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DEPARTAMENTO DE CONTABILIDADE E GESTÃO

A AUDITORIA FISCAL COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO NAS

EMPRESAS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DO LUBANGO

ELABORADO POR:
INAILDO MULUNJI JAMBA SOARES
LUBANGO/2021
DEPARTAMENTO DE CONTABILIDADE E GESTÃO

A AUDITORIA FISCAL COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO NAS

EMPRESAS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DO LUBANGO

Monografia apresentada a Faculdade de Economia da Universidade


Mandume Ya Ndemufayo para obtenção do grau de Licenciado no
curso de Economia, na Especialidade de Contabilidade e Fiscalidade.

Orientador: Miguel Luzolo

LUBANGO/2021
DEDICATÓRIA

Dedico esta obra para minha esposa, Dorcas Kiama, companheira inseparável que compartilha
comigo momentos de alegria e de sucesso, e para minha filha Heilici Soares. Também para
meus pais que muitas vezes tiveram que se sacrificar até demais para que essa monografia
fosse possível.

I
AGRADECIMENTOS

É da mais elementar justiça utilizar este espaço da presente dissertação para agradecer a todas
as pessoas, que directa ou indirectamente, contribuíram para que a mesma se tornasse uma
realidade.

Primeiramente, agradeço a Jeová Deus pelo dom da vida e a força concedida.

A minha esposa e família, agradeço pelo seu amor e apoio que, sem dúvida, foram essenciais
para a conclusão desse trabalho.

Agradeço de coração e com máxima admiração ao escritor e professor Dr. Sílvio Aparecido
Crepaldi, pelo apoio, paciência e por ter ajuda me disponibilizando materiais que serviram de
suporte para esta Monografia.

Ao meu orientador, por quem tenho grande admiração, Prof. Msc. Miguel Luzolo.

Agradeço também de coração ao Prof. Camilo Kalumana pela generosidade de compartilhar


comigo o seu tão vasto conhecimento, que foi decisivo para o sucesso deste trabalho.

Aos colegas do Curso de Contabilidade e Fiscalidade agradeço pelo agradável


companheirismo. A todos da Faculdade, em especial aos colegas Osvaldo Salazar, Oliveira,
Bibilson e Joana, agradeço pelo apoio e incentivo constante.

Em suma, agradeço a todos os que se implicaram verdadeiramente neste meu projecto,


acreditaram em mim e valorizaram as minhas capacidades, a todos o meu MUITO
OBRIGADO.

II
RESUMO

Porém, as empresas instaladas em Angola, para ganharem maior competitividade, estão


direccionando seus esforços para, além de outros assuntos, também para o planeamento
tributário e iniciativas para que os efeitos da carga tributária vigente no país sejam reduzidos
ao máximo, sem que com isso, fujam do segmento da legislação que rege o sistema tributário
do país.

Surge então a auditoria Fiscal como instrumento de análise do correcto cumprimento das
obrigações fiscais.

O objectivo deste trabalho é apresentar a auditoria fiscal e seus principais conceitos, dentro do
cenário actual e entender as causas de sua importância nos negócios das organizações como
instrumento de revisão, verificação e segurança para as mesmas.

Daí a necessidade da contratação de profissionais especializados na área fiscal, para que os


mesmos eliminem as possibilidades da organização em incorrer em multas e/ou sanções pelo
não cumprimento correcto das obrigações fiscais.

Compete ao auditor fazer este exame completo à empresa com o objectivo de transmitir uma
imagem verdadeira e apropriada da situação financeira da empresa no período de tempo
considerado.

A auditoria fiscal pressupõe a realização de um exame à situação fiscal da empresa com vista
ao controlo do incumprimento das normas fiscais e à detecção de omissões, inexactidões,
operações simuladas, mas também o exercício de uma boa gestão e planeamento fiscal para a
obtenção de economias fiscais.

Palavras-Chave: Auditoria Fiscal, Auditoria Financeira e Demonstrações Financeiras.

III
ABSTRACT

However, companies located in Angola, in order to gain greater competitiveness, are directing
their efforts to, in addition to other matters, also to tax planning and initiatives so that the
effects of the tax burden in force in the country are reduced as much as possible, without
thereby , flee from the segment of the legislation that governs the country's tax system.

Thus, the Tax audit emerges as an instrument for analyzing the correct compliance with tax
obligations.

The objective of this work is to present the tax audit and its main concepts, within the current
scenario and understand the causes of its importance in the business of organizations as a
review, verification and security instrument for them.

Hence the need to hire professionals specialized in the tax area, so that they eliminate the
organization's possibilities of incurring fines and/or sanctions for not correctly complying
with tax obligations.

It is up to the auditor to carry out this complete examination of the company in order to
convey a true and appropriate image of the company's financial situation in the period of time
considered.

The tax audit presupposes an examination of the company's tax situation with a view to
controlling non-compliance with tax rules and detecting omissions, inaccuracies, simulated
operations, but also the exercise of good tax management and planning to obtain savings tax.

Keywords: Tax Audit, Financial Audit And Financial Statements

IV
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AGT – Administração Geral Tributária

CGT – Código Geral Tributário

CII – Código do Imposto Industrial

CIP – Código do Imposto Predial

CRA – Constituição da República de Angola

CT – Código Tributário

DF´s – Demonstrações Financeiras

DNI – Direcção Nacional dos Impostos

DNA – Direcção Nacional das Alfandegas

IVA – Imposto sobre Valor Acrescentado

IRT – Imposto do Rendimento de Trabalho

IAC – Imposto de Aplicação de Capital

IEC – Imposto Especial de Consumo

IC – Imposto de Consumo

ISA - Norma Internacional de Auditoria (International Standard on Auditing)

NIF – Número de Identificação Fiscal

OCPCA – Ordem dos Contabilistas e Peritos Contabilistas de Angola

OGE – Orçamento Geral do Estado

PIB – Produto Interno Bruto

PERT – Projecto Executivo para Reforma Tributária

PCGA – Princípios Contabilísticos Geralmente Aceites

RJFDE – Regime Jurídico das Facturas e Documentos Equivalentes

SADC – Coordenação de Desenvolvimento da África Austral

SPSS – Statistical Package for the Social Sciences

PGC – Plano Geral de Contabilidade


V
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 Receitas Públicas em 2020.........................................................................................7

Gráfico 2 - Reforma Tributária - Cronologia de eventos............................................................9

Gráfico 3 Conhecimento da Auditoria Fiscal...........................................................................35

Gráfico 4 Uso da Auditoria Fiscal............................................................................................35

Gráfico 5 - Frequência com que é feita a Auditoria Fiscal.......................................................36

Gráfico 6 Auditoria Fiscal na tomada de decisão.....................................................................37

Gráfico 7 Contributo da Auditoria Fiscal para alcance dos objectivos da empresa.................38

Gráfico 8 Auxílio da Auditoria Fiscal para Verificação dos dados..........................................38

Gráfico 9 Auditoria Fiscal como aspecto competitivo.............................................................39

VI
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Sistema Fiscal Angolano..............................................................................................5

Figura 2 Posicionamento Conceptual da Auditoria Tributária.................................................16

Figura 3 Percurso da Auditoria Tributária................................................................................19

VII
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Principais Diferenças entre Auditoria Fiscal e Auditoria Financeira.......................18

Tabela 2: As principais caraterísticas da Auditoria Financeira, da Auditoria fiscal e da


Auditoria Tributária..................................................................................................................20

Tabela 3 Tempo de actuação, Regime de Tributação, Trabalho com Contabilista..................33

Tabela 4 Cumprimento do calendário fiscal, Notificação da AGT e Alteração da política de


gestão........................................................................................................................................34

Tabela 5 Motivos da não utilização da Auditoria Fiscal...........................................................36

Tabela 6 Motivo do uso da Auditoria Fiscal Mensal, Semestral e Anual.................................37

Tabela 7 Mapa de Situação.......................................................................................................40

Tabela 8 Mapa de Correcções...................................................................................................41

Tabela 9 Mapa da importância do uso da Auditoria Fiscal......................................................43

Tabela 10 Situação Fiscal.........................................................................................................43

VIII
INDICE GERAL

DEDICATÓRIA..........................................................................................................................I

AGRADECIMENTOS...............................................................................................................II

RESUMO..................................................................................................................................III

ABSTRACT.............................................................................................................................IV

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS................................................................................V

LISTA DE GRÁFICOS............................................................................................................VI

LISTA DE FIGURAS.............................................................................................................VII

LISTA DE TABELAS...........................................................................................................VIII

INTRODUÇÃO..........................................................................................................................1

CAPÍTULO I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................................4

1.1. O Sistema Fiscal Angolano..........................................................................................4

1.1.1. Breve Caraterização do Sistema Fiscal Angolano................................................5

1.1.1.1. Conceito de Sistema Fiscal............................................................................6

1.1.1.2. Classificação/Tipologias dos Sistemas Fiscais..............................................6

1.1.2. Breve Abordagem da Reforma Tributária da Última Década..............................8

1.1.2.1. Alterações aos Códigos Tributários...............................................................9

1.1.2.1.1. Código Geral Tributário..........................................................................10

1.1.2.1.2. Código do Imposto Industrial..................................................................10

1.1.2.1.3. Código do Imposto sobre o Rendimento do Trabalho.............................11

1.1.2.1.4. Novo Código do Imposto Predial............................................................11

1.1.3. Princípios de Tributação.....................................................................................12

1.1.3.1. Princípio da Legalidade...............................................................................12

1.1.3.2. Princípio da Igualdade, Equivalência e Capacidade Contributiva..............12

1.1.3.3. Princípio da Não Retroactividade da Lei Fiscal..........................................13

IX
1.1.4. Aplicação da Lei Fiscal no Tempo.....................................................................13

1.1.4.1. Aplicação da Lei Fiscal no Espaço..............................................................14

1.2. Generalidades da Auditoria Fiscal.............................................................................14

1.2.1. Abordagem Conceptual da Auditoria Fiscal.......................................................14

1.2.1.1. Auditoria Fiscal vs. Auditoria Financeira vs. Auditoria Tributária.............16

1.2.2. Finalidade e Objectivo da Auditoria Fiscal........................................................20

1.2.3. Importância da Auditoria Fiscal..........................................................................21

1.2.3.1. Vantagens da Auditoria Fiscal.....................................................................22

1.2.3.2. Usuários da Auditoria Fiscal.......................................................................22

1.2.4. Formas de Auditoria Fiscal.................................................................................23

1.2.4.1. Auditoria Fiscal Executada pela Administração Geral Tributária - AGT...23

1.2.4.2. Auditoria Fiscal Exercida por Auditores Internos da Empresa...................24

1.2.4.3. Auditoria Fiscal Exercida por Auditores Externos......................................24

1.3. Auditoria Fiscal como Instrumento de Gestão...........................................................25

1.3.1. A Relevância e Benefícios da Auditoria Fiscal na Gestão Empresarial.............26

1.4. Tributação das Empresas de Prestação de Serviço.....................................................27

1.4.1. Tributação...........................................................................................................28

1.4.1.1. Regime Geral de Tributação........................................................................28

1.4.1.2. Regime Simplificado de Tributação............................................................28

1.4.1.3. Liquidação Provisórias Imposto Industrial..................................................29

CAPÍTULO II – ESTUDO APLICADO..................................................................................30

2. Metodologia...................................................................................................................30

2.1. Caracterização da Pesquisa.....................................................................................30

2.2. População & Amostra.............................................................................................31

2.3. Procedimentos para Recolha de Dados..................................................................31

2.4. Análise de Dados....................................................................................................31

X
2.4.1 Apresentação dos Resultados dos Questionários......................................................32

2.4.2. Apresentação dos Resultados da Auditória Fiscal na Empresa Alcamby, Lda.......39

CONCLUSÃO..........................................................................................................................44

LIMITAÇÕES E SUGESTÕES...............................................................................................44

REFERÊNCIAS........................................................................................................................46

ANEXOS..................................................................................................................................50

Anexo 1 – Modelo de Inquérito............................................................................................50

Anexo 2 – Balanço da Alcamby Comercio e Serviços.........................................................54

Anexo 3– Demonstração de Resultado da Alcamby Comercio e Serviços...........................55

Anexo 4 – Balancetes da Alcamby Comercio e Serviços.....................................................56

XI
INTRODUÇÃO

O tema levado a estudo não tem recebido uma atenção merecida, se tornando motivo de
debates por parte das instituições a nível mundial. Mas o nosso governo tem procurado meios
de dar a conhecer a sua importância, dando espaço a realização de conferências, de formas a
subsidiar aquilo que tem sido a fraca existência de obras literárias ligadas a este tema no
nosso País.

No ano de 2016 a Administração Geral Tributária (AGT) e a Ordem dos Contabilistas e


Peritos Contabilistas de Angola (OCPCA) realizaram a primeira conferência conjunta sob o
lema “Relevância da contabilidade e auditoria fiscal no crescimento económico e
transparência fiscal” [CITATION Jor16 \p 3 \t \l 2070 ].

Esta monografia visa analisar como as empresas de prestação de serviços do Lubango


encaram a prática da Auditoria Fiscal como instrumento de gestão.

“A auditoria fiscal é um tipo especializado de auditoria; não se trata de uma auditoria global,
pois é exclusiva da área dos impostos, observando as necessidades da empresa em matéria
fiscal e de avaliação da eficácia da gestão fiscal.” [CITATION Mai10 \p 13 \l 2070 ]

Torna-se importante estudar a prática da auditoria fiscal como instrumento de gestão devido o
seu objecto de estudo, que está centrado no cumprimento das obrigações fiscais por parte das
empresas, evitando penalidades que oneram os custos de tributação.

