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SUMÁRIO
CADERNO DE JURISPRUDÊNCIA – SETEMBRO DE 2020............................................................................. 2
DIREITO CONSTITUCIONAL.................................................................................................................. 2
IMPEDIMENTO/SUSPEIÇÃO DE MINISTROS EM AÇÕES OBJETIVAS ................................................... 2
REQUISIÇÕES ADMINISTRATIVAS POR ENTES SUBNACIONAIS .......................................................... 3
EMPREGO DA FORÇA NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA .............................................................. 4
DIREITO ADMINISTRATIVO ................................................................................................................. 4
TÉCNICO DE CONTABILIDADE: REGISTRO NO CRC............................................................................. 4
TREINADOR DE TÊNIS: DESNECESSIDADE DE REGISTRO .................................................................... 5
SAMU: (DES)NECESSIDADE DE PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM...................................................... 5
SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS POR IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA .................................. 5
PROCESSO PENAL ............................................................................................................................... 6
IMPUGNAÇÃO DE ACORDO DE COLABORAÇÃO PREMIADA .............................................................. 6
(IM)PARCIALIDADE DO JULGADOR E PRODUÇÃO DE PROVAS ........................................................... 6
ASTREINTES: APLICABILIDADE NO PROCESSO PENAL........................................................................ 7
ASTREINTES: BLOQUEIO VIA BACEN-JUD ......................................................................................... 8
IMPEDIMENTO/SUSPEIÇÃO DE TURMA DO STJ ................................................................................ 8
BUSCA E APREENSÃO EM CASA DESABITADA (IMPORTANTE!!!) ....................................................... 8
DIREITO PENAL ................................................................................................................................... 9
EXECUÇÃO PENAL: REMIÇÃO DE PENA PELO ESTUDO ...................................................................... 9
FALTA DE PRESTAÇÃO DE CONTAS POR PREFEITO .......................................................................... 10
ESTELIONATO: NOVA REGRA DO ART. 171, § 5, CP ......................................................................... 10
PROGRESSÃO DE REGIME DE MULHER GESTANTE .......................................................................... 11
DIREITO ELEITORAL .......................................................................................................................... 12
INQUÉRITO ELEITORAL: ARQUIVAMENTO ...................................................................................... 12
DIREITO CIVIL ................................................................................................................................... 12
GUARDA E REGISTRO DE ACESSOS À INTERNET .............................................................................. 12
EXERCÍCIOS ...................................................................................................................................... 14
EXERCÍCIOS COMENTADOS ............................................................................................................... 18
Bons estudos!
➢ Informativos analisados:
• STJ – 677, 678
• STF – 988, 989, 990, 991, 992
DIREITO CONSTITUCIONAL
IMPEDIMENTO/SUSPEIÇÃO DE MINISTROS EM AÇÕES OBJETIVAS
STF, 989 - Não há impedimento, nem suspeição de ministro, nos julgamentos de
ações de controle concentrado, exceto se o próprio ministro firmar, por razões de
foro íntimo, a sua não participação. (ADI 6362)
Caso concreto: no curso da ADI 6362 suscitou-se uma questão de ordem acerca da
possibilidade de declaração de suspeição ou impedimento de ministros do STF nos julgamentos
de ações de controle de constitucionalidade. O plenário estendeu o objeto da questão para todas
as ações de controle concentrado em que se discute a validade de normas, incluindo-se a ADPF;
Existe impedimento ou suspeição no julgamento de ações objetivas?
Decisão do Plenário: NÃO! Ações objetivas são aquelas que não se discutem situações
individuais e interesses concretos; e sim questões de ordem abstrata, como a
constitucionalidade de leis e atos normativos. Nestas ações, via de regra, não se pode suscitar
impedimento ou suspeição dos magistrados, dado que tais institutos estão ligados às relações
do juiz com os sujeitos do processo. Contudo, o plenário admite uma exceção: quando o próprio
ministro, por razões de foro íntimo, declara-se impedido ou suspeito.
