipo dipolos permanentes existem também
interações do tipo forças de Van der Waals.

VIII- OXIDAÇÃO E REDUÇÃO

Reações de Oxi-redução
Antes de entender reações de oxi-redução é necessário introduzir o conceito e a importância do
número de oxidação, vejamos:
*Em composto iônico binário (dois elementos químicos)
O número de oxidação do elemento é a própria carga de seu íon simples.
Exemplo:
Cloreto de sódio (NaCl)
Fórmula iônica: Na+Cl-
Número de oxidação do sódio: +1
Número de oxidação do cloro: -1
Observe que a soma dos números de oxidação de todos os átomos num composto é igual a zero.
*Em composto covalente
O número de oxidação do elemento é a carga que ele adquiriria se houvesse completa separação
dos átomos da molécula, considerando-se que o átomo mais eletronegativo iria receber o par eletrônico da
ligação.
Exemplo:
Ácido clorídrico(HCl)
Fórmula iônica: H+Cl-
Número de oxidação do hidrogênio: +1
Número de oxidação do cloro: -1

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*Em uma substância simples


O número de oxidação do elemento formador da substância simples é igual a zero.
Exemplo:
Na:número de oxidação do sódio = zero
Fe: número de oxidação do ferro = zero
H2: número de oxidação do hidrogênio = zero
P4: número de oxidação do fósforo = zero
*Em um íon
O número de oxidação do elemento formando um íon simples é sua própria carga. Num íon
composto, a soma dos números de oxidação dos elementos é igual à carga do íon.
• Íons simples:

Al3+: número de oxidação = +3


O2-: número de oxidação = --2
Ca2+: número de oxidação= +2

• Íons compostos:

SO42-: a soma algébrica dos números de oxidação do enxofre e do oxigênio é igual a -2


NO3-: a soma algébrica dos números de oxidação do nitrogênio e do oxigênio é igual a -1

Neste caso (íons compostos), como determinar o número de oxidação do enxofre no íon SO4- ou do
nitrogênio no íon NO3-? Ë o que faremos a seguir, com a ajuda das regras práticas de determinação dos
números de oxidação.
Regras práticas para determinação do número de oxidação (Nox)

- Substâncias Simples Nox = 0


- Hidrogênio (com exceção dos hidretos metálicos) Nox = +1
*Nos hidretos metálicos, como NaH ou CaH2, o hidrogênio tem número de oxidação igual –1.
Por exemplo: Na+H- hidreto de sódio Ca+2(H-)2 hidreto de cálcio
- Oxigênio (com exceção dos peróxidos) Nox = -2
*Nos peróxidos, o número de oxidação do oxigênio é igual –1, devido a existência do agrupamento O22-.
-Metais alcalinos Nox = +1
- Metais alcalino-terrosos Nox = +2
- A soma algébrica dos números de oxidação num composto é igual a zero
- A soma algébrica dos números de oxidação num íon composto é igual à carga do íon.

OXIDAÇÃO

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Inicialmente, a palavra oxidação referia-se apenas a reações nas quais participava o oxigênio. Por
exemplo, na reação representada pela equação
2Mg +O2 2MgO, dizia-se que , por ter reagido com oxigênio, o magnésio havia sofrido uma
oxidação.
Hoje em dia, o conceito ampliou-se a ponto de afirmarmos que um elemento sofre oxidação sem
haver necessariamente presença de oxigênio na reação. Essa ampliação do conceito deve-se à semelhança
eletrônica que há entre as primitivas reações chamadas de oxidação e outras.

.. .. 2-
Mg : + ..O: Mg2+ : ..O :

Na formação do óxido de magnésio, o elemento magnésio transfere dois elétrons para o oxigênio.
Desta maneira, ampliamos o conceito da palavra oxidação, que passa a significar perda de elétrons. O
magnésio sofreu oxidação.
Em contraposição à oxidação, usamos a palavra redução, significando ganho de elétrons. O
oxigênio neste caso sofreu redução.
Oxidação: perda de elétrons
Redução: ganho de elétrons
2Mg + O2 2 MgO
zero zero +2 -2
redução
oxidação

Assim, o magnésio perdeu elétrons e seu número de oxidação aumentou. O oxigênio ganhou
elétrons e seu número de oxidação diminuiu.

