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PCM

Planejamento e Controle da
Manutenção

Prof. Alberto Silva 2021


PCM

Lubrificação

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Lubrificação
O objetivo da lubrificação é diminuir o atrito causado pelo contato de
duas superfícies, nesse caso, superfícies rígidas. Assim, a lubrificação
atenua o efeito do atrito. E isso é importante porque o atrito age contra
o movimento, fazendo com que seja gasta maior energia para executar
o mesmo movimento.
Quando pensamos em máquinas, isso se torna um ponto de total
atenção, pois a maioria dos equipamentos que executam algum tipo de
movimento acaba sofrendo com o atrito, por exemplo: motores,
mancais, engrenagens, redutores, roletes, rolos, sistemas de
transmissão, rolamentos, ventoinhas, rotores etc.

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Com isso, deve ser feito um plano de rota de lubrificação que contemple os
pontos de atrito, de forma a minimizar os efeitos do atrito e melhorar a
operação da máquina, e isso, por sua vez, impactará na vida útil da máquina.

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O plano de lubrificação deve conter:
1. ponto correto de lubrificação;
2. lubrificante adequado;
3. quantidade certa de lubrificantes;
4. momento exato;
5. melhor forma de fazer a lubrificação.

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1 - Ponto correto de lubrificação
Devemos deixar bem claro aqui que a seguinte frase apresenta graves erros:
“Deve ser feita a lubrificação do motor 123”.
Por que essa frase está incorreta?

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Porque o ponto de lubrificação não é o motor, mas sim o rolamento do motor
123. Assim, a frase correta deveria ser: “Deve ser feita a lubrificação do
rolamento ABC do motor 123”

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Então o primeiro passo a ser feito é definir qual componente será lubrificado,
e não qual máquina, conjunto (sistema) ou equipamento. Mas qual é a
diferença?
 Máquina: avião;
 Conjunto (sistema): propulsão;
 Equipamento: motor;
 Componente: hélice.

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A máquina é a macro função, indo até o componente, que é a micro função.
Assim, na verdade, quando falamos do plano de lubrificação de uma máquina,
queremos dizer quais componentes de cada equipamento e conjunto devem
ser lubrificados. Esse sistema de árvore de estrutura é muito utilizado para dar
o detalhamento necessário ao plano.

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A árvore de estrutura
A árvore de estrutura é normalmente usada em até oito níveis:
1) PLANTA: é a fábrica em si, a planta industrial;
2) ÁREA: ou setor da fábrica, onde é executada uma etapa de produção;
3) SUB-ÁREA: é onde se executa determinada atividade dentro da etapa de
uma área;
4) LINHA: é o conjunto de máquinas que executa determinada atividade
dentro de uma subárea

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5) MÁQUINA: é o maquinário em si, a parte robótica, mecânica, que é capaz
de executar a atividade;
6) CONJUNTO/SISTEMA: é uma das partes vitais da máquina e que fazem
parte do seu funcionamento;
7) EQUIPAMENTO: é o equipamento em si, a parte isolada do conjunto, ou
seja, o equipamento sozinho não executa nenhuma função;
8) COMPONENTE: é uma peça ou parte integrante do equipamento.

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Usar ou não esses oito níveis, vai depender do nível de detalhamento desejado
e dos tipos de máquinas.
Por exemplo, podemos começar com o nível 1 sendo a máquina, ou seja, há
motor (1), rolamento (2), esfera (3), estrutura de aço (4), ligação química
molecular (5) etc., indo até o nível desejado para cada tipo de análise.
No planejamento de manutenção, de forma geral, trata-se os níveis de
máquina até componente. Sendo o plano de lubrificação mais relacionado ao
componente, pois é ele que será o ponto de lubrificação e receberá os óleos,
graxas ou fluidos.

