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AGRONÔMICAS
MISSÃO Promover o uso apropriado de P e K nos
sistemas de produção agrícola através da
geração e divulgação de informações científicas que sejam N0 106 JUNHO/2004
agronomicamente corretas, economicamente lucrativas,
ecologicamente responsáveis e socialmente desejáveis.
SIMPÓSIO DISCUTE
SISTEMA AGRÍCOLA SUSTENTÁVEL
COM COLHEITA ECONÔMICA MÁXIMA (SASCEM)
Tsuioshi Yamada1
Silvia Regina Stipp e Abdalla2
O
1o Simpósio SASCEM – Sistema Agrícola Sustentá-
vel com Colheita Econômica Máxima, promovido Veja também neste número:
pela POTAFOS, em São Pedro-SP, no período de
30 de Junho a 02 de Julho último, reuniu pesquisadores nacionais e Potássio e sanidade da soja ..................................... 2
estrangeiros para um fórum de discussão de resultados de pesqui- Inoculante na semente com ou sem fungicida? .... 3
sas obtidos pelas Fundações, Grupos de Desenvolvimento de Tec- Botinha que estronda mas não embucha ............... 4
nologia (GDT’s), EMBRAPA e outros, visando buscar sistemas de
Plantio direto sem herbicidas .................................. 7
manejo eficientes, econômicos e sustentáveis.
Adubação nitrogenada e ciclagem de nutrientes ... 9
O que faz com que altas produtividades de culturas sejam
tão difíceis de serem atingidas? Será que estamos manejando corre- Calagem x potássio em cana-de-açúcar ............... 10
tamente o mato no plantio direto? Será que algumas doenças que Doenças na lavoura reduzem receita agrícola .... 11
estão ocorrendo nas culturas anuais e perenes na última década China é modelo de educação e valores ............... 12
não estariam relacionadas com o “manejo tecnológico” emprega-
Simpósio vai discutir Potássio na Agricultura
do? O sistema está bem gerenciado? Estas foram algumas das im-
Brasileira .................................................................. 13
portantes questões levantadas no evento, que discutiu:
Que nos querem dizer os sinais da natureza? ..... 16
• Agricultura de Precisão na promoção do SASCEM
• Produtividade agrícola do Brasil comparada à dos Estados Encarte: Integração lavoura-pecuária e o manejo
Unidos de plantas daninhas
• Resultados de campo para alta produtividade de culturas
• Integração agricultura-pecuária A seguir, são apresentadas as principais mensagens deixa-
• Efeitos primários e secundários do glifosato na agricul- das pelos participantes.
tura e
• Manejo das plantas invasivas. Palestra: AGRICULTURA DE PRECISÃO NA PROMO-
ÇÃO DO SASCEM
O Simpósio procurou mostrar que o sucesso de um sistema
agrícola sustentável, tão necessário e buscado no mundo, depende JOSÉ PAULO MOLIN [ESALQ/USP, Piracicaba-SP, fone
de motivação, determinação e parcerias. Que é importante o traba- (19) 3429-4164, e-mail: jpmolin@esalq.usp.br]; LEONARDO A.
lho conjunto, a articulação de toda a cadeia produtiva (inoculante, ANGELI MENEGATTI e SÉRGIO GÓES [Apagri, Piracicaba-SP,
semente, fertilizante, inseticida, fungicida, herbicida, semeadeira, fone (19) 3433-9720, e-mail: leonardo@apagri.com.br, sergiogoes@
tratores e implementos agrícolas, colheitadeira, Ag Precisão, etc.). E apagri.com.br]
que a produtividade máxima econômica com sustentabilidade é o Segundo Molin, a importância da agricultura de precisão
resultado final do compartilhamento dos conhecimentos desenvol- (AP) como mais uma ferramenta na promoção do aumento de pro-
vidos por todos os segmentos da cadeia produtiva. dutividade agrícola é incontestável, principalmente no geren-
1
Engenheiro Agrônomo, M.S., Doutor, Diretor da POTAFOS. E-mail: yamada@potafos.com.br
2
Engenheira Agrônoma, M.S., POTAFOS. E-mail: silvia@potafos.com.br
Efeitos da inoculação no sulco e na semente em relação à • Espaçamento entre plantas: a redução de espaçamento em
aplicação de Co e Mo foliar e na semente
(Projeto Ma Shou Tao/CAT Uberaba/EPAMIG - safra 2003/2004)
milho gerou maior produtividade (de 75 cm em plantadeira conven-
cional para 37,5 cm em linha dupla).
