Durante toda a conversa, o Diabo mostra-se irónico, para com o Fidalgo, sempre tentando
suavizar a realidade do futuro do Fidalgo através de expressões como, por exemplo, “vejo-vos
eu em feição peralir ao nosso ais”. Com esta expressao que não devia ir para aquela barca,
pois havia deixado alguem em vida para rezar por si.
O Diabo conta argumenta, observando que o Fidalgo levou uma vidad de ociedade, desta
forma Gil Vicente critica este estilo de vida da nobreza do se, XVI.
Onzeneiro
No início da cena, as personagens encontram-se no cais. O Onzeneiro dirige-se ao batel
Infernal, onde o arrais o informa que aquela barca vai para a «infernal comarca». Insatisfeito,
com tal destino, encaminha-se para o batel divinal, não obtendo o respeito consentimento.
Parvo
No início da cena as personagens encontram-se no cais. De seguida, o Parvo utiliza o adverbio
“alem” para questionar o Anjo se quer passa-lo para o paraíso.
Entretanto, no seu diálogo com o Anjo, o Parvo demostra ser uma pessoa simples e humilde,
agindo com eforia usando o vocabulário desajustado e calão. O Anjo diz-lhe que ele pode entra
na sua barca, pois nunca errou por malicio, as sim por ingenuidade. Acrescenta, ainda, para
esperarem e verem se aparece mais alguém que seja “merecedor do mal”, ou seja digno da
barca da Gloria.
Neste sentido, o Parvo fica junto à Barca do Paraíso e assume a função de criticar aqueles que
nele tentam entrar, apontando e comentando os defeitos da sociedade da época.