JOÃO PESSOA
2014
1
julho /2014
2
69f. : il.
EXAMINADORES
(UFPB) (Orientadora)
(UFPB)
_____________________________________________________
(UFPE)
Julho / 2014
4
AGRADECIMENTOS
A Deus, fonte de força, grandeza e amor, que se faz presente em toda minha vida.
A Marianne Cavalcante, pela sua dedicação, paciência, compreensão e por compartilhar as dúvidas,
as angústias, as alegrias durante o processo.
Aos meus pais, pelo imenso amor que tenho aos dois.
A Luzia, minha irmã, pela cumplicidade, carinho, torcida e por ser a pessoa mais do bem que eu já
conheci.
A Leila, Priscila, Dulce, Zeza, Thaís, Adivânia, Edamara, Guilhardo, pela força para continuar, pela
troca generosa de ideias e pelo incentivo.
A todas amigas e amigos que direta ou indiretamente me deram força para que eu pudesse ir até o
final do processo.
6
RESUMO
ABSTRACT
Faced with the need to understand and describe how the teachers act in the classroom
in relation to work with various textual genres, not only the literary, we proposed to analyze
in a second grade of elementary school, in the João Pessoa city, how is the teachers’ work
with the acquisition activities writing in relation to the textual genres and literacy practices,
proposing two interventions through didactic sequence procedure: a textual genre about
“invitation” and another about exhibition of pocket books with retelling of stories. More
specifically we follow the classes with the purpose to figure out how is the literacy process,
to observe how the activities of acquisition of written language are developed, to analyze the
written productions of the students taking into consideration the genre worked and the
literacy, developing and implementing together with the teacher two didactic sequences to be
experienced with the class. In order to achieve the goals we set ourselves, we choose as
methodological tools for research - action and we have as individuals surveyed the teacher of
the class, as well as the textual productions of their respective students. For this, we rely on
the theoretical referential about genres proposed by Marcuschi (2008) and approach about
oral and written genres in the school explained by Schenewly and Dolz (1997), among
others. This work is justified by the fact that activities with the text in the classroom focus on
the development of reading and writing thus brings positive implications. The text activities
cannot be developed in a static way, just like a model to be read or produced. It is necessary
to take into a consideration the contexts of production, showing students that the texts have
a social function, producing or reproducing effects of meaning in the act in the of interaction.
Thus, we conclude that work the textual production writing from didactic sequences allowed
a better practice and planning on the part of the teacher and a systematic learning and
reflective with the textual genre taught to students.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO......................................................................................................................10
I. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.......................................................................................13
II. METODOLOGIA...............................................................................................................26
IV-CONCLUSÕES.................................................................................................................66
REFERÊNCIAS......................................................................................................................68
ANEXOS.................................................................................................................................69
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INTRODUÇÃO
de forma a atender às características de cada gênero. Como tais atividades implicam o uso do
sistema de escrita, envolvem também reflexão sobre ele e uma possível sistematização das
relações fonemas/letras que se mostrarem mais difíceis para os alunos.
Trabalhar com os gêneros textuais permite uma reflexão sobre como os textos
circulam e como são produzidos em contextos extraescolares, uma vez que a escola não é o
único lugar onde as crianças entram em contato com textos escritos, seja lendo ou
escrevendo.
Nessa perspectiva, as atividades de produção textual escrita em turmas do segundo
ano do ensino fundamental passam a ter mais sentido e significação para as crianças que se
encontram em fase de aquisição da linguagem, uma vez que elas passam a ser envolvidas em
situações concretas de produção de textos, sem precisarem ler textos forjados, desprovidos
de sentido, como os pseudotextos, a exemplo de “Vovó viu a uva” ou “ O boi baba”.
Levando em consideração que os alunos vivem numa sociedade letrada, em que a
língua escrita está presente de forma visível nas atividades cotidianas é relevante o trabalho
com a variedade de gêneros, pois certamente as crianças formularão hipóteses sobre a
utilidade, o funcionamento, a configuração de cada gênero estudado. Para tanto, é necessário
que os professores desenvolvam atividades em sala de aula que favoreçam a observação e
manuseio de muitos textos, pertencentes a gêneros diversificados, presentes em diferentes
suportes¹.