• Velocidade de plantio para milho e soja: a plantadeira pneu-
mática a 4-6 km/h e a plantadeira convencional a 4-8 km/h proporcio-
naram ganhos de aproximadamente 20% em relação à velocidade de
10 km/h utilizada na região.
Finalizou, citando que 74,5% dos custos de uma lavoura
correspondem aos fatores de proteção da produtividade (defensi-
vos agrícolas) e 25,5% aos fatores de construção da produtividade
(sementes e adubação) e que providências são necessárias para
melhorar a produção máxima econômica através da diminuição dos
custos. Assim, sugere:
• criar MIP para as culturas em sistema de cobertura, quer
seja de pousio quer seja de cobertura efetiva (milheto, nabo, etc.)
T1 = Semente Branca para diminuir a população de pragas;
T2 = Semente + Co Mo Foliar
T3 = Inoculante no Sulco • fazer roguing, devido à enorme quantidade de impurezas e
T4 = Inoculante no Sulco + Co Mo Foliar de sementes dominadas, segregantes e atípicas.
T5 = Sem Inoculante + Co Mo Semente • melhorar a pureza física e a sanidade das sementes.
T6 = Inoculante no Sulco + Co Mo Semente
T7 = Inoculante na Semente Enos mostrou os resultados iniciais da implantação do sis-
T8 = Inoculante na Semente + Co Mo Foliar tema plantio direto de milho (após soja) consorciado com forrageiras
T9 = Inoculante na Semente + Co Mo Semente Panicum maximum cv. tanzânia, Brachiaria decumbens, Brachiaria
ruziziensis e Brachiaria brizantha, visando utilizá-las como supres-
sora de plantas daninhas na cultura seguinte.
Observou que todas as forrageiras dominaram muito bem o
mato e não afetaram a colheita operacional do milho, que obteve
produtividade média acima de 9,6 t ha-1.
De acordo com Enos, as principais vantagens do sistema são:
• alto potencial inibitório para as plantas daninhas;
• aumento do nível de matéria orgânica;
• desenvolvimento de uma grande atividade biológica no
solo;
• redução da amplitude térmica do solo;
• reciclagem de nutrientes (raízes com mais de 1,5 m de pro-
fundidade);
• evita o período de pousio na entressafra (no sistema con-
vencional o solo fica improdutivo 6 a 7 meses);
Plantadeira de soja com detalhe da bomba que aplica inoculante • utilização da água profunda do solo.
líquido no sulco de plantio: permite redução significativa dos
efeitos negativos dos fungicidas sobre as bactérias nodula- Na próxima safra, Enos irá estudar o efeito destas plantas de
doras.
cobertura na produtividade da soja.
Notas do editor: Os trabalhos que possuem endereço eletrônico em azul podem ser consultados na íntegra
Grifos nos textos, para facilitar a leitura dinâmica, não existem na versão original
2. ADUBAÇÃO NITROGENADA NAAVEIA PRETA. nitrogenada na cultura de cobertura, visando minimizar este efeito,
II - INFLUÊNCIA NA DECOMPOSIÇÃO DE RESÍDUOS, ainda é uma prática pouco investigada.