Justificativa

Angola está actualmente a implementar uma reforma tributária. O principal objectivo da


reforma é aumentar as receitas fiscais não petrolíferas pelo alargamento da base tributária,
racionalizar incentivos, aumentar o controlo com o pagamento de impostos voluntários e
combater a evasão fiscal. Foi se tornando crescente a necessidade de sistematização dos
serviços para maior arrecadação de receita por parte do estado, modernizando a forma de
cobrança de impostos e controlo dos operadores económicos. Procurando um alinhamento ou
harmonização com as politicas da SADC, o Estado angolano implementa o Imposto sobre
Valor Acrescentado (IVA) em 2019, que orienta ainda, a criação de um ciclo de estabilização
macroeconómica, de formas a lançar as bases para o desenvolvimento, a promoção da
confiança, o crescimento económico e a inclusão social, com vista a retomada do caminho da
prosperidade e da inclusão, que foi interrompido com a crise de 2014 estando em perfeito
alinhamento com o Plano Nacional de Desenvolvimento 2018-2022.

1
O cenário empresarial tem sido um dos principais afectados por essas transformações. As
empresas começam a perceber que a utilização de suas competências internas é a chave para
elaborar e implementar manobras estratégicas mais eficazes e ágeis. Elas vêm buscando
resultados e diminuição de seus custos, procurando mecanismo que lhes ajuda a melhorar o
cumprimento das suas obrigações fiscais, ampliando assim, cada vez mais, o foco na
qualidade, produtividade, competitividade e excelência.

Com base nisso surge a necessidade de efectuar a pesquisa sobre “A auditoria fiscal como
instrumento de gestão nas empresas de prestação serviços do Lubango”.

Problema de Investigação

Falar de auditoria fiscal no seio empresarial tem se tornando uma problemática, face as fracas
referências literárias existentes, que não são até certa medida, suficiente para fornecer
conteúdos necessários à prática da mesma. Desta forma o presente trabalho procura saber:

De que forma a prática da Auditoria Fiscal é percebida como um instrumento de gestão nas
empresas de prestação de serviço do Lubango?

Objectivo Geral

Analisar como as empresas de prestação de serviços do Lubango encaram a prática da


Auditoria Fiscal como instrumento de gestão.

Objectivos Específicos

Identificar quais as empresas de prestação de serviços na cidade do Lubango utilizam a


auditoria fiscal como instrumento de gestão.

Analisar o dossiê permanente, corrente, fiscal e os relatórios e contas de uma das empresas em
analise para verificar a sua situação fiscal.

Compreender até que ponto as penalidades do não cumprimento das obrigações fiscais
comprometem os fluxos de caixa da empresa.

Compreender a importância da Auditoria Fiscal no cumprimento das obrigações fiscais e no


processo planeamento fiscal.

Estrutura do Trabalho

De forma a atingir os objectivos a que se propôs, o trabalho foi assim estruturado: Introdução,
Capítulo I – Fundamentação Teórica, Capítulo II Estudo Aplicado, Conclusão, Limitações e
Sugestões. Iniciou-se com uma apresentação do trabalho na Introdução. No primeiro capítulo
2
fez-se uma abordagem teórica sobre assuntos relevantes ao tema estudado: Auditoria Fiscal
como Instrumento de Gestão nas Empresas de Prestação de Serviço. No segundo capítulo
apresentou-se a metodologia utilizada bem como os dados recolhidos, seu tratamento e os
resultados obtidos a partir do estudo aplicado às empresas de Prestação de Serviço da cidade
do Lubango. Por último apresentou-se conclusões, bem como as limitações e sugestões do
estudo.

3
CAPÍTULO I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

“A fundamentação teórica deve indicar a literatura de base e os pressupostos que fundamentarão a


investigação”.[CITATION Rot \p 3 \l 2070 ]

Logo este capítulo apresentará o embasamento teórico dos temas levados a estudo nesta monografia.

1.1. O Sistema Fiscal Angolano

“O principal objectivo da cobrança de impostos é a obtenção de receitas necessárias ao


financiamento das despesas do sector público”, segundo Lopes (2008, p. 25) citado por Vera
da Silva, [CITATION VER10 \p 3 \n \t \l 2070 ]. “Desta forma, a imposição fiscal representa
uma transferência de recursos dos contribuintes, individuais e colectivos, para o Estado.”

Tributos (segundo alínea z, nº1 do artigo 2º do CGT) – “prestações patrimoniais, pecuniária,


ou susceptíveis de avaliação pecuniária, sem caracter de sanção, impostas pelo Estado ou
outras entidades de direito público ou concessionárias de serviços públicos, com vista à
satisfação das necessidades colectivas e à prossecução do interesse público.”

De acordo o disposto no nº 5, do artigo 3.º do CGT (classificação dos tributos) “São Impostos
os tributos com natureza unilateral, em virtude da sua obrigação não constituir a contrapartida
de qualquer prestação individualizada do Estado e demais ente públicos”

O nosso normativo no nº 7 do Artigo 3.º CGT (Classificação dos tributos) dispõe o seguinte:

Consideram-se Taxas, os tributos que constituam contraprestações pecuniárias ou


avaliáveis em dinheiro, exigidas por entidades públicas, em regime de direito
público, em virtude da prestação individualizada, concreta e efectiva de um serviço
público, da utilização de um bem do domínio público ou da remoção de um limite
ou obstáculo jurídico ao exercício de uma actividade.

“As taxas constituem, em regra, conjuntamente com os impostos, as principais receitas


coercivas do Estado.” [CITATION VER10 \p 15 \t \l 2070 ]

A diferença entre Taxa e Imposto é que o Imposto tem carácter unilateral e a Taxa tem
carácter bilateral (há contraprestação) ou seja há obrigações para ambas as partes e uma é o
correspectivo da outra. Os impostos têm de ser criados por lei e tem por base o princípio da
capacidade contributiva, já as taxas assentam no princípio da proporcionalidade, o legislador
apenas tem de definir o seu regime geral (ou decreto-lei parlamentarmente autorizado).
[CITATION Cab11 \p 9 \t \l 2070 ]

4
Para Vera da Silva [CITATION VER10 \p 22 \n \t \l 2070 ] as fases da vida de um imposto
são:

 A Incidência: define a matéria colectável do imposto e identificam os sujeitos


passivos da relação jurídica fiscal a que o mesmo dará lugar.
 O lançamento: corresponde ao momento do início da aplicação da lei, e a
determinação concreta da matéria colectável.
 A Liquidação: é a operação aritmética de aplicação de uma taxa a matéria
colectável apurada no lançamento, para a determinação do montante exacto do
imposto a pagar.
 Cobrança (Pagamento): é a fase final da vida de um imposto para que tende
toda a relação jurídica fiscal

Figura 1 Sistema Fiscal Angolano

Sistema
Sistema Fiscal
Fiscal Angolano
Angolano
Imposto
Imposto sobre
sobre aa
Imposto Despesa
Despesa
Imposto sobre
sobre oo Imposto
Imposto sobre
sobreoo Regime
Regime Especial
Especial
Rendimento
Rendimento Imposto
Imposto sobre
sobre oo Património
Património de
de Tributação
Tributação
Valor
Valor Acrescentado
Acrescentado
Imposto
Imposto (IVA) Imposto Regime
Regime fiscal
Industrial
(IVA) ImpostoPredial
Predial fiscal
Industrial Imposto (IP)
(IP) Contribuições
Contribuições para
para aplicável
aplicável ao
ao sector
sector
ImpostoEspecial
Especial Segurança petrolífero
Imposto
Imposto sobre
sobreosos de
de Consumo
Consumo (IEC) (IEC) Imposto
Imposto Sobre
Sobre Segurança Social
Social petrolífero
Rendimentos
Rendimentosdo do Sucessões
Trabalho Imposto
Imposto de de Selo
Selo Sucessões ee Regime
Regime fiscal
fiscal
Trabalho (IRT)
(IRT) (IS) Doações
Doações
(IS) aplicável
aplicável àà
Imposto sobre
Imposto sobre indústria
Aplicação Imposto
Imposto de de indústriamineira
mineira
Aplicação dede Veiculos
Capitais
Capitais(IAC)
(IAC) Veiculos
Motorizado
Motorizado (IVM)(IVM)

1.1.1. Breve Caracterização do Sistema Fiscal Angolano p Fonte: Elaboração Própria

Para Carmo [CITATION Jos16 \p 3 \n \t \l 2070 ] “o Sistema Fiscal Angolano apresenta uma
estrutura cedular, com vários impostos sobre os rendimentos auferidos por empresas e/ou
indivíduos”. Actualmente, segundo Santos [CITATION Clá20 \p 5 \n \t \l 2070 ] em
convergência com Carmo [CITATION Jos16 \p 3 \n \t \l 2070 ] o Sistema Fiscal angolano
engloba o Regime Geral e o Regime Especial de Tributação, visando as suas incidências
objectivas e subjectivas, as isenções, as taxas dos impostos, os modos de liquidação e
pagamento, bem como as obrigações declarativas dos sujeitos passivos. Assim sendo, o
regime geral de tributação é composto por um conjunto de impostos (conforme se pode
constatar na figura acima) sobre o rendimento (imposto sobre o rendimento do trabalho,
imposto industrial e imposto sobre a aplicação dos capitais), sobre a despesa (imposto
5
especial de consumo, imposto sobre valor acrescentado imposto de selo e Imposto de
Veiculos Motorizado), sobre o património (imposto predial, e imposto sobre sucessões e
doações) e outros impostos. E o regime especial de tributação é constituído pela tributação da
Actividade Petrolífera e pela tributação da Actividade Mineira. [CITATION Jos16 \l 1046 ]

1.1.1.1. Conceito de Sistema Fiscal

“Conjunto de impostos existentes num certo espaço, referindo-se sobretudo à legislação


existente, com vista à prossecução de certos fins.” [CITATION Ins \p 71 \l 2070 ] - Noção
clássica.

Para o nosso contexto, a Constituição da Republica de Angola (CRA) vem evidenciar para
que serve o sistema fiscal no seu artigo 101º (Sistema Fiscal) onde tipifica que “ o Sistema
Fiscal visa satisfazer as necessidades financeiras do Estado e outras entidades públicas,
assegurar a realização da política económica e social do Estado e proceder a uma justa
repartição dos rendimentos e da riqueza nacional. ”

Em coordenação com lei magna (CRA), o CGT faz menção aos Fins de Tributação no nº 2
DO artigo 10º onde o legislador afirma que “A tributação deve igualmente promover a
estabilidade financeira do Estado, através da diversificação das suas fontes de receitas.” Estas
receitas que muito denominamos de receitas públicas segundo Campos & Lázaro [CITATION
Ant05 \p 2 \n \t \l 1046 ], elas classificam-se em:

 Tributárias – contribuições especiais, impostos e taxas;


 Patrimoniais – privatizações, venda de serviços públicos;
 Creditícias – recurso ao crédito.

1.1.1.2. Classificação/Tipologias dos Sistemas Fiscais

A classificação dos sistemas fiscais, atendendo a linha de pensamento de Vera da Silva,


[CITATION VER10 \p 4 \n \t \l 2070 ] em similaridade com o artigo publicado pelo Instituto
Politécnico de Leiria - IPL [CITATION Ins \p 74 \n \y \t \l 2070 ] pode ser feita de acordo:

 Critérios sócio-politicos;
 Critérios sócio-economicos: tem em conta factores como o nível de fiscalidade,
a estrutura fiscal e a complexidade técnica do sistema fiscal.

“Nível de Fiscalidade (coeficiente fiscal) é expressa pela relação entre receitas fiscais e um
indicador de rendimento nacional”. [CITATION Ant05 \p 3 \t \l 1046 ] . Ela é dada pelo
somatório das Receitas Fiscais mais Segurança Social na razão do Produto Interno Bruto
6
(PIB), isto é, “permite medir a parte do rendimento nacional que, através dos impostos, é
transferida do sector privado para o sector público.”

Os factores que condicionam o nível de fiscalidade são a magnitude da base de


incidência, a permeabilidade do sistema à evasão e à fraude fiscal, o grau de
incentivos fiscais concedidos, o grau de monetarização da economia, a dimensão das
empresas e a maior ou menor intervenção dos poderes públicos na economia.

[CITATION Ant05 \p 3 \t \l 1046 ]

Segundo Pereira (2010) citado por Vera da Silva, [CITATION VER10 \p 4 \n \t \l 2070 ] em
sua tese “caracteriza e distingue dois grandes tipos de sistemas fiscais: os sistemas fiscais dos
países industrializados e os sistemas fiscais dos países em desenvolvimento.”

Em seguida apresento um gráfico que evidencia as receitas públicas em 2020.

Gráfico 1 Receitas Públicas em 2020

9%
5%

48%

38%

Fonte: Ministério das Finanças OGE 2020

“Estrutura Fiscal é a composição interna do sistema fiscal, o peso relativo de que cada um dos
impostos tem no total das receitas” [CITATION Ant05 \p 4 \t \l 1046 ] . “A escolha de uma
estrutura fiscal é uma opção política com vista a uma maior justiça, maior equilíbrio e maior
bem-estar social.” Deste modo as estruturas fiscais apresentam as seguintes características:

 Países Desenvolvidos - estruturas fiscais altamente produtivas (grandes


receitas), equilibradas (entre as várias fontes de receitas) e sofisticadas (bem
concebidas com textos fiscais adaptados à realidade socioeconómica, não
burocratizante);
 Países em Vias de Desenvolvimento - estruturas fiscais desequilibradas
(predominância de impostos sobre a despesa e aduaneiros), pouco produtivas
(muitos impostos e baixa receita, devido a larga difusão de fraude e evasão,
possibilitada por ineficiência da administração fiscal: inexistência de quadros
técnicos qualificados e adequadamente bem pagos e textos fiscais desadaptados
da realidade socioeconómica);
7
 Países de Sistemas Fiscais Ditos Socialistas - estruturas simples (mais
receitas), concebidas para satisfazer a economia planificada. A estrutura fiscal de
um país é determinada pelo seu nível de desenvolvimento e factores de índole
histórica, cultural, social e política.

Não existe uma estrutura fiscal óptima. Contudo os países mais desenvolvidos têm uma
estrutura fiscal baseada em impostos sobre o rendimento, contribuições para segurança social
e impostos gerais sobre o consumo.

