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loque Junto

Bossa Nova
Bateria
(Acompanha um CD)

Kiko Freitas
LUMIAR
E D I T O R A 5O ANOS DE BOSSA NOVA
iCCHEDlRK 20ANOS DE SONGBOOK
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Bossa Nova
Bateria
(Acompanha um CD)

Kiko Freitas

Editado por LUMIAR


E D I T O R A
Rio de Janeiro 2008
Copyright © 2008 by Kiko Freitas
Todos os direitos reservados

Editor responsável:
Chediak Arte e Comunicação

Capa:
Bruno Liberati e Rui de Carvalho
Composição e diagramação:
Júlio César P. de Oliveira
Fotos:
Arquivo Kiko Freitas
Revisão de texto:
Nerval M. Gonçalves
Revisão musical:
Ricardo Gilly
Coordenação de produção:
Márcia Bortolotto
Coordenação do projeto:
Nelson Faria

CD gravado e mixado no Estúdio Verde por Ricardo Duna e Nelson Faria

Kiko Freitas toca com pratos SABIAN e peles LUEN-Dudu Portes signature

Direitos de edição para o Brasil:


Lumiar Editora
Rua Barão de Itapagipe, 402 - Rio Comprido
CEP 20261-005
Rio de Janeiro, RJ - Brasil.
Telefax: (21) 2284-8152 / 3978-4471
www.lumiar.com.br
lumiarvendas@uol.com.br / lumiarbr@uol.com.br
Dedico este livro

À minha mãe Beatriz de Castro, pela minha formação como pessoa, pelos primeiros sons em forma de
doce canto, pela luz que me mostrou todo o caminho e pelo apoio desde o início.

Ao grande e eterno amigo Nico Assumpção, pela parceria mágica no caminho da música e por ter sempre
acreditado e apostado em mim.
S U M A R I O DO L I V R O

PREFACIO 7
PARECERES 8
SOBRE O AUTOR 10
CONCEITO DO LIVRO n
HISTÓRICO 12
PRÁTICA B
AGRADECIMENTOS o
NOTAÇÃO 14

PARTE l - CORCOVADO
Comentários gerais 15
Corcovado (parte cifrada) 16
Corcovado (transcrições de bateria) is

PARTE 2 - INSENSATEZ
Comentários gerais 21
Insensatez (parte cifrada) 22
Insensatez (transcrições de bateria) 24

PARTE 3 - SAMBA DE UMA NOTA SÓ


Comentários gerais 27
Samba de uma nota só (parte cifrada) 28
Samba de uma nota só (transcrições de bateria) 30

PARTE 4 - SAMBA DO AVIÃO


Comentários gerais 35
Samba do avião (parte cifrada) 36
Samba do avião (transcrições de bateria) 38

PARTE 5 - SÓ DANÇO SAMBA


Comentários gerais 41
Só danço samba (parte cifrada) 42
Só danço samba (transcrições de bateria) 44
l
PARTE 6 - TRISTE
Comentários gerais 47
Triste (parte cifrada) 48
Triste (transcrições de bateria) 50

PARTE 7 - WAVE
Comentários gerais 55
Wave (parte cifrada) 56
Wave (transcrições de bateria) 58

GLOSSÁRIO eo

S U M Á R I O DO CD

Faixas de l a 7 - música completa em trio (violão, baixo e bateria)


Faixa l - Corcovado
Faixa 2 - Insensatez
Faixa 3 - Samba de uma nota só
Faixa 4 - Samba do avião
Faixa 5 - Só danço samba
Faixa 6 - Triste
Faixa 7 - Wave

Faixas de 8 a 14 - faixas no estilo "toque junto" (sem a bateria)


Faixa 8 - Corcovado
Faixa 9 - Insensatez
Faixa l O - Samba de uma nota só
Faixa l l - Samba do avião
Faixa 12 - Só danço samba
Faixa 13 - Triste
Faixa 14 - Wave
Kit utilizado nas gravações
PREFACIO

Nos dias de hoje, todos nós, gente de música e entusiastas, sabemos da importância dos songbooks
idealizados e realizados por Almir Chediak e a Lumiar Editora. Os títulos publicados até o presente
momento são fontes constantes de busca e elucidação do nosso cancioneiro.

Tom Jobim disse certa vez que o songbook era uma obra patriótica; que ele não só iria permanecer
como nos daria filhotes. Eis que surge Toque junto. Visando a aprimorar o conhecimento daqueles que
desejam interpretar canções melódica e harmonicamente correias (tal qual o compositor as pensou), não
excluindo a liberdade de se imprimir um jeito próprio de interpretá-las, o guitarrista Nelson Faria, o
baterista Kiko Freitas e o baixista Ney Conceição estão apresentando três livros e três CDs para que você
"toque junto" com eles. O sistema interativo play along é com certeza a melhor forma de se exercitar
"sentindo" a música.

A experiência e o conhecimento adquiridos por esse consagrado trio de instrumentistas estarão ao seu
dispor para um melhor aproveitamento deste projeto. São sete canções de António Carlos Jobim:
Corcovado, Insensatez, Samba de uma nota só, Samba do avião, Só danço samba, Triste e Wave. Nos
livros (para guitarra, baixo ou bateria) há informações detalhadas que objetivam uma melhor aplicação
deste novo lançamento da Lumiar Editora.

Nunca foi tão fácil conhecer e aprender música. Como é estimulante ver músicos como Nelson, Kiko
e Ney trazendo para nós ideias que certamente nos darão mais filhotes. Parabéns à Lumiar por mais esta
publicação. Vamos em frente. Que venha mais Toque junto, com mais canções, mais compositores,
integrantes deste cancioneiro que nos enche de orgulho e emoção.

João Bosco
PARECERES

Melhor do que falar sobre o KIKO FREITAS, este grandioso baterista, é ouvi-
lo tocar, vê-lo tocar ou cantar com ele pilotando a bateria! Imagino o que ele
possa sugerir como cama rítmica para as músicas maravilhosas de mestre António
Carlos Jobim... Tive a felicidade de ver o Kiko no palco algumas vezes, com
João Bosco e com Michel Legrand.
Estou certa de que ele não simplesmente toca, mas usa as baquetas como
pincéis de cerdas macias, maleáveis, a serviço da música e do que o compositor
sugere no mais profundo da canção. É um instrumentista que ouve a música, ouve
o artista e os músicos com quem divide a canção, integrando-se ao grupo e se
entregando de corpo (literalmente) e alma ao que juntos apresentam. Fiquei
hipnotizada com sua técnica, certa de que é fruto de infinitas horas de estudo.
Convidei-o para gravar comigo no meu novo disco e vivemos juntos
momentos raros, inesquecíveis. Posso imaginar com que suavidade e beleza o
Kiko toca as canções do Tom. Certamente o maestro adoraria tê-lo junto, fazendo
parte de sua banda. Músico delicado, sensível, preciso, seguro, criativo e, acima
de tudo, uma pessoa rara.
Parabéns, Kiko, pelo seu talento e obrigada pelo convite pra escrever aqui.