LIBERAÇÃO DE NITROGÊNIO E RENDIMENTO DE MI- Este trabalho objetivou avaliar a influência de doses de N
LHO SOB SISTEMA PLANTIO DIRETO aplicadas na cultura da aveia sobre a decomposição e liberação de
N dos resíduos e sobre o rendimento de milho cultivado em suces-
AMADO, T.J.C.; SANTI, A.; ACOSTA, J.A.A. Revista Brasileira são. O experimento foi realizado em 1998 e 1999, na área experimen-
de Ciência do Solo, v. 27, n. 6, p. 1085-1096, 2003. (www.scielo.br/ tal do Departamento de Solos da Universidade Federal de Santa
scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-06832003000600013 Maria (RS), em um Argissolo Vermelho distrófico arênico (Hapludalf).
&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt) O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso, com quatro
repetições e 10 tratamentos, sendo sete com aveia preta (doses de
Na região Sul do Brasil, é comum, no sistema plantio direto, N: 0, 40, 80, 120, 160, 200 e 240 kg ha-1), um com ervilhaca e dois com
o cultivo da aveia preta como cultura de cobertura antecedendo ao pousio. Em todos eles, foi cultivado o milho em sucessão, sem
milho. No entanto, em situações de ausência ou de limitada aduba- adubação nitrogenada, exceto em um dos pousios, no qual o milho
ção nitrogenada, esta sucessão pode restringir o rendimento de recebeu, parceladamente, 160 kg ha-1 de N. A adubação com P e K e
milho, decorrente do processo de imobilização do N. A adubação a correção da acidez foram as mesmas para todos os tratamentos. A
CONCENTRAÇÃO AGRÍCOLA NOS nesta safra, as perdas podem atingir US$ 320 milhões (ou quase
100 mil toneladas). A procura por novas variedades é a principal
ESTADOS UNIDOS arma dos arrozeiros. No Rio Grande do Sul, a praga mais devastado-
Apenas 3% das propriedades rurais dos Estados Unidos – ra é o arroz vermelho. Pery Sperotto, presidente do Instituto Riogran-
com vendas superiores a US$ 500 mil por ano – produzem mais de dense do Arroz (Irga), diz que o Estado deixou de colher 1 milhão
60% dos produtos agrícolas, segundo o Senso Agrícola, divulgado de toneladas por conta da praga, ou US$ 200 milhões.
pelo Departamento da Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Um fungo é a principal preocupação dos produtores de ca-
Embora a agricultura continue sendo ocupação dominada por cau que, neste ano, estimam uma perda de 20% na produção da
homens de meia idade e mais velhos, as mulheres começam a ganhar safra temporã com a vassoura-de-bruxa.
espaço, segundo o censo, realizado a cada cinco anos, com números Ao contrário dos grãos, os cálculos das perdas de culturas
relativos a 2002. As 70,6 mil fazendas e propriedades menores, com perenes, como laranja e cana-de-açúcar, são difíceis de mensurar
vendas anuais superiores a US$ 500 mil, produziram cerca de 62% porque os efeitos podem ser sentidos anos depois. No caso do “ama-
dos produtos agrícolas do país. Em 1997, esta parcela era de 56,6%. relinho” da laranja, provocada pela bactéria Xylella fastidiosa, o país
As fazendas americanas produziram US$ 200,6 bilhões em 2002, já tem controle, explica Ademerval Garcia, presidente da Associação
uma média de US$ 94,2 mil por propriedade, o que representou ganho Brasileira dos Exportadores de Cítricos (Abecitrus). “As árvores no-
de US$ 2,4 mil desde 1997 (Gazeta Mercantil on line, 07/06/2004). vas estão protegidas contra a doença, mas parte dos pomares anti-
gos tem problema. Em cinco ou seis anos, perderemos até 20 mi-
lhões de árvores (de um total de 200 milhões atuais).” Não há con-
TECNOLOGIA AGRÍCOLA FAVORECE AGRICULTOR trole ainda sobre o cancro cítrico e a morte súbita dos citros. A
Que a tecnologia é essencial para que o produtor consiga estimativa é de que 2,6 milhões de árvores estejam com cancro. No
competir no mercado é fato inegável. A incorporação de tecnologia caso da morte súbita, o controle está em estudo. Na cana, boa parte
na atividade agropecuária (adubos, calcário, defensivos, sementes das doenças fúngicas já está controlada. Esses fungos incidem
melhoradas, tratores e equipamentos adequados à lavoura) traz re- quando um canavial não é renovado e há um só tipo de variedade
sultados não só no aumento físico da produção, via ganhos de de cana cultivada (Valor Econômico, n. 1029, 11/06/2004).
produtividade, mas também em alterações no custo do produto.