Tendo em vista a necessidade de compreender e descrever como os professores
desenvolvem suas aulas em relação ao trabalho com diversos gêneros textuais, e não apenas
o literário, é que nos lançamos na proposta de analisar como se dá o trabalho de aquisição da
escrita, em uma turma do 2° ano do ensino fundamental, no município de João Pessoa, em
relação aos gêneros textuais e às práticas de letramento.
Nesse enfoque pretendemos como objetivo geral investigar como se dá o trabalho
com a escrita em uma turma do 2° ano do ensino fundamental no município de João Pessoa,
em relação aos gêneros textuais e às práticas de letramento e propor duas sequências
didáticas para serem vivenciadas em conjunto com a professora e os alunos.
De uma forma mais específica, pretendemos acompanhar as aulas em uma turma do
2° ano do ensino fundamental com o objetivo de compreender como se dá o processo de
____________
1- Lugar físico ou virtual com formato específico que serve de base ou ambiente de fixação do gênero
materializado como texto ( MARCUSCHI, p.174, 2008)
12
I. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Conforme exposto, quando vamos escrever, precisamos planejar o que vai ser escrito,
realizar a escrita propriamente dita e realizar a revisão e uma possível reescrita. Porém,
segundo Antunes (2003) essas etapas são interdependentes e intercomplementares.
Antunes (2003, p. 57-58) apresenta um esquema para uma compreensão mais clara
das etapas da produção escrita, assim:
15
ampliar seu repertório; pôr no papel o que foi rever o que foi escrito;
planejado;
considerar a situação em que enfim, essa é uma etapa rever a fidelidade de sua
o texto vai circular; intermediária, que prevê a formulação linguística às
atividade anterior de planejar e normas da sintaxe e da
a outra posterior de rever o que semântica, conforme prevê a
foi escrito; gramática da estrutura da
língua;
Por meio do quadro acima, fica evidente que não basta apenas solicitar aos alunos
uma determinada atividade de escrita, é necessária a preparação de etapas antes da escrita e
após a escrita, cada uma delas com funções determinadas para que as produções linguísticas
dos alunos atinjam o propósito comunicativo de forma adequada e eficaz. Nesse sentido, é
necessário planejar antes de escrever e revisar e reescrever após a escrita.
No processo de interação com o outro estamos o tempo todo produzindo textos, que
segundo Beaugrande (1971, p.10) apud Marcuschi (2008, p.72), “texto é um evento
comunicativo em que convergem ações linguísticas, sociais e cognitivas”. Nesse sentido,
fica cada vez mais evidente a relevância do desenvolvimento de atividades com o texto em
sala de aula, seja na modalidade oral ou escrita, uma vez que interagimos usando textos,
sendo estes configurados em gêneros diversos.
Os gêneros textuais são rotinas sociais do nosso dia a dia, são dinâmicos, flexíveis e
não podem ser considerados um modelo estanque, como afirma Marcuschi (2002, p.38):
Conforme afirma Marcuschi (2002, p.38), é impossível nos comunicarmos sem que
seja por meio de textos configurados em algum gênero textual. O autor também afirma que
“os gêneros textuais são entidades sócio-discursivas e formas de ação social incontornáveis
em qualquer situação comunicativa”.
A fim de desfazer os equívocos que encontramos até mesmo em alguns livros
didáticos, que confundem gênero com tipo textual, Marcuschi (Op. Cit. p. 22-23) nos mostra
uma definição que permite entender as diferenças facilmente:
17
Conforme Marcuschi (2008,p.159), “as distinções entre um gênero e outro não são
predominantemente linguísticas e sim funcionais.Já os critérios para distinguir os tipos
textuais seriam linguísticos e estruturais, de modo que os gêneros são designações
sociorretóricas e os tipos designações teóricas”. Esse autor afirma que os gêneros textuais
são entidades comunicativas, em que prevalecem aspectos como a função do texto, os
propósitos de comunicação, as ações e os conteúdos e que a tipicidade de um gênero origina-
se das características funcionais e organização retórica. (cf. Marcuschi, 2008, p. 159). Na
relação entre gêneros e tipos, não há dicotomia, um complementa o outro.
