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DISCUTINDO-SE

SOBRE…
DISCIPLINA: Metodologia de Pesquisa
DOCENTE: Samuel Lima
DISCENTES: Arethê Araújo
Djenane Silvestre
Filipe Leite
Izabel Lima
Jozenilda Santos
Shirllane Nunes
INTRODUÇÃO

Autoras e Obra
MENGA LUDKE
Menga Ludke ■

Licenciatura em Filosofia – USP;
Doutorado em Sociologia, Universidade de
Paris X;
■ Pós-doutorado Universidade da Califórnia,
Berkeley e Instituto de Educação da
Universidade de Londres;
■ Professora titular da PUC-Rio;
■ Pesquisa na área de educação sobre
problemas da formação, pesquisa e profissão
docentes, socialização profissional de
professores e avaliação escolar;
■ Coordena o GEProf (Grupo de Estudos sobre
a Profissão Docente), com estudantes de
pós-graduação e graduação, focalizando no
momento problemas do estágio
supervisionado como um dos aspectos mais
frágeis na formação de professores, com
bolsa do CNPq - Nível 1A.
■ Artigos completos publicados em periódicos
– LÜDKE, Hermengarda Alves Ludke
Menga; SCOTT, D. . O lugar do estágio
na formação de professores em duas
perspectivas: Brasil e Inglaterra.
Educação & Sociedade (Impresso), v.
39, p. 109-125, 2018.
– LÜDKE, Hermengarda Alves Ludke
Menga. Uma análise da formação de
professores da educação básica em
duas realidades. INSTRUMENTO -
REVISTA EM ESTUDO E PESQUISA EM
EDUCAÇÃO, v. 20, p. 13-27, 2018.
(Acesso Plataforma Lattes em 18/10/2019,
às 22:25)
■ Graduada em Letras pela USP (1966) e em Pedagogia pela

Marli E. D. A.
Universidade Santa Úrsula (1973);
■ Mestrado em Educação na PUC/RJ (1976);

André
■ Doutorado em Psicologia da Educação - na University of
Illinois em Urbana-Champaign (USA) em 1978;
■ Professora Titular aposentada da Faculdade de Educação da
USP e desde 2000 integra corpo docente do Programa de
Estudos pós-graduados em Educação: Psicologia da Educação,
da PUC/SP;
■ Em 2013 assumi a coordenação do Mestrado Profissional em
Educação: Formação de Formadores, na PUC SP e em 2017 a
vice coordenação;
■ Desenvolve estudos e pesquisas nas áreas de formação de
professores e de metodologia da pesquisa em educação;
■ Artigos completos publicados em periódicos
– PRINCIPE, L. M. ; Andre, marli . CONDIÇÕES DE
TRABALHO NA FASE DE INDUÇÃO PROFISSIONAL DOS
PROFESSORES. CURRÍCULO SEM FRONTEIRAS, v. 19,
p. 60-80, 2019.

– ANDRÉ, MARLI ELIZA DALMAZO AFONSO DE.


Professores iniciantes: egressos de programas de
iniciação à docência. REVISTA BRASILEIRA DE
EDUCAÇÃO, v. 23, p. 01-20, 2018.
(Acesso Plataforma Lattes em 18/10/2019, às
22:49)
OBRA
■ Coleção de Temas Básicos de Educação e Ensino – Subsídios e sugestões para educadores em geral
– Objetivo
– Colaboração de autores que se dispuseram a sistematizar suas experiências
– Momento histórico de crescente conscientização da profissionalização do magistério
■ Pesquisa em Educação: Abordagens Qualitativas
– Dividida em 5 capítulos:
■ Evolução da Pesquisa em educação
■ Abordagens de pesquisa qualitativa em educação: a pesquisa etnográfica e o estudo de caso
■ Método de coleta de dados: Observação, entrevista e análise documental
■ A análise de dados e algumas questões relacionadas a objetividade e à validade das abordagens
qualitativas
■ Lições de duas experiências
■ Bibliografia básica para o pesquisador que se inicia nos trabalhos de pesquisa qualitativa
■ Anexo contendo um exemplo de uma pesquisa
– Lacuna: Desenvolvimento de recursos metodológicos da pesquisa em abordagens qualitativas
Evolução da pesquisa em
educação
■ O que é pesquisar?
■ Função de um problema
■ Caráter social da pesquisa
■ A atividade de pesquisa
■ Modelos das ciências físicas e naturais
■ Estudo experimental
■ Estudos do tipo levantamento ou survey
■ Estudos de design ou delineamento experimental
ABORDAGENS
QUALITATIVAS DE
PESQUISA
Abordagem etnográfica
A ABORDAGEM ETNOGRÁFICA NA
EDUCAÇÃO
■ Histórico
■ Cuidados com o uso dos termos
etnográficos e ou antropológica.
■ Conceito:
É a descrição de um sistema de
significados culturais de determinado
grupo.
O Uso da etnografia em educação:

Deve envolver uma preocupação em


pensar o ensino e a aprendizagem dentro
de um contexto cultural amplo.
Critérios discutidos por Wolcott sobre a
abordagem etnográfica nas pesquisas que
focalizam a escola:
1. Problema é redescoberto no campo;
2. O pesquisador deve realizar a maior parte de trabalho
de campo pessoalmente;
3. O trabalho de campo deve durar pelo menos um ano
escolar;
4. O pesquisador deve ter tido uma experiência com
outros povos de outras culturas;
5. A abordagem etnográfica combina vários métodos de
coleta: dois métodos básicos;
6. O relatório etnográfico apresenta uma grande
quantidade de dados primários.
Com base nos critérios apresentados por Wolcott:

“É fácil concluir que nem todos os estudos


qualitativos podem ser chamados de etnográficos.
A etnografia como ‘ciência da descrição cultural’
envolve pressupostos específicos sobre a realidade
e formas particulares de coleta e de apresentação de
dados”.
PRESSUPOSTOS
De acordo com Wilson (1997) a pesquisa etnográfica
fundamenta-se em dois pressupostos do comportamento
humano:
 A hipótese qualitativo-ecológica: o comportamento
humano é influenciado pelo contexto em que se situa.
 A hipótese qualitativo-fenomenológica: impossibilidade
de entender o comportamento humano sem tentar
entender o quadro referencial que os indivíduos
interpretam seus pensamentos, comportamentos e ações;
“O pesquisador deve exercer o papel subjetivo de
participante e o papel objetivo de observador, colocando-se
numa posição ímpar para compreender e explicar o
comportamento humano.”
Método

■ Não há um método que possa ser recomendado como


melhor ou mais efetivo;
■ Segundo Stubbs e Delamont (1976), a natureza do
problema é que determina o método;
■ Três etapas da investigação:
EXPLORAÇÃO

■ Exploração: envolve a seleção e


definição dos problemas e
escolha do local onde será feito
estudo e os contatos para entrada
em campo.
DECISÃO
■ Busca mais sistemática daqueles dados que o
pesquisador selecionou como os mais
importantes pra compreender ou interpretar o
fenômeno estudado.
■ Exemplos de dados relevantes: forma e
conteúdo da interpretação verbal dos
participantes, forma e conteúdo da interpretação
verbal com o pesquisador; comportamento não
verbal; padrões de ação e não ação; traços,
registros de arquivos e documentos.
■ O problema fundamental para o investigador
antropológico é aprender a selecionar os dados
necessários para responder às suas questões e
encontrar o meio de ter acesso a essa
informação.
DESCOBERTA

