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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS -

CAMPUS II - BELO HORIZONTE

ESTUDO DIRIGIDO 2

Dispositivos de proteção e comando em circuitos de BT e AT

Belo Horizonte - MG,

Março/2021.
Possíveis danos na rede elétrica

Todos os equipamentos que estão conectados a uma rede elétrica estão


sujeitos a alguma falha elétrica ou circunstância que acarreta em problemas na rede
elétrica. Algumas falhas que podem ocorrer:

● Sobretensão, queda de tensão, desequilíbrio ou falta de fases: causam um


aumento da corrente absorvida pelo circuito.
● Curto-circuitos: podem ser de intensidade muito elevada e devem ser
controlados a tempo para evitar graves avarias no componentes dos
circuitos.
● Rotor bloqueado: sobrecarga momentânea ou prolongada de origem
mecânica que provoca um aumento da corrente absorvida pelo motor e um
aquecimento perigoso nos enrolamentos.

Outro fenômeno indesejado que pode ocorrer em instalações elétricas, sobre


as de AT, é o arco elétrico. O arco elétrico ocorre quando há uma ruptura dielétrica
na qual se produz uma descarga elétrica. O termo arco elétrico é o mais comum,
mas ele também pode ser chamado de arco voltaico ou curto-circuito como é
popularmente chamado. Este fenômeno é tão forte que consegue romper a isolação
feita pelo ar, conduzindo elétrons de um eletrodo ao outro através de um fluxo de
corrente.

Figura 1 - Formação de um arco elétrico

A fim de controlar os arcos elétricos, utiliza-se um dispositivo de manobra e


proteção muito conhecido: o disjuntor. Os disjuntores são altamente empregados,
tanto em instalações de AT quanto BT. Esses dispositivos são capazes de controlar
os arcos elétricos gerados pela abertura/fechamento de circuitos energizados.

Um outro fenômeno de natureza elétrica que ocorre com frequência e que é


indesejado para as instalações elétricas, são as descargas atmosféricas. A
descarga atmosférica é definida como uma descarga elétrica de origem atmosférica
entre uma nuvem e a terra ou entre nuvens, consistindo em um ou mais impulsos de
vários quiloampères. Para os leigos as descargas atmosférica seriam os raios,
apesar de tecnicamente segundo a mesma norma, o raio ser apenas um dos
impulsos elétricos de uma descarga atmosférica para a terra.

Figura 2 - Descargas atmosféricas durante uma tempestade.

Descargas atmosféricas danificam sistemas elétricos e eletrônicos


(transformadores, medidores e eletrodomésticos) em instalações elétricas
residenciais e industriais. É muito elevado o custo dos reparos com os danos
causados pelas descargas atmosféricas como também é difícil estimar as
consequências de:

● Perturbações causadas a computadores e redes de telecomunicações;


● Falhas geradas no funcionamento dos programas dos controladores lógicos
programáveis e sistemas de controle.

Além disso, o custo das perdas operacionais pode ser muito maior do que o
valor do equipamento destruído. As sobretensões de origem atmosférica são
eliminadas com a ajuda de alguns dispositivos de proteção específicos. Descargas
atmosféricas podem afetar as instalações elétricas (e/ou comunicações) de uma
edificação de duas maneiras:
● Impacto direto da descarga atmosférica na edificação, o que chamamos de
descarga direta;
● Impacto indireto da descarga atmosférica na edificação, o que chamamos de
descargas indiretas:

Uma descarga atmosférica pode atingir a rede elétrica aérea de alimentação


de uma edificação. A sobretensão pode se propagar por vários quilômetros a partir
do ponto de impacto;Uma descarga atmosférica pode cair próxima a uma linha de
energia elétrica e a radiação eletromagnética da corrente da descarga atmosférica
induz uma corrente elevada e uma sobretensão na rede de alimentação de energia
elétrica. Nos últimos dois casos, as correntes e as tensões perigosas são
transmitidas pela rede de alimentação de energia elétrica. Uma descarga
atmosférica também pode cair próxima a uma edificação, fazendo que o potencial
de terra ao redor do ponto de impacto aumente perigosamente.

Figura 3 - Tipos de descargas atmosféricas.

