Você está na página 1de 35

Tecnologia de

Medicamentos
PROFA. FÁTIMA DUARTE FREIRE
DESENVOLVIMENTO DE MEDICAMENTOS
PROFA. FÁTIMA DUARTE FREIRE
Descoberta

Desenvolvimento

Registro no órgão regulador


❑ PESQUISA / DESCOBERTA – Pesquisa de novos compostos
potencialmente ativos.

Identificação de novos alvos terapêuticos


Planejamento molecular
Síntese de grupos funcionais
Busca de estruturas análogas que apresentam
potencial de se tornarem novas entidades moleculares
❑ PRÉ-CLÍNICA – ensaios in vitro e posteriormente in vivo
(animais).
eliminação de > 90% dos compostos
estudados nesta fase
❑ Ensaios pré-clínicos (in-vivo)

Definição do perfil farmacológico

Definição do perfil toxicológico (efeitos colaterais, carcinogenia)

Demonstração de segurança

Avaliação processos farmacocinéticos


❑ Estudos de pré-formulação e formulação

Possibilidade de produção em grande escala, custos de


produção

Solubilidade, adequação do veículo

Concentrações / doses

Vias de administração

Estabilidade
I. Descrição Física

A maioria dos fármacos são sólidos.

São mais ESTÁVEIS, FÁCEIS e CONVENIENTES NA ADMINISTRAÇÃO.

70% das dispensações: COMPRIMIDOS e CÁPSULAS


II. Análise microscópica

Estrutura do cristal

Cristalinos

Amorfos

Escolher a melhor forma cristalina de um fármaco é um


passo essencial no desenvolvimento de um medicamento
pois esta forma sólida pode influenciar na sua
performance diretamente
Tamanho da partícula

Influencia nas características de fluxo e velocidade de sedimentação


III. Ponto de fusão - indicador de pureza de substâncias químicas.

Se ocorrer alterações neste pico pode indicar que o fármaco foi


adulterado ou encontra-se impuro.

Fármacos com baixo ponto de fusão correm o risco de se fundirem


durante uma etapa de preparação em que calor é gerado, e isso
poderá prejudicar todo o andamento da preparação
IV. Polimorfismo

Forma cristalina ou amorfa.


1/3 dos fármacos são polimorfos.
Possuem diferença nas propriedades físico-químicas como PF e
solubilidade.
Ex.: fármaco amorfo é mais solúvel do que o cristal.
Impacto do polimorfismo na produção de medicamentos
V. Solubilidade

Está relacionada a eficácia terapêutica

solubilidade = modificação do fármaco em sal e éster.

SOLUBILIDADE x TAMANHO DA PARTÍCULA


TP - solubilidade
VI. Dissolução

Tempo que o fármaco leva para se dissolver = Fator limitante da


absorção do fármaco (início/intensidade/duração da biodisponibilidade
do fármaco)

Velocidade de dissolução:

do tamanho da partícula

Utilização do sal do fármaco


VIII. Estabilidade dos fármacos e das formas farmacêuticas

Estabilidade - produto mantêm durante o seu período de armazenamento (prazo


de validade) as mesmas propriedades e características que possuía no momento
de sua fabricação.

Tipos de Estabilidade

1) Química: integridade química e potência dentro dos limites.


2) Física: aparência, paladar, uniformidade, dissolução e susceptibilidade.
3) Microbiológica: Resistência ao crescimento microbiano utilizando agentes
microbianos.
4) Terapêutica: inalterada
5) Toxicológica: não há aumento significativo
Pesquisa clínica
Estudo sistemático que segue métodos científicos aplicáveis aos seres
humanos, denominados voluntários da pesquisa, de acordo com a fase
da pesquisa.

Efeitos clínicos e farmacológicos (farmacocinéticos ou farmacodinâmicos)

Efeitos indesejáveis ✓ São conduzidos de forma


sequencial e de acordo
com objetivos bem
É composta por três etapas sucessivas definidos.
✓ Cada fase tem por base
os resultados da fase
Fase Clínica I - voluntários sadios anterior
Fase Clínica II - pacientes ✓ A segurança dos doentes
Fase Clínica III - pacientes não deve ser colocada
em risco
Avaliação / aprovação

Realização de registro pela autoridade regulatória do país onde o medicamento


será comercializado.

Submeter todos os dados coletados durante as fases de descoberta e


desenvolvimento para a avaliação e a aprovação do órgão regulador.