■ Consiste na explicação da realidade, na


tentativa de encontrar os princípios
subjacentes ao fenômeno estudado e de
situar as várias descobertas num contexto
amplo;
■ Envolve o desenvolvimento de teorias;
■ Teste constante de hipóteses com a
realidade observada, como também do
confronto de evidências negativas e
positivas. Diminuindo o grau de
inferências de julgamentos na observação
participante;
Papel do observador
■ Algumas características essenciais para
um bom etnógrafo apresentadas por
Hall: ser capaz de tolerar ambiguidades;
ser capaz de trabalhar sob sua própria
responsabilidade; deve inspirar
confiança; deve ser pessoalmente
comprometida, autodisciplinada,
sensível a si mesma e aos outros,
madura e consistente; e deve ser capaz
de guardar informações confidenciais.
■ Tem que se fazer aceito desde o
primeiro contato, procurando não ser
identificado com nenhum grupo
particular.
■ Selecionar e reduzir a realidade
sistematicamente.
ABORDAGENS
QUALITATIVAS DE
PESQUISA
Estudo de caso
O que é estudo de caso?
■ Deve ser bem delimitado;

■ De preferência único e singular;

■ Nem todo estudo de caso é


qualitativo;
Características
do estudo de caso
1. Os estudos de caso visam à descoberta;
■ Exemplo:
Salim (1984) identificou dois aspectos que se
mostraram relevantes para melhor compreender o
processo de alfabetização: a ajuda individual da
professora às crianças com dificuldades de
aprendizagem e o espaço de liberdade de que ela
dispõe para desenvolver o seu trabalho de sala.
Características
do estudo de caso
2. Enfatizam a “interpretação em contexto”
■ Exemplo:
Penin (1983) focalizou uma escola pública da periferia
de São Paulo, a análise é feita em função das
características específicas da região em que se localiza
a escola, levando também em conta a história da
escola e a situação geral no momento da pesquisa:
recursos materiais e humanos, estrutura
administrativa, etc.
Características
do estudo de caso
3. Buscam retratar a realidade de forma completa e
profunda;
■ Exemplo:
Lelis (1983), ao estudar o processo de formação de
professores numa escola Normal, ele focalizou a
dinâmica de sala de aula, os conteúdos das várias
disciplinas do currículo, a atuação da equipe técnica da
escola, as características dos alunos e como esses vários
elementos interagiam para configurar as práticas de
formação de professores.
Características
do estudo de caso
4. Usam uma variedade de fontes de informação;
■ Exemplo:
Se o estudo de caso é feito numa escola, o pesquisador
procurará fazer observações em situações de aula, de
reuniões, de merenda, de entrada e de saída das crianças;
estará coletando dados no início, no meio e no final do
semestre letivo; ouvirá professores, pais, alunos, técnicos,
serventes, etc.
Características
do estudo de caso
5. Revelam experiência vicária e permitem generalizações
naturalísticas;
■ Exemplo:
Kramer e André (1984) falam que uma determinada
professora pode chegar a conclusão de que vários
elementos da prática daqueles professores são
confirmados pela sua própria prática docente, como por
exemplo, a ajuda individual aos alunos, harmonicamente
associada ao manejo grupal.
Características
do estudo de caso
6. Procuram representar os diferentes e às vezes
conflitantes pontos de vista presentes numa situação
social;
■ Exemplo:
Ao julgar um novo sistema de avalição implantado nos
cursos de formação de professores, o pesquisador
procurará coletar a opinião de uma gama variada de
alunos desses cursos, incluindo grupos mais ou menos
críticos, poderá entrevistar os professores deste curso,
procurando os que estão a favor e contra e incluirá sua
opinião sobre a inovação.
Características
do estudo de caso
7. Os relados dos estudos de caso utilizam uma
linguagem e uma forma mais acessível do que os outros
relatórios de pesquisa;
■ Exemplo:
Dramatizações, desenhos, fotografias, etc.
O desenvolviment0
de um estudo de caso
■ A fase exploratória;

■ A delimitação do estudo;

■ A análise sistemática e a elaboração do relatório;

■ A prática do estudo de caso;


MÉTODOS DE
COLETA DE DADOS

Observação
O que você observa na imagem a
seguir?
OS CÍRCULOS LARANJAS POSSUEM O
MESMO TAMANHO?
INTERFERÊNCIAS

■ Mente humana é seletiva;


■ Seleção depende muito de cada pessoa;
■ Diversos fatores influenciam (história pessoal) na
atenção/percepção.