Descargas elétricas atmosféricas podem impactar estruturas, instalações e


provocar danos em áreas próximas e serviços conectados. Embora esses
fenômenos possam afetar a operação e a continuidade dos negócios, existem
sistemas de proteção, externos e internos, que permitem mitigar seu impacto nas
estruturas, instalações e equipamentos:
● Sistemas de proteção externa: procuram dissipar ou canalizar a energia de
um raio de maneira segura, minimizando os danos a pessoas, equipamentos
e estruturas.
● Sistemas de proteção interna: são usados para mitigar os riscos que
poderiam ocorrer em consequência da energia do raio. Trata-se de
dispositivos que regulam as sobrecargas e desviam a energia que pode
entrar na estrutura através dos elementos condutores que fornecem serviços,
como comunicações ou tubulações metálicas.

O para-raios é a proteção mais conhecida: sua função é atrair descargas


elétricas e canalizar a energia delas para o solo através de um conjunto de
elementos, como ponteiras de captação, calhas e sistema de aterramento. Isso evita
que as descargas impactem diretamente a estrutura, o que poderia danificar tanto a
estrutura quanto o seu conteúdo.

Descargas elétricas atmosféricas podem representar um perigo latente para as


pessoas que são surpreendidas por uma tempestade enquanto realizam atividades
ao ar livre. Algumas atividades que geralmente são associadas ao impacto de
descargas atmosféricas nos indivíduos são:

● Praticar esportes em campo aberto: futebol, golfe, montanhismo, bicicleta,


camping, entre outros;
● Fazer atividades em mar aberto: navegação em pequenas embarcações,
pesca, natação, entre outras;
● Realizar trabalhos em campo aberto: com máquinas agrícolas, estradas,
entre outros;
● Falar pelo telefone;
● Reparar ou usar aparelhos elétricos.

Antes e durante uma tempestade elétrica, há uma série de recomendações


que devem ser levadas em conta para reduzir o risco de danos que as descargas
elétricas produzidas podem causar, como:

● Adiar atividades a céu aberto, como praticar esportes, por exemplo;


● Remover galhos soltos ou secos de árvores que estejam sob ameaça de cair
durante uma tempestade e causar qualquer tipo de dano;
● Se você estiver a céu aberto, procurar abrigo dentro de casas, prédios ou
carros;
● Evitar tomar banho durante uma tempestade, já que o encanamento e
algumas outras coisas presentes no banheiro podem conduzir eletricidade;
● Evitar o uso de telefones sem fio;
● Desconectar dispositivos elétricos e eletrônicos, como computadores, por
exemplo;
● Evitar aproximar-se de pára-raios naturais, como árvores altas e isoladas em
lugares abertos;
● Não transitar por ladeiras, pontos altos, campos abertos e praias;
● Evitar áreas cobertas ou pequenas estruturas isoladas em lugares abertos;
● Não dirigir tratores, máquinas agrícolas, motocicletas, carrinhos de golfe e
bicicletas;
● Se estiver perto de florestas, buscar refúgio em áreas onde haja pequenos
arbustos;
● Em áreas abertas, se for possível, ir para os lugares mais baixos do terreno,
como pequenos vales;
● Se estiver em mar aberto, voltar para terra firme e buscar refúgio
imediatamente.

Proteção para operação em alta tensão

As redes de distribuição de energia elétrica com potência acima de 1000 volts


necessitam de prevenção especial contra choques elétricos e acidentes
provenientes do choque. Os riscos de operação precisam ser avaliados e um
planejamento deve ser feito antes da execução de determinadas tarefas nessas
redes, como manutenção, determinando equipamentos de proteção individual,
comumente chamados de EPIs.

Esse planejamento é feito com base nas normas da ABNT, que orientam a
segurança do trabalho. Uma dessas normas, por exemplo, a NR10, estipula
requisitos e mínimos para medidas de controle e sistemas preventivos, com o intuito
de garantir a segurança dos trabalhadores que interagem em instalações elétricas e
serviços com eletricidade. Além dessa norma, há outras que se relacionam com
esses trabalhadores, como a NR 06, que trata do uso de EPIs, a NR 12, que fala
sobre medidas de proteção para garantir saúde e integridade física dos
trabalhadores buscando prevenir acidentes na utilização de máquinas e
equipamentos, e a NR 35, que estabelece medidas de proteção para trabalhos em
altura.