1.1.2. Breve Abordagem da Reforma Tributária da Última Década

Segundo Azevedo [CITATION AZE11 \p 161 \n \t \l 2070 ] Reforma Fiscal:

É um processo estruturado e gradativo que, movido por um sentimento de


insatisfação quanto ao sistema tributário vigente, procura introduzir ajustamentos e
aperfeiçoamentos na estrutura e configuração dos impostos com o objectivo mais
amplo de adoptar uma renovada matriz de imposição fiscal, em linha com a
dinâmica requerida pela satisfação das necessidades financeiras do Estado e a
evolução dos princípios económicos e sociais prevalecentes.

Neste contexto, Angola tem empreendido vastas reformas no decorrer da década passada, que
de alguma forma são inadiável, profunda e inovadora de todo o seu sistema fiscal, como
apresento a seguir de uma maneira resumida e sustentada por um gráfico cronológico
[ CITATION Del20 \l 2070 ]:

 Criação do PERT (2010) e AGT (2014) PERT é criado com o objectivo de


conceber a reforma do sistema fiscal e da Administração Tributária. Em 2014 é
aprovada a criação da AGT mediante a fusão da DNI, DNA e PERT;
 Património, RSEF e Contribuintes faltosos Reforma do Regulamento do IS, Sisa
e IPU e criação de mecanismos de controlo adicionais sobre contribuintes
faltosos e regime de execuções fiscais;
 Estatuto dos Grandes Contribuintes e RJFDE Introdução de novos direitos e
obrigações para “Grandes Contribuintes” e regime que visa a disciplina na
documentação de operações e combate à economia paralela;
 Reforma dos códigos fiscais II e aprovação novos Códigos Reforma do Código
do Imposto Industrial e IRT. Introdução de alterações ao Regulamento do IC,
Código do Imposto de Selo e IAC. Aprovação do novo CGT, CEF e CPT;

8
 IVA, IEC e RJFDE Alteração profunda na tributação indirecta mediante
revogação do IC e substituição pelo IVA. Introdução de IEC sobre importação e
produção de determinados produtos. Reforma do RJFDE;
 Reforma dos códigos fiscais III e aprovação do Código do IP Reforma do CGT,
e códigos do IRT e Imposto Industrial. Aprovação do IP e revogação do IPU e
Imposto sobre Sucessões e Doações e Sisa sobre
1 transmissão de imóveis.
4
Gráfico 2 - Reforma Tributária - Cronologia de eventos
C
r
Reforma Reforma
10 PERT 12 de 14 i 18 ADT Angola 20 Reforma de
de
códigos a - Portugal códigos fiscais
códigos
fiscais I III e aprovação
fiscais II ç
1 Código IP
11 Património 13 Grandes ã Criação IVA, IEC,
da AGT 9
RSEF e Contribuintes o RJFDE
contribuintes e RJFDE
faltosos
d
a

A
Fonte: Deloitte Tax
G
Com a introdução do IVA em 2019 e a Criação Tdo Academyda
IEC, devido ao fraco conhecimento
funcionalidade e benefícios da implementação destes impostos pelos empresários e não só,
torna-se necessário apontar vantagens e desvantagens da tributação da despesa, segundo
Campos & Lázaro [CITATION Ant05 \p 3 \n \t \l 1046 ].

Vantagens da tributação sobre a despesa:

 Efeito de anestesia, porque quem paga não sente e quem recebe não se depara
com resistência;
 Menos propensão às fraudes e evasões fiscais;
 A Administração Fiscal utiliza menos recursos na fiscalização;
 Maior facilidade na determinação da matéria colectável.

Desvantagens da tributação sobre a despesa:

 São impostos cegos, que não atendem à real capacidade contributiva dos
contribuintes, contrariando o objectivo de progressividade na tributação, que
por vezes se reputa de fundamental (constitucionalmente consagrada);
 Maior susceptibilidade de abusos a que estarão sujeitos por parte dos governos,
para atingir mais receitas.

9
Com isso o Estado espera aumentar o nível de arrecadação de receitas através da
tributação sobre a despesa, deixando de depender maioritariamente do imposto sobre o
rendimento.

1.1.2.1. Alterações aos Códigos Tributários

A Deloitte Tax Academy [CITATION Del20 \p 5 \n \t \l 2070 ] em seu artigo publicado


afirma que “as Reformas Tributárias recentemente publicadas entram em vigor
progressivamente durante os meses de Julho e Agosto de 2020”:

 9 de Julho: alterações ao Código Geral Tributário;


 08 de Agosto: novo Código do Imposto Predial;
 19 de Agosto: alterações ao Código do Imposto Industrial;
 21 de Agosto: alterações ao Código do IRT.

1.1.2.1.1. Código Geral Tributário

“De forma a adaptar as normas fiscais à realidade económica e, simultaneamente, a propiciar


maior eficiência e ligeireza no cumprimento das obrigações dos sujeitos passivos e das
autoridades fiscais, bem como a prevenir ilícitos resultantes de condutas fiscais abusivas”
[CITATION Dua20 \p 2 \t \l 2070 ], a proposta de Lei em processo de aprovação refere
alterações quanto a:

 Norma Anti Abuso;


 Juros Compensatórios: aumento do prazo máximo e redução da taxa;
 Compensação como Forma de Pagamento de Obrigações Fiscais:
compensação de créditos fiscais e não-fiscais;
 Audição Prévia;
 Valor da Garantia a Prestar;
 Dever de Colaboração e Sigilo Bancário.

1.1.2.1.2. Código do Imposto Industrial

Este código sofreu alterações significantes, conforme apresentado por Cruz, Caldeira, &
Cláudia [CITATION Dua20 \p 3 \n \t \l 2070 ]:

 Regras específicas de apuramento da matéria colectável de Imposto


Industrial: alteração aos grupos de tributação, Grupo A para Regime Geral
(contribuintes não abrangidos pelo Regime Simplificado), Grupo B para Regime
Simplificado (contribuintes abrangidos pelo regime de não sujeição de IVA e
10
encontram-se excluídas deste regime as empresas e entidades públicas, empresas
sujeitas a regimes especiais de tributação, operadoras de telecomunicações e
empresas que sejam filiais ou sucursais de empresa com sede no exterior.)
 Taxas de Imposto Industrial: redução da taxa nominal de Imposto Industrial de
30% para 25% e de 15% para 10% no caso de rendimentos derivados de
explorações agrícolas, aquícolas, avícolas, pecuárias, piscatórias e silvícolas;
 Prejuízos Fiscais e Dedução de Lucros Reinvestidos: aumento do período de
3 para 5 anos, em ambos os casos;
 Viaturas – Amortizações Aceites: o limite anual 20.000.000,00 de Kwanzas;
 Alteração do Prazo para Pagamento de Imposto Industrial, Declarações
Electrónicas e Outras Obrigações Declarativas: a submissão da Modelo 1
passa a ser realizada por meios electrónicos;
 Redução da Penalidade por Falta de Entrega do Imposto: coima 25%.

1.1.2.1.3. Código do Imposto sobre o Rendimento do Trabalho

“As alterações propostas visam equilibrar a carga fiscal das famílias, retomando-se a
progressividade das taxas” [CITATION Dua20 \p 4 \t \l 2070 ]. Daí temos:

 Alteração das Taxas Aplicáveis Isenção de Rendimentos: com a restruturação


da tabela de taxas de IRT, os contribuintes que aufiram rendimentos até 70.000
Kwanzas (associado a salários mais baixos) estarão isentos do pagamento de
IRT;
 Taxas Mínimas e Máximas: As taxas mínimas e máxima de IRT aumentarão
face à tabela anterior: Mínima: de 7% para 9%; Máxima: de 17% para 25%);
 Subsídios de Renda: passam a estar sujeitos a IRT;
 Rendimentos Auferidos por Profissionais Liberais: Grupo B do IRT –
Alteração da base tributável e das taxas.

1.1.2.1.4. Novo Código do Imposto Predial

O novo Código do Imposto Predial (“CIP”) instituiu um conceito de imposto único sobre o
património imobiliário, consolidando num único código o regime fiscal aplicável à detenção,
arrendamento e transmissão gratuita ou onerosa de imóveis., passando a estar sujeitos às
novas regras todos os prédios urbanos e rústicos.[CITATION Del20 \p 15 \l 2070 ].

Assim se apresenta os princípios orientadores do novo regime de tributação do património:

11
 Actualização e modernização da tributação incidente sobre o património
imobiliário: actualização do regime de tributação do património tanto na
vertente estática e vertente dinâmica;
 Estímulo do mercado imobiliário de terrenos rurais: aprovação de normas
que permitam a dinamização das transacções deste tipo de terrenos;
 Maior eficiência na gestão do modelo de tributação do património: criação
de ferramentas tecnológicas com vista à desmaterialização dos processos
essenciais do imposto;
 Fonte de receitas municipais: papel relevante do Imposto Predial enquanto
principal fonte de arrecadação de receitas municipais, no âmbito do processo de
descentralização administrativa e institucionalização material das autarquias
locais.

1.1.3. Princípios de Tributação

O nosso normativo no nº 1 do Artigo 4.º do Código Geral Tributário (Princípios de


tributação), tipifica que “a tributação respeita os princípios da igualdade, da legalidade
fiscal, da equivalência e o da justiça material”.

“Nesta linha de pensamento, a Constituição da República define três princípios fundamentais


relativamente aos impostos: o princípio da Legalidade (tributária), o princípio da Igualdade
e o princípio da Não Retroactividade da Lei Fiscal.”

1.1.3.1. Princípio da Legalidade

“Para que um tributo possa ser exigido é necessária expressa previsão legal (nullum tributum
sine praevia lege). Esta previsão legal foi denominada como princípio da legalidade.”
[CITATION Mol14 \p 11 \t \l 2070 ]

A legalidade tributária se configura como principio fundamental afirmando-se como


a garantia das garantias dos contribuintes, pelos limites formais e substanciais que
impõe ao exercício do poder tributário, quer na óptica da criação dos impostos, quer
no que respeita ao exercício dos direitos e deveres das relações que em consequência

se estabeleçam.[CITATION Jos16 \p 16 \t \l 2070 ]

Por sua vez no n.º 1 do artigo 102º da CRA dispõe o seguinte: “Os impostos só podem ser
criados por Lei, que determina a sua incidência, a taxa, os benefícios fiscais e as garantias dos
contribuintes.” No seu nº 3 o legislador segue dizendo que “a criação de impostos de que

12
sejam sujeitos activos os órgãos do poder local, bem como a competência para a sua
arrecadação, são determinadas por lei.”

“É este princípio um dos mais importantes pilares de sustentação do Direito Tributário.


Através dele resta claro que a obrigação tributária depende de estipulação expressa e anterior
da lei.” [CITATION Mol14 \p 11 \t \l 2070 ]

1.1.3.2. Princípio da Igualdade, Equivalência e Capacidade Contributiva

A Constituição estabelece também o Princípio da Igualdade, que comporta quer a


Generalidade quer a Uniformidade dos impostos.

“Em consonância, decorre o princípio da capacidade contributiva” [CITATION Jos16 \p 16 \t


\l 2070 ], e de acordo com o artigo 88.º da CRA “todos têm o dever de contribuir para as
despesas públicas e da sociedade, em função da sua capacidade económica e dos benefícios
que aufiram, através de impostos e taxas, com base num sistema tributário justo e nos termos
da lei.”

“O Princípio da Igualdade impõe também a uniformidade na tributação, que significa que a


repartição dos impostos pelos cidadãos deve basear-se no mesmo critério, ou seja, seguindo o
mesmo critério para todos.”[CITATION SEB \p 21 \t \l 2070 ]

O autor segue afirmando que esta uniformidade se traduz quer na:

 Igualdade Horizontal – os indivíduos nas mesmas condições devem pagar os


mesmos impostos; e
 Igualdade Vertical – os indivíduos em condições diferentes devem pagar
impostos diferentes. O mesmo impõe que ninguém seja privilegiado pelo
Sistema Fiscal.

1.1.3.3. Princípio da Não Retroactividade da Lei Fiscal

No artigo 102.º nº 2, da CRA, o legislador afirma que “as normas fiscais não têm efeito
retroactivo, salvo as de carácter sancionatório, quando sejam mais favoráveis aos
contribuintes.”

“Quando o facto tributário for de formação sucessiva, a nova Lei é apenas aplicável ao
período decorrido após a sua entrada em vigor.” Artigo 8º nº4 do CGT.

13
1.1.4. Aplicação da Lei Fiscal no Tempo

Baseado no artigo 9º do CGT a obrigação tributária surge com a verificação do pressuposto


previsto na lei para a sujeição ao imposto:

 Não aplicação da nova lei que veio alterar os elementos essenciais do imposto,
desde que a obrigação já tenha sido constituída em momento anterior ao
aparecimento dessa lei (teoria da irretroactividade)
 Aplicação da nova lei ao processo administrativo em curso, desde que os
elementos alterados não sejam essenciais

Uma norma legal deixa de ser aplicada se acontecer:

 Suspensão - a aplicação da lei fica suspensa, embora em vigor;


 Revogação - norma com valor legal igual ou superior expressa ou tacitamente a
revoga;
 Caducidade - quando expira o prazo fixado para a lei.

1.1.4.1. Aplicação da Lei Fiscal no Espaço

Princípio da Territorialidade: a lei fiscal de um Estado apenas abrange os factos e situações


que ocorram no território desse Estado e os rendimentos que nele tenham a sua fonte.

O CGT no seu artigo 9º nº 2 tipifica que “a tributação directa sobre as pessoas singulares ou
colectivas abrange a totalidade dos rendimentos, independentemente do lugar da sua
proveniência.”

1.2. Generalidades da Auditoria Fiscal

Araújo [CITATION Ara04 \p 13 \n \t \l 2070 ] cita que “o termo auditoria, etimologicamente


falando, origina-se do latim auditare, “ouvir”, inicialmente os ingleses o traduziram como
auditing para designar, exclusivamente, o conjunto de procedimentos técnicos para revisão
dos registros contabilísticos”.