Um beijo,
Leila Pinheiro

Dono de uma apuradíssima técnica, fina sensibilidade e invejável criatividade,


Kiko Freitas pode ser considerado facilmente hoje um dos melhores bateristas em
atividade no mundo. É ver e ouvir pra crer...

Ivan Lins
It is my opinion that Kiko Freitas hás a lot to offer the world of music ...

Dave Weckl

Kiko Freitas is a wonderfully talented drummer... I consider him a rare and


special gift to the music world.

David Goldblatt

Kiko, you are absolutelly incredible!

JeffRichman

Kiko Freitas was a constant source of musical inspiration...

Andrew Hovan
Cleveland Heights OH, july 2004
SOBRE O AUTOR

Kiko Freitas é baterista gaúcho nascido em Porto Alegre em


16 de agosto de 1969. Começou a tocar Bombo Legiiero aos
quatro anos de idade acompanhando o pai, o músico Teimo de
Lima Freitas, e a mãe, Beatriz de Castro, que canta música
regional gaúcha e do folclore latino-americano. Iniciou estudos
de violão aos oito anos, depois passou a tocar contrabaixo.
Aos 12 anos, focou seu interesse musical na bateria,
iniciando os primeiros estudos no instrumento como autodidata.
Aos 15, estudou com o baterista gaúcho Argos Montenegro.
Aos 16, tornou-se profissional, enquanto estudava teoria
musical na escola da Orquestra Sinfónica de Porto Alegre
(OSPA). Em 1996 Kiko foi para Los Angeles a convite do pianista David Goldblatt, para
aperfeiçoamento e contato com a cena musical americana. Em Los Angeles, teve estreito contato com o
baterista Dave Weckl, desenvolvendo e aprimorando diversas técnicas aplicadas ao instrumento.
Em 1998 Kiko realizou uma temporada de shows em Havana, onde ampliou seus conhecimentos de
música afro-cubana com o percussionista Changuito.
Atualmente, reside no Rio de Janeiro e, aos 38 anos, já tocou com grandes nomes da música brasileira
e internacional de diversos estilos, como Nico Assumpção, Michel Legrand, Ivan Lins, Gonzalo
Rubalcaba, Frank Gambale, Jeff Richman, Jeff Andrews, Luiz Avellar, Ricardo Silveira, Leila Pinheiro,
Cliff Korman, Fátima Guedes, Zé Renato, Edsel Gomez, Frank Solari, Fábio Jr., Nivaldo Ornellas,
Renato Borghetti, Paulo Dorfman, Ricardo Baumgarten, João Baptista, Idriss Boudrioua, Armando
Marcai, Marco Lobo, Rafael Vernet, Pedro Tagliani, entre muitos outros.
Kiko toca na banda de João Bosco desde 1999, tendo feito com ele diversas excursões nacionais e
internacionais, além de gravações. Ao lado de Nelson Faria e Ney Conceição, integra o Nosso Trio, com
o qual, além deste projeto, lançou o CD Vento Bravo e o DVD Nosso Trio ao Vivo.
Como professor, tem 16 anos de experiência em aulas particulares, além de ter sido convidado a
lecionar nos principais eventos educacionais do Brasil e em universidades europeias, como as de
Amsterdam (Holanda), Gõteborg (Suécia) e Malmo (Suécia).
CONCEITO DO LIVRO

É muito importante lembrar que para se tocar bem e compreender qualquer estilo musical é
fundamental que se ouça profundamente o género em questão, analisando diversas gravações e
performances ao vivo com bons músicos e grupos. Sempre achei fantástica a experiência de tocar com
discos de grupos dos mais diferentes idiomas musicais e sempre pensei também ser um pouco limitada a
prática do instrumento apenas com o metrônomo ou bateria eletrônica, apesar de achá-los de grande
utilidade também no desenvolvimento do tempo e na técnica básica de todos os instrumentistas. Quando
tocamos com máquinas, entretanto, perdemos o sentimento humano e, principalmente, a interação
musical e o "diálogo" que existe entre os músicos de um grupo, que, na minha opinião, representa a
verdadeira "mágica" da música e seu principal objetivo.
A ideia deste livro é dar ao músico ou estudante de música informações importantes para o enten-
dimento e interiorização do estilo chamado bossa nova, que, em sua versão instrumental, foi balizada de
"samba-jazz", no início da década de 1960. Os temas utilizados são do grande mestre da nossa música,
Tom Jobim. Recomendo que todos ouçam também as gravações originais dessas músicas, verificando
como foram concebidas, uma vez que neste play along colocamos nossa própria interpretação dos temas.
Todas as músicas abordadas no livro têm uma partitura básica usada por todos os instrumentos.
Optei por não escrever uma partitura de bateria, mas deixar que o leitor possa ver como é o material que
chega às minhas mãos em uma situação normal de show ou gravação. Escrevi as conduções principais,
convenções adaptadas para o instrumento e frases mais importantes.
Aos exemplos escritos e comentários das músicas somam-se as faixas tocadas no CD pelo trio
formado por Ney Conceição (baixo), Nelson Faria (violão) e Kiko Freitas (bateria). O leitor poderá
portanto seguir as sugestões escritas, estudando-as, e também ouvir as execuções gravadas, compreen-
dendo assim o sentido das conduções rítmicas e frases dentro dos temas musicais apresentados.
Para completar, é possível também tocar os temas com o violão e o baixo nas faixas sem bateria,
criando-se um ciclo de absorção do estilo através dos exemplos escritos, análise e audição dos temas
(temas com o trio completo) e prática em conjunto (baixo e violão, sem bateria), buscando a fluência e
liberdade de criação no instrumento.
HISTÓRICO