COMO, ENTÃO CONFIAR NA OBSERVAÇÃO


COMO MÉTODO CIENTÍFICO??
PARA VALIDADE
E FIDEDIGNIDADE:
■ Controle e sistematização;
■ Planejamento de trabalho,
cuidado rigoroso;
1. Delimitação do objeto de
estudo;
2. Grau de participação e
duração;
3. Treinamento do observador:
anotação e concentração.
A OBSERVAÇÃO NAS
ABORDAGENS QUALITATIVAS:

■ Usada como principal método investigativo;


■ Contato estreito e pessoal;
■ Experiência direta, acompanhamento “in loco”;
■ Útil na descoberta de novos aspectos;
■ Permite coleta de dados em casos sem comunicação.
CRÍTICAS

Provoca alterações Envolvimento do


Baseado na
no ambiente pesquisador:
interpretação
representação
pessoal
parcial/distorcida
Ambientes sociais Referencial Utilização de meios
são relativamente “objetivista” que para verificar
estáveis. condena o uso. envolvimento
■ Deve ser considerado:
 Grau de participação;
 Explicitação de seu papel e dos
propósitos de pesquisa.

VARIAÇÕES NOS Imersão total na Completo


MÉTODOS DE situação distanciamento
OBSERVAÇÃO:
PAPEL E PROPÓSITOS DE ESTUDO:

Participante Participante Observador Observador


total como como total
observador participante
O CONTEÚDO DAS
OBSERVAÇÕES:

PARTE DESCRITIVA
■ Descrição dos sujeitos;
■ Reconstrução de diálogos;
■ Descrição de eventos especiais;
■ Descrição das atividades;
■ Comportamentos do observador.
O CONTEÚDO DAS
OBSERVAÇÕES:

PARTE REFLEXIVA
■ Reflexões analíticas;
■ Reflexões metodológicas;
■ Dilemas éticos e conflitos;
■ Mudanças na perspectiva do
observador;
■ Esclarecimentos necessários.
REGISTRO DA
OBSERVAÇÃO:
• Diferentes formas de registro;
Dia
• Quando, como e onde.
Hora

Local
Mais
próximo Maior Período de observação
do acuidade
momento
da
observação
ATENÇÃO NA ORGANIZAÇÃO!!

■ Diferenciar informações (descrições, falas, citações,


observações pessoais);
■ Mudar parágrafo a cada nova situação;
■ Tipo de material utilizado.
MÉTODOS DE
COLETA DE DADOS

Entrevista e Análise documental


ENTREVISTA

■ É uma das principais técnicas de trabalho em quase


todos os tipos de pesquisa utilizados nas Ciências
Sociais;
■ Atentar para a relação de interação que a permeia;
■ Reciprocidade de influência entre entrevistador e
entrevistado.
VANTAGENS DA ENTREVISTA

■ Permite a captação imediata e corrente da


informação desejada;
■ Quando bem feita, pode permitir o tratamento de
assuntos de natureza estritamente pessoal e íntima,
como também temas complexos;
■ Pode permitir o aprofundamento de pontos
levantados por outras técnicas mais superficiais;
■ Potencial de atingir informantes que seria inviável
por outros meios de investigação.
TIPOS DE ENTREVISTA:

■ Não-estruturada ou não-padronizada (percurso


livre);
■ Semi-estruturada (esquema básico que permite
adaptações);
■ Padronizada ou estruturada (visa à obtenção de
resultados uniformes).
EXIGÊNCIAS E CUIDADOS:

■ Respeito pelo entrevistado;


■ Respeito pelo universo próprio de quem fornece as
informações;
■ Capacidade, por parte do entrevistador, de ouvir
atentamente e de estimular o fluxo natural de
informações dadas pelo entrevistado;
■ Utilização de um roteiro que guie a entrevista;
■ Captação da comunicação não-verbal.
COMO REGISTRAR OS DADOS?

