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NARRATIVAS AUTOBIOGRÁFICAS DE IDOSOS POR

MEIO DE PRÁTICAS DE LEITURA

Autobiographical stories of elderly people by reading practices

Winnie Gomes da Silva


Aparecida da Silva Xavier Barros
Resumo

Este artigo objetiva analisar as narrativas a partir do desenvolvimento de oficinas de leituras


com idosos. A pesquisa desenvolvida, de base qualitativa, teve como finalidade gerar
conhecimentos de aplicação prática. A recolha dos dados se deu através de observação
participante e por meio de áudio-gravações dos depoimentos e entrevistas com os idosos e os
seus cuidadores. Ao todo foram realizadas cinco oficinas: Cantos, a primeira, ocorreu no mês
de julho; Lugares, foi realizada em setembro; Cheiros ocorreu no mês de outubro; Bichos, no
mês de novembro, e Amores, em dezembro. Contatou-se que o envolvimento dos idosos
durante as atividades​ propiciou a construção de laços sociais e ressignificações acerca de si.

Palavras-chave: narrativa de idosos; narrativas autobiográficas; práticas de leitura

Abstract

This article examines stories through reading workshops with elderly. The research developed,
with a qualitative basis, aimed to generate knowledge of practical application. Data collection
was through participant observation and through audio-recordings of testimonies and interviews
with the elderly and their caregivers. Altogether five workshops were held: Corners, the first
occurred in July; Places, was held in September; Smells occurred in the month of October;
Animals, in the month of November, and Loves, in December. ​It was found that involvement of
the elderly during activities provided ​building social bonds and resignifications about
themselves.

Key words: elderly’s stories; autobiographical stories; reading practices

1. INTRODUÇÃO

De acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)


divulgada em dezembro de 2016, a expectativa de vida do brasileiro subiu para 75,5 anos em
2015. Esta população é caracterizada, especialmente, pela heterogeneidade no tocante à
renda, escolaridade, moradia e saúde. Para muitos idosos, problemas como a discriminação, a
precariedade financeira e o abandono de familiares e do poder público são uma triste realidade
(MINAYO, 2003).
Nesse contexto, envelhecer é viver um processo negativo, associado, geralmente, à
doença, à diminuição da capacidade funcional, às limitações cognitivas e físicas, ao
isolamento, ao abandono e aos maus-tratos (NERI, 2006; FRATEZI et al., 2011). Portanto,
apesar da legislação e das políticas relativas aos cuidados da população idosa terem
propiciado alguns avanços (BRASIL, 1994; 1996a; 1996b; 2000; 2001; 2003; 2006), a prática
ainda é bastante insatisfatória.
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Por isso, diante da importante questão do envelhecimento da população brasileira com


qualidade e autonomia, este estudo objetiva analisar as narrativas a partir do desenvolvimento
de oficinas de leituras com idosos institucionalizados.

2. POLÍTICAS PARA O ENVELHECIMENTO

O desenvolvimento de políticas públicas para a pessoa idosa no Brasil ganhou força a


