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Curso de Inspetor de Soldagem

Controle das Deformações

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Inspetor de Soldagem – Controle de Deformações

SUMÁRIO
1. Introdução;

2. Fenômeno de deformação;

3. Causas da deformação;

4. Tipos de deformação;

5. Métodos de controle e prevenção

6. Métodos corretivos
FENÔMENO DE
DEFORMAÇÃO
FENÔMENO DE DEFORMAÇÃO

 Os equipamentos e estruturas são projetados para serviços,

dimensões e tolerâncias específicas.

 A menos que a deformação seja prevista e controlada, as dimensões

requeridas podem não ser obtidas, as premissas de projeto podem ser


invalidadas, e a aparência do produto pode ser afetada.
FENÔMENO DE DEFORMAÇÃO

ANALOGIA COM A BARRA AQUECIDA

estado inicial (neutro)


estado final (trativo)
FENÔMENO DE DEFORMAÇÃO

ANALOGIA COM A BARRA AQUECIDA

Desenvolvimento de tensões
residuais longitudinais durante a
soldagem
FENÔMENO DE DEFORMAÇÃO

REPARTIÇÃO TÉRMICA &


CICLO TÉRMICO

Exemplo para o aço carbono


FENÔMENO DE DEFORMAÇÃO

TENSÕES CAUSADAS POR SOLDAGEM


CAUSAS DA
DEFORMAÇÃO
A
CAUSAS DA DEFORMAÇÃO CAU
G
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES ... DEF
E
M
ÇÃO
 Vários fatores contribuem para a deformação durante a soldagem,

e E
.
N A
o mais importante é o aquecimento não uniforme da junta
E e
 O dimensionamento (“cálculo”) das deformações ocorridas durante rg
R
d
a G so
soldagem é complexo devido ao grande número de fatores envolvidos I d
A e
(quantidade de energia fornecida, propriedades dos materiais, nível de é
D
restrição, etc) in
E u
S c
O d
L p
a
D
te
peratura de
preaquecimento

Energia de Soldagem Aquecimento do


MB
adjacente

Deformação
CAUSAS DA DEFORMAÇÃO
GRAU DE RESTRIÇÃO

 Quando há o impedimento p/ deformação  tensões internas

 Tensões internas são aliviadas por deformação

Possibilidade Possibilidade
de Deformação de Trincas

Grau de Restrição Nível das Tensões Deformação


Internas
CAUSAS DA
DEFORMAÇÃO
TENSÕES INTERNAS
 Podem estar presentes antes da fabricação

(soldagem) em virtude do processo de fabricação


(laminação, dobramento, etc);
Tensões residuais
 O “calor da soldagem” pode promover o alívio
das tensões internas (parcial ou total); desenvolvidas junto à
superfície de uma peça sendo
 A deformação final é resultado da combinação esmerilhada

das tensões internas;

Região Região Deformação


aquecida plastificada
CAUSAS DA DEFORMAÇÃO
PROPRIEDADE DOS MATERIAIS

Variação das propriedades com a temperatura


CAUSAS DA DEFORMAÇÃO
PROPRIEDADE DOS MATERIAIS

a) Coeficiente de dilatação térmica

Coef dil Deformação


térmica
Aço Inoxidável > Aço Carbono Aço Inoxidável > Aço Carbono

Equação para a determinação da variação de comprimento


CAUSAS DA DEFORMAÇÃO
PROPRIEDADE DOS MATERIAIS

b) Condutividade térmica

Condutivida Deformação
de Térmica
Aço Inox / ligas de Ni << Al e Cu Aço Inox / ligas de Ni >> Al e Cu
CAUSAS DA DEFORMAÇÃO
PROPRIEDADE DOS MATERIAIS
c) Tensão de escoamento

Curva tensão deformação e as etapas de deformação do corpo-de-prova.