Resumindo: OXIDAÇÃO: perda de elétrons, aumento do nox


REDUÇÃO: ganho de elétrons, diminuição do nox

REAÇÕES DE OXI-REDUÇÃO
São as que se processam com variação do número de oxidação de alguns elementos. A oxidação e
a redução sempre ocorrem simultaneamente.
Agente oxidante é a substância que contém o elemento que produz a oxidação, sendo receptor de
elétrons. No exemplo acima, o oxigênio é o agente oxidante.

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Agente redutor é a substância que contém o elemento que produz a redução, sendo portanto o
doador de elétrons. No exemplo acima, magnésio é o agente redutor.

O AGENTE OXIDANTE SOFRE REDUÇÃO E O AGENTE REDUTOR SOFRE OXIDAÇÃO


Observe que uma substância pode ser oxidante em uma reação e redutora em outra. Note também
que uma substância pode ser oxidante e redutora na mesma reação. Neste caso, denominamos a reação de
oxi-redução.
IX EQUILÍBRIO QUÍMICO

- Equilíbrio Químico Homogêneo


- Estado de equilíbrio
CO2(g) + H2(g) CO(g) + H2O(g)
Observe o gráfico abaixo:

-Equilíbrio Químico: através do gráfico observa-se que no tempo t3 as concentrações dos reagentes e
produtos não mais se alteram com o tempo. Dizemos que a reação atingiu o equilíbrio químico.
CO2(g) + H2(g) CO(g) + H2O(g)

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- Reações Irreversíveis: através do gráfico observa-se que no tempo t0, somente pode ocorrer no sentido
de formação dos produtos
CO2(g) + H2(g) CO(g) + H2O(g)

- Reações Reversíveis: são as que podem ocorrer nos dois sentidos: à medida que os produtos são
formados, também reagem formando os reagentes.( Pode-se observar no gráfico nos tempos t1 e t2 )

PRINCÍPIO DE LE CHÂTELIER
Hemi Louis Le Châtelier (1850-1936) enunciou, em 1884 o princípio de Le Châtelier quando
sistemas em equilíbrio são submetidos a qualquer perturbação exterior, o equilíbrio desloca-se no sentido
contrário de modo a procurar minimizar esta perturbação.
- Fatores que influem as perturbações no equilíbrio:
a) pressão sobre o sistema
b) temperatura
c) concentração
a) Pressão sobre o sistema
Quanto maior é a pressão aplicada sobre o sistema em equilíbrio, maior é o deslocamento para onde
ocorre a contração de volume, este será o lado que contiver menor número de mols de substâncias
gasosas. O inverso ocorre quando a pressão é diminuída.
desloca
Aumento de pressão Menor volume (menor nº de mols)

CONTRAÇÃO
desloca
Diminuição de pressão Maior volume (maio nº de mols)

EXPANSÃO
1
Exemplo: N2 + 3H2 2NH3
2

1 mol 3mols 2 mols

4 mols

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aumento de pressão deslocamento no sentido 1


diminuição de pressão deslocamento no sentido 2
1
N2 + O2 2NO
2

1mol 1 mol 2mols


Se aumentarmos ou diminuirmos a pressão não influenciará no equilíbrio.
b) Temperatura (Variação de K x temperatura)
Aumentando a temperatura de um sistema em equilíbrio, este desloca para o lado que absorve calor
(sentido endotérmico). E vice-versa, ao diminuir a temperatura, o equilíbrio se desloca para o lado que
libera calor (sentido exotérmico)

desloca
Aumento de temperatura Absorção de calor

SENTIDO ENDOTÉRMICO

desloca
Diminuição de temperatura Liberação de calor

1 SENTIDO EXOTÉRMICO
Exemplo: N2 (g) + 3H2(g) 2NH3 (g) ∆ H = -26 Kcal
2
O sinal negativo de ∆ H mostra que esta reação é exotérmica no sentido direto. Conseqüentemente
a reação é endotérmica no sentido inverso.
Aquecendo o sistema, há absorção de calor e o equilíbrio desloca-se no sentido inverso (sentido 2)
. Isto provoca aumento das concentrações N2 (g) + H2(g). Resfriando o sistema, isto é, retirando calor, o
equilíbrio desloca-se no sentido direto (sentido 1). Isto provoca aumento nas concentrações de NH3 (g).
c) Concentrações

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Um aumento na concentração de uma das substâncias presentes no sistema, deslocará o equilíbrio


para o lado oposto ao que estiver essa substância. Vice-versa, diminuição da concentração, o equilíbrio
será deslocado para o mesmo lado em que a substância se encontra.
Percebe-se, assim, que a constante de equilíbrio não se altera. As concentrações de reagentes e
produtos alteram-se, alcançando um novo estado de equilíbrio.
desloca
Aumento da concentração Lado oposto da substância

desloca
Diminuição de concentração Mesmo lado onde está a
substância

Exemplo; Observe o gráfico abaixo:


