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Refutação à algumas heresias de cunho

Neopentecostal

Antes mesmo de começar esta defesa da verdade, preciso


expressar o que sinto ao ouvir as bobagens diariamente ditas nas
igrejas; direi quem é o culpado, qual é a raiz do problema, e
como pretendo lutar contra isto.
Meu coração desfalece, pois muita das vezes não posso
confrontar como gostaria, tanto por falta de vocabulário e
firmeza na voz, como por falta de coragem e ousadia. Oro para
que Deus me conceda essas quatro coisas.
Sinto-me impotente e culpado diante de tal situação, não por
mero vaidosismo, mas sim porque este problema impede que
haja uma melhora na santidade dos salvos e salvação na vida dos
ímpios, e como todo cristão saudável, não haveria outra reação
diante do fato desses dois estarem em falta na igreja.
O evangelho puro e simples do pecador arrependido e da
justificação em Cristo, é enterrado em meio ao entulho de
crendices, e toda a estrutura e composição chave do evangelho
que precisa ser pegada para que dê ao pecador a noção do seu
pecado e da condenação para que enfim se salve, é trocada pela
exposição dos espiritualismos e das crendices absurdas: Hoje o
ímpio não ouve que o seu problema é o pecado, mas sim, que o
seu problema é a “maldição hereditária” e o jovem pregador não
é questionado sobre o conteúdo da sua mensagem, mas sim,
questionado sobre o fato de sua pregação ter produzido ou não
arrepios e Emocionalismo barato para os ouvintes.
E é a partir daqui que pretendo apontar a raiz do problema: a
falta de preparação teológica dos obreiros e pastores, os líderes
desses pastores, que são os presidentes dos ministérios, não se
preocupam em fazer a exposição da teologia daquela igreja, e
preparar os pastores para fazer o mesmo, que fariam diversas
exposições sobre os atributos de Deus, a salvação, o espirito
santo, o batismo, o processo de justificação na salvação e assim
por diante, se assim fosse feito, os fiéis não ficariam perdidos
quanto ao que acreditam.
Hoje os crentes tem diversas frases de efeito e sofismas baratos
espalhados fazendo uma verdadeira bagunça teológica dentro de
suas mentes, o indivíduo cristão do século 21 está em uma
espécie de limbo histórico e doutrinal, e qualquer sopro o leva,
pois se ele está no limbo, não tem onde pisar, logo não pode se
manter firmado no chão.
Outra coisa negligenciada é a exposição da história da igreja
cristã, que se bem explicada, faria os fiéis entenderem de onde
saíram, e criariam uma espécie de linha de “normalidade”
teológica, sabendo diferir heresia de divergência teológica,
evitando assim o preconceito com outras igrejas e por efeito
precavendo-os contra os hereges e falsos profetas.
Outro problema é a falta de alfabetização de boa parte dessas
lideranças, que se quer, tem capacidade de compreender,
interpretar e explicar uma metáfora(a bíblia está cheia delas)
sem cair em uma interpretação maluca e desconexa com o
contexto do texto. Em suma, todo o problema reside na falta de
um estudo minucioso da própria fé;
Pretendo combater isso, de uma forma bem simples, pregando!
Usando da oportunidade de expor a palavra no púlpito, para
refutar as heresias e convencer os membros da congregação de
que se a coisa for conduzida do jeito que está sendo conduzida,
acabaremos destruindo a exposição genuína do evangelho para
as próximas gerações, levando em conta que isso pode tomar
proporções assustadoras a ponto de se ouvir pouquíssimo sobre
aquilo que realmente é valioso. Oro para que Deus me conceda o
dom do convencimento, para que minhas palavras(que não são
minhas) se fixem por inteiro nos corações, e criem raízes em suas
mentes.
1° Heresia: Deus me ‘’revela’’ que algo é pecado,
logo devo colocar essa revelação a altura das
escrituras, impondo a nova doutrina na igreja

Esta, é sem dúvida, uma das heresias mais estúpidas, porém,


uma das mais influentes nas ‘’igrejinhas’’ de estilo pentecostal,
não será necessário fazer uma análise muito profunda para
perceber a oposição direta as sagradas escrituras.
Gálatas 1:8
‘’mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie
outro evangelho além do que já vos tenho anunciado seja
anátema’’.

2° Timóteo 3:10
‘’tu, porém, tens seguido a minha doutrina, modo de viver,
intensão, fé longanimidade, caridade, paciência. ’’