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Com o detalhamento dos níveis da arvore de estrutura usado, deve-se
identificar os pontos de lubrificação, por exemplo:
 rolamentos;
 acoplamentos;
 engrenagens;
 redutores de velocidade;
 coroas;
 sistemas hidráulicos;

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 correntes;
 correias;
 cabos de aço;
 multiplicadores de velocidades;
 eixos cardans;
 pinos e buchas;
 compressores de ar;

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Note que lubrificar uma correia é diferente de lubrificar um rolamento, ou
seja, para cada componente deve ser identificada a maneira como deve ser
feita a lubrificação. Por isso, podemos dividir os componentes/pontos de
lubrificação em três grupos:
 grupo 1, lubrificação com graxa;
 grupo 2, lubrificação com óleo lubrificante;
 grupo 3: sistemas hidráulicos.

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2 - Lubrificante adequado
Óleos, graxas e lubrificantes são fabricados especificamente para cada tipo de
uso e para cada tipo de componente. Existem lubrificantes que têm
características para suportar altas ou baixas temperaturas, para suportar alta e
baixa pressão, contato com água, contato com energia elétrica, alto atrito etc.
Assim, os lubrificantes devem ser escolhidos devido ao uso. Por isso, não há
um melhor ou pior, mas sim o mais adequado para cada tipo de componente
e cada tipo de ambiente e forma de uso. Com isso, verifique as especificações
técnicas, consulte o fornecedor do componente e do lubrificante, observe os
manuais e só depois disso escolha o lubrificante.

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Tipos de lubrificantes
 Graxa;
 Óleo lubrificante;

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Graxa
A graxa é um material pastoso que atua como lubrificante, é composto de um
espessante emulsionado com óleo mineral ou sintético. Tem por objetivo ser
usada em componentes que podem ser lubrificados com pouca frequência, ou
quando o uso do óleo não for adequado.
Uma vantagem da graxa é sua capacidade de impedir a penetração de água e
mecanismos que podem ser lubrificados com pouca frequência e onde um
óleo lubrificante não permaneceria na posição. Ela também atua como selante
para impedir a entrada de água e fluidos de densidade constante.

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As graxas são compostas por 3 materiais
 óleo lubrificante: mineral ou sintético, corresponde a 90% da composição da
graxa, e é o responsável direto pela lubrificação;
 espessante: sabão metálico ou não sabão, usado para absorver o
óleo, e ao começar a trabalhar passa a liberar o óleo;
 aditivos: componentes que deixam o lubrificante mais resistente a
intempéries.

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As graxas, de modo geral, também são mais baratas do que os óleos, e sua
aplicação pode ser feita com graxeiras, bombas de graxas, trinchas (pincel),
estopas ou gotejadores.

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Óleo lubrificante
O óleo é um material líquido que atua como lubrificante, pode ser composto
de origem orgânica (óleos graxos), mineral ou sintética. Tem como objetivo a
lubrificação de pontos nos quais pode haver escorrimento, cotejamento, onde
é necessário o bombeamento de óleo por meio de mangueiras ou tubulações,
ou em pontos dentro de reservatórios nas máquinas.

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As principais características dos óleos são
 densidade
 viscosidade (e índice de viscosidade)

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A viscosidade é a propriedade de se manter sem gotejamento, ou seja, o
escorrimento é uniforme, então quanto mais viscoso for um lubrificante, mais
difícil será seu escorrimento.
Essa característica é fundamental para fazer com que o óleo fique parado em
determinado ponto. Contudo, essa viscosidade varia com a temperatura e a
pressão. Assim, o índice de viscosidade mede a variação da viscosidade em
relação à temperatura

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densidade é a relação entre a massa e o volume de óleo, ou seja, quanto mais
denso, mais firme e pastoso fica o óleo. Além disso, a densidade também varia
sob determinada temperatura.

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3 - A Quantidade certa de lubrificantes
Um dos maiores problemas em um plano de lubrificação é o excesso de
lubrificação. Isso ocorre com muita frequência, geralmente causado pelo
pensamento de que “é melhor sobrar do que faltar”. Mas como a lubrificação
deve ser feita de maneira exata, o excesso de lubrificação pode trazer muitos
problemas. Por exemplo: o excesso de graxa em um motor elétrico pode levar
à queima da bobina.
Assim, a quantidade de graxa depende do tamanho do componente que será
lubrificado. Por isso, mais uma vez é necessário consultar o manual, os
fornecedores, os fabricantes e como o componente está sendo usado.