Embora a incorporação tecnológica na produção agrope- ARMAZENAGEM É O GARGALO DO AGRONEGÓCIO
cuária eleve seus custos, esse aumento deve ser compensado pelo
aumento dos níveis de produtividade. O pesquisador da Embrapa O descompasso entre a baixa capacidade estática de arma-
Amélio Dall’Agnol, especialista em soja, cita um exemplo dessa zéns existente no Brasil e o volume de grãos disponível gera um
“compensação”. Na década de 60, a produtividade da soja não pas- gargalo para o setor agropecuário. A previsão é de a safra 2003/04
sava de 1.200 kg ha-1 com o uso de pouca tecnologia. “Digamos que registrar uma sobra de 36 milhões de toneladas de produtos e, ain-
esse pacote tecnológico custasse R$ 400,00 por hectare para pro- da, saltar para 63 milhões de toneladas em 2012, de acordo com
duzir 30 sacos de soja por hectare. Hoje, o produtor gasta em torno Duílio de la Corte, diretor comercial do grupo Kepler Weber. “A
de R$ 700,00 por hectare, mas colhe mais de 3.000 kg por essa área”, capacidade de armazenagem não cresce na mesma velocidade da
compara. As inovações tecnológicas dependem da realidade de cada produção”, comenta de la Corte.
produtor. Por isso, na hora de investir é preciso considerar o custo/ Estatísticas revelam que o Brasil possui entre 5% e 6% de
benefício de cada uma (Jornal Coopavel, n. 277, p. 2, março/2004). armazéns em propriedades rurais. Nos Estados Unidos, 65% estão
nas fazendas e na União Européia, 40%. Na vizinha Argentina, as
PERDAS COM DOENÇAS NAS LAVOURAS unidades de estocagem nas fazendas correspondem a 25%. “O ar-
mazém é um regulador do deslocamento da safra”, diz Duílio de la
REDUZEM A RECEITA AGRÍCOLA
Corte, diretor comercial do grupo Kepler Weber. Dos R$ 500 mi-
Da porteira para dentro, os agricultores registram aumento de lhões disponíveis no Moderinfra, foram usados apenas R$ 194 mi-
produção, reflexo da elevada produtividade com insumos de alta lhões. O programa destinado a projetos de armazenagem e de irriga-
tecnologia. Também é dentro do campo que esses produtores travam ção, a cargo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
uma batalha para reduzir as doenças e as pragas que, apesar de boa Social (BNDES), termina em junho, conta o secretário de programas
parte já controlada, ainda são incidentes. Levantamento feito pelo Va- empresariais e do agronegócio da Conab, Pedro Sérgio Beskow.
lor mostra que em 2004 os agricultores poderiam ter um faturamento de A logística tem sido fonte de preocupação para os agentes do
US$ 1,77 bilhão maior, se não fossem as doenças no algodão, arroz, setor. Rodovias precárias, armazéns insuficientes e hidrovias e
soja e cacau. Isso significa que a receita bruta agrícola calculada em ferrovias sem investimento formam o chamado “Custo Brasil”, o qual
US$ 41,7 bilhões, pela MSConsult, poderia ser de US$ 43,5 bilhões. inflaciona os preços do frete no escoamento da safra nacional e
Neste ano, as lavouras de soja do país receberam a visita reduz a competitividade brasileira no mundo. Além disso, caminhões
indesejada da ferrugem asiática, fungo que ataca os grãos, comprome- defasados não conseguem acompanhar o ritmo acelerado da lavoura.
