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Impresso por Leandro Rescarolli, CPF 061.260.799-22 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais
e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 23/04/2021 10:18:18
Objetivos de Ap
Aprendizagem
rendizagem
Após estudar esse módulo, você deverá estar capacitado para:
O que veremos ad
adiante:
iante:
4 Os experimentos em GT
4.3.3 Identificação
4.3.4 Exageração
2
4.3.5 Presentificação
4.3.12 Dramatização
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Experimentos em GT
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4. Os experimentos em G
GT
T
Os experimentos em GT, para mim sempre foi um terreno árido e durante muito
tempo nada familiar (hoje tenho menos expectativas e sigo o fluxo). Eu imagino
que não tenha sido só comigo, e a pergunta é: você sabe conduzir um
experimento em Gestalt terapia?
O terapeuta Gestáltico tem uma ampla gama de intervenções ativas a sua
disposição e pode utilizar estas para aumentar a conscientização de partes da
personalidade ou de sentimentos que estão submersos no inconsciente de seus
clientes.
Vai aqui aquela mesma premissa que eu não canso de escrever: o terapeuta
precisa ter um suporte psicológico (ou seja, ser terapeutizado) e fazer
supervisão de seus atendimentos (independentemente do tempo de atuação).
Vai aqui um pouco mais da história sobre como nasceu os experimentos em GT.
Em 1947 ao publicar o livro Fome, Ego e Agressão, Perls marcou a transição
entre a psicanálise ortodoxa e o que viria a ser a abordagem Gestáltica (que na
época ainda era chamada por Teoria da Concentração, nome dado por opor-se a
noção da associação livre). O livro propunha a aquisição de um novo hábito
metodológico, o que, mais tarde viriam a ser o que hoje conhecemos como os
Experimentos em GT. Para essa nova abordagem (GT), Perls discriminou a
aquisição do termo concentração como “adentrar no centro”, ou ainda, o núcleo
de uma situação (Lima Filho, p.23,1993), com isso, passa então a inserir o sujeito
numa relação “com” a situação, ou seja, dentro da queixa do cliente existe um
estado, uma presença e uma atenção que consequentemente gera uma tensão,
e é a partir daí que surge um objeto (que pode ser o tema da sessão, ou uma
sensação, uma fala, uma linguagem corporal e assim por diante) e é isso que
sustenta a relação estabelecida, e onde se inicia a formação do que é figura e do
que é fundo na fala do cliente.
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De uma maneira geral podemos dizer que, quando fugimos da formação dessa
figura, ou quando a fixamos de forma rígida, surgem as obsessões, ideias fixas,
perversões ou ainda a figura demasiadamente fraca, mal estruturada que sugere
neurastenia (perda geral do interesse, estado de inatividade ou fadiga extrema
que atinge tanto a área física quanto a intelectual), a psicose e assim por diante.
Além deste conceito tão popularizado na GT- figura e fundo, a “teoria da
concentração” já trazia a importância da Awareness (embora ainda não
utilizassem esse termo).
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para que uma reação se inicie (um insight, uma emoção, o aumento da
awareness). Ao longo do exercício vivencial ficamos de prontidão para assegurar
a continuidade do fluxo reacional. A proposta é de experimentos gradativos, é
muito importante que se saiba que, não é a execução da tarefa o que importa
mais elementos que ali apareceram, por exemplo, a resistência em executá-la, ou
algo que chame a atenção, e principalmente a awareness que vai se formando a
partir do experimento, aquilo que se torna consciente para o cliente.
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Outro autor importante para a GT Zinker (2007) cita que, um experimento será
eficaz e criativo quando permitir um salto qualitativo do cliente rumo a uma
nova expressão (ou no mínimo levá-lo ao ponto aonde estancou seu
desenvolvimento).
um experimento
Utilizarei três bibliografias para resumir o que estes autores chamam de “A
evolução de um experimento” (Zinker, 2007; Lima Junior, 1993; Joyce e Still
2016).
Como já falamos até aqui o experimento é algo único, um ato criativo, que nasce
da particularidade de um indivíduo e evolui segundo os desígnios da intuição do
terapeuta.
O que os autores Zinker 2007 e Lima Junior,1993, apresentam aqui, não são
etapas rígidas estruturada num passo a passo, mas sim, qualidades existentes
num experimento como um todo. Vamos a eles:
Identificação e pr
preparo
eparo do terreno (a base de trabalho)
As colocações iniciais do cliente indicam em que condição o mesmo se encontra,
o que tem em mente, o que está sentindo e assim por diante. Aqui a escuta
atenta e adequada e o acolhimento (já sobre a importância disso em outros
módulos) se faz necessária como uma tomada inicial de um diagnóstico,
identificando as queixas e tema presente no discurso (não esquecer também
que temas não presentes são importantes).