1
N2 (g) + 3H2(g) 2NH3 (g)
2

- Se aumentarmos a concentração de N2 ou H2 , o deslocamento da reação será no sentido 1


- Se aumentarmos a concentração de NH3, o deslocamento da reação será no sentido 2

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- Se diminuir a concentração de N2 ou H2 , o deslocamento da reação será no sentido 2


- Se diminuir a concentração de NH3, o deslocamento da reação será no sentido 1

X SOLUÇÕES AQUOSAS: EQUILÍBRIO ÁCIDO- BASE

Constantes de dissociação para ácidos fracos


• Ácido Fraco é aquele que não está completamente dissociado. A equação de Arrhenius para a
dissociação do ácido fraco HA é:
• Arrhenius

HA (aq.) + + -
H (aq.) A (aq.)

Ka =
[ H ][ A ]
+ −

[ HA ]
Ka constante de dissociação, pode também ser chamada de Ki que é constante de ionização.

Bronsted- Lowry
A equação de Bronsted-Lowry para a dissociação enfatiza o fato do ácido transferir um próton
para a água.

+ + + -
HA (aq.) H2O (aq.) H3O (aq.) A (aq.)
+
H

Ka =
[ H O ][ A ]
3
+ −

[ HA][ H 2O]

Em soluções diluídas, a concentração de moléculas de água é a mesma do que em água pura, por
isso, considerando constante, o qual, pode ser escrita:

Ka =
[ H O ][ A ]
3
+ −

[ HA ]
A força de um ácido está ligada com o seu grau de dissociação em solução que está ligada com a
constante de dissociação. Quanto menor a constante de dissociação de ácidos fracos, menor será a força
do ácido.

Algumas constantes de dissociação de ácidos fracos (25º)


Reação de dissociação Ka
Ácido (a) Arrhenius

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(b) Bronsted-Lowry
Acético (a) + -
1,8 X 10-5
HC2H3O2 H C2H3O2
Cianídrico + - 4,0 X 10-10
(b) HC 2H3O2 H2O+ - H3O C2H3O2
(a) HCN H + CN
+ -
Hipocloroso (b) HCN + H2O + H- O + CN 3,2 X 10-8
(a) HOCl H + OCl 3
+ -
(b) HOCl + H2O H3O + OCl
Ácidos Monopróticos
São ácidos que apresentam apenas um próton disponível. Exemplos: HCl, HBr, HOCl, etc.

Ácidos Polipróticos
São ácidos que apresentam mais de um próton disponível. Exemplos:
a) H2SO3 chamados de dipróticos

H2SO3 (aq.) +
H (aq.) + HSO3 (aq.)
-

Ka =
[ H ][ HSO ]
+
3

1
[ H SO ] 2 3
Ka1 = 1,3 X 10-2

Ka2 =
[ H ][SO ]HSO3-
+ −2
+
H + SO3-2
[ HSO ]
3

3 Ka2 = 6,3 X 10-8
b) H3PO4 chamados de tripróticos
+ -
H3PO4 H + H2PO4

Ka1 =
[ H ][ H PO ]
+
2 4

[ H 3 PO4 ] Ka1 = 7,6 X 10-3

- + -2
H2PO4 H + HPO4

[ H ][ HPO ]
+
4
−2

Ka2 =
[ H PO ]2 2

Ka2 = 6,3 x 10-8

-2 + -3
HPO4 H +PO4

[ H ][ PO ]
+
4
−3

Ka3 =
[ HPO ] 4
−2
Ka3 = 4,4 X 10-13

Constantes de dissociação de bases fracas

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A dissociação de uma base fraca quando colocada em água, também estabelece um equilíbrio
iônico, porém é focalizada na produção de íons OH-.

Kb =
[ B ][OH ]
+ −

[ BOH ]
+ -
BOH B + OH
Arrhenius
+ -
a) NH4OH (aq.) NH4 + OH

Kb =
[ NH ][OH ]4
+ −

[ NH4OH ]
Na dissociação da base fraca de Arrhenius, verifica-se que dissocia em cátions do tipo NH 4+ e
ânions do tipo OH-, porém é importante ressaltar que NH4OH não pode ser isolado como substância pura,
por isso, as moléculas NH4OH não existem, nem em solução.