Através da necessidade para confirmação dos registros contabilísticos e do aparecimento das


grandes empresas, surgia a auditoria para basear os lucros expressos nas demonstrações
financeiras, de acordo com o desenvolvimento económico mundial e do número de empresas
que foram se formando, a auditoria foi evoluindo cada vez mais em paralelo ao mesmo.
[CITATION Ely17 \l 2070 ]

14
Para os empresários não tem sido só possível fazer uma análise da situação financeira mais
como também da situação fiscal da empresa, de modos a permitir maior exactidão das
demonstrações financeiras e contribuir para melhor observância das leis fiscais.

A auditoria fiscal ao longo do tempo tem se tornado uma prática no seio empresarial, tal que,
passou a ser um mecanismo de controlo para empresas, e não usado somente pelos agentes
fiscais para inspeccionar a regularidade fiscal do contribuinte.

1.2.1. Abordagem Conceptual da Auditoria Fiscal

“A auditoria fiscal é um tipo especializado de auditoria; não se trata de uma auditoria global,
pois é exclusiva da área dos impostos, observando as necessidades da empresa em matéria
fiscal e de avaliação da eficácia da gestão fiscal”. [CITATION Mai10 \p 13 \l 2070 ].

De formas a dar luz daqueles que são os entes que realizam este tipo de auditoria, o mesmo
autor segui dizendo que:

A Auditoria Fiscal é considerada como uma parte autónoma da Auditoria


Financeira, realizada quer pela Empresa quer pelo Estado, e que apresenta como
principal objectivo certificar-se de que as Demonstrações Financeiras foram
preparadas em estrita observância aos Princípios Contabilísticos Geralmente Aceites
(PCGA) e de que não enfermam de erros que de algum modo possam vir a deturpar
o seu resultado, influenciando negativamente o resultado fiscal e consequentemente

o imposto devido ao Estado. [CITATION Mai10 \p 9 \l 2070 ]

Assim, olhando para definição apresentada anteriormente, sente-se que há uma concordância
e sequência lógica, quando Oliveira, Paixão, Silva, & Furtado [CITATION Ely17 \p "5
& 6" \n \t \l 2070 ] falam com que intenção cada entidade (empresa e estado) realiza a
Auditoria Fiscal:

Enquanto para as empresas a auditoria fiscal busca avaliar se seus processos e


métodos de tributação consistem na alternativa legal que possibilite menores custos,
para o governo ela serve como forma de verificar o regular cumprimento das
obrigações tributárias, das obrigações acessórias e do prazo de recolhimento dos
tributos, evitando a sonegação e possibilitando melhor ajuste fiscal.

De acordo com a definição e a intenção da realização da mesma, pode-se verificar que a


auditoria fiscal apresenta duas vertentes, um anglo estadista e social da auditoria fiscal e
uma vertente empresarial.[CITATION Ema19 \p 11 \l 1046 ]

15
Começo primeiro por apresentar a definição de alguns autores onde conceituam a auditoria
fiscal numa vertente angla estadista e social ao expressarem um interesse do Estado na
arrecadação de receitas, de prevenção e combate a situações eventuais de evasão e fraude
fiscal.

Segundo Santos [CITATION Cle \p 29 \n \t \l 2070 ] “Auditoria Fiscal é o ramo da auditoria


voltado para a análise do correcto cumprimento das obrigações tributárias pelos
contribuintes.”

De acordo com Grampert (2002) citado por Martínez [CITATION Mar121 \p 152 \n \t \l
2070 ] em sua tese: “Auditoria Fiscal é um exame para saber se o contribuinte avaliou e
declarou sua divida fiscal e cumpriu outras obrigações de acordo com as leis impostos e o
sistema tributário em geral.”

Por outro lado, as definições que se apresentam a seguir abordam uma auditoria fiscal
desencadeada pela empresa (vertente empresarial).

Segundo Molinari [CITATION Mol14 \p 39 \n \t \l 2070 ]; Sob a óptica empresarial:

Auditoria Fiscal consiste, então, em demonstrar passivos fiscais adequados e


provisionados de forma lícita e menos onerosa às empresas, auxiliando-as a alcançar
seus objectivos adoptando procedimentos mais eficazes aos processos de
gerenciamento de riscos, avaliando os riscos de interpretação da legislação, sua
aplicabilidade e planeamentos para a empresa.

Lourenço [CITATION Lou00 \p 66 \n \t \l 2070 ] afirma que:

A auditoria fiscal tem por missão efectuar um exame da situação fiscal da empresa
tendo em vista o controlo da regularidade fiscal, assim como o conhecimento dos
riscos que decorrem da prática de eventuais erros de forma a contribuir para uma
maior eficiência da gestão fiscal, dentro dos limites do quadro da legislação em
vigor.

Quando falar das “formas de auditoria” mais a frente vamos poder entender como se
comporta a Auditoria Fiscal nas duas vertentes.

Para está monografia trataremos de abordar a Auditoria Fiscal na vertente empresarial


(desencadeada pela empresa). De seguida, apresento o meu conceito da mesma focando na
vertente que será apresentada neste estudo:

“Auditoria Fiscal é uma importante ferramenta que auxilia a gestão de modos a atingir os
seus objectivos, focando no cumprimento regular das leis fiscais, de forma a credibilizar o

16
planeamento e a gestão fiscal para obtenção de economias fiscais, e lidar com eventuais
reformas tributárias e crises que podem se apresentar no sistema económico nacional.”

1.2.1.1. Auditoria Fiscal vs. Auditoria Financeira vs. Auditoria Tributária

Para fazer uma abordagem mais completa apresento uma figura baseado no artigo de Bastos
[CITATION Bas04 \p 2 \n \t \l 2070 ] de modos a facilitar a interpretação das similaridades e
diferenças entre elas.

Figura 2 Posicionamento Conceptual da Auditoria Tributária

Auditoria Interna, Operacional e de Gestão


Auditoria Provisional
Auditoria Informática
Auditoria Estratégia

Auditoria Auditoria Interna


Financeira Auditoria Tributária
Auditoria Fiscal (Inspecção Tributária)
Integrada na auditoria as
Auditoria Externa contas
Auditoria Privada Orientada por entidade
externa recrutada para
esse fim em particular.

Fonte: Bastos cintando Arens(2002), adaptado

O conceito de Auditoria de Fiscal engloba


conteúdos diferentes em função da pessoa que a realiza. Assim, se estivermos perante um
auditor de contas (auditor financeiro), a Auditoria Fiscal poderá ser percepcionada como uma
componente restrita da auditoria financeira. Em contrapartida, se este tipo da auditoria for
desempenhado, grosso modo, por um Técnico da Administração Fiscal, então estamos a falar
de um processo de auditoria independente, com um sentido próprio e dissociado do processo
sistemático da auditoria financeira, estamos então a falar de Auditoria Tributária. [CITATION
Bas04 \p 2 \t \l 2070 ]

Para concluir, o mesmo autor [CITATION Bas04 \p 3 \n \y \t \l 2070 ] afirma que: “a


Auditoria Tributária constitui a componente externa da Auditoria Fiscal levada a cabo por
uma entidade pública ou governamental.”

Em pesquisas desencadeadas, vários foram os autores que afirmarão que auditoria fiscal é
uma extensão da auditoria financeira, como é o caso de Pohlmann:

A Auditória Fiscal assemelha-se muito e pode, até mesmo, ser considerada como uma
subespécie de auditoria financeira, que é o conjunto de técnicas e procedimentos empregados
17
para exame de registros e demonstrações financeiras, bem como a documentação que lhe dá
suporte, visando apresentar e formalizar opiniões, conclusões, críticas e orientações sobre
situações, transacções ou eventos patrimoniais. [CITATION Mar10 \p 19 \t \l 2070 ]

Passo por definir primeiro a auditoria financeira e visando uma breve diferença entre ambas.

A Auditoria Financeira é uma revisão das Demonstrações Financeiras, registos, transacções e


operações de uma entidade, efectuada por auditores, com a finalidade de assegurar a
fiabilidade dos registos e proporcionar credibilidade às Demonstrações
Financeiras[CITATION Mar12 \p 27 \l 2070 ].

Se a eficiência de uma auditoria financeira só é conseguida se existir um profundo


conhecimento teórico e prático da contabilidade e das normas nacionais e internacionais que
lhe estão subjacentes, na auditoria fiscal deve existir, como acréscimo, um forte conhecimento
da legislação fiscal. [CITATION Mai10 \p 8 \l 2070 ].

Segundo Costa (2010:49) citado por Isabel & Oliveira [CITATION Mar12 \p 27 \n \t \l 2070
] em sua tese Auditoria Financeira tem como objecto as asserções subjacentes às DF´s e como
objectivo a expressão de uma opinião sobre estas por parte de um profissional competente e
independente. O objectivo da auditoria financeira está directamente relacionado com as
asserções dos órgãos de gestão, as quais se presumem verdadeiras, e cujo papel do auditor é a
sua confirmação ou não.

E do outro lado de acordo com Lourenço (2000, p. 59) citado por Isabel & Oliveira
[CITATION Mar12 \p 27-28 \n \t \l 2070 ] o objectivo da Auditoria Fiscal consiste na
realização de um diagnóstico acerca da situação fiscal da entidade, por forma a avaliar a sua
estratégia fiscal, bem como a eficiência da gestão, numa única perspectiva, a diminuição
máxima da carga fiscal, tornando-se como tal, instrumento da máxima importância ao serviço
da gestão fiscal, na medida em que influencia significativamente as decisões de gestão.

Tabela 1: Principais Diferenças entre Auditoria Fiscal e Auditoria Financeira

18
Aspecto Comparativo Auditoria Financeira Auditoria fiscal
Observação das exigências fiscais em matéria
Imagem verdadeira e apropriada das
Objectivo Principal tributária como salvaguarda dos superiores
contas
interesses do Estado

Detecção de erros e fraudes Cumprimento das obrigações fiscais e Gestão/


Objectivos Secundários
contabilísticas Planeamento fiscal (quando executada pela empresa)
Plano geral de Contabilidade (PGC),
Normas Normas Internacionais de Contabilidade Plano geral de Contabilidade
e Normas Internacionais de Auditoria
Lei das Sociedades Comerciais, Códigos Fiscais, Direito Circulado e Direito
Legislação
Código Comercial e Códigos Fiscais Instrutório
Auditores internos da empresa, Auditores Externos
Auditores Externos
e organismos oficiais do Estado (AGT)
Principais conhecimentos
Contabilidade e auditoria Fiscalidade e direito fiscal
exigidos ao auditor
Base Legal Sim Não
Adaptado de Guimarães 1998

Segundo Mai, et al., [CITATION Mai10 \p 11 \n \t \l 2070 ] , como principais elementos de


conclusão retirados da tabela acima, temos:

 A Auditoria Fiscal afasta-se da auditoria financeira nos objectivos a atingir; e


 Preocupa-se sobretudo, cremos, com a demonstração dos resultados por
naturezas, como consequência, refira-se, dos seus próprios objectivos
específicos.

De acordo com Canedo et al. (2009) citado por Isabel & Oliveira, [CITATION Mar12 \p
28 \n \t \l 2070 ]:

A Auditoria tributária é aquela desenvolvida pela administração fiscal, através dos


seus inspectores tributários e consiste na análise de contabilidades organizadas, a
partir da verificação substantiva dos respectivos elementos de suporte, com recurso a
técnicas muito próprias, tendo sempre como objectivo, a verificação e validação dos
actos declarativos (confirmação da veracidade das declarações fiscais) e a sua
correspondência com as transacções efectivamente praticadas pelo contribuinte e
ainda, a verificação da adequação das mesmas à situação económica e patrimonial
do contribuinte.

“A Auditória Tributária possui como escopo fundamental o de minimizar a diferença


existente entre o imposto declarado pelos contribuintes e o imposto potencialmente definido
por lei, com objectivo amplo de combater á fuga e evasão fiscal.” [CITATION Bas04 \p 3
\t \l 2070 ]

19
Fonte: Adaptado de Guimarães (1998) citado por Mai, et al., [CITATION Mai10 \p

O autor segue afirmando [CITATION Bas04 \p 3 \n \y \t \l 2070 ] que a mesma constitui,


conceptualmente, uma derivação da Auditória Fiscal, sendo assim, há um tronco comum de
objectivos que poderão ser sintetizados no exame final da empresa, tendo em vista o controlo
da regularidade, (Chadefaux, 1987), assim como o conhecimento de erros e riscos.

“Tal como na auditoria financeira, a auditoria tributária procura reconstruir o caminho inverso
ao da obtenção das DF´s declaradas, com o objectivo de procurar evidências sobre a
veracidade das asserções constantes das DF´s.” [CITATION Mar12 \p 28 \t \l 2070 ]

Eles continuam dizendo [CITATION Mar12 \p 28 \n \y \t \l 2070 ] que, no entanto, “vai


além da contabilidade, porque necessita de validar as transacções e respectivos documentos de
suporte contabilizados numa perspectiva fiscal, e não numa perspectiva exclusivamente
contabilística.”

Figura 3 Percurso da Auditoria Tributária

Declaraçõ Informação
Classificaç
Factos es Auditada
ão e
Patrimoni DF´s de
Registo
ais Rendimen
contabilísti
tos
co

Auditoria Financeira

Auditoria Tributária
Fonte: Bastos [CITATION
Bas04 \p 5 \n \t \l 2070 ]
Segundo Bastos [CITATION Bas04 \p 5 \n \t \l 2070 ] mediante a análise da figura podemos
afirmar que os procedimentos da Auditoria Tributária não visam, em exclusivo, tal como
acontece na Auditoria Financeira, obter evidências sobre as asserções contidas nas DF´S, mas
sim, e em primeira instância, obter evidências sobre asserções contidas nas diversas
declarações de rendimentos, nas quais são apuradas as correspondentes bases tributáveis.

Para finalizar Isabel & Oliveira, [CITATION Mar12 \p 29 \n \t \l 2070 ] diz que no tocante
aos objectivos de ambas as auditorias, eles são diferentes apenas no que respeita às
consequências das mesmas, isto porque, enquanto que a auditoria financeira tem como
objectivo emitir uma opinião, podendo estar associada a um conjunto de recomendações, da
auditoria tributária podem resultar correcções aos resultados tributáveis declarados com
efeitos monetários efectivos, o que originar liquidações oficiosas de imposto, coimas e juros.