O termo "samba-jazz" talvez tenha sido usado oficialmente pela primeira vez no ano de 1964,
quando, na gravadora RCA Victor, foi nomeado um gerente para o recém-criado departamento de Bossa-
Jazz-Samba, Roberto Jorge. Em um país dominado pela tradição de cantores e melodias cantadas surgia
uma nova geração de instrumentistas brasileiros fortemente influenciados pelos músicos de jazz dos
Estados Unidos. Esses brasileiros romperam barreiras e tabus e passaram a "cantar" as melodias através
de seus instrumentos. Isso em verdade já ocorria antes da "era dos cantores", com artistas de diversas
gerações como Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth, Pixinguinha, Radamés Gnatalli, Luciano Perrone,
além de diversos "conjuntos melódicos" e bandas instrumentais que acabaram perdendo espaço para a
música cantada e mais comercial. É importante também lembrar que a bossa nova "foi música antes de
ser canção".
Com o novo movimento da década de 1960, as harmonias j azzísticas foram mescladas com os ritmos
brasileiros, gerando novas melodias e temas. Velhos clássicos da música brasileira foram também
"vestidos" com as novas roupas dessa verdadeira revolução musical.
O próprio Tom Jobim, escrevendo um prefácio para o disco Você ainda não ouviu nada, de Sérgio
Mendes & Bossa Rio, de 1964, profetizou: "Certo dia, lá vinha eu da cidade, naquela hora impossível.
Anda, pára, anda mais um pouquinho e aí pára um tempão. Por impaciência, liguei o rádio: o que veio foi
um piano, lindo, tocado com gosto de menino que descobriu um pé de jabuticaba. E, lá do alto da árvore,
ele riu um riso inexplicável. Meu Deus, a música existe, Deus existe, quem é esse cara? Para onde vão
essas vozes todas? Não sei, mas sei que vão lindas. De repente acabou a música. Catei os meus pedaços e
fui, anda, pára, anda - fui para casa. Mas aquele som ficou e, mais tarde, vim a conhecer quem estava
tocando. Sérgio Mendes é um tremendo músico. Já tocou piano para todo o Brasil e também na Europa e
nos Estados Unidos. Onde quer que este moço se sente, num piano, todo mundo fica sabendo que está
diante de um músico extraordinário. Sua carreira está se iniciando e sei que ele vai muito longe. Além de
ser um intuitivo, é um estudioso. Coisa rara, pois geralmente os intuitivos ficam só intuitivos e os
estudiosos seguem estudiosos. Agora, tive o prazer (o sofrimento) de colaborar com ele neste disco. E
foram mil noites sem dormir e café e cigarros. Depois eu ia levar o Serginho até a Praça XV. Comprá-
vamos os jornais do dia, enquanto vinha chegando a barca que o levava de volta à sua Niterói. Não sou
profeta, mas creio que este disco, produto de muito trabalho e amor, abra novos caminhos no panorama
da nossa música."
Alguns dos músicos e grupos seminais do estilo foram: Sérgio Mendes, Tião Neto, Raul de Souza,
Edson Maciel, Aurino Ferreira, Hector Costita, Tenório Jr, Zézinho, Hamilton Cruz, Paulo Moura, J. T.
Meireles, Rio 65 Trio, Bossa Três, Brasil'65, Hot Trio, Os Cobras, Quinteto Jazz e Bossa, Sexteto Bossa
Rio, Zimbo Trio, entre vários outros. Os bateristas mais marcantes desse novo movimento foram Edison
Machado, Milton Banana, Dom Um Romão, Vítor Manga, Chico Batera, entre outros que seguiram os
passos de velhos mestres do instrumento como Luciano Perrone.
PRATICA

Primeiramente recomenda-se a audição das faixas gravadas no CD, buscando a compreensão e


intimidade com os temas e levadas aplicadas a eles. É preciso entender as partes da música, as nuances de
dinâmica e as mudanças de condução sugeridas a cada trecho, notando-se que geralmente é criada uma
nova levada para diferenciar a parte A da parte B do tema, usando-se muitas vezes frases que preparam
essa mudança de "cor" na música.
A análise da partitura básica do tema é fundamental para se entender como a música chega até nós
em uma situação normal de gravação ou ensaio. Essa partitura é comum a todos os instrumentos. É
sugerida a prática dos exemplos das conduções escritas até que a levada fique natural e o estudante
consiga tocá-la em diversos andamentos, sempre começando lentamente e, pouco a pouco, aumentando a
velocidade, com o auxílio de um metrônomo.
Quando o músico sentir-se seguro com a parte mecânica da condução, pode então tocar com o violão
e o baixo, utilizando as faixas sem bateria, tendo assim o aspecto de grupo. É importante lembrar que a
bateria não está toda escrita nos temas justamente para incentivar a criação individual. Estarão transcritos
os trechos principais das conduções e principais frases.

AGRADECIMENTOS

À minha mãe Beatriz de Castro; à minha família; a Helena, Sr. Manoel e Dona Elaine dos Santos;
aos companheiros Nelson e Ney, por tocarem sempre de forma tão verdadeira e inspiradora; a todos os
meus alunos; aos grandes amigos David, Kimmer e Jordan Goldblatt, João Bosco, Nico Assumpção,
Família Locks, Daniel Barros, Nazari; ao pessoal da Lumiar; a Almir Chediak, que muito divulgou a boa
música e os músicos; a todos os grandes músicos vivos ou que já transcenderam; a Dave Weckl, pela
sinceridade, generosidade e apoio "circular"; a todos os bateristas que moldaram a bateria brasileira; a
Charles Gavin, pelo belo trabalho de resgatar gravações históricas da nossa música; a Wayne Blanchard e
a todo o pessoal da Sabian; a peles Luen-Dudu Portes signature; a Deus e Jesus pela música e por terem
me feito músico. Obrigado.
NOTAÇÃO

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caixa tom

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simultaneamente

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(cúpula)
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aberto
(pé)
PARTE l - Corcovado
(faixas l e 8 do CD)

Nesta música a bateria entra de uma forma pouco usual no estilo bossa nova, pontuando o
último acento da sincopa sugerida pelo violão no segundo compasso de anacruse da introdução.
A condução básica utilizada para este tema foi uma forma tradicional antiga de se conduzir
samba, com uma vassourinha na mão direita e uma baqueta na mão esquerda. O som da vassourinha
conduzindo na caixa próxima da borda e a baqueta tocando no aro da caixa faz lembrar um efeito de
ganzá e tamborim que fica muito interessante e percussivo.
A condução da introdução está transcrita e já mostra a ideia, usada também em outras partes do
tema, do som fechado da levada de caixa com a vassourinha + aro somado ao som aberto do ride com
rebites que é tocado pela vassourinha ocasionalmente (figura 1).
A condução do início do tema é toda fechada, com a vassourinha na caixa com a mão direita e o
aro tocado com a mão esquerda (figura 2). Na repetição do tema começa a ideia meio aberta/meio
fechada, com a vassourinha tocando as semicolcheias do primeiro tempo do compasso no ride com
rebites e as semicolcheias do segundo tempo do compasso na caixa, com o aro tocando durante todo
o tempo (figura 3).
Na casa 2 o padrão de aro muda um pouco, passando a tocar uma nota forte na cabeça do tempo
2 do compasso com uma leve nota fantasma (ghost note) na última semicolcheia do tempo 2,
mantendo-se o desenho do tema no primeiro tempo do compasso. Isso oferece à essa parte do tema
uma sensação de relaxamento, como se a bateria estivesse tocando um pouco "para trás" (laia back —
figura 4).
Outra parte interessante é a mudança de levada na segunda casa durante o solo de violão,
quando a figura de bumbo e hi-hat com os pés muda completamente, parecendo impulsionar o
solista para novas ideias (figura 5). O ponto principal neste tema é tocar bem relaxada e suavemente.
KIKO FREITAS

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Forma na gravação: Introdução


1° chorus: Tema
2° chorus: Improviso violão
3° chorus: Tema

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KIKO FREITAS

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Figura 1: Vassourinha + baqueta.