Bronsted – Lowry

+ -
b) NH3 (aq.) + H2O (aq.) NH4 + OH

Kb =
[ NH ][OH ]4
+ −
Kb = 1,8 X 10-5
[ NH3 ]
Algumas constantes de dissociação de bases fracas (25º)
Base Reação de dissociação (Bronsted-Lowry) Kb

Hidroxilamina 9,1 X 10-9


+ -
NH2OH + H2O NH3OH + OH
Metilamina + -
4,4 X 10-4
CH3NH2 + H2O CH3NH3 + OH
Fosfina 1,0 X 10-14
+ -
PH3 + H2O PH4 + OH

Dissociação da Água

Produto iônico da água


A água pode ser considerada como um eletrólito fraco. Assim, sofre processo de auto-ionização de
acordo com a seguinte equação:

H2O + H2O + - ou,simplesmente, + -


H3O + OH H2O H + OH

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O grau de ionização da água é extremamente pequeno e, por experiências baseadas em


condutividade elétrica, chegou-se á conclusão de que em 1000g de água há 10 -7 mols de moléculas
ionizadas a 25ºC.
Para descrever o equilíbrio para água fica:

Kw =
[ H ][OH ]
+ −

[ H 2O ]
Kw (constante de dissociação da água)
A concentração [H2O] permanece praticamente constante. Assim sendo, para descrever o
equilíbrio químico da água fica:
Kw = [H+] [OH-]
A 25ºC, Kw = 10-14
pH e pOH
Para determinar, na prática, a acidez ou a alcalinidade de soluções aquosas diluídas de eletrólitos,
utiliza-se a escala de medidas: pH e pOH.
Define-se pH e pOH por:
pH = -log [H+] pOH = -log [OH-]
Para o meio neutro, sendo [H+] = [OH-] = 10-7 mol/l, resulta:
pH = -log 10-7 pOH = -log 10-7
pH = 7 pOH = 7
Para o meio ácido, as características ácidas predominam sobre as básicas:
[H+] > 10-7 [OH-] < 10-7
pH < 7 pOH > 7
Para o meio básico, a características básicas predominam sobre as ácidas:
[H+] < 10-7 [OH-] > 10-7
pH > 7 pOH < 7

Em qualquer solução a 25ºC, verifica-se que:


pH + pOH =14

Soluções neutras
Soluções básicas
Soluções ácidas

Aumento da [H+]
Aumento da [OH-]

pH 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
59 13 14

pOH 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0
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XI SOLUÇÃO TAMPÃO

Um tampão ou solução tampão é uma solução que sofre apenas pequena variação de pH quando a ela são adicionados
íons H+ ou OH-.
É uma solução que contém um ácido fraco mais sua base conjugada como por exemplo H2CO3 e o HCO3-, ou base
fraca com seu ácido conjugado como por exemplo NH4OH e NH4+, em concentrações aproximadamente iguais.
Observe a tabela abaixo e verifique o pH:
Solução pH
Água pura 7,0
Água pura + 0,01 mol/L de HCl 2,0
Água pura + 0,01 mol/L de NaOH 12,0
Solução Tampão 7,0
Solução Tampão + 0,01 mol/L de HCl 6,8
Solução Tampão + 0,01 mol/L de NaOH 7,2

TAMPÃO ÁCIDO
A solução tampão é formada por um ácido fraco (HA) e por um sal desse ácido (BA). Temos então:
HA H+ + A- (1) BA B+ + A- (2)
Se adicionarmos um ácido HX, termos na solução, além dos íons acima, os íons H+ e X- proveniente da ionização de
HX:
HX H+ + X- (3)
Porém, estes novos íons H+, provenientes do ácido HX, vão encontrar na solução os íons A -, proveniente do sal BA do
tampão, e como HA é um ácido fraco a tendência desses íons é se juntarem para formarem moléculas HA.
Se adicionarmos uma base MOH, teremos na solução, além dos íons acima 1 e 2, os íons M + e OH- provenientes da
ionização de MOH (reação 4)
MOH M+ + OH- ( 4)
Porém, estes novos íons OH-, provenientes da base MOH, vão encontrar na solução os íons H +, vindos do ácido HA
do tampão, e eles vão, então, se juntar para formar água; simultaneamente novas moléculas de ácido HÁ se ionizam para
substituir os íons H+ permanece constante o pH não se altera.
[ sal ]
pH = pKa + log
[ ácido ]