20
No quadro que se segue, vamos destacar as principais características da Auditoria Financeira,
da Auditoria Fiscal e da Auditoria Tributária.

Tabela 2: As principais características da Auditoria Financeira, da Auditoria fiscal e da


Auditoria Tributária

Caracte rísticas/Auditoria Financeira Fiscal Tributária


Identificar comportamentos fiscais de risco Sim Sim Sim
Confirmação das asserções constantes nas DF Sim Sim Sim
Confirmação do pagamento dos impostos/tributos Sim Sim Sim
Deteção de erros contabilísticos Sim Sim Sim
Tem por missão fazer exame da situação fiscal da entidade Não Sim Sim
Importância das ISA Sim Não Não
Preocupa-se com a gestão e o planeamento fiscal com vista à
obtenção de economias fiscais Não Sim Não
Deteção de operações marginais à contabilidade Não Não Sim
Exige conhecimento da realidade dos impostos, ao nível do
Sim Sim Sim
direito fiscal, da ciência fiscal e da fiscalidade
Aplicação de penalidades nos termos do CGT Não Não Sim
O auditor exerce funções de uma forma contínua de acordo
Sim Sim Não
com a durabilidade do contrato de prestação de serviços
As relações com a entidade auditada são esporádicas Não Não Sim
O auditor exige o cumprimento das obrigações fiscais Não Não Sim
Fonte: Isabel & Oliveira, [CITATION Mar12 \p
30 \n \t \l 2070 ]
1.2.2. Finalidade e Objectivo da Auditoria Fiscal

Se o estudo fosse desenvolvido num contexto estadista, afirmaria assim como fez Santos C. D
[CITATION Cle \p 30 \n \t \l 2070 ] que “a principal finalidade da Auditoria Fiscal é o de
verificar o correcto cumprimento das obrigações fiscais por parte do auditado”. Mas como já
havia abordado antes que para este estudo iria fazer uma abordagem na vertente empresarial
(desencadeada pela empresa), logo a finalidade que se pretende apresentar neste estudo é
aquela apresentada por Recktenvald (2002, p. 26), citado pelos autores Oliveira, Paixão, Silva,
& Furtado [CITATION Ely17 \p 5 \n \t \l 2070 ] em seu artigo visando que:

“A auditoria fiscal tem, em última análise, a finalidade de identificar desvios de


procedimentos não condizentes com as determinações da legislação tributária, no intuito de
evitar a apuração, excedente ou insuficiente, dos tributos legalmente exigidos.”

E neste enfoque é que Crepaldi [CITATION Cre \p 23-27 \n \t \l 2070 ] enfatiza que a
Auditoria Fiscal possibilita ainda:

 Observar a correcta contabilização das despesas da empresa;


21
 Levantar créditos tributários ignorados pela Contabilidade que poderiam ser
reavidos ou compensados;
 Verificar se os regimes de caixa e de competência têm sido geridos de maneira
satisfatória;
 Conferir se as retenções tributárias têm sido realizadas em conformidade com a
legislação;
 Levantar se a empresa tem escriturado a totalidade dos livros e controles
exigidos pelo fisco;
 Propor possibilidades de economia tributária e levantar dados para
reformulações societárias e planeamentos tributários em geral.

Quanto ao objectivo, os autores Oliveira, Paixão, Silva, & Furtado [CITATION Ely17 \p 5 \n
\t \l 2070 ] afirmam que a Auditoria Fiscal objectiva:

A comprovação de regularidade dos procedimentos fiscais adoptados pela empresa,


a constatação do pleno aproveitamento dos benefícios e incentivos fiscais previstos
pela legislação, o levantamento e avaliação de contingências eventualmente
incorridas, com as recomendações cabíveis para a sua regularização.

De modo a dar maior sustentabilidade ao objectivo anterior prescrito, Mai, et al., [CITATION
Mai10 \p 14-15 \n \t \l 2070 ] reparte em dois grupos os objectivos da Auditoria Fiscal:

 O controlo da regularidade fiscal: a falta de cumprimento ou o não


cumprimento integral das obrigações fiscais pode provocar a aplicação de
penalidades e a exigência do cumprimento da obrigação fiscal. Situações destas
podem ter consequências graves na situação financeira das empresas, colocando
em causa a continuidade da empresa e a imagem verdadeira e apropriada das DF
´s.
 Gestão/Planeamento Fiscal: trata-se de integrar a fiscalidade nas actividades da
empresa, podendo as opções da gestão serem umas ou outras, consoante forem
fiscalmente mais favoráveis, no quadro e dentro dos limites da legislação em
vigor. Pretende-se, assim, atingir o grau mais elevado da eficácia fiscal, tendo
em vista a obtenção de vantagens financeiras e a contribuição para a eficácia da
gestão global.

1.2.3. Importância da Auditoria Fiscal

Em sua tese Martínez [CITATION Mar121 \p 153 \n \t \l 2070 ] afirma que:

22
A importância da Auditoria Fiscal é que ela permite ao contribuinte conhecer sua
real situação tributária, a razoabilidade do cumprimento das suas obrigações
tributárias, dependendo da linha de negócios e características específicas, nos
períodos em que o realiza a referida auditoria, avaliando a adequada contabilização
das operações por meio da revisão de seus livros, registos, documentos, operações e
demonstrações financeiras.

Ele afirma também que a mesma “proporciona ao cliente uma revisão crítica do passado,
apontando deficiências observadas e oferece conselhos úteis para o futuro por meio de
sugestões de carácter construtivo.”

1.2.3.1. Vantagens da Auditoria Fiscal

Investir numa Auditoria Fiscal proporcionam vantagens que dão uma maior dinamização das
actividades da empresa face ao mercado, ao seu ambiente interno, a promoção da
transparência e confiabilidade na sua relação com o fisco, e nesta senda Monteiro
[CITATION Jos \n \t \l 2070 ] apresenta algumas vantagens de investir na Auditoria fiscal:

 Controle de processos legais: com uma análise profunda da auditoria, a


empresa poderá ter melhor conhecimento do andamento de processos legais e
entender como lidar com esses processos para que eles tenham um
encaminhamento adequado e não causem mais problemas.
 Recuperação de impostos: muitas empresas, por descuido da gestão tributária
ou falta de informação, acabam pagando mais impostos do que deveriam. No
entanto, esses impostos pagos indevidamente podem ser recuperados. Mas, para
isso, é preciso que a auditoria identifique e rastreie esse montante para que seja
possível reavê-los.
 Riscos tributários: com a análise da auditoria, a possibilidade de consulta e um
planeamento consistente, você elimina da sua empresa a vulnerabilidade aos
riscos tributários, que podem causar transtornos e impedir a continuidade do
empreendimento.
 Suporte técnico: mesmo reconhecendo a oportunidade de melhoria, muitas
empresas enfrentam dificuldades para implementar mudanças. Logo, a auditoria
é um ponto de apoio para sanar dúvidas e buscar referências sobre como a
organização pode gerir seus tributos de forma mais eficiente.
 Controle interno: a Auditoria Fiscal, mais do que uma actividade que visa
economizar recursos, deve ser vista como uma ferramenta de controlo interno. É

23
responsabilidade do gestor ter consciência e controle das obrigações da empresa,
e somente por meio da auditoria responsável ele será realmente capaz de
responder pelo sucesso ou fracasso do negócio.

1.2.3.2. Usuários da Auditoria Fiscal

“A Auditoria Fiscal possui diversos usuários que, em seus objectivos, procuram obter um
maior grau de segurança possível sobre as informações a eles prestadas para que tomem suas
decisões baseadas em dados que representem a realidade da organização
analisada.”[CITATION Cre \p 20 \t \l 2070 ]

De acordo com o mesmo autor [CITATION Cre \p 21 \n \y \t \l 2070 ] os usuários podem


ser:

 A Administração ou o Departamento Fiscal das Organizações, que


contratam a Auditoria Fiscal com finalidade de terem um “respaldo” maior em
suas bases de cálculo e apuração e recolhimento de tributos;
 “A própria Auditoria Financeira que, para validar os passivos e activos
tributários, utilizam-se dos trabalhos da Auditoria Fiscal para certificarem os
seus testes na área contabilística;”
 “O Fisco, que utiliza da estrutura de seus próprios auditores fiscais (p/exemplo,
os Auditores da Administração Tributária) para terem segurança da apuração e
da arrecadação dos tributos e cumprindo o seu papel de agente arrecadador e
fiscalizador.”

1.2.4. Formas de Auditoria Fiscal

Baseada nas ideias expostas no Portal Auditoria [CITATION Por20 \n \t \l 1046 ] em


primeira instância a Auditoria Fiscal é percebida como actividade desenvolvida somente pelos
membros da Administração fiscal, mais esta percepção está longe de ser a única maneira de
execução da mesma, como já havia referenciado alguns aspectos no que toca a abordagem
conceptual da Auditoria Fiscal quando falamos da vertente Estadista e Empresarial da mesma.
Sendo que, o seu conceito pode variar em relação ao sujeito que executa a auditoria.

De acordo com Guimarães (2001, p. 351) citado por Lajoso [CITATION Jos19 \p 37 \n \t \l
2070 ] em sua tese, a Auditoria Fiscal poderá ser desenvolvida numa tripla vertente:

 Pelas entidades fiscalizadoras do Estado, isto é, a AGT;


 Por auditores internos da Empresa;

24
 Por auditores externos.

1.2.4.1. Auditoria Fiscal Executada pela Administração Geral Tributária -


AGT

Esta forma de auditoria tem como objectivo a verificação da regularidade fiscal, tendo em
vista os interesses do Estado, assume mais o aspecto de inspecções ou fiscalizações, em áreas
específicas da fiscalidade, visando apenas a regularidade fiscal. A fiscalização tributária visa
essencialmente a análise das DF´s de uma empresa, por um técnico fiscal (perito de
fiscalização tributária/inspector tributário), com o objectivo de verificar se o contribuinte
cumpriu com as suas obrigações fiscais. [CITATION Mai10 \p 12 \t \l 2070 ]. Tem como
objectivos colaterais a detecção de erros nas declarações de rendimentos, de erros
contabilísticos e de operações marginais à contabilidade ou operações nela dolosamente
simuladas.”

1.2.4.2. Auditoria Fiscal Exercida por Auditores Internos da Empresa

“Se este tipo de auditoria for executado por um auditor interno ou por um auditor externo, a
auditoria fiscal é considerada uma parte restrita das auditorias desenvolvidas por aqueles
profissionais.” [CITATION Jos19 \p 37 \t \l 2070 ]

Ainda Lajoso [CITATION Jos19 \p 37-38 \n \t \l 2070 ] afirma que:

A auditoria interna torna-se um importante instrumento de gestão sendo que além da


tradicional função de medir, avaliar e reportar a eficácia do controlo interno, alia
uma importante vertente de consultadoria, contribuindo para acrescentar valor e para
assegurar que a mesma seja encarada pela gestão como essencial para alcançar os
objectivos a que a organização se propõe. Este desiderato contribui para a procura
das melhores soluções para satisfação dos objectivos da organização, procurando a
melhor política fiscal, tendo em conta o seu peso financeiro. Neste campo a auditoria
interna procura optimizar a carga fiscal, para além da verificação do cumprimento
dos requisitos da legislação fiscal, adoptando uma atitude crítica, integrada na gestão
global da entidade ou organização.

De acordo com Mai, et al., [CITATION Mai10 \p 12 \n \t \l 2070 ] efectivamente, algumas


sociedades podem dispor nos seus quadros de profissionais, altamente qualificados técnica e
cientificamente em domínios afins à Fiscalidade, capazes de poderem responder às
preocupações de base da empresa em matérias de gestão e planeamento fiscal.

Os mesmos autores [CITATION Mai10 \p 13 \n \t \l 2070 ] ainda chamam atenção que a


solução aqui preconizada envolve gastos com o pessoal que, como avançámos, não são
25
suportáveis pela esmagadora maioria das nossas sociedades, motivo pelo qual as mesmas
recorrem a serviços de consultadoria/assessoria fiscal prestados por terceiros.

1.2.4.3. Auditoria Fiscal Exercida por Auditores Externos

A Auditoria Fiscal desempenhada por auditores externos, visa o controlo da regularidade


fiscal de forma a contribuir para uma maior eficiência da gestão fiscal dentro dos limites do
quadro da legislação em vigor. [CITATION Mai10 \p 13 \n \t \l 2070 ]. Ela desenvolve-se ao
longo do exercício, englobando o atempado cumprimento das obrigações fiscais, quer
pecuniárias, quer declarativas.

1.3. Auditoria Fiscal como Instrumento de Gestão

Qualquer decisão empresarial tem sempre implicações fiscais. A fiscalidade afecta a


poupança das empresas (autofinanciamento), na medida em que influência os fluxos
financeiros, reduz os cash-flows disponíveis para aplicação e condiciona as decisões de
investimento e de financiamento, influenciando a tomada de decisões de investimento e de
financiamento, pois não incide de forma igual sobre as diversas fontes de financiamento
(leasing, crédito bancário, autofinanciamento). [CITATION Ant05 \p 2 \l 1046 ]

Balizado pelas mudanças na economia que tem se verificado nos últimos anos foi possível
analisar que com o passar do tempo o fisco angolano tem se tornando mais rigoroso no
controle da sonegação devido as reformas tributarias que tem sofrido, logo as empresas de
modos a mantiverem uma gestão eficiente se vêm obrigadas a se antecipar ao próprio
governo, evitando autuações e o pagamento de multas pesadas, através do uso da Auditoria
Fiscal.

Para dar consistência a minha afirmação cito o Portal Auditoria [CITATION Por20 \n \t \l
2070 ] que pontualiza que:

A competição entre os grupos empresariais, cada vez mais acirrada, desperta para
uma nova filosofia e gerenciamento operacional do fluxo de operações comerciais,
industriais e prestações de serviços, haja vista que com os mesmos instrumentos
financeiros que geram receitas e despesas. De forma preventiva, concentram-se os
trabalhos voltados à revisão fiscal com o fim de minimizar a pesada e complexa
carga tributária, ou a prevenção de eventuais passivos e contingências fiscais.