O gênero textual tem um propósito que o determina e lhe dá uma esfera de
circulação. Cada gênero textual possui uma forma e uma função, bem como um estilo e um
conteúdo, mas se efetiva socialmente basicamente pela função e não pela forma. É
importante salientar que há algumas confusões sobre a forma de se trabalhar com os gêneros
textuais em sala de aula. Não se deve explorar apenas as características de cada gênero (carta
tem cabeçalho, data, saudação inicial, despedida etc.), pois trabalhar apenas a estrutura do
texto não faz com que ninguém aprenda a, efetivamente, escrever uma carta. É importante se
discutir por que e para quem escrever.
Segundo Miller (1984), os gêneros não podem ser concebidos como modelos
estanques nem estruturas rígidas, mas como formas culturais e cognitivas de ação social.
Nesse sentido, devemos ver os gêneros como entidades dinâmicas e que, por toda essa
dinamicidade, é difícil contar todos os tipos de gêneros existentes, dificultando assim sua
classificação. Dessa forma, os estudiosos têm se preocupado em explicar como os gêneros se
constituem e circulam socialmente e não mais fazer tipologias, pois como afirmou Bronckart
(1999:103), “a apropriação dos gêneros é um mecanismo fundamental de socialização, de
inserção prática nas atividades comunicativas humanas”. Com essa afirmação vemos que
não se pode tratar o gênero do discurso desvinculado da realidade social e da relação com as
atividades humanas.
Considerando-se os gêneros textuais formas verbais orais e escritas que resultam de
enunciados produzidos em sociedade e, no âmbito do ensino-aprendizagem de português,
são vias de acesso ao letramento, propõe-se que no ensino as atenções estejam voltadas para
os textos que encontramos em nossa vida diária com padrões sócio-comunicativos
característicos definidos por sua composição, objetivos enunciativos e estilos concretamente
realizados por forças históricas, sociais, institucionais e tecnológicas (Cf. MARCUSCHI,
2008 p.155).
19
Dessa forma, estamos imersos em uma sociedade com vivência cultural diversa
sempre envolvida pela linguagem e os textos que estão inseridos nessa vivência são
estabilizados em gêneros.
Outro aspecto relevante no trato com os gêneros textuais é a questão da
intergenericidade, ou seja, um gênero com a função de outro. É sabido que os gêneros são
denominações históricas e são constituídos socialmente, porém é difícil determinar o nome
de cada gênero de texto. Como afirma Bakhtin, citado por Marcuschi ( 2008, p.163), “os
gêneros se imbricam e interpenetram para constituírem novos gêneros” e dessa maneira
podemos encontrar determinado gênero textual com a função de outro.
Conforme Marcuschi (2008, p.164), quando queremos nomear os gêneros textuais,
geralmente, usamos os critérios a seguir, podendo estes atuarem em conjunto:
Porém Marcuschi (2008), afirma que o problema está na identificação do gênero e não
na nomeação, uma vez que é comum fazermos uma mesclagem de formas e funções
burlando o cânon de um gênero.
Outra questão relevante diz respeito ao papel do suporte textual na relação com o
gênero textual, compreendendo suporte como define Marcuschi (2008, p. 174) “ entendemos
aqui como suporte de um gênero um locus físico ou virtual com formato específico que serve
de base ou ambiente de fixação do gênero materializado como texto”. Conforme o autor, o
suporte não é neutro em relação ao gênero textual.
O suporte de um gênero possui uma superfície física ou virtuale de formato específico
que serve para fixar, suportar, mostrar um texto, comportando assim, três aspectos:
dos diversos gêneros textuais que estão presentes em nossa vida social, potencializando as
suas capacidades de ler e escrever.
