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Teste para o scrib

Apresentação Os Cadernos Secad foram concebidos para cumprir a função de documentar as


políticas públicas da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do
Ministério da Educação. O conteúdo é essencialmente informativo e formativo, sendo
direcionado àqueles que precisam compreender as bases – históricas, conceituais,
organizacionais e legais – que fundamentam, explicam e justificam o conjunto de programas,
projetos e atividades que coletivamente compõem a política posta em andamento pela
Secad/MEC a partir de 2004. Procuramos contemplar informações úteis a gestores,
professores e profissionais da educação que atuam nos Sistemas de Ensino e a parceiros
institucionais, tais como o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), a União
Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e demais organizações com as quais
a Secad/MEC interage para consolidar suas ações. Os temas abordados compreendem as
questões da diversidade – étnico-raciais, de gênero e diversidade sexual, geracionais, regionais
e culturais, bem como os direitos humanos e a educação ambiental. São analisados do ponto
de vista da sustentabilidade e da inclusão social por meio de uma educação que seja
efetivamente para todos, de qualidade e ao longo de toda a vida. Para isso, pressupõe-se que:
i) a qualidade só é possível se houver eqüidade – isto é, se a escola atender a todos na medida
em que cada um precisa; e ii) todas as pessoas têm direito de retornar à escola ao longo de sua
vida, seja para complementar a Educação Básica, seja para alcançar níveis de escolaridade
mais elevados ou melhorar sua formação profissional. O grau de envolvimento dos
movimentos sociais nessas temáticas é intenso e, em muitos casos, bastante especializado,
tendo em vista que o enfrentamento da discriminação, racismo, sexismo, homofobia, miséria,
fome e das diversas formas de violência presentes na sociedade brasileira foi protagonizado,
por muito tempo, por tais movimentos. Assim, o Estado, ao assumir sua responsabilidade em
relação ao resgate das imensas dívidas sociais, dentre elas a educacional, precisa dialogar
intensamente com esses atores a fim de desenvolver políticas públicas efetivas e duradouras.
As políticas e ações relatadas nesses Cadernos estão em diferentes patamares de
desenvolvimento, uma vez que algumas dessas agendas já estavam incluídas, pelo menos, nos
instrumentos normativos relacionados à educação (e.g. Educação Escolar Indígena e Educação
Ambiental), enquanto outras ainda estavam em estágio inicial de discussão e desenvolvimento
teórico-instrumental (e.g. Relações Étnico-Raciais e Educação do Campo). No caso da Educação
de Jovens e Adultos as intervenções necessárias eram – e ainda são – de ordem estratégica,
abrangendo escala, metodologia e ampliação do investimento público em todos os níveis de
governo. Esperamos, com esses registros, contribuir para o enraizamento e o aprofundamento
de políticas públicas que promovam a igualdade de oportunidades na educação, a inclusão
social, o crescimento sustentável e ambientalmente justo, em direção a uma sociedade menos
desigual, mais compassiva e solidária.

2.1. Breve história da Educação Ambiental global3 Embora os primeiros registros da utilização
do termo “Educação Ambiental” datem de 1948, num encontro da União Internacional para a
Conservação da Natureza (UICN) em Paris, os rumos da Educação Ambiental começam a ser
realmente definidos a partir da Conferência de Estocolmo, em 1972, onde se atribui a inserção
da temática da Educação Ambiental na agenda internacional. Em 1975, lança-se em Belgrado
(na então Iugoslávia) o Programa Internacional de Educação Ambiental, no qual são definidos
os princípios e orientações para o futuro4 . Cinco anos após Estocolmo, em 1977, acontece em
Tbilisi, na Georgia (ex-União Soviética), a Conferência Intergovernamental sobre Educação
Ambiental, cuja organização ocorreu a partir de uma parceria entre a Unesco e o então
recente Programa de Meio Ambiente da ONU (Pnuma). Foi deste encontro – firmado pelo
Brasil – que saíram as definições, os objetivos, os princípios e as estratégias para a Educação
Ambiental que até hoje são adotados em todo o mundo. Outro documento internacional de
extrema importância é o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e
Responsabilidade Global (Anexo) elaborado pela sociedade civil planetária em 1992 no Fórum
Global, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
(Rio 92). Esse documento estabelece princípios fundamentais da educação para sociedades
sustentáveis, destacando a necessidade de formação de um pensamento crítico, coletivo e
solidário, de interdisciplinaridade, de multiplicidade e diversidade. Estabelece ainda uma
relação entre as políticas públicas de EA e a sustentabilidade, apontando princípios e um plano
de ação para educadores ambientais. Enfatiza os processos participativos voltados para a
recuperação, conservação e melhoria do meio ambiente e da qualidade de vida. O Tratado tem
bastante relevância por ter sido elaborado no âmbito da sociedade civil e por reconhecer a
Educação Ambiental como um processo político dinâmico, em permanente construção,
orientado por valores baseados na transformação social. A Agenda 215 , documento também
concebido e aprovado pelos governos durante a Rio 92, é um plano de ação para ser adotado
global, nacional e localmente, por organizações do sistema das Nações Unidas, governos e pela
sociedade civil, em todas as áreas em que a ação humana impacta o meio ambiente. Além do
documento em si, a Agenda 21 é um processo de planejamento participativo que resulta na
análise da situação atual de um país, estado, município, região, setor e planeja o futuro de
forma socioambientalmente sustentável. Em Tessaloniki, no ano de 1997, durante a
Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade: Educação e Consciência Pública
para a Sustentabilidade, os temas colocados na Rio 92 são reforçados. Chama-se a atenção
para a necessidade de

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