CAUSAS DA DEFORMAÇÃO
PROPRIEDADE DOS MATERIAIS
c) Tensão de escoamento

Tensão de Nível das tensões Deformação


escoamento
σ

ε ε
plast elast ε
(%)
CAUSAS DA DEFORMAÇÃO
PROPRIEDADE DOS MATERIAIS
d) Módulo de elasticidade

Módulo de Rigidez Deformação


elasticidade
CAUSAS DA DEFORMAÇÃO
PROPRIEDADE DOS MATERIAIS

Resumo

Deformação Módulo de Tensão de Coef dil Condutividade


elasticidade escoamento térmica Térmica

Nota: Valores relativos de propriedades de metais (aço carbono = 1)


TIPOS DE
DEFORMAÇÃO

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TIPOS DE DEFORMAÇÕES

 Contração transversal

 Contração longitudinal (c)


(a)
 Deformação angular

 Empenamento (b)

(d)

(a) e (b) Contração longitudinal e


transversal; (c) Deformação angular;
Direção e (d) Empenamento.
Direção Transversal
Longitudinal
TIPOS DE DEFORMAÇÕES

Direção
Direção Transversal
Longitudinal
TIPOS DE DEFORMAÇÕES
CONTRAÇÃO TRANSVERSAL

↑ Seção transversal da zona fundida  ↑ contração transversal

Fatores de influência

 grau de restrições ( ↑ grau de restrição; ↓ CT)

 extensão da curva de repartição térmica ( ↑ repartição térmica; ↑ CT)

 martelamento ( ↑ martelamento; ↓ CT)

OBS.: Desprezível para solda em ângulo


TIPOS DE DEFORMAÇÕES
CONTRAÇÃO TRANSVERSAL

Contração transversal de juntas de topo soldadas a arco elétrico


TIPOS DE DEFORMAÇÕES
CONTRAÇÃO LONGITUDINAL

 Depende da relação entre seção transversal da zona fundida e


seção restante da peça.

Fatores de influência

 grau de restrições ( ↑ grau de restrição; ↓ CT)

 extensão da curva de repartição térmica ( ↑ repartição térmica; ↑ CT)

 martelamento ( ↑ martelamento; ↓ CT)


TIPOS DE DEFORMAÇÕES
CONTRAÇÃO LONGITUDINAL

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TIPOS DE DEFORMAÇÕES
DEFORMAÇÃO ANGULAR

 “Causada, principalmente, pela disposição irregular da zona

plastificada em relação à linha neutra da peça ”

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TIPOS DE DEFORMAÇÕES
DEFORMAÇÃO ANGULAR

 Quando há soldas com tamanhos e distâncias diferentes deve-se

equilibrar os esforços em função da linha neutra

Como ?
 Soldar primeiramente os cordões próximos à linha neutra;
 Dispor os maiores cordões próximos à linha neutra;

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TIPOS DE DEFORMAÇÕES
EMPENAMENT
O

 “Resultado da flambagem da peça em virtude da contração

longitudinal”.

Flambagem de uma coluna Empenamento na peça

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MÉTODOS DE
CONTROLE E
PREVENÇÃO
PREVENÇÃO E CONTROLE DA
DEFORMAÇÃO
EVITAR SOLDAGEM EXCESSIVA

 abertura de raiz x ângulo do chanfro


 evitar reforço excessivo
PREVENÇÃO E CONTROLE DA
DEFORMAÇÃO
USAR CHANFROS DUPLOS

Volume (chanfro X) ~ 0,5 Volume (chanfro V)

 Minimizar o volume de MS;


 Equilibrar os esforços de contração.
PREVENÇÃO E CONTROLE DA
DEFORMAÇÃO
USAR SOLDAS INTERMITENTES

 Minimizar o volume de metal de solda;


 Não permite a estanqueidade da junta.
PREVENÇÃO E CONTROLE DA DEFORMAÇÃO

MENOR NÚMERO POSSÍVEL DE PASSES

Controle das Deforma ções Metalurgia

 ↑ nº passes  ↑ deformação  ↑ nº passes  refino de grão

(efeito acumulativo das  ↓ nº passes  ↑ possibilidade


deformações) de trinca a quente / maior ZTA
 ↓ nº passes  ↓ deformação

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PREVENÇÃO E CONTROLE DA
DEFORMAÇÃO

POSICIONAR SOLDAS PRÓXIMAS À LINHA NEUTRA

Linha neutra

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PREVENÇÃO E CONTROLE DA
DEFORMAÇÃO

BALANCEAR AS SOLDAS EM TORNO DA LINHA NEUTRA

BOM

RUIM

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PREVENÇÃO E CONTROLE DA
DEFORMAÇÃO

UTILIZAR SOLDAGEM COM PASSE A RÉ

Progressão de soldagem

Direção de soldagem

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PREVENÇÃO E CONTROLE DA
DEFORMAÇÃO

DISPOSIÇÃO DAS PEÇAS A SEREM SOLDADAS

Pré-deformação

 usar a deformação de maneira inteligente;


 depende de experiência.