Dessa forma, destacamos diferentes equipamentos para eletricistas de alta tensão,


as luvas isolantes, que tem como material isolante a borracha, de classe 1,
confeccionada em borracha na cor preta de acordo com as normas específicas
ASTM D120/NBR 10622, que tem uma alta rigidez dielétrica, ou seja, tem uma boa
resistência a campos elétricos intensos, seno capaz de suportar sem tornar-se
condutor, protegendo trabalhadores contra médias e altas tensões. Além da luva, há
também a camisa Risco 2 NR10, que é uma camisa de segurança em uma cada de
tecido cedrotech FR de altíssima resistência, composto por 100% algodão, que
conferem propriedades retardante a chamas, resistência, durabilidade e conforto ao
usuário, sendo indicado para proteção contra agentes térmicos provenientes de arco
elétrico e fogo repentino, usado por eletricistas industriais e residenciais,
companhias elétricas, hidrelétricas entre outras. Por fim, outro equipamento
indispensável é a calça Risco 2 NR10, de mesmo tecido da camisa. Ademais, há
outros equipamentos situacionais como o protetor facial, os óculos de proteção e o
cinturão paraquedista.

Proteção para operação em baixa tensão

Para eletricistas de baixa tensão, é necessário proteção assim como os de alta


tensão abordados anteriormente, então, abordando alguns equipamentos
fundamentais, tem-se o capacete de segurança, cujo objetivo é proteger contra
queda de objetos e também ao choque elétrico. Esse equipamento é classificado
como de classe B, do tipo 1.

Além do capacete, há o uso de óculos de proteção que devem ser fabricados a


partir de materiais resistentes a chamas e arcos elétricos, protegendo a região dos
olhos. Há também a necessidade de ferramentas isoladas, como alicates, chaves,
entre outras, sendo constituídas de um cabo de borracha. Ademais, o calçado de
segurança, que não deve apresentar em sua constituição material metálico,
construído a partir de um calçado dielétrico. A luva de segurança, que é divida em
alguns tipos, a luva de borracha que tem capacidade de isolamento elétrico, a luva
de couro que é utilizada sobre a luva de borracha para aumentar a proteção, uma
luva tipo condutiva, que é mais justa às mãos e aos punhos e uma luva de vaqueta
que é um modelo de luva de segurança classificada como mecânica.

Proteção do sistema elétrico para alta tensão

Figura 4 - Sistema de proteção.

O sistema de proteção tem como função remover parte do sistema e seus


elementos que foram acometidos por curtos-circuitos, além de elementos que estão
operando fora do esperado, de modo anormal, que interferem na operação de um
sistema elétrico como um todo. Dessa forma, um sistema de proteção é estruturado
com base na organização de dispositivos que tenham funções bem definidas e que
se relacionam para executar o objetivo citado anteriormente. Assim, os seguintes
elementos, disjuntores e fusíveis, relés e SCADA, transformadores de
instrumentação TP e TC entram nesses dispositivos de controle e proteção.

No sistema de proteção, é utilizado para tratar de sistemas de alta e média tensão


transformadores de instrumentação de corrente e potencial, para a aquisição,
redução da magnitude e condicionamento desses sinais. O TP e o TC fornecem
informações dos valores das tensões e correntes para os aparelhos de medição e
proteção, que não suportam, com base na sua construção, os valores reais das
tensões e correntes de instalação.

Esses transformadores podem ser montados no parque exterior das subestações


(SE), apoiados em estruturas metálicas, reticuladas ou tubulares. Além disso,
podem ser montadas no parque exterior das SE num invólucro pré-montado em
fábrica, isolado a gás (SF6 – hexafluoreto de enxofre), em blocos extraíveis com o
equipamento montado em um “charriot”.
Figura 5 - Transformadores no pátio externo de uma subestação.

Figura 6 - Invólucro dos transformadores de medição.

Figura 7 - Transformadores de medição em blocos extraíveis com o equipamento


montado em um "charriot".

Os transformadores de medição de tensão são dos seguintes tipos para instalações


de alta tensão:
● Transformadores indutivos, com isolamento a óleo ou SF6
● Transformadores capacitivos, com isolamento misto de óleo mineral e
película de polipropileno.

O tipo indutivo é mais utilizado para tensões nominais da rede até 150 kV, e o TP
capacitivo é mais usado para tensões superiores.