Caso concreto: A Confederação Nacional de Saúde (CNS) impugnou via Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADI) os seguintes dispositivos da Lei n. 13.979/2020:
Lei 13.979/2020: “Art. 3º Para enfrentamento da emergência de
saúde pública de importância internacional decorrente do
coronavírus, as autoridades poderão adotar, no âmbito de suas
competências, dentre outras, as seguintes medidas: (...) VII –
requisição de bens e serviços de pessoas naturais e jurídicas,
hipótese em que será garantido o pagamento posterior de
indenização justa; e (...) § 7º As medidas previstas neste artigo
poderão ser adotadas: (...) III – pelos gestores locais de saúde, nas
hipóteses dos incisos III, IV e VII do caput deste artigo.”
Em síntese, a CNS requereu que o plenário desse interpretação conforme aos dispositivos,
no sentido de que as requisições administrativas fossem: 1°) coordenadas pelo Ministério da
Saúde; 2°) somente pudessem ser implementadas pelos entes subnacionais (Estados, DF e
Municípios) após autorização e consentimento do Ministério da Saúde; 3°) dependessem de
motivação e prévia audiência do atingido pela requisição.
O que é requisição administrativa? Trata-se de instrumento jurídico, previsto no art. 5º,
XXV da CR/88, que permite à autoridade competente, nas hipóteses de iminente perigo público,
usar bens móveis, imóveis ou serviços particulares, assegurado o direito a indenização
posterior apenas se houver dano. Ex. diante do iminente risco de deslizamentos de terras, o
prefeito municipal requisita o alojamento de uma empresa privada para abrigar
temporariamente as pessoas que residem na área potencialmente atingida.
Durante a crise de COVID-19 os entes subnacionais (Estados, DF e Municípios) podem
requisitar bens e serviços privados sem anuência do Ministério da Saúde?
Decisão do plenário: SIM. Por maioria o STF julgou improcedente o pedido da CNS,
assegurando aos Estados/DF e Municípios a possibilidade de implementar suas requisições
administrativas sem qualquer anuência ou autorização do Ministério da Saúde e tampouco
audiência prévia do atingido. Entre os fundamentos da decisão destacam-se os seguintes: a)
importância da desconcentração de poder no sistema federalista; b) maior proximidade dos
Estados e Municípios das demandas decorrentes da emergência de saúde pública; c)
inexistência de hierarquia entre os entes políticos (U/E/DF/M); d) tratar-se de matéria de
interesse e atuação comum da União, Estados/DF e Municípios (art. 23, II CR/88);
Caso concreto: a Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) foi mobilizada para atuar
nos municípios de Prado e Mucuri (Estado da Bahia), mediante portaria do ministro da justiça,
a fim de prestar apoio ao Ministério da Agricultura. O governo da Bahia, que não havia solicitado
formalmente o apoio da FNSP, contestou a atuação e requereu ao STF que ordenasse a retirada
dos policiais.
Premissas: i) a FNSP é composta majoritariamente por policiais civis e militares dos
estados, contudo é vinculada ao Ministério da Justiça; ii) o emprego da FNSP é regulamentado
pelo art. 4° do Decreto 5.289/2004, o qual assim dispõe:
Decreto 5.289/2004 - Art. 4o A Força Nacional de Segurança Pública
poderá ser empregada em qualquer parte do território nacional,
mediante solicitação expressa do respectivo Governador de Estado,
do Distrito Federal ou de Ministro de Estado. (Redação dada pelo
Decreto nº 7.957, de 2013)
Pode o Ministro da Justiça determinar o emprego da FNSP mesmo sem anuência do
Governador de Estado?
Decisão do Plenário: NÃO! O Art. 4° do Decreto 5.289/2004 padece de ilegalidade, uma
vez que ampliou o conteúdo semântico da Lei 11.473/07, da qual deveria extrair sua validade.
Além disso, o plenário apontou que a autorização unilateral de emprego da FNSP, sem anuência
do mandatário estadual, viola o sistema federativo e a autonomia dos Estados-Membros. Com
isso, a Corte referendou a decisão monocrática que ordenou a retirada da FNSP dos municípios
de Prado e Mucuri/BA.