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PREVENÇÃO E CONTROLE DA
DEFORMAÇÃO

DISPOSIÇÃO DAS PEÇAS A SEREM SOLDADAS

Pré-encurvamento

 uso de forças mecânicas


opostas às contrações de
soldagem;

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PREVENÇÃO E CONTROLE DA
DEFORMAÇÃO
DISPOSIÇÃO DAS PEÇAS A SEREM SOLDADAS

Dorso a dorso

 aplicável para soldagem de peças


idênticas;
 As peças são separadas após o
tratamento de alívio de tensão.

Pode ser utilizada, simultaneamente, mais de um maneira de dispor os


componentes a serem unidos por soldagem.

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PREVENÇÃO E CONTROLE DA
DEFORMAÇÃO
GABARITOS E DISPOSITIVOS AUXILIARES

Usar, preferencialmente, dispositivos para impedir a deformação angular e


permitir a contração transversal livre.

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PREVENÇÃO E CONTROLE DA DEFORMAÇÃO
PLANEJAR A SEQUÊNCIA DE SOLDAGEM
“Consideraremos a seqüência de passes em uma junta”

Chanfro simétrico  possível realizar soldas (alternadamente) por ambos os


lados.

Chanfro assimétrico  inviável a realização de soldas por ambos os lados.

Soldagem de um chanfro assimétrico

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PREVENÇÃO E CONTROLE DA
DEFORMAÇÃO
PLANEJAR A SEQUÊNCIA DE SOLDAGEM

“planejar a seqüência de passes para a soldagem de uma junta”

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PREVENÇÃO E CONTROLE DA
DEFORMAÇÃO
MARTELAMENTO E TRATAMENTO TÉRMICO

Como ocorre o alívio de tensões quando se aquece o material.

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PREVENÇÃO E CONTROLE DA
DEFORMAÇÃO
TENSÕES RESIDUAIS

Principais técnicas de alívio de tensões residuais em juntas soldadas

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PREVENÇÃO E CONTROLE DA DEFORMAÇÃO
TENSÕES RESIDUAIS

 O martelamento ( “peening”) das soldas não deixa de ser uma forma de

aplicação de sobrecarga localizada.

 No entanto, não deve confundir o “peening” realizado com o objetivo de

aliviar as tensões residuais e controlar as deformações com aquele

realizado nas margens do cordão com o propósito de introduzir tensões

compressivas (resistência a fadiga).

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PREVENÇÃO E CONTROLE DA
DEFORMAÇÃO
TENSÕES RESIDUAIS

Alívio de tensões residuais por sobrecarga

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PREVENÇÃO E CONTROLE DA
DEFORMAÇÃO
TENSÕES RESIDUAIS

Distribuição de tensões em um componente com uma solda de topo


submetido a carregamentos crescentes (curvas 1, 2 e 3) e distribuição de
tensões residuais após a liberação do carregamento (curva 4).

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PREVENÇÃO E CONTROLE DA DEFORMAÇÃO
MINIMIZAR TEMPO DE SOLDAGEM

↑ Tempo de soldagem  ↑ calor transmitido à peça  ↑ Energia  ↑ Deformação

 Processos de soldagem
 Tipo de eletrodo
 Bitola do eletrodo
Influencia na energia de soldagem ...

 Corrente de soldagem
 Velocidade de soldagem

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PREVENÇÃO E CONTROLE DA DEFORMAÇÃO

PLANEJAR A SEQUÊNCIA DE MONTAGEM

D C

A>C>B>D

A B

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MÉTODOS
CORRETIVOS
MÉTODOS CORRETIVOS

 Nem sempre é possível controlar as deformações dentro de limites

aceitáveis, sendo necessário corrigi-las.

 Nesses casos:

1) Pode ser mais prático ou econômico permitir que a deformação ocorra

para posterior correção (após soldagem).

2) Apesar de ter se pensado e planejado o controle das deformações,

estas mesmo assim ocorrem.

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MÉTODOS CORRETIVOS

RESSOLDAR

Procedimento:
 Identificar a face convexa;
 Remover material da face convexa;
 Soldar.

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MÉTODOS CORRETIVOS

USO DE PRENSAS E MARTELOS

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MÉTODOS CORRETIVOS

AQUECIMENTO LOCALIZADO

 Depende de prática e habilidade do operador;

Aquecimento Resfriamento

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MÉTODOS CORRETIVOS

AQUECIMENTO LOCALIZADO

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MÉTODOS CORRETIVOS

AQUECIMENTO LOCALIZADO

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