partir da Constituição de 1988 (CF/1988). Em 1994, a Política Nacional do Idoso (PNI), Lei nº
8.842 (BRASIL, 1994) deu ênfase à questão da autonomia e da participação social do idoso.
Em 1996, o Decreto nº 1.948 (BRASIL, 1996a) distinguiu a modalidade asilar e a não asilar de
atendimento, porém legitimou o modelo filantrópico ao afirmar que o idoso que não possuísse
as condições de prover a sua própria subsistência, que não tivesse família ou caso esta não
fosse dotada dessas condições seria assegurada a assistência asilar pela União, estados,
Distrito Federal e municípios.
O Plano Integrado de Ação Governamental para o Desenvolvimento da Política
Nacional do Idoso (BRASIL, 1996b) foi uma das estratégias adotadas pelo governo federal para
apoiar os programas e projetos de modo descentralizado, via estados e municípios, seja com
orientação técnica, seja com ajuda financeira. Nesse caso, a execução dos serviços se dava
num sistema de parceria e articulação entre entidades governamentais e não governamentais.
Através da Portaria nº 2.874, de 30 de agosto de 2000 (BRASIL, 2000) foram definidas
as modalidades de atendimento para a pessoa idosa, sendo incluídas a residência com família
acolhedora, a residência em casa-lar, a residência em república, o atendimento em centro-dia e
o atendimento em centro de convivência. Já por meio da Portaria nº 73, de 10 de maio de 2001
(BRASIL, 2001), do Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS) e da Secretaria de
Estado de Assistência Social (Seas) foram apresentadas as normas de funcionamento de
serviços de atenção aos idosos no país, assim como foram definidos os serviços a serem
prestados aos idosos, sem, contudo, deixar estabelecida a previsão orçamentária para sua
execução.
Anos depois, em 2003, o Estatuto do Idoso (BRASIL, 2003) estabeleceu sanções para
os casos de descumprimento das normas legais, mas, também, não esclareceu os meios para
financiar as ações propostas. Em 2005, consonante com as orientações da Organização
Mundial de Saúde (OMS), especialmente com o documento “Envelhecimento ativo: uma
política de saúde” (OMS, 2005), o Ministério da Saúde, adotou o conceito de envelhecimento
ativo, uma das diretrizes para a Política Nacional de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa
(PNASPI) (BRASIL, 2006).
No tocante à questão do envelhecimento ativo e saudável, reforça-se que não basta
que as políticas públicas objetivem apenas programas voltados à melhoria das condições
físicas de saúde, pois sem a promoção da saúde mental e da participação social dessa
população, não há como preservar a autonomia e a independência desses indivíduos durante o
processo de envelhecimento. Sob esse ponto, destaca-se, ainda, a importância das políticas de
educação para pessoas idosas, haja vista que durante o período anteriormente descrito elas
permaneceram muito limitadas (FALEIROS, 2016).

3. OS GRUPOS OPERATIVOS E A PRODUÇÃO DE NARRATIVAS

A linguagem é mais que um veículo de informação, uma vez que ela permite o resgate
do homem como um ser social, histórico e cultural, bem como promove a (re)organização
contínua da história de cada sujeito e a interação social (SOUZA FILHO; MASSI, 2011).
Assim, entendemos que através da linguagem, o idoso pode dar um sentido à sua vida
e às relações com as outras pessoas, com a cultura e com própria linguagem. Nessa
perspectiva, este artigo lança luzes sobre a operatividade grupal teorizada por Pichon-Rivière
(1991), bem como sobre as narrativas autobiográficas, com base nas ideias de Bruner (1997) e
outros.
Pichon-Rivère (1991) define grupos operativos como conjunto restrito de pessoas que
ligadas por tempo e espaço, articuladas por sua mútua representação interna, que se propõem

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realizar uma tarefa (explícita ou implícita), interatuando através de mecanismos de adjudicação