“A Auditoria Fiscal é um importante instrumento de gestão administrativa que engloba


informações importantes de todos os segmentos de uma empresa.” [CITATION Cre \p 4 \t \l
2070 ]

26
O autor ainda afirma[CITATION Cre \p 8 \n \t \l 2070 ] que o serviço de “Auditoria Fiscal
proporciona maior segurança e solidez ao planeamento societário-tributário e às decisões
empresariais do dia-a-dia, consistindo em ferramenta-chave para o delineamento de uma
gestão estratégica e objectiva, baseada em dados concretos.”

De modos a dar suporte ao parágrafo anterior o Portal Auditoria [CITATION Por20 \n \t \l


2070 ] aborda que a auditoria fiscal é uma ferramenta que auxilia a administração da empresa,
assegurando que os controles fiscais e rotinas de trabalho estejam sendo astutamente
executadas e que os dados contabilísticos estejam adequadamente de acordo com as normas
fiscais e os princípios fundamentais de contabilidade.

“A Auditoria Fiscal constitui um importante instrumento ao serviço da gestão das empresas e


um indispensável mecanismo para acautelar os interesses do Estado na presença de situações
irregulares do ponto de vista da arrecadação de impostos.” [CITATION Mai10 \p 16 \l 2070 ]

A empresa que faz auditoria fiscal periodicamente torna-se mais potencialmente competitiva,
pois se mantém em dia com a legislação, evitando autuações e multas, o que favorece o
desenvolvimento saudável do empreendimento, mesmo diante de ocasionais crises financeiras
e problemas políticos. [CITATION Via19 \p 39 \l 2070 ]

O autor Crepaldi [CITATION Cre \p 17-19 \n \t \l 2070 ] ainda afirma que Auditoria fiscal
está segregada em:

 Preventiva: revisar os últimos 5 anos das obrigações principais e acessórias,


objectivando adequar os procedimentos fiscais à legislação vigente, e precaver a
empresa de eventuais fiscalizações.
 Correctiva: revisar mensalmente as obrigações principais e acessórias com base
em apurações realizadas e documentações apresentadas pela empresa, ou
referentes a um determinado período solicitado.
 Operacional: apurar mensalmente as obrigações principais, confeccionar guias
de recolhimento, elaborar e enviar declarações acessórias, recuperação e
actualização de créditos tributários, levantamento e revisão de contingências
fiscais.

1.3.1. A Relevância e Benefícios da Auditoria Fiscal na Gestão Empresarial

A área de tributos vem obtendo, actualmente, uma significativa relevância no mundo dos
negócios e exigindo da alta gerência das empresas uma eficaz gestão das obrigações

27
tributárias, visto que, esta, é considerada por muitos gestores, como um dos maiores, senão o
maior passivo dentro de uma organização. [CITATION Mol14 \p 39 \t \l 2070 ]

De acordo com Borges (2008, p. 1), citado por Molinari [CITATION Mol14 \p 39 \n \t \l
2070 ] a auditoria de tributos apresenta-se como uma permanente, útil e necessária actividade
empresarial que participa proactivamente do processo de obtenção de um elevado índice de
eficiência no adimplemento das obrigações principais e dos deveres instrumentais decorrentes
das relações tributárias resultantes dos negócios realizados.

Seja de carácter correctivo ou preventivo a Auditoria Fiscal contribui para o crescimento de


uma organização, para que este seja continuo e sustentável, deixando de ser vista como um
custo ou apenas uma obrigação, passando a assumir o papel de um importante instrumento de
apoio à alta administração, aos investidores e ao governo. [CITATION Mol14 \p 39 \t \l 2070
]

“A Auditoria Fiscal possui um lado muito benéfico, para o qual muitos gestores acabam não
atentando. Isso porque, ao controlar o bom andamento dos procedimentos legais, ela também
cuida da recuperação de impostos pagos indevidamente ou a valor maior.”[CITATION
Via19 \p 37 \t \l 2070 ].

Segundo o Blog ConexãoNFe [CITATION Con20 \n \t \l 2070 ] a Auditoria Fiscal é


benéfica ao ponto que proporciona:

 Obtenção de dados importantes para tomada de decisões estratégicas:


ponto, quanto maior a fidedignidade dos dados contabilísticos apresentados,
melhores serão as decisões estratégicas. A auditoria fiscal levará a organização a
providenciar uma remodelação tributária. Por consequência, a carga de impostos
deve diminuir, possibilitando o uso desses recursos para a área de investimentos,
por exemplo.
 Aumento da competitividade da empresa no mercado: A redução da carga
tributária pode viabilizar a diminuição desses preços. Desse modo, pode-se
afirmar que a regularidade das auditorias fiscais promove diversas economias à
empresa. Isso a torna bem mais competitiva perante os empreendimentos
concorrentes. Além disso, também é possível criar um fundo financeiro de
emergência, o qual pode ser utilizado em meio às frequentes crises que abalam o
mercado.
 Aproveitamento de créditos e deduções.
28
Viana, Fontes, Santos, & Zago, [CITATION Via19 \p 39 \n \t \l 2070 ] são de acordo que
uma solução é terceirizar a contabilidade de sua empresa para profissionais que sejam aptos
para realizá-la e realizem auditorias como parte de seus processos, usando também softwares
específicos, que ajudam a aperfeiçoar a gestão e o controle:

 Risco de ser autuado por erros de escrituração ou falta de informação;


 Não realiza a conferência dos valores de impostos debitados e creditados em sua
apuração;
 Não consegue identificar quais notas fiscais foram ou não contabilizadas;
 Entregando assim, os arquivos para o fisco de forma incoerente.

1.4. Tributação das Empresas de Prestação de Serviço

Conceitualmente dizendo, a Prestação de Serviço é uma actividade económica onde não


existe, efectivamente, um produto tangível como resultado. Como regra, este modelo de
actuação conta sempre com um prestador, que é aquele que oferece o serviço em si, e um
tomador, que é aquele que recebe a prestação de serviço mediante o pagamento de algum tipo
de remuneração previamente combinado entre as partes. [CITATION Ren19 \p 1 \l 2070 ]

Há uma diversidade de tipologia de serviços, citando os mais frequentes no nosso mercado:


Serviços Sociais (Saúde e Educação), Telecomunicação, Transporte, Hotelaria e Turismo,
Consultorias e Acessórias, Financeiro (Seguradora e Banco), Segurança, Manutenção e
Construção, Jardinagem e Limpeza, Beleza e Estética, Personais e Coach.

1.4.1. Tributação

No que toca a tributação das empresas de prestação de serviços o Código do Imposto


Industrial (CII) no seu artigo 64º nº 5 prevê “a taxa de liquidação provisório de imposto sobre
prestações de serviços 6,5%”. Logo é feita de forma directa (no apuramento final) e indirecta
(Retenção na fonte feita pela a entidade beneficiária do serviço que tenha contabilidade
organizada).

1.4.1.1. Regime Geral de Tributação

São tributados pelo Regime geral os contribuintes cuja matéria colectável é determinada com
base na declaração fiscal e demonstrações financeiras, nos termos do CII, do Plano Geral de
Contabilidade, Planos de Contas das Instituições Financeiras e Seguradoras, do Plano de
Contas dos Organismos de Investimento Colectivo, das Sociedades Gestoras e outros
estabelecidos por legislação própria. [CITATION Clá20 \p 7 \t \l 1046 ]

29
De acordo com Bernardo, Carreira, & Melo, [CITATION Ber18 \p 18 \n \t \l 2070 ] na
determinação da matéria colectável o lucro tributável corresponde ao saldo revelado pela
conta de resultados do exercício, consistindo na diferença entre todos os proveitos ou ganhos
realizados e os custos ou gastos incorridos no exercício, uns e outros, eventualmente
corrigidos nos termos do Código do Imposto Industrial (tendo em atenção o artigo 12º).

O artigo 12º nº 5 do CII, dispõe que os contribuintes enquadrados no regime geral devem
possuir contabilidade organizada.

1.4.1.2. Regime Simplificado de Tributação

O presente regime aplica-se aos contribuintes sujeitos ao Imposto Industrial que estejam
abrangidos pelo regime de não sujeição do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA).
[CITATION Clá20 \p 7 \t \l 1046 ]

Para a determinação da matéria colectável a tributação incide sobre os lucros efectivamente


obtidos pelos contribuintes e determinados através da sua contabilidade. Quando tal não for
possível, sobre os lucros presumivelmente obtidos pelos contribuintes. Neste último caso, a
matéria colectável corresponde ao volume de vendas dos bens e serviços prestados, não sendo
permitidas quaisquer deduções à matéria colectável. [CITATION Ber18 \p 29 \t \l 2070 ].

1.4.1.3. Liquidação Provisórias Imposto Industrial

Segundo a empresa Deloitte & Touche Auditores, Lda. [CITATION Del18 \p "20 &
21" \n \t \l 1046 ] a liquidação provisória sobre serviços a luz do artigo 67º do CII segue as
seguintes regras:

 Âmbito de sujeição subjectiva e taxa: nos termos do regime de liquidação e


pagamento provisório sobre prestações de serviços, os sujeitos passivos de
Imposto Industrial com sede, direcção efectiva ou estabelecimento estável em
Angola que exerçam actividades de prestação de serviços de qualquer natureza,
estão sujeitos a tributação, por retenção na fonte, à taxa de 6,5%.
 Natureza da retenção na fonte efectuada: as retenções na fonte em análise têm
uma natureza provisória e relevam na liquidação definitiva de Imposto
Industrial, deduzindo-se à colecta final do contribuinte retido.
 Entrega da retenção na fonte: A liquidação e entrega do imposto devido é da
responsabilidade da pessoa colectiva pagadora do serviço, que responde pela
totalidade do imposto e acréscimos, no caso de não pagamento, sem prejuízo do

30
direito de regresso da entidade sujeita a retenção na fonte, mas apenas quanto à
dívida principal. A entrega do imposto retido deve ser efectuada até ao final do
mês seguinte.
 Mecanismo de recuperação do imposto: caso o imposto retido pelos clientes
exceda a colecta do exercício, as retenções na fonte efectuadas em excesso
poderão ser recuperáveis mediante dedução à colecta do exercício seguinte e nos
exercícios que se seguem.
 Obrigações acessórias: no acto de entrega do imposto retido, deve ser
apresentado em duplicado um mapa, que deve ser carimbado e assinado pela
repartição fiscal, contendo o seguinte:

Designação social e NIF do fornecedor do serviço;

Descrição do serviço;

Valor total da factura;

Valor da factura a pagar, em caso de pagamento parcelado;

Valor do imposto retido.

Esta informação deve ser apresentada em formato informático, sempre que a AGT solicitar
esta informação.

31
CAPÍTULO II – ESTUDO APLICADO

Este capítulo centraliza-se na apresentação do conjunto de dados extraídos através da


realização da observação e inquérito caracterizados na metodologia deste estudo aplicado às
empresas de Prestação de Serviço da cidade do Lubango e a análise dos resultados obtidos.
Inicialmente foram analisados os dados da etapa do inquérito, aplicado a 44 empresas e para
finalizar foi analisado os dados da empresa Alcamby, Lda.

A nível estrutural, primeiramente, o capítulo em referência, apresenta e caracteriza o caminho


utilizado (metodologia) para alcançar os objectivos predeterminados e a posterior realiza a
apresentação e discussão de dados dentro dos parâmetros definidos na metodologia.

2. Metodologia

Para a realização deste trabalho, as informações literárias disponíveis serviram de suporte,


como: artigos, livros, jornais, revistas.

A metodologia específica como os objectivos estabelecidos foram alcançados. As partes


constitutivas da metodologia: a amostragem e as formas de colecta, de organização e de
análise dos dados.

A metodologia envolve levantamento de campo, análise de dados ou pesquisa bibliográfica.


Usou-se recursos primários (questionários ou entrevistas – pessoal, telefone, correio, email).

2.1. Caracterização da Pesquisa

Quanto à natureza: Aplicada. De acordo com Prodanov & Freitas[CITATION Cle13 \p 51


\n \t \l 2070 ] este tipo de pesquisa objectiva gerar conhecimentos para aplicação prática
dirigidos à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais.

Quanto aos objectivos da investigação: Descritiva. Pois um estudo Descritivo é aquele que
expõe as características de uma determinada população ou fenómeno, demandando técnicas
padronizadas de colecta de dados.[CITATION Cle13 \p 127 \l 2070 ].

Quanto aos procedimentos técnicos: Documental e Bibliográfica. Enquanto a pesquisa


bibliográfica se utiliza fundamentalmente das contribuições de vários autores sobre
determinado assunto, a pesquisa documental baseia-se em materiais que não receberam ainda
um tratamento analítico ou que podem ser reelaborados de acordo com os objectivos da
pesquisa.[CITATION Cle13 \p 55 \l 2070 ].

32
Quanto à forma de abordagem classifica-se como quantitativa dado que visa a demonstrar como
a auditoria fiscal desempenha um papel importante como instrumento de gestão nas empresas
de prestação de serviços. Procura traduzir em números os conhecimentos gerados pelo
pesquisador [CITATION Cle13 \p 128 \l 2070 ].

2.2. População & Amostra

Em estatística, população é uma colecção de todos os resultados, respostas, medições ou


contagens que são de interesse[CITATION Lar10 \p 22 \l 2070 ]. Como população temos
todas as Empresas de prestação de serviços do município do Lubango.

Amostra em estatística é uma subcolecção de elementos extraídos de uma


população[CITATION Cor03 \p 9 \l 2070 ].

Para a presente pesquisa a amostra será não probabilística por conveniência., que Segundo
Prodanov & Freitas [CITATION Cle13 \p 98 \n \t \l 2070 ] “Amostra não Probabilística por
Conveniência é aquela em que o pesquisador selecciona os elementos a que tem acesso,
admitindo que esses possam, de alguma forma, representar o universo.” Neste caso foram
seleccionado 44 empresas.

