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FÓRUM DO CÓDIGO FLORESTAL NO MARANHÃO

Auditório do CECEN/UEMA, Campus Paulo VI


São Luis (MA), 29.04.2011(8:30h às 18:00h)

Tema Central. Como conciliar a produção e preservação ambiental?

São Luis(MA), 03 de maio de 2011

A sua Excelência,
Dr. Marco - Maia Presidente da Câmara dos Deputados
Brasília-DF.

Senhor Presidente,

Apraz - nos encaminhar a sua Excelência, as sugestões e propostas


realizado no Fórum do Código Florestal no Maranhão, no dia 29.05.2011 das 8:30h às
18:00h no Auditório do CECEN/UEMA, com o Tema Central: Como conciliar a Produção e
Preservação Ambiental? O evento contou com representações das Universidades públicas
do Maranhão, Câmara dos Vereadores de São Luis/MA, Produtores, Professores,
Técnicos, Estudantes, Funcionários, Empresários, cujas discussões, basearão nas Linhas
Temáticas: Áreas de Preservação Permanente (APP), Áreas de Preservação Ambiental
(APA) e Reserva Legal (RL), em forma de Palestras, Debates, Depoimentos, Propostas e
Mesa Redonda, organizado pelo Centro de Ciências Agrárias - CCA da UEMA e do
Diretório Acadêmico do Curso de Agronomia do CCA/UEMA, mediante relação anexa.

O código florestal, publicado originalmente em 1934, sofreu modificações


ao longo dos anos, mas sempre manteve como ponto central a proteção do patrimônio
ambiental brasileiro.

Esse patrimônio é bem mais que um monte de árvores, animais,


pássaros, insetos e microrganismos. Nossa biodiversidade cumpre uma função econômica
relevante. É ela que em última análise garante abundância de água e a riqueza dos nossos
solos, responsáveis por transformar determinadas o Brasil em um dos maiores produtores
mundiais de alimentos. Destruir as florestas é, portanto, colocar em risco a economia.

A percepção mundial quanto à importância da conservação da


biodiversidade evoluiu de um estágio inicial à proteção de determinadas espécies
símbolos, para a conservação da biodiversidade num contexto mais funcional incluindo
ecossistemas, suas funções e serviços ambientais, exploração econômicas e uso
sustentável dos mesmos. Um das estratégias mais importantes para áreas protegidas são
um dos mecanismos de preservação e conservação é a proteção da biodiversidade dentro
de uma área geográfica.

As áreas protegidas são um dos mecanismos de preservação e conservação dos recursos


ambientais adotados no mundo.

No Brasil, esses espaços territoriais se constituem em um dos


instrumentos preconizados pela Política Nacional do Meio Ambiente, cujo objetivo
fundamental é compatibilizar o desenvolvimento socioeconômico com a preservação da
qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico, buscando a sustentabilidade
ambiental.

Com base nas discussões, propomos as seguintes propostas e sugestões


para serem contemplados no texto em discussão:

•Manutenção dos atuais índices de Reserva Legal e Áreas de Preservação


Permanente, mas permitindo e apoiando o uso agroflorestal dessas áreas pelo agricultor
familiar;

•Obrigação de recuperação de todo o passivo ambiental, presente nas áreas de


Preservação Permanente e Reserva Legal, não aceitando a anistia aos desmatadores,
mas apoiando economicamente aqueles que adquiriram áreas com passivos para que
recuperem essas áreas;

•Desmatamento zero em todos os biomas brasileiro, com exceção dos casos de


interesse social e utilidade pública, consolidando a atual tendência na Amazônia e
bloqueando a destruição que avança nas regiões do Cerrado, e na Caatinga;

•Tratamento diferenciado para agricultura familiar, incluindo os agricultores de várzeas


ou de terras firmes, que têm no equilíbrio ambiental um dos pilares da sua sobrevivências
na terra, com apoio técnico público para recuperar suas áreas e gratuidade de registros;