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Figura 2: Condução básica do tema.

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Figura 3: Condução semi-aberta (na volta ao tema).

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Figura 4: Condução básica da casa de segunda.

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Figura 5: Condução da casa 2 no solo de violão.

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Kiko Freitas
PARTE 2 - Insensatez
(faixas 2 e 9 do CD)

Nesta música o ambiente todo é mais solto e etéreo, as conduções são muito sutis e não explíci-
tas. Procurei pensar na criação da bateria para este tema como uma obra de pintura, na qual o pintor
vai escolhendo as cores, misturando aos poucos as tintas até alcançar a cor que deseja para a tela que é
a música. O volume da execução da bateria é também muito suave e o uso das vassourinhas é
constante em todo o tema.
Alguns pratos "estranhos" e com sonoridade bem marcante são usados para construir os matizes
diversos para a música. Ao tocar nesses pratos com a vassourinha ou com as mãos tem-se um resul-
tado muito musical. Várias vezes eu descanço a vassourinha em cima do surdo e toco os pratos com a
mão direita, retomando rapidamente a vassourinha após a execução.
E importante citar aqui a grande influência que a bossa nova teve do jazz, especialmente das
baladas.
Procuro não tocar o bumbo e o contratempo (hi-haf) originais da bossa nova, tentando mais
omitir que tocar, em algumas passagens.
A ideia da introdução está transcrita e apresenta um prato que se antecipa aos demais
instrumentos, em anacruse, criando uma ideia cíclica de uma figura em tercinas de semicolcheia que
se apresenta sempre deixando um compasso entre cada repetição da ideia (figura 1). A figura é tocada
ora na parte fraca do tempo (contratempo), ora na parte forte. A mão esquerda executa um círculo
amplo na caixa com a vassourinha, acompanhando e dando suporte ao desenho da mão direita
(figura 1.1).
Note sempre a mudança de atitude na condução nos compassos 21 e 29, quando vou, aos
poucos, dando mais cadência na levada e tocando o bumbo e o hi-hat de forma mais fixa.
Os desenhos tentam mostrar os movimentos usados com ambas as mãos ao tocar com as
vassourinhas (figuras 2 e 3).
No início do solo de baixo fica claro um desenho melódico nos pratos, com o bumbo e o hi-hat
com o pé esquerdo bem esparsos. A mão esquerda toca em círculos na caixa como na introdução
(figura 4).
KIKO FREITAS

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Forma na gravação: Introdução


1° chorus: Tema
2° chorus: Improviso baixo elétrico
3° chorus: Improviso violão
4° chorus: Tema

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KIKO FREITAS

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Figura 1:

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Figura 1.1: A mão esquerda toca este padrão circular como acompanhamento da condução escrita na
figura 1.

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TOQUE J U N T O - B O S S A NOVA

Figura 2. Mão direita: No primeiro tempo as partes forte e fraca do tempo ( l ê "e") passam pelo mesmo
ponto da caixa, como mostra o pequeno círculo. O início do movimento é marcado pelo ponto preto na
extremidade do círculo. No tempo forte do segundo tempo a mão direita desenha um número 2, que
começa no alto da caixa e termina na parte de baixo, à direita, da pele. O tempo fraco do segundo tempo
é tocado da mesma forma que o tempo fraco do primeiro tempo.

Figura 3. Mão esquerda: No primeiro tempo a mão esquerda desenha um pequeno círculo na parte de
baixo, à esquerda, da caixa, passando o tempo forte e o tempo fraco ( l ê "e") pelo mesmo ponto. No
segundo tempo o tempo forte é um amplo círculo que começa onde está marcado o ponto escuro e se
estende por toda a circunferência da caixa. O tempo fraco é tocado no mesmo pequeno círculo do
primeiro tempo.

25
KIKO FREITAS

Figura 4: Primeiros dez compassos da condução do ride durante o solo de baixo. A mão esquerda toca
com a vassourinha, fazendo um acompanhamento ao desenho do ride, como na introdução.

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PARTE 3 - Samba de uma nota só
(faixas 3 e 10 do CD)

Este tema é iniciado tocando com as vassourinhas durante todo o tema e o improviso de violão,
mudando para as baquetas no início do solo de baixo e seguindo assim até o fim do tema. Essa
variação proporciona uma nuance ao colorido da música.
A execução da vassourinha é feita com um padrão básico de quatro semicolcheias, sendo a
primeira e as duas últimas notas do grupo de cada tempo executadas com a mão direita na forma de
taps, com dinâmica bem baixa. A segunda semicolcheia de cada grupo de quatro figuras é tocada
arrastando-se a vassourinha com a mão esquerda contra a pele da caixa, tendo o efeito característico
desse tipo de baqueta.
A escrita que usei para representar esses toques "arrastados" da mão esquerda foi a colocação de
um pequeno arco sobre a nota (figura 1). Temos então uma soma de toques baixos batidos (taps) e
toques arrastados sobre a pele. A ideia é dar à condução um balanço diferente pela variação existente
entre os dois toques, sendo o toque arrastado da mão esquerda levemente acentuado pelo fechamento
dos dedos indicador e médio (pegada tradicional) sobre o cabo da vassourinha, pressionando-o
levemente contra a pele.
É importante apoiar a última colcheia dos compassos 20 e 24, podendo-se inclusive preparar o
ataque no compasso 24 (figura 2). A bateria prepara também a entrada do solo do violão, compasso
37 (figura 3).
A ideia cíclica de acompanhamento do início do solo de baixo no ride está transcrita como
referência de construção e apoio ao solista, podendo-se ver o início mais esparso e a sugestão de um
padrão que se repete ao longo do solo, recorrendo às vezes ao tradicional uso das quatro semicolcheias
tocadas diretamente para dar mais "gás" ao solista (figura 4).
Acho importante a elaboração de uma ideia musical de condução, evitando as figuras totalmente
retas e repetidas, guardando essas figuras para quando se quer realmente impulsionar a música ou o
solista.
É importante prestar atenção à ideia da primeira troca de oito compassos com o violão, na qual
eu toco um desenho de sete por oito entre a caixa, o tamborim, o surdo e o tom que se inicia no
contratempo do terceiro compasso de improviso de bateria. O ciclo começa com a caixa (figura 5).
A ideia de frase para a bateria sobre a convenção final está escrita também (figura 6).
KIKO FREITAS

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TOQUE JUNTO-BOSSA NOVA

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Forma na gravação: 1° chorus: Tema


2° chorus: Improviso violão
3° chorus: Improviso baixo elétrico
4° chorus: Improvisos alternados entre violão, bateria, baixo elétrico, bateria,
violão a cada 8 compassos
5° chorus: Tema

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KIKO FREITAS

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TOQUE JUNTO-BOSSA NOVA

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Figura 2: Convenção para a volta ao A - vassourinhas.