DIREITO ADMINISTRATIVO
TÉCNICO DE CONTABILIDADE: REGISTRO NO CRC
STJ, 677 - Ao técnico em contabilidade que tenha concluído o curso após a edição da
Lei n. 12.249/2010 é assegurado o direito de se registrar no Conselho de Classe até
1º de junho de 2015, sem que lhe seja exigido o Exame de Suficiência, sendo-lhe,
dessa data em diante, vedado o registro. (REsp 1.659.767-RS)
Caso concreto: determinado vereador teve seu mandato cassado pela mesa da Câmara
de Vereadores, após decisão judicial que suspendeu seus direitos políticos por três anos. O
vereador recorre alegando que a condenação por improbidade estava relacionada ao mandato
anterior, já encerrado, razão pela qual não poderia atingir o atual. O caso chega ao STJ.
Premissas: a suspensão de direitos políticos é uma das consequências da condenação
por improbidade administrativa (art. 12, Lei 8.429/92);
Os efeitos da condenação alcançam o mandato diverso do que se deram os fatos?
Decisão da 2° Turma/STJ: SIM! A perda do mandato eletivo de vereador decorre
automaticamente da condenação judicial de suspensão dos direitos políticos na ação de
PROCESSO PENAL
IMPUGNAÇÃO DE ACORDO DE COLABORAÇÃO PREMIADA
STF, 988 - A Segunda Turma, em conclusão e por empate na votação, concedeu, de
ofício, a ordem de habeas corpus para declarar a nulidade da utilização, como meio
de prova, do segundo acordo de colaboração premiada firmado, por auditor e sua
irmã, no âmbito de operação deflagrada com o objetivo de desarticular organização
criminosa formada por auditores fiscais. (HC-142205 e HC-143427)
Caso concreto: Um auditor fiscal era investigado por supostos crimes tributários e contra
administração pública. Durante a deflagração de operação policial o mesmo foi preso em
flagrante por crimes sexuais. Diante do quadro, o auditor e sua irmã decidiram colaborar com
as investigações e firmaram um acordo de colaboração premiada com o Ministério Público.
Desse acordo, decorreram diversas prisões e afastamentos de cargos de outros auditores fiscais
delatados pelo colaborador.
Ocorre que no curso do processo penal, verificou-se que o colaborador havia omitido fatos
e cometido novos crimes, razão pela qual o acordo foi rescindido. Durante seu interrogatório, o
colaborador acusou os membros do MP (GAECO) de manipular suas declarações e omitir os
vídeos de seu depoimento.
No meio dessa confusão toda, o MP firmou um novo acordo com o delator, no qual ele se
retratou das acusações feitas aos promotores do GAECO. Esse segundo acordo foi apensado
como aditivo do primeiro (aquele que fora rescindido). Os auditores delatados ingressam em
juízo pedindo a nulidade deste segundo acordo de colaboração premiada.
Esse segundo acordo é válido? Caso positivo, ele pode atingir os demais auditores?
Decisão da 2º Turma/STF: NÃO! Apesar da decisão da turma terminar empatada (2 x 2),
venceu a tese favorável aos réus, decidindo-se pela invalidade do acordo. Nos termos do voto
condutor (Ministro Gilmar Mendes), o cenário é de colaborações temerárias e claramente
questionáveis. Assentou-se que o poder negocial do processo penal possui limites e balizas
legais, as quais podem e devem ser fiscalizadas pelo poder judiciário. Consignou-se, ainda, que
por ter a natureza de meio de obtenção de prova, a colaboração premiada pode ser anulada
sempre que eivada de vícios e ilicitudes.
Caso concreto: na mesma situação fática narrada acima, a forma de aplicação da multa
definida pelo juízo foi o bloqueio de valores via Bacen-Jud. Trata-se de um sistema eletrônico
que conecta o poder judiciário ao BACEN, por onde o juiz pode realizar bloqueios de contas
bancárias. Nesse ponto, o Facebook alegou que a medida era inválida, devendo ser adotada a
inscrição em dívida ativa.
