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FACULDADES INTEGRADAS SIMONSEN

CURSO DE GEOGRAFIA

CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS TRABALHISTAS

(OUTUBRO 2010)
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FACULDADES INTERADAS SIMONSEN


CURSO DE GEOGRAFIA

EDUARDO W. OLIVEIRA DE LIMA, 201082263


GERCINO JUNEO PEREIRA DOS SANTOS, 201020294
JEFERSON TEIXEIRA DA SILVA, 201020308
LEANDRO ARAÚJO ROCHA, 201020281
OZIEL DA SILVA GOMES, 201082488
ROBERTO JEFERSON AMARO LIMA, 201020299

CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS TRABALHISTAS

PROFESSOR ORIENTADOR
(Rodrigo Amaral)

Rio de Janeiro
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO......................................................................................................................4

CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO.................................................................6

BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................................8
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INTRODUÇÃO

Revolução de 1930 é o nome do movimento (erroneamente identificado como revolução,


tendo características mais semelhantes às de um golpe de estado) que pôs fim à Primeira
República Brasileira, conhecida popularmente como “República Velha” ou “República do
Café com Leite”.

O movimento de 30 insere-se num contexto social e econômico de grande apreensão, não


só dentro das fronteiras brasileiras, mas no mundo todo. Com a quebra da Bolsa de Nova
Iorque ocorrida em outubro de 1929, inicia-se uma crise econômica de escala mundial,
esmagando todas as economias com alguma participação nos mercados internacionais, caso
do Brasil e suas exportações de café. É nesse momento que chega a um triste fim a
irracional ligação do Brasil com a cultura cafeeira. Além de não ser um gênero de primeira
necessidade na dieta de qualquer indivíduo (na verdade, consumido como uma sobremesa
nos EUA e Europa), o café ocupava a esmagadora maioria das terras cultiváveis do país,
impedindo uma diversidade das suas exportações.

Havia uma óbvia teimosia por parte das elites em redirecionar e modernizar a política
econômica brasileira. Além disso, o regime mostrava sinais de desgaste devido às várias
revoltas militares ocorridas durante o governo Artur Bernardes (1922-1926). Eleito com a
ajuda das oligarquias, ele era claramente impopular perante a opinião pública.

Para as eleições de março de 1930, houve um racha entre as elites políticas de São Paulo e
Minas Gerais, que dominavam os rumos do país quase que desde a instituição da
República. Ante a insistência do presidente Washington Luís em lançar como candidato o
seu apadrinhado político, (o paulista Júlio Prestes) em detrimento daquele programado para
a sucessão, Antonio Carlos de Andrada, presidente (cargo equivalente a Governador de
Estado na época) de Minas Gerais, surge pela primeira vez no período republicano um
cenário onde a oposição tinha verdadeiras chances de vitória, com a formação da Aliança
Liberal, unindo as oligarquias de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba.

Sob a bandeira da Aliança Liberal, são lançados Getúlio Vargas e João Pessoa, candidatos a
presidente e vice-presidente respectivamente. Mais uma vez a fraude eleitoral grassa
durante o processo eleitoral (feita por ambos os lados), e novamente a situação leva a
melhor, elegendo Júlio Prestes presidente.

A situação econômica insustentável, porém, ia se unir ao estranho assassinato do candidato


à vice presidência da Aliança Liberal, João Pessoa, envolvido num caso de lutas políticas
regionais misturadas a um crime passional. Seu assassinato passa a ser visto e alardeado
como manobra do governo para calar qualquer opositor.

Assim estoura a revolta militar, partindo do sul, com o objetivo de derrubar o regime. Junto
ao café, a classe que dava apoio ao governo dissolve-se na fumaça das sacas de café
queimadas com a finalidade de baixar os preços do produto.
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O governo, impopular perante as massas, cai facilmente. Getúlio Vargas assume o poder
em caráter provisório a 3 de novembro de 1930. As classes que apareciam logo abaixo dos
barões do café, como militares, classe média e operária são alçados à ponta da pirâmide
social brasileira.
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"O sindicato é a vossa arma de luta, a vossa fortaleza", afirmou Getúlio Vargas, aos
trabalhadores brasileiros, no dia 1º de Maio de 1941. Ele criou no Brasil as bases da
organização sindical, fortalecendo os sindicatos por categoria e incentivando a mobilização
popular como um dos alicerces do seu governo.

Desde o início do governo da Revolução de 30, Getúlio Vargas empreendeu uma longa
jornada para criar as bases da organização sindical no Brasil. Criou as Confederações,
Federações e Sindicatos, instituiu a unicidade sindical para garantir a unidade dos
trabalhadores e o imposto sindical, que estruturaria as entidades e permitiria a construção
material da organização trabalhista.