Schneuwly e Dolz (2004, p.83) apresentam uma estrutura de base de uma sequência
didática, como mostra o esquema abaixo:
Após ter trabalhado nos módulos as dificuldades que o professor detectou referentes
às capacidades necessárias ao domínio de um gênero, deverá ser proposta aos alunos uma
produção final, sendo esta um momento para que eles ponham em prática os conhecimentos
adquiridos ao longo desses módulos e que podem estar ligados aos níveis na produção de
textos, tais como, representação da situação de comunicação, elaboração dos conteúdos,
planejamento do texto e realização do texto. (cf. Dolz e Schneuwly, 2004, p.88)
A apresentação da situação:
Esse é o momento para que o professor exponha aos alunos qual será o projeto de
comunicação que eles realizarão e já os prepara para a primeira produção do gênero que irão
estudar. Os alunos constroem uma representação da situação de comunicação e a atividade
de linguagem que irão executar, abrangendo duas dimensões principais, conforme Dolz e
Schneuwly, 2004, p.84).
A primeira produção
Os módulos
Planejamento do texto;
Realização do texto.
25
A produção final
Para atingir as finalidades gerais do trabalho com a sequência didática é necessário que
o professor apresente uma grande variedade de atividades, selecionando-as e adaptando-as
de acordo com as necessidades dos alunos. Essas adaptações das sequências exige da parte
do professor
É importante ressaltar que o procedimento sequência didática não deve ser a única
forma de trabalho em sala de aula para que os alunos desenvolvam um melhor domínio da
língua. Em outros momentos de aula, devem ser trabalhados aspectos da língua,
principalmente, no nível da textualização, uma vez que é nesse nível da sequência didática,
que pode haver outras abordagens a respeito da língua, tais como, questões de gramática e
sintaxe e questões de ortografia.
II- METODOLOGIA
observadas por vivência direta que permitirá analisar empiricamente nosso objeto de estudo,
assim como nos possibilitará contribuir com uma reflexão/transformação acerca desse objeto
por meio do trabalho de intervenção com duas sequências didáticas: convite e exposição de
livros de bolso.
Para a realização do estudo, foi feito um trabalho de campo, através de observações
diretas em sala de aula no período de seis meses, a fim de obtermos o suporte científico
(corpus) que norteará as nossas reflexões no decorrer da análise dos textos produzidos pelos
alunos do 2° ano do ensino fundamental, e nos possibilitará analisar como se dá o processo
de aquisição da língua escrita, os gêneros trabalhados nessa série e se estão numa proposta
de letramento. Também foi aplicada, junto ao professor da sala, uma entrevista avaliativa
referente à proposta de intervenção, que também norteou as nossas reflexões acerca das
ações na sala de aula.
Dessa forma, o estudo tem como sujeitos pesquisados o (a) professor (a) da sala e
seus respectivos alunos. Os dados obtidos através dos instrumentos de coleta foram
submetidos a uma análise de conteúdo qualitativa e quantitativa.
O objeto de estudo desse trabalho foram as aulas planejadas e ministradas pelo(a)
professor(a) que possibilitaram observar e analisar empiricamente o que fazem, como fazem,
quais atividades com a língua portuguesa são propostas em sala de aula e as produções
textuais escritas por dezessete alunos do 2° ano do ensino fundamental, com faixa etária
entre seis a oito anos, para analisarmos como utilizam os gêneros textuais que são abordados
nessa série, considerando o processo de aquisição da linguagem escrita dentro da perspectiva
do letramento.
Imagem 1 (19/08/2013)
Imagem 2 (19/08/2013)
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Imagem 3 (19/08/2013)
Imagem 4 (19/08/2013)
- Do moinho____
- O que trazes____
- Pão e vinho____
- Me dá um pouquinho__
33
- Não____
Cada aluno era chamado para pontuar uma frase e, caso não soubesse, a turma o
ajudava. Em seguida, lia a frase com a entonação adequada, conforme o sinal de pontuação.
A aula do dia 13/09/2013 teve como foco o Projeto Ano Cultural, em que todas as
escolas municipais desenvolvem trabalhos em homenagem a artistas da terra. Este ano, as
homenageadas foram Catia de França e Elba Ramalho. Dentro desse projeto, foram
trabalhados com a turma três gêneros textuais: biografia, letra de música e poema.
O primeiro gênero textual a ser trabalhado foi biografia. Como estratégia de ensino, a
professora contou para a turma um pouco sobre a vida de cada cantora e estimulou o diálogo
em sala.