2.3. Procedimentos para Recolha de Dados

A recolha de dados foi feita por meio de questionários e análise documental baseado em
dossiês permanente, corrente, fiscal e os relatórios e contas.

Questionário é um instrumento de colecta de dados, constituído por uma série ordenada de


perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador. Em geral,
o pesquisador envia o questionário ao informante, pelo correio ou por um portador; depois de
preenchido, o pesquisado devolve-o do mesmo modo. Junto com o questionário deve-se
enviar uma nota ou carta explicando a natureza da pesquisa, sua importância e a necessidade
de obter respostas, tentando despertar o interesse do recebedor, no sentido de que ele preencha
e devolva o questionário dentro de um prazo razoável[CITATION Mar03 \p 201 \l 2070 ].

2.4. Análise de Dados

Os dados recolhidos foram tabulados e inseridos no software Statistical Package for the Social
Sciences (SPSS) e no Microsoft Excel, no qual foram utilizadas técnicas de análise de dados
que serão descritas abaixo.

33
A primeira análise foi dispor as variáveis socioeconómicas e outras que fazem parte do
questionário. Nesta análise, foram elencados pontos como tipo de serviço prestado, tipo de
sociedade, grupo de tributação e dimensão.

Usou-se no processo de análise e interpretação dos dados a Estatística Descritiva. Segundo


Morais (2005, pp. 9-10) a “Estatística Descritiva consiste na recolha, análise e interpretação
de dados numéricos através da criação de instrumentos adequados: quadros, gráficos e
indicadores numéricos.”

Na interpretação dos dados empíricos produziu-se um resumo verbal, numérico e gráfico para
descrever os resultados obtidos das principais variáveis em estudo. O método de interpretação
dependeu da natureza dos dados que se distingue em dois tipos fundamentais: dados
qualitativos e dados quantitativos. Mantemos os dados na sua forma original e categorizamos
apenas para efeitos de apresentação.

2.4.1 Apresentação dos Resultados dos Questionários

A tabela abaixo evidencia o quanto as empresas estão fortalecidas no mercado de prestação de


serviço, visto que todas actuam de menos 1 ano à 20 anos neste segmento. Este indicador de
tempo de actuação no mercado mostra que as empresas lutam pela permanência e procuram
firmar sua história no sector.

Contactou-se que a maioria das empresas do Sector dos Serviços na Cidade do Lubango,
optam pelo Regime Geral do Imposto Industrial e do Imposto sobre o Valor Acrescentado e,
um grupo pequeno de empresas deste Sector não têm contabilista e consequentemente a sua
contabilidade organizada.

Quanto a preferência dos serviços de contabilidade prestados à empresas deste sector, existe
um equilíbrio entre as que preferem contabilista interno e externo, isto mostra que mais do
que ter um contabilista, as empresas procuram manter a regularidade da organização
contabilística e da prestação de contas. Neste contexto, apenas 20 empresas deste segmento,
isto é, 49% trabalha com o contabilista num intervalo de tempo entre 1 e 5 anos, 2 empresas
começaram a trabalhar com os contabilistas em menos de 1 ano.

34
Tabela 3 Tempo de actuação, Regime de Tributação, Trabalho com Contabilista
Tempo de Actuação no mercado Regime de Tributação A empresa tem contabilista Tempo de Trabalho com o Contabilista
Nº de Simplificado Simplificado
Tipo de Serviço
Empresas Menos de 1 ≤ 5 6 ≤ 10 11 ≤ 15 16 ≤ 20 Mais de Geral (que possui (que não possui Sim Não Interno Externo Menos de 1 ≤ 5 6 ≤ 10 11 ˂ 20 Mais de
1 Ano 20 Anos 1 Ano 20 Anos
contabilidade) contabilidade)
Saúde 4 50% 25% 25% 50% 50% 100% 50% 50% 50% 50%
Educação 6 33% 17% 17% 33% 50% 50% 100% 50% 50% 33.33% 33.33% 33.33%
Banca 1 100% 100% 100% 100% 100%
Seguro 1 100% 100% 100% 100% 100%
Segurança 2 100% 100% 100% 50% 50% 100%
Transporte 2 100% 100% 100% 100% 50% 50%
Consultorias e Acessórias 4 50% 25% 25% 50% 50% 100% 75% 25% 75% 25%
Telecomunicações 3 33.33% 33.33% 33.33% 67% 33% 100% 67% 33% 33% 67%
Hotelaria e Turismo 3 33,33% 33,33% 33,33% 100% 100% 100% 33% 67%
Manutenção e Construção 3 33.33% 67% 67% 33% 100% 67% 33% 33.33% 33.33% 33.33%
Jardinagem e Limpeza 2 50% 50% 100% 100% 50% 50% 50% 50%
Beleza e Estética 3 67% 33% 33,33% 33,33% 33,33% 67% 33% 100% 50% 50%
Personais e Coach 3 33,33% 33,33% 33,33% 67% 33% 67% 33% 100% 50% 50%
Estação de Serviços 3 33,33% 33,33% 100% 100% 100% 67% 33%
Outros Serviços 4 25% 75% 50% 50% 100% 50% 50% 25% 75%
Total 44 2 18 7 12 4 0 23 19 2 42 2 23 19 2 20 11 8 0
Total em % 100% 5% 42% 16% 28% 9% 0 52% 43% 5% 95% 5% 55% 45% 5% 49% 27% 19% 0

35
Tabela 4 Cumprimento do calendário fiscal, Notificação da AGT e Alteração da política de gestão

36
Cumprimento do
Notificação da AGT
Calendario Fiscal

Nº de Obrigações Obrigações Valor constante da notificação Pagament


Tipo de Serviço Recepção
Empresas Declativas Contributivas (Valores em AKZ) tributo
1 000 000 5 000 000
Menos de Mais de
Sim Não Sim Não Sim Não ˂ ˂ Sim
1 000 000 20 000 000
5 000 000 20 000 000
Saúde 4 100% 100% 50% 50% 50% 100%
Educação 6 83% 17% 100% 33% 67% 33% 17% 50%
Banca 1 100% 100% 100% 1
Seguro 1 100% 100% 100% 100% 1
Segurança 2 50% 50% 100% 100% 100% 100%
Transporte 2 50% 50% 100% 100% 50% 50% 100%
Consultorias e Acessórias 4 100% 100% 100% 75% 25% 50%
Telecomunicações 3 100% 100% 33% 67% 100% 100%
Hotelaria e Turismo 3 100% 100% 100% 33% 67% 100%
Manutenção e Construção 3 100% 100% 100% 33,33% 33,33% 33,33% 100%
Jardinagem e Limpeza 2 50% 50% 100% 50% 50% 100% 100%
Beleza e Estética 3 67% 33% 67% 33% 67% 33% 33,33% 33,33% 67%
Personais e Coach 3 67% 33% 100% 100% 1
Estação de Serviços 3 100% 100% 100% 33%
Outros Serviços 4 1005 75% 25% 75% 25% 67% 33% 67%
Total 44 38 6 42 2 27 17 10 9 4 4 24
Total em % 100% 56% 14% 95% 5% 61% 39% 37% 33% 15% 15% 57%

Os resultados evidenciam que embora a maioria das empresas entrevistadas não fazem o uso
da auditoria fiscal, todas elas afirmaram que cumprem com suas obrigações de acordo com a
legislação angolana, visto que as mesmas possuem o conhecimento dos seus passivos
tributários, declaram e contribuem seguramente. Tal que 61% das empresas deste sector, já
recebeu notificação as suas contas pela AGT e o 39% nunca recebeu notificação desde o
início das suas actividades. Só 24 empresas das 27 que receberam notificação da AGT
pagaram os tributos constantes da notificação, 18 não pagaram porque nunca receberam
notificação.

Das 24 empresas que pagaram os tributos constantes da notificação só 19 (46%) empresas é


que sentiram comprometida a capacidade de honrar com os seus compromissos a curto prazo,
5 empresas possivelmente apresentaram liquidez suficiente, logo não houve como tal o
comprometimento da capacidade de honrar com os seus compromissos no curto prazo.

Gráfico 3 Conhecimento da Auditoria Fiscal

37
O Contabilista/Gestor já ouviu falar da Auditoria Fiscal?

Sim 40%
Não
60%

Gráfico 4 Uso da Auditoria Fiscal

Faz utilização da Auditoria Fiscal na sua empresa?

23%
Sim
Não
77%

Mediante a análise dos gráficos acima, podemos afirmar que apesar da maioria dos
gestores/contabilista já ter ouvido falar da Auditoria Fiscal, os procedimentos da auditoria
fiscal não são utilizados pela maioria das empresas em estudo, já que a maioria relatou que
não fazem o uso da auditoria fiscal, apesar de ser uma ferramenta de suma importância para as
organizações e um instrumento gerencial de grande valor.

Tabela 5 Motivos da não utilização da Auditoria Fiscal

Analisando as respostas dos pesquisados, pode-se observar que a maioria dos


gestores/contabilista concordam que o uso da auditoria fiscal é de suma importância, embora
não fazem o uso da mesma, pois infelizmente na maioria das vezes essa ferramenta é usada

38
em último caso, talvez isso aconteça porque nunca foi experimentado de facto os seus
resultados dentro dessas organizações.

O gráfico a seguir revela a assiduidade da auditoria fiscal nas empresas pesquisadas.

Gráfico 5 - Frequência com que é feita a Auditoria Fiscal

Com que frequência faz auditoria fiscal na sua empresa?


7%
2%
Mensalmente
12%
Semestralmente
Anualmente
Não é feita
79%

Essa prática da utilização da auditoria fiscal ainda não são utilizadas pela maioria das
empresas entrevistadas, mas alegam ser uma ferramenta muito importante para o crescimento
e desenvolvimento da empresa, 3 (três) alegam que fazem a auditoria mensalmente, 1 (Um)
Semestralmente e 5 (Cinco) Anualmente.

Tabela 6 Motivo do uso da Auditoria Fiscal Mensal, Semestral e Anual

Gráfico 6 Auditoria Fiscal na tomada de decisão

39
O uso da auditoria fiscal proporciona maior grau de segurança as informações prestadas
para a tomada de decisões?

Sim
Não 44%
56%

É notável a importância da auditoria fiscal para essas empresas, pois 56% dos entrevistados
alegaram que é extremamente importante a utilização da mesma. São inúmeras as vantagens
do uso dessa ferramenta, pois é utilizada como controle e assessoramento nas informações
para as tomadas de decisões e também contribui para a sociedade em geral, porém apesar de
conhecerem a sua importância não é notório o conhecimento real dos seus benefícios, visto
que grande parte nunca usou esta ferramenta.

É importante salientar que o uso da auditoria fiscal tem um efeito significativo, mas que é
possível cumprir as obrigações tributárias correctamente sem o uso desta ferramenta, embora
ponha em risco a confiabilidade das informações, fazendo com que as empresas fiquem
sujeitas a possíveis erros, fraudes e impostos mais elevados.

Gráfico 7 Contributo da Auditoria Fiscal para alcance dos objectivos da empresa

A Auditoria Fiscal como instrumento de gestão tem contribuído positivamente


para o alcance dos objectivos da empresa?

Sim
Não 40%

60%

40
O gráfico acima espelha que a maioria das empresas partilham da ideia que a auditoria fiscal
não contribui positivamente para o alcance dos objectivos, uma vez que a maioria das
empresas inqueridas não prática a auditoria fiscal.

Gráfico 8 Auxílio da Auditoria Fiscal para Verificação dos dados

A auditoria fiscal auxilia a administração da empresa a verificar se os dados contabilísticos


estão adequadamente de acordo com as normas fiscais e os princípios fundamentais de
contabilidade?

Sim
Não
40%

60%

Como o gráfico acima afirma que a maior parte das empresas pesquisadas, não faz o uso da
auditoria fiscal, que é uma ferramenta que auxilia a administração da empresa, assegurando
que os controles fiscais sejam executados e que os dados contabilísticos funcionem de acordo
com as normas fiscais e os princípios fundamentais de contabilidade. Logo foi um factor
determinante para que a maioria das empresas afirmassem que a mesma não auxilia a
administração neste processo de verificação.

Gráfico 9 Auditoria Fiscal como aspecto competitivo

A auditoria fiscal tem proporcionado maior competitividade face a


concorrência?

Sim
Não 37%

63%

41
A auditoria fiscal por ser uma ferramenta estratégica em tempos de crise, acarreta consigo
uma vantagem, que é de proporcionar mecanismo para que a empresa consiga manter sua
actividade estável no mercado, e só 37% das empresas inqueridas, concorda que a auditoria
fiscal pode proporcionar vantagem.

2.4.2. Apresentação dos Resultados da Auditória Fiscal na Empresa Alcamby, Lda

Alcamby Comercio & Serviços, Lda é uma empresa de direito angolano com NIF
5417664200 situado no bairro comercial, município do Lubango Província da Huila. De
acordo com analise do dossier permanente, corrente, fiscal e os relatórios e contas da empresa,
cuja análise teve como suporte metodológico o teste substantivo constatou-se as seguintes
situações:

- As Retenções na Fonte do Imposto Industrial que foram declaradas no valor de 851 822,00
não apresenta subavaliações e nem sobreavaliações.

- O CMV que foi declarada no valor de 99 448 260,32 vão de encontro ao constatado.

- O Custo com Pessoal está subavaliado em 127.080,00 Akz, porque não se efectuou o devido
processamento da Contribuição para segurança social por conta da Entidade Patronal.

- A Amortização do Exercício registado a debito da conta 73.1 e a Crédito da conta 18.1 fruto
da aplicação das taxas constantes da tabela de amortizações e reintegrações está subavaliado
em 169 874,20 porque a empresa Alcamby, Lda não teve em atenção as normas previstas na
legislação fiscal.

- O imposto de selo contabilizados a debito da conta 75.3.1.1 e acredito da conta 34. 9


resultante de retenções dos recebimentos das vendas e serviços prestados a Estado está
subavaliado em 86.031,08 porque a empresa declarou apenas o imposto selo resultante das
retenções sofridas pelos recebimentos das vendas e serviços prestados ao Estado.