tendo a produtividade e reduzindo os ganhos do agricultor. Os gas- A mecanização no campo reduziu, de alguns anos para cá, de 90 dias
tos com combate a doenças da soja giraram em torno de US$ 1 bilhão, para 40 dias o período de colheita. Com a origem cada vez mais distante
de acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil. dos centros de consumo e dos portos marítimos, os produtos
Com a retomada da produção de algodão no país, os cuida- agropecuários enfrentam obstáculos na comercialização pelo uso
dos também redobraram. Doenças como a ramulose, e pragas como concentrado em rodovias. Cerca de 60% da soja colhida no País
o bicudo, atingem de 7% a 10% do total da produção a cada ano. Só passam pelas rodovias (Gazeta Mercantil, 24/3/2004).
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EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO1
Dario M. Hiromoto2
Quando analisamos a
vontade brasileira em
A
recente visita à China de uma ser sobre o Japão, creio que podemos tomar em-
comitiva brasileira composta tornar-se um modelo prestado o exemplo), em que o conceito e o va-
por mais de 500 empresários de lor da honra são contrastados dentro das cultu-
semelhante ao chinês,
diversos setores da economia, governadores de ras oriental e ocidental.
Estado e Presidente de República deixou claras vislumbramos a
Não é possível haver desenvolvimento
algumas diferenças entre o Brasil e aquele país. distância entre os
sem educação. Não somente a educação adqui-
A China possui uma cultura milenar, com valores e a cultura dos rida nos bancos das escolas, mas aquela que é
uma culinária riquíssima e exótica aos nossos dois países parte da cultura de um povo. No caso da China,
olhos. Possui costumes e valores demasiadamen- pudemos ver que, mesmo sob um modelo políti-
te diferentes dos nossos. Este gigantesco asiáti- co considerado ultrapassado, se há vontade e
co, com 9,6 milhões de quilômetros quadrados, possui crescimento ideais políticos de se fazer a coisa certa, então há caminho para o
econômico de 9% ao ano e reservas estimadas em 450 bilhões de crescimento e o desenvolvimento. O “jeitinho” brasileiro trouxe-
dólares, das quais 30% são investidas anualmente em infra-estrutu- nos à atual situação, e creio que não nos levará a nenhum lugar
ra. Isso faz com que aproximadamente 70% dos guindastes de cons- melhor do que essa realidade. É preciso uma grande revolução na
trução civil do mundo estejam operando na China, juntamente com cabeça de cada brasileiro para começarmos uma grande mudança
mais de 30% do cimento e 21% do aço consumidos em todo o nacional que não é responsabilidade só dos nossos governantes,
planeta. mas de cada um de nós. Também não é um projeto de curto prazo,
Apesar de possuir um regime comunista, extremamente fe- restrito aos mandatos políticos, mas consiste em uma mudança nos
chado e ditatorial, em que ao Estado cabe apenas a manutenção da conceitos e nos valores de nossa nação que irão determinar o que
disciplina, as demais obrigações ficam a cargo da população, onde seremos daqui a 20 anos.
o ensino e todos os direitos são pagos, apresenta mesmo assim um Em 2004, estaremos novamente diante das urnas. Nunca é
baixo índice de analfabetismo, considerando que sua população é demais enfatizar nossa responsabilidade diante desse fato. Não
de 1,3 bilhão de pessoas, com 70% delas vivendo no campo. permitamos que os interesses de poucos sobrepujem os interesses
A comparação com o Brasil é inevitável. Quando analisamos da nação. Isso também é parte do processo de mudança.