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Figura 3: Frase de bateria preparando o início do solo de violão.

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31
KIKO FREITAS

Figura 4: Condução com a baqueta no ride durante os primeiros oito compassos do solo de baixo. Na
última repetição do tema, conduzo com quatro semicolcheias diretas, adotando depois novamente uma
ideia cíclica parecida com esta.

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32
TOQUE JUNTO-BOSSA NOVA

Figura 5: Primeiros oito compassos de solo de bateria, na troca de oito compassos com o violão. Tocado
com baquetas.

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Figura 6: Frase do fim do tema, casa 4. Com baqueta.

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33
Michel Legrand e Kiko Freitas
PARTE 4 - Samba do avião
(faixas 4 e 11 do CD)

Neste clássico de Tom Jobim a bateria entra na introdução já em anacruse, chamando uma ideia
de maracatu com o uso de toques múltiplos (press roll) com a mão esquerda, enquanto a mão direita
toca drags de uma forma mais limpa.
O diferencial aqui está no uso de um bloco de percussão tocado com pedal no pé esquerdo que
executa uma citação da célula gonguê, tradicional do maracatu (figura 1). A célula não aparece na
íntegra, mas apenas para adicionar uma cor à condução. No compasso 12 da introdução aparece um
prato minichina tocado com os bumbos, dando um pouco mais de peso a essa parte da intro.
É importante notar que a ideia do maracatu se repete quando a ideia da introdução é tocada
novamente no fim do tema.
O ponto-chave nesta música é atingir a precisão na transição das partes de maracatu para samba
e vice-versa, cuidando para tocar com o metrônomo sem perder o sentimento humano e a integração
com o violão e o baixo.
No início do tema (compasso 17) é importante prestar atenção ao uso de dois sons diferentes de
pratos, preparando a entrada do tema (figura 2).
Chamo a atenção também para a forma como toquei a convenção do compasso 29, com o tom-
tom agudo criando uma espécie de contraponto à ideia da frase melódica (figura 3).
Na repetição do tema, note a figura do aro de caixa em uma ideia polirrítmica de seis contra dois
(figura 4).
KIKO FREITAS

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TOQUE J U N T O - B O S S A NOVA

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KIKO F R E I T A S

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38
TOQUE J U N T O - B O S S A NOVA

Figura 2: Condução da bateria no compasso 17. Com baquetas.

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Figura 3: Frase de bateria sobre a convenção do compasso 29.

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39
KIKO FREITAS

Figura 4: Variação de aro na condução do compasso 38.

40
PARTE 5 - Só danço samba
(faixas 5 e 12 do CD)

Neste tema a bateria entra em anacruse com o prato de condução e as vassourinhas são mais uma
vez utilizadas em toda a música.
O tipo de condução utilizado na parte A do tema é um misto de samba com afoxé, no qual a
caixa toca um acento forte (back beat) no tempo l do segundo compasso, além de manter as semi-
colcheias em toda a levada e o bumbo toca sempre as duas colcheias no segundo tempo de cada
compasso (base do afoxé - figura 1).
Esse tipo de levada é muito aplicada pelo pianista e compositor João Donato.
A forma de tocar com as vassourinhas é semelhante à utilizada no Samba de uma nota só, com a
mão direita percutindo as semicolcheias (taps) l, 3 e 4 e a mão esquerda "arrastando" a vassourinha
contra a pele.
Na parte B do tema é aplicada uma condução onde o ride com rebites é tocado sempre na cabeça
dos tempos com a mão direita, que também toca a caixa nos contratempos, enquanto a mão esquerda
toca, agora sem arrastar, as semicolcheias l, 2 e 4 com um leve acento na quarta semicolcheia (figura
típica do samba). O bumbo continua tocando as duas colcheias no segundo tempo dos compassos.
A parte diferencial está no pé esquerdo, que toca uma clave de marcha utilizando o som do block
plástico de percussão (figura 2).
Acontecem espaços que são preenchidos pela bateria no fim do primeiro chorus, preparando para
o solo de violão (figura 3), e no fim do solo do baixo, preparando a volta do tema (figura 4).
No fim da música também ocorrem intervenções da bateria entre as convenções do violão e na
frase final, onde o trio toca a mesma figura em uníssono. Essas intervenções estão transcritas aqui
como sugestão e a título de análise do que foi criado por mim. E válido o estudo desses exemplos sem
esquecer de criar os seus próprios também (figuras 5, 6 e 7).
KIKO FREITAS

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42
TOQUE J U N T O - B O S S A NOVA

Forma na gravação: 1° chorus: Tema


2° chorus: Improviso violão
3° chorus: Improviso baixo elétrico
4° chorus: Tema

43
KIKO FREITAS

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Figura 2: Ideia de condução da parte B.

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Figura 4:
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TOQUE JUNTO-BOSSA NOVA

Figura 5: Primeira frase da parte final.

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Figura 6: Segunda frase da parte final.

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Figura 7: Última frase do tema, em uníssono com o violão e o baixo.

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45
Nelson Faria, Kiko Freitas e Ney Conceição - Nosso Trio
PARTE 6 - Triste
(faixas 6 e 13 do CD)

Na introdução a bateria apoia os ataques da convenção, preparando depois, sutilmente, a entrada


do tema com um desenho de caixa, hi-hat e ride (figura 1).
O tema é tocado com vassourinhas tendo três levadas distintas, uma tocada com as vassourinhas
apenas na caixa (figura 2), a segunda meio aberta, utilizando o ride com rebites para dar a sustentação
necessária (compasso 17 — figura 3) e a terceira tocando com intenção de partido-alto (a partir do
compasso 21 -figura4).
As baquetas entram em açao no início dos solos, mantendo sempre as diferenças entre as partes
da música.
No início do solo de violão, utilizo o tamborim tocado com a mão esquerda. A primeira parte
desse acompanhamento está transcrita e mostra bem o ciclo que vai sendo construído a partir das
figuras sincopadas, que vão se repetindo em espaços alternados de acordo com a pulsação do solista
(figura 5).
A bateria tem neste tema um espaço para improviso no qual troco 16 compassos com o violão e
o contrabaixo.
A troca entre solistas é uma prática comum no jazz e mais uma contribuição desse estilo à
música brasileira.
Os primeiros 16 compassos vão sugerindo uma ideia baseada nas semicolcheias, com algumas
passagens de contraste utilizando fusas e sextinas. O segundo bloco de 16 compassos é mais incisivo,
já abrindo com uma ideia sextinada na caixa, utilizando o aro com a mão esquerda (que também
abafa a pele) e a pele tocada pela mão direita, criando um som muito percussivo e contrastante.
Note o crescimento do solo tanto na variação das figuras (chegando até a utilizar sextinas em um
pulso de quatro contra três) como nas nuances de timbre do instrumento, alternando o uso das peças.
A ideia dos oito primeiros compassos do solo de bateria está transcrita aqui a título de análise
(figura 6).
Vale lembrar que uso apenas um tom-tom e um surdo, abrindo assim as ideias para outros sons
pouco usuais no set, como os aros, os harmónicos de prato, a própria combinação entre o tom e o
surdo e a tentativa de resgatar a caixa como instrumento central da bateria, inclusive nos solos, coisa
que foi um pouco esquecida com o passar do tempo e com o aumento do número de tambores nos
kits atuais.
A música termina tmfade-out com uma levada de partido-alto (figura 7).
KIKO FREITAS