Dando sequência ao projeto e trabalhando o gênero letra de música, no dia
16/09/2013, foi distribuída a letra da música “Ponta do Seixas”(anexo IV). As estratégias
utilizadas para o estudo do texto foram:
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Imagem 5 – (19/09/2013)
35
Imagem 6- (19/09/2013)
Imagem 7 (19/09/2013)
didático foi solicitado aos alunos que fizessem uma leitura silenciosa do texto. Após
observação houve uma conversa informal e formação de duplas para que produzissem
cartazes incentivando a vacinação de cães e gatos. Os alunos participaram ativamente da
atividade e com muita integração.
Uma atividade de ortografia, que os alunos desenvolveram no dia 27/09/2013,
focava a emprego do “m” ou “n” antes de consoantes. Para esta atividade, a professora
apresentou as sequências: am, em, im, om, um; an, en, in, on, um, e explicou que o “m” usa-
se antes do “p” e “b” e que o “n” usa-se antes das demais consoantes. Após explicação, os
alunos fizeram a atividade proposta no livro didático, copiaram e responderam também esta
atividade escrita na lousa.
Complete as palavras com m ou n e leia:
_________________
2- Brinquedo confeccionado a partir de material reciclado, tais como, garrafa pet, barbante, fita crepe, tinta
guache e folhas de revista.
37
O patinho feio
Os três porquinhos
João e Maria
Pedro e o lobo
Chapeuzinho Vermelho
Soldadinho de chumbo
Nos dias 17 e 18/10/2013 a professora preparou uma série de atividades com o tema
“Baú das histórias infantis” contendo vários contos infantis para trabalharmos com a turma e
desenvolvermos as sequências didáticas para convidarmos e apresentarmos os resultados aos
alunos do segundo ano B.
Para o desenvolvimento dessas atividades, a professora teve por meta incentivar os
educandos a realizarem atividades de leitura e de escrita de forma envolvente, dinâmica,
numa perspectiva construtivista, a fim de tornar os alunos capazes de lerem, interpretarem e
produzirem textos com autonomia. Para isso, ela selecionou os seguintes objetivos
específicos:
Selecionar procedimentos de leitura adequados a diferentes objetivos e
interesses e as características do gênero e do suporte;
outubro novembro
21/10/2013 01/11/2013
24/10/2013 04/11/2013
25/10/2013 05/11/2013
28/10/2013 06/11/2013
30/10/2013 07/11/2013
31/10/2013 08/11/2013
39
11/11/2013
12/11/2013
14/11/2013
18/11/2013
19/11/2013
20/11/2013
21/11/2013
22/11/2013
Imagem 08 (21/10/2013)
Imagem 09 (21/10/2013)
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Imagem 10 (21/10/2013)
Imagem 11 (21/10/2013)
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Imagem 12 (21/10/2013)
Imagem 14 (21/10/2013)
Imagem 15 (21/10/2013)
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Imagem 16 (21/10/2013)
Imagem 17 (21/10/2013)
Observamos por meio dos exemplos acima que os alunos elaboraram um primeiro
texto no gênero convite revelando para si e para nós, professores, o que já sabem e o que
ainda precisam aprender. Os textos das imagens 08, 10,11,12,13,15 e 16 não demonstram
insucesso, uma vez que os alunos produziram os textos de acordo com a situação de
comunicação dada, embora ainda não apresentem todas as características do gênero em
estudo de forma bem estruturada.
45
Conforme Dolz e Schneuwly (2004) as produções iniciais são reguladoras tanto para
os alunos como para o professor. Por meio dessas produções
Na análise dos textos, observamos que os alunos já conseguem perceber que alguns
elementos são fundamentais em um convite, a exemplo das informações sobre a data, local e
horário do evento. Evidenciamos que alguns alunos apresentaram uma certa dificuldade em
relação ao conteúdo do convite. Os textos das imagens 10 e 15 demonstram essa ausência de
conteúdo, necessitando o desenvolvimento de atividades nos módulos que contemplem as
capacidades linguístico-discursiva. Essas observações são fundamentais porque nos
permitem adaptar a sequência e elaborar os módulos de forma mais adequada as capacidades
reais dos nossos alunos.