Consenso
É uma espécie de negociação entre cliente e terapeuta, verificando sua
disponibilidade para participar, o psicoterapeuta propõe o experimento, o
cliente pode aceitar ou não. A maneira como o consenso acontece vai depender
do estilo do terapeuta e do vínculo que ele tem com o cliente, se o vínculo e a
confiança forem bons não há necessidade de solicitar a concordância a cada
momento. Caso contrário fica automático e formal, pedir autorização a cada
experimento (algumas circunstancias são necessárias, mas somente algumas), é
aceito o direto do cliente resguardar a experiencia por vergonha ou medo de se
expor (até hoje, e lá se vão 20 anos de prática, me lembro de uma única cliente
não querer fazer um experimento).
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Gradação
É graduar o trabalho de acordo com as dificuldades percebidas no cliente, ou
seja, podemos tornar os experimentos mais agradáveis ou mais desafiadores
para o cliente dependendo da disponibilidade do cliente, o objetivo sempre é
maximizar as condições para que o cliente seja bem sucedido, então, cabe ao
terapeuta perceber as reações de seus clientes para poder graduar o
experimento, saber se há dificuldades ou se ao contrário à proposta foi
demasiadamente pobre e simples.
Awareness (traz
(trazer
er à tona a awaren
awareness
ess do client
cliente)
e)
De que forma que se tem awareness por meio de experimentos que lidam com
as percepções sensoriais? Muitos dos nossos clientes ao chegarem ao
consultório, estão com algumas sensações e percepções congeladas, não
sentem mais (alegria, raiva tristeza) ou elas são desconexas, riem quando o
assunto é triste, choram quando na verdade é para ter raiva e assim por diante.
A tarefa do terapeuta é observar o cliente com especial atenção para a
localização dessas desarmonias entre discurso verbal e expressões corporais,
essas informações sinalizam o nível de awareness das pessoas, sugerindo qual a
direção o experimento pode tomar, pois esse vem justamente para que o cliente
entre em contato com o que sentiu (sensação física ou emocional), ou seja, ao
realizar tal experimento, o cliente poderá dar-se conta de suas emoções que 9
antes estavam congeladas ou perdidas. Essa presentificação acompanha uma
ampla gama de informações captadas sensorialmente.
O foco de uma sessão psicoterápica nem sempre é o que surge como tema no
discurso, o foco é o que está além da temática, é um processo, o desenrolar
daquilo que está acontecendo (awareness) a serviço da temática, e devemos
dirigir a atenção da sessão no mesmo sentido. Por exemplo, se o cliente está ali
na tentativa de superar um bloqueio, o experimento seria a tarefa para esse fim,
e o foco é essa operação conjunta, do terapeuta com o cliente, o envolvimento e
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Construção do Aut
Autoo suporte
Para um bom trabalho o terapeuta, começa identificando quais os recursos
ambientais que lhe está disponível, por exemplo, o distanciamento entre ele e o
cliente, qual posição é mais confortável deste distanciamento, consigo enxergá-
lo bem, consigo ouvir sua respiração (tenho uma cliente que tem a voz muito
baixa, num experimento, fica ainda mais inaudível, para isso, sempre que realizo
um experimento com ela, eu aproximo minha cadeira), analogamente cabe ao
terapeuta ajudar ao cliente a construir seu próprio auto suporte para viabilizar o
trabalho de concentração (ajeitar-se melhor na cadeira/sofá, oferecer algum
apoio para os pés/ se achar necessário, e assim por diante).
Tema
Segundo Zinker (2007), se o foco define o processo e a direção de uma sessão, o
tema está relacionado ao seu conteúdo. Nem sempre o tema vem claro e de
uma maneira límpida, cabe a nós, refinar, condensar, resumir, unificar a às vezes
até nomear o tema (ex: você está querendo me dizer isso? ou, você está dizendo
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que está sentido isso?). Geralmente a essência de algo que preocupa o cliente é
o tema, porém os temas são entrelaçados a outros temas, de modo a criar um
tecido experiencial. Os temas podem existir em diferentes quantidades e
dimensões, pode-se voltar diversas vezes a cada tema, mas abordando-os em
níveis de sofisticação diferente.
Escolha do exper
experimento
imento
A escolha deve vir do discurso inicial do cliente, suas primeiras colocações
verbais, sonoras, silenciosas, posturais, gestuais e assim por diante. A natureza
do experimento depende dos problemas da pessoa, do que ela experiencia no
aqui e agora, e também do repertório de experiências de vida que ela e o
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