e assunção de papéis.
Em outras palavras, cada integrante do grupo vai compartilhar aos demais os seus
conteúdos internos (adjudicação) e vai assumir o que é dos demais para si (assunção),
estabelecendo vínculos e papéis no grupo, ou seja, os grupos operativos consistem na relação
que seus integrantes mantêm com a tarefa, que pode ser de ordem terapêutica na busca da
“cura”, ou na aquisição de conhecimentos, se for um grupo de aprendizagem
(PICHON-RIVIÈRE, 1991; GALVAN, 2002; OSÓRIO, 2003).
Osório (2003, p.29) destaca que “todo grupo operativo é terapêutico, embora nem todo
grupo terapêutico seja operativo”. O autor afirma que Pichon-Rivère (1991) não estabelece
diferença entre propósitos terapêuticos e de aprendizagem, pois todo grupo terapêutico
proporciona a aprendizagem de novos significados, assim como todo o grupo de aprendizagem
propicia à resolução de conflitos interpessoais e, portanto, é também terapêutico.
Contrário à lógica atual de valorização do raciocínio rápido, do individualismo, da
competência e da competitividade como valores a serem potencializados a fim de que cada
sujeito consiga sua posição na sociedade, Pichon-Rivière (1991) defende que sejam
enfatizadas a autonomia do sujeito, a análise crítica da sociedade e, especialmente, a
integração entre pensamento, sentimento e ação. Para o estudioso, a experiência vivida, os
sentimentos e as emoções deveriam ser utilizados para a construção de conhecimento sobre a
realidade. Dessa maneira, os indivíduos poderiam agir melhor sobre ela, transformando-a.
O grupo operativo é um espaço que possibilita a pessoa interagir com outros
integrantes. A partir do compartilhamento de histórias pessoais, transitando entre passado,
presente futuro, o grupo estabelece o diálogo de um com os outros e busca a resolução de
uma tarefa, que pode ser a busca de uma “cura” ou de uma aprendizagem.
Através da relação com o outro no grupo operativo, ocorre o fenômeno grupal, o qual a
pessoa com sua singularidade se vê imersa num processo em que é necessária a mudança do
eu para o ​nós​, ou seja, quando a pessoa passa a integrar um grupo não é vista somente de
forma individual, mas coletivamente também. Além disso, o campo grupal pode ser definido
como uma atividade social.
Um importante objetivo desse processo de estar em grupo é buscar desenvolver um
equilíbrio dos estados psicossociais do indivíduo, isto é, por meio das atividades grupais pode
se buscar, por exemplo, a qualidade de vida ou maior entendimento acerca dos conteúdos
internos que causam angústia e também dificuldades nas relações sociais. Sobre esse ponto,
reforça-se que, de acordo com Pichon-Rivière (1991), papéis e condutas estereotipados são
um obstáculo para o processo de aprendizagem e comunicação, pois impedem a flexibilização
e mudança por parte do sujeito.
Para atingir a proposta em tela, o uso significativo da linguagem se torna imprescindível
(SOUZA FILHO; MASSI, 2011). Uma das possibilidades para isso é que os integrantes do
grupo narrem suas histórias, ou seja, produzam suas narrativas autobiográficas. O grupo
operativo emerge, dessa maneira, como instrumento potencializador da consciência para
transformar a realidade. Nesse caminho, é um espaço que permite que as narrações
autobiográficas sejam articuladas com o contexto histórico, cultural e social de seus
integrantes. Por certo, tal iniciativa não se configura apenas como uma prática terapêutica, mas
uma oportunidade, um espaço em que a narrativa permite ressignificar a si e os outros.
A narrativa é um instrumento que possibilita a construção da história do indivíduo,
organizando-o a partir de um pertencimento a uma determinada família e cultura, fazendo
ligações entre o passado, presente e futuro, através do tempo e espaço. Dito de outro modo, a
narrativa autobiográfica possibilita ao indivíduo ordenar temporalmente sua experiência e
elaborar uma (re)significação para os eventos de sua vida (MACEDO; SPERB, 2007; CONTI;
SPERB, 2009).
As narrativas autobiográficas mapeiam a passagem do indivíduo pelos ciclos da vida,
organizando-os em etapas ou fases, examinando vivências singulares com o material cultural
disponível (OLIVEIRA; REGO; AQUINO, 2006).
Brockmeier e Harré (2003) partem da ideia que narrar não significa externar algo da
realidade interna, pelo contrário, as narrativas são inerentes à forma como as pessoas

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estruturam sua experiência de vida e de si mesmas. Seria, portanto, um processo de


construção e constituição da realidade, compreendido a partir das situações concretas e
condições que as histórias são contadas (CARRIJO; RASERA, 2010; BROCKMEIER; HARRÉ,
2003).
“É através de nossas estórias que construímos a nós mesmos como parte de nosso
mundo” (BROCKMEIER; HARRÉ, 2003, p.533). Assim, segundo esses autores, a realidade
assume forma através das representações linguísticas. A narrativa faz a ponte entre o
indivíduo, sua realidade específica e o padrão generalizado da cultura, formando assim, um
modelo de mundo, um modelo de ​self​. De acordo com Nelson (2000), o ​self emerge desde a
infância a partir de trocas verbais. Nesse caso, durante as trocas verbais, as experiências
vividas são compartilhadas ou recuperadas, assim como as histórias e mitos que alicerçam a
cultura.
Narrar não é apenas uma alternativa convencional de comunicar experiências, é
também uma forma de fornecer significados e dar sentido ao mundo. A narração de histórias
pode contribuir para que as pessoas se identifiquem umas com as outras e compreendam
melhor a si mesmas (GERGEN; GERGEN,1988; FIVUSH; HADEN,1997).
Em concordância, Macedo e Sperb (2008) afirmam que a construção de histórias na
forma de narrativa tem um importante papel na construção do autoconceito. Por sua vez,
Bakhtin (1992, p.168-69) afirma que a nossa construção individual é, ao mesmo tempo,
coletiva:
Uma parte considerável de minha biografia só me é conhecida através do que os outros –
meus próximos – me contaram, com sua própria tonalidade
emocional: meu nascimento, minhas origens, os eventos ocorridos
em minha família, em meu país quando eu era pequeno (tudo o que
não podia ser compreendido, ou mesmo simplesmente percebido,
pela criança). [...] sem a narrativa dos outros, minha vida seria não só
incompleta em seu conteúdo, mas também internamente
desordenada, desprovida dos valores que asseguram a unidade
biográfica.