No dia 24/10/2013, iniciamos duas atividades dos módulos com base nas dificuldades
que os alunos apresentaram, especificamente, em relação ao conteúdo do texto que
escreveram na produção inicial. Para tanto apresentamos os dois convites a seguir:
Imagem 18 (24/10/2013)
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Convite rosa
Paulo,
Participe do 1º Encontro de Alunos da Escola Aprender. Vai ter muita brincadeira e
diversão. Você não pode faltar, contamos com sua presença!
Endereço: Rua Silva Lopes,367
Data: 20/10/2010
Horário: 15 horas
Felipe
Convite verde
Festa dos amigos
Maria,
Vamos comemorar a nossa amizade
Dia: 21/02/08
Horário: 10 horas
Local: Escola Feliz, sala 5
Aguardo você!
João
Assunto;
Local, dia, mês e ano dos convites;
Horário;
Imagem 19 (25/10/2013)
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Imagem 20 (25/10/2013)
Imagem 21 (25/10/2013)
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Imagem 22 (25/10/2013)
Imagem 23 (25/10/2013)
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Imagem 24 (25/10/2013)
Imagem 25 ( 25/10/2013)
Esse momento de reescrita coletiva foi bastante significativo, pois a turma toda
envolveu-se com bastante atenção, cada um dando sugestões e nós, professoras, fizemos as
mediações necessárias questionando o tempo todo a respeito das adequações referentes à
organização geral do texto, se havia ou não incoerência de conteúdo, a falta de coesão e
coerência nas frases, se o texto estava adequado à situação de comunicação proposta, a
ortografia e os processos de segmentação da escrita, elencando, oralmente, uma lista de
51
Imagem 26 ( 25/10/2013)
Logo após a reescrita do texto em sua versão final, foram distribuídos papéis para que
os alunos escrevessem, cada um, a versão final do convite, conforme imagens a seguir.
Imagem 27 ( 25/10/2013)
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Imagem 28 ( 25/10/2013)
Imagem 29 (25/10/2013)
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Imagem 30 (25/10/2013)
Imagem 31 (25/10/2013)
Podemos observar, nessas produções finais, que embora a reescrita tenha sido feita de
forma coletiva, os textos ainda apresentam alguns desvios ortográficos e de concordância.
Mesmo assim, verificamos que os objetivos apresentados na proposta da situação
comunicativa foram alcançados. Alguns alunos, embora sabendo que a produção final foi
feita por todos, sentiram a necessidade de darem um estilo pessoal à sua produção. Muitos
até assinaram o nome.
Dolz e Schneuwly ( 2004, p. 90) assinalam que a produção final possibilita ao aluno
por em prática o que aprenderam durante as atividades nos módulos e auxilia o professor a
realizar uma análise sobre os progressos do aluno acerca do gênero em estudo.
Na continuidade do desenvolvimento da sequência didática, iniciamos a segunda
etapa das atividades envolvendo a exposição dos livros de bolso e o reconto de histórias
infantis, a serem apresentadas oralmente no dia 22 de novembro de 2013. Iniciamos um
trabalho a partir do dia 28 de outubro, com um projeto chamado “Baú das histórias”. Com
um pequeno baú contendo objetos que representam as histórias infantis, a professora ia
retirando um de cada vez para que os alunos identificassem a qual conto pertenciam. Monta-
se, assim, a listagem com os títulos das histórias utilizando o caderno de leitura e o painel,
para serem apresentados no dia da exposição. Vale salientar que todos os contos
apresentados por ícones que estavam no baú foram contados à turma.
Imagem 32 (28/10/2013)
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Imagem 33 (28/10/2013)
Imagem 34 (28/10/2013)
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Imagem 35 (28/10/2013)
8º módulo (11 e 12/11/2013) -Leitura do conto “Branca de Neve e os sete anões” para a
produção de desenhos utilizando a sequência de escrita;
Imagem 36 (22/11/2013)
59
Imagem 37 (22/11/2013)
1-Trabalhar com o gênero textual, em sala de aula, por meio de sequência didática,
possibilita aos alunos a apropriação do mesmo de maneira mais adequada para saber usá-lo
numa dada situação de comunicação? Justifique.