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4 - O momento exato
O momento exato de lubrificação, ou a frequência em que deve haver a
lubrificação dos pontos, deve ser definido observando os tópicos a seguir.
 Velocidade de trabalho: a velocidade influencia na vida útil do lubrificante.
Altas velocidades tendem a desgastar o lubrificante rapidamente. Assim, se
houver componentes que operam em alta velocidade, deve haver mais
atenção.
 Temperatura de trabalho: a temperatura, como vimos, altera as
propriedades dos lubrificantes, podendo levar até a combustão. Por isso, a
temperatura deve ser levada em consideração para a frequência de
lubrificação ou até mesmo para a troca completa do lubrificante.

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 Potência do motor: quanto maior for a potência do motor, maior será o
motor, maior será seu trabalho, com isso, necessitará de mais lubrificação.
 Regime de trabalho: o regime de trabalho pode ser contínuo ou
intermitente (com paradas). Quando o regime é contínuo, não há tempo do
lubrificante entrar em estado de relaxamento (voltando a suas características
iniciais), causando maior desgaste no lubrificante. Quando o regime é
intermitente, geralmente o lubrificante tem um tempo de relaxamento,
fazendo com que ele volte à sua temperatura normal, assim como viscosidade
e densidade. Esse período de relaxamento (quando não se torna um período
de ociosidade muito longo) ajuda a manter as características do lubrificante e
aumenta sua vida útil.

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 Tipo de acoplamento: podem ser dos mais variados tipos, desde aço até
plástico, desde engrenagens até correias. Assim, cada tipo de acoplamento vai
gerar um desgaste diferente no lubrificante. Então se tivermos um
componente que trabalha em altas velocidades, com temperatura elevada,
em regime de trabalho contínuo, sabemos que esse componente deve ser
lubrificado com maior frequência.

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5 - A melhor forma de fazer a lubrificação
Esse tópico é importante para lembrar que cada equipamento ou
componente requer uma forma de lubrificação bem específica.
 Lubrificação com máquina rodando: é feita com a máquina em operação,
isso ocorre para que o próprio movimento (função) da máquina auxilie na
lubrificação. Por exemplo: para lubrificar uma corrente de determinada
máquina, é necessário deixar a máquina em operação para que a corrente
continue circulando, e assim manter-se a mesma posição (ponto) de
lubrificação. Mas a corrente vai passando pelo ponto e sendo inteiramente
lubrificada. Em caso contrário, apenas uma parte da corrente receberia o
lubrificante, ficando todo o resto da corrente seca.

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 Lubrificação com máquina parada: é feita com a máquina não operando.
Por exemplo: um reservatório de lubrificante dentro de uma máquina em
operação fica muito quente. Com isso, para abrir esse reservatório e
completar com lubrificante, é necessário primeiro esperar o resfriamento do
óleo já existente e só depois colocar mais lubrificante.
 Lubrificação externa: ocorre quando é necessário desmontar o componente
ou peça e fazer a lubrificação dele fora da máquina. Muitas vezes, é necessário
levar a peça até uma oficina ou laboratório para que seja desmontada,
lubrificada e remontada; ou então é necessário fazer a limpeza dos
lubrificantes antigos antes de fazer a reposição do lubrificante novo.
Então a forma de lubrificação será definida de acordo com o equipamento.

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Limpeza
É um conceito básico e deve ser executado em todos os aspectos e sentidos
de nossa vida. É obrigatório para o bom funcionamento de qualquer operação
ter um ambiente limpo e organizado. Então, é impossível ter uma boa
manutenção, um bom planejamento e controle se não houver limpeza e
organização. Por isso, desenvolva em sua empresa a cultura de limpeza e
organização, e isso envolve não apenas limpar e manter, mas principalmente
não sujar e não desorganizar. Para isso, desenvolva políticas, formas e
maneiras para que isso seja feito.