Oliveira, Rego e Aquino (2006) nos dizem que quando o indivíduo narra sua história de
vida, usam marcadores que identificam pontos ao longo de sua trajetória de vida, evidenciando
diferentes modos de viver conforme aquilo que é oferecido pelo mundo cultural, através de
temas, recursos, procedimentos, argumentos, modelos, normas, valores, etc. Assim, segundo
os autores, os marcadores são idiossincráticos, pois dialogam com os pontos de experiências
do indivíduo com a cultura, e com os significados compartilhados no ciclo da vida.
Oliveira, Rego e Aquino (2006) citam Bruner e Weisser (1995), que pontuam três
características desse gênero autobiográfico: a sequência, que se refere à ordenação temporal
e causal dos fatos e eventos relatados; a canonicidade, parte de um referencial normativo, por
exemplo: a infância feliz ou a adolescência turbulenta. É modelo apropriado do ciclo da vida do
indivíduo que poderia, ou não, ter sido seguido pelo mesmo; e o perspectivismo, que é uma
forma de o indivíduo olhar paras as situações vividas e relatadas, avaliando a si mesmo, aos
outros, bem como o modo de fazer as coisas num determinado tempo e lugar.
Bruner (1997) afirma que as autobiografias se referem à constituição da subjetividade,
que expressam significados construídos culturalmente. São marcadas por traços históricos e
culturais que são internalizados pelo indivíduo numa determinada época e sociedade. O autor
afirma que narrar é algo inerente à condição humana, pois há a necessidade de o indivíduo
conservar experiência, estabelecer continuidade, coerência à própria experiência, e ter a
sensação de controle sobre o futuro.

4. METODOLOGIA

Este estudo, de caráter qualitativo, foi realizado em uma Instituição de Longa


Permanência para Idosos (ILPI), de caráter filantrópico, situada no município de Campina
Grande, na Paraíba. Os critérios para inclusão dos participantes foram vinculados à idade, os

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participantes deveriam possuir, no mínimo, 65 anos de idade. Foram excluídos os indivíduos


que apresentaram impossibilidades e/ou limitações cognitivas.
Participaram desta pesquisa vinte idosos, sendo treze mulheres e sete homens, com
idades entre 70 e 102 anos. Quanto ao estado civil, oito eram solteiros, três viúvos e dois
casados; os demais não responderam. Verificou-se ainda que cinco moravam com parentes
antes de chegar a esta instituição, quatro viviam sozinhos e dois residiam com seus
ex-companheiros; os demais não responderam. Com relação às visitas, quatro idosos alegaram
serem visitados por parentes, dois afirmaram receber visitas de amigos, um disse que não
recebia visitas; os demais não responderam.
Para o desenvolvimento das atividades foram realizadas cinco oficinas, sendo uma por
mês, no período de julho a novembro de 2017, no horário determinado para visitas aos idosos.
Cada encontro teve duração de, aproximadamente, 90 minutos as quais foram conduzidas a
partir de temas geradores, tais como: cantos, lugares, cheiros, bichos e amores. A proposta
metodológica de oficina se constitui um espaço de construção coletiva do conhecimento, de
análise da realidade, de um confronto e troca de experiências (AFONSO, 2000; CANDAU,
2003).
A presença dos sujeitos atingiu 20 por oficina. Para a discussão dos temas,
empregou-se estratégias pedagógicas variadas: leitura de histórias, declamação de poesias,
execução de músicas, dramatizações etc. Alguns dados foram coletados por meio de
observação do processo grupal (PICHON-RIVIÈRE, 1991); outros, após o término da última
oficina (a 5ª), através da aplicação de entrevista semiestruturada oral e individual pós-grupo
com oito participantes. As entrevistas foram organizadas com dez perguntas abertas (GIL,
2017).
Para apoiar esse processo, utilizou-se também a elaboração de narrativas individuais,
gravadas em áudio e transcritas na íntegra. A interpretação dos enunciados foi elaborada em
função da perspectiva de Bruner (1997) e outros, que nos permitem afirmar que narrar faz parte
da condição humana. Nesse sentido, é o processo de comunicação que abre a possibilidade de
que ideias e experiências sejam compartilhadas, ressignificadas.
A identificação dos enunciados proferidos pelos sujeitos deste estudo, foi feita por meio
da letra “s”, correspondente a palavra “sujeito”, seguida de um número de 1 a 8. Logo, a letra
“s” acompanhada do número 1 (s1) indica que o enunciado em questão foi elaborado pelo
sujeito participante identificado pelo numeral 1.