a vontade brasileira em tornar-se um modelo semelhante ao chinês, O Brasil é um grande país, com riquezas naturais e potencial
vislumbramos a distância enorme entre os valores e a cultura dos para tornar-se uma das maiores nações do mundo. Se seremos ou
dois países. Essa diferença foi magistralmente ilustrada no filme não, dependerá de nossa capacidade em concentrar esforços na
dirigido por Edward Zwick, “O último samurai” (apesar de o filme educação formal de nosso povo e na incorporação de valores éti-
cos e morais. Se hoje nos faltam grandes líderes nacionais que
1
Fonte: Agrinova, n. 37, julho de 2004. p. 50. sejam exemplos para que possamos seguir, então sejamos nós mes-
2
Diretor Técnico da Fundação Mato Grosso, Rondonópolis-MT. mos “pequenos” exemplos em nossa comunidade local.
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EVEN TOS DA POTAFOS EM 2004
VENTOS
SIMPÓSIO SOBRE
POTÁSSIO NA AGRICULTURA BRASILEIRA
DATA: 22 a 24 de SETEMBRO/2004 Hotel Fazenda Fonte Colina Verde, São Pedro-SP
LOCAL DO EVENTO: Hotel Fazenda Fonte Colina Verde, São Fone/Fax: (19) 3481-9999 e (0800) 13-1009
Pedro-SP E-mail: eventos@hotelcolinaverde.com.br
Website: www.hotelcolinaverde.com.br
TAXA DE INSCRIÇÃO: Apartamento Luxo Country (diária para apartamento, com café
Hóspedes do hotel: R$ 300,00 da manhã, almoço e jantar)
Não hóspedes: R$ 400,00 (inclui jantar de 22/09 e almoços e • Single: R$ 145,00
coffee breaks de 23 e 24/09) • Duplo: R$ 220,00 (R$ 110,00/pessoa)
• Triplo: R$ 315,00 (R$ 105,00/pessoa)
HOSPEDAGEM: RESERVA DIRETA COM O HOTEL
+ 10% de taxa de serviço
PROGRAMA
22/SETEMBRO/2004 (4ª feira) 15:30-16:15 Funções do K na formação da colheita
Ismail Cakmak, Universidade Sabanci, Turquia, fone:
14:00-18:00 Inscrição e entrega de materiais
19:00-21:30 Coquetel e jantar 90-216-483-9524, e-mail: cakmak@sabanciuniv.edu
16:15-16:45 Intervalo para café
23/SETEMBRO/2004 (5ª feira) 16:45-17:30 Funções do K na qualidade da colheita
08:00-10:00 Painel 1: RESERVAS DE MINERAIS E Adolf Krauss, IPI, Suíça, fone: 41-61-261-2922, e-mail:
FERTILIZANTES POTÁSSICOS ipi@ipipotash.org
08:00-08:45 Reservas de minerais potássicos e a produção de 17:30-18:15 Efeitos do K nos processos da rizosfera e na resis-
fertilizantes potássicos no Brasil tência das plantas às doenças
Alfredo Scheid Lopes, UFLA/ANDA, Lavras-MG, Volker Römheld, Hohenheim University, Alemanha,
fone: (35) 3829-1122/1251, e-mail: ascheidl@ufla.br fone: 49-711-459-2344, e-mail: roemheld@uni-
08:45-09:30 Reservas de minerais potássicos e a produção de hohenheim.de
fertilizantes potássicos no mundo
18:15-19:00 Métodos diagnósticos da nutrição potássica, com
Terry Roberts, PPI/PPIC, EUA, fone: 001-770-448-0439,
ênfase no DRIS
e-mail: ppi@ppi-far.com
Ondino Cleante Bataglia, IAC, Campinas-SP, fone:
09:30-10:00 Coffee break
(019) 3236-9119 ramal 22, e-mail: ondino@iac.sp.gov.br
10:00-12:15 Painel 2: POTÁSSIO NO SOLO 20:00-21:30 Jantar
10:00-10:45 Mineralogia e formas de K no solo
Nilton Curi, UFLA, Lavras-MG, fone: (035) 3829-1267, 24/SETEMBRO/2004 (6ª feira)
e-mail: niltcuri@ufla.br
08:00-16:00 Painel 4: RESPOSTAS DAS CULTURAS À
10:45-11:30 Análise do K no solo e interpretação
ADUBAÇÃO POTÁSSICA
Gilmar Ribeiro Nachtigall, Embrapa Uva e Vinho,
fone (54) 232-1715, e-mail: gilmar@cnpuv.embrapa.br 08:00-08:30 Manejo conservacionista da adubação potássica
11:30-12:15 Balanço do K nas diferentes regiões do país João Mielniczuk, UFRGS-FA - Depto. Solos, Porto
Ronaldo Pereira de Oliveira, Embrapa Solos, Alegre-RS, fone: (51) 3316-6017, e-mail: mieln@vortex.