■ Gravação direta (registro de todas as expressões


orais, de imediato, e o entrevistador foca toda sua
atenção ao entrevistado);
■ Anotação durante a entrevista (representam um
trabalho inicial de seleção e interpretação das
informações obtidas).
DESVANTAGENS DA GRAVAÇÃO

■ Registra apenas as expressões orais, deixando de


lado as expressões faciais, os gestos, as mudanças de
postura, podendo representar um fator
constrangedor;
■ Dificuldade em transcrevê-la para o papel (consumo
de tempo, seleção das informações centrais, memória
do entrevistador).
DESVANTAGENS DA ANOTAÇÃO

■ Deixa de cobrir muitas das coisas ditas;


■ Solicita a atenção e o esforço do entrevistador, além
do tempo necessário para escrever.
importante
É muito importante que o entrevistado esteja bem
informado sobre os objetivos da entrevista e de que as
informações fornecidas serão utilizadas exclusivamente
para fins de pesquisa, respeitando-se sempre o sigilo em
relação aos informantes.
importante
Ao optar pela entrevista, o pesquisador está assumindo
uma das técnicas de coleta de dados mais dispendiosas,
especialmente pelo tempo e qualificação exigidos do
entrevistador.
ANÁLISE DOCUMENTAL

Pode se constituir numa técnica valiosa de abordagem


de dados qualitativos, complementando informações
obtidas por outras técnicas ou desvelando aspectos
novos de um tema ou problema.
DOCUMENTOS

De acordo com Phillips (1974) são considerados


documentos “quaisquer materiais escritos que
possam ser usados como fonte de informação sobre
o comportamento humano”.
DOCUMENTOS

■ Leis e regulamentos;
■ Normas;
■ Pareceres;
■ Cartas;
■ Memorandos;
■ Diários pessoais;
■ Autobiografias;
DOCUMENTOS

■ Jornais;
■ Revistas;
■ Discursos;
■ Roteiros de programas de rádio e televisão;
■ Livros;
■ Estatísticas; e
■ Arquivos escolares.
O QUE É ANÁLISE DOCUMENTAL?

Conforme Caulley (1981), a análise documental busca


identificar informações factuais nos documentos a partir de
questões ou hipóteses de interesse.
Exemplo: Uma circular distribuída aos professores de uma
escola convidando-os para uma reunião pedagógica.

Objetivo da análise: Buscar evidências para um estudo das


relações de autoridade dentro da escola.
QUAIS AS VANTAGENS?

De acordo com Guba e Lincoln (1981) as vantagens são:


■ Os documentos constituem uma fonte estável e rica;
■ Podem ser consultados várias vezes e servir de base
a diferentes estudos, dando mais estabilidade aos
resultados obtidos;
■ Constituem uma fonte poderosa de onde podem ser
retiradas evidências que fundamentem afirmações e
declarações do pesquisador;
QUAIS AS VANTAGENS?

■ Surgem num determinado contexto e fornecem


informações sobre esse mesmo contexto;
■ O custo que, em geral, é baixo;
■ São uma fonte não-reativa (permite a obtenção dos
dados quando o acesso ao sujeito é impraticável);
■ Como técnica exploratória, indica problemas que
devem ser mais bem explorados através de outros
métodos.
QUANDO É APROPRIADO?

Para Holsti (1969), há pelo menos três situações básicas:


■ Quando o acesso aos dados é problemático;
■ Quando se pretende ratificar e validar informações
obtidas por outras técnicas de coleta; e
■ Quando o interesse do pesquisador é estudar o problema
a partir da própria expressão dos indivíduos.
CRÍTICAS AO USO DE DOCUMENTOS

■ São amostras não-representativas dos fenômenos


estudados;
■ Falta de objetividade e validade questionável; e
■ Representa escolhas arbitrárias, por parte de seus
autores, de aspectos a serem enfatizados e temáticas
a serem focalizadas.
COMO UTILIZÁ-LA?

■ Caracterizar o tipo de documento que será usado ou


selecionado (oficial, técnico ou pessoal);
■ Analisar os dados recorrendo, geralmente, à metodologia
de análise de conteúdo.
COMO UTILIZÁ-LA?

Krippendorff (1980), define análise de conteúdo como


“uma técnica de pesquisa para fazer inferências válidas e
replicáveis dos dados para seu contexto”.
COMO UTILIZÁ-LA?