O Tribunal concordou com o argumento do Facebook?
Decisão da 3° Seção/STJ: NÃO! Tanto o juízo pode aplicar a multa com inscrição em
dívida ativa quanto via bloqueio através do Bacen-Jud, considerando-se esta a medida mais
gravosa. O que irá definir qual das medidas a serem adotadas são as condições do caso concreto.
DIREITO PENAL
EXECUÇÃO PENAL: REMIÇÃO DE PENA PELO ESTUDO
STJ, 677 - O tempo excedido, na frequência escolar, ao limite legal de 12 horas a
cada 3 dias deve ser considerado para fins de remição da pena. (HC 461.047-SP)
Premissas: i) a Lei 7.210/84 (Lei de Execução Penal – LEP) prevê duas possibilidades de
remição de pena: pelo trabalho e pelo estudo; ii) a remição pelo trabalho ocorre na seguinte
proporção: a cada 3 dias de trabalho, com jornada máxima de 8 hs diárias, decorre a redução
de 01 dia de pena; iii) a remição pelo estudo possui a seguinte regra: a cada 12 (doze) horas de
estudo, divididos em no mínimo 3 dias, reduz a pena em 01 dia;
O que ocorre quando o preso excede as 08 horas de trabalho? O STJ firmou entendimento
no HC 462.464/SP de que as horas excedentes devem ser consideradas para fins de remição;
Caso concreto: um apenado frequentou durante 9 meses um curso com duração de 4h10
min. Ou seja, a cada 03 dias ele estudava 12h30 min, excedendo o tempo estabelecido pela LEP,
que é de 12h a cada 3 dias.
Nesse caso, é possível contabilizar o tempo excedido para fins de remição de pena?
Decisão da 6º Turma/STJ: SIM! Para a Sexta Turma, nada impede que as horas excedidas
sejam também consideradas para fins de remição de pena, dado ser esta a interpretação que
melhor se adequa ao espírito ressocializador da LEP.
Premissas: a Lei 13.964/19 (Pacote Anticrime) alterou a regra da ação penal do crime de
Estelionato, que passou de Pública Incondicionada a Pública Condicionada à representação da
vítima. Acompanhe:
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo
alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício,
ardil, ou qualquer outro meio fraudulento: (...) § 5º Somente se
procede mediante representação, salvo se a vítima for: I - a
Administração Pública, direta ou indireta; II - criança ou
adolescente; III - pessoa com deficiência mental; ou IV - maior de 70
(setenta) anos de idade ou incapaz.
Caso concreto: um sujeito já condenado pelo TJ/SC ingressa com vários habeas corpus
pedindo a retroatividade na norma, o que levaria à necessidade de representação da vítima nos
casos em que este não tivesse sido colhido.
O §5º do art. 171, CP retroage aos casos já denunciados ou julgados?
Decisão da 6º Turma/STJ: SIM! Por se tratar de uma norma mista, com conteúdo
material e processual, a mesma segue as regras de retroatividade e ultratividade quando
favorecem ao réu ou acusado. Nesse sentido, reconhece-se que a ação penal pública condiciona
é mais favorável que a incondicionada, razão que impõe a retroatividade da norma.
Premissas: i) O art. 112, §3º da Lei 7.210/84 estabelece 05 requisitos cumulativos para
progressão de regime de presa gestante; ii) um dos requisitos é “não ter integrado organização
criminosa);
Lei 7.210/84, Art. 112 (...) § 3º No caso de mulher gestante ou que
for mãe ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência,
os requisitos para progressão de regime são, cumulativamente: I -
não ter cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa; II -
não ter cometido o crime contra seu filho ou dependente; III - ter
cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da pena no regime anterior; IV
- ser primária e ter bom comportamento carcerário, comprovado
pelo diretor do estabelecimento; V - não ter integrado organização
criminosa.
Caso concreto: uma mulher condenada por Associação para o Tráfico, presa em regime
fechado, requer a progressão para o regime semiaberto, dado ser mãe de um menino de 06
anos. Tanto o juízo de piso quanto o tribunal negam o pedido, com fundamento no art. 112, §3º,
V da LEP, uma vez que a condenação indicaria que ela integra organização criminosa.