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48
TOQUE JUNTO-BOSSA NOVA

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Forma na gravação: Introdução


1° chorus: Tema
2° e 3° chorus: Improviso baixo elétrico
4° e 5° chorus: Improviso violão
6° e 7° chorus: Improvisos alternados entre bateria, violão, bateria e baixo a
cada 16 compassos
8° chorus: Tema

49
KIKO FREITAS
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Figura 1:

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Figura 2: Condução básica do tema.

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50
TOQUE JUNTO-BOSSA NOVA

Figura 3: Variação na condução, compasso 17.

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Figura 4: Seção de partido-alto.

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51
KIKO FREITAS

Figura 5: Condução nos primeiros 16 compassos do solo de violão. O tamborim está escrito na linha do
tom 1.

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TOQUE JUNTO-BOSSA NOVA

Figura 6: Primeiros oito compassos do solo de bateria.

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53
KIKO FREITAS

Figura 7: Primeiros oito compassos da levada final.


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54
PARTE 7 - Wave
(faixas 7 e 14 do CD)

Aqui a bateria já entra na introdução tocando harmónicos nos pratos, criando uma ideia de
contraponto, respondendo à melodia tocada pelo violão.
A sutileza e a economia são as chefes na execução desta música. A música é tocada inicialmente
com baquetas.
Tento resgatar urna forma muito antiga de se tocar a bossa nova, quando o baterista conduzia no
hi-hat tocando as quatro semicolcheias de cada tempo com a mesma intensidade, sem variações de
dinâmica.
Nesta faixa eu toco as semicolcheias com a mão direita conduzindo no aro da caixa, enquanto a
mão esquerda toca o aro característico da bossa nova (figura 1).
Na repetição do tema, após a casa l, a levada muda ligeiramente (figura 2). No compasso 23 há
uma importante mudança de atitude, na qual eu abro a condução sutilmente no ride, voltando
depois à ideia inicial no compasso 31.
No início do solo de violão, após a convenção que marca o fim do chorus, que é a mesma do fim
da introdução, começo a tocar um ganzá com a mão direita em fusas e o tamborim com a mão
esquerda tocando um desenho bem típico da bossa nova (sem baquetas, muito levemente com o dedo
indicador -figura3).
No compasso 23 do solo de violão (após a casa 2) a levada toma nova forma (como já havia
acontecido durante o tema), utilizando o ride, pratos em harmónicos, caixas esparsas e com toques
múltiplos (press roll) e o hi-hat tocado com o pé esquerdo criando um desenho assimétrico utilizando
muitas vezes a abertura dos dois pratos (splash), tudo para criar um clima mais espacial, deixando um
certo suspense no ar (figura 4). Isso tudo ajuda o solista a sentir-se confortável, podendo criar novas
tensões e climas no improviso.
Na volta do tema, após o solo, o ganzá e o tamborim voltam à cena conduzindo inicialmente
com apenas uma semínima tocada no bumbo no tempo 2 do compasso e quase sem tocar o hi-hat
com o pé esquerdo.
Na repetição do tema, depois da casa l, o bumbo e o hi-hat característicos do estilo entram,
criando um clima de desenvolvimento na levada. Depois da segunda casa as baquetas voltam tocando
de forma mais solta. Preste atenção na secada dos pratos com a mão preparando a volta ao início do
tema (compasso 30).
A ideia da introdução volta no fim da música de uma forma mais cheia, o que cria um contraste
com a primeira vez em que ela ocorre, quando só os pratos tocavam.
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56
TOQUE J U N T O - B O S S A NOVA

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Forma na gravação: Introdução


1° chorus: Tema
2° chorus: Improviso violão
3° chorus: Tema

57
KIKO FREITAS

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Figura 1: Condução da primeira parte, com as duas mãos tocando no aro da caixa.

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Figura 2: Condução da bateria na repetição, após a casa 1.

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L. L. L.

Figura 3: Condução com ganzá na mão direita e tamborim tocado com a mão esquerda, usada no início
do solo de violão e na volta ao tema, após o solo.

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58
TOQUE JUNTO-BOSSA NOVA

Figura 4: Condução do solo de violão, compasso 23.

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59
KIKO FREITAS

GLOSSÁRIO

Chorus - É a forma da música completa com todas as partes, incluindo ritornelos e codas. Os improvisos
são feitos usualmente sobre a forma completa da música, uma ou mais vezes, ou seja, um ou mais chorus.

Cifra - Convenção de símbolos usados para notação de acordes.

Drumsfill - Preencher com a bateria.

Parte cifrada - Partitura contendo a melodia e a cifra de uma música.

Play along - Tocar junto.

Tema - Melodia da música.

Levada - Condução de bateria ou qualquer outro instrumento de base.

Ganzá - Instrumento de percussão de madeira, metal ou plástico que tem em seu interior arroz, areia ou
outro material que produza som.

Ride - Prato de condução.

Nota fantasma (ghost note) - Nota tocada muito suavemente.

Laíd back - Forma de tocar muito relaxadamente, parecendo "para trás" do tempo.

Introdução (intro) - Parte da música tocada antes da melodia ou tema.

1a casa e 2a casa - Às vezes no fim de uma repetição há uma Casa l marcada, o que significa voltar ao
sinal de repetição e, quando chegar novamente ao compasso da Casa l, pular diretamente à Casa 2.

Sincopa - É o prolongamento da parte fraca de um tempo para a parte forte de um outro tempo.

Hi-hat - Prato de contratempo, chimbal, xipô.

Anacruse - Uma ou mais notas não acentuadas imediatamente antes do primeiro tempo forte de um
compasso.

Tap - Toque com dinâmica baixa.

Drag - Apoj atura dupla aplicada como rudimento na bateria.

Splash - Prato pequeno, geralmente de 6, 7, 8, 10 ou 12 polegadas.

Gonguê - Agogô. Instrumento que toca uma frase marcante no maracatu.

60
Outras publicações da Lumiar Editora
• Harmonia & Improvisação • Segredos do violão
Em dois volumes (Português/Inglês/Francês)
Autor: Almir Chediak Autor: Turíbio Santos
(Primeiro livro editado no Brasil sobre técnica de Ilustração em quadrinhos: Cláudio Lobato
improvisação e harmonia funcional aplicada em mais de 140 (Um manual abrangente, que serve tanto ao músico iniciante
músicas populares.) quanto ao profissional.)