O processo de análise de conteúdo tem início com a decisão


sobre a unidade de análise, que para Holsti (1969)
apresenta dois tipos de unidade:
■ Unidade de registro e
■ Unidade de conteúdo.
COMO UTILIZÁ-LA?

Depois de organizar os dados, esse procedimento


culminará na construção de categorias ou tipologias.
Guba e Lincoln (1981), apresentam algumas sugestões
práticas que podem ajudar a formar categorias a partir dos
dados:
■ Examinar o material procurando encontrar os aspectos
recorrentes;
■ Avaliação do conjunto inicial de categorias; e
■ Submeter as categorias à apreciação dos informantes.
A ANÁLISE DE
DADOS E ALGUMAS
QUESTÕES
RELACIONADAS
PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS

(Bogdan e Biklen)
1. Delimitação progressiva do foco do estudo
2. Formulação de questões analíticas
3. Aprofundamento da revisão de literatura
4. Testagem de ideias junto aos sujeitos
5. Uso extensivo de comentários, observações e
especulações ao longo da coleta.
Delimitação progressiva
do foco do estudo
■ O que é importante?

Alfabetização  Interrelação conteúdo-


disciplina-afetividade-aprendizagem nas
práticas em sala de aula.
Formulação de questões
analíticas
■ Sistematizar a atividade de coleta!
■ Articulação entre pressupostos
teóricos do estudo e os dados da
realidade.
A que objetivos serve a disciplina de sala
de aula? Como se relacionam as
medidas disciplinares do professor com
suas manifestações afetivas? Qual seu
efeito na aprendizagem das crianças?
Aprofundamento da
revisão de literatura
■ Auxiliar a análise dos dados!
Quais os principais questionamentos
apontados pela literatura sobre os temas
selecionados?
Quais os pontos comuns e os pontos
divergentes entre o que aparece nesse e
em outros estudos similares? O que tem
sido negligenciado pela literatura sobre
esse assunto?
Testagem de ideias junto
aos sujeitos

■ Sujeitos da pesquisa?
■ Ou Informantes?
Uso extensivo de comentá-
rios, observações e espe-
culações ao longo da
coleta

■ Surgimento de ideias e sugestões!


■ Registre tudo!
A ANÁLISE

■ Possíveis direções teóricas e destaques principais


Construção de um conjunto de categorias descritivas:
categorias iniciais "impregnação" e novas categorias
(emergentes).
Conteúdo manifesto e conteúdo latente do material.
Codificação.
■ Da análise para teorização!
Ultrapassar a mera descrição.
OUTRAS QUESTÕES NO USO DAS
ABORDAGENS QUALITATIVAS
■ Questões éticas
Pesquisador e sujeitos pesquisados.
Pedido de Consentimento.
Manipulação dos sujeitos.
Sigilo de Informações.
Direito de Veto.
OUTRAS QUESTÕES NO USO DAS
ABORDAGENS QUALITATIVAS
■ Subjetividade do Pesquisador
Há como controlar?
Critérios para seleção de dados, situações e pessoas.
Tempo de permanência em campo.
Intensa comunicação entre pesquisador e grupos
estudados.
Explicitação dos métodos e procedimentos utilizados.
OUTRAS QUESTÕES NO USO DAS
ABORDAGENS QUALITATIVAS

Frequência, duração e periodicidade das observações.


"Triangulação"(Denzin, 1970).
Concordância entre representações de eventos, ao
menos temporária.
Interpretações diversas.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
■ “Um bom trabalho científico [...] utiliza metodologia
mais próxima da realidade a ser pesquisada [...]
propicia ao pesquisador “colocar-se no lugar do
outro”, ou seja, compreender a realidade pela visão
dos pesquisados como forma de aproximação entre a
vida e o que vai ser investigado. Para isso, ainda um
melhor caminho é através da pesquisa qualitativa
[...]”.

ZANETTE, Marcos Suel. Pesquisa qualitativa no contexto da Educação no


Brasil. Educar em Revista, n. 65, p. 153, 2017.

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