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Durante as oficinas com os idosos foi possível observar que a instituição em questão é
um lugar organizado, que oferece condições adequadas de higiene, salubridade e segurança.
Logo à entrada, situa-se a portaria, onde é feita a identificação dos visitantes e das demais
pessoas que precisam acessar o local. A instituição conta com vários espaços: sala de
televisão, refeitório, cozinha, quartos coletivos, que separam homens e mulheres, quartos
individuais, lavanderia e uma sala onde fica uma espécie de consultório médico.
Na área externa, há imagens de santos e uma capela. Existe também um pequeno
espaço coberto, no qual algumas cadeiras foram dispostas em círculo, o que poderia facilitar a
aproximação entre os idosos. Todavia, embora vários deles utilizassem essas cadeiras,
observou-se que muitos passavam a maior parte do tempo olhando para o horizonte, outros
ficavam fumando. Foram raras as iniciativas por parte deles para manter interação e
proximidade intersubjetiva.
Sabe-se que a idade avançada pode levar o indivíduo a se deparar com uma difícil
realidade: o isolamento em vários momentos do dia, a falta de algo interessante para fazer ou
de alguém para conversar (GIACOMIN et al., 2013; JUNGES, 2004; NERI, 2006). Nesse
sentido, pretendeu-se por meio destas atividades propiciar momentos de conversa, toque e
afeto, que fazem tão bem aos idosos, sedentos por contato humano, por trocas de ideias, por
alguém que lhes dê um minuto de atenção ouvindo as suas histórias.
Antes da realização de cada oficina, foi preparada uma pauta, contendo o objetivo do
encontro, as atividades a serem realizadas, bem como as questões norteadoras a serem

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desenvolvidas. O roteiro elaborado servia apenas como um guia para a discussão, havendo
flexibilidade para incorporar questões de interesse trazidas pelo grupo de idosos. O ambiente
para a realização das reuniões foi a sala de televisão da instituição. O local era organizado
previamente, com a disposição das cadeiras em círculo, com o intuito de deixar o ambiente
mais agradável, tranquilo e acolhedor.
Na primeira Oficina (Figura 1), Cantos, foi demonstrado que cantar é uma atividade
atraente, que mexe com os sentidos e as emoções. Para o seu desenvolvimento, priorizou-se o
canto e a escuta de músicas populares do Nordeste e a leitura de poemas do livro “Cante Lá
que Eu Canto Cá”, de Patativa do Assaré (2008). Uma das idosa decidiu até cantar o hino
nacional e disse:

“Quero ver se essa juventude sabe mesmo cantar o hino nacional”​ (s8).

Cantar e/ou imitar o artista preferido foram atividades que divertiram os idosos,
permitindo a livre expressão de seus sentimentos e, consequentemente, o resgate da
autoestima. A atividade possibilitou que os idosos participassem cantando, e assim, narrassem
em forma de cantos musicais.
Nesse caso, é possível analisar a produção de narrativas sob o ângulo musical, em que
as músicas narram, contam histórias, e assim, os idosos tomam para si e cantam, e contam,
para si tais histórias.
A música tem impacto significativo no bem-estar subjetivo dos idosos, bem como a
valorização e o prazer pela vida (GOMES; AMARAL, 2012). Isso nos faz refletir sobre a música
enquanto um tipo de narrativa que permitem construir e ressignificar as experiências de vida.

Figura 1: Registro da Oficina Cantos


Fonte: Arquivo pessoal

Na segunda Oficina, Lugares, era muito importante que os idosos tivessem a


oportunidade de compartilhar narrativas e lembranças de que dispunham. Assim, ao relatarem
sobre os lugares do passado, eles afirmaram a sua identidade e se sentiram mais valorizados.
O Coco do pé de manga, do CD/livro de Jessier Quirino (2013), foi uma das inspirações para
esta oficina.
Nas narrativas prevaleceu o modelo de família composto por pai, mãe e filhos. Os pais
foram descritos como pessoas trabalhadoras e bastante exigentes. Nos casos de
desobediência, por exemplo, os filhos eram tratados com severidade. Geralmente, eles eram
advertidos, mas também podiam ser privados de alguma coisa que gostavam ou punidos com

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surras e “bolos” nas mãos. Entretanto, apesar disso, foram lembrados com saudade. Era uma
época difícil e muito divertida também.