•Propor sistemas de exploração das florestas, como fonte de renda dos produtores
rurais, nas mais diferentes fontes de exploração racional e econômica: biocombustíveis
(biodiesel, bio-óleo, carvão, óleo essenciais, moirões, secagem de grãos, papel e celulose,
movelaria, alimentos (palmito, frutas nativas) e outros de importância econômica);

•Aumentar taxas e multas de crimes ambientais, com relação principalmente as


florestas de babaçu, araucária, manguezal, as áreas das dunas, encostas, praias,
estuários, como forma de proteger as reservas pesqueiras e as comunidades que
dependem desses recursos e demais áreas de preservação permanente, ambiental e de
reserva legal;

•Utilização de mapas com uso de grandes escalas para serem utilizadas, interpretadas
e aplicada na legislação, com mais informações detalhadas para o planejamento de uso da
terra.
•Criação de políticas públicas consistentes, que garantam a recuperação produtiva das
áreas protegidas pelo Código Florestal, com a garantia de assistência técnica qualificada,
fomento e crédito para implantação de sistemas agroflorestais, garantia de preços para
produtos florestais e pagamentos de serviços ambientais; planejamento rural e urbano;
propor a criação de Programas Estaduais de Florestas nos Estados da Federação,
moldada no tripé ambiental, técnico-científico e jurídico; ordenamento fundiária;
regularização fundiária; manejo florestal sustentável (monitorar as florestas nativas,
visando o uso de produtos madeireiro e não madeireiro) e criação nas escolas de nível
médio do país, conteúdo programático obrigatório, da disciplina educação ambiental;

•Propor modelos diferenciados em áreas de assentamentos os Programas: PAE,


PDS e PAF em áreas de RLs, com licenciamento ambiental e regularização das terras,
com exploração através de modelos e arranjos florestais, criação de viveiros florestais
como meio de recuperação, enriquecimento e reflorestamento em áreas degradadas, pois
são essenciais para nortear ações do INCRA e outras instituições governamentais e não
governamentais como formas de recuperação das APP nas áreas de assentamentos;

•Propor a regionalização e zoneamento do Código Florestal, estabelecendo regras


diferenciadas com relação aos ecossistemas: Amazônia, Cerrado, Caatinga, Pampas, Mata
Atlântica que são peculiaridades regionais, de cada BIOMA, e de cada grupo social, em
respeito ao uso que é passado de geração para geração como forma de preservação e
conservação;

Além disso, agricultores familiares poderiam somar suas Áreas de


Preservação Permanente e de Reserva Legal e, no caso do passivo, ele poderia ser
calculado de acordo com a versão do Código Florestal que valia na época do
desmatamento.

Falar do Código Florestal é falar da água dos nossos rios, córregos e


lagos. É enfrentar a ocupação desordenada nas encostas e morros. É se preocupar com a
produção de alimentos. O código Florestal tem a ver com a qualidade de vida de todos os
brasileiros.

É o Código Florestal que diz como devemos ocupar 329 milhões de


hectares, 38% do país destinados principalmente à agricultura e pecuária. São terras
particulares ou em disputa pela posse que se espalham pelos seis biomas: Pampas, Mara
Atlântica, Cerrado, Pantanal, Caatinga e Amazônia. Portanto, a discussão do Código
Florestal é a discussão do futuro do Brasil, dos nossos filhos e netos, que ele vão ter no
futuro.

Desse modo é necessária uma discussão sobre o Código Florestal que


considere a gestão integrada de território, recursos hídricos e proteção de solos,
fundamentada cientificamente. Se essa legislação não existisse, apesar do freqüente
descumprimento de seus dispositivos, nem mesmo haveria objeto de discussão, pois
nossos recursos já estariam irremediavelmente dizimados.
Certo de contar com apoio de Vossa Excelência, renovamos nossos votos
de estima e consideração.

Atenciosamente,

Prof. Pós Doutorando Hamilton Jesus Santos Almeida


Organizador do Evento

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