O imposto de selo pago no exercício 2019 está subavaliado porque a empresa teve Vendas na
ordem de 138 120 908,00 e pagou apenas 1 295 178 de imposto de selo.

- Os procedimentos para o cálculo do IRT por conta de outrem de órgão sociais não foram
adoptado de acordo as normas fiscais de vigência motivo pela o imposto está subavaliado em
3 492,00.

- O INSS por conta de outrem e da Entidade Patronal declarado e pago no valor 161 370,00
não foi de acordo ao que se constatou apresentando uma diferença no valor de 990,00

42
- As Rendas e Alugueres que foram declarados no valor de 1 020 000,00 vão de encontro ao
constatado. Porém, o Imposto predial não foi apurado e contabilizado pela empresa nem na
óptica patrimonial nem de renda, uma vez que a empresa contabilizou o pagamento de renda
no valor de 1 020 000,00, logo, de acordo com as normas fiscais vigente neste período a
mesma deveria apurar e contabilizar o Imposto predial em 153 000,00 resultante da aplicação
da taxa efectiva de 15% sobre o valor da renda. No entanto, a empresa não declarou e nem
pagou o imposto predial no exercício de 2019.

- As Vendas que foram declaradas no valor de 138 120 907,00 vão de encontro ao constatado.

Tabela 7 Mapa de Situação

Os fenómenos observados as contas auditadas e com base nos pressupostos contabilísticos


consagrado no ponto 6.4.5 Erros e alterações de políticas contabilísticas 6.5.2 Erros e
alterações de políticas contabilísticas do PGC deu lugar a construção de um mapa de
correcções de modo apura a real situação fiscal da empresa:

Tabela 8 Mapa de Correcções

43
Com base na tabela acima, nos erros identificados e nas correcções que deverão ser efectuadas
às contas da empresa Alcamby, Lda no exercício económico de 2019 e, em obediência as
normas do Plano Geral de Contabilidade Angolano sem descurar os princípios e regras
tributárias consagradas na Legislação Fiscal e outras normas relevantes, as correcções
sugeridas têm de forma particular os seguintes enquadramentos legais e normativos:

1. Relativamente aos pontos do mapa de correcções, cuja as correcções propostas


resulta de erros com valores inferiores nos termos do PGC, no seu ponto 5.2
-Notas às Contas / Disposições Gerais, os erros identificados não são
materialmente relevantes por serem inferior a 10% do total do activo no caso dos
pontos 1 e 5 do mapa acima e inferior a 5% dos proveitos operacionais nos dos
pontos 2, 3, 4 e 6 do mapa acima. O PGC recomenda ainda na Nota Explicativa
no ponto 13.1-Outras Rubricas de Proveitos/Conteúdos das Rubricas registar as
correcções favoráveis derivadas de erros relacionados com exercícios anteriores
que não sejam materialmente relevante, na conta 68.10 – Outros Proveitos e
Ganhos não Operacionais / Correcções Relativas a Exercícios Anteriores (no
caso do ponto 1 do mapa de correcções) e no ponto 14.1 - Custos e Perdas/
Conteúdos das Rubricas, registar as correcções desfavoráveis derivadas de erros
relacionados com exercícios anteriores que não sejam materialmente relevante,
na conta 78.10 – Outros Custos e Perdas não Operacionais / Correcções
Relativas a Exercícios Anteriores (no caso dos pontos 2, 3, 4 e 6 do mapa de
correcções).

44
A legislação fiscal no que concerne a correcção proposta, oriundo de erros de
exercícios anteriores impede nos termos da alínea g), nº 1 do artigo 18º da Lei nº
19/14, de 22 de Outubro – Lei que aprova o Código do Imposto Industrial, que as
correcções relativas aos exercícios anteriores sejam dedutíveis à matéria colectável do
Imposto Industrial em que for feito o registo contabilístico. Neste Sentido a empresa
perde o benefício fiscal dos proveitos e custos não reconhecidos nos respectivos
exercícios em obediência ao princípio de especialização do exercício que sustenta a
posição do legislador.
Caso a empresa pretender recuperar o beneficio fiscal dos proveitos e custos e não
reconhecido no respectivo exercício deverá apresentar uma declaração de substituição
nos termos do artigo 122º da Lei nº 21/14 de 22 de Outubro – Lei que aprova o código
geral tributário, mais, para efeitos de planeamento fiscal deve-se sempre analisar as
implicações fiscais (multas) imputadas ao fenómeno substituição da declaração,
quando a multa por substituição da declaração for superior ao beneficio fiscal do custo
não reconhecido.
Quando o benefício fiscal dos proveitos e custos não reconhecidos em exercícios
anteriores for superior a multa por substituição da declaração, o resultado deste
fenómeno da origem a um crédito fiscal e, caso o contrário da origem a uma divida
tributária. O Conceito de crédito fiscal e divida tributária encontrar-se consagrado no
artigo 2º da lei que aprova o Código geral tributário.
Para efeitos de Gestão recomenda-se a correcção do erro, e para efeitos fiscais apesar
da correcção do erro ser recomendada terão um efeito positivo à matéria colectável do
exercício em que for registado o erro.
2. Relativamente aos pontos 3, 4, 5 e 6 pelos factos de estarem relacionados as
contas de impostos e de contribuições, e não foram apurados de forma correcta,
o que causou um apuramento de valores inferiores aos que deveriam ser
entregues aos cofres do Estado, logo o sucedido pode gerar multas e Juros.

De acordo as informações acima numa forma de evidenciar a importância da Auditoria Fiscal


preventiva e correctiva foi elaborada dois (2) mapas que espelham qual seria o Resultado
Líquido do Exercício e o Imposto a pagar/recuperar se a empresa usufruísse dos serviços de
Auditoria Fiscal como uma ferramenta de apoio a gestão.

45
Tabela 9 Mapa da importância do uso da Auditoria Fiscal

Tabela 10 Situação Fiscal

Os mapas acima evidenciam que o facto da empresa ter imposto sobre os lucros a recuperar,
não pode servir de garantia que a empresa vai recuperar na totalidade o valor calculado da
diferença do imposto pago e do imposto que deveria ser pago, uma vez que temos que ter em
atenção que o Imposto de selo, o Imposto Predial, os encargos sobre remunerações fruto da
segurança social por conta da entidade patronal e outros imposto dedutíveis a matéria
colectável concorrem para o apuramento do Lucro Tributável e verificar se estes mesmos
impostos foram apurados e pagos de acordo com os PGCA e a Legislação Vigente.

46
CONCLUSÃO

Tendo em conta a novidade deste tema no ceio empresarial e a escassa referência teórica e
prática, leva-me a concluir que, de acordo com o objectivo da auditoria fiscal de proporcionar
meios para atender às necessidades específicas das empresas, de tal modo a estabelecer
políticas fiscais e processos capazes de viabilizar o cumprimento de obrigações fiscais,
auxiliando-as a estruturar suas operações, sem perder de vista as oportunidades de redução
dos custos fiscais.

Em tempos que vivemos como este, de pandemia, o uso desta ferramenta torna-se cada vez
mais relevante, pode ser um mecanismo estratégico em tempos de crise. Logo os gestores
terão de servir em amplo modo dos serviços de auditorias, em caso específico ao nosso estudo
da auditoria fiscal para tomar decisões certas, gerir os recursos disponíveis, motivar os seus
colaboradores e atingir os objectivos preconizados. Sendo assim, buscou-se demonstrar na
presente pesquisa o quanto se faz importante a auditoria fiscal para as sociedades
empresariais.

Pode-se afirmar que esta pesquisa respondeu a todos os objectivos propostos, confirmando o
uso correcto das normas referidas por lei, e mostrou também o conhecimento da importância
desta auditoria e a necessidade de realizar a mesma de forma preventiva, para evitar passivos,
fraudes e possíveis irregularidades com o fisco. Na análise do questionário ficou evidente o
conhecimento que as empresas possuem sobre o tema abordado e a respeito das leis fiscais,
mas a maioria admite nunca ter feito o uso desta ferramenta, apesar de ter conhecimento da
sua importância. Logo ela é extremamente necessária em muitas empresas, principalmente
naquelas em que não possuam internamente um profissional capacitado na área tributária e
rotinas fiscais.

LIMITAÇÕES E SUGESTÕES

Limitações

A elaboração desta monografia apresentou muitos percalços e barreiras. A prior na revisão da


literatura existe a escassez de estudos desta natureza e tema, em particular com incidência
sobre Angola. Já a nível do estudo aplicado às empresas de prestação de serviços, o
desconhecimento do número de empresas que fazem o uso da auditoria fiscal como
instrumento de gestão na cidade do Lubango, pelo facto da não existência de instituições que
faz o controlo estatístico das mesmas, dificultou a definição do tamanho da amostra que então
foi muito limitada. Também a dificuldade de acesso a mais empresas para recolha de dados, o
47
desconhecimento do tema por maioria das empresas inquiridas que tornou longo o processo
de preenchimento dos questionários, bem como a selecção da empresa para aplicação prática
do tema, já que muitos empresários ainda não consegui aceitar as vantagens proporcionado
por um estudo académico nas organizações.

Sugestões

Deve-se desencorajar a atitude dos empresários de só solicitarem os serviços de auditoria


fiscal quando são notificados pela AGT sobre as asserções contidas nas demonstrações
financeiras, uma vez que é menos oneroso executá-la a prior. Isto é, criar mecanismo para as
organizações perceberem a necessidade de contratação de serviços de auditoria fiscal, pois
sabem que, uma vez não cumpridas ou feitas de forma equivocada, fatalmente geram
dispêndios desnecessários e problemas futuros em suas operações no país.

48
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52
53
ANEXOS

Anexo 1 – Modelo de Inquérito

DEPARTAMENTO DE CONTABILIDADE E GESTÃO

Inquérito

O presente Inquérito visa recolher dados relativos à monografia de licenciatura em


Economia na especialidade de Contabilidade e Fiscalidade, cujo tema é: “A Auditoria
Fiscal como Instrumento de Gestão nas Empresas de Prestação de Serviços do
Lubango”

Portanto, ao responder as questões que se seguem esperemos que o (a) caríssimo(a) sr.
(a) seja o mais honesto possível, sabendo sempre que não existem respostas certas nem
erradas, somente a sua opinião é que nos interessa.

Instruções de Preenchimento

Preencha, para questões fechadas, com um X e siga devidamente com as instruções das
questões. O inquérito é composto por duas partes, sendo a primeira relativa à
caracterização do inquerido e a última relativa ao uso da Auditoria Fiscal como
Instrumento de Gestão.

Obs.: O Inquérito é anónimo, não deve colocar o nome do inquerido muito menos a sua
assinatura e os dados solicitados são de uso na presente investigação.

Desde já, agradece-se pela atenção e colaboração cedida!

Lubango, 2021

Empresa: _________________________

54
Parte I – Caracterização da Inquerido

Saúde Educação Consultorias e Acessória Beleza e Estética

Banca Segurança Jardinagem e Limpeza Personais e Coach

Seguro Transporte Hotelaria e Turismo Telecomunicação

Estação de Serviços Manutenção e Construção Outros Serviços

1.

Tipo de Serviço
2. Tempo de Actuação no Mercado 3. Regime de Tributação

Menos de 1 ano Regime Geral

Entre 1 e 5 anos Regime Simplificado


(Que possui contabilidade)
Entre 6 e 10 anos
Regime Simplificado
Entre 11 e 15 anos
(Que não possui contabilidade)
Entre 16 e 20 anos

Mais de 20 anos

55
Parte II – Uso da Auditoria Fiscal como Instrumento de Gestão

4. A empresa tem um contabilista?

Sim Não

5. O contabilista é

Interno Externo

6. Tempo de trabalho com o Contabilista?

Menos de 1 ano

Entre 1 e 5 anos

Entre 6 e 10 anos

Entre 11 e 20 anos

Mais de 20 Anos

56
7. A empresa cumpre com calendário fiscal no cumprimento das obrigações declarativas?

Sim Não

8. A empresa cumpre com calendário fiscal no cumprimento das obrigações contributivas?

Sim Não

9. A empresa já recebeu alguma vez uma notificação sobre as contas declaradas na AGT?

Sim Não

10. Valor a pagar (impostos, multas e juros) constante na notificação?

Menos de 1.000.000,00 kz

Entre 1.000.000,00 e 5.000.000,00 kz

Entre 5.000.000,00 e 20.000.000,00 kz


11. A empresa pagou os tributos constantes na notificação ?
Mais de 20.000.000,00 kz
Sim Não

12. O pagamento dos tributos constantes na notificação comprometeram a capacidade da a da


empresa honrar com os seus compromissos a Curto Prazo ?
Sim Não

13. A empresa sentiu-se obrigada a alterar a sua política de Gestão?

Sim Não

14. O Contabilista/Gestor já ouviu falar da Auditoria Fiscal?

Sim Não

15. Faz utilização da Auditoria Fiscal na sua empresa?


57
Sim Não
Caso não, indique alguns motivos da não utilização:

___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

16. Com que frequência faz auditoria fiscal na sua empresa?

Mensalmente Semestralmente Anualmente Não é feita

Caso faça mensal, semestral ou anualmente, explique porquê?

___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
17. O uso da auditoria fiscal proporciona maior grau de segurança as informações prestadas
para a tomada de decisões?
de decisã?
? Sim Não

18. A Auditoria Fiscal como instrumento de gestão tem contribuído positivamente para o
alcance dos objectivos da empresa?
Sim Não

19. A auditoria fiscal auxilia a administração da empresa a verificar se os dados


contabilísticos estão adequadamente de acordo com as normas fiscais e os princípios
fundamentais de contabilidade?

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Sim Não
Sim Não

20. A auditoria fiscal tem proporcionado maior competitividade face a concorrência?

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Anexo 2 – Balanço da Alcamby Comercio e Serviços

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Anexo 3– Demonstração de Resultado da Alcamby Comercio e Serviços

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Anexo 4 – Balancetes da Alcamby Comercio e Serviços

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