TAMPÃO BÁSICO
A solução tampão é formada por uma base fraca (BOH) e por um sal desse ácido (BA). Temos então:
BOH B+ + OH- (1) BA B+ + A- (2)
Se adicionarmos um ácido HX, termos na solução, além dos íons acima, os íons H+ e X- proveniente da ionização de
HX:
HX H+ + X- (3)
Porém, estes novos íons H , provenientes do ácido HX, vão encontrar na solução os íons OH-, vindos da base BOH
+

do tampão, e eles vão, então, se juntar para formar água, simultaneamente novas moléculas da base BOH se ionizam para
substituir os íons OH- retirados da solução pelos íons H+ provenientes do ácido conjugado.
Se adicionarmos uma base MOH, teremos na solução, além dos íons acima 1 e 2, os íons M + e OH- provenientes da
ionização de MOH (reação 4)
MOH M+ + OH- ( 4)

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FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA – CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA
Ciências Biológicas -1º período - Química Geral – Ana Claudia S. de Almeida

Porém, estes novos íons OH-, provenientes da base MOH, vão encontrar na solução os íons B+, vindos do sal BA do
tampão, e eles vão, então, se juntar para formar BOH, simultaneamente novas moléculas da base BOH se ionizam, para
substituir os íons B+ retirados da solução pelos íons OH- provenientes da base adicionada.
Como podemos ver, nos dois casos, a concentração de OH- da solução original (solução tampão) vai permanecer
praticamente constante e se a concentração de OH- permanece constante o pH não se altera.

[ sal ]
pOH = pKb + log
[ ácido ]

TAMPÕES EM SISTEMAS BIOLÓGICOS


As velocidades de reações bioquímicas em plantas ou animais são sensíveis a variações de pH, ou porque são afetados
equilíbrios críticos ou, mais freqüentemente, porque a velocidade de uma das etapas do mecanismo de reação é muito alterada
pela mudança do pH do meio de reação. Entretanto, estas variações de pH normalmente não ocorrem em organismos sadios,
porque seus fluidos internos são tamponados. Grandes variações na comida, na bebida e na maneira de viver, embora
produzam mudanças internas consideráveis no corpo, afetam muito pouco o pH do sangue. Até a maioria das doenças provoca
mudanças muito pequenas.
O sangue humano é tamponado por uma série de sistemas, incluindo:
H2PO4-(aq.) HPO42-(aq) + H+(aq) pKa = 7,20

H2CO3(aq) HCO3-(aq) + H+(aq) pKa = 6,38


O sistema H2CO3 e HCO3- no sangue é especialmente interessante. Dióxido de carbono gasoso se dissolve na água, e
uma pequena porção, aproximadamente 1%,se combina com a água formando ácido carbônico, H2CO3:
CO2(aq) + H2O H2CO3(aq)
H2CO3 não pode ser isolado puro, entretanto em solução comporta-se como ácido diprótico fraco. A perda do primeiro
próton produz o íon bicarbonato:
H2CO3(aq) H+(aq) + HCO3-(aq) K1= 4,2 X 10 -7
Mas o valor de K1 dado aqui reflete a expressão da lei de ação das massas, na qual a concentração total de CO2
dissolvido, incluindo aquele que está combinado sob forma de H2CO3, está combinado sob forma de H2CO3, está no
denominador:

[H+] [HCO3-]
= K1
[CO2 + H2CO3]

Como a maior parte do CO2 não está combinado sob forma de H2CO3, escreve-se normalmente

[H+] [HCO3-]
= K1
[CO2]

e o equilíbrio como
CO2 (aq) + H2O H+(aq) + HCO3-(aq)
Portanto, a adição de CO2 à água produz uma solução ácida, e o CO2 dissolvido mais o HCO3- contituem um
sistema tampão. As células do corpo humano produzem CO2, que dissolve no sangue venoso retornando ao coração e pulmões.
Nos pulmões, parte do CO2 é perdido por meio de exalação e, assim, o pH aumenta um pouco. Na realidade, se não houvesse
outros sistemas de tampões no sangue, a mudança de pH seria excessiva. A respiração é estimulada pela presença de CO2 no
sangue. Se tivermos uma hiperventilação isso pode acarretar um aumento de pH do sangue cerca 0,05 unidades, podendo
produzir leves tonturas, dores fortes no peito. Porém o inverso, ou seja, um acúmulo de CO 2 no sangue acarreta em uma
diminuição de pH que poderá produzir pneumonia.

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