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Cidadão Ativo: detém os direitos civis, políticos,

participando ativamente como cidadão eleitor.


Cidadão Passivo: não reúne todas as condições exigidas
para poder votar, sendo desprovido dos direitos políticos.

Apontamentos de História nº 4
O Legado do Liberalismo
O movimento liberal espalhou-se pela Europa e pela América, as constituições tinham
presentes os princípios do Liberalismo:
- respeito pelos direitos naturais, principalmente o da liberdade individual
- soberania nacional, através de eleições livres
- separação tripartida do poder, que garante a imparcialidade, justiça e impedimento de
abusos de poder
- separação da Igreja e do Estado
- subordinação de todos os órgãos de soberania à lei

Assim, as monarquias adotaram um liberalismo moderado inspirado na Carta Constitucional


francesa de 1814. A soberania popular era consagrada através do sufrágio censitário que
distinguia cidadãos ativos e cidadãos passivos, restringindo o voto e favorecendo as camadas
burguesas.

Sociedade do Antigo Regime Sociedade Liberal


- súbditos - cidadãos
- indivíduos sujeitos a obrigações, dotados - indivíduos dotados de direitos:
ou não de privilégios - próprios
- sem poder participativo - inalienáveis e imprescindíveis
- sujeitos a vontade régia - inerentes à própria condição humana

Liberdades
Liberdades Individuais
- segurança
- inviolabilidade do domicílio e da correspondência
- livre circulação de pessoas
- liberdade de escolha de educação
- abolição da escravatura

Liberdades Económicas
- direito de propriedade
- a propriedade é um dos pilares ideológicos do Liberalismo
- a propriedade privada é o produto de trabalho de cada um, logo é um direito inviolável
- a propriedade passa a ser a base de toda a riqueza
- a propriedade torna-se na garantia da própria liberdade

- liberdade de iniciativa
- liberdade de mercado
- liberdade de comércio

Liberdades de Pensamento
- político, filosófico e religioso (liberdade de culto)

Liberdades de Expressão e de Opinião


- de imprensa, do uso da palavra, de reunião, de associação, de manifestação
Progressos Cumulativos: inovações que se potenciaram
mutuamente, cada novo progresso servia de incentivo e
trampolim para se chegar a outro.

Liberalismo Económico
- defesa da livre iniciativa e livre concorrência
- defesa da propriedade privada
- defesa da não intervenção do Estado na economia
- aprovação de medidas que favorecessem a livre circulação de mercadorias (livre-
cambismo)
- promoção de políticas não dirigistas
- garantia das regras de mercado (lei da oferta e da procura)
- assente na ideia de prosperidade conseguida pelo trabalho, lucro e poupança

Fim dos obstáculos feudais


- abolição das guildas e corporações
- abolições dos monopólios
- abolição de barreiras à circulação

O mercado tinha mecanismos autorreguladores


- crises económicas entendidas como naturais
- crises económicas resolviam-se por si
- crises económicas serviam para restabelecer o equilíbrio no mercado

Expansão da Revolução Industrial


Novas fontes de energia: petróleo, gás e eletricidade.
Novas indústrias: siderurgias (produção de ferro e aço) e químicas (medicamentos, sabões,…)

Novos transportes: comboio, navegação a vapor, automóvel e avião.


levou à construção de linhas férreas, estradas, túneis, pontes, portos e cais, etc.
Novas comunicações: telégrafo de cabo, telegrafia sem fios, telefone e rádio.

Aceleraram o progresso económico e o intercâmbio cultural

Ligação ciência-técnica
- progressos técnicos com caráter mais científicos
- engenheiros, investigadores e cientistas são responsáveis pelos progressos nas indústrias
- os progressos cumulativos científicos e técnicos permitiram o avanço industrial
- o desenvolvimento científico-técnico permitiu o aparecimento de novas indústrias e produtos
- os processos de fabrico mais eficazes possibilitaram o desenvolvimento da indústria,
aumento dos lucros e expansão de mercados

Expansão Industrial
Revolução Industrial na Segunda Metade do século XIX
Alargamento dos mercados Aumento da procura e do consumo

Racionalização da Produção, dos Custos e do Trabalho


Havia que produzir melhor e mais barato Operários mais especializados e modelos de
produção mais organização

Métodos Científicos e Racionais de Organização do Trabalho


Obtenção do máximo rendimento Taylorismo
Cartel: tipo de concentração horizontal entre várias empresas de um
setor que querem deter um monopólio.
Trust: tipo de concentração vertical que consiste na associação
temporária para monopolizar um mercado.