O tipo capacitivo é constituído por um divisor capacitivo, com condensadores iguais


ligados em série, entre a fase e a terra. O tipo capacitivo mede a tensão do
condensador inferior.

As características dos TP são:

● Tensão estipulada;
● Frequência nominal;
● Número de enrolamentos secundários;
○ Enrolamento 1: contagem, medição, registro, sincronização e
regulação de tensão;

○ Enrolamento 2: proteção;

○ Enrolamento 3: redução de inconvenientes provenientes de


fenômenos de harmônicas e desequilíbrio de tensões.
● Relação de transformação/tensão secundários;
● Classe e potência de precisão.

Figura 8 - transformadores de medição de tensão.


Agora, tratando dos transformadores de medição de intensidade, eles são utilizados
nas instalações de alta tensão do seguinte tipo:

● De passagem direta (tipo barra), no qual o enrolamento primário e o


secundário são bobinados em torno do núcleo.
● Toroidal, em que o primário é o próprio condutor no qual se deseja medir a
corrente e o secundário é bobinado em torno do núcleo.

Figura 9 - Esquema dos transformadores de medição de intensidade.

Figura 10 - Transformadores de medição de intensidade.


O isolamento do TC é normalmente o óleo e suas características são:

● Tensão estipulada;
● Corrente primária estipulada;
● Corrente térmica estipulada de curta duração (valor eficaz);
● Frequência nominal;
● Relação de transformação;
● Número de núcleos secundários;
● Classe e potência de precisão;
● Curva de magnetização.

Além disso, há os transformadores de medição combinados, que possuem em um


mesmo aparelho um transformador potencial e um transformador de corrente,
apresentando como resultado cada uma das características referentes aos dois
transformadores, TP e TC.

Outra parte da proteção dos sistemas elétricos de alta tensão são os relés de
proteção que tem como função preservar os equipamentos de uma subestação.
Eles recebem informações dos transformadores TP e TC, e a partir dela e de sua
programação executam determinadas funções para proteção do sistema. O relé de
sobrecorrente recebe informações do TC, sua ação é dita como instantânea e
ocorre assim que a tensão ultrapassa um valor limite estipulado para o
funcionamento do aparelho no qual ele está protegendo, assim, o relé recebendo os
dados compara-os com o valor limite, caso tenha ultrapassado o relé irá analisar o
valor registrado junto à curva de operação ajustada, associando um determinado
tempo para a operação, no qual a proteção atuará caso a corrente persista em alta.
Da mesma forma, o relé de sobretensão atua de acordo com as informações
recebidas pelo TP, que analisa os dados das tensões medidas e os compara com o
valor ajustado como máximo tolerável, caso esse valor seja ultrapassado, o relé
dispara a proteção que pode abrir o disjuntor ou disparar um alarme para que um
outro operador venha a aplicar medidas de segurança.

Por fim, o disjuntor de alta tensão, um equipamento de atuação, é um dispositivo


utilizado em subestações de energia que tem como função estabelecer, conduzir,
interromper correntes elétricas em um circuito de energia, caso houver um registro
de anormalidades. O disjuntor protege o sistema minimizando a ocorrência de falhas
e acidentes de funcionamento.

Os disjuntores são separados em classes de tensão, que podem ir de 15 a 145 kV,


adaptando melhor ao sistema em que foram aplicados. Ele funciona a partir de uma
interrupção por meio da abertura de polos e, após a interrupção, o disjuntor de alta
tensão isola-se para resistir às tensões do sistema.

Proteção do sistema elétrico para baixa tensão

Os principais dispositivos de proteção do sistema elétrico em baixa tensão são o


disjuntor, fusível, relé térmico de sobrecarga e DPS. O DR é um dispositivo que atua
no sistema elétrico para proteger a vida das pessoas contra choques elétricos.

A função do disjuntor é proteger a instalação elétrica contra sobrecorrente e contra


curto-circuito. As principais características construtivas do disjuntor são
determinadas pela forma de atuação, disjuntor térmico ou disjuntor termomagnético,
curva de atuação, curva B, C ou D, quantidade de fases, monofásico, bifásico ou
trifásico.

Quando existe sobrecarga a proteção térmica do disjuntor atua desligando o circuito


e protegendo contra sobrecarga. Quando existe um curto-circuito a corrente passa
por um indutor criando um efeito magnético fazendo com que o disjuntor atue
desligando o circuito e protegendo contra curto-circuito. No disjuntor térmico apenas
existe a proteção contra sobrecarga.