O conceito de organização criminosa do art. 112, §3º, V da LEP é o mesmo da Lei
12.850/13?
Decisão da 6° Turma/STJ: SIM! A interpretação de que o termo usado no art. 112, §3, V
da LEP seria “mais amplo” que o conceito de organização criminosa estabelecido pela Lei
12.850/13 não se coaduna com a verdade. Para a Turma, a regra do art. 112, §3º, V é norma
penal em branco, complementada pelo art. 1°, I da Lei 12.850/13. Além disso, trata-se de norma
híbrida, o que impõe a necessidade de interpretação alinhada aos princípios inerentes às
normais penais.
Logo, não é possível ao intérprete ampliar o alcance desse conceito para além do que a
própria norma penal o fez. Apontou-se, ainda, a finalidade do dispositivo, voltado à proteção de
crianças ou pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade por ter suas mães
encarceradas. Com base nisso, a 6° turma concedeu o HC.
DIREITO ELEITORAL
INQUÉRITO ELEITORAL: ARQUIVAMENTO
STF, 989 - Afronta a autoridade da decisão do STF proferida nos autos do Inquérito
4.432 a atuação da Justiça Eleitoral de arquivar os autos do inquérito pelo crime
eleitoral e remeter o feito à Justiça Comum sem qualquer diligência ou análise dos
autos. (RCL 34805)
Caso concreto: O Inquérito n. 4.432 foi instaurado inicialmente no STF, a fim de apurar
supostos pagamentos indevidos a partidos políticos, tendo por fundo a negociação de tempo de
propaganda televisiva. Com a perda do foro especial, o STF remeteu os autos à Justiça Eleitoral
para continuidade das investigações. Ocorre que, após manifestação do Parquet, o juízo
eleitoral determinou o arquivamento do inquérito em relação aos supostos delitos eleitorais e
remeteu o feito à Justiça Federal, para apuração dos delitos comuns. A decisão do juízo eleitoral
foi objeto de reclamação, uma vez que ter-se-ia alterado a competência criminal, afrontando
assim a decisão do STF.
No caso, houve afronta à decisão do STF?
Decisão da 2° Turma/STF: SIM. Prevaleceu o voto do Min. Gilmar Mendes, no sentido de
que o Ministério Público e a Justiça Eleitoral não realizaram diligências mínimas para apurar os
fatos, determinando o arquivamento logo após o recebimento dos autos. Argumentou-se que
houve violação à autoridade da decisão do STF, que definiu a competência da Justiça Eleitoral
para apuração.
DIREITO CIVIL
GUARDA E REGISTRO DE ACESSOS À INTERNET
STJ, 678 - É juridicamente possível obrigar os provedores de aplicação ao
fornecimento de IPs e de dados cadastrais de usuários que acessaram perfil de rede
social em um determinado período de tempo. (REsp 1.738.651-MS)
➔ Mesmo se tratando de direito civil, o tema pode ser cobrado de forma acessória nos
concursos de delegado, dado tratar-se de um relevante meio de obtenção de provas
nos dias atuais.
EXERCÍCIOS
1. Em nome do princípio do “in dubio pro reu” o empate no julgamento de uma ação de
habeas corpus favorece o paciente (réu ou acusado).
CERTO ( ) ERRADO ( )
6. Por se tratar de meio de obtenção de prova, a colaboração premiada pode ser submetida
à apreciação judicial, admitindo-se sua invalidação quando eivada de vícios e ilicitudes.
CERTO ( ) ERRADO ( )
7. O sistema processual penal adotado pelo Brasil é o Acusatório, embora não exista
previsão legal expressa nesse sentido.
CERTO ( ) ERRADO ( )
10. Segundo o STF, admite-se o emprego da Força Nacional de Segurança Pública pelo
Ministro da Justiça, independente de solicitação ou anuência do governador de estado.
