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CURSO DE GEOGRAFIA
(OUTUBRO 2010)
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PROFESSOR ORIENTADOR
(Rodrigo Amaral)
Rio de Janeiro
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO......................................................................................................................4
BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................................8
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INTRODUÇÃO
Havia uma óbvia teimosia por parte das elites em redirecionar e modernizar a política
econômica brasileira. Além disso, o regime mostrava sinais de desgaste devido às várias
revoltas militares ocorridas durante o governo Artur Bernardes (1922-1926). Eleito com a
ajuda das oligarquias, ele era claramente impopular perante a opinião pública.
Para as eleições de março de 1930, houve um racha entre as elites políticas de São Paulo e
Minas Gerais, que dominavam os rumos do país quase que desde a instituição da
República. Ante a insistência do presidente Washington Luís em lançar como candidato o
seu apadrinhado político, (o paulista Júlio Prestes) em detrimento daquele programado para
a sucessão, Antonio Carlos de Andrada, presidente (cargo equivalente a Governador de
Estado na época) de Minas Gerais, surge pela primeira vez no período republicano um
cenário onde a oposição tinha verdadeiras chances de vitória, com a formação da Aliança
Liberal, unindo as oligarquias de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba.
Sob a bandeira da Aliança Liberal, são lançados Getúlio Vargas e João Pessoa, candidatos a
presidente e vice-presidente respectivamente. Mais uma vez a fraude eleitoral grassa
durante o processo eleitoral (feita por ambos os lados), e novamente a situação leva a
melhor, elegendo Júlio Prestes presidente.
Assim estoura a revolta militar, partindo do sul, com o objetivo de derrubar o regime. Junto
ao café, a classe que dava apoio ao governo dissolve-se na fumaça das sacas de café
queimadas com a finalidade de baixar os preços do produto.
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O governo, impopular perante as massas, cai facilmente. Getúlio Vargas assume o poder
em caráter provisório a 3 de novembro de 1930. As classes que apareciam logo abaixo dos
barões do café, como militares, classe média e operária são alçados à ponta da pirâmide
social brasileira.
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"O sindicato é a vossa arma de luta, a vossa fortaleza", afirmou Getúlio Vargas, aos
trabalhadores brasileiros, no dia 1º de Maio de 1941. Ele criou no Brasil as bases da
organização sindical, fortalecendo os sindicatos por categoria e incentivando a mobilização
popular como um dos alicerces do seu governo.
Desde o início do governo da Revolução de 30, Getúlio Vargas empreendeu uma longa
jornada para criar as bases da organização sindical no Brasil. Criou as Confederações,
Federações e Sindicatos, instituiu a unicidade sindical para garantir a unidade dos
trabalhadores e o imposto sindical, que estruturaria as entidades e permitiria a construção
material da organização trabalhista.
Para Getúlio, a organização dos trabalhadores era uma necessidade vital para o andamento
do seu governo e a construção de um Brasil soberano. Em discurso no campo de futebol de
São Januário para milhares de trabalhadores nas comemorações de 1º de maio de 1941,
Getúlio Vargas declarou:
“Preciso de vós, trabalhadores do Brasil, meus amigos, meus companheiros de uma longa
jornada; preciso de vós, tanto quanto precisais de mim. Preciso da vossa união; preciso que
vos organizeis solidariamente em sindicatos; preciso que formeis um bloco forte e coeso
que possa dispor de toda a força de que necessita para resolver os vossos próprios
problemas. Preciso de vossa união para lutar contra os sabotadores para que eu não fique
prisioneiro dos interesses dos especuladores e dos gananciosos, em prejuízo dos interesses
do povo. Preciso do vosso apoio coletivo, estratificado e consolidado na organização dos
sindicatos, para que meus propósitos não se esterilizem e a sinceridade com que me
empenho em resolver os nossos problemas não seja colhida de surpresa e desarmada pela
onda reacionária dos interesses egoístas, que, de todos os lados, tentam impedir a livre ação
de meu governo. Chegou, por isso mesmo, à hora de o governo apelar para os trabalhadores
e dizer-lhes: uni-vos todos nos vossos sindicatos, como forças livres e organizadas. As
autoridades não poderão cercear a vossa liberdade nem usar de pressão ou coação. O
sindicato é a vossa arma de luta, a vossa fortaleza defensiva, o vosso instrumento de ação
política. Na hora presente, nenhum governo poderá subsistir, ou dispor de força eficiente
para as suas realizações sociais, se não contar com o apoio das organizações, sindicatos ou
cooperativas, que as classes mais numerosas da nação podem influir nos governos, orientar
a administração pública na defesa dos interesses populares”.
Ministério do Trabalho. Até então, os trabalhadores não tinham direitos e o tratamento que
recebiam dependia da vontade dos patrões, a maioria estrangeiros que dominavam as áreas
de serviços urbanos.
Outra medida relevante adotada por Getúlio foi estender os benefícios da legislação
trabalhista ao trabalhador rural, no que diz respeito à assistência médico-social, moradia e
educação dos filhos, salário mínimo, direito à indenização e estabilidade no emprego.
Em seu discurso de 1º de Maio de 1941, o estadista afirmou: "É justo que o trabalhador
tenha um salário razoável, adequado ao seu padrão de vida e que dê para sustentar sua
família, educar os filhos, pagar a casa e tratar-se nas doenças, sem precisar de favores nem
da caridade pública. É justo que a lei lhe faculte os meios de atingir esses objetivos e que o
Estado defenda e garanta a execução de um programa dessa natureza. A esse programa, que
se iniciou no Brasil com a legislação trabalhista elaborada pelo meu governo, tenho
dedicado toda a minha vida pública".
Era o primeiro ano do seu segundo mandato, e Getúlio conclamou os trabalhadores a cerrar
fileiras junto com o governo para derrotar "os especuladores e sabotadores" da Nação.
BIBLIOGRAFIA
CASTRO, Sertório de, A república que a revolução destruiu, Freitas Bastos & Cia,
Rio de Janeiro, 1932.