• Songbook Caetano Veloso • No tempo de Ari Barroso


Em dois volumes Autor: Sérgio Cabral
Produzido e editado por Almir Chediak (Sobre a vida e a obra do compositor, músico e radialista Ari
(135 canções de Caetano Veloso com melodias, letras e Barroso.)
harmonias revistas pelo compositor.)
• Método Prince • Leitura e Percepção — Ritmo
• Songbook Bossa Nova Em três volumes (Português/Inglês)
Em cinco volumes (Português/Inglês) Autor: Adamo Prince
Produzido e editado por Almir Chediak (Considerado por professores e instrumentistas como o que
(Mais de 300 canções da Bossa Nova com melodias, letras e há de mais completo, moderno e objetivo para o estudo do
harmonias na sua maioria revistas pelos compositores.) ritmo.)

• Escola moderna do cavaquinho • Songbook Vinícius de Moraes


Autor: Henrique Cazes Em três volumes (Português/Inglês)
(Primeiro método de cavaquinho solo e acompanhamento Produzido e editado por Almir Chediak
editado no Brasil nas afinações ré-sol-si-ré e ré-sol-si-mi.) (Mais de 150 canções de Vinícius de Moraes e parceiros com
melodias, letras e harmonias.)
• Songbook Tom Jobim
Em três volumes (Português/Inglês) • Songbook Carlos Lyra
Produzido e editado por Almir Chediak Em um volume (Português/Inglês)
(Mais de 100 canções de Tom Jobim com melodias, letras e Produzido e editado por Almir Chediak
harmonias revistas pelo compositor.) (Mais de 50 canções de Carlos Lyra e parceiros com
melodias, letras e harmonias revistas pelo compositor.)
• Songbook Rita Lee
• Songbook Dorival Caymmi
Em dois volumes
Produzido e editado por Almir Chediak Em dois volumes
(Mais de 60 canções de Rita Lee com melodias, letras e Produzido e editado por Almir Chediak
(Mais de 90 canções de Dorival Caymmi e parceiros com
harmonias revistas pela compositora.)
melodias, letras e harmonias revistas pelo compositor.)
• Songbook Cazuza
• Songbook Edu Lobo
Em dois volumes
Em um volume
Produzido e editado por Almir Chediak Produzido e editado por Almir Chediak
(64 músicas de Cazuza e parceiros com melodias, letras e (Mais de 50 canções com partituras manuscritas, revisadas e
harmonias.) harmonizadas pelo compositor.)
• O livro do músico • Elisete Cardoso, Uma Vida
Autor: António Adolfo Autor: Sérgio Cabral
(Harmonia e improvisação para piano, teclado e outros (Sobre a vida da primeira dama da música popular brasileira.)
instrumentos.)
• Iniciação ao Piano e Teclado
• A arte da improvisação Autor: António Adolfo
Autor: Nelson Faria (Iniciação para crianças na faixa etária de 05 a 08 anos.)
(O primeiro livro editado no Brasil de estudos fraseológicos
aplicados na improvisação para todos os instrumentos.) • Piano e Teclado
Autor: António Adolfo
• Songbook Noel Rosa (Para níveis iniciantes e intermediários.)
Em três volumes
Produzido e editado por Almir Chediak • Harmonia e Estilo para Teclado
(Mais de 100 canções de Noel Rosa e parceiros com Autor: António Adolfo
melodias, letras e harmonias.) (Para níveis mais adiantados.)
• Songbook Gilberto Gil • Songbook Ary Barroso
Em dois volumes Em dois volumes
Produzido e editado por Almir Chediak Produzido e editado por Almir Chediak
(130 músicas de Gilberto Gil com melodias, letras e (96 canções de Ary Barroso e parceiros com melodias, letras
harmonias revistas pelo compositor.) e harmonias.)
Outras publicações da Lumiar Editora
• As Escolas de Samba do Rio de Janeiro • Vocabulário do Choro
Autor: Sérgio Cabral Autor: Mário Sève
(Origens e desenvolvimento das escolas de samba do Rio de Em um volume (Português/Inglês)
Janeiro. Documentado com fotos, entrevistas e todos os (Um dos mais completos trabalhos já realizados sobre o
resultados dos desfiles desde 1932.) frazeado do choro, incluindo cerca de 150 estudos
melódicos.)
• Arranjo — Método Prático
Em três volumes • Songbook João Donato
Autor: lan Guest Em um volume (Português/Inglês)
(Literatura didática sobre como escrever para as variadas Produzido e editado por Almir Chediak
formações instrumentais, incluindo 117 exemplos gravados (São 52 canções de João Donato e parceiros com melodias,
em CD anexo ao primeiro volume.) letras e harmonias revisadas pelo compositor.)