CERTO ( ) ERRADO ( )
12. Situação fática: João ocupou o cargo de prefeito municipal no período de 2013 a 2016,
sendo reeleito para mandato de 2017 a 2020. Ocorre que durante seu primeiro mandato
João praticou atos que levaram à sua condenação por improbidade administrativa, o que
se deu apenas no curso do segundo mandato. Nesse caso, JOÃO não poder ser afastado
do cargo, uma vez a suspensão dos direitos políticos só poderia ocorrer em relação ao
primeiro mandato.
CERTO ( ) ERRADO ( )
13. Em que pese se reconheça a aplicação subsidiária do Código de Processo Civil ao Processo
Penal, neste não se admite a aplicação de multas processuais (astreintes), dado que
ofenderia o direito de defesa.
CERTO ( ) ERRADO ( )
14. Uma Turma do STJ que tenha julgado em sede de Recurso Especial (RESP) uma
determinada ação penal é impedida de participar do julgamento de eventual Revisão
Criminal impetrada após a condenação.
CERTO ( ) ERRADO ( )
15. É ilícita a busca e apreensão domiciliar realizada sem mandado judicial ou consentimento
dos moradores.
CERTO ( ) ERRADO ( )
16. A proteção constitucional da casa prevista no art. 5º, XI CR/88 independe do formato ou
localização do bem, tampouco de tratar-se de bem móvel ou imóvel, desde que seja usado
para fins de moradia ou habitação permanentes.
CERTO ( ) ERRADO ( )
17. Segundo o STJ, não há nulidade na busca e apreensão efetuada por policiais, sem prévio
mandado judicial, em apartamento que não revela sinais de habitação, nem mesmo de
forma transitória ou eventual, se a aparente ausência de residentes no local se alia à
fundada suspeita de que o imóvel é utilizado para a prática de crime permanente.
CERTO ( ) ERRADO ( )
18. A ordem judicial de busca e apreensão deve ser executada preferencialmente de dia,
evitando-se os finais de semana.
CERTO ( ) ERRADO ( )
19. A Lei 7.210/84 - Lei de Execução Penal, prevê a remição de pena pelo trabalho, mas nada
menciona acerca desta possibilidade pelo estudo.
CERTO ( ) ERRADO ( )
20. Para o STJ, a remição de pena pelo trabalho, ao contrário do que ocorre na remição de
pena pelo estudo, admite o aproveitamento das horas excedentes ao máximo legal
previsto.
CERTO ( ) ERRADO ( )
21. Embora possa configurar improbidade administrativa, a falta de prestação de contas por
prefeito não configura tipo penal.
CERTO ( ) ERRADO ( )
23. Após o ingresso da Lei 13.964/19 (Pacote Anticrime), a ação penal do crime de
Estelionato passou a ser pública condicionada à representação da vítima, independente
da condição desta.
CERTO ( ) ERRADO ( )
25. O tempo exigido da mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou
pessoas com deficiência, para progressão de regime é reduzida de 1/6 para 1/8, com
vistas a proteção da criança ou deficiente.
CERTO ( ) ERRADO ( )
26. Segundo o STJ, as regras especiais de progressão de regime da mulher gestante ou mãe
de criança ou pessoa com deficiência, não se aplicam a condenadas por Associação para
o Tráfico, uma vez que se presume integrarem organizações criminosas.
CERTO ( ) ERRADO ( )
CERTO ( ) ERRADO ( )
29. Segundo STJ, dando interpretação ao Marco Civil da Internet (Lei 12.965/14), os
provedores de aplicação são responsáveis pela guarda e preservação dos dados
cadastrais e de endereços IP’s de usuários, podendo ser obrigados a fornecer tais
informações quando requisitado por autoridade judiciária.
CERTO ( ) ERRADO ( )
30. Em que pese seja formada majoritariamente por policiais dos estados (policiais militares
e civis), a Força Nacional de Segurança Pública é vinculada ao Ministério da Justiça, a
quem cabe avaliar em cada caso o seu emprego.
CERTO ( ) ERRADO ( )
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Em nome do princípio do “in dubio pro reu” o empate no julgamento de uma ação
de habeas corpus favorece o paciente (réu ou acusado).