fone: (21) 2274-4999, e-mail: ronaldo@cnps.embrapa.br ufrgs.br
e Alexey Naumov, Universidade de Moscou, Rússia, 08:30-09:00 Cultura do algodão
fone: 7-095-939-1552, e-mail: alnaumov@geogr.msu.ru Alberto C. de Campos Bernardi, Embrapa Pecuária
12:15-14:00 Almoço Sudeste, São Carlos-SP, fone: (16) 3361-5611, e-mail:
14:00-19:00 Painel 3: POTÁSSIO NA PLANTA alberto@cnps.embrapa.br & Maria da Conceição
14:00-14:45 Absorção e transporte de K na planta Santana Carvalho, EMBRAPA-SNT, Goiânia, fone:
Eurípedes Malavolta, CENA/USP, Piracicaba-SP, (62) 202-6000, e-mail: maria.santana@embrapa.br
fone: (19)3429-4695, e-mail: mala@cena.usp.br 09:00-09:30 Cultura do arroz irrigado
14:45-15:30 Interação do K com outros íons Ibanor Anghinoni, UFRGS-FA-Depto. Solos, Porto
Andreas Gransee, K+S, Alemanha, Fone: 49-561-9301- Alegre-RS, fone: (51) 3316-6043, e-mail: ibanghi@
2422, e-mail: andreas.gransee@kali-gmbh.com vortex.ufrgs.br
WORKSHOP SIMPAS
Sistema Integrado de Manejo da Produção Agropecuária Sustentável
(POTAFOS, ANDA, ANDEF, ABAG e outras)
Informações: POTAFOS
Local: Campo Mourão-PR Telefones: (19) 3433-3254/3422-9812 ou
Data: 16 a 18/AGOSTO/2004 Website: www.potafos.org
E-mail: potafos@potafos.com.br
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OUTROS EVENTOS
1. III SIMPÓSIO SOBRE SILÍCIO NAAGRICULTURA 3. XVI CONGRESO LATINOAMERICANO Y XII CONGRESO
COLOMBIANO DE LA CIENCIA DEL SUELO
Local: Uberlândia, MG
Data: 13 e 14/SETEMBRO/2004 Local: Cartagena de Indias, Colombia
Informações: E-mail: ghk@triang.com.br Data: 27/SETEMBRO a 01/OUTUBRO/2004
Website: www2.centershop.com.br/fernandes/ Informações: E-mail: sccsueloagarcia@uniweb.net.co
simposio/index.htm Website: http://scsuelo.tripod.com/
PUBLICAÇÕES DA POTAFOS
M
uito elucidativa para mim foi a informação que gasto na construção da produtividade são gastos R$ 3,00 na prote-
recebi do apicultor Wilson Castilho [Rua Siqueira ção da lavoura. E nos Estados Unidos, como nos informou recente-
Campos, 392, Bairro Uvarana, CEP 84031-030, Pon- mente Tony Vyn, da Universidade de Purdue, há incidência genera-
ta Grossa-PR, fones: (42) 226-0541 e (41) 9902-9428] a respeito da lizada de pulgões na cultura da soja, praga inexistente até então.
constante queda na produção de mel de suas colméias nas últimas A ciência dá alguma luz para decifrar estes sinais da natureza.