“Na minha família muita gente tem diabetes, mas eu sempre gostei de doces, sou apaixonada
por doces! Minha mãe me proibia de comer. Aí eu comia bolinhas de
açúcar. Comia escondida, quando minha mãe saía de casa. Mas, um
dia, ela descobriu e guardou o açúcar numa prateleira bem alta. Só
que eu não desisti de comer doce. Quando fiquei só, subi na mesa e
tentei pegar uma bolinha de açúcar, mas eu pisei em falso e caí. Pior
que eu não pude contar nada pra minha mãe. Tive que esconder os
arranhões e as dores nas costas. Não queria apanhar! ” (s8).

“Sinto saudades do meu pai, da casa onde a gente morava. Meu pai tinha muitas terras. Ele
era um homem calado, mas era muito querido. ” (s2)

O cenário do lugar onde viveram ainda estava muito vivo na memória dos narradores. A
partir das descrições pudemos distinguir dois tipos principais de moradias: casas simples, feitas
de barro, com poucos móveis; e casas maiores, feitas de tijolos, com vários cômodos. Ao redor
dessas casas, havia currais, chiqueiros, açudes, que garantiam a diversão da criançada, e
muitas árvores frutíferas, onde as crianças podiam retirar as frutas da época.

“Como era bonito acordar pela manhã e ouvir o galo cantar. Um galo cantava assim que
amanhecia. Aí os outros respondiam. Quando um cantava na minha
casa, o galo do vizinho cantava também. Eu queria poder ir pra o
interior, só pra ver esse momento tão belo! ” (s3)

“Sinto saudades das brincadeiras com meus irmãos. A gente passava o dia inteiro brincando.
Era tão bom esse tempo. Depois que a gente cresce tem que
trabalhar. É tudo mais difícil! ” (s7)

É possível identificar que os lugares, narrados pelos participantes, são de ordem social,
pois a relação interpessoal e familiar ficou em evidência; e física, pois descreveram o ambiente
em que moravam. Fischer (s/d) destaca a relação dos fenômenos psíquicos que envolvem o
indivíduo com o ambiente. Nesse caso, a narrativa, enquanto processo subjetivo, psicológico,
concretiza e expressa as experiências compartilhadas num determinado ambiente situado num
período de história de vida.
Assim, a produção narrativa sobre o tema possibilitou que os idosos atribuírem valores
e significados sobre suas histórias, além de compartilhar um determinado modelo cultural
familiar e de vida com o meio ambiente, marcado pela canonicidade e perspectivismo
(OLIVEIRA, REGO; AQUINO, 2006 ​apud​ BRUNER; WEISSER, 1995).
Na terceira Oficina (figura 3), Cheiros, buscou-se apresentá-los através de uma música
com coreografia criada pelo grupo, mas eles puderam ser sentidos nas frutas, nos perfumes e
nos temperos selecionados para esta atividade. E, ainda, foram demonstrados juntamente com
as imagens do livro “Olfato” (CIRANDA CULTURAL, 2006).
Nas narrativas, a relação da memória olfativa esteve presente com tom emocional e
afetivo. Os cheiros foram retratados de diversas formas pelos idosos:

“Eu era enfermeira. Esse cheiro de lavanda me faz lembrar do hospital onde eu trabalhei por
muito tempo. Eu me sentia muito feliz lá... Sou muito grata a Dr.
Franklin, um homem muito bom ” (s1)

“Que delícia esse cheiro de café! Eu torrava café em casa. Assim é mais saboroso. Meu marido
gostava muito do meu café. ” (s4)

A atividade desencadeou uma série de lembranças e histórias associadas com os


cheiros, sobre si e sobre outras pessoas. Oliveira, Rego e Aquino (2006) afirmam que narrar

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histórias autobiográficas possibilita não apenas o olhar sobre si, mas sobre os outros e sobre a
cultura.