CERTO. Via de regra os colegiados de julgamento possuem número ímpar de
membros, justamente para evitar o empate. Contudo, se por qualquer razão (ex.
licença de um dos ministros/desembargadores) o número de julgadores for par e a
decisão terminar empatada, o HC irá favorecer ao paciente.
Foi isso que aconteceu em dois julgados analisados nesse material, dado que a
Segunda Turma do STF estava com apenas 04 ministros, em razão de licença do
Ministro Celso de Melo.
Blza?!
O sistema processual penal adotado pelo Brasil é o Acusatório, embora não exista
previsão legal expressa nesse sentido.
ERRADO. Antes da Lei 13.964/19 (Pacote Anticrime), o fundamento jurídico
usado pela doutrina para afirmar que o sistema brasileiro era o Acusatório
encontrava-se no art. 129, I da CR/88. Ocorre que com a entrada em vigor da novel
lei, isto passou a constar de forma expressa no art. 3º-A do CPP (Art. 3º-A. O
processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a iniciativa do juiz na fase de
investigação e a substituição da atuação probatória do órgão de acusação.)
Uma Turma do STJ que tenha julgado em sede de Recurso Especial (RESP) uma
determinada ação penal é impedida de participar do julgamento de eventual
Revisão Criminal impetrada após a condenação.
ERRADO. As regras de impedimento e suspeição não se aplicam nesta
hipótese. Apesar de já ter apreciado a matéria em sede de RESP, a Turma não é
impedida de analisar eventual revisão criminal, dado que não houve alteração de
instância.
Ademais, sequer é admitida a imposição de impedimento a colegiados, mas tão
somente aos julgadores (ex. ministro, desembargador, juiz).
Segundo o STJ, não há nulidade na busca e apreensão efetuada por policiais, sem
prévio mandado judicial, em apartamento que não revela sinais de habitação, nem
A Lei 7.210/84 - Lei de Execução Penal, prevê a remição de pena pelo trabalho, mas
nada menciona acerca desta possibilidade pelo estudo.
ERRADO. Atualmente a LEP possui sim a previsão de remição pelo estudo, a
qual deve se dar na proporção: a cada 12 horas de estudo, reduz 01 dias de
cumprimento de pena.
Para o STJ, a remição de pena pelo trabalho, ao contrário do que ocorre na remição
de pena pelo estudo, admite o aproveitamento das horas excedentes ao máximo
legal previsto.
ERRADO. As regras de remição de pena pelo trabalho e pelo estudo são as
seguintes: PELO TRABALHO: a cada 3 dias de trabalho, com jornada máxima de 8 hs
diárias, decorre a redução de 01 dia de pena; PELO ESTUDO: a cada 12 (doze) horas
de estudo, divididos em no mínimo 3 dias, reduz a pena em 01 dia;
Se o indivíduo trabalhar além das 08 hs diárias esse excedente irá ser
aproveitado para fins de remição.
O mesmo se dá no caso de o apenado estudar horas além destas 12 horas a
cada três dias, elas serão consideradas no cômputo para fins de remição.
O tempo exigido da mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças
ou pessoas com deficiência, para progressão de regime é reduzida de 1/6 para 1/8,
com vistas a proteção da criança ou deficiente.
CERTO. Tal regra está prevista no art. 112, §3º da LEP, devendo este requisito
temporal ser cumulado com os demais previstos no mesmo dispositivo.
Em que pese seja formada majoritariamente por policiais dos estados (policiais
militares e civis), a Força Nacional de Segurança Pública é vinculada ao Ministério
da Justiça, a quem cabe avaliar em cada caso o seu emprego.
CERTO. A FNSP fica vinculada ao MJ, responsável pela decisão sobre seu
emprego. Ou seja, os governadores, quando acharem necessário, pedem apoio da
FNSP e o MJ decide. O que não se admite é que o MJ envie policial da FNSP sem que
haja solicitação ou anuência do governador, dado que estarei violando o pacto
federativo e a autonomia dos Estados-Membros.