• Pixinguinha, Vida e Obra • Songbook Chico Buarque


Autor: Sérgio Cabral Em quatro volumes (Português/Inglês)
(Sobre a vida e a obra do compositor e músico Pixinguinha.) Produzido e editado por Almir Chediak
(São 222 canções de Chico Buarque e parceiros com
• Songbook Djavan melodias, letras e harmonias revisadas pelo compositor.)
Em dois volumes (Português/Inglês)
Produzido e editado por Almir Chediak • IPC — Independência Polirrítmica Coordenada para
(Mais de 90 canções de Djavan e parceiros com melodias, Bateria e Percussão
letras e harmonias revistas pelo compositor.) Autor: Cássia Cunha
(Exercícios para desenvolvimento da independência
• Arranjo — Um enfoque atual polirrítmica coordenada, associada à leitura rítmica, e sua
Autor: António Adolfo aplicação nos principais ritmos brasileiros.)
(Livro didático visando o preparo do aluno para uma
realidade do mercado profissional brasileiro.) • 16 Estudos Escritos e Gravados para Piano
Autor: lan Guest
• Composição (Uma discussão sobre o processo (Trata-se de um livro didático que oferece uma experiência
criativo brasileiro) pouco conhecida: beneficiar a músicos que tocam de ouvido
Autor: António Adolfo e os que o fazem por leitura.)
(Um autêntico guia no estudo sobre o tema Composição em
Música Popular.) • Pisa na fulo mas não maltrata o carcará — vida e obra
do compositor João do Vale, o poeta do povo
• António Carlos Jobim — Uma biografia Autor: Márcio Paschoal
Autor: Sérgio Cabral (Vida e obra do compositor João do Vale, com mais de 40
(Sobre a vida e a obra daquele que mudou o rumo da música fotos, musicografia e discografia.)
popular brasileira.)
• Bass Solo
• Prática de bateria Autor: Nico Assumpção
Autor: Zequinha Galvão (Livro didático que muda o conceito tradicional do
(Dividido em três módulos, tem como principal objetivo contrabaixo de ser um instrumento de acompanhamento,
incentivar a prática direta no instrumento.) ampliando suas possibilidades e sonoridades, trazendo-o para
a linha de frente dos solistas.)
• 260 dicas para o cantor popular profissional e amador
Autor: Clara Sandroni • Dicionário de Acordes com cordas soltas
(Um trabalho direcionado aos que se dedicam ao canto de Autor: Jefferson Moreira
uma maneira geral.) (Pesquisa minuciosa de mais de três mil acordes com cordas
soltas, que gera um belo efeito muito utilizado por
• Songbook Marcos Valle violonistas brasileiros.)
Em um volume (Português/Inglês)
Produzido e editado por Almir Chediak • Toque Junto: Guitarra, Baixo e Bateria
(São 50 canções de Marcos Valle e parceiros com melodias, Em três volumes
letras e harmonias revistas pelo compositor.) Autores: João Castilho, André Rodrigues e Renato Massa
(Cada livro traz um CD com sete músicas inéditas em duas
• Acordes, Arpejos e Escalas para Violão e Guitarra versões: uma completa e outra sem o instrumento ao qual o
Autor: Nelson Faria livro está relacionado.)
(Atendendo às necessidades do estudante e do profissional,
este livro mostra de forma clara e objetiva o • Nara Leão, Uma biografia
interrelacionamento entre, acordes, arpejos e escalas. Um Autor: Sérgio Cabral
marco no ensino do violão e da guitarra.) (Sobre a vida e a carreira da musa da Bossa Nova.)
Outras publicações da Lumiar Editora
• Método de canto popular brasileiro • Batuque é um privilégio
Autor: Marcos Leite Autor: Oscar Bolão
(Apresentado em dois volumes, um para vozes médio-graves (Mostra de forma clara e objetiva os fundamentos para
e outro para vozes médio-agudas, o livro traz uma coletânea execução correia dos ritmos de diversos instrumentos de
de vocalises e canções progressivas por intervalos, e percussão. Indicado para músicos, compositores e
preenche um espaço cada vez mais necessário: o da arranjadores. Acompanha um CD.)
metodização da música brasileira.)
• Songbook As 101 Melhores Canções do Século XX
• Songbook Francis Hime Em dois volumes
Em um volume (Português/Inglês) Produzido e editado por Jesus Chediak
Produzido e editado por Almir Chediak (São 101 canções da MPB selecionadas por Almir Chediak,
(Além da tradicional apresentação das músicas do projeto com melodias, letras e harmonias.)
Songbook em melodia, cifra, letra e acordes para violão e
guitarra, Francis escreveu, especialmente para piano solo, as • Songbook Nelson Motta
30 canções escolhidas para o livro.) Em um volume (Português/Inglês)
Produzido e editado por Chediak Arte e Comunicação
• A arte de ouvir — percepção rítmica (São 49 canções de Nelson Motta e parceiros com melodias,
Em dois volumes (Português/Inglês) letras e harmonia.)
Autor: Adamo prince
(Apresenta um material fonográfico elaborado para a • Método do Bandolim Brasileiro
evolução passo a passo da percepção, acompanhado por uma Autor: Afonso Machado
cartilha com todas as explicações didáticas necessárias para (Este método mostra de forma prática como aprender e
um bom desenvolvimento do estudo rítmico.) ensinar a tocar o bandolim de forma brasileira, com uma
abordagem técnica importantíssima e os vários géneros
• Songbook Braguinha musicais de nosso país.)
Em um volume (Português/Inglês)
Produzido e editado por Almir Chediak • Songbook Ivan Lins
(São 60 canções de João de Barro e parceiros com melodias, Em dois volumes (Português/Inglês)
letras e harmonias.) Produzido e editado por Chediak Arte e Comunicação
(São 84 canções de Ivan Lins e parceiros com melodias,
• Música: Leitura, Conceitos, Exercícios letras e harmonias revistas pelo compositor.)
Autor: António Adolfo
(Livro didático que abrange desde o básico do ensino da • No tempo de Almirante - Uma história do rádio e da
música até adiantados ensinamentos de leitura e conceitos.) MPB
Autor: Sérgio Cabral
• Samba Brasil Word Music (Sobre a vida e a carreira do radialista, músico e compositor
Autor: Mike Ryan Henrique Fôreis, o Almirante.)
(Apresenta o estudo do método SALF, que quer dizer samba
influenciando afro, latino e funk. Auxilia no estudo de
• Harmonia - Método Prático
composição e no ensino da música em geral. Indicado para
iniciantes e profissionais. Acompanha 01 CD.) Em dois volumes
Autor: lan Guest
• Música Brasileira para Contrabaixo (Volume 2) (Literatura didática sobre a harmonia, incluindo dois CDs
Autor: Adriano Giffoni com 130 exemplos gravados.)
(Livro didático que apresenta importantes exemplos escritos
e gravados dos principais ritmos brasileiros. Para estudantes • Guerra-Peixe - Um Músico Brasileiro
e profissionais do contrabaixo. Acompanha um CD.) Autor: Vários
(Sobre a vida e a obra de César Guerra-Peixe. Escrito por
• O Violão de 7 Cordas vários autores, entre eles Ruth Serrão, Luitgarde Cavalcanti
Autor: Luiz Otávio Braga Barros e António Guerreiro.)
(Livro didático com o primeiro método de ensino para este
instrumento. É aplicável também ao violão de seis cordas, • Songbook do Choro
acordeon, piano e outros instrumentos de harmonia.) Em um volume (Português/Inglês)
Produzido e editado por Chediak Arte e Comunicação
• Bateria e Contrabaixo na Música Popular Brasileira (São 97 músicas contendo melodias, harmonias (acordes
Autor: Gilberto de Syllos e Ramon Montanhaur cifrados), contrapontos e convenções rítmicas.)
(Apresenta os principais ritmos e géneros musicais populares
do Brasil, indicando os melhores caminhos para execuá-los • Songbook Jammil e Uma Noites
no contrabaixo e na bateria. Acompanha um CD.) Em um volume (Português/Inglês)
Produzido e editado por Chediak Arte e Comunicação
• Songbook João Bosco (São 38 músicas contendo melodias, letras e harmonias
Em três volumes (Português/Inglês) revistas pelos compositores.)
Produzido e editado por Almir Chediak
(São 131 canções de João Bosco e parceiros com melodias,
letras e harmonias revisadas pelo compositor.)
Tom Jobim disse certa vez, que o Songbook era uma obra patriótica,
que não só iria permanecer como nos daria filhotes.
Eis que surge "Toque Junto - Bossa Nova",
um livro interativo que possibilita ao músico a experiência de "tocar junto"
com Nelson Faria, Ney Conceição e Kiko Freitas.
Nunca foi tão fácil e enriquecedor para se conhecer e aprender.
Parabéns à Lumiar por mais essa publicação.

João Bosco

ISBN: 85-7736-002-4

LUMIAR
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