duas décadas. Segundo ele, a constatação mais impressionante Afek & Sztejnberg (1995) apresentam dados concretos do
que fez foi com as colméias colocadas nas áreas de trigo mourisco. papel do scoparone – fitoalexina relacionada com a resistência a
Enquanto no sistema de cultivo convencional as colméias chega- uma série de patógenos de citros. Que tem a síntese afetada por um
vam a produzir ao redor de 100 kg de mel por hectare, hoje, no dos herbicidas mais utilizados na citricultura. O qual pode, ainda,
sistema de plantio direto, a produção é praticamente nula. Já nas causar a perda no controle da permeabilidade das membranas, “a
colméias que instala em pomares cítricos na região de Itápolis-SP, característica universal dos tecidos de plantas doentes, indepen-
onde até a década de 90 colhia 50 kg de mel por colméia, diz ele que dentemente do tipo de doença ou da natureza do agente patogê-
fica contente quando consegue coletar 25 kg de mel por colméia. nico”, conforme Wheeler (1978). O mesmo herbicida pode também
Segundo ele, a única mudança que ocorreu nestas áreas foi a ado- reduzir a síntese de antocianinas, flavonas e flavonóis. Taiz & Zeiger
ção do uso de herbicidas. (2004) mencionam que as antocianinas são responsáveis pela maio-
Assim como o apicultor Wilson Castilho, também observo ria das cores observadas nos vegetais (vermelha, rosa, roxa e azul),
algo estranho ocorrendo na natureza. Noto, há tempo, a seca anormal sendo, pois, de importância vital como atrativo para polinizadores e
das árvores. Tanto em área urbana como na rural. Nas cidades, é dispersores das sementes. Já as flavonas e os flavonóis absorvem
comum ver árvores secando ou já secas ao longo das avenidas, nas luz em comprimentos de onda mais curtos do que as antocianinas,
praças e nos parques. Viajando de carro, é fácil observar das rodo- não sendo visíveis ao olho humano, mas sim a insetos, como as
vias o secamento das árvores que crescem ao longo das cercas de abelhas, que respondem a estes compostos como sinais atrativos,
arame ou margeando áreas com lavouras em plantio direto ou com chamados de guias de nectário. Que, acredita-se, auxiliam na loca-
canaviais. Nas árvores, não importa a espécie, os típicos sintomas lização do pólen e do néctar.
que tenho observado são: seca de ponteiros (dieback), morte dos Será que a natureza não estaria nos alertando para os efeitos
galhos inferiores, pouco enfolhamento, com folhas pequenas, lan- colaterais do herbicida mais utilizado no plantio direto?
ceoladas e sem brilho. Com o passar do tempo, muitas plantas se- AFEK, U.; SZTEJNBERG, A. Scoparone (6,7-dimethoxycoumarin), a citrus
cam e morrem. Do mesmo modo, é de constatação geral o aumento phytoalexin involved in resistance to pathogens. In: DANIEL, M.L. &
da incidência de novas doenças e pragas na agricultura. Que dre- PURKAYASTHA, R.P. (Ed.). Handbook of phytoalexin metabolism and
nam a renda do produtor. Basta dizer que o controle da ferrugem da action. New York: Marcel Dekker, Inc., 1995. p. 263-286.
soja chega a custar o equivalente a 6-8 sacas de soja por hectare. TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. Porto Alegre: Artmed, 2004. 719 p.
WHEELER, H. Disease alterations in permeability and membranes. In:
De acordo com Jonadan Hsuan Min Ma, Grupo Ma Shou Tao, HORSFALL, J.G. & COWLING, E.B. (Ed.). Plant disease – an advanced
Uberaba-MG, dos custos da lavoura, 75% correspondem aos defen- treatise. v. 2. How plants suffer from disease. London: Academic Press, Inc.,
sivos e 25% às sementes e à adubação. Ou seja, para cada R$ 1,00 1978. p. 327-347.
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