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Apenas com articulação, organização e mobilização podemos preservar nossos direitos.

Os Representantes de escola, reunidos no dia 27 de março de 2013 na sub sede da Apeoesp Mogi Mirim, discutimos
os atuais rumos da educação paulista. Todos sabemos da precariedade da situação atual: vários direitos já nos foram
tirados, fomos transformados em categoria, nosso salário está totalmente defasado, e o mais terrível, as condições
de aula são absurdas. O grande responsável por tudo isto é o governo do Estado, que aplica uma POLÍTICA
EDUCACIONAL NEOLIBERAL, que pretende transformar tudo em negócio. É a ética do capitalismo, tudo é
mercantilizado, professor é apenas um instrumento, aluno é um número e a educação não passa de um gasto.

Neste sentido, não podemos continuar alimentando esta ética nefasta. Precisamos de coragem e luta. Sabemos que
é imprescindível construir uma mobilização junto a todos os professores/as, o que não pode ser feito de cima para
baixo, mas com diálogo e articulação. Queremos que todos os professores possam dizer o que pensam, mas também
escutar que não podemos ficar reféns de um bônus (mixaria para calar nossa boca diante de tantas perdas que já
tivemos), não podemos nos calar diante de uma educação que cada vez mais nos entristece.

Por isto mesmo, não podemos aceitar a divisão dos colegas em categorias. Somos todos professores. Não queremos
apenas melhorias para a categoria “O”. Queremos que eles sejam professores e que todos sejam respeitados. Mas
para isto afirmamos na reunião que a mobilização é essencial. Não temos medo de protestar, de fazer greve, de ir
contra as ações do governo. Todavia, queremos fazer isto com responsabilidade e todos juntos, de forma
organizada.

Os trabalhadores brasileiros estão submetidos à precarização e exploração cada vez maior como decorrência da
política neoliberal. Neste sentido, nossa luta é solidária com toda a classe trabalhadora. Alertamos a direção sindical
sobre tal questão de unidade com todos os trabalhadores, tornando nossa luta mais forte e impactante.

Professores: nossa jornada não é cumprida pelo governo, que desrespeita uma lei. Apenas os professores são
avaliados por provinhas de mérito: não aceitamos essa política de mérito; devemos ser valorizados por salário
decente (o que deve ser feito para todo trabalhador brasileiro). O governo não negocia, não escuta os professores,
para que ficar insistindo numa comissão paritária que só serve para atrapalhar nossa organização e mobilização: não
sejamos ingênuos, pois o governo só vai se mexer se houver um grande questionamento através de mobilização e
protestos. Finalmente, queremos qualidade da educação. Isto não se faz com escola de tempo integral. Rejeitamos
tal projeto que é concebido como forma de reduzir gastos e controlar ainda mais a docência e a luta do trabalhador,
sem mudar uma vírgula na concepção de escola que continua sendo um depósito dos filhos da classe trabalhadora.

Estaremos presentes no ato do dia 19/04. Sabemos que é impossível todos os professores, mas convidemos mais
colegas que possam estar conosco para defender estes pontos de vista e ajudar a construir uma mobilização
realmente eficaz, onde a força do professor/a realmente possa ser mostrada, servindo de exemplo para nossos
alunos/as se motivarem a construir um Brasil realmente justo e igualitário para todos os trabalhadores.

Flavio Eduardo Mazetto (representante da escola Antonio Caio – Itapira)

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