A curva de atuação determina o tempo esperado para a atuação do disjuntor. Os


disjuntores de curva B operam onde se espera uma corrente de curto-circuito de
baixa intensidade, de 3 a 5 vezes a corrente nominal, como residências, tomadas de
uso comum e cargas resistivas. Os disjuntores de curva C operam onde se espera
uma corrente de curto-circuito de média intensidade, de 5 a 10 vezes a corrente
nominal, como motores e onde existe demanda de corrente de partida. Os
disjuntores de curva C operam onde se espera uma corrente de curto-circuito de
alta intensidade, de 10 a 20 vezes a corrente nominal, como grandes motores e
onde existe uma demanda acentuada de corrente de partida.
A função do fusível é proteger o sistema contra curto-circuito. Suas principais
características é o tempo com o que ele atua, sendo o fusível de ação retardada,
fusível de ação rápida e o fusível de ação ultra rápida, e se o fusível também
protege contra sobrecarga.

O DPS, dispositivo de proteção contra surto, protege o sistema contra descargas


atmosféricas, picos de tensão e falhas na rede elétrica. Ao detectar descargas
atmosféricas, que possuem altos valores de tensão, a resistência interna do DPS
tende a 0, fazendo com que a descarga seja deslocada para o sistema de
aterramento protegendo o circuito.

O DR, disjuntor diferencial residual ou também interruptor diferencial residual


protege contra correntes de fuga. Quando a corrente que sai pelo DR é diferente da
corrente que retorna ao DR é detectado fuga de corrente, esta fuga de corrente
pode estar ocorrendo porque a corrente está passando pelo corpo de uma pessoa e
saindo pela terra, portanto o DR atua protegendo a pessoa contra choques elétricos.

Dispositivos de Comando em Baixa Tensão:

Os principais dispositivos de comando em BT são as chaves seccionadoras;


interruptores; disjuntores; contatores; botoeiras e chaves seletoras. Todos esses
dispositivos têm como função abrir ou fechar circuitos percorridos ou não por
corrente elétrica, desta maneira, deve-se observar a capacidade do equipamento
nos casos de atuação sob carga. Os fatores construtivos relevantes nestes
equipamentos são: velocidade de abertura; eficiência de abertura dos contatos;
qualidade do material empregado para contato; capacidade de desionização e
refrigeração do meio dielétrico e uso de câmera de extinção de arco.

Segue as especificações gerais dos dispositivos de comando em BT:

● Chaves Seccionadoras: Tipo, instalação, tensão nominal, tensão nominal do


impulso (NBI), corrente nominal, capacidade nominal de impulso, corrente de
curta duração, corrente de fechamento, corrente de abertura nominal,
corrente de abertura em anel, corrente de abertura capacitiva, corrente de
abertura indutiva, tempo de abertura, tempo de arco e frequência nominal.
● Interruptores: corrente nominal, tensão nominal, função de chaveamento,
número de módulos, dimensões físicas, modo de fixação e seção do cabo.
● Disjuntores: Tensão nominal, corrente nominal, corrente de interrupção
simétrica (valor eficaz), corrente de interrupção assimétrica (valor eficaz),
potência de interrupção, frequência nominal, tempo de interrupção, tensão
suportável de impulso, tipo de construção (aberta ou blindada) e tipo de
comando (manual ou motorizado).
● Botoeira: será utilizada em circuito auxiliar ou circuito de potência, botões de
comando simples (1 Velocidade) ou duplo estágio (2 Velocidades), especificar
funções de cada botão e a posição, se houver outros elementos (comutador,
botão, ou sinalizador) especificar a função, cor, quantas posições e gravação
de etiquetas de cada item; se houver botão de emergência, definir local de
montagem (na tampa, ou na parte inferior da botoeira).
● Chave seletora: durabilidade elétrica, corrente térmica ao ar livre
convencional (lth), tensão de isolamento nominal (Ui), tensão suportável de
impulso nominal (Uimp), corrente nominal de operação (Ie), categoria de
sobretensão e grau de proteção.