Com certeza. Pois o trabalho com sequência didática faz com que os alunos se
envolvam de modo gradativo nas situações em que os gêneros circulam. Assim, eles, ao
vivenciarem o trabalho com sequência didática, refletem sobre a língua, seus usos, as
práticas sociais em que os diferentes gêneros circulam. Mas vale ressaltar que ensinar
gêneros textuais na sala de aula não basta que o professor domine a estrutura
composicional do gênero e sua finalidade, é preciso também buscar informações
relevantes para a elaboração do conteúdo informacional que o texto vai conter.
2-As sequências didáticas inserem-se num projeto que motiva os alunos a escrever?
Justifique.
Através do trabalho realizado com sequência didática, os alunos podem ser motivados
a escrever, porém não há uma limitação das aprendizagens. Isso porque possibilita
vivenciar diferentes estratégias de organização do ensino e de aprendizagem no
decorrer da sequência.
3-A diversificação das atividades e dos exercícios, as chances de cada aluno se apropriar dos
instrumentos e noções propostos, respondem às exigências de diferenciação do ensino?
Justifique.
Sim. Quando se faz uma aula por meio do planejamento, o professor organiza melhor
sua prática. Com isso, reflete sobre os objetivos que quer alcançar e as atividades a
serem desenvolvidas são de forma mais consciente com o que se pretende desenvolver.
64
4-As sequências didáticas possibilitam preparar o aluno para dominar sua língua nas
situações mais diversas da vida cotidiana, oferecendo-lhe instrumentos precisos,
imediatamente eficazes para melhorar suas capacidades de escrever e de falar? Justifique.
5-O projeto coletivo de produção de um gênero, seja oral ou escrito, possibilita que
compreendam o melhor possível a situação de comunicação na qual devem agir. Opine.
proporcionando reflexão acerca do estudo da língua e seus usos, bem como, as diferentes
práticas sociais em que os diferentes gêneros textuais circulam.
Não obstante, também houve o entendimento por parte da professora, que o trabalho
realizado com a sequência didática torna os alunos mais motivados a escrever, mesmo
havendo limitações de aprendizagem. Essa motivação, segundo ela, decorre da possibilidade
de vivência com diferentes estratégias de organização do ensino e de aprendizagem nas
etapas da sequência.
Em relação à diversificação das atividades e dos exercícios propostos na sequência
didática responderem às exigências de diferenciação do ensino, a professora afirma que
quando se faz uma aula por meio do planejamento com atividades diversificadas e bem
elaboradas a aprendizagem ocorre de forma mais significativa.
Em suas respostas sobre o procedimento sequência didática, a professora
compreende que este viabiliza ao aluno estudar determinado gênero textual de forma mais
aprofundada e melhorar sua capacidade de escrever e de falar com autonomia, exigindo
desse aluno uma série de atitudes como interesse, motivação, atenção, compreensão e
expectativas de aprender e conhecer.
Quanto ao projeto coletivo de produção de um gênero textual, seja ele escrito ou oral,
há uma abordagem sobre a necessidade do professor conhecer o aluno a ponto de saber quais
estratégias de ensino podem ser utilizadas para lançar desafios à turma que possibilitem ir
além do que eles já sabem. Em seu ponto de vista, o professor é visto como facilitador e cabe
a ele planejar ações e permitir negociações em todo o processo de ensino e aprendizagem.
Dessa maneira, a produção final será desenvolvida com autonomia, mas com
responsabilidade coletiva e um bom resultado da produção.
Em suma, percebemos que houve o entendimento, por parte da professora,sobre o
procedimento sequência didática e valorização de um ensino a partir do mesmo para uma
alfabetização com vistas no letramento.
66
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
KLEIMAN, Ângela B. Preciso ensinar o letramento? Não basta ensinar a ler e escrever?
Campinas: CEFIEL / UNICAMP, 2005.
ROJO, Roxane. (org.) Alfabetização e Letramento. São Paulo: Mercado das Letras, 1998.
SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim. Gêneros Orais e Escritos na Escola. Tradução
e organização Roxane Rojo e Glaís Sales Cordeiro. Campinas: Mercado de Letras, 2004.
SOARES, Magda Becker. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica,
1998.
______. Letramento: um tema em três gêneros. 2. ed. Belo Horizonte: Autentica, 2003.
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ANEXOS
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