Os dados precisam demonstrar que o novo tratamento apresenta alguma vantagem


em relação a outro já registrado.
Estudos de fase IV

Após a inserção do medicamento no mercado,

Obtidos mais informações de segurança e eficácia do medicamento na prática


cotidiana, utilizando mecanismos de farmacovigilância
Cordia verbenacea (erva baleeira), usada por pescadores no litoral das regiões
Sul e Sudeste, uma planta nativa brasileira.
Ativo: alfa-humuleno.
São necessários 800 kg da erva para a obtenção de 1 litro de óleo essencial
7 anos de estudo
➢ 15 milhões de reais.
➢ Parcerias com universidades e pesquisadores.
REGISTRO DE MEDICAMENTOS
➢ Medicamento novo

➢ Medicamento inovador

➢ Medicamento similar

➢ Medicamento genérico
Para que serve o registro de
medicamentos ?

Facilitar o acompanhamento, monitoramento e controle da


qualidade, segurança e eficácia no mercado farmacêutico, dado aos
aspectos de toxicidade e nocividade à saúde pública.
Até 1999, os registros de medicamentos eram realizados pela Secretaria
Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde.

Com a criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e


determinar-se suas competências, tornou-se responsabilidade desse órgão o
registro de medicamentos no Brasil.

A Anvisa deve avaliar a documentação administrativa e técnico-


científica relacionada à eficácia, à segurança e à qualidade desse medicamento.
RESOLUÇÃO - RDC Nº 200, DE 26 DE DEZEMBRO DE 2017

Estabelecer os critérios e a
Medidas antecedentes
documentação mínima
necessária para a concessão
e renovação do registro de
medicamentos com
princípios ativos sintéticos e
Medidas de registro
semissintéticos, classificados
como novos, genéricos e
similares, visando garantir a
qualidade, segurança e
eficácia destes Medidas pós-registro
medicamentos.
Medidas antecedentes ao registro

➢ Primeiramente, notificação de produção de lotes-piloto à Anvisa.

➢ Verificar também se o fármaco consta na lista de princípios ativos


da (DCB); caso contrário, a requerente deve solicitar para a
Farmacopeia Brasileira a inclusão do fármaco na lista.
Medidas de registro de medicamento
novo
Documentação Administrativa

➢ Formulários de petição, FP1 e FP2, devidamente preenchidos e assinados;

➢ Modelo de texto de bula;

➢ Layout das embalagens primária e secundária de cada apresentação do


medicamento, referente a cada local de fabricação;

➢ Cópia do (CBPF) válido emitido pela Anvisa, para a linha de produção na qual o
medicamento, objeto de registro, será fabricado;
Documentação Técnica da Qualidade
Para cada forma farmacêutica deve ser elaborado um relatório técnico,
contendo informações técnicas sobre:

➢ O insumo farmacêutico ativo (IFA):,

➢ Relatório de produção (incluindo controle do processo produtivo),

➢ Relatórios de controle de qualidade das matérias-primas e do produto


terminado,

➢ Estudos de estabilidade.
➢ Relatório de segurança e eficácia de acordo com guia específico,
contendo:

a) relatório de ensaios não-clínicos; e

b) relatório de ensaios clínicos fase I, II e III.

➢ Plano de Farmacovigilância,
REQUISITOS ESPECÍFICOS PARA O REGISTRO
DE MEDICAMENTO GENÉRICO E SIMILAR
Além das documentações anteriores,
➢ Certificado de equivalência farmacêutica e certificado de perfil de
dissolução e relatório de desenvolvimento do método de dissolução,

➢ Deverão ser protocolados os estudos de bioequivalência de acordo


com as orientações disponíveis na página eletrônica da ANVISA.

➢ O estudo de bioequivalência ou testes para a bioisenção deverão ser


realizados, obrigatoriamente, com o mesmo lote utilizado no estudo
de equivalência farmacêutica.
Medidas pós-registro
Todas as empresas, deverão apresentar:

➢ Relatório Periódico de Farmacovigilância do mesmo período;

➢ Documento comprobatório de venda do produto no período de


vigência do registro – três notas fiscais por forma farmacêutica),
última versão de bula impressa, lista com as alterações e/ou
inclusões pós-registro ocorridas durante o último período de
validade do registro do produto.
Para casa

Ler o artigo Desenvolvimento de Medicamentos no Brasil.


João B. Calixto & Jarbas M. Siqueira Jr. Gaz. Méd. Bahia
2008;78 (Supl 1): 98-106

Você também pode gostar