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Como conclusão, vimos que o planejamento de uma rota de lubrificação deve
conter o ponto correto de lubrificação, lubrificante adequado, quantidade
certa de lubrificantes, momento exato e melhor forma de fazer a lubrificação.
Com isso, o plano de manutenção de lubrificação deixará claro cada um
desses tópicos, de forma que o profissional que for fazer a lubrificação não
tenha margens para dúvidas ou erros. É função do PCM estabelecer, analisar e
fazer funcionar esses pontos que vimos até agora. Uma vez feito o plano de
lubrificação, basta replicá-lo ao longo do tempo e observar se tudo está
adequado.

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Planos e Rotas de Lubrificação
Na visão geral das pessoas, o lubrificante serve principalmente para reduzir o
atrito, isto é, facilitar o movimento e ainda reduzir ou eliminar o desgaste das
peças. Entretanto, o lubrificante deve realizar uma série de outras funções,
tais como:

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1) Controlar o atrito (lubrificar): usualmente reduzir ou eliminar o atrito;
2) Controlar o desgaste e o consumo de energia: usualmente reduzir ou
eliminar o desgaste; em situações especiais, prover um desgaste
controlado (acamamento de mancais, por exemplo); manter o consumo de
energia o menor possível;
3) Controlar a temperatura (motores, mancais): usualmente efeito de
refrigeração;
4) Controlar a corrosão: usualmente evitar a corrosão;

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5) Isolar correntes elétricas: em equipamentos elétricos, porém também em
motores e outros equipamentos;
6) Transmitir força (sistemas hidráulicos);
7) Amortecer choques (amortecedores, engrenagens);
8) Remover contaminantes (ação de lavagem, manter motores internamente
limpos);
9) Vedar (motores, sistemas hidráulicos, graxas): em motores, evitar a fuga de
gases da câmara de combustão, em outros equipamentos, evitar o ingresso
de impurezas, por exemplo;

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10) Transportar resíduos (fluídos de corte, motores): resíduos de operações de
corte de metais, resíduos do desgaste interno de equipamentos, por
exemplo.
A Lubrificação é uma atividade primordial para a elevação dos índices de
confiabilidade e disponibilidade dos equipamentos mecânicos, e assim como
as atividades de manutenção preventiva e preditiva, ela deve ser planejada,
programada e controlada.

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Para entender o nível de importância da lubrificação,
analise o gráfico abaixo:

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O gráfico acima evidencia que, 53% das falhas dos rolamentos causadas por
deficiências no processo de lubrificação. Ou seja, a cada 10 rolamentos que
quebram, 5 itens estão ligados a problemas na lubrificação.
Você pode imaginar quanto é possível economizar, apenas dando a devida
importância para as atividades de lubrificação?
O primeiro passa para elevar o nível da lubrificação é criar um plano e uma
rota de lubrificação.

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Plano de Lubrificação
O plano de lubrificação é semelhante ao plano de manutenção, nele estão listadas todas
as atividades que se fazem necessárias, com suas respectivas periodicidades, lubrificantes
a serem aplicados e suas respectivas quantidades, demais matérias e a quantidade de HH
aplicadas.
Deve constar no plano de lubrificação:
 TAG e Descrição do Equipamento;
 Setor;
 Linha de Produção e/ou Localização;
 Ponto a ser lubrificado (identificado por código);
Lubrificante a ser aplicado;
 Quantidade de Lubrificante.
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Rota de Lubrificação
A rota de lubrificação é similar ao plano, porém com o foco voltado para a rotina do
técnico de lubrificação. As rotas devem ser criadas em softwares ou planilhas eletrônicas
que sejam capazes de filtrar e otimizar as atividades de forma sequencial e lógica.
Por exemplo, ao gerar a Ordem de Serviço para o técnico de lubrificação executar as
atividades, a rota deve coincidir os locais, períodos e lubrificantes a serem usados. Para
otimizar o tempo do funcionário.

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