Tempo Realização de tarefas num determinado tempo


Trabalho Dividido em secções Planeamento rigoroso do trabalho
Execução de apenas uma tarefa
Tarefas repetitivas
Máquina Marca o ritmo do trabalho Automatismo e sequenciais
na produção

Taylorismo
- foi aplicado nas fábricas de automóveis da Ford Estandardização
- maximização da produção possibilitou a redução dos custos Produção de carros mais
- produção em série de forma uniformizada baratos, todos iguais e
em grandes quantidades.

A produção industrial e o capitalismo


Para sobreviver à concorrência muitos empresários foram obrigados a recorrer a bancos e
outras formas de financiamento

Caíram na dependência do capitalismo financeiro

Os bancos passaram a controlar a indústria

Isto implicou a progressiva separação entre o capital e o trabalho

Características da produção industrial


- concentração de trabalhadores e dos meios de produção nas fábricas
- mecanização crescente do processo produtivo
- disciplina do trabalho operário (horários) e racionalização do trabalho laboral (especialização)
- separação progressiva entre o capital e o trabalho

Concentração Industrial
Objetivos:
- garantir lucros elevados
- assegurar posições de mercados dominantes
- evitar a concorrência

Tipos de Concentração Industrial


Concentração Vertical:
- todas as fases de produção integram-se na mesma empresa
-utilizada sobretudo na indústria metalúrgica
- originou a formação de monopólios

Concentração Horizontal:
- associação de empresas para eliminar a concorrência, controlar áreas de negócios com vista a
dominar o mercado
- originou a formação de cartéis ou trusts
Capitalismo Rural: conjunto de empresários cujo capital resultou dos
lucros obtidos em atividades produtivas rurais que têm como objetivo a
grande produção e total mercantilização para obter lucros reinvestíeis.

Concentração Bancária
- os maiores bancos adquirem outros mais pequenos
- constituem os grupos económicos que financiam empresas e controlam outros setores da
Economia
- conduziu à afirmação do capitalismo financeiro

Revolução Agrícola
Consistiu principalmente na mercantilização da economia agrícola, os proprietários de terra
começaram a gerir as explorações fundiárias como os empresários geriam as fábricas.
Utilizavam novas técnicas, produzindo mais com menos mão de obra e a menos custos.

Vários fatores levaram ao começo da chamada industrialização da agricultura europeia:


- mecanização do trabalho agrícola e maiores conhecimentos científicos
- alargamento dos transportes, visto que esta indústria depende da rápida distribuição

Capitalismo Rural
Condições que favoreceram o capitalismo rural
- aumento da especialização agrícola
- crescimento do capitalismo financeiro
- consequências das alterações estruturais, resultantes da instauração do liberalismo
económico e político:
- liberalização da posse da terra
- liberalização da mão de obra

Todas estas condições encorajaram os empresários a investir mais nos campos, comprando
terras, concedendo empréstimos, etc. Assim surge o capitalismo rural.

Geografia da Industrialização
Inglaterra foi potência hegemónica até 1880 devido a alguns fatores
- legislação liberal permitiu a instalação de estruturas político-económicas e sociais modernas
- possuía o mais alto nível de mecanização e eram as mais avançadas tecnologicamente
- apostou acertadamente em setores como o têxtil, metalurgia, caminhos de ferro, etc.
- aplicou a racionalização e organização do trabalho industrial, tendo uma alta produtividade
- expandiu o seu comércio internacional
- modernizou o aparelho financeiro, pioneiro nos trusts e cartéis, fazendo da Inglaterra o
maior exportador mundial de capitais e investimentos, fortalecendo a libra

Fragilidade da hegemonia inglesa


- máquinas obsoletas
- atraso nos setores químico e elétrico
- resistência às inovações
- abrandamento industrial foi contornado com a política colonial

Afirmação de novas potências industrializadas


- bloqueio continental proibição de produtos ingleses
- surgimento de novos estados afirmação de mercados nacionais

- industrialização beneficiou da maquinaria, dos modelos e técnicas ingleses


- industrialização marcada pelo aproveitamento das potencialidades de cada país
Zollverein: acordo de unificação aduaneira.