Todos esses dispositivos de comando são revestidos de materiais isolantes, no


geral, plástico, podendo destacar o ABS. Essa escolha de material se deve ao fato
de não deixar passar corrente através do dispositivo, para evitar o contato com
essas corrente que é muitas vezes elevadas, e assim evitar acidentes. No seu
interior normalmente, possuem materiais condutores, como metais, para realizar a
interrupção da corrente. No disjuntor termomagnético, por exemplo, a dilatação
desigual das lâminas (bimetal), por efeito do aquecimento, provocado por uma
corrente de sobrecarga moderada de longa duração, faz interromper a passagem da
corrente no circuito, pois a dilatação desigual das lâminas determina que as
mesmas se curvem e desligue o dispositivo.

Dispositivos de Comando em Alta Tensão:

Em relação aos essenciais dispositivos de comando em AT, temos os seccionadores


e os disjuntores.
Os seccionadores são, em geral, dispositivos para indicação de abertura visual do
circuito e podem apresentar as seguintes características construtivas: de um só polo
(chaves seccionadoras unipolares) ou de três polos (chaves seccionadoras
tripolares). Os seccionadores tripolares são dotados de mecanismo que obriga a
abertura simultânea dos três polos, quando impulsionado manualmente ou por ação
de um motor.

Os disjuntores apresentam a função de abertura do circuito sob carga, devendo


apresentar elevada capacidade de ruptura. Além disso, os disjuntores de comando
em AT têm como fatores construtivos a capacidade de ruptura e de fechamento, a
capacidade de suporte térmico e a facilidade de montagem e manutenção.

Segue as especificações gerais dos dispositivos de comando em AT:

● Seccionadores: tensão nominal, corrente nominal, frequência nominal,


corrente nominal suportável de curta duração, duração da corrente suportável
de curto-circuito, valor de crista nominal da corrente suportável, tensão de
operação dos circuitos auxiliares e tensão nominal dos dispositivos de
comando
● Disjuntores: tensão nominal, corrente nominal, corrente de interrupção
simétrica (valor eficaz), corrente de interrupção assimétrica (valor eficaz),
potência de interrupção, frequência nominal, tempo de interrupção, tensão
suportável de impulso, tipo de construção (aberta ou blindada) e tipo de
comando (manual ou motorizado).

A norma NBR 6935 define o seccionador como um dispositivo mecânico de


manobra capaz de abrir e fechar um circuito, quando uma corrente de intensidade
desprezível é interrompida ou restabelecida e quando não ocorre variação de
tensão significativa através dos seus terminais. É também capaz de conduzir
correntes sob condições normais do circuito e, durante um tempo especificado,
correntes sob condições anormais, tais como curtos circuitos. Sendo assim, as
seccionadoras possuem uma parte condutora e uma parte isolante. Os polos, os
contatos e os terminais, por exemplo, são fundamentalmente condutores, uma vez
que são responsáveis pela continuidade do circuito. Porém uma parte isolante é
necessária para que a chave possa ser manobrada sem riscos às pessoas
envolvidas nesse processo.

Quanto aos disjuntores, os principais para alta tensão são o disjuntor a grande
volume de óleo, disjuntor a pequeno volume de óleo, disjuntor a vácuo, disjuntor a
gás comprimido e disjuntor a SF6. A título de exemplo, iremos especificar mais
detalhadamente o disjuntor a grande volume de óleo.

No passado, consistia apenas de um recipiente metálico com os contatos


simplesmente imersos no óleo isolante sem nenhuma câmara de extinção. Hoje os
disjuntores GVO, possuem câmaras de extinção onde se força o fluxo de óleo sobre
o arco. No caso de alta tensão, o encapsulamento é monofásico e cada tanque
contém acima de 2.000 litros de óleo isolante. O princípio de interrupção está na
absorção da energia que se forma durante a abertura dos seus contatos, parte do
óleo e dos gases eleva a pressão na câmara hermeticamente fechada, gerando
grande fluxo de óleo dirigido sobre o arco, fazendo com que o mesmo seja extinto, o
que a rigidez dielétrica do óleo isolante seja “devolvida”.

Os dispositivos de comando em alta tensão se mostraram mais robustos, até porque


lidam com corrente mais altas que conferem maior risco à saúde dos operadores.
Além disso, os dispositivos de baixa tensão são consideravelmente menores e
possuem como característica geral a função de abrir ou fechar circuitos percorridos
ou não por corrente elétrica.
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