Para Getúlio, a organização dos trabalhadores era uma necessidade vital para o andamento
do seu governo e a construção de um Brasil soberano. Em discurso no campo de futebol de
São Januário para milhares de trabalhadores nas comemorações de 1º de maio de 1941,
Getúlio Vargas declarou:

“Preciso de vós, trabalhadores do Brasil, meus amigos, meus companheiros de uma longa
jornada; preciso de vós, tanto quanto precisais de mim. Preciso da vossa união; preciso que
vos organizeis solidariamente em sindicatos; preciso que formeis um bloco forte e coeso
que possa dispor de toda a força de que necessita para resolver os vossos próprios
problemas. Preciso de vossa união para lutar contra os sabotadores para que eu não fique
prisioneiro dos interesses dos especuladores e dos gananciosos, em prejuízo dos interesses
do povo. Preciso do vosso apoio coletivo, estratificado e consolidado na organização dos
sindicatos, para que meus propósitos não se esterilizem e a sinceridade com que me
empenho em resolver os nossos problemas não seja colhida de surpresa e desarmada pela
onda reacionária dos interesses egoístas, que, de todos os lados, tentam impedir a livre ação
de meu governo. Chegou, por isso mesmo, à hora de o governo apelar para os trabalhadores
e dizer-lhes: uni-vos todos nos vossos sindicatos, como forças livres e organizadas. As
autoridades não poderão cercear a vossa liberdade nem usar de pressão ou coação. O
sindicato é a vossa arma de luta, a vossa fortaleza defensiva, o vosso instrumento de ação
política. Na hora presente, nenhum governo poderá subsistir, ou dispor de força eficiente
para as suas realizações sociais, se não contar com o apoio das organizações, sindicatos ou
cooperativas, que as classes mais numerosas da nação podem influir nos governos, orientar
a administração pública na defesa dos interesses populares”.

Na construção da Nação brasileira, Getúlio implantou uma ampla política de


desenvolvimento e expansão industrial, formando, com isso, uma numerosa classe
trabalhadora. Nesse contexto, os trabalhadores brasileiros ganharam de Getúlio um dos
mais avançados conjunto de direitos sociais e trabalhistas, como o salário mínimo, a
jornada de trabalho de oito horas, férias e descanso remunerados, aposentadoria, trabalho
regular e estabilidade no emprego depois de dez anos; instituiu a carteira profissional de
trabalho para maiores de 16 anos com emprego fixo como um documento histórico.

Getúlio promulgou a Lei da Sindicalização, que consagrou o princípio da unicidade


sindical; criou a Justiça do Trabalho e a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e o
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Ministério do Trabalho. Até então, os trabalhadores não tinham direitos e o tratamento que
recebiam dependia da vontade dos patrões, a maioria estrangeiros que dominavam as áreas
de serviços urbanos.

Outra medida relevante adotada por Getúlio foi estender os benefícios da legislação
trabalhista ao trabalhador rural, no que diz respeito à assistência médico-social, moradia e
educação dos filhos, salário mínimo, direito à indenização e estabilidade no emprego.
Em seu discurso de 1º de Maio de 1941, o estadista afirmou: "É justo que o trabalhador
tenha um salário razoável, adequado ao seu padrão de vida e que dê para sustentar sua
família, educar os filhos, pagar a casa e tratar-se nas doenças, sem precisar de favores nem
da caridade pública. É justo que a lei lhe faculte os meios de atingir esses objetivos e que o
Estado defenda e garanta a execução de um programa dessa natureza. A esse programa, que
se iniciou no Brasil com a legislação trabalhista elaborada pelo meu governo, tenho
dedicado toda a minha vida pública".

Era o primeiro ano do seu segundo mandato, e Getúlio conclamou os trabalhadores a cerrar
fileiras junto com o governo para derrotar "os especuladores e sabotadores" da Nação.

Algumas medidas só foram implantadas depois de Getúlio como o FGTS (fundo de


garantia por tempo de serviço) que foi criado em 1967 pelos militares, a licença paternidade
de três dias que foi criado na Constituição de 1988, a licença maternidade na Constituição
de 1988 foi para 120 dias e o seguro desemprego.
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BIBLIOGRAFIA

BRANDÃO MURAKAMI, Ana M., A Revolução de 1930 e seus antecedentes, Rio


de Janeiro, Editora Nova Fronteira, 1980

CASTRO, Sertório de, A república que a revolução destruiu, Freitas Bastos & Cia,
Rio de Janeiro, 1932.

CÉSAR, Afonso, Manuscritos de Getúlio Vargas, Editora Cedil, 1994

WHITAKER, José Maria, Administração Financeira do Governo Provisório,


Editora Revista dos Tribunais, 1933.

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