Figura 2: Registro da Oficina Cheiros


Fonte: Arquivo pessoal

Outras atividades também foram relevantes, a exemplo daquelas que foram


desenvolvidas na quarta Oficina, Bichos. Além de ler histórias sobre animais, procurou-se
resgatar algumas lembranças dos bichos de estimação que os idosos tiveram. Foi feita a
encenação da obra “Os animais têm razão” do autor Antônio Francisco (2011) e realizada a
escuta dos sons e a leitura dos textos e das imagens do livro Fazenda Dó Ré Mi (CIRANDA
CULTURAL, 2014).

Figura 3: Registro da Oficina Bichos


Fonte: Arquivo pessoal

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Posteriormente, para descontrair, os idosos foram convidados a participar da “dança


sentada”, uma dança diferente que alcança pessoas em situações bem variadas: pessoas com
pouca mobilidade, cadeirantes, pessoas com limitações físicas e mentais e em idade
avançada.
As lembranças dos idosos acerca de seus animais de estimação foram emocionantes.
Muitas relatavam situações alegres e divertidas. Outras, momentos bastante tristes. Segue
trecho da narração de um participante:

“Eu tinha uma cachorra antes de vir pra cá. Eu gostava muito dela. Os cachorros são muito
companheiros... Eu pensei em trazer minha cachorra pra cá, mas tive
medo dela levar fim... Meu irmão levou minha cachorra pra casa dele.
Eu sinto saudades dela. Dói... ” (s8)

Os animais podem iluminar as vidas dos idosos e ajudar a melhorar significativamente


a saúde deles (VIEIRA, 2016; MILLÉO, 2017). No entanto, infelizmente, não há animais na
instituição.
Por fim, na última Oficina, Amores, a ideia foi levar aos idosos mais um pouco de
carinho e alegria, possibilitando-lhes alguns momentos mais coloridos e cheios de sorrisos.
Cantamos músicas natalinas e agradecemos pela oportunidade e, ao final, recebemos gestos e
palavras afetuosas.
O compartilhamento de histórias narradas pelos idosos propiciaram momentos de
construção temporal sobre sua história, marcado pelo canônico e perspectivismo. As diversas e
diferentes histórias mostram um processo de ressignificação de si acompanhado de um
contexto cultural. Discutir sobre o narrar num grupo de idosos, não significa apenas que podem
lembrar de alguma experiência, mas envolve socialização, ressignificação sobre o mundo e o
encontro de si.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através das atividades desenvolvidas com os idosos foi possível compreender que na
grupalidade o sujeito constrói novas subjetividades, principalmente através da troca de
experiências de vida, participando também como contribuinte de tais experiências, ainda que
de forma indireta.
Além disso, evidencia-se também o valor da produção de narrativas autobiográficas
como fio condutor dos grupos operativos. Afinal, é nessa prática de contar histórias, que a
pessoa constrói a si mesmo e a sua realidade, ou seja, dá significado a sua experiência e ao
mundo (PICHON-RIVIÈRE, 1991).
O ato de narrar permite nos constituirmos a nossa subjetivdade; dar significados para
as experiências pessoais e sociais; e, ainda, atribuirmos significados para si e para os outros.
Além disso, estão articuladas com o contexto histórico, cultural e social.
Destaca-se, ainda, o potencial transformador da leitura, especialmente quando envolve
atividades voltadas para idosos com dificuldades para enxergar e/ou afastados do mundo dos
livros. Para muitos deles, ler pode representar um lazer (prazer) impossível. Por isso, tais
iniciativas são tão valiosas, pois ajudam a eliminar tal barreira.
Por fim, considerando todos os aspectos citados, ressalta-se a importância do
envolvimento de outros profissionais em iniciativas com grupos operativos, bem como o
desenvolvimento de pesquisas complementares capazes de avaliar outros aspectos
relacionados aos temas discutidos, haja vista que muito ainda há para ser pesquisado, não
somente sobre as práticas acadêmicas, mas também sobre as profissionais.

AGRADECIMENTOS

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À Pró-Reitoria de Extensão do Instituto Federal da Paraíba pela idealização do programa


Probexc Projeto; à Direção Geral, à Coordenação de Extensão e Cultura e à Coordenação de
Transporte do Campus Campina Grande pelo inestimável apoio no decorrer deste projeto; a
Cris Leandro pelas dicas valiosas repassadas durante a Oficina de Contação de Histórias, ao
Instituto São Vicente de Paulo por receber as extensionistas de forma tão acolhedora e aos
idosos da Instituição pelos momentos vividos.

7. REFERÊNCIAS

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Brasil | Recife | Setembro de 2018
ISSN: 1984-6355

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