França
- processo lento de industrialização
- unificação do mercado nacional tardia
- desigualdade acentuada na distribuição de rendimento
- crescimento lento da população
- agricultura tradicional continuava a ser a principal atividade económica
- processo de industrialização a partir de 1830-1840
- industrialização feita a par do desenvolvimento dos caminhos de ferro
- indústria têxtil foi o setor de arranque
- siderurgia desenvolveu-se tardiamente devido à falta de recursos
- domínio da produção de alumínio até 1890
- desenvolvimento da indústria automóvel
- artigos de luxo foram a base da indústria francesa

Alemanha
- arranque industrial beneficiou da criação do Zollverein em 1834
- forte crescimento populacional
- baixos salários
- desenvolvimento industrial assente na indústria pesada
- disponibilidade de recursos naturais (carvão e ferro)
- afirmação da indústria química
- desenvolvimento industrial beneficiou da concentração industrial
- aposta na educação e especialização

Estados Unidos da América


Fatores que influenciaram a industrialização:
- progresso dos caminhos de ferro
- criação de um mercado nacional
- abundância de matérias-primas
- desenvolvimento de novas tecnologias
- forte crescimento populacional
- generalização de um ensino primário gratuito nos Estados do Norte

- arranque da industrialização a partir de 1860


- o liberalismo económico favoreceu a industrialização
- impulso inicial da algodoeira
Os EUA passam a liderar a
- desenvolvimento da indústria siderúrgica a partir de 1870-1880 produção industrial.
- desenvolvimento da indústria automóvel
Afirmam-se como primeira
- desenvolvimento da indústria elétrica
potência no início do séc. XX

Crises do capitalismo
- abalavam toda a economia
- crises cíclicas, em que havia alguns anos de prosperidade e depois um período de recessão
- resultavam da produção excedentária, eram crises de superprodução
- criadas pelas condições da vida económica na altura, em que o Estado quase não interferia,
estava entregue às leis da livre concorrência, as da oferta e procura
Confiança nos mecanismos autorreguladores
Abundância da oferta em relação procura Descida dos preços Destruição de stock
A diminuição das vendas obrigava os empresários a fazer cortes drásticos nas despesas:
- redução de mão de obra desemprego
- diminuição dos salários e redução dos horários subemprego
- redução dos gastos em matérias-primas, energia, etc. alastra a crise a outros setores

A livre concorrência que aparentava ser benéfica expôs o seu lado negativo ao gerar crises
capitalistas que afetavam todos os setores económicos.

Construção do mercado internacional


Os países europeus mais industrializados exportavam produtos manufaturados, maquinarias e
capitais, e importavam produtos agrícolas e matérias-primas dos menos desenvolvidos.
Os países industrializados trocavam os produtos em que se tinham especializado, ou seja, este
esquema de trocas beneficiava esses países mais. Alguns destes que eram os principais
produtores mundiais eram Inglaterra, França, Holanda, Alemanha, EUA e eram apelidados de
“oficinas do mundo”.
Livre-cambismo
Livre-cambismo: sistema económico liberalista que defende a livre circulação económica, ou
seja, sem taxas aduaneiras, entre todos os países.
Como o livre-cambismo permitia a livre entrada de produtos de países mais industrializados
nos mercados internos de outras nações, favorecia principalmente os pioneiros no arranque
do capitalismo e industrialização.
O livre-cambismo tornou-se a política económica dominante em Inglaterra:
- baixaram os preços dos produtos alimentares
- foram concedidas facilidades à importação de produtos
- foi facilitada a colocação de produtos ingleses nos mercados estrangeiros
Esta política criava uma concorrência, por haver a facilidade de produtos estrangeiros
melhores e mais baratos nos mercados, que impedia o surgimento de novas empresas. Por
isto, na segunda metade do século XIX houve uma tendência para o regresso das políticas
protecionistas, que defendiam a existência de altas taxas aduaneiras, procurando fomentar a
aceleração do desenvolvimento industrial nos seus países.

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