Através desses 2 versículos(poderia citar muitos outros)


percebemos que a bíblia é a única e suficiente fonte de revelação
de Deus para nossa vida, no que tange a padrão moral.
Deus em sua magnifica sabedoria, nos dá um padrão moral
imutável através da bíblia. Se o contrário disto, fosse a verdade,
o evangelho iria se tornar uma metamorfose infinda, que se
moldaria e se transformaria a cada nova revelação, uma vez o
‘’cânon moral’’ estaria aberto, e se o leitor conhece um pouco de
lógica, perceberá que uma ideia que consiste na mudança
interminável e na adição ‘’eterna’’ de novos conceitos e
estruturas internas doutrinárias, se transformará em um monte
de nada.
Temo, porém, que o leitor não seja alguém tão apto para
entender isso, então quero simplificar as coisas ainda mais:
Ex: A tiazinha da igreja ‘’Deus é amor’’ recebe uma revelação de
que o ato de depilar as axilas, é pecado. Ela diz ser a testemunha
de uma manifestação genuína de Deus, e diz ainda que quem
não fizer como lhe foi revelado, estará pecando contra Deus.
Ora, se sabemos que a bíblia tem um padrão moral que é
constituído de algumas leis, fazer uma adição dessa, sem
nenhuma ligação concreta com o mandamento do amor ao
próximo ou do amor a Deus, e ainda por cima, imputa-lo como
vigente em pé de igualdade aos demais mandamentos, trará
uma completa confusão, pois mais tarde, outro profeta inspirado
por sabe-se lá o que, virá com mais um novo mandamento,
adicionando mais e mais, até que a totalidade dos mandamentos
adicionados, faça a essência se perder completamente, sufocada
pelos novos padrões de moralidade.
Encerro este assunto com a seguinte frase:
‘’não há como provar que uma revelação fora da bíblia é
verdadeira, pois que prova ela teria? Se não uma autoridade
dada por si mesma? Corramos para a sagrada escritura, pois a
veracidade dela é comprovada na história da humanidade e
continuará a ser confirmada pelos fatos da própria vida.”

2° Heresia: ‘’a letra mata” então não podemos


estudar demais.

Antes de explicar o erro de interpretação, quero me ater a


estrutura, e pressuposto dessa heresia:
Se eu ler a bíblia demais ou estudar teologia, ficarei morto
espiritualmente. Ora essa é uma afirmação absurda, e
autocontraditória pelos seguintes motivos:
Primeiro, estudar a bíblia e estudar teologia, estão com o
propósito numa mesma direção, levando em conta que a
intensão da teologia é exatamente isso, saber sobre Deus
estudando as escrituras para assim obter o conhecimento de sua
vontade, então pode-se dizer que estudar a bíblia e estudar
teologia é a mesma coisa, sobre certo aspecto.
Pela lógica óbvia das coisas, sabemos que conhecer a Deus é
uma parte essencial da vida cristã (a oração por exemplo é um
desses meios de conhecer Deus), logo empenhar forças em algo
que irá trazer esse conhecimento, é absolutamente importante.
Dito isto, não podemos afirmar que conhecer muito a vontade
de Deus e sua natureza, seja prejudicial, a não ser sobre o
aspecto de ir além do que foi revelado, querendo assim
transcender a revelação de Deus já existente, como uma forma
de penetrar Deus se igualando de certa forma a ele, qualquer
que tente isso não poderá fazê-lo por meio das escrituras.
Quando Paulo diz que a letra mata, ele se refere a lei do antigo
testamento, na qual impossibilitava o homem de se justificar por
si mesmo, e é por isso que a “letra mata”, o homem não
podendo cumprir a lei a risca, e a lei por ser lei aplica a justiça,
temos então o decreto de morte ao homem que é o
descumpridor da lei.

3°Heresia: obter através de algum sentimento


subjetivo, a capacidade de detectar se alguém tem
ou não o espirito santo, ou se é ou não “cheio da
unção”.
Antes de tudo, devo dizer aqui que, um salvo em Cristo, pode
sim sentir uma presença maligna ou benigna, mas isto não pode
ser levado como uma prova autossuficiente de que aquela
pessoa que está pregando na sua frente, ou falando, é temente a
Deus ou não, em resumo, o erro está na autossuficiência desse
“instinto sobrenatural”.
Jeremias 17: 9,10
9: Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e
perverso; quem o conhecerá?
10: Eu, o Senhor, esquadrinho o coração, eu provo os
pensamentos; e isso para dar cada um segundo o fruto das suas
ações.
A realidade é uma só: somos seres pecaminosos, caídos,
imperfeitos, sujos, maliciosos, etc. Ou seja, somos totalmente
passíveis de erro ou de queda no engano, seja por alguém ou
por nós mesmos.
Sabemos também que dentro de nós (salvos em Cristo), reside
o espirito santo, que nos guia, nos convence do pecado, e
concede o poder sobre o pecado, contudo, a plenitude do
poder contra o pecado, só se dará em nós quando adentrarmos
o reino celestial, antes disto acontecer, pecaremos, pecaremos
e pecaremos. Pois há ainda sobre nós, um corpo pecaminoso.
A partir do momento que o espirito santo nos guia, e até
revela a nós, determinadas coisas, temos que ter em mente que
isso não nos dá o poder absoluto contra o nosso coração
enganoso; nossas sensações, sentimentos, nem sempre
correspondem aos do espirito santo.
Então em um caso, por exemplo, de julgar uma pregação,
pessoa atitude, etc. Devemos evitar o uso desses sentimentos
subjetivos que nos fazem condenar alguém indevidamente, e
irmos para os fatos reais da situação.
Se é uma pregação, deve-se analisar seu conteúdo com base
nas sagradas escrituras, e no caso de analisar a índole de uma
pessoa, vamos para as escrituras para saber que tipo de fruto o
indivíduo a ser analisado tem produzido.

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